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ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS PARA CRIAR ELETIVAS DE SUCESSO LIVRO IV ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS E DIDÁTICAS FICHA TÉCNICA Setor Responsável pela Produção da Sala de Aula e do Conteúdo Centro de Formação dos Profissionais da Educação - Cefope Gerentes do Cefope Bianca Silva Santana (Gepro) Karoliny Mendes da Costa (Geped) Conteudista Bruno Lopes Tomaz (Técnico Pedagógico do Cefope) Ívina Langsdorff Santana Edição e Revisão Bruno Lopes Tomaz (Técnico Pedagógico do Cefope) Vitória/ES 2024 Muitas são as metodologias ativas que podem ser usadas em uma aula Eletiva. Por isso, aqui tentamos reunir algumas que podem ser facilmente aplicadas em seu planejamento e que tem baixo custo, quais sejam: Rotações por Estação; Aprendizagem Baseada em Projetos; Estudo de Caso; Design Thinking e World Café. PARA SABER MAIS https://www.institutoclaro.org.br/educacao/para- aprender/estudos/10-metodologias-ativas-de-aprendizagem- explicadas/?utm_source=pocket_mylist LIVRO IV ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS E DIDÁTICAS 4.1 Estratégias didático-metodológicas para Eletivas 4.2 Rotação por Estações A Rotação por Estações é um tipo de ensino híbrido no qual os alunos alternam entre o ensino por meio de Tecnologias de Comunicação e Informação (TIC’s), o ensino conduzido pelo professor em pequenos grupos e as tarefas registradas em papel e realizadas em sua mesa (SANADA E SILVA, 2016.) Para compreender melhor a dinâmica desta metodologia ativa, assista ao vídeo abaixo: 03 04 4.3 Aprendizagem baseada em Projetos A metodologia de projetos não é nova, tendo sido desenvolvida por Dewey e Kilpatrick no início do século XX, quando estes iniciaram o movimento da Escola Nova, nos EUA, o qual se opunha à maneira tradicional de ensino por transmissão de conteúdos descontextualizados e pouco significativos para os estudantes. Para os autores, o conceito de projeto de aprendizagem passa pelo pressuposto de que os alunos adquirem experiência e conhecimento por meio da resolução de problemas práticos, em situações contextualizadas e reais (PASQUALETTO, et al. 2017). Embora seja centenária, a ABP é uma metodologia que tem estado em evidência nos últimos anos devido ao acesso à informação proporcionado pelas TIC’s. De acordo com Willian Bender, a ABP é https://www.youtube.com/watch?v=1d-UnyZu_II Um modelo de ensino que consiste em permitir que alunos confrontem as questões e os problemas do mundo real que consideram significativos, determinando como abordá-los e, então, agindo cooperativamente em busca de soluções (BENDER, 2014, p. 9). Para o autor, um projeto deve-se iniciar como uma âncora, a qual pode ser entendida como uma reportagem, um vídeo, um podcast, uma dinâmica ou qualquer mecanismo capaz de introduzir o tema do projeto de forma engajadora. Deste modo, após a âncora ter atraído a atenção dos alunos, é hora de colocar na mesa a questão motriz, que é o problema a ser resolvido no projeto. Assim, com a questão motriz exposta, é preciso que professor e estudantes idealizem uma série de ações que levarão os mesmos até a solução do problema. Nesta perspectiva, é importante que os participantes do projeto tenham funções definidas e um cronograma inicial de execução. Para tanto, na hora de escolher as ações que serão executadas, deve-se ter o cuidado de encaixá-las em dois processos: 1) Processo de investigação e pesquisa - onde os alunos adquirem conhecimento prévio e teórico sobre a questão motriz; 2) Processo de investigação e inovação - onde os alunos devem construir artefatos e testá-los (SANTANA, et al. 2022). Para Bender (2014), artefatos são os itens criados ao longo do projeto que apresentam possíveis soluções para a questão motriz proposta. Mas quais são as partes principais de um projeto? Um projeto deve possuir: uma âncora; uma questão motriz; artefatos produzidos pelos alunos; assistência estruturada e constante por parte dos professores; e uma apresentação pública ao final. 05 Para compreender essas partes principais de um projeto, leia as páginas 13 e 14 do Guia "Aprendizagem Baseada em Projetos no ensino de Física: Uma experiência em torno da temática da eletricidade", produzido pela Professora Thays Ferreira Souza como produto educacional em decorrência de seu mestrado Profissional em Ensino de Física. 06 https://drive.google.com/file/d/1u2IPMm6acDZz_WHbPjpEE8Q8UXP-cVnW/view Um projeto também possui elementos e características intrínsecas à metodologia, quais sejam: Motivação dos participantes; Problematização e Investigação; Intencionalidade; Relevância no contexto social; Autonomia e responsabilidade; 07 Trabalhos coletivos e Individuais; Crítica e reflexão; Autenticidade e ineditismo; Produto Final. Para compreender melhor as características de um projeto de aprendizagem, leia o item 3.2 do Guia Didático “Como idealizar um projeto segundo a metodologia da PLB”, da Professora Karoliny Mendes Costa, produzido como produto educacional do programa de Mestrado Profissional Educimat, do IFES. https://drive.google.com/file/d/13nUpMSnviNQD3-DmOOQfdCZZ9wMk567l/view 4.4 Design Thinking 08 O Design Thinking não é uma metodologia usada apenas para criar ementas de Eletivas, afinal, ela pode ser usada como metodologia também em sala de aula para resolver problemas reais. Os passos de tal metodologia continuam os mesmos, quais sejam: Descoberta;1. Interpretação;2. Ideação;3. Prototipação;4. Evolução/ Análise.5. Para se aprofundar no tema, veja o vídeo a seguir de um grupo de alunos da EEEM Colégio Estadual do Espírito Santo, de Vitória, que utilizaram o Design Thinking para resolver problemas relacionados à superlotação dos hospitais durante a pandemia. Os alunos produziram o protótipo do Robô TRIEX, criado para agilizar o processo de triagem no atendimento nos hospitais, com as funções de medir a temperatura e aferir a pressão, a intensidade de dor e a saturação sanguínea. Para construir o Triex, os alunos pesquisaram sobre o assunto e fizeram entrevistas com profissionais da saúde. Com base nas pesquisas, entrevistas e orientações das professoras Simone Clarindo e Ívina Langsdorff, os estudantes chegaram ao resultado do projeto idealizado. Os alunos que participaram da construção do protótipo foram: Bernardo Teixeira, Arthur Miranda, Ana Beatriz Telles, Kayky Gaudino, Yan Corrêa e o monitor Felipe Kempin. Vale ressaltar que o TRIEX ganhou medalha de prata em uma feira internacional de inventores, a International Federation of Inventors Associations (IFIA), em Istambul. 09 https://www.youtube.com/watch?v=sjPJrmCSAZE Agora, para compreender como a professora Ívina trabalhou cada passo do Design Thinking com os alunos, ouça a entrevista dela no Formcast, Profe! https://open.spotify.com/show/7erdtvy80tb5sfPSUfM4f7 10 O método de estudo de caso tem sido usado como uma estratégia de ensino-aprendizagem reconhecida pela comunidade acadêmica como um dos métodos mais bem sucedidos de aprendizagem e desenvolvimento de habilidades e competências. Este é um método que consiste na análise de narrativas de situações reais ou simuladas, de variadas complexidades, usadas para direcionar a aprendizagem dos alunos (FREITAS E CAMPOS, 2018). De acordo com Andrew Grahan (2010): 4.5. Estudo de caso Um caso apresenta a pergunta em contexto específico que frequentemente envolve conflito ou a necessidade de reconciliar ou equilibrar muitas variáveis. Essa complexidade exige um nível significativamente maior de entendimento por parte dos estudantes, que precisam identificar os principais desafios e as questões teóricas do caso antes de formular soluções ou abordagens apropriadas. Em outras palavras, permite ao aluno participar de simulações dos processos decisórios da vida real [...] (GRAHAN, 2010, p.37). Deste modo, para planejar um estudo de caso, o professor deve escolher uma situação a ser estudada, podendo esta ser verídica ou não. Assim, uma vez determinado o caso, é necessário que o professor forneça aos alunos um contexto sobre ele. Por exemplo, se o caso a ser estudado for sobreum derramamento de óleo no mar, contextualizar seria indicar a localidade do derramamento, a comunidade que foi ou será afetada, a flora e fauna do local, e etc. Lembrando que essa contextualização pode ser feita por meio de artigos, reportagens, vídeos ou podcasts. Após a explanação do caso, é fornecida aos alunos uma questão ou um conjunto de questões que serão discutidas ao longo do estudo, para se chegar a uma conclusão ou a uma 11 solução, o que encerra o caso. De acordo com o Manual “Writing Case Studies: a Manual”, disponível nos materiais complementares, o professor precisa pensar quais discussões os alunos possivelmente podem fazer para poder planejar formas de orientá-los melhor. Uma dica que o manual dá é fornecer um material de estudo complementar e um conjunto de questões a serem resolvidas para que a discussão possa ser orientada e focada na resolução do problema exposto. Para auxiliar, o Manual oferece também um roteiro de anotações para o professor que ajuda na preparação do estudo de caso. Esse roteiro de anotações pode ser acessado pelo link: https://docs.google.com/document/d/1DmEraFyLPSW8lGVAKVsawm9ZTANwfIIxC2B3Yh7d9mI/edit? usp=sharing Para compreender melhor a preparação do professor para realizar um estudo de caso, leia as páginas 41 e 42 do Livro de Andrew Grahan, na seção “Preparação para o ensino de caso”. 12 4.5. World Café O World Café é uma metodologia de conversas em grupo que auxilia na mediação das aprendizagens e promove o diálogo entre os participantes, a partir de uma perspectiva interdisciplinar do conhecimento. De acordo com Bussolotti (2018) e colaboradores, há sete princípios que caracterizam um processo de World Café: 1- Definição do contexto: Definir quais os objetivos do encontro, os problemas a serem resolvidos, quantas pessoas participarão e qual o espaço disponível. 2- Criação de um espaço de acolhimento: Criar um espaço com pequenas mesas, de preferência redondas, em que as pessoas possam se sentar em grupo. Providencie também uma mesa com comes e bebes para os participantes. Isso pode ser feito de maneira compartilhada. https://drive.google.com/file/d/14Dfzv2Hc7vmszuYtf3MBGm0L0iUiE6RD/view?usp=sharing 13 3- Exploração de perguntas que façam sentido ao propósito do encontro: Orientar os participantes a conversar sobre uma pergunta disparadora e a utilizar o bloco de notas para registrar as ideias, análises e colocações de todas as pessoas do grupo. 4- Incentivo para contribuição de todos os participantes: Incentivar todos os participantes do pequeno grupo a contribuir para a discussão, seja anotando algo, concordando ou discordando do assunto, ou até mesmo servindo café para um colega. 5- Conexão de perspectivas diversas: Convidar, a cada 20 minutos, os participantes a trocarem de grupo. O moderador pode optar por manter um participante em cada grupo, identificado como “host” ou “anfitrião” do café, mas essa não é a regra. 6- Ouvir os outros: Prestar atenção aos temas, padrões e insights, por meio da escuta em grupo. 7- Compartilhar descobertas coletivas: Após várias rodadas de conversação, organizar uma plenária para conhecer as várias visões dos diferentes grupos. Para compreender melhor a dinâmica da metodologia World Café, leia a reportagem do link abaixo: https://www.institutoclaro.org.br/educacao/nossas-novidades/reportagens/7-perguntas-sobre-a- metodologia-ativa-de-aprendizagem-world-cafe/ 14 PARA SABER MAIS Rotação por Estações Artigo da revista Nova Escola: https://novaescola.org.br/conteudo/3352/blog-aula- diferente-rotacao-estacoes-de-aprendizagem Artigo científico “Rotação por Estações na escola pública: limites e possibilidades em uma aula de biologia”. https://drive.google.com/file/d/1WjFDDBc71bICLwyypxwr_5 juPqtIN7X0/view Rotação por Estações na prática. https://www.youtube.com/watch?v=iYht0cFQimo Aprendizagem Baseada em Projetos Reportagem da revista Nova Escola. https://drive.google.com/file/d/1hjMCcj3ua- EQayVekaBnDV5QUhOtTZhM/view Guia Didático: “Como idealizar um projeto segundo a metodlogia da PLB”. https://drive.google.com/file/d/13nUpMSnviNQD3- DmOOQfdCZZ9wMk567l/view Guia: “Aprendizagem Baseada em Projetos no ensino de física: uma experiÊncia em torno da temática da eletricidade.” https://drive.google.com/file/d/1u2IPMm6acDZz_WHbPjpE E8Q8UXP-cVnW/view Documentário de um Projeto: https://www.youtube.com/watch?v=nLpFIvP6z8w&t=103s Passo a passo de um projeto: https://www.youtube.com/watch?v=7q2m_cWwJWU Estudo de caso Writing Case Studies - A Manual (em inglês): https://drive.google.com/file/d/11kdwQ2xuKjp_lKYstI5Q17s CQ_8HKjbO/view 15 REFERÊNCIAS GRAHAN, A. Como escrever e usar estudos de caso para ensino e aprendizagem no setor público. Brasília: ENAP, 2010. BENDER, W. N. Aprendizagem baseada em projetos: educação diferenciada para o século XXI. 1a. Ed. Porto Alegre: Penso, 2014 BUSSOLOTTI, J. M.; ARANHA, M.; CUNHA, V. M. P. O World Café como possibilidade interdisciplinar de aprendizagem ativa. Trabalho apresentado no Congresso Internacional de Educação e Tecnologias. 2018. FREITAS, L. P. S. R.; CAMPOS, A. F. O Método de Estudo de Caso de Harvard mediado pela Sala de Aula Invertida na mobilização de conhecimentos no ensino-aprendizado de Química. Educación Química, v. 29, n. 3, p 22-34, 2018. PASQUALETTO, T. I.; VEIT, E. A. e ARAÚJO, I. S. Aprendizagem Baseada em Projetos no Ensino de Física: uma Revisão da Literatura. Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências, v. 2, n. 17, p. 551-577, 2017. World Café Como facilitar um World Café: https://medium.com/@paulamanzottiscramin/como-facilitar-um- world-caf%C3%A9-b44a1a2ff336 Dinâmicas de World Café: https://drive.google.com/file/d/17yIlakpnDQ1Q9SqzpO_QfQKQ850 A6foC/view Site Internacional da metodologia World Café: http://theworldcafe.com/ Diretrizes do Café: https://drive.google.com/file/d/1geIqtlhrVqk8dBhdOfDQLDy1wuBr1 hz4/view 16 SANTANA, I. L.; NASCIMENTO, L.R.; DAMM, B. M.; OLIVEIRA, M. L.; FREITAS, M. B. J. G.; MOURA, P. R. G. “Projeto Preservando as Raízes do Mangue”: a aprendizagem de química baseada em projetos e voltada para a sustentabilidade. Revista Química Nova na Escola, v. 44, n. 2, p. 229-238, 2022. SILVA, I. D.; SANADA, E. R. Procedimentos Metodológicos nas Salas de Aula do Curso de Pedagogia: Experiência de Ensino Híbrido. In: Bacich, L.; Moran, J. Metodologias Ativas para uma Educação Inovadora: uma abordagem teórico- prática. Porto Alegre, Ed. Penso, 2016.
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