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avaliação - trabalho para o terceiro bimestre (metodologia)

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Disciplina: Metodologia do Ensino de LP II
	Curso: Letras Vernáculas e Clássicas – 4o. ano
Professor: 
ATIVIDADE DO TERCEIRO BIMESTRE – Avaliação
a) Bibliografia
1. LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1999. CAP. 9, p. 195 a 220.
b) Baseando-se no texto destaque e comente:
1. Os vários conceitos de avaliação e suas funções e principais características;
De acordo com Carlos Libâneo (1999), a avaliação é uma tarefa didática de extrema importância e é permanente no trabalho docente, pois é necessário que se acompanhe o ensino e aprendizagem de modo contínuo e gradual. Através da avaliação, o professor obtém os resultados de seu trabalho conjunto aos alunos, deste modo, facilitando a constatação dos progressos e dificuldades, para que ele possa (re)orientar seu trabalho para as correções necessárias em relação às atividades didáticas seguintes. 
Para ele, há três tipos de tarefas de avaliação durante o processo de ensino: 
1. a verificação - que consiste na coleta de dados do aproveitamento dos alunos, que se dá através de provas, exercícios e tarefas, ou de outros meios auxiliares, como observação de desempenho, entrevistas, etc; 
2. a qualificação - que é a comprovação dos resultados alcançados em relação aos objetivos e, em conforme, a atribuição das notas ou conceitos necessários;
3. a apreciação qualitativa - que é a avaliação dos resultados, que se refere aos padrões de desempenho que se espera do aluno.
Ainda, para ele, “a avaliação escolar cumpre pelo menos três funções: pedagógico-didática, de diagnóstico e de controle.”(LIBÂNEO, 2006: 196)
A função pedagógico-didática dá se no papel da avaliação de acordo com os objetivos gerais específicos da educação escolar. Ao se comprovar sistematicamente os resultados do processo de ensino, evidencia-se, ou não, o atendimento das finalidades sociais do ensino, da preparação dos alunos para que atendam as demandas sociais. 
A função diagnóstica permite com que se identifique progressos e dificuldades dos alunos e a atuação do professor que, por sua vez, determinará as modificações necessárias do processo de ensino a fim de cumprir as exigências dos objetivos educacionais.
A função de controle se refere aos meios e a frequência das verificações e de qualificações dos resultados escolas, o que possibilitará o diagnóstico das situações didáticas. Há, deste modo, um controle sistemático e contínuo que ocorre no processo de interação entre professor e alunos no decorrer das aulas, através de uma variedade de atividades, que permitirão que o professor observe como os alunos assimilam conhecimentos e habilidades e desenvolvem capacidades mentais. 
Essas funções atuam de modo interdependente e não devem ser consideradas isoladas uma das outras. Por exemplo, a função pedagógico-didática refere-se aos próprios objetivos do ensino, que vinculam-se às funções de diagnóstico e controle. Se essa função diagnóstica é vista de modo independente da função pedagógico-didática, ou caso não seja suprida de dados ou não esteja acompanhada do processo de ensino que ocorre na função de controle, ela perde seu sentido. A função de controle, sem a função de diagnóstico e sem seu significado pedagógico-didático, por sua vez, acaba tornando-se apenas uma simples tarefa de atribuições de notas e classificação dos alunos, que pouco, ou nada, contribui para a formação e verificação de aprendizado. 
2. Os equívocos que se pode cometer numa avaliação;
	
Em muitas escolas brasileiras, a prática da avaliação tem sido vista como ineficaz ou pouco eficiente, por reduzirem a avaliação em nada mais que classificação quantitativa dos alunos, que referem-se às notas que obtiveram em provas (que é a função de controle). Os professores têm tido dificuldades em utilizar os procedimentos de avaliação, que consistem em levantamento de dados através de teses, trabalhos escritos, etc. - de modo a atender a função educativa como um processo. Há, deste modo, alguns equívocos em relação aos objetivos, funções e papel da avaliação para melhoria das práticas docentes. 
	É comum que se avalie através de provas para se atribua notas e classifique os alunos. O professor tem usado a avaliação como modo de cobrar aquilo que o aluno memorizou - o que faz com que o aluno nunca busque aprender, mas memorizar os conteúdos para estar preparado para a prova -, e, então, usam a nota somente como instrumento de controle e classificação de seus alunos a fim de decidir quais alunos devem ser aprovados ou reprovados. Essa atitude, porém, para Libâneo, é um equívoco, visto que dar atribuir notas visa apenas um controle formal, classificatório, porém não educativo e pouco contribuirá para a formação e aprendizagem. É necessário que o professor leve em consideração a complexidade dos fatores educativos, os objetivos de formação, métodos e procedimentos adotados, a situação dos alunos, as condições e meios de organização do ensino, os requisitos prévios que os alunos têm para se assimilar uma matéria nova, as diferenças individuais, o nível de desenvolvimento intelectual, as dificuldades de aprendizagem, as condições sociais, econômicas, culturais, etc. Ao ajustar critérios de desempenho unilaterais, o professor avalia os alunos por seu mérito individual, a capacidade de se ajustarem aos objetivos de ensino, independente de fatores externos e internos que podem interferir no rendimento escolar. 
	Outro equívoco bastante frequente é a utilização da avaliação como recompensa aos “bons” alunos e punição aos desinteressados ou indisciplinados. As notas acabam tornando-se ferramentas de intimidação e ameaça para alguns alunos e prêmios para outros. Uma prática comum entre professores que usam a avaliação deste modo é a de tirar “pontos” conforme o comportamento do aluno, ou, então, a preocupação pela exatidão da nota, que leva à reprovação de alunos por conta de décimos. Isso faz com que o professor exclua seu papel como docente, deixando de assegurar meios pedagógico-didáticos e condições necessárias para estimular alunos e ensinar sem precisar intimidar.
	O terceiro equívoco dá-se quando os professores dispensam avaliações e confiam apenas na observação dos alunos durante as aulas. Neste caso, o professor pode prejudicar alunos por eles simplesmente não interagirem conforme o que o professor espera - o que não garante que o aluno não tenha aprendido. Esse tipo de atitude pode levar a um grande número de evasão. 
	O quarto equívoco ocorre quando o professor rejeita medidas quantitativas de aprendizagem em favor de dados qualitativos. Ou seja, quando o professor considera a prova como algo prejudicial ao desenvolvimento autônomo do aluno, acreditando que a aprendizagem ocorre somente através da motivação interna do aluno, uma vez que a prova gera ansiedade, inibição e cerceamento pessoal. Assim, o professor recusa qualquer quantificação dos resultados. 
	Os equívocos citados por Libâneo mostram uma dualidade dos extremos em que a avaliação é vista: apenas aspectos quantitativos ou apenas os qualitativos. Ou seja, ora a avaliação é tida como medida, ora perde na subjetividade de professores e alunos, ignorando os objetivos da escola e da natureza das relações pedagógicas. 
Assim, o professor deve considerar a relação mútuo entre ambos aspectos quantitativos e qualitativos. Desse modo, a quantificação e a qualificação devem ser partes do processo de avaliação. O professor deve adequar objetivos e conteúdos às exigências da matéria e às condições externas e internas de aprendizagem dos alunos e demonstrar um verdadeiro propósito educativo, controle de tarefas e exercícios de consolidação, além de outros tipos de verificação efetivos para o desenvolvimento mental do aluno. 
4. Responda as questões 1, 2 ,4 e 8 (numere os quadradinhos) da pág. 218 e 219 – Perguntas para o trabalho independente dos alunos.
	
1) Porque a avaliação escolar é um processo contínuo?
A avaliação deve ser tomada como um processo contínuo, e não como um momento único e isolado, pois ela deve servir como entendimento de conhecimentose habilidades dos alunos, além da identificação de problemas. A avaliação deve ser utilizada como ferramenta de busca de soluções e superações de obstáculos que alunos possam estar enfrentando. A avaliação deve ser vista como um instrumento facilitador da construção do conhecimento, sendo, assim, uma avaliação formativa, ao invés de somativa. 
2) Quais as relações entre verificação e avaliação do rendimento escolar?
A verificação da aprendizagem é o processo de aplicação, correção e atribuição de notas que se referem aos trabalhos dos alunos alunos ao longo do semestre. A avaliação de rendimento escolar, no entanto, refere-se à nota final, percentual de faltas que definirá a aprovação ou reprovação do mesmo, ou seja, é atribuição de notas. É importante, entretanto, que o professor use ambas as abordagens no momento de avaliar um aluno, de modo que possa verificar a aprendizagem, e não mera memorização, e possa auxiliar alunos com dificuldade através de uma nova abordagem.
3) (4*) Como deve ser efetivada, na prática, a avaliação diagnóstica?
A avaliação diagnóstica deve ser utilizada no início de um trimestre ou semestre, uma unidade ou novo assunto, pois sua função é diagnosticar e verificar conhecimentos que os alunos possuem acerca de uma temática que o professor pretende abordar, verificar pré-requisitos e conhecimentos prévios, além de particularidades dos alunos. 
4) (8*) Após o estudo do texto sobre avaliação escolar, como deve ser encarada a recuperação dos alunos?
A recuperação deve ser encarada como uma etapa essencial para uma educação democrática. Isto é, a falta do sucesso escolar não pode levar à uma prática exclusória, que gera efeito retroativo negativo. A recuperação, por outro lado, pode ser uma ferramenta de ação docente que vise práticas educativas que considerem as individualidades dos alunos. 
5. Elabore um texto dissertativo com um dos temas propostos na pág. 219.
	
Avaliação e democratização do ensino
A educação é um pilar essencial para o desenvolvimento pleno de uma sociedade e para o combate de desigualdades sociais. Perante a modernização das sociedades, surge a demanda para um sistema estatal de ensino, livre e aberto à toda população. Um marco destes ideais no Brasil foi a publicação do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova em 1923. O movimento defendia a universalização da escola pública, laica e gratuita. Tais ideais ecoaram desde então, sendo contemplados em documentos importantes, como na Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948), Constituição Brasileira (1988) e no Estatuto da Criança e do Adolescente (1990).
	Tais princípios, aqui, são entendidos como a democratização do ensino. Ou seja, a garantia de acesso à uma educação formal independente de fatores socioeconômicos, políticos e religiosos. É papel da escola, desenvolver, em todos pupilos, uma base comum de conhecimentos e habilidades. Cabe ao Estado garantir o acesso e a permanência no âmbito escolar, proporcionando um ensino de qualidade e levando em consideração as particularidades de seus alunos. 
	Em contrapartida, práticas avaliativas tradicionais baseiam-se na contabilização de “erros e acertos” dos alunos, classificando-os como meros alunos “bons” ou “ruins”. Por consequência, os alunos “bons” consideram que tenham aprendido algo por terem sido capazes de memorizar conteúdos específicos e de forma acrítica. Por outro lado, os alunos “ruins” são levados a acreditar que são simplesmente incapazes - e pouco é feito, além da reprovação, para remediar isto. Desta forma, a avaliação acaba por ter um caráter exclusivo, reforçando uma hierarquia social. Para ilustrar, segundo o censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2018, 52,6% dos brasileiros até 25 anos não concluíram o ensino médio. A maior parte, 33,1%, não terminou nem o ensino fundamental. Ou seja - um sistema de avaliação que não considera as especificidades de seus alunos barra uma grande parcela de população à inclusão social através da democratização do conhecimento.
	Idealmente, o processo avaliativo não deve ser um fim - servindo como uma ferramenta intimidadora para uns e prêmios para o outro - mas como um meio. A avaliação é um ferramenta para a superação de dificuldades e age como um catalisador para o progresso da aprendizagem. Uma avaliação inclusiva prevê momentos de repensar conceitos, selecionar ideias, e criar estratégias para a ação social que considera o contexto a as operações mentais do sujeitos. A avaliação da aprendizagem deve ser comprometida com o bom êxito do aluno, com seu conhecimento informal, seu desenvolvimento cognitivo e muitos outros aspectos além dos objetivos da escola. 
	Em conclusão, é necessário esforço para romper com as práticas exclusórias já fossilizadas no sistemas de ensino. Faz-se de extrema importância, uma avaliação formativa e investigativa. Para tal, destaco a importância de formação continuada de professores e políticas públicas que contemplem tais questões. Embora o acesso à escolarização seja garantido, o processo de ensino-aprendizagem deve ser revisto com o objetivo de promover práticas mais inclusivas e emancipatórias, garantido assim, a real democratização de ensino.

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