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O Estado no Direito Internacional Adriel Rodrigues Franco, Laís Meira Ruivo, Pedro Lucas Godoi Direito Internacional Público A construção da soberania como fator importante para a afirmação do Estado como sujeito de direito internacional. Fio condutor Estrutura: texto corrido seguido de três itens, em um só bloco de texto. O Tratado de Tordesilhas Zonas de influência das terras achadas e a serem achadas Navegação dos Mares Paz entre os Reinos de Portugal e Espanha Determinações: Contexto Histórico Reconquista: expulsão árabe Centralização: unidade e integridade Grandes navegações do séc. XV: a rivalidade pelo Atlântico e o apoio papal à Portugal Tratado de Alcaçovas: a divisão dos hemisférios e o precedente da soberania régia O Tratado de Tordesilhas - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Bula Inter Coetera (1493): direito exclusivo de navegação e posse D. João alega infração de Alcaçovas: impossibilita navegação no mar previamente concedido a Portugal Negociação direta: Portugal: evita tensões com o Papa e sua tendência a Espanha por suas dívidas Espanha: garante a paz em período de instabilidade de suas fronteiras A ameaça da expansão otomana Contexto Histórico O Tratado de Tordesilhas A volta de Colombo “EM NOME DE DEUS TODO-PODEROSO, Padre, Filho e Espíríto Santo, três pessoas realmente distintas e apartadas e uma só essência divina.” Preâmbulo O Tratado de Tordesilhas Conotação católica Marcas da transição para legitimação legal e consensual “Manifesto e notório seja a todos quantos este público instrumento virem, como na vila de Tordesilhas,[...] mui altos e mui poderosos príncipes os senhores D. Fernando e D. Isabel, per graça de Deus rei e rainha de Castela, de Leão, de Aragão, de Sicília, de Granada, etc., e [..] mui alto e mui excelente senhor o senhor D. João, pela graça de Deus rei de Portugal e dos Algarves daquém e dalém-mar em África e senhor de Guiné[...].” “E assim vos damos o dito poder pera em nosso nome, e de nossos herdeiros e sucessores, e de todos nossos reinos e senhorios, súbditos e naturais deles, possais com os ditos rei e rainha, ou com seus procuradores, concordar, assentar, e receber, e aceitar […]” Preâmbulo O Tratado de Tordesilhas Soberania Régia: o Estado não é soberano por si só A persistência no tempo “A nós praz polo grande amor e amizade que antre nós todos há; e por se buscar, procurar e conservar maior paz e mais firme concórdia e assossego; que o mar em que as ditas ilhas estão e foram achadas se parta e demarque antre nós todos em alguma boa, certa e limitada maneira.” Objetivo primordial do tratado: a paz “Porquanto pera irem os navios dos ditos senhores rei e rainha de Castela, de Leão, de Aragão, etc., desde seus reinos e senhorios à dita sua parte além da dita raia na maneira que dito é, é forçado que hajam de passar pelos mares desta parte da raia que ficam pera o senhor rei de Portugal. Porém é concordado e assentado que os ditos navios dos ditos senhores rei e rainha de Castela e de Leão e de Aragão, etc., possam ir e vir, e vão e venham livre, segura e pacificamente sem contradição alguma pelos ditos mares que fícam com o dito senhor rei de Portugal dentro da dita raia, em todo tempo e cada e quando suas altezas e seus sucessores quiserem e per bem tiverem.” Item final: terceiro item O Tratado de Tordesilhas Três pontos de destaque: Navegação dos mares Mare clausum Soberania, inclusive para determinar a quem cede o direito de cruzar “[...] tanto que não tomem nem ocupem, antes de passar a dita raia, cousa alguma do que for achado polo dito senhor rei de Portugal em a dita sua parte. E se alguma cousa acharem os ditos seus navios ante de passar a dita raia como dito é, que aquilo seja pera o dito senhor rei de Portugal, e suas altezas lho hajam logo de mandar dar e entregar” Item final: terceiro item O Tratado de Tordesilhas Posse das terras Aprovação Papal “Antes per esta presente capitulação suplicam no dito nome ao nosso mui Santo Padre, que à sua santidade praza confirmar e aprovar esta dita capitulação segundo em ela se contém [...]” Reforçado ainda com o compromisso de não recorrer em apelação ao Papa Conclusões O Tratado de Tordesilhas A transição da autoridade papal para a soberania régia é evidente, indicando autonomia para a coroa na definição de seus territórios e controle. O tratado serve como um marco para essa transição, representando a capacidade do Estado de definir e controlar suas próprias fronteiras. A tradição de negociações diretas entre os dois países é sustentada, tanto precedendo o Tratado de Tordesilhas quanto sendo sucedida por outros acordos semelhantes. Nem todos os países europeus se sentiram necessariamente vinculados ao tratado, resultando em contestações. Tratado de Vestfália Emancipação do Estado como sujeito de direito internacional O mito de Vestfália Tratados de Münster e Osnabrück - fim da Guerra dos Trinta Anos Visão tradicional de Vestfália como o nascimento do sistema internacional nos moldes atuais Contextualização Durante a Idade Média, vigorava na Europa a ideia de universalidade. Tal ideia se baseava na concepção de que, do mesmo modo como no céu havia um só Deus, também sobre a Terra deveria haver um só rei cuidando do bem-estar do povo cristão, e uma só Igreja incumbida da salvação espiritual desse mesmo povo. O candidato mais provável para concretizar esse ideal era o Sacro Império Romano-Germânico característica dual/fragmentada do poder régio rivalidades entre o imperador e o papa rejeição à autoridade do imperador por outras monarquias Entraves: Contextualização divisão da cristandade enfraquecimento da adesão ao universalismo medieval enfraquecimento da autoridade papal torna ambiente mais favorável para os Habsburgo Reforma Protestante adesão ao pelos príncipes do Império surgimento de novos princípios em substituição aos antigos ação da França do Cardeal de Richelieu Desafios aos Habsburgo O Tratado Características gerais O Tratado de Vestfália representa a emancipação do Estado como sujeito de direito internacional. Ainda assim, é fortemente influenciado pela religião. Possui caráter abrangente. TRATADO DE PAZ ENTRE O SACRO IMPERADOR ROMANO E O REI DA FRANÇA E SEUS RESPECTIVOS ALIADOS O Tratado TRATADO DE PAZ ENTRE O SACRO IMPERADOR ROMANO E O REI DA FRANÇA E SEUS RESPECTIVOS ALIADOS Influência religiosa Preâmbulo “Em nome da mais sagrada e individual Trindade” “Após ter implorado a Divina Assistência [...], para a Glória de Deus e o Benefício do Mundo Cristão, os seguintes artigos foram acordados e consentidos, e funcionam desta maneira." Artigo I “Deve haver uma Paz Universal e Cristã, e uma perpétua, verdadeira e sincera Amizade entre Sua Sagrada Majestade Imperial e Sua Cristianíssima Majestade [...]” O Tratado TRATADO DE PAZ ENTRE O SACRO IMPERADOR ROMANO E O REI DA FRANÇA E SEUS RESPECTIVOS ALIADOS Solução Pacífica de Controvérsias Artigo V “A controvérsia tocante à Lorena será referendada a árbitros nomeados por ambas as partes, ou será encerrada por um Tratado entre a França e a Espanha, ou por algum outro meio amigável; e será livre também para o Imperador, bem como para Eleitores, Príncipes e Estados do Império, ajudar e fazer avançar este acordo por uma interposição amigável, e outros ofícios de pacificação, sem usar a força das armas” O Tratado TRATADO DE PAZ ENTRE O SACRO IMPERADOR ROMANO E O REI DA FRANÇA E SEUS RESPECTIVOS ALIADOS Liberdade religiosa Artigo XXVIII "Que aqueles da Confissão de Augsburg, e particularmente os habitantes de Oppenheim, serão colocados novamente na posse de suas igrejas e propriedades eclesiásticas, como eram no ano de 1624. como também todos os outros da referida Confissão de Augsburg, que assim o exigirem, terão o livre Exercício da sua Religião, tanto nas Igrejas públicas nas Horas fixadas, como nas privadas nas suas próprias Casas, ou em outras escolhidas parao efeito pelos seus Ministros, ou pelos dos seus Vizinhos, pregando a palavra de Deus." O Tratado TRATADO DE PAZ ENTRE O SACRO IMPERADOR ROMANO E O REI DA FRANÇA E SEUS RESPECTIVOS ALIADOS Não intervenção Artigo IV "Que o Círculo da Borgonha será e continuará sendo um Membro do Império, depois que as disputas entre a França e a Espanha (compreendidas neste Tratado) forem encerradas. Que, no entanto, nem o Imperador, nem qualquer um dos Estados do Império, deve se intrometer nas guerras que estão acontecendo entre eles. Que se para o futuro surgir qualquer disputa entre esses dois reinos, a obrigação recíproca acima de não ajudar os inimigos uns dos outros sempre permanecerá firme entre o império e o reino da França, mas ainda de forma que seja livre para os estados socorrer; sem os limites do Império, tais ou tais Reinos, mas ainda de acordo com as Constituições do Império." O Tratado TRATADO DE PAZ ENTRE O SACRO IMPERADOR ROMANO E O REI DA FRANÇA E SEUS RESPECTIVOS ALIADOS Outros pontos enfraquecimento do Império, ora concedendo autonomia a muitos de seus vassalos, ora impondo-lhe concessões territoriais a outras monarquias exaustiva enumeração de reparações de guerra tanto aos monarcas quanto às igrejas, senhores feudais e outros particulares atingidos pelo conflito artigo 118 estipula a limitação dos exércitos ao montante estritamente necessário para a defesa do próprio território Conclusões Tratado de Münster A transição da autoridade papal para a soberania régia se torna ainda mais palpável, com os Estados delegando a si mesmos a prerrogativa de contratarem em benefício próprio. Elementos do sistema internacional contemporâneos podem ser observados, como a busca por solução pacífica de controvérsias, o respeito à integridade territorial e a não intervenção em assuntos domésticos Ainda assim, o sistema tal como o conhecemos hoje não está plenamente constituído em 1648; ao contrário, seu completo estabelecimento é um processo não linear que vai se desenrolar ao longo dos séculos seguintes Tratado de paz e aliança entre Brasil e Portugal Reconhecimento da independência e soberania do Brasil Estrutura Preâmbulo 11 artigos Assinaturas Termos da cessação da soberania portuguesa sobre o território brasileiro Contexto histórico VINDA DA CORTE PARA O BRASIL ALIANÇA E AMIZADE BRASIL E INGLATERRA REINO UNIDO DE PORTUGAL, BRASIL E ALGARVES REVOLUÇÃO DO PORTO 1808 1810 1815 1820 TRATADO DE PAZ BRASIL E PORTUGAL 1825 Contexto histórico “[...] não eram indivíduos isolados que fugiam às pressas, e sim a sede do Estado português que mudava de endereço, com seu aparelho administrativo e burocrático, seu tesouro, suas repartições, secretarias, tribunais, arquivos e funcionários” - Schwarcz, Starling, 2015 "Enquanto para aqueles brilhava ainda a ideia de império, para estes acenava o ideal de independência de forma cada vez mais consistente" - Castro, 2006 Partes do tratado Brasil Portugal Inglaterra reconhecimento da soberania mediadora; relações comerciais proteção da soberania “Sua Majestade Fidelíssima [...] reconheceu o Brasil na categoria de Império independente e separado dos Reinos de Portugal e Algarves, e a seu sobre todos muito amado e prezado filho D. Pedro por Imperador, cedendo e transferindo de sua livre soberania do dito Império ao mesmo seu filho, e a seus legítimos sucessores” Preâmbulo Afirmação da soberania concentrada em D. Pedro "de sua livre vontade" Dinastia de Bragança dos dois lados do Atlântico Carta do Conde de Subserra ao Imperador do Brasil (26.4.1826) Artigos Recusa da possível união de outras colônias Mais perfeita amizade, esquecimento das desavenças passadas Proteção e restituição de propriedade por ambos os soberanos Art. 3.º – Sua Magestade Imperial promete não aceitar preposições de quaisquer colónias portuguesas para se reunirem ao império do Brasil Comissão com autoridades de ambos os Estados para atender reclamações públicas e realizar indenizações Parte final AGRADECEMOS A ATENÇÃO.
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