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Apresentação - Seminário A (21 08 2023)

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O Estado no Direito
Internacional
Adriel Rodrigues Franco, Laís Meira Ruivo, Pedro Lucas Godoi
Direito Internacional Público
A construção da soberania como fator importante
para a afirmação do Estado como sujeito de direito
internacional.
Fio condutor
Estrutura: texto corrido seguido de três itens, em
um só bloco de texto.
O Tratado de Tordesilhas
Zonas de influência das terras achadas e a
serem achadas
Navegação dos Mares
Paz entre os Reinos de Portugal e Espanha
Determinações: 
Contexto Histórico
Reconquista: expulsão árabe
Centralização: unidade e integridade
Grandes navegações do séc. XV: a rivalidade pelo
Atlântico e o apoio papal à Portugal
Tratado de Alcaçovas: a divisão dos hemisférios e o
precedente da soberania régia
O Tratado de Tordesilhas
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Bula Inter Coetera (1493): direito exclusivo de navegação e posse 
D. João alega infração de Alcaçovas: impossibilita navegação no
mar previamente concedido a Portugal
Negociação direta:
Portugal: evita tensões com o Papa e sua tendência a Espanha
por suas dívidas
Espanha: garante a paz em período de instabilidade de suas
fronteiras
A ameaça da expansão otomana
Contexto Histórico
O Tratado de Tordesilhas
A volta de Colombo
“EM NOME DE DEUS TODO-PODEROSO, Padre, Filho e Espíríto Santo, três pessoas
realmente distintas e apartadas e uma só essência divina.”
Preâmbulo
O Tratado de Tordesilhas
Conotação católica 
Marcas da transição para legitimação legal e consensual
“Manifesto e notório seja a todos quantos este público instrumento virem, como na vila de
Tordesilhas,[...] mui altos e mui poderosos príncipes os senhores D. Fernando e D. Isabel, per
graça de Deus rei e rainha de Castela, de Leão, de Aragão, de Sicília, de Granada, etc., e [..] mui
alto e mui excelente senhor o senhor D. João, pela graça de Deus rei de Portugal e dos Algarves
daquém e dalém-mar em África e senhor de Guiné[...].”
“E assim vos damos o dito poder pera em nosso nome, e de nossos herdeiros e sucessores, e de
todos nossos reinos e senhorios, súbditos e naturais deles, possais com os ditos rei e rainha, ou
com seus procuradores, concordar, assentar, e receber, e aceitar […]”
Preâmbulo
O Tratado de Tordesilhas
Soberania Régia: o Estado não é soberano por si só
A persistência no tempo
“A nós praz polo grande amor e amizade que antre nós todos há; e por se buscar, procurar e
conservar maior paz e mais firme concórdia e assossego; que o mar em que as ditas ilhas estão e
foram achadas se parta e demarque antre nós todos em alguma boa, certa e limitada maneira.”
Objetivo primordial do tratado: a paz
“Porquanto pera irem os navios dos ditos senhores rei e rainha de Castela, de Leão, de Aragão,
etc., desde seus reinos e senhorios à dita sua parte além da dita raia na maneira que dito é, é
forçado que hajam de passar pelos mares desta parte da raia que ficam pera o senhor rei de
Portugal. Porém é concordado e assentado que os ditos navios dos ditos senhores rei e rainha de
Castela e de Leão e de Aragão, etc., possam ir e vir, e vão e venham livre, segura e pacificamente
sem contradição alguma pelos ditos mares que fícam com o dito senhor rei de Portugal dentro
da dita raia, em todo tempo e cada e quando suas altezas e seus sucessores quiserem e per bem
tiverem.”
Item final: terceiro item
O Tratado de Tordesilhas
Três pontos de destaque:
Navegação dos mares
Mare clausum
Soberania, inclusive para determinar a quem cede o direito de cruzar
“[...] tanto que não tomem nem ocupem, antes de passar a dita raia, cousa alguma do que for
achado polo dito senhor rei de Portugal em a dita sua parte. E se alguma cousa acharem os ditos
seus navios ante de passar a dita raia como dito é, que aquilo seja pera o dito senhor rei de
Portugal, e suas altezas lho hajam logo de mandar dar e entregar”
Item final: terceiro item
O Tratado de Tordesilhas
Posse das terras
Aprovação Papal
 “Antes per esta presente capitulação suplicam no dito nome ao nosso mui Santo Padre, que à
sua santidade praza confirmar e aprovar esta dita capitulação segundo em ela se contém [...]”
Reforçado ainda com o compromisso de não recorrer em apelação ao Papa
Conclusões
O Tratado de Tordesilhas
A transição da autoridade papal para a soberania régia é evidente, indicando autonomia
para a coroa na definição de seus territórios e controle. O tratado serve como um marco
para essa transição, representando a capacidade do Estado de definir e controlar suas
próprias fronteiras.
A tradição de negociações diretas entre os dois países é sustentada, tanto precedendo o
Tratado de Tordesilhas quanto sendo sucedida por outros acordos semelhantes.
Nem todos os países europeus se sentiram necessariamente vinculados ao tratado,
resultando em contestações.
Tratado de
Vestfália
Emancipação do Estado como
sujeito de direito internacional
O mito de
Vestfália
Tratados de Münster e Osnabrück - fim da
Guerra dos Trinta Anos
Visão tradicional de Vestfália como o
nascimento do sistema internacional nos
moldes atuais
Contextualização
Durante a Idade Média, vigorava na Europa a ideia de
universalidade. Tal ideia se baseava na concepção de que, do
mesmo modo como no céu havia um só Deus, também sobre a
Terra deveria haver um só rei cuidando do bem-estar do povo
cristão, e uma só Igreja incumbida da salvação espiritual desse
mesmo povo. O candidato mais provável para concretizar esse
ideal era o Sacro Império Romano-Germânico
característica dual/fragmentada do poder régio
rivalidades entre o imperador e o papa
rejeição à autoridade do imperador por outras monarquias
Entraves:
Contextualização
divisão da cristandade
enfraquecimento da adesão ao universalismo medieval
enfraquecimento da autoridade papal torna ambiente mais
favorável para os Habsburgo
Reforma Protestante
adesão ao pelos príncipes do Império
surgimento de novos princípios em substituição aos antigos
ação da França do Cardeal de Richelieu
Desafios aos Habsburgo
O Tratado
Características gerais
O Tratado de Vestfália representa a
emancipação do Estado como sujeito de
direito internacional.
Ainda assim, é fortemente influenciado pela
religião.
Possui caráter abrangente.
TRATADO DE PAZ ENTRE O SACRO
IMPERADOR ROMANO E O REI DA
FRANÇA E SEUS RESPECTIVOS ALIADOS
O Tratado
TRATADO DE PAZ ENTRE O SACRO IMPERADOR ROMANO E O REI DA FRANÇA E SEUS
RESPECTIVOS ALIADOS
Influência religiosa
Preâmbulo
“Em nome da mais sagrada e individual Trindade”
“Após ter implorado a Divina Assistência [...], para a
Glória de Deus e o Benefício do Mundo Cristão, os
seguintes artigos foram acordados e consentidos,
e funcionam desta maneira."
Artigo I
“Deve haver uma Paz Universal e Cristã, e uma
perpétua, verdadeira e sincera Amizade entre Sua
Sagrada Majestade Imperial e Sua Cristianíssima
Majestade [...]”
O Tratado
TRATADO DE PAZ ENTRE O SACRO IMPERADOR ROMANO E O REI DA FRANÇA E SEUS
RESPECTIVOS ALIADOS
Solução Pacífica de
Controvérsias
Artigo V
“A controvérsia tocante à Lorena será referendada a árbitros nomeados por ambas as partes,
ou será encerrada por um Tratado entre a França e a Espanha, ou por algum outro meio
amigável; e será livre também para o Imperador, bem como para Eleitores, Príncipes e
Estados do Império, ajudar e fazer avançar este acordo por uma interposição amigável, e
outros ofícios de pacificação, sem usar a força das armas”
O Tratado
TRATADO DE PAZ ENTRE O SACRO IMPERADOR ROMANO E O REI DA FRANÇA E SEUS
RESPECTIVOS ALIADOS
Liberdade religiosa
Artigo XXVIII
"Que aqueles da Confissão de Augsburg, e particularmente os habitantes de Oppenheim,
serão colocados novamente na posse de suas igrejas e propriedades eclesiásticas, como
eram no ano de 1624. como também todos os outros da referida Confissão de Augsburg, que
assim o exigirem, terão o livre Exercício da sua Religião, tanto nas Igrejas públicas nas Horas
fixadas, como nas privadas nas suas próprias Casas, ou em outras escolhidas parao efeito
pelos seus Ministros, ou pelos dos seus Vizinhos, pregando a palavra de Deus."
O Tratado
TRATADO DE PAZ ENTRE O SACRO IMPERADOR ROMANO E O REI DA FRANÇA E SEUS
RESPECTIVOS ALIADOS
Não intervenção
Artigo IV
"Que o Círculo da Borgonha será e continuará sendo um Membro do Império, depois que as
disputas entre a França e a Espanha (compreendidas neste Tratado) forem encerradas. Que,
no entanto, nem o Imperador, nem qualquer um dos Estados do Império, deve se intrometer
nas guerras que estão acontecendo entre eles. Que se para o futuro surgir qualquer disputa
entre esses dois reinos, a obrigação recíproca acima de não ajudar os inimigos uns dos
outros sempre permanecerá firme entre o império e o reino da França, mas ainda de forma
que seja livre para os estados socorrer; sem os limites do Império, tais ou tais Reinos, mas
ainda de acordo com as Constituições do Império."
O Tratado
TRATADO DE PAZ ENTRE O SACRO IMPERADOR ROMANO E O REI DA FRANÇA E SEUS
RESPECTIVOS ALIADOS
Outros pontos
enfraquecimento do Império, ora concedendo autonomia a muitos de seus vassalos, ora
impondo-lhe concessões territoriais a outras monarquias
exaustiva enumeração de reparações de guerra tanto aos monarcas quanto às igrejas,
senhores feudais e outros particulares atingidos pelo conflito
artigo 118 estipula a limitação dos exércitos ao montante estritamente necessário para a
defesa do próprio território
Conclusões
Tratado de Münster
A transição da autoridade papal para a soberania régia se torna ainda mais palpável, com
os Estados delegando a si mesmos a prerrogativa de contratarem em benefício próprio.
Elementos do sistema internacional contemporâneos podem ser observados, como a busca
por solução pacífica de controvérsias, o respeito à integridade territorial e a não intervenção
em assuntos domésticos
Ainda assim, o sistema tal como o conhecemos hoje não está plenamente constituído em
1648; ao contrário, seu completo estabelecimento é um processo não linear que vai se
desenrolar ao longo dos séculos seguintes
Tratado de
paz e aliança
entre Brasil e
Portugal
Reconhecimento da independência
e soberania do Brasil
Estrutura
Preâmbulo
11 artigos
Assinaturas 
Termos da cessação da soberania
portuguesa sobre o território brasileiro
Contexto histórico
VINDA DA CORTE
PARA O BRASIL
ALIANÇA E
AMIZADE BRASIL E
INGLATERRA
REINO UNIDO DE
PORTUGAL, BRASIL E
ALGARVES
REVOLUÇÃO DO
PORTO
1808
1810
1815
1820
TRATADO DE
PAZ BRASIL E
PORTUGAL
1825
Contexto histórico
“[...] não eram indivíduos isolados que fugiam às pressas, e sim a sede do Estado português que
mudava de endereço, com seu aparelho administrativo e burocrático, seu tesouro, suas
repartições, secretarias, tribunais, arquivos e funcionários” - Schwarcz, Starling, 2015
"Enquanto para aqueles brilhava ainda a
ideia de império, para estes acenava o
ideal de independência de forma cada vez
mais consistente" - Castro, 2006
Partes do tratado
Brasil Portugal
Inglaterra
reconhecimento da
soberania 
mediadora;
 relações comerciais
proteção da
soberania 
“Sua Majestade Fidelíssima [...] reconheceu o Brasil na categoria de Império
independente e separado dos Reinos de Portugal e Algarves, e a seu sobre todos muito
amado e prezado filho D. Pedro por Imperador, cedendo e transferindo de sua livre
soberania do dito Império ao mesmo seu filho, e a seus legítimos sucessores”
Preâmbulo
Afirmação da soberania concentrada em D. Pedro
"de sua livre vontade"
 Dinastia de Bragança dos dois lados do Atlântico
 Carta do Conde de Subserra ao Imperador do Brasil (26.4.1826)
Artigos
Recusa da possível união de outras colônias
Mais perfeita amizade, esquecimento das desavenças passadas
Proteção e restituição de propriedade por ambos os soberanos
 Art. 3.º – Sua Magestade Imperial promete não aceitar preposições de quaisquer
colónias portuguesas para se reunirem ao império do Brasil
 Comissão com autoridades de ambos os Estados para atender reclamações públicas
e realizar indenizações
Parte final
AGRADECEMOS A
ATENÇÃO.

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