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Aula 3 - LPF Estudos das bases fisiopatológicas e bioquímicas dos processos saúde-doença - Parâmetros Clínicos e Uso Racional de Exames Laboratoriais. Data: 22/08/2022 Objetivos 1. Identificar as principais tendências em Medicina Laboratorial. 2. Reconhecer oportunidades para utilização de exames clínicos laboratoriais na prática médica. 3. Compreender os principais termos técnicos relacionados a exames clínicos laboratoriais. 4. Aplicar a utilização racional de exames para apoio diagnóstico. TESTES LABORATORIAIS Problemática =aumento exagerado na solicitação de exames laboratoriais, que são pedidos,sem uma justificativa razoável, muitas vezes pela falta de tempo e técnica do médico para realizar uma boa anamnese e um exame físico adequado de seus pacientes. ● exames transformam-se em um meio para o médico formular em vez de verificar suas hipóteses diagnósticas. ● É relativamente comum, após uma investigação exaustiva, serem encontrados exames com ● resultados normais, atribuindo-se os sintomas, nesses casos, a uma causa mental ou psicossomática. INDICAÇÕES DE EXAMES LABORATORIAIS Para gerar informação útil, um teste laboratorial precisa ser solicitado com um objetivo clínico específico : ● Diagnóstico = A ideia é testar as hipóteses e as questões específicas levantadas após a anamnese e o exame físico. O exame ajuda a detectar, a confirmar, a documentar ou a excluir uma determinada doença. ● Monitorização = A intenção é medir a progressão ou regressão de uma doença, a resposta ao tratamento ou os níveis de um fármaco no organismo. ● Prognóstico = Definido pela presença de determinado marcador ou pelo seu maior ou menor grau de anormalidade. ● Rastreamento = A utilização dos exames como medida de diagnóstico precoce ou preventivo é cada vez mais frequente e deverá ser ainda mais importante com os testes com base em ácidos nucleicos (biologia molecular, medicina genômica). Tendo em vista o risco elevado de resultados falso-positivos (devido à baixa probabilidade pré-teste), o potencial impacto emocional (diagnóstico precoce de doença sem tratamento efetivo) e o uso inadequado dessa informação por empresas de seguro, a solicitação de exames para rastreamento é um tópico complexo, com múltiplos aspectos éticos que vêm sendo bastante discutidos. ● Definição de condições basais para futuras comparações (após período de tempo ou intervenção terapêutica). ● Tranquilização do paciente = Até o momento, não há comprovação de que ocorra um efeito favorável nesse sentido. Deve-se pesar o risco do aumento da ansiedade diante de um resultado falso-positivo. ● Solicitação do paciente = Atualmente, o paciente tem à sua disposição uma quantidade enorme de informações científicas. Já é possível, em várias situações, o próprio paciente solicitar muitos dos seus exames e, com eles em mãos, consultar o seu médico. Este deverá analisar tais exames e definir o diagnóstico e o tratamento mais adequados, ou solicitar novos exames com essa finalidade, pois cabe ao médico a decisão final. O princípio ético de autonomia confere ao paciente o direito de requerer um exame ou uma terapia, mas esse direito deve ser considerado pelo médico diante de outros princípios éticos, como o da beneficência e não maleficência. SEQUÊNCIA DE SOLICITAÇÃO DE EXAMES Analisar ● Situação clínica (urgência) ● Custo ● Complexidade ● Risco A ordem mais comumente seguida é a seguinte: 1) Do menor para o de maior custo; 2) Do menor para o de maior risco; 3) Do mais simples para o mais complexo. MEDICINA LABORATORIAL BASEADA EM EVIDÊNCIAS E EFETIVIDADE CLÍNICA. ● Desempenho técnico ● Desempeno diagnóstico ● Benefício clínico ● Benéfico econômico FONTES DE VARIABILIDADE DE RESULTADOS A interpretação correta da informação é a etapa final e mais crítica de uma série de eventos complexos que pode ser conhecida como o “ciclo do exame”. Além do conhecimento sobre a interpretação de cada exame, reconhecer as etapas mais críticas do ciclo do exame e averiguar o que os laboratórios têm feito para diminuir a variabilidade desses diversos processos permitem uma correta avaliação da qualidade da informação obtida. ● Variabilidade pré analítica - preparo inadequado do paciente - coleta e manipulação da amostra, que são responsabilidades diretas dos laboratórios (ex: troca de amostras ) ● Variabilidade analítica - método analítico - Reagentes, equipamentos , procedimentos - Realização do exame ● Variabilidade pós analítica - “erros de digitação” - Ocorre entre o término do método analítico e a assimilação do resultado pelo clínico ERROS LABORATORIAIS ● Uma revisão recente encontrou considerável concordância na atribuição da maior parte dos erros na fase pré-analítica, sendo a troca de amostras um dos erros mais comuns que ocorrem na coleta. A possibilidade de um resultado equivocado deve ser levantada quando: • O resultado é estapafúrdio, não fisiológico ou impossível; • O resultado é inconsistente com resultados prévios do mesmo paciente ou incompatível com os resultados de outros testes realizados na mesma amostra; • O resultado difere do que é esperado pelos achados clínicos. Neste caso, A consideração da possibilidade de erro laboratorial é razoável, mas a reavaliação da impressão clínica é igualmente necessária, ou até mesmo a verificação se o resultado realmente é incompatível com a impressão. TRANSFORMAÇÕES NOS LABORATÓRIOS DE ANÁLISES CLÍNICAS Existem duas verdadeiras revoluções em andamento no laboratório clínico: 1) a necessidade de organizar, inovar e implementar novas tecnologias para tornar o processo de realização de testes laboratoriais menos dispendioso para o sistema de saúde, independentemente do aumento no número e na sofisticação desses testes; 2) Diz respeito ao desenvolvimento de maneiras de introduzir, na prática clínica, pelo menos parte da informação obtida a partir dos testes de biologia molecular, cuja tendência é de crescimento exponencial. ● revolução dos biochips (Eles serão a matriz da realização de dezenas, centenas e até milhares de testes/tipagens ao mesmo tempo em uma amostra, permitindo a detecção de maneira rápida e com baixo custo de uma ampla gama de doenças genéticas e da suscetibilidade a vários tipos de doenças, como câncer e doenças autoimunes) ● O uso de biomarcadores, principalmente moleculares, para orientar abordagens preventivas e terapêuticas específicas (medicina personalizada) ● A farmacogenética − ciência que procura definir determinantes genéticos para os efeitos terapêuticos e adversos dos fármacos ( avanços na área de oncologia) ATENÇÃO = Apesar do grande entusiasmo pelas tecnologias, essa informação ainda não seria suficiente para o entendimento completo da fisiologia e da fisiopatologia humana. Para atingir o nível mais global de compreensão, a Academia Nacional de Ciência dos Estados Unidos propôs a iniciativa conhecida como precision medicine, que seria o desenvolvimento de plataformas de integração de diversas redes de conhecimento de pesquisa biomédica, prática clínica, estudos sociais e comportamentais.
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