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Poder Executivo Professor Associado José Levi Mello do Amaral Jr. Exposição geral “O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República, auxiliado pelos Ministros de Estado.” (Constituição, art. 76). Mandato de quatro anos, admitida uma reeleição subsequente. Elege-se em chapa com o Vice-Presidente. Três Chefias: Estado, Governo e Administração. Remoção apenas por meio de impeachment. Três Clássicos “Todos os Estados, todos os domínios que tiveram e que têm império sobre os homens, foram e são repúblicas ou principados.” “administra a segurança e o interesse público externos” e “executa as leis domésticas da sociedade dentro dela própria” “poder executivo das coisas que dependem do direito das gentes” Reeleição presidencial nos EUA O Artigo Federalista n. 72: reeleições indefinidas? O “costume” de uma única reeleição: “Com um par de dois mandatos como precedentes (e presidentes) agora nos livros de história, os sucessores imediatos de Jefferson, Madison e Monroe, cada um seguiu o exemplo declinando de servir por mais de oito anos. Assim nasceu uma tradição.” (Akhil Reed Amar) A presidência FDR e depois: 1947 e 1951 (XXII Emenda) A compreensão de Alexis de Tocqueville Reeleição presidencial no Brasil Tradição da República: não reeleição Porém: a experiência gaúcha (3/4 dos votos...) Júlio de Castilhos e Borges de Medeiros A campanha de 1922: Assis Brasil e os termos da Paz de Pedras Altas Borges de Medeiros e Getúlio Vargas Emenda Constitucional n. 16, de 1997 Impeachment: origem inglesa Origem: Séc. XIII ou Séc. XIV “o derradeiro impeachment terminou em 1805, com a absolvição de Lord Melville” “na Inglaterra, o impeachment atinge a um tempo a autoridade e castiga o homem” pois “a Câmara dos Lordes julga a acusação dos Comuns com jurisdição plena, impondo livremente toda a sorte de penas, até a pena capital” Natureza: primeiro criminal, depois político-criminal Impeachment: Montesquieu “Poderia ainda ocorrer que algum cidadão, nos negócios públicos, violasse os direitos do povo, cometendo crimes que os magistrados estabelecidos não saberiam ou não poderiam punir. Porém, em geral, o poder legislativo não pode julgar e o pode ainda menos neste caso específico, em que representa a parte interessada que é o povo. Assim, o poder legislativo só pode ser acusador. Mas diante de que ele acusaria? Rebaixar-se-ia diante dos tribunais da lei que lhe são inferiores e compostos, além disso, de pessoas que, sendo povo como ele, seriam impressionadas pela autoridade de tão poderoso acusador? Não; para conservar a dignidade do povo e a segurança do indivíduo, é mister que a parte legislativa do povo faça suas acusações diante da parte legislativa dos nobres, a qual não possui nem os mesmos interesses que ele, nem as mesmas paixões.” Impeachment nos EUA Casa de representação popular, “atuando como um grande júri especial” e Senado julga o réu. No caso do impeachment presidencial, o Senado é presidido pelo Chief Justice por duas razões: sinalizar a especial gravidade do impeachment; evitar o conflito de interesses que poderia decorrer de um julgamento conduzido pelo Presidente do Senado. Impeachment no Brasil “não nasceu com a República” Na passagem do I para o II Império, reproduziu-se, “de certa forma, o fenômeno que ocorrera no país onde o impeachment surgiu, agigantou-se, entrou em declínio e feneceu. Não previsto na Constituição, o sistema parlamentar em torno dela se formou, à maneira de aluvião, envolveu-a, e chegou a ser a nota dominante das instituições imperiais.” Impeachment no Brasil Com a República: “Deixou de ser criminal o instituto.” Sob a Constituição de 1988: são duas, talvez três modalidades: a primeira é relativa a crimes de responsabilidade; a segunda é relativa a infrações penais comuns; a terceira seria relativa a ações penais de iniciativa privada promovidas mediante queixa. O art. 86, § 4º, da Constituição. Vide ADI 978.