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Comportamentos Éticos e Compliance
TREINAMENTO INTENSIVO
COMPORTAMENTOS ÉTICOS E COMPLIANCE
EDITAL
COMPORTAMENTOS ÉTICOS E COMPLIANCE
2 – Conceitos e medidas de enfrentamento ao assédio moral e sexual.
3 – Atitudes éticas, respeito, valores e virtudes; noções de ética empresarial e profis-
sional. A gestão da ética nas empresas públicas e privadas
Esses conceitos podem ser associados ao Código de Ética da própria Caixa, que possui a 
descrição do que seria assédio moral sexual, porém, é preciso caracterizar o assédio sexual 
em âmbito penal por meio do art. 116-A, do Código Penal Brasileiro; ainda não há uma 
tipificação do assédio moral em âmbito penal, mas há possibilidade de responsabilização 
em âmbito administrativo e cível, para assediadores e assediadoras quando comprovada a 
prática, além disso, a ciência também apresenta resultados, pesquisas e referências para 
afirmar qual o conceito de assédio moral.
Ao se tratar de assédio moral, há duas palavras:
• Uma trata de questões psicossociais, integridade emocional e psicológica, e como 
a psique humana funciona diante de um ambiente de trabalho que prejudica sua 
integridade física, emocional e psicológica, de forma degradante.
• Outra trata da questão moral, que entra no âmbito da ética e, por essa razão, vincula-
se a parte de comportamentos éticos, que seria o estabelecimento em âmbito de 
comportamento social nas relações intersubjetivas com as quais nos vinculamos, 
sobre a definição de um comportamento voltado para o bem ou mal, para o egoísmo 
ou altruísmo.
1. (CESGRANRIO/PETROBRAS/TÉCNICO DE COMERCIALIZAÇÃO E LOGÍSTICA JÚNIOR)
A Ética é um produto das relações humanas. De forma pragmática, a ética se apresenta como 
o assunto cujo estudo tem tornado possível maximizar a eficácia das relações humanas nas 
organizações. Em seu sentido mais abrangente, ética é
a. Conjunto de valores e moral adotados pelos indivíduos, em dissociação com o ambiente social.
b. Conjunto de valores e da moral que são invisíveis na organização em suas práticas diárias.
c. Conjunto de suposições básicas individuais, que é utilizado de acordo com os interesses 
imediatos da pessoa.
d. Conjunto de valores e da moral que conduzem um indivíduo a tomar decisões no que se 
refere principalmente às suas relações com o mundo.
e. Diluída na cultura organizacional e na cultura social, constituindo-se iniciativa individual.
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a. Para falar de ética, é necessário tratar de relações humanas, “ética” depende de relações 
intersubjetivas, se ética é vocação para coletividade, é preciso, em um contexto coletivo, 
colocar os interesses da coletividade acima dos interesses pessoais. 
Nessa alternativa, há uma perspectiva desvinculada do contexto social, das relações 
intersubjetivas, interpessoais e humanas.
b. A ética é o estabelecimento de princípios norteadores de ações, os quais precisam se 
materializar por meio de uma conduta moral aceitável, vinculada a um princípio básico 
constitucional ao se tratar de uma administração pública como referência (art. 37, da 
Constituição Federal/1988).
Desse modo, não basta gerir um cargo público com impessoalidade, que deve ser materializada 
por meio de uma conduta moralmente aceitável no exercício do cargo, demonstrada a partir 
da excelência na prestação dos serviços.
A ética, no exercício das atividades funcionais como agentes públicos, não é invisível, mas 
se materializa, ou seja, é preciso haver decoro, que não basta ser ético, é preciso parecer 
ético, realizado a partir da prestação de um serviço com qualidade e excelência à população.
O conceito de ética, nesse caso, é aplicado a um contexto, é o chamado “ética aplicada”, não 
simplesmente pretende diferenciar ética de moral no aspecto conceitual, a mera distinção, 
no âmbito filosófico, direciona ao entendimento de ética teórica, por isso, é abstrata, não 
existe concretamente, e a moral é prática, comportamento e atitude, isto é, concreta.
A moral é prática de uma ética, ou seja, é a forma utilizada para materializar a ética, o Decreto 
n.1.171, o Código de Ética dos Servidores Públicos Civis do Poder Executivo Federal, que dão 
norte para a execução como uma atividade funcional, tem a previsibilidade, na sessão 2, dos 
principais deveres, acerca do entendimento de que é dever materializar a ética mediante 
adequada prestação de serviços aos usuários.
c. A ética tem perspectiva coletiva, não individual.
d. Se a ética é o estabelecimento de princípios que dão norte às ações para que se tenha 
harmonia nas relações intersubjetivas que uma pessoa se vincula, trata-se de relações 
sociais, humanas, convívio harmonioso em coletividade. Sendo assim, a ética fornece um 
direcionamento das condutas na relação em que devemos estabelecer com o mundo, ou 
seja, com as demais pessoas com as quais nós nos relacionamos.
e. Iniciativa é coletiva.
2. (CESGRANRIO/BB/ESCRITURÁRIO) Um indivíduo está buscando inspiração para prosseguir 
nos seus estudos e se depara com um pensamento aristotélico assim desenvolvido: trata-
se do produto dos usos e costumes; ela não existe nos homens naturalmente, pois nada do 
que é natural se adquire pelo costume.
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Nesse caso, a referência do filósofo grego está relacionada à
a. Interpretação natural
b. Virtude moral
c. Cosmologia universal
d. Integração social
e. Percepção individual
A questão trata de teorias éticas, há 3 mais recorrentes em provas de concursos públicos: 
Teoria Aristotélica, Teoria de Immanuel Kant (imperativo categórico) e a Teoria de Jeremy 
Bentham e John Stuart Mill (utilitarismo). Essas teorias estão alocadas a um contexto, visto 
que a ética analisa o que acontece, reflete sobre os comportamentos, relações sociais e 
define o que é certo ou errado. 
Os comportamentos humanos se modificam em uma linha, de uma perspectiva histórica 
da estrutura social e da forma como ela se organiza, da maneira como as pessoas se inter-
-relacionam, em que haverá questões políticas, sociais, religiosas, isto é, de ordem diversa.
A sociedade tem uma série de critérios que se modificam ao longo da existência humana. O 
funcionamento social na Antiguidade Clássica não é o mesmo da Idade Média; enquanto na 
antiguidade clássica havia Aristóteles discutindo sobre questões filosóficas e ética, existia 
democracia, cidadania, participação popular, politeísmo, possibilidade de pessoas de mesmo 
gênero se relacionarem sexualmente e isso não ser um problema social; já na Idade Média, 
a estrutura social modificou completamente, a estratificação tida em outro momento, se 
restringiu a senhor feudal, clero e servos, além da fusão entre igreja e estado, algo passa 
a ser ético quando se vincula a princípios do cristianismo, questões religiosas e ao dogma, 
assim, deixou-se o politeísmo para haver teocentrismo.
Há uma perspectiva ética, uma definição de princípios mais universalizados que sirva para 
determinado contexto se alinhar à sociedade e o que é compreendido como o melhor para 
aquela coletividade, como na Antiguidade Clássica, em que o melhor era a felicidade, assim, 
cada teórico demonstraria como essa felicidade poderia ser alcançada, assim como na Idade 
Média, em que o melhor era a religiosidade, em especial o cristianismo e tudo que estava 
vinculado ao dogma e preceitos ligados a ela.
Na antiguidade clássica, Aristóteles definia o que era virtude; pode-se também pensar 
em princípios, pois dos valores se extraem os princípios, aqueles são mais subjetivos, 
individualizados e de determinados grupos e sociedades, mas é preciso que o campo de 
valoração múltipla conviva minimamente harmoniosamente. Isso é realizado ao estabelecer 
a essência, ou seja, do conjunto de valores peculiares, se tira um ponto de convergência e se 
universaliza. No âmbito da administração pública,há o art. 37; no âmbito de humanidade, 
atualmente, há a Declaração Universal dos Direitos Humanos, independentemente de onde 
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se esteja no mundo, em locais que há países signatários da carta, os princípios universalizados 
serão atendidos (ou deveriam ser atendidos), mesmo possuindo costumes peculiares.
Da mesma forma que existe interdependência entre ética e moral, pois ética é ciência que faz 
uma reflexão sobre comportamento e moral é objetivo de estudo, há interdependência entre 
princípios e valores, visto que princípios, os quais são mais amplos, universais e coletivos, 
partem da análise dos diversos campos de valoração (chamados de senso moral), a partir 
disso, extrai-se a essência que norteará todas as pessoas abarcadas por esses princípios 
mais amplos e universais.
Virtude – há valores positivos ou negativos, todos são compostos de conjunto de valores, 
chamados de virtudes ou vícios, não há ninguém tão bom que não tenha nada de ruim, nem 
o contrário; considerando virtudes e vícios, a virtude é a qualidade, a essência da natureza 
humana, enquanto vício é o erro, o contrário da virtude, que possui sua sombra, isto é, 
toda qualidade possui, ao lado dela, o seu defeito, e compete a cada um vincular-se a uma 
realidade ou a outra, que direcionará qual princípio que deve ser utilizado como referência 
para o exercício de determinada conduta.
Por qual razão falar de virtude? Aristóteles afirma que a felicidade, que é o melhor a ser 
alcançado pelo ser humano no momento na Antiguidade Clássica, é a virtude, a qual é a 
justa medida, o meio-termo entre vícios e opostos, seja por excesso ou deficiência. Cita-se a 
virtude da generosidade, o meio-termo, a mediania, a justa medida, entre a prodigalidade e 
mesquinhez, este é o vício de deficiência (muito se tem e nada dá), aquele é o vício de excesso 
(muito se tem e seu patrimônio é dilapidado, pois muito se fornece). A felicidade, a ética, é 
alcançada a partir do momento em que se encontra o meio-termo, que é a generosidade, 
a justa medida entre vícios de opostos, por excesso ou por deficiência. Alcançada a justa 
medida, direcionar-se-á para o caminho da felicidade. 
Aristóteles afirma que as virtudes podem ser de duas naturezas: virtudes morais ou 
intelectuais.
• Intelectuais – razão. Adquiridas por força do hábito (nada é automático).
• Morais – emoção. Adquiridas pela cognição, instrução, conhecimento e estudo.
Segundo Aristóteles, as virtudes intelectuais precisam se sobrepor às virtudes morais (a 
razão precisa estar acima da emoção na condução da vida em contexto social).
3. (CESGRANRIO/TRANSPETRO/PROFISSIONAL DE NÍVEL SUPERIOR/PEDAGOGIA /2023)
Uma organização, alinhando-se às demandas, aos desafios e às especificidades da sociedade 
contemporânea, deseja adotar práticas éticas de responsabilidade social, corporativa e de 
dignidade organizacional. Para isso, pode optar por adotar uma ética deontológica ou uma 
ética teleológica.
Considerando as características de uma e de outra, caso faça a opção por adotar a ética 
deontológica, essa organização assumirá como princípio:
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a. Os fins justificam os meios.
b. Os meios não podem ser justificados pelos fins. 
c. Os fins justificam-se em si mesmos.
d. As ações privilegiam os interesses particulares dos indivíduos.
e. As ações privilegiam os interesses da organização.
Para provas de concurso, é necessário saber pelo menos três teorias éticas: Aristóteles, 
imperativo categórico e utilitarismo.
Em prol de entender ou tentar aglomerar essas teorias, desde a Antiguidade Clássica até 
os dias atuais, conforme Eduardo Bittar, na perspectiva da filosofia e do direito (extensão 
da ciência filosófica), há tendência em agrupar essas teorias entre teorias teleológicas e 
teorias deontológicas.
• Télos – fins
• Déon – dever
• Teleológicas – acreditam que algo é ético ao se alcançar um fim bom, proveitoso, útil e que 
traga felicidade, não necessariamente se preocupando com os meios para alcançar esses fins.
• Deontológicas – avalia-se que algo é ético se o cumprimento de um dever prévio é alcançado, 
independente do fim, resultado ou consequência.
A grande referência será: ou se cumpre o dever, independentemente da consequência, pois 
é o que se deve fazer, ou se busca atendimento de uma finalidade favorável, útil ou que 
traga felicidade, independente dos meios.
Se utilizada meios inadequados e o fim é positivo, não vale na teoria deontológica, pois não 
se pode utilizar de meios ruins, invalidados ou equivocados com a justificativa de que o fim 
é bom, pois se descumpre com o dever, com o que precisa ser executado, com o que é certo.
Ao dividir as teorias éticas, muitas se encaixam nas teleológicas, mas a essencial de encaixar 
no deontológico é o imperativo categórico de Immanuel Kant: deve-se agir de tal forma que 
se torne uma lei universal, faça ao outro aquilo que gostaria que fosse feito a si.
Analisa-se a intencionalidade do agente ético e verifica-se se algo é ético, se o cumprimento 
do dever foi executado, mesmo que o resultado não seja muito positivo. Em uma perspectiva 
de direitos humanos, Immanuel Kant afirma que o homem nunca pode ser um meio para 
alcançar o fim, é sempre um fim em si e precisa ter sua dignidade respeitada e considerada, 
para que não se hierarquize seres humanos a ponto de dizer que um é mais importante 
que o outro, em que um deve sobreviver e o outro deve morrer, justificando que a vida 
das pessoas salvas foram preservadas por estarem em maior quantidade, por terem mais 
recursos financeiros, ou por terem determinada religiosidade ou cor de pele. 
A teoria deontológica foi base de sustentação para questões relacionadas a direitos humanos, 
a perspectiva defendida hoje. Como agente público, a referência é deontológica (cumprimento 
do dever por conta do princípio da legalidade), mas ao pensar em uma teoria teleológica, 
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há vários ramos, um dos mais conhecidos é o ramo do utilitarismo, em que algo é ético se 
for útil, ou seja, se é possível alcançar a maior felicidade possível à maior quantidade de 
pessoas, independente dos meios usados para alcançar esses fins.
Na humanidade, houve um acontecimento na perspectiva utilitarista que não foi louvável: 
dizimação de duas cidades (Hiroshima e Nagasaki) com a justifica que se salvaria o restante 
da humanidade. Em uma perspectiva de imperativo categórico, isso não seria válido, em 
razão da hierarquização, do grau de importância de determinados grupos sociais em relação 
a outros.
a. Fins justificando os meios estão em uma perspectiva utilitarista, na qual, para alcançar 
um fim bom, pode-se usar meios não necessariamente adequados.
b. Na ética deontológica, os fins bons precisam de meios necessariamente bons. O ser 
humano é um fim em si, não um meio para alcançar um determinado fim, ou seja, nunca 
se deve utilizar um ser humano para alcançar um resultado para outros grupos.
c. Fins bons precisam de meios necessariamente bons em uma perspectiva deontológica.
d. Pensa-se no cumprimento do dever.
e. Se pensa em uma perspectiva deontológica no cumprimento do dever e sustentabilidade, 
necessariamente será preciso fazer um equilíbrio entre lucratividade (o que é buscado pelas 
instituições), preservação do meio ambiente (responsabilidade ambiental) e questão social 
(pessoas precisam ser respeitadas), equilibrando-se a existência de um ser humano que 
trabalha em uma instituição e é atendido por ela, o ambiente, por meio dos recursos naturais 
utilizados para o exercício da atividade funcional e o lucro, o qual é a finalidade de muitas 
instituições da iniciativa privada; no serviço público, busca-se o lucro social em equilíbrio 
aos recursosfinanceiros que acabam sendo uma consequência da atividade funcional.
4. (CESGRANRIO/CAIXA/TÉCNICO BANCÁRIO) Dentre as situações abaixo enumeradas, qual 
caracteriza comportamento adequado, de acordo com a ética empresarial e profissional?
a. O contador da empresa omitiu dados contábeis para que o lucro da empresa fosse 
considerado como o previsto pelo mercado financeiro.
b. O presidente de uma instituição financeira recebeu da empresa com quem a instituição 
mantém negócios implementados pagamentos de viagens e de hospedagem em hotéis 
luxuosos no exterior
c. O diretor-presidente da empresa YYY cobrava comissões de todas as empresas que 
firmavam contratos com aquela que era por ele dirigida.
d. Os membros da diretoria de uma empresa, em busca de lucro maior, procederam à 
reorganização da empresa com corte de empregos ocupados por empregados que não 
produziam adequadamente.
e. Um dos gerentes da empresa WW contratou, para prestar serviços vultosos, uma empresa 
vinculada a parentes de sua esposa, sem cotação de preços
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a. Lembre-se do caso “Americanas”, a omissão não foi favorável para a Americanas; para a 
sociedade e para o mercado financeiro, considera-se uma conduta antiética. 
b. Configura-se conflito de interesse no âmbito da administração pública. Não se pode 
receber diárias, passagens ou hospedagens, qualquer vantagem de quem tenha interesse 
nas decisões que o indivíduo venha tomar, ou que esteja vinculado, de alguma forma, a um 
processo deliberativo. Se alguém oferece para influenciar a decidir, prejudica-se o interesse 
público e bem comum em prol de interesse particular, ou de terceiros (amigo ou parente).
c. É incorreto, pois é realizado na surdina, ou seja, utiliza-se o cargo para ter um direcionamento 
ao atendimento de uma vantagem indevida.
d. Há uma conduta que afetará as pessoas desvinculadas da instituição, mas se percebe 
que há justificativa: pretende-se lucrar mais, para isso, se reorganizará a instituição e 
uma das atividades que serão empreendidas é o corte de empregados que não produzem 
adequadamente, ou seja, o empregado não entrega o que é esperado com competência.
É ruim ao considerar que se deixará pessoas desempregadas, mas não há, necessariamente, 
um comportamento considerado ilegal, antiético ou imoral.
e. Se tratando de administração pública, é uma situação de nepotismo.
Vinculação hierárquica – parente em linha reta, colateral, por consanguinidade ou afinidade 
até terceiro grau, assim como cônjuge.
Na administração pública, se isenta nos casos de impedimento. Quando há envolvimento 
de uma contratação que tenha uma esposa que participe desta licitação, o indivíduo não 
pode estar na comissão que irá tomar uma decisão de acordo com as regras de licitação, 
assim, declara-se o impedimento, sai, e outra pessoa entra. O indivíduo declarará que não 
pode participar por estar impedido, não tendo independência e imparcialidade para tomar 
decisões no órgão colegiado, pois envolve sua esposa.
Se era iniciativa privada, minimamente, por transparência, seria necessário receber orçamentos 
para tomar essa decisão. No caso da situação, percebe-se que a decisão foi direcionada 
para atendimento de interesse familiar, não para atendimento da empresa ou bem comum.
5. (CESGRANRIO/TÉCNICO (PETROBRAS)/SUPRIMENTOS DE BENS E SERVIÇOS/MECÂNICA)
“Valores e princípios éticos formam a base da cultura de uma empresa, orientando sua 
conduta e fundamentando sua missão social. A noção de responsabilidade social empresarial 
decorre da compreensão de que a ação das empresas deve, necessariamente, buscar trazer 
benefícios para a sociedade, propiciar a realização profissional dos empregados, promover 
benefícios para os parceiros e para o meio ambiente e trazer retorno para os investidores”.
Disponível em: http://www1.ethos.org.br/
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Com base no texto acima, conclui-se que a ética empresarial deve ter como foco
a. Seus clientes, que dão o retorno financeiro necessário à sustentabilidade de suas atividades.
b. A sociedade, de maneira geral, na figura de seus empregados, clientes, fornecedores e 
todos aqueles que, direta ou indiretamente, são influenciados pelas suas atividades.
c. Seus empregados, porque são influenciados diretamente pelas atividades realizadas, já 
que seus salários são pagos pela empresa.
d. Seus parceiros, porque sofrem a influência de suas interações nas atividades que 
desenvolvem em conjunto.
e. Seus proprietários, porque é para eles que todas as atividades devem ser realizadas 
visando ao retorno sobre os investimentos realizados.
Atualmente, é impossível falar de ética empresarial sem que se considere as questões 
de responsabilidade socioambiental. Não há como se manter no mercado, de maneira 
responsável, seja na iniciativa privada ou serviço público, sem considerar a preocupação e 
cuidado com o meio ambiente e responsabilidade social, não só por uma questão legislativa, 
que existe, já que há norma da Caixa e Banco do Brasil, que devem ter, em seus quadros, 
empregados que são pessoas com deficiência
Em outros termos, há legislação que determina, mas vai além disso, por essa razão, há, 
no edital, ESG (Governança Ambiental Social). A população tem conhecimento de que 
algumas instituições utilizam parte de sua lucratividade e devolvem para a sociedade como 
investimento na área de educação e melhoria da qualidade de vida das pessoas que são 
abarcadas.
Desse modo, se há um produto que é muito similar oferecido pelas instituições financeiras e 
se percebe que uma só considera o lucro desenfreado sem devolver nada para a sociedade, 
por qual motivo se investiria ou vincularia a ela? Sendo assim, tornou-se um elemento de 
vantagem competitiva, sem responsabilidade socioambiental, provavelmente não se figurará 
no topo das instituições concorrendo, em comparação com o melhor posicionamento de 
mercado. 
É impossível falar de ética empresarial e profissional sem que se considere a realidade de 
sustentabilidade.
Algumas das alternativas fornecem um direcionamento da existência da missão da instituição 
prezando parte do que foi apresentado, ou seja, não se deve pensar apenas nos empregados, 
mas também na instituição, sua lucratividade e equilíbrio com o uso racional de recursos 
naturais, preocupação do meio ambiente e, ao mesmo tempo, preocupação com a sociedade, 
isto é, com as pessoas, sejam internas ou externas.
O foco da ética empresarial deve ser:
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• Clientes – dão retorno financeiro necessário à sustentabilidade de suas atividades. A 
sociedade de maneira geral, na figura de seus empregados, clientes, fornecedores e todos 
aqueles que são, direta ou indiretamente, influenciados pela atividade.
• Empregados – são influenciados diretamente pelas atividades realizadas, já que seus 
salários pagos pela empresa.
• Parceiros – sofrem influência de suas interações das atividades que desenvolvem em 
conjunto.
• Proprietários – é para eles que todas as atividades devem ser realizadas, visando ao retorno 
sobre os investimentos realizados.
A mais ampla é a sociedade de maneira geral. Busca-se, ainda, para uma melhor qualidade 
de vida da população e da sociedade, uma preocupação com o meio ambiente.
6. (CESGRANRIO/BANCO DO BRASIL/ESCRITURÁRIO/001) Srª K é aprovada em concurso 
para ingresso em um determinado Banco. Sendo pessoa extremamente ambiciosa e calculista, 
programa a sua carreira estabelecendo, em cada momento temporal, o nível que deveria 
ser alcançado no plano de cargos e salários da instituição financeira. Não existem limites 
para o seu projeto e, para isso, utiliza todas as armas possíveis, inclusive o complexo jogo da 
sedução. Não basta apenas convencer os superiores, mas,também, os subordinados, estes 
para convencê-los a cumprir, em prazos curtos, as metas estipuladas pela alta gerência.
Essas atitudes devem ser consideradas, sob a perspectiva ética,
a. Naturais, uma vez que são inerentes à progressão na carreira.
b. Admissíveis, pois não existe locupletamento pessoal.
c. Adequadas, uma vez que, socialmente diante do universo empresarial são estimuladas.
d. Rejeitáveis, diante do claro assédio moral.
e. Impugnáveis, diante da utilização de critérios de metas.
Ela, recorrentemente, exige de seus subordinados o cumprimento de metas que são 
desumanas, para que o projeto de ascensão funcional dela seja concretizado, visto que ela 
é ambiciosa, calculista e a todo momento tem tudo calculado para chegar onde almeja.
Ocorre algo sistemático, recorrente, que faz com que os subordinados tenham um contexto 
de trabalho que prejudique o ambiente, se tornando hostil, em que se perde a qualidade 
das relações, é um ambiente degradante. Mesmo que isso não esteja explícito no texto, é 
possível inferir, pois pessoas que são submetidas a metas desumanas por período prolongado 
entrarão em um quadro de adoecimento.
Sobre a perspectiva ética, a conduta da Sr.ª K não é adequado, nem admissível ou natural. Se a 
instituição permite que a pessoa, em busca de sua ascensão funcional como projeto pessoal, 
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prejudique toda a equipe de trabalho, ou seja, a instituição sendo condescendente, não 
reconhecendo a existência de uma prática antiética por parte de K, não tomando providência, 
corrigindo ou combatendo práticas dessa natureza dentro daquele ambiente, pode ter uma 
questão de assédio moral organizacional, não restrito apenas ao comportamento de K. 
A prática é impugnável em razão do claro assédio moral, ou seja, o problema não é o critério 
de metas, mas extrapolar o humanamente possível e atribuir às pessoas subordinadas a 
ela metas inatingíveis por período prolongado. Considera-se assédio moral, pois degrada o 
ambiente de trabalho, comprometendo a capacidade produtiva das pessoas e prejudicando 
a autopercepção que elas possuem, gerando adoecimento e um ambiente de trabalho hostil, 
além do fato de ser recorrente e prolongado.
GABARITO
 1. d
 2. b
 3. b
 4. d
 5. b
 6. d
35m
� Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula 
preparada e ministrada pelo professor Glauber Marinho. 
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con-
teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela lei-
tura exclusiva deste material.
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007. (CESGRANRIO/BB) Sr. X é um gerente com dedicação extremada à família e, sempre 
que as atividades profissionais o permitem, dirige–se a locais bucólicos e realiza atividades 
lúdicas com seus familiares. Com o passar do tempo, Sr. X entende que o serviço não 
merece a sua dedicação total e passa a delegar mais e mais tarefas aos seus subordinados, 
incluindo a assinatura de documentos importantes que, na sua seção, ocorre mediante 
meio eletrônico, utilizando um token cadastrado. Sendo frequente a sua ausência do 
local de trabalho com o argumento de visitas constantes a clientes, a portadora do token 
passa a ser sua fiel secretária. Ocorre que houve a detecção de diminuição das operações 
na agência dirigida por Sr. X, o que gerou a visita surpresa de representantes da auditoria 
interna, os quais constataram inúmeras irregularidades, além das descritas anteriormente.
Nessa situação, sob a perspectiva ética,
a. a família deve ser privilegiada em detrimento das atividades profissionais.
b. o comprometimento com a família é considerado falta, pois o trabalho deve ser privilegiado.
c. o compartilhamento de senhas pessoais é considerado uma grave falta.
d. o empréstimo de instrumentos de assinatura digital a servidores de confiança é admissível.
e. os atos praticados representam a moderna administração com delegação de funções e 
exercício da confiança nos subordinados.
• Token é uma assinatura digital que possui uma senha. No ambiente organizacional as senhas 
são pessoais e intransferíveis, não sendo possível uma pessoa passar seu token para que 
um colega assine por ela, o que é impertinente e inadequado. Se for necessário, como em 
caso de licença ou outra situação de afastamento, a pessoa deve pedir uma autorização 
para que esse colega possa assinar em seu lugar, devendo ele ter competência para isso;
• No âmbito de equilíbrio entre a vida particular e a vida funcional (letra “a”) é não possibilitar 
que se tenha um ambiente de trabalho sobrecarregado com demandas pessoais e vice-versa, 
o que esbarra em diversas situações como a gestão do tempo. No Brasil historicamente as 
pessoas que ultrapassam seu horário de trabalho são admiradas e geralmente promovidas 
por serem vistas como aquelas que “vestem a camisa”. Provavelmente essas pessoas têm 
submissão a um processo de trabalho desorganizado, quando a organização do trabalho 
pela instituição favorece a sobrecarga de trabalho em relação a alguns e o ócio em relação 
a outros, ou elas têm uma dificuldade de gestão do tempo e não conseguem fazer uma 
separação entre o momento de trabalhar e o momento de executar suas atividades pessoais, 
algo que não deve ser romantizado, pelo contrário;
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• O trabalho também não deve ser privilegiado (letra “b”); na verdade deve haver um equilíbrio, 
deve-se buscar a mediania, a justa medida, segundo Aristóteles;
• Como senhas são pessoais e intransferíveis, de maneira alguma elas podem ser compartilhadas 
(letra “c”); poderia colocar em xeque a segurança da informação e até mesmo pessoas 
poderiam se passar por outras para prejudicá-las ou prejudicar a instituição;
• Mesmo se tratando de pessoa de confiança, instrumentos de assinatura digital não podem 
ser emprestados (letra “d”); 
• A moderna administração não valida práticas ilegais no âmbito administrativo, como o 
compartilhamento de senhas (letra “e”).
008. (CESGRANRIO/CEF/MÉDICO DO TRABALHO) A conduta de autoridades ocupantes 
de elevados postos da estrutura de Estado tende a servir de exemplo a ser seguido por 
outros servidores públicos.
A esse respeito, considere as afirmações abaixo.
I –A insatisfação social com a conduta ética do governo – Executivo, Legislativo e Judiciário – é 
um fenômeno exclusivamente brasileiro e circunstancial causado, sobretudo, pela ausência 
de legislação a respeito do tema.
II –Muitas condutas podem não configurar violação de norma legal, mas sim, desvio de 
conduta ética não passível de punição jurídica específica.
III –Mudanças estruturais do papel do Estado fazem com que o setor público dependa 
cada vez mais de profissionais oriundos do setor privado, o que exacerba a possibilidade 
de condutas antiéticas.
É correto o que se afirma em
a. I, apenas.
b. II, apenas.
c. I e II, apenas.
d. II e III, apenas.
e. I, II e III.
• Como referência de atuação, se uma pessoa tem um comportamento ético e possui 
subordinados, o espelhamento pode acontecer frente a eles. Pessoas que exercem liderança 
em cargos na administração pública precisam servir de referência na atuação, até porque 
são elas que monitoram no contexto do dia a dia as condutas dos agentes públicos e que 
verificam um alinhamento de tais condutas ao Código de Ética (da Caixa Econômica Federal 
– CEF, por ex.);
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ComportamentosÉticos e Compliance
TREINAMENTO INTENSIVO
• A insatisfação social com a conduta ética do governo não é um fenômeno exclusivamente 
brasileiro (afirmação I), acontece no mundo todo porque a ética é uma condição essencialmente 
humana; se há vocação para a coletividade, a gestão da coisa pública é (tentativa de) 
preservação do bem comum. No âmbito dos Poderes Executivo e Judiciário há muitas 
normas que tratam sobre ética na administração pública. Além do Decreto n. 1.171/1994, 
que é o Código de Ética do Servidor Civil do Poder Executivo Federal, há ainda o Código de 
Ética, Conduta e Integridade da própria CEF e o art. 37 da Constituição Federal de 1988, 
que validou princípios éticos;
• A previsão de penalidade do Decreto n. 1.171/1994 é a censura, uma pena de natureza 
ética, orientadora, informativa, educativa, logo, a finalidade é prevenção. Na ética entende-
se que repressão nem sempre é eficaz, de modo que é necessário favorecer o processo de 
formação de autonomia, de escolha e de decisão por parte do agente público para que 
ele traga uma qualidade no cumprimento da lei e pense sobre a função social que exerce, 
conseguindo alcançar a finalidade administrativa, que é o bem comum, o interesse público, 
o interesse coletivo. Assim, a censura é uma penalidade que não é juridicamente prevista 
no aspecto de pena impositiva, heterônoma (afirmação II), mas sim uma pena preventiva, 
educativa, por meio de uma norma que é constitutiva, cuja finalidade é orientar, guiar, 
informar, não proibir ou ordenar; 
• Houve um alinhamento entre teorias éticas (teleológicas e deontológicas) em relação 
aos métodos de administração pública. Em uma perspectiva deontológica, parte-se do 
pressuposto legalista, sendo uma era burocrática da administração pública na qual somente 
se cumpriam as leis. Ao mesmo tempo, atualmente se faz uma associação entre as éticas 
deontológicas em uma perspectiva de uma ética do discurso, uma ética que considera a 
participação popular nas decisões coletivas das cidades e dos estados. No caso do Brasil, por 
ex., existem formalmente conselhos de participação popular, referendo, plebiscito, iniciativa 
popular; além disso, o Portal da Transparência possibilita aferir a decisão do agente público e 
utilizar os meios necessários para proceder com denúncias, até mesmo o voto, instrumento 
com o qual se pode retirar aquela autoridade dali e colocar outra que represente de fato as 
necessidades da população. O grande problema no Brasil é o baixo índice de exercício pleno 
de cidadania substantiva – que significa conseguir cumprir com seus deveres ao mesmo 
tempo que tem acesso a seus direitos –, isso porque muitas pessoas só querem direitos 
e algumas que cumprem seus deveres muitas vezes não conseguem acessar seus direitos 
plenamente por conta das desigualdades que existem no país. Esta é uma questão complexa, 
afinal, são 500 anos até a CF/88 dar visibilidade a movimentos sociais e à necessidade de 
inserção dessas parcelas marginalizadas, inclusive para que as mulheres pudessem ser 
consideradas como ser humano assim como os homens, sem hierarquização no sentido de 
acesso a direitos. Várias pesquisas têm demonstrado que mesmo que no aspecto formal as 
mulheres tenham os mesmos direitos que os homens – segundo o inciso I do art. 5º da CF/88, 
10m
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Comportamentos Éticos e Compliance
TREINAMENTO INTENSIVO
“homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações” –, na prática, mesmo após tantos 
anos do texto constitucional (pouquíssimos se comparados com os 500 anos anteriores), 
elas ainda não conseguiram direitos no aspecto material e igualdade. Daí a necessidade 
da equidade, que consiste em tratar os desiguais na medida de suas desigualdades, e de 
políticas públicas específicas para as mulheres e outras parcelas sociais que não conseguem 
exercer essa cidadania;
• Atualmente pensa-se em participação popular e cumprimento de lei, ou seja, deontologia 
com uma Ética do Discurso de Habermas, que diz que se deve considerar a coletividade 
no processo decisório. Todavia, houve anteriormente um momento da era da eficiência, 
quando começou-se a comparar a administração pública com a iniciativa privada, mesmo 
sabendo que o serviço público é regido por normas completamente diferentes, até porque 
a finalidade é distinta, visto que a da iniciativa privada é lucro financeiro, enquanto a 
do serviço público é lucro social (bem comum, qualidade de vida da população). Dessa 
forma, muitas pessoas foram puxadas para gerenciar a administração pública com a 
justificativa de que, por serem excepcionais gestores no serviço privado, farão dela uma 
exímia apresentadora de produtividade com lucratividade. A adoção dessa postura fez com 
que até hoje exista a ideia de que colocar como prefeito, por ex., determinado empresário 
é certeza de que ele irá gerenciar bem a coisa pública, aplicando assim um viés de iniciativa 
privada ao serviço público que não necessariamente vai dar certo. O Código de Conduta 
da Alta Administração Federal estabelece uma série de regras de conduta às pessoas que 
são convidadas a assumirem cargos de alto escalão e que geralmente vêm justamente da 
iniciativa privada. Dentre tais regras está a de impedimento, segundo a qual essas pessoas, 
durante um período de quatro meses após saírem do cargo, não podem aceitar proposta 
de trabalho na iniciativa privada de terceiros com os quais elas tiveram relacionamento em 
decorrência do cargo que exerceram. Isso porque, enquanto autoridades, elas tiveram acesso 
a informações privilegiadas que, se levadas para a iniciativa privada para atuar naquela 
empresa especificamente, a irão beneficiar em relação às demais (afirmação III). Por ex., 
imagine que alguém do campo educacional na iniciativa privada assumiu um cargo em algum 
local decisório, como Ministério da Educação ou Conselho Nacional de Educação. Ao sair do 
cargo – ou ser retirada dele –, ela automaticamente assumiu a direção de uma grande rede 
de instituições privadas de ensino, levando para lá todas as informações que sabia serem 
decisões governamentais de modo a se articularem para a instituição ter os benefícios 
dessa decisão de maneira prévia. Isso acontece muitas vezes em cargos comissionados no 
alto escalão do Poder Executivo, mas não apenas dele.
009. (CESGRANRIO/PETROBRAS/TÉCNICO DE SUPRIMENTOS DE BENS JÚNIOR/MECÂNICA) 
O instrumento que tem como foco realizar a visão e a missão da empresa, e que orienta 
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Comportamentos Éticos e Compliance
TREINAMENTO INTENSIVO
suas ações e explicita sua postura social a todos aqueles com quem mantém relações, é 
o documento da empresa denominado
a. Desdobramento das Diretrizes.
b. Desdobramento da Função Qualidade.
c. Regimento Interno.
d. Código de Ética.
e. Contrato Social.
• Um código de ética (letra “d”) se alinha ao Planejamento Estratégico Institucional (PEI), 
que define a missão, a visão e os valores norteadores da instituição;
• Um código de ética possui três funções: i) função cognitiva – definir/explicitar a postura social 
no sentido de deveres e proibições, vedações de natureza ética a serem consideradas pelas 
pessoas que exercem a atividade funcional naquele local; ii) função de legitimação moral – 
equilíbrio de expectativas, pois a partir do momento que alguém se torna empregado público, 
suas referências serão os princípios básicos constitucionais e os valores da instituição, com 
os quais seu conjunto de valoração deve ser compatibilizado, sem esquecer ou apagar seu 
senso moral; caso a pessoa não consiga gerar esse alinhamento, não consiga inserir o que é 
constitucional à sua vida funcional, ela estará sobrepondo interesse particular ao coletivo, 
seu ato será impugnado combase na moralidade e haverá prejuízo em sua carreira; iii) função 
de incentivo – traz a possibilidade de a pessoa refletir sobre o ganho que terá ao cumprir 
com o código de ética; pensando em aumento de produtividade, boa imagem da população 
frente à CEF e sua adesão a ela, para além de favorecer com o engrandecimento da nação, 
pode-se pensar também, em um nível mais individual, no incremento na Participação nos 
Lucros e Resultados (PLR), uma consequência de ações bem aplicadas e bem empreendidas 
pela CEF que levam em consideração o social, a finalidade da instituição e o respeito ao 
meio ambiente.
010. (FUMARC/ALE-MG/PSICÓLOGO/2023) Sobre o assédio moral, Soboll (2017) afirma que:
“Reservamos o termo assédio moral para descrever situações extremas de violência psicológica 
no trabalho, de natureza processual, pessoalizada, mal-intencionada e agressiva. Entendemos 
que o assédio moral se configura como um conjunto articulado de armadilhas preparadas, 
premeditadas, repetitivas e prolongadas. Os comportamentos hostis ocorrem repetidas 
vezes e por um período de tempo estendido. Sua prática é permeada de intencionalidade no 
sentido de querer prejudicar, anular ou excluir um ou alguns alvos escolhidos.”
(SOBOLL, L. A. (org.). Intervenções em assédio moral e organizacional. São Paulo: LTr, 2017)
20m
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Comportamentos Éticos e Compliance
TREINAMENTO INTENSIVO
De acordo com a autora, os elementos essenciais para que a conduta seja identificada como 
assédio moral são, EXCETO:
a. Atos isolados também se configuram como assédio moral, ou seja, pode ser configurado 
imediatamente após a primeira atitude hostil, com intuito de constranger a vítima, bem 
como causar-lhe violência psicológica no ambiente do trabalho.
b. O alvo das agressões deve ser uma pessoa específica, pois o processo de perseguição não 
ocorre de maneira generalizada para todo o grupo.
c. O assédio moral tem a intenção de prejudicar, anular ou excluir a vítima, anulando seus 
espaços de ação ou forçando seu desligamento (voluntário ou não) de um projeto, função 
ou do emprego.
d. Violência psicológica inclui condutas e omissões que induzem ao desconforto, que 
humilham ou ofendem a vítima.
• A natureza processual do assédio moral, mencionada na citação de Soboll no enunciado, 
se deve à sua continuidade, não sendo uma situação pontual;
• Uma situação pontual que extrapola a razoabilidade pode gerar dano moral (letra “a”); se há 
um prejuízo à integridade do outro, um desmerecimento ou uma tentativa de apagamento 
da existência alheia de maneira repetitiva e prolongada, causando uma degradação do 
ambiente de trabalho, trata-se de assédio moral;
• São grandes referências no Brasil a respeito de assédio moral a citada Lis Andréa Soboll e 
as autoras Margarida Barreto e Marie-France Hirigoyen;
• No âmbito do assédio moral organizacional, não há um foco pontual, uma pessoa específica 
como alvo (letra “b”), sendo a instituição como um todo exigida quanto ao cumprimento de 
metas desumanas. A título de informação, tanto o Banco do Brasil quanto a CEF já foram 
condenadas por assédio moral organizacional.
011. (UFRR/ASSISTENTE DE ALUNOS/2023) O assédio moral pode ocorrer nas relações de 
trabalho; quanto às suas classificações, é CORRETO afirmar que:
a. O institucional ocorre quando a própria organização combate os atos de assédio.
b. O vertical descendente é aquele praticado por subordinado contra o chefe.
c. O interpessoal ocorre de maneira individual, direta e pessoal.
d. O vertical ascendente é aquele praticado pelo chefe contra o subordinado.
e. O horizontal ocorre entre pessoas que pertencem a níveis diferentes de hierarquia.
• O assédio moral pode ser classificado em: i) assédio interpessoal – de pessoa para pessoa 
ou de uma pessoa para um determinado grupo; ii) assédio organizacional – quando a 
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Comportamentos Éticos e Compliance
TREINAMENTO INTENSIVO
instituição de maneira generalizada cria uma tecnologia muito sofisticada para cobrar 
metas desumanas a todas as pessoas que compõem o estabelecimento; e iii) assédio moral 
– pode ser vertical ascendente (de uma pessoa que está abaixo na hierarquia direcionada 
a seu superior) ou vertical descendente (do superior para o subordinado, o mais comum); 
e pode ser horizontal, de colega para colega;
• No caso de assédio sexual em âmbito penal, existe a necessidade de relação de poder no 
sentido hierárquico. Há críticas acadêmicas sobre a não especificidade no âmbito penal 
da possibilidade de assédio sexual entre pares, todavia, isso não se estende ao aspecto 
administrativo e cível; no âmbito penal, para ser assédio sexual, ainda que pontual, a pessoa 
deve perder sua liberdade sexual por conta de uma relação hierárquica de subordinação em 
que haja chantagem ou exposição a situações vexatórias em âmbito sexual. Em âmbito cível e 
administrativo no aspecto trabalhista, já existem pessoas que estão sendo responsabilizadas 
por assédio sexual entre pares;
• As alternativas “b” e “c” estão com os conceitos trocados;
• O assédio moral horizontal ocorre entre pessoas de mesma hierarquia (letra “e”);
• Não configura assédio moral institucional quando a instituição previne e combate os atos 
de assédio (letra “a”).
012. (CESGRANRIO/ PETROBRAS DISTRIBUIDORA S.A./ PROFISSIONAL JÚNIOR/ PSICOLOGIA/ 
2015) O assédio sexual no trabalho não é definido por qualquer investida sexual sobre 
um colega de trabalho.
Para que se considere tratar-se de assédio sexual é preciso que haja
a. diferença de idade.
b. diferença de poder.
c. distinção de gêneros.
d. uso de ofensas.
• Para configurar assédio sexual, não precisa envolver hierarquia e não precisa necessariamente 
ser de homem para mulher, embora o maior foco de assédio moral e sexual sejam mulheres 
(cis e trans);
• A discriminação é decorrente de um preconceito, uma prática que incorre em atos que 
são prejudiciais à pessoa discriminada, mas não necessariamente é assédio; a academia 
concluiu que o assédio é uma forma de potencializar a discriminação;
• Um gestor, por ex., pode flertar com um subordinado seu e ser correspondido ou não, 
desde que não use isso como chantagem, não condicione a questões sexuais a permanência 
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Comportamentos Éticos e Compliance
TREINAMENTO INTENSIVO
no emprego ou uma eventual promoção da pessoa, nem a exponha a situações vexatórias 
e degradantes;
• Às vezes o assédio sexual ocorre entre pessoas do mesmo gênero (letra “c”);
• De acordo com o Código Penal (Decreto-Lei n. 2.848/1940):
Assédio sexual (Incluído pela Lei n. 10.224, de 15 de 2001)
Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimen-
to sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou as-
cendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função. (Incluído pela Lei n. 
10.224, de 15 de 2001)
013. (CESGRANRIO/2012/PETROBRAS/PSICÓLOGO JÚNIOR/2012) Uma das formas de 
abuso de poder no ambiente de trabalho mais em evidência é o assédio sexual. O assédio 
sexual se define como
a. qualquer relação, afetiva ou sexual, estabelecida entre funcionários de cargos 
hierarquicamente distintos
b. qualquer proposta de caráter sexual dirigida a uma pessoa hierarquicamente inferior, 
desde que não seja respondida positivamente.
c. qualquer favorecimento de parceiro sexual para obter ou manter emprego, alcançar 
promoção ou conseguir benefício laboral.
d. um comportamento de natureza sexual que, por chantagem ou intimidação, cria um 
ambiente de trabalho desfavorável e interfere no desempenho de uma pessoa.
e. a insistência na demanda de caráter sexual, reiteradamentenegada por uma mulher a 
um homem no ambiente de trabalho.
• É possível haver uma relação afetiva-sexual entre gestor e subordinado, por ex. (letra “a”), 
apesar de ser algo não recomendável em muitas organizações;
• O fato de uma pessoa não responder positivamente uma proposta de caráter sexual 
(letra “b”) não significa que ela tenha perdido sua liberdade sexual, assim como pelo fato 
de haver hierarquia essa proposta não necessariamente é humilhante, constrangedora ou 
degradante à integridade física ou psicológica de quem foi alvo do flerte;
• O assédio sexual independe de gêneros (letra “e”); 
• Na alternativa “c” não é possível ter uma certeza da caracterização como assédio sexual 
por mencionar alguém que já é parceiro sexual da pessoa e por não demonstrar que houve 
degradação do ambiente de trabalho e interferência no desempenho da pessoa assediada.
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Comportamentos Éticos e Compliance
TREINAMENTO INTENSIVO
GABARITO
7. c
8. d
9. d
10. a
11. c
12. b
13. d
� Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e 
ministrada pelo professor Glauber Marinho. 
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo ministrado na 
videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclusiva deste material.
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Legislação Anticorrupção
TREINAMENTO INTENSIVO 
LEGISLAÇÃO ANTICORRUPÇÃO
INTRODUÇÃO
A expressão tem origem no fato de que o dinheiro adquirido de forma ilícita é sujo e, 
portanto, deve ser lavado para se tornar limpo.
O uso do termo “money laundering” (literalmente, lavagem de dinheiro) foi regis-
trado pela primeira vez no jornal inglês The Guardian e popularizou-se nos anos 1970, 
com o Caso Watergate.
Um informante, batizado de “Garganta Profunda” (William Mark Felt), aconselhou o 
repórter Bob Woodward, do Washington Post: “– Siga o dinheiro”.
O Comitê de Reeleição do então Presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon, envol-
veu-se em transações financeiras que direcionavam fundos ilegais de campanha para o 
México e depois de volta para os Estados Unidos, através de uma companhia em Miami.
A história foi contada no filme Todos os Homens do Presidente, com Robert Redford 
e Dustin Hoffman.
Conceito e Características do Crime
O crime de lavagem de dinheiro caracteriza-se por um conjunto de operações 
comerciais ou financeiras que buscam a incorporação na economia de cada país, de 
modo transitório ou permanente, de recursos, bens e valores de origem ilícita e que se 
desenvolvem por meio de um processo dinâmico que envolve, teoricamente, três fases 
independentes que, com frequência, ocorrem simultaneamente.
Para disfarçar os lucros ilícitos sem comprometer os envolvidos, a lavagem de 
dinheiro realiza-se por meio de um processo dinâmico que requer: primeiro, o distan-
ciamento dos fundos de sua origem, evitando uma associação direta deles com o 
crime; segundo, o disfarce de suas várias movimentações para dificultar o rastrea-
mento desses recursos; e terceiro, a disponibilização do dinheiro novamente para os 
criminosos depois de ter sido suficientemente movimentado no ciclo de lavagem e 
poder ser considerado “limpo”.
Etapas do Delito
O ciclo de lavagem de dinheiro pode ser dividido em três etapas distintas, no entanto, 
a lavagem de dinheiro é um processo único. As etapas da lavagem de dinheiro incluem:
1. Colocação (placement);
2. Ocultação (layering);
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Legislação Anticorrupção
TREINAMENTO INTENSIVO 
3. Integração (Integration). 
1. Colocação (placement)
A primeira etapa requer a ocultação da origem ilícita dos recursos, por exemplo atra-
vés de contrabando ou do envio de grande quantidade de moeda para fora do país por 
meios não oficiais, como doleiros, conversão de moeda em cheques administrativos, 
conversão de moeda em ativos não financeiros (compra de imóveis, veículos, máquinas 
etc), depósitos em contas correntes em nome de “laranjas” ou “fantasmas” (pessoas 
físicas ou jurídicas). 
2. Ocultação/Circulação (layering)
Nesta etapa, o objetivo é distanciar os recursos de sua origem ilícita, de forma a 
dificultar seu rastreamento, por exemplo realizando depósitos em instituições no exte-
rior, misturar rendas obtidas em atividades ilegais com rendas de fontes legítimas, 
fazer transferências entre contas, realizar exportações subfaturadas, superfaturadas 
ou fictícias
3. Integração (Integration)
Nesta etapa, o objetivo é criar uma origem aparentemente legal para o produto das 
atividades ilícitas para posterior uso em proveito pessoal, por exemplo: investimentos 
estrangeiros em empresas do esquema de lavagem de dinheiro, empréstimos e lea-
sing, recebimento de dinheiro de cassinos, loterias ou bingos, com aparência de prêmios 
legítimos.
Na integração, os valores são introduzidos na economia formal, sob a forma de inves-
timentos – geralmente isso acontece em praças onde outros investimentos já vêm sendo 
feitos ou estão em crescimento, de forma a confundir-se com a economia formal.
Pode-se, com a utilização de doleiros, remeter os valores em espécie para paraísos 
fiscais e, de lá, trazer os valores de volta, como se fossem investimentos externos – este 
o caso detectado pela Operação Satiagraha, da Polícia Federal brasileira: investimentos 
sistemáticos do exterior em um país de economia emergente.
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Legislação Anticorrupção
TREINAMENTO INTENSIVO 
Lei n. 9.613, de 3 de março de 1998
Dispõe sobre os crimes de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores; a pre-
venção da utilização do sistema financeiro para os ilícitos previstos nesta Lei; cria o Con-
selho de Controle de Atividades Financeiras – COAF, e dá outras providências.
Dos Crimes de “Lavagem” ou Ocultação de Bens, Direitos e Valores
Art. 1º Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimen-
tação ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indireta-
mente, de infração penal.
Pena – reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e multa.
Pena – de tentativa
Art. 14. Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com 
a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços.
Ainda que o crime antecedente tenha sido prescrito, o agente não estará isento da devida 
persecução penal relativa ao crime de lavagem de dinheiro. Por essa razão, não é necessário 
que o indivíduo tenha sido processado pelo crime antecedente para que responda pelo 
crime de lavagem de dinheiro. 
1. (CEBRASPE/CESPE/AFCE/TCE SC/DIREITO/2022) Julgue o item seguinte, que tratam 
dos crimes em espécie.
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Legislação Anticorrupção
TREINAMENTO INTENSIVO 
Para a configuração do delito de lavagem de dinheiro, é irrelevante o fato de o indivíduo 
ter sido ou não processado pelo crime antecedente, como por exemplo, tráfico de drogas.
Para a configuração do delito de lavagem de dinheiro, é irrelevante o fato de o indivíduo ter 
sido ou não processado pelo crime antecedente, como o tráfico de drogas.
Lei n. 9613/1998 – Crimes de Lavagem de Dinheiro
Art. 1º § 1º Incorre na mesma pena quem, para ocultar ou dissimular a utilização 
de bens, direitos ou valores provenientes de infração penal: (Redação dada pela Lei n. 
12.683, de 2012)
I – os converte em ativos lícitos;
II – os adquire, recebe, troca, negocia, dá ou recebe em garantia, guarda, tem em 
depósito, movimenta ou transfere;
III – importa ou exporta bens com valores não correspondentes aos verdadeiros.
§ 2º Incorre, ainda, na mesma pena quem:
I – utiliza, na atividade econômica ou financeira, bens, direitos ou valores provenien-
tes de infração penal;
II – participa de grupo, associação ou escritório tendo conhecimento de que sua ati-vidade principal ou secundária é dirigida à prática de crimes previstos nesta Lei.
§ 3º A tentativa é punida nos termos do parágrafo único do art. 14 do Código Penal
Art. 14. Parágrafo único – Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a 
pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços.
§ 4º A pena será aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços) se os crimes defini-
dos nesta Lei forem cometidos de forma reiterada, por intermédio de organização crimi-
nosa ou por meio da utilização de ativo virtual. (Redação dada pela Lei n. 14.478, de 2022)
§ 5º A pena poderá ser reduzida de um a dois terços e ser cumprida em regime aberto 
ou semiaberto, facultando-se ao juiz deixar de aplicá-la ou substituí-la, a qualquer 
tempo, por pena restritiva de direitos, se o autor, coautor ou partícipe colaborar espon-
taneamente com as autoridades, prestando esclarecimentos que conduzam à apuração 
das infrações penais, à identificação dos autores, coautores e partícipes, ou à localiza-
ção dos bens, direitos ou valores objeto do crime.
Obs.: � Nesse caso, pode haver o acordo de colaboração, também conhecido como 
delação premiada.
§ 6º Para a apuração do crime de que trata este artigo, admite-se a utilização da ação 
controlada e da infiltração de agentes.
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Legislação Anticorrupção
TREINAMENTO INTENSIVO 
1. (CEBRASPE/CESPE/PROC/MP/TCE RJ/2023) Acerca da lavagem de dinheiro, julgue o 
item a seguir.
Conforme previsto na Lei n. 9.613/1998, a pena imposta pelo crime de lavagem de dinheiro 
poderá ser reduzida de um a dois terços, facultando-se ao juiz deixar de aplicála ou substituí-
la por pena restritiva de direitos se o autor colaborar espontaneamente para localizar bens 
objeto do crime.
Conforme previsto na Lei n. 9.613/1998, a pena imposta pelo crime de lavagem de dinheiro 
poderá ser reduzida de um a dois terços, facultando ao juiz deixar de aplicá-la ou substituí-
la por pena restritiva de direitos se o autor colaborar espontaneamente para localizar bens 
objeto do crime.
2. (VUNESP/ACE/TCM SP/CIÊNCIAS JURÍDICAS/2023) O crime de lavagem de dinheiro, 
nos termos do § 4º do artigo 1º da Lei n. 9.613/98, tem suas penas aumentadas se 
for cometido
a. em ameaça à solidez e confiabilidade das finanças públicas ou do mercado financeiro.
b. em prejuízo da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios.
c. por funcionário público ou por pessoa sujeita aos mecanismos de controle trazidos pela 
própria Lei.
d. por meio que dificulte seu rastreamento.
e. de forma reiterada ou por intermédio de organização criminosa. 
O crime de lavagem de dinheiro, nos termos do § 4º do artigo 1º da Lei n. 9.613/98, tem suas 
penas aumentadas se for cometido de forma reiterada ou por intermédio de organização 
criminosa.
Lei n. 9613/1998 – Crimes de Lavagem de Dinheiro
Disposições Processuais Especiais
Art. 2º O processo e julgamento dos crimes previstos nesta Lei:
III – são da competência da Justiça Federal:
a) quando praticados contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira, 
ou em detrimento de bens, serviços ou interesses da União, ou de suas entidades autár-
quicas ou empresas públicas;
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Legislação Anticorrupção
TREINAMENTO INTENSIVO 
b) quando a infração penal antecedente for de competência da Justiça Federal.
Dos Efeitos da Condenação
Art. 7º São efeitos da condenação, além dos previstos no Código Penal:
I – a perda, em favor da União - e dos Estados, nos casos de competência da Justiça 
Estadual -, de todos os bens, direitos e valores relacionados, direta ou indiretamente, à 
prática dos crimes previstos nesta Lei, inclusive aqueles utilizados para prestar a fiança, 
ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé;
II – a interdição do exercício de cargo ou função pública de qualquer natureza e de 
diretor, de membro de conselho de administração ou de gerência das pessoas jurídicas 
referidas no art. 9º, pelo dobro do tempo da pena privativa de liberdade aplicada.
Das pessoas sujeitas ao mecanismo de controle
Art. 9º Sujeitam-se às obrigações referidas nos arts. 10 e 11 as pessoas físicas e 
jurídicas que tenham, em caráter permanente ou eventual, como atividade principal ou 
acessória, cumulativamente ou não:
I – a captação, intermediação e aplicação de recursos financeiros de terceiros, em 
moeda nacional ou estrangeira;
II – a compra e venda de moeda estrangeira ou ouro como ativo financeiro ou instru-
mento cambial;
III – a custódia, emissão, distribuição, liquidação, negociação, intermediação ou admi-
nistração de títulos ou valores mobiliários.
Parágrafo único. Sujeitam-se às mesmas obrigações:
I – as bolsas de valores, as bolsas de mercadorias ou futuros e os sistemas de nego-
ciação do mercado de balcão organizado;
II – as seguradoras, as corretoras de seguros e as entidades de previdência comple-
mentar ou de capitalização;
III – as administradoras de cartões de credenciamento ou cartões de crédito, bem 
como as administradoras de consórcios para aquisição de bens ou serviços;
IV – as administradoras ou empresas que se utilizem de cartão ou qualquer outro 
meio eletrônico, magnético ou equivalente, que permita a transferência de fundos;
V – as empresas de arrendamento mercantil (leasing), as empresas de fomento 
comercial (factoring) e as Empresas Simples de Crédito (ESC); (Redação dada pela Lei 
Complementar n. 167, de 2019)
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VI – as sociedades que, mediante sorteio, método assemelhado, exploração de lote-
rias, inclusive de apostas de quota fixa, ou outras sistemáticas de captação de apostas 
com pagamento de prêmios, realizem distribuição de dinheiro, de bens móveis, de bens 
imóveis e de outras mercadorias ou serviços, bem como concedam descontos na sua 
aquisição ou contratação; (Redação dada pela Lei n. 14.183, de 2021)
VII – as filiais ou representações de entes estrangeiros que exerçam no Brasil qual-
quer das atividades listadas neste artigo, ainda que de forma eventual;
VIII – as demais entidades cujo funcionamento dependa de autorização de órgão 
regulador dos mercados financeiro, de câmbio, de capitais e de seguros;
IX – as pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangeiras, que operem no Brasil 
como agentes, dirigentes, procuradoras, comissionárias ou por qualquer forma repre-
sentem interesses de ente estrangeiro que exerça qualquer das atividades referidas 
neste artigo;
X – as pessoas físicas ou jurídicas que exerçam atividades de promoção imobiliária ou 
compra e venda de imóveis;
XI – as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem joias, pedras e metais precio-
sos, objetos de arte e antiguidades.
XII – as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem bens de luxo ou de alto valor, 
intermedeiem a sua comercialização ou exerçam atividades que envolvam grande volume 
de recursos em espécie;
XIII – as juntas comerciais e os registros públicos;
XIV – as pessoas físicas ou jurídicas que prestem, mesmo que eventualmente, servi-
ços de assessoria, consultoria, contadoria, auditoria, aconselhamento ou assistência, de 
qualquer natureza, em operações:
a) de compra e venda de imóveis, estabelecimentos comerciais ou industriais ou par-
ticipações societárias de qualquer natureza;
b) de gestão de fundos, valores mobiliários ou outros ativos;
c) de abertura ou gestão de contas bancárias, de poupança, investimento ou de valo-
res mobiliários;
d) de criação, exploração ou gestão de sociedades de qualquer natureza, fundações, 
fundos fiduciários ou estruturas análogas;
e) financeiras, societárias ou imobiliárias; e
f) de alienação ou aquisição de direitos sobre contratos relacionados a atividades 
desportivas ou artísticas profissionais; 
XV – pessoas físicas ou jurídicas que atuem na promoção, intermediação, comercia-
lização, agenciamento ou negociação de direitos de transferênciade atletas, artistas ou 
feiras, exposições ou eventos similares;
XVI – as empresas de transporte e guarda de valores;
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XVII – as pessoas físicas ou jurídicas que comercializem bens de alto valor de origem 
rural ou animal ou intermedeiem a sua comercialização; e
XVIII – as dependências no exterior das entidades mencionadas neste artigo, por 
meio de sua matriz no Brasil, relativamente a residentes no País.
XIX – as prestadoras de serviços de ativos virtuais. (Incluído pela Lei n. 14.478, de 
2022) Vigência.
Da Identificação dos Clientes e Manutenção de Registros
Art. 10. As pessoas referidas no art. 9º:
I – identificarão seus clientes e manterão cadastro atualizado, nos termos de instru-
ções emanadas das autoridades competentes;
II – manterão registro de toda transação em moeda nacional ou estrangeira, títulos 
e valores mobiliários, títulos de crédito, metais, ou qualquer ativo passível de ser con-
vertido em dinheiro, que ultrapassar limite fixado pela autoridade competente e nos 
termos de instruções por esta expedidas;
III – deverão adotar políticas, procedimentos e controles internos, compatíveis com 
seu porte e volume de operações, que lhes permitam atender ao disposto neste artigo e 
no art. 11, na forma disciplinada pelos órgãos competentes;
IV – deverão cadastrar-se e manter seu cadastro atualizado no órgão regulador ou 
fiscalizador e, na falta deste, no Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), 
na forma e condições por eles estabelecidas;
V – deverão atender às requisições formuladas pelo Coaf na periodicidade, forma e 
condições por ele estabelecidas, cabendo-lhe preservar, nos termos da lei, o sigilo das 
informações prestadas.
§ 1º Na hipótese de o cliente constituir-se em pessoa jurídica, a identificação deverá 
abranger as pessoas físicas autorizadas a representá-la, bem como seus proprietários.
§ 2º Os cadastros e registros deverão ser conservados durante o período mínimo de 
cinco anos a partir do encerramento da conta ou da conclusão da transação, prazo este 
que poderá ser ampliado pela autoridade competente.
§ 3º O registro será efetuado também quando a pessoa física ou jurídica, seus entes 
ligados, houver realizado, em um mesmo mês-calendário, operações com uma mesma 
pessoa, conglomerado ou grupo que, em seu conjunto, ultrapassem o limite fixado pela 
autoridade competente.
Art. 11. As pessoas referidas no art. 9º:
I – dispensarão especial atenção às operações que, nos termos de instruções emana-
das das autoridades competentes, possam constituir-se em sérios indícios dos crimes 
previstos nesta Lei, ou com eles relacionar-se;
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II – deverão comunicar ao Coaf, abstendo-se de dar ciência de tal ato a qualquer 
pessoa, inclusive àquela à qual se refira a informação, no prazo de 24 (vinte e quatro) 
horas, a proposta ou realização:
a) de todas as transações referidas no inciso II do art. 10 (transação em moeda nacio-
nal ou estrangeira, títulos e valores mobiliários, títulos de crédito, metais, ou qualquer 
ativo passível de ser convertido em dinheiro) acompanhadas da identificação de que 
trata o inciso I do mencionado artigo; e
b) das operações referidas no inciso I;
III – deverão comunicar ao órgão regulador ou fiscalizador da sua atividade ou, na 
sua falta, ao Coaf, na periodicidade, forma e condições por eles estabelecidas, a não 
ocorrência de propostas, transações ou operações passíveis de serem comunicadas nos 
termos do inciso II. 
§ 1º As autoridades competentes, nas instruções referidas no inciso I deste artigo 
(crimes de lavagem de dinheiro), elaborarão relação de operações que, por suas carac-
terísticas, no que se refere às partes envolvidas, valores, forma de realização, instru-
mentos utilizados, ou pela falta de fundamento econômico ou legal, possam configurar 
a hipótese nele prevista.
§ 2º As comunicações de boa-fé, feitas na forma prevista neste artigo, não acarreta-
rão responsabilidade civil ou administrativa.
§ 3º O Coaf disponibilizará as comunicações recebidas com base no inciso II do caput 
(as realizadas em 24 horas) aos respectivos órgãos responsáveis pela regulação ou fisca-
lização das pessoas a que se refere o art. 9º.
Da Responsabilidade Administrativa
Art. 12. Às pessoas referidas no art. 9º, bem como aos administradores das pessoas 
jurídicas, que deixem de cumprir as obrigações previstas nos arts. 10 e 11 serão aplica-
das, cumulativamente ou não, pelas autoridades competentes, as seguintes sanções:
I – advertência;
II – multa pecuniária variável não superior:
a) ao dobro do valor da operação;
b) ao dobro do lucro real obtido ou que presumivelmente seria obtido pela realização 
da operação; ou
c) ao valor de R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais);
III – inabilitação temporária, pelo prazo de até dez anos, para o exercício do cargo de 
administrador das pessoas jurídicas referidas no art. 9º;
IV – cassação ou suspensão da autorização para o exercício de atividade, operação ou 
funcionamento.
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§ 1º A pena de advertência será aplicada por irregularidade no cumprimento das ins-
truções referidas nos incisos I e II do art. 10. (Não identificar clientes e deixar de efe-
tuar o registro de transações que excederem o limite estabelecido pela autoridade 
competente).
§ 2º A multa será aplicada sempre que as pessoas referidas no art. 9º, por culpa ou dolo:
I – deixarem de sanar as irregularidades objeto de advertência, no prazo assinalado 
pela autoridade competente;
II – não cumprirem o disposto nos incisos I a IV do art. 10; (identificação, registro, 
política de controle interno e cadastro da instituição em órgão regulador ou no COAF)
III – deixarem de atender, no prazo estabelecido, a requisição formulada nos termos 
do inciso V do art. 10; (Requisições do COAF)
IV – descumprirem a vedação ou deixarem de fazer a comunicação a que se refere 
o art. 11.
§ 3º A inabilitação temporária será aplicada quando forem verificadas infrações 
graves quanto ao cumprimento das obrigações constantes desta Lei ou quando ocor-
rer reincidência específica, devidamente caracterizada em transgressões anteriormente 
punidas com multa.
§ 4º A cassação da autorização será aplicada nos casos de reincidência específica de 
infrações anteriormente punidas com a pena prevista no inciso III do caput deste artigo.
Do Conselho de Controle de Atividades Financeiras
Art. 14. É criado, no âmbito do Ministério da Fazenda, o Conselho de Controle de Ati-
vidades Financeiras - COAF, com a finalidade de disciplinar, aplicar penas administrati-
vas, receber, examinar e identificar as ocorrências suspeitas de atividades ilícitas previs-
tas nesta Lei, sem prejuízo da competência de outros órgãos e entidades.
§ 1º As instruções referidas no art. 10 destinadas às pessoas mencionadas no art. 9º, 
para as quais não exista órgão próprio fiscalizador ou regulador, serão expedidas pelo 
COAF, competindo-lhe, para esses casos, a definição das pessoas abrangidas e a aplica-
ção das sanções enumeradas no art. 12. 
§ 2º O COAF deverá, ainda, coordenar e propor mecanismos de cooperação e de troca 
de informações que viabilizem ações rápidas e eficientes no combate à ocultação ou dis-
simulação de bens, direitos e valores.
§ 3º O COAF poderá requerer aos órgãos da Administração Pública as informações 
cadastrais bancárias e financeiras de pessoas envolvidas em atividades suspeitas.
Art. 15. O COAF comunicará às autoridades competentes para a instauração dos 
procedimentos cabíveis, quando concluir pela existência de crimes previstos nesta Lei, 
de fundados indícios de sua prática, ou de qualquer outro ilícito.
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GABARITO
1. C
2. e
����������������������������������������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula 
preparada e ministrada pelo professor Beto Fernandes. 
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con-
teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela 
leitura exclusiva deste material.
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CIRCULAR 3978/2020 – CRIMES DE LAVAGEM DE 
DINHEIRO
Esta Circular dispõe sobre a política, os procedimentos e os controles internos a 
serem adotados pelas instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil 
visando à prevenção da utilização do sistema financeiro para a prática dos crimes de 
“lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores, de que trata a Lei n. 9.613, de 3 de 
março de 1998, e de financiamento do terrorismo, previsto na Lei n. 13.260, de 16 de 
março de 2016.
A política de Prevenção e Combate a Lavagem de dinheiro e financiamento do terro-
rismo deve ser compatível com os perfis de risco:
I – dos clientes;
II – da instituição;
III – das operações, transações, produtos e serviços; e
IV – dos funcionários, parceiros e prestadores de serviços terceirizados.
A avaliação interna de risco deve ser revisada a cada dois anos, bem como quando 
ocorrerem alterações significativas nos perfis de risco mencionados no art. 10, § 1º.
A política de Prevenção e Combate à Lavagem de dinheiro e financiamento do ter-
rorismo deve ser divulgada aos funcionários da instituição, parceiros e prestadores de 
serviços terceirizados, mediante linguagem clara e acessível, em nível de detalhamento 
compatível com as funções desempenhadas e com a sensibilidade das informações.
As instituições devem indicar formalmente ao Banco Central do Brasil o diretor res-
ponsável pelo cumprimento das obrigações previstas nesta Circular.
O diretor pode desempenhar outras funções na instituição, desde que não haja con-
flito de interesses.
No processo de identificação do cliente devem ser coletados, no mínimo:
I – o nome completo e o número de registro no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF), no 
caso de pessoa natural; e
II – a firma ou denominação social e o número de registro no Cadastro Nacional da 
Pessoa Jurídica (CNPJ), no caso de pessoa jurídica.
Os procedimentos de qualificação e identificação devem incluir:
A coleta, verificação e validação de informações, compatíveis com o perfil de risco do 
cliente e com a natureza da relação de negócio;
Identificar o local de residência, no caso de pessoa natural;
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Avaliar a capacidade financeira do cliente, incluindo a renda, no caso de pessoa natu-
ral, ou o faturamento, no caso de pessoa jurídica;
A verificação da condição do cliente como pessoa exposta politicamente, bem 
como a verificação da condição de representante, familiar ou estreito colaborador 
dessas pessoas.
Para os fins desta Circular, considera-se:
I – familiar, os parentes, na linha reta ou colateral, até o segundo grau, o cônjuge, o 
companheiro, a companheira, o enteado e a enteada; e
II – estreito colaborador:
a. pessoa natural conhecida por ter qualquer tipo de estreita relação com pessoa 
exposta politicamente, inclusive por:
1. ter participação conjunta em pessoa jurídica de direito privado;
2. figurar como mandatária, ainda que por instrumento particular da pessoa men-
cionada no item 1; ou
3. ter participação conjunta em arranjos sem personalidade jurídica; e
b. pessoa natural que tem o controle de pessoas jurídicas ou de arranjos sem perso-
nalidade jurídica, conhecidos por terem sido criados para o benefício de pessoa exposta 
politicamente.
Art. 23. É vedado às instituições referidas no art. 1º iniciar relação de negócios 
sem que os procedimentos de identificação e de qualificação do cliente estejam 
concluídos.
Parágrafo único. Admite-se, por um período máximo de trinta dias, o início da rela-
ção de negócios em caso de insuficiência de informações relativas à qualificação do 
cliente, desde que não haja prejuízo aos procedimentos de monitoramento e seleção 
de operações passíveis de comunicação ao COAF. 
DA QUALIFICAÇÃO COMO PESSOA EXPOSTA POLITICAMENTE
Art. 27. As instituições devem implementar procedimentos que permitam qualificar 
seus clientes como pessoa exposta politicamente.
§ 1º Consideram-se pessoas expostas politicamente:
I – os detentores de mandatos eletivos dos Poderes Executivo e Legislativo da União;
II – os ocupantes de cargo, no Poder Executivo da União, de:
a. Ministro de Estado ou equiparado;
b. Natureza Especial ou equivalente;
c. presidente, vice-presidente e diretor, ou equivalentes, de entidades da adminis-
tração pública indireta; e
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III – os membros do Conselho Nacional de Justiça, do Supremo Tribunal Federal, dos 
Tribunais Superiores, dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais do Traba-
lho, dos Tribunais Regionais Eleitorais, do Conselho Superior da Justiça do Trabalho e do 
Conselho da Justiça Federal;
IV – os membros do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral 
da República, o Vice-Procurador-Geral da República, o Procurador-Geral do Trabalho, o 
Procurador-Geral da Justiça Militar, os Subprocuradores-Gerais da República e os Pro-
curadores Gerais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal;
V – os membros do Tribunal de Contas da União, o Procurador-Geral e os Subprocu-
radores-Gerais do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União;
VI – os presidentes e os tesoureiros nacionais, ou equivalentes, de partidos políticos;
VII – os Governadores e os Secretários de Estado e do Distrito Federal, os Deputados 
Estaduais e Distritais, os presidentes, ou equivalentes, de entidades da administração 
pública indireta estadual e distrital e os presidentes de Tribunais de Justiça, Tribunais 
Militares, Tribunais de Contas ou equivalentes dos Estados e do Distrito Federal; e
VIII – os Prefeitos, os Vereadores, os Secretários Municipais, os presidentes, ou equi-
valentes, de entidades da administração pública indireta municipal e os Presidentes de 
Tribunais de Contas ou equivalentes dos Municípios
Obs.: � São também consideradas expostas politicamente as pessoas que, no exterior, sejam:
I – chefes de estado ou de governo;
II – políticos de escalões superiores;
III – ocupantes de cargos governamentais de escalões superiores;
IV – oficiais-generais e membros de escalões superiores do Poder Judiciário;
V – executivos de escalões superiores de empresas públicas; ou
VI – dirigentes de partidos políticos.
São também consideradas pessoas expostas politicamente os dirigentes de escalões 
superiores de entidades de direito internacional público ou privado.
A condição de pessoa exposta politicamente deve ser aplicada pelos cinco anos 
seguintes à data em que a pessoa deixou de se enquadrar nessa condição.
DO REGISTRO DAS OPERAÇÕES EM ESPÉCIE
Este é o tópico mais cobrado nas provas.
No caso de operações com utilização de recursos em espécie de valor individual 
superior a R$ 2.000,00 (dois mil reais), as instituições devem incluir no registro, além das 
informações habituais, o nome e o respectivo número de inscrição no CPF do portador 
dos recursos.
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No caso de operações de depósito, aporte, ou ainda em caso de saques de valores indi-
viduais, igual ou superior a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), as instituições devem incluir 
no registro:
I – o nome e o respectivo número de inscrição no CPF ou no CNPJ, conforme o caso, 
do proprietário dos recursos;
II – o nome e o respectivo número de inscrição no CPF do portador dos recursos; e
III – a origem dos recursos depositados ou aportados;
IV – finalidade do saque. 
Na hipótese de recusa do