Buscar

APS - Direito no mundo Antigo com Platão e Aristóteles

Prévia do material em texto

Direito no mundo Antigo com Platão e Aristóteles.
Podemos dizer que parte da pergunta “o que é o Direito?” pode ser respondida
com os princípios e fundamentos que começaram a ser discutidos na Grécia Antiga,
estes que se iniciaram com Tales de Mileto e posteriormente com Sócrates e suas
maiêuticas criaram o desenvolver de certos princípios.
Platão um de seus principais discípulos e filósofo da Era Antiga foi o causador
das reflexões que vieram por séculos e milênios depois, reflexões estas em cima de
problemas ocorridos na Pólis, antigas cidades-estado em que ambos viveram. Para
Platão os ensinamentos socráticos foram fundamentais não só em sua formação
teórica, mas prática, Platão não viu como os demais acusadores de Sócrates que o
julgaram por corromper a juventude ateniense a simplesmente pensar, refletir e
questionar o modelo de democracia, e sobre o que era determinado pelos
governantes, consequentemente isso causou a sua condenação e morte.
Platão foi profundamente afetado por este equívoco julgamento o que o fez
sair de Atenas e viajar para as demais cidades-estado, aprendendo, observando e
adquirindo um vasto conhecimento em diversas áreas, posteriormente decidiu por
retornar a Atenas e com isso fundou a Academia de Atenas.
Nos anos seguintes Platão escreveu um de seus livros mais conhecidos “A
República” nessa leitura podemos observar sua ideia de uma sociedade
politicamente organizada e com estruturas definidas, ele defendia a sociedade
organizada em três formas simples com as pessoas sendo educadas e
influenciadas desde cedo às suas vocações, a primeira forma seriam os filósofos a
cabeça pensante da sociedade, os seres racionais e portanto mais superiores, os
guardiões mais emotivos e o corpo de guerra, soldados propriamente ditos, e os
artesãos, melhores em suas habilidades manuais e na produção, plantação e
criação, e no fim todas essas funções trariam a melhor administração e distribuição
de bens a sociedade. É possível comparar essa ideia d’A República com sua teoria
de mundo Sensível e mundo Inteligível, como a descrição para a criação dessa
sociedade parece até utópica, o que também leva a crer que uma cidade justa só
seria possível através dessa forma de organização social.
Com isso chegamos às leis, que Platão defendia serem um produto da razão
humana e não algo derivado do divino sobrenatural, ele acredita que leis e regras
eram fundamentais para o bom curso da pólis e através dela se desenvolveria o
poder tácito, que não implicitamente dito, mas leis criadas para o povo e pelo povo.
Anos depois com sua morte Aristóteles, sendo um de seus estudantes que não
fora escolhido para ser seu substituto decide abandonar a Academia e seguir
viagem para adquirir mais conhecimentos; apesar de ter passado boa parte de sua
vida em Atenas era de Estagira na Macedônia, para onde voltou em Pela
posteriormente a convite de Filipe II para ser tutor de seu filho Alexandre.
Ambos criam uma relação duradoura que após a morte de Filipe II, Alexandre
da inicio as conquistas e planos de guerra que havia traçado com o pai e a cada
conquista de território enviava para Aristóteles e sua recém fundada Academia
Liceu, edições de livros, pergaminhos e espécies de animais para serem estudados.
Dentre vários ensinamentos e princípios desenvolvidos por Aristóteles um de
seus principais foi a ideia de Justo Meio que era o ato realizado com equilíbrio, nada
mais do que buscar em suas ações em sociedade e o equilíbrio do que é certo e
errado, seu princípio de justiça se definia no equilíbrio dessas decisões. Nesse
ponto podemos perceber a diferença entre o princípio de Platão que visava o bem
comum para a Pólis na decisão de todas as pessoas e o justo meio buscava a
felicidade do cidadão. Compondo esta ideia de Justo Meio Aristóteles desenvolveu
duas ideias a Justiça Corretiva, ligada ao direito privado de todos, visava corrigir o
erro de uma injustiça ou ato ilícito, e a Justiça Distributiva que tinha como
fundamento distribuir os bens e riquezas dentro da pólis sendo mais ligada ao direito
público.
Séculos mais tarde estas ações serviriam de base e análise para o
desenvolvimento do Direito Romano.

Continue navegando