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APS - TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E DIREITOS FUNDAMENTAIS

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Considere o caso seguinte: com o objetivo de garantir o livre acesso aos diversos
hospitais situados na região, edita-se uma lei que proíbe manifestações na avenida
principal da cidade, lugar tradicional de reuniões e composta por seis faixas de
rolamento.
Como juiz, decida se a lei é constitucional, utilizando na fundamentação as regras
que integram o princípio da proporcionalidade.
Texto sugerido: ADI 1.969, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 28-6-2007, P, DJ de
31-8-2007 (Disponível em: http://www.stf.jus.br/portal/constituicao/constituicao.asp).
No intuito de realizar proibições devido a atual situação pandêmica do país, a
lei mencionada no enunciado se torna praticamente inconstitucional se embasada
pelo art. 5º, XVI da CF de 1988, este menciona “todos podem reunir-se
pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de
autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o
mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente” dando
clara razão ao ato lícito que venha a ser realizado na avenida.
E utilizando de segundo embasamento a ADI 1.969 votada pelo STF no
julgamento do Decreto distrital 20.098/1999, declarada esta inconstitucional por
afetar o simples fato de reunião para protestos de atos lícitos, esta decisão na
época tinha como fundamento derrubar o Decreto por impedir a reunião de pessoas
na Praça dos Três Poderes, Esplanada dos Ministérios e a Praça Buriti, o que no
entendimento dos ministros do STF se fez como inconstitucional; podemos usar dos
princípios de razoabilidade e de proporcionalidade até mesmo citados na ADI pelo
ministro Lewandowski “A restrição ao direito de reunião [...], a toda evidência,
mostra-se inadequada, desnecessária e desproporcional quando confrontada com a
vontade da Constituição [...], a permitir que todos os cidadãos possam reunir-se
pacificamente para fins lícitos, expressando as sua opiniões livremente.” (ADI 1.969,
28/06/2007, p.11, 12) onde a desproporção da ação de proibir a circulação de
pessoas nessa avenida se torne também inconstitucional, assim como descrita é um
direito irrefutável do povo ou cidadão estrangeiro que compõem a República.
Assim como qualquer manifestação de som, por voz, carros ou aparelhos
sonoros não as torna inconstitucionais, pelos princípios de razoabilidade seria
possível realizar um protesto sem som, porém não os privando de eventual uso do
mesmo, caso contrário viria contra o art. 5º, IV da Constituição que nos rege este
direito de expressão e reunião.
Levando em consideração que a única medida que levaria a esta reunião, ou
futuras reuniões, sua inviabilidade seria a de não notificar os órgãos competentes de
seu acontecimento, estes sim para tomarem medidas que não afetem a disposição
dos acessos aos hospitais da região.
http://www.stf.jus.br/jurisprudencia/IT/frame.asp?SEQ=483584&PROCESSO=1969&CLASSE=ADI&cod_classe=504&ORIGEM=IT&RECURSO=0&TIP_JULGAMENTO=&EMENTA=2287

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