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Desenho de Moda Professor Ms. Dênis Martins de Oliveira Reitor Prof. Ms. Gilmar de Oliveira Diretor de Ensino Prof. Ms. Daniel de Lima Diretor Financeiro Prof. Eduardo Luiz Campano Santini Diretor Administrativo Prof. Ms. Renato Valença Correia Secretário Acadêmico Tiago Pereira da Silva Coord. de Ensino, Pesquisa e Extensão - CONPEX Prof. Dr. Hudson Sérgio de Souza Coordenação Adjunta de Ensino Profa. Dra. Nelma Sgarbosa Roman de Araújo Coordenação Adjunta de Pesquisa Prof. Dr. Flávio Ricardo Guilherme Coordenação Adjunta de Extensão Prof. Esp. Heider Jeferson Gonçalves Coordenador NEAD - Núcleo de Educação à Distância Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal Web Designer Thiago Azenha Revisão Textual Beatriz Longen Rohling Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante Geovane Vinícius da Broi Maciel Kauê Berto Projeto Gráfico, Design e Diagramação André Dudatt 2021 by Editora Edufatecie Copyright do Texto C 2021 Os autores Copyright C Edição 2021 Editora Edufatecie O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correçao e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Editora Edufatecie. Permi- tidoo download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP O48d Oliveira, Dênis Martins de Desenho de moda / Dênis Martins de Oliveira. Paranavaí: EduFatecie, 2021. 120 p.: il. Color. 1. Desenho de moda. 2. Trajes. 3. Moda - Estilo. Vestuário, I. Centro Universitário UniFatecie. II. Núcleo de Educação a Distância. III. Título. CDD: 23 ed. 741.672 Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9/1577 UNIFATECIE Unidade 1 Rua Getúlio Vargas, 333 Centro, Paranavaí, PR (44) 3045-9898 UNIFATECIE Unidade 2 Rua Cândido Bertier Fortes, 2178, Centro, Paranavaí, PR (44) 3045-9898 UNIFATECIE Unidade 3 Rodovia BR - 376, KM 102, nº 1000 - Chácara Jaraguá , Paranavaí, PR (44) 3045-9898 www.unifatecie.edu.br/site As imagens utilizadas neste livro foram obtidas a partir do site Shutterstock. AUTOR Professor Mestre Dênis Martins de Oliveira ● Mestrado em Gestão do Conhecimento nas Organizações pela UniCesumar (2021). ● Especialização em EAD e as novas Tecnologias Educacionais. Centro Universi- tário de Maringá, UNICESUMAR (2019). ● Curso superior de Tecnologia em Design de Interiores pela UniCesumar (2018) ● Bacharelado em Moda pela UniCesumar (2016). ● Pós-graduação em Docência no Ensino Superior, Centro Universitário de Ma- ringá (2016). ● Licenciatura em Artes Visuais pelo Centro Universitário de Maringá (2012). Possui experiência na área de Moda, com ênfase em Artes. Ministrando as discipli- nas de: História da Arte e do Design; Teoria e Fundamentos do Design; Linguagem Visual; Processo Criativo Avançado; Visual Merchandising; Materiais e Expressão Gráfica; Dese- nho de Moda; Pintura e Gravura; Materiais e Técnicas Artísticas; Visagismo e Consultoria de Imagem. Professor da Graduação e Pós Graduação da UniCesumar, Maringá. Consultor de Imagem. Professor do NEAD UniCesumar. CURRÍCULO LATTES: http://lattes.cnpq.br/7878085094344256 APRESENTAÇÃO DO MATERIAL Olá Acadêmico (a), seja bem-vindo(a) ao universo do Desenho de Moda, saiba que é um prazer receber você para esse mergulho nos processos que formam os Desenhos de Moda, vamos embarcar nessa jornada? O processo de desenho manual exige primeiramente o entendimento das propor- ções corporais, para que seja possível construir a vestimenta de forma adequada, conside- rando o público-alvo para o qual a coleção de moda se destina, bem como o entendimento sobre o biótipo deste público, para que seus produtos de moda representados por meio do desenho sejam cada vez mais assertivos. Na Unidade I, temos como principal foco a explanação acerca do processo de desenho da figura humana em pose estática, ou seja, sem movimento, você conhecerá, portanto, quais as medidas para a representação de forma proporcional da figura humana feminina e masculina adulta, além de conhecer os elementos básicos que formam as com- posições visuais por meio do desenho e as medidas para representação das figuras infantis e dos biotipos especiais. Já na Unidade II de nosso material didático, você irá ter acesso aos conteúdos relacionados ao processo de representação da figura humana agora em movimento, e suas diversas poses para a representação de forma coerente com o nicho de mercado no qual você irá atuar como designer, bem como entenderá quais são os processos para desenho do rosto humano por completo. A Unidade III lhe apresentará as possibilidades criativas por meio do processo de desenho da indumentária, masculina e feminina e como fazer a representação dos tecidos, caimentos e volumes necessários para representação das mais diversas peças do vestuário. Por fim na Unidade IV, você irá conhecer as aplicabilidades dos diferentes materiais no processo de desenho e como utilizar tais técnicas para construir seu estilo no desenho de produtos de moda vislumbrando possibilidades ao combinar diferentes técnicas no pro- cesso de desenho. Boa leitura!!! SUMÁRIO UNIDADE I ...................................................................................................... 3 Desenho Anatômico da Figura Humana UNIDADE II ................................................................................................... 35 Desenho de Figuras em Movimento UNIDADE III .................................................................................................. 69 Princípios Básicos para o Desenho de Moda UNIDADE IV .................................................................................................. 95 Técnicas de Ilustração de Moda 3 Plano de Estudo: ● Figura Feminina Estática; ● Figura Masculina Estática; ● Figura Infantil Estática; ● Biotipos especiais. Objetivos da Aprendizagem: ● Compreender as proporções para representação da Figura Feminina, Masculina e Infantil Estática; ● Entender as especificidades do desenho da figura Plus Size e Gestante. UNIDADE I Desenho Anatômico da Figura Humana Professor Me. Dênis Martins de Oliveira 4UNIDADE I Desenho Anatômico da Figura Humana INTRODUÇÃO Olá Acadêmico (a), é um prazer receber você nesse nosso primeiro encontro para tratarmos do Desenho de Moda. O processo de desenhar manualmente é essencial para o profissional Designer, desta forma, no decorrer desta unidade você irá compreender a importância do desenho de moda, principalmente com relação a estrutura da anatomia, e como a representação da figura humana faz parte do processo de desenho. Desenhar manualmente imprime não só personalidade ao croqui de moda, mas também faz com que seu projeto de design, que neste caso é uma roupa, fique represen- tado de forma mais pessoal, e assim, você irá trazer a sua personalidade, o seu estilo e a sua forma de pensar produtos de moda, para o desenho do produto. Mas antes de iniciarmos o processo de desenho do vestuário, se faz necessário conhecer as dimensões corporais, pois a final de contas, estamos projetando um produto que será utilizado por uma pessoa. Desta forma, o entendimento do biotipo e de como a roupa se comporta no corpo, é essencial para um bom resultado no desenho. Primeiramente, você irá conhecer as dimensões corporais e como a figura humana pode ser dividida para que haja um equilíbrio na distribuição corporal, e desta forma seja possível representar a figura humana de forma coerente. Assim você verá a composição canônica de meditas que estruturam a Figura Humana Feminina, Masculina e Infantil, e como essas dimensões são distribuídas paraa representação da figura de moda. Ao compreender essa organização e distribuição, você terá condições de estruturar as figuras humanas de forma estática, ou seja, em postura sem movimento, representando- -as de forma harmônica. E por fim, veremos também as especificidades de alguns biotipos para públicos específicos como no caso das figuras Plus Size e de Gestantes. Desejo a você uma excelente jornada e bons estudos!!! 5UNIDADE I Desenho Anatômico da Figura Humana 1. FIGURA FEMININA ESTÁTICA O processo de desenho da figura humana deve se iniciar pelas medidas essenciais no que diz respeito a representação da figura humana. Existem diversos autores e diversas formas para representar as proporções da figura humana no desenho. No caso desse nosso material, trabalharemos com as proporções distribuídas em 9 (nove) alturas, para que tenha- mos uma figura moderna e anatomicamente equilibrada conforme nos narra Bryant (2012): Uma maneira de propiciar um desenho mais fluído de proporções consisten- tes é usar um guia que será especialmente útil para desenvolver as figuras de moda. À medida que suas habilidades se aprimoram, você poderá usar cada vez mais licenças criativas, mas é sempre bom começar seguindo algumas das convenções tradicionais. (BRYANT, 2012, p. 34) Para o desenho da figura feminina, usando o formato A4 de papel, (tamanho comum de uma folha de sulfite) que tem as medidas de 210 x 297 mm, utilizaremos a proporção de 9 altu- ras com espaços de 3 centímetros entre cada uma delas, pois assim a figura terá um tamanho condizente com a folha de papel, e conseguiremos manusear esse material sem problemas nos diferentes departamentos pelo qual o desenho passa dentro de uma indústria de moda. Porém, é possível trabalhar com a representação das figuras humanas utilizando outras proporções, ou seja, usando outras medidas de cânones. Para iniciar nosso pro- cesso de desenho, é importante compreender que a distribuição das medidas considera o que a autora Michele Bryant (2012) chama de Altura de Cabeça, ou seja, é o padrão desta altura de cabeça que irá direcionar a distribuição das demais medidas da figura. “A medida da cabeça serve de módulo para a construção do desenho da figura humana. Além de ser a medida que vai ser utilizada verticalmente para estabelecer a altura da figura” (BRYANT, 2012, p. 38). 6UNIDADE I Desenho Anatômico da Figura Humana Definida essa dimensão de 3cm para uma altura de cabeça, a figura feminina estática por sua vez terá então 9 alturas de cabeça totalizando 27 cm de altura. Essa organização e distribuição de medidas fará com que você, aluno(a) consiga organizar de forma equilibrada as demais medidas corporais e então estruturar sua figura humana de forma harmônica na representação do desenho. Primeiramente, desenhe uma linha central, que chamaremos de eixo central ou linha de equilíbrio, no meio de sua folha de sulfite usando lápis grafite HB ou 2B e depois distribua nessa linha as 9 alturas de 3 cm. Suas linhas devem ficar conforme a representa- ção da Figura 1. FIGURA 1 – DISTRIBUIÇÃO DE CÂNONES 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Fonte: O Autor (2021). Você pode enumerar as linhas para que facilite a distribuição dos demais compo- nentes que iremos iniciar na sequência. Desta forma, a distribuição das medidas conforme Bryant (2012) seguirá a seguinte lógica: ● Linha Zero: Alto da Cabeça; ● Linha 1: Queixo; ● Linha 2: Metade do Peito; ● Linha 3: Cintura; ● Linha 4: Púbis; ● Linha 5: Metade Da Coxa; ● Linha 6: Acima Do Joelho; ● Linha 7: Panturrilha; ● Linha 8: Acima Do Tornozelo; ● Linha 9: Chão. 7UNIDADE I Desenho Anatômico da Figura Humana A organização de distribuição das larguras que envolvem o processo de desenho da figura humana, seguirá basicamente a largura de ombro, cintura e quadril, para que haja um equilíbrio visual nas proporções do desenho. Assim, as medidas utilizadas para estas larguras são: TABELA 1 – MEDIDAS PARA AS LARGURAS DO DESENHO FEMININO Parte do corpo Medida em centímetros Posicionamento Ombro a ombro 4,4 centímetros Metade da segunda linha Cintura 2,2 centímetros Entre a terceira e quarta linha Quadril 3,8 centímetros Entre a quarta e quinta ca- beça Fonte: Adaptado de: Bryant (2012). Feito esse processo de distribuição das medidas, você deve ter uma composição conforme a Figura 2. Vale ressaltar que, as medidas são distribuídas de forma equilibrada para cada lado do eixo central que você desenhou. Então na medida de largura dos ombros por exemplo, você terá 2,2 centímetros para o lado direito e 2,2 centímetros para o lado esquerdo, resultando assim em uma figura simétrica, equilibrada e harmônica. FIGURA 2 – BASE DA FIGURA FEMININA Fonte: Bryant (2012, p. 39) 8UNIDADE I Desenho Anatômico da Figura Humana Se você quiser, fique à vontade para desenhar linhas auxiliares como as que estão acima e abaixo da linha de cintura, para que você faça uma distribuição harmônica da conexão do tronco com a cintura e da cintura com o quadril. O posicionamento dos joelhos fica no meio da linha 7, e o posicionamento dos calcanhares no final da linha 9. Depois de desenhar as linhas guia, agora o próximo passo é trabalhar a repre- sentação da figura humana de forma geometrizada. Esse processo facilita a distribuição equilibrada das proporções, e garante a volumetria necessária para a representação da figura final. Para esse processo, você pode utilizar um boneco articulado, conforme a Figura 3. Esse tipo de material será útil para você pensar em diferentes poses para os desenhos em movimento. FIGURA 3 – BONECO ARTICULADO Desta forma, você pode trabalhar a distribuição das partes do corpo de modo que a estrutura corporal fique conforme a imagem da Figura 4: 9UNIDADE I Desenho Anatômico da Figura Humana FIGURA 4 – REPRESENTAÇÃO DA FIGURA FEMININA GEOMETRIZADA Fonte: Bryant (2012, p. 39). É importante lembrar, caro aluno(a), que o processo de desenho é um exercício, desta forma, quanto mais você treinar, maior será a sua percepção sobre o desenho, e aos poucos, essa distribuição espacial se tornará automática e você conseguirá desenhar sem a necessidade das linhas guia, e da figura geometrizada. Mas nesse momento, é válido você seguir os passos e ir traçando as figuras conforme as etapas demonstradas. Um aspecto importante do desenho da figura humana, é a representação das articu- lações, ou seja, no corpo humano temos partes que funcionam como rótulas, se ajustando e fazendo movimentos em diferentes posições. É o caso da Cabeça, Ombros, Cotovelos, Punhos, Cintura, Joelhos e Tornozelos. Assim, na representação da figura humana geome- trizada utilizamos circunferências para representar este tipo de rótula, conforme você pode observar na Figura 4 geometrizada. Depois de representar a distribuição de forma geometrizada para a figura feminina, o próximo passo a transformar essa composição em uma figura humana, ou seja, desenhar o que chamamos de figura de carne. 10UNIDADE I Desenho Anatômico da Figura Humana Inicie o processo de desenho dessa figura fazendo a cabeça na altura da linha 1. A cabeça mede 2 centímetros de largura então você irá desenhar um elemento oval que preencha todo o espaço da linha 1 de modo que tenhamos um centímetro para cada lado de sua linha de eixo central. Posteriormente, você começará a construir os volumes a partir das figuras geo- métrica da figura, arredondando as partes que compõem o tronco, e depois fazendo a estrutura das pernas. Para o desenho dos braços, procura-se fazer um lado por completo e depois você desenha o outro seguindo a mesma distribuição espacial, em que os cotovelos ficam na altura da linha 3 e os punhos na altura da linha 4. Nesse momento, é importante que você observe seu próprio corpo, vá na frente de um espelho e olhe as proporções e como estão distribuídas. É claro que temos diferentes biotipos, e o nosso desenho de moda é uma figura estilizada, esguia e levemente alongada,mas o processo de observação é fundamental para que você exercite o olhar e comece a assimilar a distribuição das diferentes partes do corpo, levando essa reflexão para seus desenhos. A seguir, temos a Figura 5 com a sequência completa de representação do desenho da figura feminina estática. FIGURA 5 - SEQUÊNCIA DE DESENHO DA FIGURA FEMININA Fonte: Bryant (2012, p. 39). 11UNIDADE I Desenho Anatômico da Figura Humana Caro aluno (a), para que você consiga exercitar o processo e possa treinar várias vezes, você pode desenhar as Linhas Guia, o Eixo Central e a Figura Geometrizada pas- sando a caneta e construindo assim uma base fixa. Para desenhar as figuras de carne, basta você utilizar o papel manteiga e colocá-lo sobre a composição da figura geométrica, assim você usa a base da geometricidade para estruturar sua figura de carne, sem precisar apagar as linhas ou a figura geometrizada. Seu desenho ficará mais limpo e você terá a base do corpo feminino para utilizar nos desenhos de coleções de moda. 12UNIDADE I Desenho Anatômico da Figura Humana 2. FIGURA MASCULINA ESTÁTICA A representação gráfica, ou seja, o processo de desenho da figura humana adulta, tanto masculina quanto feminina é o mesmo. A disposição de alturas de cabeça, seguirá a mesma distribuição com a qual trabalhamos na figura feminina, usando 9 alturas de 3 centímetros cada. A diferença estará nas larguras utilizadas para a representação do corpo humano masculino, pois o biotipo do homem tende a ser mais largo. Isso vale para o tronco, cintura e quadril, desta forma o corpo masculino não possui as curvas definidas como temos no corpo feminino, por isso a figura será mais retangular. Até mesmo o rosto é uma estrutura mais geometrizada do que o rosto feminino, conforme você verá mais a frente em nossos estudos. Waine (2011) apresenta alguns pormenores do processo de desenho. No desenho da figura humana, seja ou não para a ilustração de moda, é es- sencial conhecer as estruturas e as proporções do corpo. Uma das técnicas mais utilizadas para se começar o desenho, é reduzir a figura a formas geo- métricas. É comumente aceito que a proporção clássica do corpo humano é 8 cabeças, mas em moda, em que se utilizam corpos mais esbeltos costuma se trabalhar com a figura mais alongada neste caso podemos trabalhar com a figura de 9 cabeças. (WAINE, 2011, p. 10-11). Para o trabalho com a figura masculina, é importante o exercício de observação dos diferentes corpos existentes. Sabemos que o Brasil é um país miscigenado e essa mistura de etnias, faz com que tenhamos variados biotipos. Como estamos falando do processo de representação gráfica de figuras para o desenho de moda, seguiremos um padrão, mas você pode adequar seu desenho para representar da melhor forma o biotipo do público-alvo de sua marca de moda. 13UNIDADE I Desenho Anatômico da Figura Humana Depois de ter desenhado as linhas guias e a linha de eixo central, como fizemos na figura feminina, você irá distribuir agora as medidas de larguras, para depois iniciar o processo de desenho da figura geometrizada e então a figura de carne. TABELA 2 – MEDIDAS PARA AS LARGURAS DO DESENHO MASCULINO Parte do corpo Medida em centímetros Posicionamento Ombro a ombro 6 centímetros Metade da segunda linha Cintura 3,6 centímetros Entre a terceira e quarta linha Quadril 4 centímetros 0,5 cm abaixo da quarta linha Fonte: Adaptado de: Bryant (2012). Trabalhando a distribuição das larguras da figura de forma correta, sua composição do corpo humano masculino ficará coerente e simétrica. A distribuição das larguras deve ficar estruturada conforme a imagem abaixo: FIGURA 6 – BASE DA FIGURA MASCULINA Fonte: Bryant (2012, p. 81). 14UNIDADE I Desenho Anatômico da Figura Humana Você ainda pode trabalhar com o desenho de linhas guias extras (pontilhados azuis), essas linhas irão lhe auxiliar na construção da figura geometrizada de representação do homem. Um ponto importante a ser observado é o posicionamento das rótulas dos joelhos, que diferente do que ocorre na representação da figura feminina, no caso da figura masculi- na as rótulas são mais distantes da linha de eixo central, você pode distanciar 1 centímetro, para que a figura masculina fique com as pernas entre abertas, na representação final. A seguir temos a figura geometrizada para facilitar o entendimento da representação das partes do corpo masculino: FIGURA 7 – REPRESENTAÇÃO DA FIGURA MASCULINA GEOMETRIZADA Fonte: Bryant (2012, p. 82). Depois de construir a figura geometrizada, você pode contorná-la com caneta, assim você terá a estrutura base da figura humana masculina adulta, para ser replicada em qualquer papel que você queira utilizar. 15UNIDADE I Desenho Anatômico da Figura Humana SAIBA MAIS Para utilizar outros papeis para seus desenhos, você pode criar uma mesa de luz, e assim, conseguir copiar o desenho da figura geometrizada, transformando-o em figura de carne. Basta ter uma mesa de vidro, e embaixo dela colocar uma fonte de luz, bem próxima do vidro, assim, ao colocar a base com a figura geometrizada e um papel sobre ela, a luz irá clarear o papel e você verá com clareza as linhas e proporções a serem seguidas, conseguindo copia-las sem dificuldades. Fonte: O Autor (2021). Com a representação da figura masculina geometrizada construída, agora você irá trabalhar a representação da figura de carne, ou seja, iremos construir a musculatura e a volumetria corporal, para que a figura fique parecida com uma pessoa, e assim tenhamos uma representação similar a um biotipo corporal real. FIGURA 8 - SEQUÊNCIA DE DESENHO DA FIGURA MASCULINA Fonte: Bryant (2012, p. 83). 16UNIDADE I Desenho Anatômico da Figura Humana Repare, caro(a) aluno(a), que a estrutura de carne, não está colada na represen- tação da figura geometrizada, então, você deve criar um certo distanciamento. É como se a figura geometrizada fosse a estrutura óssea do corpo humano, e a construção da musculatura na figura de carne, deve envolver essa estrutura óssea. Assim, você terá uma figura equilibrada e proporcionalmente distribuída, e é importante frisar algumas diferenças que temos na representação da figura feminina e masculina conforme Waine (2011) pontua: No que toca a ilustração, encontraremos algumas diferenças entre a masculi- na e a feminina, o que não implica que uma seja melhor ou mais Bela do que a outra. É certo que os homens não possuem as curvas estilizadas da mulher, que são distribuídas por músculos marcados e resultam em uma imagem igualmente atraente equilibrada (WAINE, 2011, p. 07). O processo de desenho das figuras corporais, exige bastante treino e dedicação, para que aos poucos, você, caro(a) aluno(a), consiga trabalhar sem as linhas guia, e repre- sentar de forma livre a estrutura corporal das figuras. 17UNIDADE I Desenho Anatômico da Figura Humana 3. FIGURA INFANTIL ESTÁTICA Após entendermos o processo de desenho da estrutura corporal para a Figura Fe- minina e a Figura Masculina Adulta, convido você agora a entender a dinâmica de represen- tação corporal para as figuras infantis. Isso mesmo, trabalharemos no plural, pois para cada diferente idade, teremos diferentes proporções para a representação de bebês e crianças. Feyerabend (2014) nos apresenta um panorama geral sobre o desenho de figuras infantis: Para a concepção do desenho de uma criança as regras são parecidas com a representação das figuras adultas porém a criança deve parecer bonitinha, fofa. Seguimos então a estrutura de representação com algumas particulari- dades. A cabeça deve ser maior em relação às demais proporções do corpo da figura. Os olhos são maiores; no entanto a área da face deve ser menor. Ou seja, olhos, nariz e boca estão mais próximos entre si do que no rosto de um adulto. (FEYERABEND, 2014, p. 144). As figuras infantis utilizarão menos espaço na organização das linhas guia, mas seguiremos as mesmas estruturas apresentadas inicialmentenas proporções adultas, pois, estamos trabalhando com a medida base de 3 centímetros para cada altura de cabeça. Para esse processo, trabalharemos com a representação de crianças desde o bebê, passando pela representação de crianças de 1 a 3 anos, posteriormente, crianças de 4 a 6 anos, depois de 7 a 11 anos e, por fim, a figura pré-adolescente de 12 a 14 anos. Cada idade irá compor uma distribuição métrica diferente, assim como uma orga- nização corporal. Iniciando pela representação dos bebês, é válido reforçar que a cabeça das crianças é maior do que a estrutura corporal, por isso sempre trabalhamos com a representação utilizando 3 centímetros para a altura de cabeça, assim as demais partes do corpo ficarão equilibradas visualmente. 18UNIDADE I Desenho Anatômico da Figura Humana Para o desenho do bebê utilizaremos apenas 4 alturas de cabeça, ou seja, a figura de um bebê tem em seu total 12 centímetros, e as larguras de ombro, cintura e quadril possuem as seguintes medidas distribuídas nas seguintes posições: TABELA 3 – MEDIDAS PARA AS LARGURAS DO DESENHO DE BEBÊS Parte do corpo Medida em centímetros Posicionamento Ombro a ombro 3 centímetros 0,5 cm abaixo da linha 1 Cintura 2,2 centímetros Entre a segunda e terceira linha Quadril 2,2 centímetros 2 cm abaixo da linha 2 Fonte: Adaptado de Bryant (2012). Se você observar a distribuição das medidas, verá que para a figura do bebê, as larguras de cintura e quadril são iguais, justamente porque a criança pequena ainda não tem estrutura corporal definida. Outro ponto importante é que o pescoço também ainda não é representado, as formas corporais são mais ovais. Veja a representação na sequência dos desenhos: FIGURA 9 - SEQUÊNCIA DE DESENHO DO BEBÊ Fonte: (BRYANT, 2012, p. 102-103). A Figura Infantil na idade bebê não possui diferença em termos proporcionais nas medidas de largura, por isso você, caro(a) aluno(a), irá trabalhar com esta mesma propor- ção para a representação de meninos ou meninas. O que você pode alterar para trazer gênero para a figura, é o tipo de cabelo ou ainda as vestes que você desenhar. Para o desenho da Figura Infantil com idade de 1 a 3 anos, trabalharemos com a altura de 4 cabeças e meia, ou seja, a figura total terá como medida para esta idade 13,5 centímetros. A distribuição e posicionamento das larguras para a idade de 1 a 3 anos é organizada da seguinte forma: 19UNIDADE I Desenho Anatômico da Figura Humana TABELA 4 – MEDIDAS PARA AS LARGURAS DO DESENHO DE CRIANÇAS DE 1 A 3 ANOS Parte do corpo Medida em centímetros Posicionamento Ombro a ombro 3 centímetros 0,5 cm abaixo da linha 1 Cintura 2,4 centímetros 0,5 cm abaixo da linha 2 Quadril 2,6 centímetros 2 cm abaixo da linha 2 Fonte: Adaptado de Bryant (2012). Lembrando que essa medida apresentada é a medida total da largura, então lem- bre-se sempre de distribuir igualmente para cada lado do eixo central, ou seja, na medida de ombro a ombro onde temos um total de 3 centímetros, você irá distribuir 1,5 centímetros para o lado direito do eixo central e 1,5 centímetros para o lado esquerdo do eixo central. Essa regra vale para todos os desenhos de figuras estáticas independentemente da idade. As medidas das tabelas devem ser distribuídas igualmente para cada lado do eixo central. Observe como fica a composição da figura infantil com idade de 1 a 3 anos: FIGURA 10 - SEQUÊNCIA DE DESENHO FIGURA INFANTIL 1 A 3 ANOS Fonte: BRYANT (2012, p. 106-107). Lembrando que, ainda não temos a distinção de sexo, pois a estrutura corporal de crianças nessa idade, segue uma mesma proporção, para meninos e meninas. Desta for- ma, o aspecto mais importante na composição de desenhos de crianças, é o fato de trazer na representação da figura, um equilíbrio, harmonia e inocência, para que posteriormente você possa aplicar personalidade e diferenciação por meio das roupas que irá desenhar. Para a representação de crianças com idade de 4 a 6 anos as medidas são leve- mente ampliadas, e utilizaremos 5 alturas de cabeça, ou seja, a figura total deve medir 15 centímetros. As medidas de larguras devem respeitar a seguinte distribuição, posiciona- mento e medidas: 20UNIDADE I Desenho Anatômico da Figura Humana TABELA 5 – MEDIDAS PARA AS LARGURAS DO DESENHO DE CRIANÇAS DE 4 A 6 ANOS Parte do corpo Medida em centímetros Posicionamento Ombro a ombro 3,8 centímetros 1 cm abaixo da linha 1 Cintura 2 centímetros 1 cm abaixo da linha 2 Quadril 2,6 centímetros 0,5 cm acima da linha 3 Fonte: Adaptado de Bryant (2012). Repare que agora já temos o início de uma estrutura corporal melhor distribuída, mas as formas mais acentuadas só teremos nas figuras de adolescentes. A sequência de desenhos para a composição da figura infantil com idade de 4 a 6 anos estrutura-se da seguinte forma: FIGURA 11 - SEQUÊNCIA DE DESENHO FIGURA INFANTIL 4 A 6 ANOS (MENINA) Fonte: BRYANT (2012, p. 110-111). Para exemplificar que não há alterações na composição estrutural da figura de meninos e de meninas, temos a sequência de desenhos para representar um menino de 4 a 6 anos. 21UNIDADE I Desenho Anatômico da Figura Humana FIGURA 12 - SEQUÊNCIA DE DESENHO FIGURA INFANTIL 4 A 6 ANOS (MENINO) Fonte: BRYANT (2012, p. 110-111). SAIBA MAIS A figura humana é provavelmente o objeto de desenho mais reverenciado de todos, sem mencionar um dos mais intimidantes! Mentalmente, o processo de desenhar pessoas realisticamente pode parecer o trabalho de artistas mágicos. Na prática, porém, dese- nhar pessoas não é diferente de desenhar canecas de café ou um simples girino - você começa pela percepção geral da forma e o posicionamento e depois trabalha em está- gios até chegar nos detalhes. Fonte: Combs e Hoddinott (2016 p. 285). Agora, vamos passar para a representação da figura infantil de crianças um pouco maiores, com idade de 7 a 11 anos. A distribuição de medidas ocorre da seguinte forma: TABELA 6 – MEDIDAS PARA AS LARGURAS DO DESENHO DE CRIANÇAS DE 7 A 11 ANOS Parte do corpo Medida em centímetros Posicionamento Ombro a ombro 4 centímetros Metade da linha 2 Cintura 3 centímetros 2 cm abaixo da linha 2 Quadril 3,4 centímetros 1 cm abaixo da linha 3 Fonte: Adaptado de: Bryant (2012). 22UNIDADE I Desenho Anatômico da Figura Humana Desta maneira teremos a seguinte composição no que diz respeito ao desenho de crianças com idade de 7 a 11 anos. FIGURA 13 - SEQUÊNCIA DE DESENHO FIGURA INFANTIL 7 A 11 ANOS. Fonte: (BRYANT, 2012, p. 117). A representação de meninos e meninas para esta idade, também segue a mesma estrutura de medidas, o que você caro(a) aluno(a) irá fazer é trabalhar nos detalhes de rosto e cabelos, bem como nas vestes para diferenciar o gênero. FIGURA 14 - DESENHOS DAS FIGURAS INFANTIS DE 7 A 11 ANOS FINALIZADAS 23UNIDADE I Desenho Anatômico da Figura Humana Fonte: (BRYANT, 2012, p. 118). Para encerrarmos o tópico de figuras infantis, temos a estrutura para desenho da figura infantil entre 12 e 14 anos. As proporções para essa idade ainda se mantém iguais para meninos e meninas, e a distribuição e posicionamento das medidas fica da seguinte forma: TABELA 7 – MEDIDAS PARA AS LARGURAS DO DESENHO DE CRIANÇAS DE 12 A 14 ANOS Parte do corpo Medida em centímetros Posicionamento Ombro a ombro 4,5 centímetros Metade da linha 2 Cintura 3 centímetros 2 cm abaixo da linha 2 Quadril 3,4 centímetros 1,5 cm abaixo da linha 3 Fonte: Adaptado de: Bryant (2012). Assim, a estrutura corporal de crianças com idade de 12 a 14 anos de idade, utiliza como base 7 alturas de cabeça, o que faz com que a figura tenha um total de 21 centímetros de altura. Veja como fica a composição no processo de desenho: FIGURA 15 - SEQUÊNCIA DE DESENHO FIGURA INFANTIL 12 A 14 ANOS (MENINA) Fonte: (BRYANT, 2012, p. 120). 24UNIDADE I Desenho Anatômico da Figura Humana FIGURA 16 - SEQUÊNCIA DE DESENHO FIGURA INFANTIL 12 A 14 ANOS (MENINO) Fonte: (BRYANT, 2012, p. 120). A estrutura corporal das crianças muda com o passar das idades, por isso é im-portante compreender que para cada idade o vestuário irá se adequar. Portanto, você irá definir qual proporção ou base utilizar, conforme o público-alvo para o qual você trabalha, podendo então adaptar as estruturas corporais, para criar uma base que tenha o seu estilo, e assim explorar a criatividade na representação do rosto, cabelos e demais acessórios que possam trazer personalidade para o seu croqui. 25UNIDADE I Desenho Anatômico da Figura Humana 4. BIOTIPOS ESPECIAIS Quando trabalhamos com o desenho de moda, utilizamos a base da figura humana como estrutura inicial, para servir como uma espécie de cabide, para nossas representações gráficas de coleções de moda. Desta forma, colocamos no papel as ideias que partem de nosso processo criativo, transformando linhas, cores, formas e texturas em produtos de moda. Assim, cada marca e cada designer tem a liberdade para trabalhar com as bases da figura humana que melhor atendam as reais necessidades tanto de identificação para com o público alvo da marca, quanto para a adequação ao tipo de peça que se vai desenhar. O designer deve estar sempre atento ao modelo de roupa que será representado, para utilizar uma base da figura humana que faça sentido e deixe a representação da peça com o máximo de clareza possível. Considerando essas referências, existem alguns segmentos do mercado de moda que atuam no desenvolvimento de peças do vestuário para nichos especializados, como o caso de moda Plus Size e Moda Gestante por exemplo. Nesses casos, estamos falando da necessidade de representar graficamente os corpos com suas estruturas corporais tal qual são, portanto existem algumas mudanças na representação dessas figuras. No caso da Figura Plus Size, teremos maior volume nas larguras de busto, cintura e quadril, assim como o volume das peças e braços tende a ser maior, para que a repre- sentação da figura fique harmônica, Abling (2011) fala sobre a importância de trabalhar nesse nicho de mercado: 26UNIDADE I Desenho Anatômico da Figura Humana O que é novo não é o tamanho real, mas a atenção dada pela indústria da moda dessa categoria. Surgiram designers e de visões especializadas reco- nhecendo o potencial desse mercado. Esse terreno crescente da indústria pede sua própria figura de ilustração que deverá ser desenhada de modo alongado como usual (ABLING, 2011, p. 40). Com essa crescente no mercado de moda plus size, é importante olharmos com atenção e entendermos a representação da figura plus size para assim trabalharmos de modo coerente nossos projetos de coleção, “essa figura precisa de estilo, atitude e encan- tos próprios, como qualquer outra ilustração de moda” (ABLING, 2011, p. 40). Para compor a representação da figura plus size as bases a serem seguidas são as mesmas da figura adulta, assim como a disposição das alturas de cabeça, o que vai ser alterado é a forma como você aluno (a) irá construir as larguras e criar a figura de carne, valorizando a silhueta plus e criando os volumes necessários para a representação desse biotipo. TABELA 8 – MEDIDAS PARA AS LARGURAS DO DESENHO FEMININO PLUS SIZE Parte do corpo Medida em centímetros Posicionamento Ombro a ombro 6 centímetros Metade da segunda linha Cintura 4 centímetros Entre a terceira e quarta linha Quadril 7 centímetros Entre a quarta e quinta ca- beça Fonte: Adaptado de Bryant (2012). O processo seguinte é igual o passo a passo para representação da figura feminina adulta. Construa a estrutura da figura geometrizada e depois a figura de carne, lembre-se de também trazer volume para as rótulas, de joelhos e tornozelos, e você terá a composição da figura plus size. FIGURA 17 – FIGURA FEMININA PLUS SIZE 27UNIDADE I Desenho Anatômico da Figura Humana REFLITA Para aprender a desenhar treine todo dia, em alguns momentos, pode até não ficar como o esperado, mas se houver persistência, com certeza, você alcançará um bom resultado. Fonte: O autor (2021). A representação da figura masculina Plus size seguirá a mesma estrutura da figura masculina adulta, o que vai ser alterado é a representação das larguras, e o acréscimo da barriga que pode ser mais volumosa. Feyerabend (2014) afirma que a representação de ho- mens com barriga ou mais corpulentos é algo relativamente recente no mundo da moda. No entanto a demanda por produtos de moda nesse segmento é muito grande. A distribuição de medidas para a figura masculina plus size, pode ser feita a partir das seguintes medidas: TABELA 9 – MEDIDAS PARA AS LARGURAS DO DESENHO MASCULINO PLUS SIZE Parte do corpo Medida em centímetros Posicionamento Ombro a ombro 7 centímetros Metade da segunda linha Cintura 4,5 centímetros Entre a terceira e quarta linha Quadril 5 centímetros 0,5 cm abaixo da quarta linha Fonte: Adaptado de Bryant (2012). Desta forma, é só seguir os passos executados na figura masculina adulta e construir a figura geometrizada e posteriormente a figura de carne, e se quiser acrescente volume na representação da barriga, conforme necessidade de adequação ao público-alvo com o qual você trabalha. FIGURA 18 – FIGURA MASCULINA PLUS SIZE 28UNIDADE I Desenho Anatômico da Figura Humana Outro segmento que exige atenção, é a representação de mulheres grávidas. A moda gestante é um segmento específico, pois se trata de um biotipo passageiro, ou seja, a mulher terá esse corpo por cerca de 9 meses, e as transformações ocorrem aos poucos. FIGURA 19 – FASES DA GESTAÇÃO O designer que atua no segmento de moda gestante, precisa estar atento ao pro- cesso de crescimento da barriga, para então pensar no produto de moda que será ofertado conforme Feyerabend (2014): Os esquemas de representação de uma mulher ideal se aplicam também as mulheres grávidas. No entanto, para efeitos de desenho, o formato arredon- dado da barriga de uma grávida é, na visão frontal da figura, um desafio, uma vez que a cintura está encoberta pela barriga (FEYERABEND, 2014, p. 86). O desafio no caso do desenho da figura feminina grávida, está, portanto, no pro- cesso de criar o volume da barriga, para que essa volumetria fique representada de forma coerente e para que a figura humana seja útil para o desenho de moda Feyerrabend (2014) recomenda que a figura deve ser representada em uma posição ligeiramente lateral, de forma que possamos diferenciar claramente a curvatura do abdômen. Abling (2011) complementa enfatizando que a volumetria abdominal da barriga deve ocupar dois terços da estrutura do tronco. Desta forma, seguindo as proporções da figura feminina adulta a barriga deve estar posicionada entre as linhas 2 e 4, e o volume fica a critério do designer e da necessidade de representação da peça que será desenhada. 29UNIDADE I Desenho Anatômico da Figura Humana FIGURA 20 – VOLUME DA BARRIGA DE GESTANTE Fonte: Adaptado de Bryant (2012). Cada segmento de moda, bem como cada marca de moda possui a liberdade cria- tiva para redesenhar suas figuras, o importante é construir uma base da figura humana que seja coerente com o biotipo de seu público-alvo. FIGURA 21 – DIFERENTES BIOTIPOS 30UNIDADE I Desenho Anatômico da Figura Humana No desenho da figura humana, o mais importante é o respeito a diversidade das formas. Cada indivíduo é único, e embora a moda trabalhe com o processo de vestir um corpo, as estruturas corporais são as mais diversas, principalmente no Brasil. Portanto caro(a) aluno(a), o mais importante é a conexão que você irá estabelecer com seu público, e a forma como você irá representar esse público em seus desenhos de moda. Trabalhar com moda é vender sonhos, então o público-alvo, precisa se encantar com seus produtos e com a sua forma de fazer moda. O entendimento sobre as diferentes proporções e estruturas corporais lhe garantirá a bagagem necessária para trazer persona- lidade ao seu desenho e a conexão com seu público-alvo. 31UNIDADE I Desenho Anatômico da Figura Humana CONSIDERAÇÕES FINAIS Em um mundo cada vez mais informatizadoe tecnológico desenhar a mão ainda é algo necessário, afinal o que adianta termos um programa como ou word se não sabemos escrever? Com esta analogia em mente concluímos o entendimento sobre as proporções e estruturas do desenho das figuras humanas, visto que primeiramente compreendemos a figura humana e posteriormente trabalharemos os produtos de moda. Nessa primeira unidade, aprendemos um pouco sobre a importância do desenho apresentado de forma equilibrada e proporcional. Esse entendimento é de extrema importân- cia para a formação em design de moda, pois assim é possível construir a percepção corporal, para posteriormente executar o desenho das peças do vestuário e assim trabalhar de forma coerente a representação gráfica do produto de moda. Ao entender sobre as proporções corporais você pode compreender como a parte de ilustração é extensa e interessante. Aprendendo sobre as medidas pré-estabelecidas no passo a passo do desenho de forma didática observando os processos, você poderá futuramente utilizar seu entendi- mento na criação de desenhos rápidos e que tenham a mesma composição proporcional, mas serão apresentados de forma estilizada. Entendemos técnicas para saber os limites físicos para aplicarmos, saber o que é possível e viável com aquele material, e ainda testar possibilidades com outros materiais. Daqui para a frente, a conquista é sua e depende da disponibilidade para treinar o quanto for necessário, para o domínio do desenho do corpo humano aplicado à figura de moda. Quanto mais você estiver disposto(a) a desenhar, sem medos, sem críticas e permi- tindo-se errar, mais rápido aprenderá o processo de absorção do desenho para representar suas criações de forma segura e espontânea – ainda que tenham as maiores dificuldades. Desta forma, a intenção também foi estimulá-lo(a) a desenhar, então gostaria de pedir para quando for praticar não tenha medo de testar as técnicas e caso não fique como você esperava, não desista! 32UNIDADE I Desenho Anatômico da Figura Humana LEITURA COMPLEMENTAR O Desenho como Ferramenta Projetual no Design de Moda Representação gráfica no Design de moda Segundo a definição de Ferreira (1995, p.210), o desenho é uma “representação de formas sobre uma superfície através de linhas, pontos e manchas, com objetivo lúdico, artístico ou técnico”, ou, ainda, como “delineamento, esboço, elaboração”. Já Riegelman (2006a), afirma que o desenho é uma linguagem que possibilita a expressão e comunicação visual de ideias, afirmação complementada por Derdik (2007, p.35), que o descreve como “representações gráficas que se mostram como um meio possível de o artista armazenar reflexões, dúvidas, problemas ou possíveis soluções”. O desenho pode possuir formas diferentes de linguagem: há o desenho artístico, que se caracteriza por uma maior liberdade de criação e subjetividade; e o desenho técnico, o qual, segundo Bachmann e Forberg (1970, apud IZIDORO, 2009), tem possível origem ainda nos tempos primitivos, quando se realizavam projetos de monumentos de grande porte. Tais desenhos objetivam a comunicação de ideias para posterior materialização de um objeto, artefato ou construção. A capacidade de “ver” e posteriormente “transmitir” aquilo que se vê é de funda- mental importância para os profissionais do design. Isto porque, em projetos de produtos, o desenho não é, absolutamente, um fim em si mesmo, ou seja, não tem caráter artístico, mas deve ser utilizado como um canal, pelo qual as ideias do profissional tornam-se visíveis e podem ser discutidas, repensadas e materializadas. Deste modo, é importante destacar que o designer precisa tanto comunicar as ideias que ainda estão em sua mente, quanto representar aquilo que já foi projetado. Para Riegelman (2006a), são dois os motivos pelos quais os desenhos de moda são realizados: Primeiro, para ilustrar de que maneiras as roupas que já existem podem ser modificadas pela posição, luz, estilo de cabelo, tom de pele, acessórios e outras variáveis – neste propósito, o desenho funcionaria no sentido de comunicar informações subjetivas sobre o produto, por exemplo, a que público se destina, em que ocasião pode ser usado, qual a sensação que o produto provoca, entre outros. Em segundo lugar, para projetar novas vestimentas e acessórios - neste sentido, o desenho é visto como ferramenta de concepção de produtos, com o objetivo de comunicar formas, texturas, acabamentos, entre outros detalhamentos, para algo que ainda não foi concretizado. 33UNIDADE I Desenho Anatômico da Figura Humana Outros autores, tais como Jones (2005), Blackman (2007), Morris (2006), Gragnato (2007), Suono (2007) e Duarte (2010), aprofundam ainda mais estas questões, explicitando com outros detalhes cada um dos objetivos do desenho de moda. Apesar de nem sempre utilizarem a mesma nomenclatura para os tipos de desenho, ou mesmo que às vezes os con- ceitos se misturem, pode-se dizer que concordam e se complementam em diversos pontos. Apesar de não ser o único canal de expressão, comunicação e registro de ideias utilizado pelos designers, o desenho é a ferramenta mais utilizada atualmente na indústria do vestuário para estes fins. Por meio dele é possível comunicar informações que auxilia- rão o processo de desenvolvimento e fabricação da peça, sejam elas técnicas, tais como materiais, forma, textura e acabamentos, bem como subjetivas, como atitude, humor e personalidade do público-alvo. Além disto, é uma atividade de raciocínio, sendo essencial para o processo de geração de novas ideias. Fonte: HATADANI, Paula da Silva; MENEZES, Marizilda dos Santos. O Desenho como Ferramenta Projetual no Design de Moda. Projética Revista Científica de Design. Universidade Estadual de Londrina. v. 2, n. 1, Jun. 2011. Disponível em: https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/134673/ISSN2236-2207- 2011-02-01-69-81.pdf?sequence=1&isAllowed=y . Acesso em: 21 set. 2021. https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/134673/ISSN2236-2207-2011-02-01-69-81.pdf?sequence=1&isAllowed=y https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/134673/ISSN2236-2207-2011-02-01-69-81.pdf?sequence=1&isAllowed=y 34UNIDADE I Desenho Anatômico da Figura Humana MATERIAL COMPLEMENTAR LIVRO Título: Moda ilustrada de A a Z Autor: Regina Maria Catellani. Editora: Manole. Sinopse: Moda Ilustrada de A a Z é dividido em dez capítulos temáticos, cada qual com verbetes em ordem alfabética, uma refe- rência imediata para consulta. Profusamente ilustrado, o trabalho exemplifica os mais diversos estilos da indumentária ao longo dos tempos, os variados ligamentos têxteis, os utensílios e as técnicas de costura, as múltiplas peças que constituem o vestuário, os acessórios e complementos da moda. A obra certamente contri- buirá para ampliar o conhecimento no contexto da “anatomia da roupa”, e facilitará o entendimento do leitor ou de quem se dedica ao estudo da moda. FILME / VÍDEO Título: Os Delírios de Consumo de Becky Bloom Ano: 2009. Sinopse: Rebecca mora em Nova York e tem o sonho de trabalhar para uma renomada revista de moda, mas ainda não conseguiu essa façanha. Contudo, ela consegue um trabalho como colunista para uma revista financeira que pertence à mesma empresa. Sua coluna torna-se um sucesso da noite para o dia, mas ela está a ponto de arruinar sua vida e sua carreira por ser uma comprado- ra compulsiva. 35 Plano de Estudo: ● Figura Feminina em Movimento; ● Figura Masculina em Movimento; ● Figuras Infantis; ● Rostos e Cabelos. Objetivos da Aprendizagem: ● Analisar o processo de representação da figura feminina em movimento; ● Analisar o processo de representação da figura masculina em movimento; ● Entender os detalhes de representação das diferentes idades da figura infantil; ● Conhecer o processo de representação de rostos e cabelos. UNIDADE II Desenho de Figuras em Movimento Professor Me. Dênis Martins de Oliveira 36UNIDADE I DesenhoAnatômico da Figura Humana 36UNIDADE II Desenho de Figuras em Movimento INTRODUÇÃO Olá aluno(a), seja bem-vindo(a) a segunda unidade de nosso material didático. Agora que você já conhece a estrutura que fundamenta o desenho da figura humana está- tica, conheceremos o processo de desenho das figuras em movimento, ou como falamos na moda “figuras com pose”. O processo de desenho de figuras com poses, é muito variado, pois depende de alguns fatores externos, relacionados ao segmento com o qual se trabalha, bem como re- lacionado ao público-alvo ao qual a coleção se destina. Desta forma as possibilidades para o desenho de figuras em movimento são enormes, uma vez que existe uma infinidade de posturas que podem ser construídas para representar a figura humana no desenho de moda. Primeiramente você irá conhecer as possibilidades para o desenho em movimento da figura feminina adulta, você irá perceber que as estruturas são as mesmas utilizadas no processo de desenho da figura estática, o que muda é o posicionamento conforme a mudança das pernas e braços. Posteriormente veremos como se comporta e quais as possibilidades para o dese- nho da figura masculina adulta, em movimento, ou seja, quais são as possíveis poses para esse público. Você irá entender também quais as possibilidades para representação de figuras infantis e pré-adolescentes estáticas e com pose. Por fim veremos como se dá o processo de representação do rosto e como trabalhar os diferentes tipos de cabelos para cada uma das idades. Desta forma no decorrer desta unidade você finalizará seu processo de entendimento sobre as proporções e o desenho das figuras humanas alinhados ao desenho de moda. Bons Estudos!!! 37UNIDADE I Desenho Anatômico da Figura Humana 37UNIDADE II Desenho de Figuras em Movimento 1. FIGURA FEMININA EM MOVIMENTO Iniciamos nossos estudos com foco na representação da figura feminina adulta em movimento. Seguimos como base a referência teórica de Bryant (2012), em que a estrutura de 9 cabeças guia a proporção de altura do desenho da figura feminina. De acordo com Hopkins (2011): Os desenhos de moda são frequentemente caracterizados por gestos e mo- vimentos dois elementos adequados para a exploração por meio do dese- nho da figura de moda. Parte do encanto do desenho de moda é seu estilo aparentemente sem esforço, que às vezes é produto da seleção cuidadosa e daquilo que fica por conta da imaginação de quem vê. Nesse sentido é im- portante chamar a atenção para distribuição harmônica das partes do corpo no processo de desenho de moda (HOPKINS, 2011, p. 56). O processo de desenho é o mesmo estruturado na figura estática, em que criamos as 9 alturas de cabeça, com 3 centímetros de tamanho cada, para que a figura tenha então o total de 27 centímetros de altura. É válido ressaltar que o posicionamento das partes do corpo no que diz respeito aos ombros, cintura e quadris se mantém na mesma altura de cabeça em que se encontram na figura estática. Mas, se, por acaso a pose desejada alterar o posicionamento de alguma parte do corpo, as proporções precisam ser mantidas, para que haja coerência e harmonia na figura. 38UNIDADE I Desenho Anatômico da Figura Humana 38UNIDADE II Desenho de Figuras em Movimento FIGURA 1 - FIGURA ESTÁTICA E FIGURA COM POSE Fonte: Bryant (2012, p. 39 e 45) Como você pode observar na Figura 1, na imagem em que temos a figura com pose, o quadril está deslocado, desta forma se você observar o ombro também se deslocou, para que os braços e a pose ficassem estilizadas. É esse olhar de distribuição com as devidas proporções, que você caro(a) aluno(a) precisa ter, para que haja uma representação da figura com coerência e harmonia na representação das estruturas corporais. No processo de desenho da Figura estática, a linha de eixo central era utilizada como componente estruturante para a representação simétrica da figura. Aqui no caso do desenho da figura em movimento o eixo central se torna o eixo de equilíbrio para que a distribuição das partes do corpo fique posicionada de forma organizada e proporcional. 39UNIDADE I Desenho Anatômico da Figura Humana 39UNIDADE II Desenho de Figuras em Movimento SAIBA MAIS A base de corpo, ou poses de base, são desenhos lineares de um corpo em diferentes poses prontas que podem ser usados como modelos para traçar ou desenhar por cima um design de roupa. Essas bases são normalmente exageradas com uma proporção de 9 ou 10 cabeças. Fonte: HOPKINS, (2011, p. 57) Após entendermos esses pontos, vamos para o processo de desenho das figuras em movimento e seus aspectos mais importantes. A pose no desenho de moda, não é simplesmente um apelo estético, ela possui uma função primordial no que diz respeito a representação gráfica de uma figura humana. É por meio da pose que será possível valorizar o produto de moda em si. Desta forma, é essencial que essa pose seja pensada conforme o segmento de moda em que você, aluno(a) futuro(a) designer irá se especializar. Por exemplo: se você quer valorizar a representação de uma calça pantalona feminina, o ideal é que a pose de seu croqui esteja com as penas distantes uma da outra, para que o caimento da calça seja visível, bem como a amplitude da barra dessa peça. Se a proposta de desenho de uma blusa apresentar uma manga longa bufante ou que tenha algum volume, é ideal que os braços estejam esticados, ou em uma posição que valorize o modelo da peça. É com esse olhar que você, aluno(a) pode trabalhar diferentes poses, a fim de valorizar o produto de moda que cobrirá esse corpo. Um excelente exercício para entender a importância da pose na valorização de um produto de moda, é observar editoriais de moda com fotografias de pessoas reais. Em editoriais o fotografo procura sempre valorizar o produto de moda, então cada uma das diferentes poses que a modelo realiza, cumpre essa função, e você pode exercitar o olhar e o processo de desenho, observando a pose e desenhando a figura, veja o que Hopkins (2011) nos fala sobre esse assunto: Algumas das poses de moda mais expressivas e visualmente atraentes em são resultados de desenhos lineares, nos quais a seleção do tipo de pose é usada para obter efeito máximo. Uma boa compreensão das proporções da moda e da linha de equilíbrio vertical é fundamental, e serve de base para as poses mais gestuais que dão movimento e personalidade ao desenho de moda (HOPKINS, 2011, p. 56). 40UNIDADE I Desenho Anatômico da Figura Humana 40UNIDADE II Desenho de Figuras em Movimento Quando desenhamos a figura estática, as linhas de ombro, cintura e quadris, ficam retas em seus respectivos posicionamentos nas alturas de cabeça. Já no desenho da figura em movimento, há uma alteração nessas linhas, para que a figura ganhe o movimento desejado com a pose. Para que a composição fique harmônica, as linhas devem seguir uma estrutura equilibrada. Observe a figura 2: FIGURA 2 – POSE COM ALTO QUADRIL Fonte: Bryant (2012, p. 46) Repare que o eixo de equilíbrio permanece inalterado, e somente as partes do corpo mudam de posição, mas seguindo a estrutura de distribuição. A linha de ombro segue no meio da linha 2, a linha de cintura se desloca levemente, mas ainda está na altura 3, assim como há um pequeno deslocamento na linha de quadril. Esse processo de deslocamento é que trará a pose para a figura, e as possibili- dades são as mais diversas possíveis. No caso da Figura 2, a grande alteração estará nas pernas que agora estão abertas, bem como no caimento dos braços. Veja a sequência de desenho, para compreender o processo de representação dessa pose em específico: 41UNIDADE I Desenho Anatômico da Figura Humana 41UNIDADE II Desenho de Figuras em Movimento FIGURA 3 – SEQUÊNCIA DE DESENHO DA FIGURA FEMININA COM POSE Fonte: Bryant (2012, p. 47) É importante frisar, que embora haja deslocamento das partes do corpo, as medias continuam as mesmas em termos de larguras, ou seja,não há alteração nas medidas de ombro, cintura e quadril, elas apenas são deslocadas em seus posicionamentos nas alturas de cabeça, para formar a pose. FIGURA 4 – SEQUÊNCIA DE DESENHO DA FIGURA DE CARNE EM MOVIMENTO Fonte: Bryant (2012, p. 47). 42UNIDADE I Desenho Anatômico da Figura Humana 42UNIDADE II Desenho de Figuras em Movimento Desta forma o processo de desenho das Figuras Femininas em Movimento, pode ganhar as mais variadas poses, desde que você respeite as proporções e distribua cada uma delas de forma organizada e equilibrada, para então garantir uma figura coerente no processo de desenho. Uma ferramenta essencial nesse processo é o boneco articulado, que apresentai a você na Unidade I de nosso material, ele pode lhe ajudar a construir as diferentes poses no processo de desenho. Outro ponto importante de ser observado são as possibilidades para trabalhar as articulações de braços e pernas, pois como o tronco permanece com sua estrutura inaltera- da, uma pose de moda, pode ganhar diversas versões somente alterando braços e pernas no desenho. FIGURA 5 – POSES MÚLTIPLAS Fonte: Bryant (2012, p. 49) 43UNIDADE I Desenho Anatômico da Figura Humana 43UNIDADE II Desenho de Figuras em Movimento Você pode trabalhar diversas outras poses no processo de desenho, tudo vai de- pender do tipo de produto que você irá representar no desenho da coleção. Além é claro de sua criatividade. FIGURA 6 – FIGURA FEMININA COM POSE 2 Fonte: Bryant (2012, p. 56). Após o entendimento das proporções corporais e de como as medidas são distri- buídas nas alturas de cabeça, você pode explorar inúmeras possibilidades, basta aplicar o exercício de equilibrar visualmente a composição da figura respeitando o posicionamento das medidas de largura, e conforme você for ajustando as larguras para obter a pose desejada você irá exercitar o entendimento sobre as proporções e a representação gráfica do desenho. 44UNIDADE I Desenho Anatômico da Figura Humana 44UNIDADE II Desenho de Figuras em Movimento 2. FIGURA MASCULINA EM MOVIMENTO Assim como ocorre na representação da Figura Feminina em Movimento, no pro- cesso de desenhar a Figura Masculina, as proporções devem ser respeitadas. Mantém-se a medida de 9 cabeças de altura, com três centímetros em cada parte, e assim a figura total masculina deve apresentar tamanho de 27 centímetros. Bryant (2012) nos alerta sobre algumas diferenças entre a Figura Masculina e a Figura Feminina: Comparados às mulheres, os homens tem sistemas muscular e ósseo mais desenvolvidos. Como consequência, eles têm comparativamente menos fle- xibilidade e, quando o seu peso se desloca, a oposição entre a parte de cima e a de baixo do tronco não é tão acentuada. A postura e os gestos das mãos e dos pés também são particulares a cada gênero, desta forma a estrutura postural masculina é mais rígida do que é feminina (BRYANT, 2012, p. 90). O processo de representação da Figura Masculina em Movimento, segue basica- mente a mesma proposta da Figura Feminina, em que a distribuição das larguras ainda se encontra nas mesmas posições da figura estática, e o que pode ser alterado é justamente a posição de pernas, pés e braços, para criar poses que valorizem o produto de moda que será desenhado posteriormente. 45UNIDADE I Desenho Anatômico da Figura Humana 45UNIDADE II Desenho de Figuras em Movimento FIGURA 7 – SEQUÊNCIA DA FIGURA MASCULINA COM POSE Fonte: Bryant (2012, p. 88). Observe que, na primeira imagem (figura estética), as pernas e braços se encontram alinhadas de forma reta em relação ao tronco, isso garante a estabilidade da postura ereta e estática. Na imagem do meio já temos uma leve “quebra de quadril”, em que o posicionamen- to de uma perna, se encontra mais a frente e há um afastamento dentre as pernas, para que a figura consiga equilibrar-se. Por isso, é importante trazer sempre a representação do eixo central, como ponto de equilíbrio para o deslocamento das partes do corpo. FIGURA 8 – POSES MASCULINAS 46UNIDADE I Desenho Anatômico da Figura Humana 46UNIDADE II Desenho de Figuras em Movimento As poses para a Figura Masculina podem ser ajustadas conforme a necessidade de construção do vestuário. Pense em trajes de alfaiataria como blazer e ternos, a postura deve ser mais ereta e com pouca movimentação, para valorização das linhas retas da alfaiataria. Já para representar uma moda street wear casual, poses mais dinâmicas e com movimentos mais elaborados podem ser exploradas. A seguir temos um quadro com algumas dicas sobre a representação da Figura Masculina com pose: TABELA 1 – DICAS SOBRE A FIGURA MASCULINA COM POSE Dica 1 O posicionamento de mãos e braços é importante, pois a forma que estarão dispostos influenciará diretamente a posição e intensidade de vincos no desenho das mangas de peças do vestuário. Dica 2 Quando houver movimento nas pernas, a perna que fica mais recuada é a que exerce maior tensão sobre o desenho da calça ou bermuda na entre pernas. Dica 3 As linhas horizontais de ombro, cintura, quadril e até mesmo joe- lhos marcam as principais referências para o desenho do figurino. O eixo central ou linha de equilíbrio, serve como guia para a es- tabilidade da figura. Fonte: Adaptado de: Waine (2011). Considerando as dicas e o processo de representação da Figura Masculina, é válido ressaltar que a observação mais importante para o processo de desenho de figuras masculinas é que não há muita sinuosidade nas linhas, ou seja, a figura masculina possui linhas mais estruturais e menos fluídas quando comparamos com a representação da Figura Feminina. Você pode explorar outras poses e construir uma dinâmica de movimentos para o desenho de moda masculina. O importante é sempre lembrar dos posicionamentos das larguras e do equilíbrio visual da figura como um todo. Braços cruzados, mãos nos bolsos da calça, leve quebra de quadril, são estratégias características da representação de poses masculinas, assim como a figura caminhando conforme é apresentado na Figura 9. 47UNIDADE I Desenho Anatômico da Figura Humana 47UNIDADE II Desenho de Figuras em Movimento FIGURA 9 – POSE MASCULINA CAMINHANDO Fonte: Bryant (2012, p. 93). A representação da figura também precisa ser compreendida no processo repre- sentado de costas, ou seja, quando é valorizada a parte de trás do corpo. Mas qual a função deste tipo de pose? Pense no momento de desenhar um vestido de noite com decote profundo nas costas, ou ainda em apresentar uma jaqueta com estampa localizada nas costas. Esses são casos em que a representação da parte posterior do corpo é fundamental. O processo de representação é o mesmo apresentado nas demais sequências, o importante é que o posicionamento seja apresentado de forma coerente, respeitando inclusive o movimento da pose. FIGURA 10 – VISTA POSTERIOR DA FIGURA EM MOVIMENTO Fonte: Bryant (2012, p. 51). 48UNIDADE I Desenho Anatômico da Figura Humana 48UNIDADE II Desenho de Figuras em Movimento REFLITA O segredo para desenhar pessoas bem é enxergar além da totalidade do corpo e ver como usar formas simples que trabalham juntas para se tornar um único corpo. Fonte: (COMBS e HODDINOTT, 2016, p. 286). O processo de representação da figura masculina em movimento pode ainda ser explorado com diversas outras poses, desde que faça sentido para o produto de moda que será desenhado a partir da postura da figura humana representada escolhida para o desenho. 49UNIDADE I Desenho Anatômico da Figura Humana 49UNIDADE II Desenho de Figuras em Movimento 3. FIGURAS INFANTIS O universo do Desenho de Moda Infantil é vasto, pois são inúmeras as idades que fazem parte desse segmento. Como se trata de um período de transição, em que o corpo passa por mudanças, a cada determinado período de tempo é preciso representar a figura com algumas mudanças, conforme vimos na representação das figuras estáticas. A representação do movimento para Figuras Infantis, pode ser as maisvariadas possíveis, pois esse universo ainda nos permite trabalhar com o lúdico. Assim as crianças podem estar sentadas, em pé, com movimentos flexíveis de braços e pernas de forma am- pla e criativa. O foco do designer nesse processo de representação é justamente entender a relevância da pose e como ela valoriza o produto de moda que será desenhado. FIGURA 11 – POSE INFANTIL Fonte: Bryant (2012, p. 116). 50UNIDADE I Desenho Anatômico da Figura Humana 50UNIDADE II Desenho de Figuras em Movimento O processo de deslocamento para representação do movimento é o mesmo apre- sentado nas figuras adultas, mas no caso das figuras infantis, é necessário respeitar as proporções em alturas de cabeça, bem como é possível trazer a ludicidade e a estilização, para que as figuras representem o universo criativo do mundo infantil, Bryant (2012) apre- senta algumas especificidades do desenho de crianças e adolescentes: Os adolescentes tendem a aderir à um código de vestir rebelde, prescrito por seus colegas. Fazer desenhos de observação vai ajudá-lo a capturar em seu contexto de vida. Revistas para adolescentes e publicações voltadas para a música também fornecem inúmeras referências sobre essa faixa etária e informações sobre tendências associadas a esse público. Novelas, histórias em quadrinhos, grafites e avatares virtuais podem ser fontes de inspiração (BRYANT, 2012, p. 124). O universo lúdico do desenho infantil, e a utilização dessa ludicidade na represen- tação do desenho da figura humana e posteriormente no Desenho de Moda, podem fazer com que suas coleções se aproximem deste público, principalmente quando se tratar de moda para adolescentes que estão entre 15 e 18 anos. Nessa idade, o lúdico começa a se distanciar, mas a aproximação com universo gamer e de avatares pode trazer inspiração e personalidade para seus croquis, que podem ganhar proporções estilizadas. FIGURA 12 – MODA ADOLESCENTE Para representar a figura humana com pose na idade de adolescente, iniciamos o processo de representação das figuras, conhecendo as medidas e proporções para re- presentação de adolescentes em pose estática e posteriormente em movimento. A figura humana de meninas com idade entre 15 e 18 anos deve ter um total de 8 alturas de cabeça e as seguintes medidas de larguras. 51UNIDADE I Desenho Anatômico da Figura Humana 51UNIDADE II Desenho de Figuras em Movimento TABELA 2 – MEDIDAS PARA AS LARGURAS DO DESENHO DE ADOLESCENTES DE 15 A 18 ANOS (MENINAS) Parte do corpo Medida em centímetros Posicionamento Ombro a ombro 4,5 centímetros Metade da linha 2 Cintura 3 centímetros 2 cm abaixo da linha 2 Quadril 3,8 centímetros 1,5 cm abaixo da linha 3 Fonte: Adaptado de: Bryant (2012). Nessa idade, as mudanças corporais começam a se acentuar, ou seja, o corpo das meninas começa a ganhar formas, e o meninos tendem a ganhar musculatura. Veja a estrutura do desenho do corpo de meninas na Figura 13: FIGURA 13 – MENINAS ADOLESCENTES Fonte: Bryant (2012, p. 127). 52UNIDADE I Desenho Anatômico da Figura Humana 52UNIDADE II Desenho de Figuras em Movimento A estrutura corporal das meninas começa a ganhar um formato com definições de cintura, quadril, bem como do busto. Desta forma a composição da figura final de carne deve ficar com características parecidas com as imagens da Figura 14. FIGURA 14 – MENINAS ADOLESCENTES, FRENTE E COSTAS Fonte: Bryant (2012, p. 127). O mesmo ocorre no corpo dos meninos, que começam a ganhar musculatura e as- sim, as formas corporais precisam seguir algumas medidas, que começam a se aproximar da fase adulta. A medida de 8 alturas de cabeça é utilizada para essa idade e as medidas de larguras consistem em: TABELA 3 – MEDIDAS PARA AS LARGURAS DO DESENHO DE ADOLESCENTES DE 15 A 18 ANOS (MENINOS) Parte do corpo Medida em centímetros Posicionamento Ombro a ombro 5,2 centímetros Metade da linha 2 Cintura 3 centímetros 2 cm abaixo da linha 2 Quadril 3,8 centímetros 1,5 cm abaixo da linha 3 Fonte: Adaptado de: Bryant (2012). 53UNIDADE I Desenho Anatômico da Figura Humana 53UNIDADE II Desenho de Figuras em Movimento FIGURA 15 – MENINOS ADOLESCENTES Fonte: Bryant (2012, p. 128). A estrutura corporal dos meninos ganha agora definição de musculatura, e a figura final se assemelha com a figura masculina adulta, salvo a exceção da altura, pois para a figura de meninos adolescentes trabalhamos com 8 alturas de cabeça. FIGURA 16 – MENINOS ADOLESCENTES FRENTE E COSTAS Fonte: Bryant (2012, p. 128). 54UNIDADE I Desenho Anatômico da Figura Humana 54UNIDADE II Desenho de Figuras em Movimento Já para a representação das figuras de adolescentes em movimento, ou seja, com poses, o processo a ser seguido, abrange a mesma estrutura de 8 cabeças. A adequação ocorre no posicionamento de braços, pernas ou ainda na forma de representar o movimento que se deseja. FIGURA 17 – ADOLESCENTES EM MOVIMENTO Fonte: Bryant (2012, p. 130). Você caro (a) aluno (a), pode inovar na representação das poses da figura humana, tudo vai depender de como você deseja explorar a criatividade nesse processo, e como a figura humana tem conexão com o produto de moda que você irá ilustrar no processo de desenvolvimento de uma coleção de moda. 55UNIDADE I Desenho Anatômico da Figura Humana 55UNIDADE II Desenho de Figuras em Movimento 4. ROSTOS E CABELOS Após compreendermos o processo de representação das estruturas corporais es- táticas e em movimento das diferentes idades da figura humana, é necessário entender o processo de desenho do rosto, para que você, aluno(a), traga vida ao seu croqui conforme Feyerabend (2014, p. 32): O rosto e o cabelo que você dará a sua figura exercem uma grande influência no efeito de seu croqui, que poderá ficar com aspecto mais ou menos mo- derno. Um rosto mal desenhado ou um penteado errado podem fazer com que sua ilustração pareça ruim e ou desinteressante. é importante notar que alguns penteados vistos em fotos ficam com uma outra aparência quando representados em uma ilustração. O processo de desenho da cabeça, segue a métrica estabelecida conforme a auto- ra Michele Bryant (2012) nos apresenta. A altura de cabeça mede então 3 centímetros e a largura deve ser de 2 centímetros. FIGURA 18 – PROPORÇÕES DA CABEÇA Fonte: Bryant (2012, p. 140). 56UNIDADE I Desenho Anatômico da Figura Humana 56UNIDADE II Desenho de Figuras em Movimento Posicionada na altura 1 na distribuição do desenho da figura adulta, a cabeça deve ficar dividida ao meio pelo eixo central, pois assim você, aluno(a), conseguirá trabalhar com a distribuição das demais partes do desenho do rosto, seguindo uma simetria para equilíbrio visual no desenho. Iniciaremos pelo desenho da cabeça feminina. O traçado estrutural segue a propor- ção de 3 centímetros de altura, por 2 centímetros de largura. A cabeça e consequentemente o rosto feminino apresenta traços delicados, assim é importante você utilizar um lápis com ponta fina para conseguir trazer esse aspecto. FIGURA 19 – CABEÇA FEMININA VISTA FRONTAL Fonte: Bryant (2012, p. 140). Considerando que a cabeça mede 3 centímetros de altura, você a divide em 3 partes: na primeira parte você tem a raiz do cabelo, na segunda parte, os olhos e orelhas, e na terceira parte, a ponta do nariz e a boca conforme a imagem 4 na Figura 19. O posicionamento dessas partes deve seguir uma organização, para que a figura tenha coerência visual e harmonia no processo de representação. FIGURA 20 – POSICIONAMENTO DOS ELEMENTOS DO ROSTO E CABEÇA Fonte: Bryant (2012, p. 139). 57UNIDADE I Desenho Anatômico da Figura Humana 57UNIDADE II Desenho de Figuras em Movimento Os passos para desenho do rosto por completo são descritos conforme Bryant (2012) apresenta na Figura 20. Observe a sequência de conceitos e a sequência de desenhos para que você compreenda a forma de representar um rosto harmônico no desenho de moda: A. Após dividir após dividir a altura da cabeça em 3 partes iguais, temos no topo dodesenho a raiz do cabelo; B. As sobrancelhas ficam posicionadas sobre a primeira linha conforme a ima- gem 1 da Figura 20; C. O nariz fica sobre a segunda linha; D. Divida o terceiro espaço em mais 3 partes os lábios superior e inferior vão se encontrar sobre a primeira linha; E. O alto das orelhas se alinha mais ou menos com os olhos e a parte de baixo com o nariz; F. Os olhos em geral no desenho de moda são maiores, independentemente do tamanho, procure representá-los colocando a largura de um olho entre eles, é nesse momento que o exercício de equilíbrio visual e de proporção deve ser aplicado; G. A largura da boca pode ser determinada traçando linhas verticais a partir das pupilas, conforme a imagem 2 da Figura 20; H. A largura do nariz pode ser determinada traçando linhas verticais a partir dos canais lacrimais, conforme imagem 3 da Figura 20; I. A largura de um pescoço harmonioso se aproxima da distância entre os pontos mais externos dos olhos, conforme a imagem 4 da Figura 20. Essa regra de estrutura de composição do rosto, seve para que o desenho fique harmonioso e que haja equilíbrio na representação da face. O mesmo processo é aplicado caso o posicionamento do rosto mude de lado. FIGURA 21 – CABEÇA FEMININA MEIO PERFIL Fonte: Bryant (2012, p. 148). FIGURA 22 – CABEÇA FEMININA DE PERFIL Fonte: Bryant (2012, p. 150). 58UNIDADE I Desenho Anatômico da Figura Humana 58UNIDADE II Desenho de Figuras em Movimento Para a representação da cabeça masculina adulta, o processo segue a mesma distribuição apresentada na figura feminina. Alguns detalhes devem ser lembrados no mo- mento de representar o rosto masculino conforme Feyerabend (2014): Para rostos masculinos utilizamos a mesma estrutura anatômica que o rosto feminino, embora o formato da cabeça devia ser projetado de forma um pou- co mais marcante, para enfatizar as linhas normalmente geometrizadas de um rosto masculino (FEYERABEND, 2014, p. 34). As linhas do rosto masculino são mais marcantes e menos delicadas do que as apresentadas no rosto feminino, em que o queixo é mais quadrado, assim como a cabe- ça. Os lábios masculinos são menos delineados e menos “carnudos”; os olhos parecem menores, por não ter o uso da maquiagem, o nariz pode ser mais marcado para que haja valorização das linhas geométricas que compõem o rosto masculino. FIGURA 23 – CABEÇA MASCULINA FRONTAL Fonte: Bryant (2012, p. 153). Caso haja necessidade de desenhar o rosto em outra perspectiva, você aluno(a), seguirá o mesmo processo de distribuição das partes do rosto. FIGURA 24 – CABEÇA MASCULINA MEIO PERFIL Fonte: Bryant (2012, p. 154). 59UNIDADE I Desenho Anatômico da Figura Humana 59UNIDADE II Desenho de Figuras em Movimento FIGURA 25 – CABEÇA MASCULINA DE PERFIL Fonte: Bryant (2012, p. 155). Para a representação da cabeça infantil, devemos tomar alguns cuidados, princi- palmente nas crianças menores, pois é onde a diferença no processo de representação ocorre com mais ênfase. FEYERABEND (2014, p. 143) nos diz que “a representação de crianças em croquis pressuponho desenho de rostos menores. em relação ao desenho de um adulto, o que muda é a distribuição dos olhos, nariz e da boca, que parecem mais próximos entre si”. FIGURA 26 – DIFERENÇAS NA PROPORÇÃO DA CABEÇA Fonte: Bryant (2012, p. 156). 60UNIDADE I Desenho Anatômico da Figura Humana 60UNIDADE II Desenho de Figuras em Movimento Para cada idade, é possível ir trabalhando as variações no desenho, para que a for- ma do rosto se aproxime da composição adulta, conforme a criança cresce. Na representa- ção de cabeças de bebês é onde a proporção fica mais evidente, pois o rosto é centralizado na forma mais arredondada de cabeça, mas continuamos seguindo a proporção de 2cm de largura por 3 cm de altura, pois, em crianças a cabeça é relativamente maior na análise do corpo como um todo. FIGURA 27 – CABEÇA DE BEBÊ Fonte: Bryant (2012, p. 158). FIGURA 28 – CABEÇA DE CRIANÇAS PEQUENAS Fonte: Bryant (2012, p. 158). FIGURA 29 – CABEÇA DE CRIANÇAS GRANDES Fonte: Bryant (2012, p. 158). 61UNIDADE I Desenho Anatômico da Figura Humana 61UNIDADE II Desenho de Figuras em Movimento Depois de desenhar a cabeça e estrutura o rosto, outro ponto importante no dese- nho de Moda, considerando a figura humana, é a representação dos cabelos, que podem ganhar as mais variadas formas. Segundo Morris (2009), é possível considerar alguns conselhos para desenhar cabelos: ● As linhas do cabelo devem partir do couro cabeludo e continuar dadas pelo estilo escolhido; ● Tente não deixar os cabelos muito uniformes como um chapéu; ● Em vez de tentar desenhar cada fio, trace grandes tufos; ● O volume dos cabelos da mulher geralmente é maior do que o do homem, enfatizando o arredondado da testa; ● Os cabelos femininos são desenhados com linhas mais longas e fluídas, e os masculinos com traços curtos; ● Os cabelos devem ter tons variados, luzes e definição, não devem ser tratados como uma massa única; ● Os cabelos podem ter vários estilos: presos atrás, arrumados, despenteados, modernos, chanel, ondulados, longos, cacheados, com franja, curtos, espeta- dos, lisos, com transas e assim por diante. FIGURA 30 – CABELOS FEMININOS Fonte: Feyerabend (2014, p. 39). 62UNIDADE I Desenho Anatômico da Figura Humana 62UNIDADE II Desenho de Figuras em Movimento FIGURA 31 – CABELOS MASCULINOS Fonte: Feyerabend (2014, p. 38). FIGURA 32 – CABELOS INFANTIS Fonte: Feyerabend (2014, p. 40). 63UNIDADE I Desenho Anatômico da Figura Humana 63UNIDADE II Desenho de Figuras em Movimento A representação dos cabelos, pode trazer a sua personalidade enquanto ilustrador, desta forma você pode explorar a criatividade e fazer com que esta parte do croqui valorize ainda mais o desenho de sua figura humana. A personalidade que você irá imprimir no desenho do rosto em seu croqui, pode ter conexão com seu público-alvo e mesclar estilo e personalidade com técnicas de ilustração. Por isso o entendimento das proporções é de extrema importância para que haja harmonia em suas figuras. 64UNIDADE I Desenho Anatômico da Figura Humana 64UNIDADE II Desenho de Figuras em Movimento CONSIDERAÇÕES FINAIS Caro(a) aluno(a), nesta unidade você viu como estruturar as figuras com pose, trabalhando as proporções e o equilíbrio no processo de representação da figura humana, feminina e masculina adulta e nas figuras infantis e adolescentes. Você pode observar tam- bém como estruturar e representar a cabeça feminina, masculina e infantil e pôde conhecer o posicionamento dos traços do rosto, nas vistas frontal, meio perfil e perfil. Foi possível observar como é amplo o horizonte dos desenhos de cabelos, com opções para todos os públicos e inspirações. Articular o desenho da pose, combinando o desenho do rosto e cabelos, trará personalidade ao seu desenho. Desenhe também os cabelos, iniciando pelas opções mais fáceis e partindo, mais tarde, para os cabelos mais elaborados; assim como o exercício deve ser aplicado para as poses também. Comece ma- nipulando os braços, pernas, e depois você poderá explorar movimentos mais elaborados. O ponto mais importante no processo de desenho de moda é que você não deve esquecer que quanto mais se treina, melhor fica o desenho, já que a coordenação motora fina, que é o tipo de movimento que você trabalha enquanto desenha, se beneficia da quantidade de produção. A espontaneidade do desenho depende muito da sua disposição em se lançar ao papel, sem medo. Errar, apagar, voltar, desenhar novamente, refazer, tudo isso é parte do processo de aprendizagem; exercitar e persistir é o que levará, a uma representação de desenho, cada vez mais coerente e com personalidade. Procure desenhar figuras de todos os gêneros e idades apresentadas até aqui. Essa disponibilidade é necessária, para prepará-lo(a) para o próximo aprendizado. Bons Estudos e continue sua jornada no universo do Desenho de Moda. 65UNIDADE I Desenho Anatômico
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