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Resumo 05 - D E P

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Órgãos da Execução Penal: 
São órgãos da execução penal (LEP, art. 61): 
I - O Conselho Nacional de Política Criminal e 
Penitenciária; 
II - O Juízo da Execução; 
III - O Ministério Público; 
IV - O Conselho Penitenciário; 
V - Os Departamentos Penitenciários; 
VI - O Patronato; 
VII – O Conselho da Comunidade. 
VIII - A Defensoria Pública. 
Os órgãos da execução penal são os que, de 
alguma forma, interferem no cumprimento da 
pena de todos os condenados, fiscalizando, 
orientando, decidindo, propondo modificações, 
auxiliando o preso e o egresso, denunciando 
irregularidades etc. Cada qual na sua função, os 
órgãos da execução penal tutelam o fiel 
cumprimento da pena, de acordo com a 
sentença condenatória e com os parâmetros 
legais. 
Estabelecimentos prisionais – LEP, 
arts. 82 a 104 
O art. 82 da LEP preceitua que: Os 
estabelecimentos penais destinam-se ao 
condenado, ao submetido à medida de 
segurança, ao preso provisório e ao egresso. 
No §1º: “A mulher e o maior de 60, 
separadamente, serão recolhidos a 
estabelecimento próprio e adequado à sua 
condição pessoal. ” E no § 2º: “O mesmo conjunto 
arquitetônico poderá abrigar estabelecimentos 
de destinação diversa desde que devidamente 
isolados. ” 
Quanto à proteção à mulher e ao idoso, 
cumpre-se o disposto no art. 5º, XLVIII, da CF: “a 
pena será cumprida em estabelecimentos 
distintos, de acordo com a natureza do delito, a 
idade e o sexo do apenado”. 
A separação de homens e mulheres evita a 
promiscuidade e as violências sexuais. Quanto 
ao idoso, por sua situação mais frágil, no 
cenário físico e psicológico, é justo ter um 
estabelecimento apropriado para cumprir sua 
pena, seja ela no regime fechado, semiaberto 
ou aberto. 
 CLASSIFICAÇÃO LEGAL/FORMAL: 
1. PENITENCIÁRIA: É o estabelecimento penal 
destinado ao cumprimento da pena 
privativa de liberdade, EM REGIME FECHADO 
(LEP, art. 87). Busca-se a segurança máxima, 
com muralhas ou grades de proteção, bem 
como atuação de policiais ou agentes 
penitenciários em constante vigilância. 
2. COLÔNIA PENAL: Estabelecimento destinado 
ao cumprimento da pena em REGIME 
SEMIABERTO. Trata-se de um 
estabelecimento penal de segurança média, 
3. CASA DO ALBERGADO: Destinada ao 
cumprimento da pena privativa de liberdade 
no REGIME ABERTO, bem como à pena 
restritiva de direito, consistente na 
limitação de fim de semana. Todavia, quase 
não existe mais. Quando não há casa do 
albergado, o sentenciado cumprirá a pena 
em “prisão domiciliar”. 
De modo que a prisão domiciliar, que 
possuía destinatários específicos, passou a 
ser regra. Nem é preciso salientar que não 
há a menor chance de fiscalização 
adequada nesses casos. 
4. CENTRO DE OBSERVAÇÃO: É o local situado em 
prédio anexo ao estabelecimento penal, 
onde atuam os profissionais ligados à 
Comissão Técnica de Classificação e outros, 
que possam contribuir para o 
aperfeiçoamento dos dados estatísticos e 
da pesquisa criminológica. Os pareceres 
elaborados por tais centros possuem 
elevado nível e permitem ao juiz conhecer, 
realmente, a personalidade do condenado, 
auxiliando-o no processo de convencimento 
para a concessão (ou não) dos benefícios 
penais. Todavia, esses centros não estão 
mais em funcionamento em razão da falta 
de recursos financeiros para sua 
manutenção. 
5. HOSPITAL DE CUSTÓDIA E TRATAMENTO 
PSIQUIÁTRICO: Trata-se do lugar adequado 
para receber e tratar indivíduos sujeitos ao 
cumprimento de medida de segurança de 
internação. 
6. CADEIA PÚBLICA: Estabelecimento destinado 
a abrigar PRESOS PROVISÓRIOS. Quase não 
existe. 
Existem também os CENTROS DE 
RESSOCIALIZAÇÃO, que são estabelecimentos 
prisionais que possuem características 
especificas e abrigam presos de origens 
distintas: presos provisórios, presos em 
regime fechado, presos em regime semiaberto. 
Ou seja, é uma unidade prisional mista, que foge 
á regra. 
A ideia dos CR’s é evitar que o preso, 
principalmente aqueles que estão ingressando 
pela primeira vez no sistema prisional, se 
contaminem ainda mais com a criminalidade. 
Também são levados para os CR’s os presos 
civis. 
O que importa saber é que o Estado deve 
manter um estabelecimento próprio para cada 
tipo de preso. O que, na prática, não ocorre em 
virtude da superlotação do sistema prisional. 
Vale dizer que, qualquer que seja o 
estabelecimento penal, ele deve contar com 
espaços adequados que atendam aos 
requisitos do art. 83, caput e parágrafos da 
LEP. 
 TAREFAS DELEGÁVEIS E INDELEGÁVEIS: 
Delegáveis: LEP, art. 83-A. 
Indelegáveis: LEP, art. 83-B. 
Separação dos presos: 
 
 
 
Além das separações legais, há também as 
separações cotidianas. Todavia, ainda que 
aplicada a separação de presos num mesmo 
presídio, pode não ser efetiva. Isso, porque o 
preso não fica na cela 24h/dia, ele convive com 
os outros presos em determinados espaços, 
como nos banhos de sol, higiene pessoal, visitas 
de familiares, etc. 
Entre os 
PROVISÓRIOS:
Crimes 
hediondos
Crimes 
violentos 
Demais crimes 
e 
contravenções
Entre os 
CONDENADOS 
DEFINITIVOS
Crimes 
hediondos 
Crimes 
violentos 
Primários ou 
reincidentes 
Demais
Guia de Recolhimento: LEP, arts. 
105 a 107 
A GUIA DE RECOLHIMENTO constitui um TÍTULO 
EXECUTIVO, necessário e imprescindível para o 
início do processo de execução. Deve conter a 
COMUNICAÇÃO FORMAL E DETALHADA À 
AUTORIDADE ADMINISTRATIVA, responsável pela 
prisão do condenado, DO TEOR DA SENTENÇA 
(pena aplicada, regime, benefícios, etc.). 
Deve conter todos os dados do art. 106, 
acompanhada de cópias das peças que 
instruíram o processo principal, de onde se 
originou a condenação. 
Disciplina o art. 107 da LEP, que: Ninguém será 
recolhido, para cumprimento de pena privativa 
de liberdade, sem a guia expedida pela 
autoridade judiciária. 
Essa norma impõe RAZOÁVEL E CORRETA 
CAUTELA PARA QUE ALGUÉM SEJA LEVADO AO 
CÁRCERE, impedindo-se, a ausência de controle 
estatal de quem está preso e quando deve 
deixar o estabelecimento penal. 
A autoridade administrativa responsável pelo 
presídio, cadeia ou estabelecimento similar 
somente poderá receber alguém, 
concretizando-se o cerceamento de sua 
liberdade, caso exista DOCUMENTO FORMAL para 
tanto. Se fosse uma prisão provisória, viria 
acompanhada do mandado de prisão expedido 
pelo juiz. 
A guia de recolhimento é o documento hábil a 
espelhar que há uma pena efetiva a cumprir, 
motivo pelo qual a prisão é formalmente legal. 
Se o preso for recepcionado sem a expedição 
da guia, pode-se configura infração 
administrativa e, conforme o caso, crime. A 
mesma precaução se dá no cenário de 
internações em HCTP’s. 
A guia de recolhimento, para Mirabete, tem 03 
funções: 
 GARANTIA INDIVIDUAL DO CONDENADO; 
 ESTABELECIMENTO DE LIMITES INICIAIS À 
EXECUÇÃO; 
 ORIENTAÇÃO QUANTO À INDIVIDUALIZAÇÃO DA 
PENA. 
Execução da pena privativa de 
liberdade e superveniência de 
doença mental –LEP, art. 108 
Art. 108. O condenado a quem sobrevier doença 
mental será internado em Hospital de Custódia 
e Tratamento Psiquiátrico. 
Há situações passageiras de perturbação da 
saúde mental, que, no entanto, precisam de 
tratamento especializado. Nesse caso, 
transfere-se o preso do estabelecimento penal 
comum para o Hospital de Custódia e 
Tratamento Psiquiátrico pelo tempo necessário 
à sua recuperação, retornando em seguida 
para o presídio. 
Não se converte a pena, de imediato, em 
medida de segurança (LEP, art. 183). A 
conversão, no entanto, será a medida 
adequada, se houver a comprovação de se 
tratar de doença mental ou perturbação de 
longa duração, vale dizer, cujo tratamento não 
envolverá semanas ou meses, mas, 
provavelmente, anos. 
Assim, inexistindo outra opção, transforma-se 
a pena em medida de segurança. 
Progressão de regime: LEP, art. 112 
 SISTEMAS: 
03 são os sistemas clássicosque objetivam 
disciplinar a progressão de regime de 
cumprimento da pena privativa de liberdade: 
1. Sistema Irlandês: Baseia-se no ISOLAMENTO 
ABSOLUTO. O preso, permanece isolado na 
sua cela, saindo apenas esporadicamente, 
para passeios em lugares fechados; 
2. Sistema Inglês: O condenado, em absoluto 
silêncio, trabalha durante o dia com outros 
presos e sujeita-se ao isolamento no 
período noturno; 
3. Sistema progressivo: Há um período inicial 
de isolamento absoluto. Após, segue-se a 
fase em que o apenado trabalha durante o 
dia na companhia de outros presos. No 
estágio final, é colocado em liberdade 
condicional. 
No Brasil, adota-se o SISTEMA PROGRESSIVO. 
Basta ver que o art. 33, §2º do CP estabelece 
que: “as penas privativas de liberdade deverão 
ser executadas em forma progressiva, 
segundo o mérito do condenado”. Por sua vez, 
determina o art. 112 da LEP que “a pena 
privativa de liberdade será executada em 
forma progressiva com a transferência para 
regime menos rigoroso”. 
A progressão de regime representa a 
distribuição do cumprimento da pena em fases 
ou etapas e se relaciona com o PRINCÍPIO DA 
INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA, previsto nos art. 
5º, XLVI, da CF; 110 a 119 da LEP, e 33 a 36, do CP. 
A LEP confere algumas adaptações ao sistema 
progressivo, visando ajustá-lo à moderna 
execução criminal. Para tanto, estabelece a 
necessidade de classificação do condenado, 
institui estabelecimentos penais distintos para 
cumprimento da pena privativa de liberdade 
segundo o regime no qual se encontra o preso 
e estabelece o exame de mérito do apenado 
como condicionante para o deferimento da 
progressão de regime. 
 
 Histórico dos requisitos para a progressão 
de regime: 
1984: A redação original do art. 112 da LEP, previa 
como únicos requisitos para a progressão de 
regime, o cumprimento de 1/6 da pena e o bom 
comportamento, avaliado através do exame 
criminológico. 
1990: Aprovada a Lei dos Crimes Hediondos que 
previa que os condenados por delitos dessa 
natureza não tinham direito a progressão de 
regime e cumpririam a pena em regime 
INTEGRALMENTE fechado. 
2003: Lei 10.972, declarou inconstitucional a 
exigência de exame criminológico para fins de 
progressão de regime. 
2006: STF declarou inconstitucional a disposição 
da LCH que vedada a progressão de regime. 
2007: Lei 11.464, passou a prever que nos crimes 
hediondos o regime inicial de cumprimento de 
pena seria o fechado e a progressão seria 
concedida após o cumprimento de 2/5 da pena 
(para primários) ou 3/5 (para reincidentes). 
Súmula 471 do STJ: Os condenados por crimes 
hediondos ou assemelhados cometidos antes 
da vigência da Lei nº 11.464/2007 sujeitam-se ao 
disposto no art. 112 da Lei nº 7.210/84 (Lei de 
Execução Penal) para a progressão de regime 
prisional. 
OU SEJA, PARA OS CRIMES HEDIONDOS COMETIDOS 
ANTES DE 29.03.2007, O LAPSO TEMPORAL SERÁ 
1/6 (REGRA GERAL DA LEP). PARA OS CRIMES 
HEDIONDOS COMETIDOS DEPOIS DESSA DATA, 
APLICAM-SE OS PATAMARES DE 2/5 OU 3/5. 
2018: Nova alteração na lei criou a progressão 
especial para as mulheres – é o menor 
patamar existente na legislação para fins de 
progressão de pena, 1/8. 
Tratando-se de norma mais benéfica retroage 
e alcança todos as mulheres que preencherem 
os requisitos exigidos. 
2019/2020: PACOTE ANTICRIME: Lei 13.964/2019, é o 
que está em vigor hoje na LEP, art. 112: A pena 
privativa de liberdade será executada em 
forma progressiva com a transferência para 
regime menos rigoroso, a ser determinada 
pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao 
menos: 
1. Nos crimes não violentos: 16% da pena se 
primário ou 20% se reincidente; 
2. Nos crimes violentos: 25% da pena se 
primário ou 30% se reincidente; 
3. Nos crimes hediondos ou equiparados: 
a. CONDENADOS PRIMÁRIOS – 40 ou 50% da 
pena; 
b. CONDENADO REINCIDENTE – 60 ou 70% da 
pena. 
Porcentagem Fração 
16% 3/20 
20% 1/5 
25% 1/4 
30% 3/10 
40% 2/5 
50% 1/2 
60% 3/5 
70% 7/10 
 
CASO 01: PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USO 
RESTRITO, CRIME OCORRIDO EM 2018, SUJEITO 
PRIMÁRIO. QUANTO DE PENA ELE TERÁ QUE 
CUMPRIR PARA OBTER A PROGRESSÃO DE REGIME? 
1. O porte ilegal de arma de fogo de uso 
restrito é um crime hediondo, mas não 
violento; 
2. É um crime hediondo desde 2017; 
3. Quando o crime foi cometido estava em 
vigor o patamar de 2/5 (POR SER PRIMÁRIO) 
4. PELA REDAÇÃO ATUAL DA LEP, ART. 112, V, o 
sujeito seria progredido da pena após 40% 
do seu cumprimento (crime hediondo mas 
sujeito primário). 
5. QUAL PERCENTUAL SE APLICA? 2/5 – Porque 
mais benéfico. 
CASO 02: Sujeito primário que foi condenado 
pelos seguintes crimes ocorridos APÓS 2019: 
-TRÁFICO: pena de 06 anos; 
-ASSOCIAÇÃO P/ O TRÁFICO – pena de 03 anos; 
-FURTO SIMPLES – pena de 01 ano.; 
Qual o requisito objetivo o réu deverá cumprir 
em cada caso para ser progredido de regime? 
1. Em relação ao tráfico, 40%, pois o tráfico é 
crime hediondo por equiparação, o sujeito é 
primário e não houve violência ou grave 
ameaça – LEP, art. 112, V. 
2. Em relação ao crime de associação para o 
tráfico (que não é hediondo nem 
equiparado) a porcentagem exigida é 16% - 
LEP, art. 112, I. 
3. Em relação ao crime de furto simples, é 
também 16%. - LEP, art. 112, I. 
No caso de concurso de crimes, é necessário 
separar cada um dos delitos e estabelecer o 
requisito temporal previsto para cada um, de 
acordo com sua natureza e a legislação vigente 
à época dos fatos. 
Além do lapso temporal, nos crimes cometidos 
contra a Administração Pública, exige o art. 33, 
§4º, do CP, a REPARAÇÃO DO DANO ou DEVOLUÇÃO 
DO PRODUTO. 
 REQUISITOS SUBJETIVOS PARA OBTER A 
PROGRESSÃO DE REGIME PRISIONAL: 
Exige o §1º do art. 112, a comprovação da boa 
conduta carcerária, comprovada pelo diretor 
do estabelecimento penitenciário onde se 
encontra o sentenciado. A decisão concessiva 
de progressão de regime, deve ser sempre 
motivada – como todas as decisões do Poder 
Judiciário – ouvindo-se, previamente, o 
Ministério Público e o defensor. É o disposto no 
§2º do referido art. 112. 
Como já dito anteriormente, a realização de 
exame criminológico não é mais obrigatória, no 
entanto, sua realização pode ser, 
EXCEPCIONALMENTE, determinada pelo juiz. 
Nesse sentido, as Súmulas 26 do STF e 439 do 
STJ: 
SÚMULA 439 – STJ: Admite-se o exame 
criminológico pelas peculiaridades do caso, 
desde que em decisão motivada. 
 Progressão por salto: 
Deve-se observar, rigorosamente, o disposto 
no Código Penal e na Lei de Execução Penal para 
promover a execução da pena, sem a criação 
de subterfúgios contornando a finalidade da lei, 
que é a reintegração gradativa do condenado. 
Diante disso, o caminho correto é a passagem 
do regime fechado ao semiaberto e deste ao 
aberto, evitando-se a transferência do 
sentenciado que esteja no fechado diretamente 
ao aberto. Nesse sentido a Súmula 491 do STJ, “É 
inadmissível a chamada progressão per saltum 
de regime prisional”. 
 Progressão especial para mulheres, LEP, 
art. 112, §§3º e 4º 
A Lei 13.769/2018, tratando da chamada 
“PROGRESSÃO ESPECIAL”, introduziu no art. 112 da 
LEP e no art. 2º, §2º da LCH, regras específicas 
para a apenada gestante ou que for mãe ou 
responsável por criança (até 12 anos 
incompletos) ou pessoa com deficiência. 
Relativamente às condenadas por CRIMES NÃO 
HEDIONDOS, estabeleceu referida lei, ao incluir o 
§3º ao art. 112 da LEP, que, se preenchidos os 
requisitos legais, a fração de tempo mínimo de 
pena no regime anterior, para fins de 
progressão, será de 1/8, menor, portanto, que 
o coeficiente de 1/6 determinado pela regra 
geral da progressão constante no art. 112, 
caput. 
E quanto às condenadas POR CRIMES HEDIONDOS 
OU EQUIPARADOS? A Lei 13.769/2018 também 
alterou o art. 2º, §2º, da LCH, prevendo também 
o patamar de 1/8 às mulheres que se 
enquadrassemnos quesitos. 
Então, por ser norma penal mais benéfica o 
patamar de 1/8 retroagiu. 
Esse benefício destina-se às apenas referidas 
(GESTANTE OU MÃE OU RESPONSÁVEL POR 
CRIANÇA OU PESSOA COM DEFICIENCIA), desde 
que preenchidos, CUMULATIVAMENTE, os demais 
requisitos, que são: 
I - Não ter cometido crime com violência ou 
grave ameaça a pessoa; 
II - Não ter cometido o crime contra seu filho 
ou dependente; 
III - Ter cumprido ao menos 1/8 (um oitavo) da 
pena no regime anterior; 
IV - Ser primária e ter bom comportamento 
carcerário, comprovado pelo diretor do 
estabelecimento – ou seja, não cabe para 
mulheres reincidentes; 
V - Não ter integrado organização criminosa – 
a interpretação é RESTRITIVA. A lei só se refere 
a organização criminosa, excluindo os demais 
agrupamentos. 
Ocorrendo qualquer das situações arroladas 
acima, fica afastada a possibilidade de 
progressão de regime com apenas 1/8 de pena 
cumprida. 
 OCORRE QUE O PACOTE ANTICRIME (Lei 
13.964/19) REVOGOU O ART. 2º, §2º DA LCH. DE 
MODO QUE NÃO CABE MAIS PROGRESSÃO 
ESPECIAL PARA AS MULHERES CONDENADAS 
POR CRIMES HEDIONDOS OU EQUIPARADOS. 
Só se aplica a progressão especial de 1/8 para 
as condenadas por crimes hediondos, cujo fato 
ocorreu antes do pacote anticrime. 
Vedação à progressão de regime contida na Lei 
n. 12.850/2013: 
O art. 2°, §9º, da Lei n. 12.850/2013, prevê: O 
condenado expressamente em sentença por 
integrar organização criminosa ou por crime 
praticado por meio de organização criminosa 
não poderá progredir de regime de 
cumprimento de pena ou obter livramento 
condicional ou outros benefícios prisionais se 
houver elementos probatórios que indiquem a 
manutenção do vínculo associativo. 
 O legislador está, mais uma vez, tirando do 
juiz a possibilidade de individualizar a pena do 
condenado. Trata-se de uma norma fadada a 
inconstitucionalidade. 
 Cometimento de falta grave e regressão de 
regime: 
O §6 do art. 112 da LEP dispõe que: O 
cometimento de falta grave durante a 
execução da pena privativa de liberdade 
interrompe o prazo para a obtenção da 
progressão no regime de cumprimento da 
pena, caso em que o reinício da contagem do 
requisito objetivo terá como base a pena 
remanescente. 
Ou seja, quem cumpre pena de 9 anos, iniciando 
pelo regime fechado, em decorrência da 
prática de um roubo, sendo reincidente, pode 
pedir a progressão ao atingir 3 anos de pena 
cumprida. No entanto, depois de 2 anos comete 
falta grava. Restam 07 anos. Ele permanecerá 
no regime fechado e reinicia-se a contagem 
dos 30%, baseada agora na pena restante de 07 
anos para requerer a passagem ao 
semiaberto. 
O §7º, por sua vez, dispõe: O bom 
comportamento é readquirido após 1 (um) ano 
da ocorrência do fato, ou antes, após o 
cumprimento do requisito temporal exigível 
para a obtenção do direito. 
Ou seja, o bom comportamento será 
considerado como um todo, independente do 
prazo objetivo fixado pelo §7º. 
REGRA GERAL – 01 ANOS; 
EXCEÇÃO: SE CUMPRIR O REQ. TEMPORAL ANTES.

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