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Literatura infantil Marcelo Fernandes dos Santos 2 Roça: Local de plantio rural e incentivo agropecuário. Região afastada de locais urbanos. Lugar comum nas regiões do Vale do Paraíba. Em Minas Gerais, na simples chácara Pé do Morro, morava um menino chamado Francisco. Ele era corajoso e gostava muito de aventuras. Numa manhã de domingo, ele disse à sua Mãe: - Hoje terei uma especial viagem! - Que viagem é esta? – Perguntou a mãe curiosa. - É uma descoberta na natureza! - Sorriu o menino todo feliz já imaginando sua viagem. 3 Francisco preparou seu cavalo, o Galope, e foi buscar sua amiga Maria, que morava na fazenda Tia Nina. Em Seguida, eles foram buscar seu amigo Zezinho, um menino muito preguiçoso que morava no Sítio Sossego. -Zé, bom dia! – Gritaram os amigos. Ele não tinha acordado ainda e resmungou: - Uai, quem me acorda tão cedo? -Vamos passear menino! Larga de preguiça! – Afirmou o amigo. 4 Caipira: Pessoa típica do campo, rural. Descrito pela literatura brasileira como preguiçoso, hospedeiro, religioso, conservador e pessimista. Figura descrita por Monteiro Lobato e Euclides da Cunha. Zé pegou seu lanchinho, um pedaço de queijo e alguns biscoitos de nata, e foi despedindo dos seus animais, bem devagarzinho: - Tchau Mimosa! – a vaca leiteira. - Tchau leitão! – o porco de estimação. - Diaa botadeira! – a galinha da família que botava muitos ovos. Animais da Fazenda: A Região do Vale do Paraíba tem 84,4% de exploração agropecuária, tem a produção animal de aves, bovinos, suínos, caprinos, ovinos, abelhas e peixes (Dados da secretária da agricultura do Estado de São Paulo). 5 Tropeiros: Viajantes que percorriam as regiões do Brasil no período colonial, entre os séculos XVIII e XIX. Faziam os trajetos em mulas e cavalos. Contribuiu para a economia do ouro e do café. No Brasil tem 22 espécies de corujas. Sua rotina é noturna e seus olhos são capazes de ver pequenos animais mesmo na escuridão. No Vale temos a coruja listrada. Ao chegarem à montanha, os aventureiros conheceram uma Coruja, a Sofia. Eles então contaram do sonho de fazer uma grande viagem. - Uruuuu! - A sábia árvore gosta de contar histórias de viagens! – Disse Sofia empolgada. Depois cutucou a árvore dizendo: - Conta seus causos, Sra. Jequitibá! E a Árvore, balançando os galhos e dando um largo sorriso, iniciou as histórias dos tropeiros pelo Vale do Paraíba. ∞ Foto blog Rita Elisa Seda 6 Foto Antônio Carlos Ferreira/Vanguarda Repórter Mata Atlântica: Vegetação primária na Região do Vale do Paraíba, e abriga grandes diversidades da flora e da fauna. É uma grande influente na temperatura da região. Hoje fica numa área de controle ambiental, principalmente na Serra da Mantiqueira e litoral Norte. Ave comum na região do Vale do Paraíba. Animal que vive em lugares arborizados. São responsáveis por espalhar semente nas florestas. Saindo de Minas, os amigos entraram numa Floresta Fechada, a Mata Atlântica. Neste instante, escutaram um barulho. - Pega Tião! Pega Tião! – Gritou Zé ao seu cachorro, pensando que era uma onça. Logo viram que era um pássaro, com o bico grande e colorido. Francisco explicou que era um Tucano. - Olá viajantes! – Disse o pássaro mexendo seu bico longo. 7 Macacos pequenos que vivem em florestas, se alimentam de frutas, folhas e insetos. Na região de São José dos Campos e São Francisco Xavier habitam o Sagüi e o Muriqui. Um adulto pode chegar a 15 kg. Na bela montanha, a Serra da Mantiqueira, os amigos pararam numa cachoeira para descansar. Neste momento, perceberam que um Macaquinho, esperto, sapeca, estava pegando seus lanches. Ele pulava de galho em galho, de cipó em cipó, e disse: - Uh, Uh! Olá viajantes! - Meu nome é Mico. Foto Sagui tufos preto, Marcelo Ambrogi Serra da Mantiqueira: Percorre as regiões do Estado de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, com alturas de mil a 3 mil metros de altitude. É uma área de conservação ambiental, tendo parques nacionais e topos turísticos. Seu nome é transcrito do tupi: Montanha que chora. 8 Fazendo de café: Com o Governo do Império de Dom Pedro I, por volta de 1840, o café abrangia 80% da economia do Estado de São Paulo. Nesta época nasceram os “Barões do Café”, Aristocratas rurais que produziam o café em fazendas no Vale do Paraíba, servindo-se de escravos para sua produção. Com a crise do café e a lei da escravatura, o café deixou de ser o centro da economia e afastou a produção na região. Hoje alguns casarões do café são utilizados como turismo histórico do Vale. Já era noite, os mineiros decidiram dormir numa grande fazenda de café. Eles trocaram alguns ouros por café e por alimentos. Manuel, o fazendeiro, contou suas histórias de caçador e das festas caipiras da região. O violeiro, pintura óleo Rui de Paula 9 Ao amanhecer, Maria escutou muito barulho na janela do quarto. Encantada, ela viu algumas Maritacas voando no céu e pousando nas árvores próximas a fazenda. - Que lindas! São tagarelas e românticas! – Suspirou Maria. Foto Helder do Prado Souza/VC no G1 Ave pequena da família do papagaio e do periquito. Tem tamanho médio 32 cm, habita florestas úmidas e árvores altas. Dormem em grupos e em vários lugares. Comum no estado de São Paulo. 10 Foto Tatu bola Aécio Novitski Animal robusto, com corpo maciço e flexível. Tem unhas grandes podendo medir 15 cm. Com hábitos noturnos se alimenta de formigas, insetos, cupins e vegetais. É uma espécie proibida de caçar e está em extinção. Francisco preparava o Galope para continuar a viagem, quando, de repente, viu no celeiro um pequeno bicho. Tinha casca grossa e rosto pequeno. Ele aproximou-se do animal, mas logo ele correu e fugiu por um buraco na terra. - Eita bichinho esperto! – Disse Francisco ao perceber que era um tatu. √ 11 Zé, todo preguiçoso, levantou-se mais tarde, e logo viu a mesa da fazenda com muitos queijos, café fresco, lingüiça frita e muitos produtos de milho, como Fubá e pamonha. Todo cheio de alegria declarou: - Depois deste cafezão, estou pronto para duas viagens! Comida tropeira: Comida típica dos tropeiros. Comida reforçada, devido as longas viagens que os tropeiros realizavam. Seus cardápios continham carne seca, arroz, feijão gorduroso com pedaços de porco e farinha. Hoje se tornou um cardápio indispensável para o turismo da região do Vale do Paraíba. 12 Rio Paraíba do Sul: Em tupi, para – rio e aiba – ruim. Principal afluente da Região Metropolitana do Vale do Paraíba. É formado pelos rios Paraitinga e Paraibuna. Nasce na Serra da Bocaina a 1800m de altitude, passa pelo sudoeste da Serra do Mar, é barrado pela Serra da Mantiqueira e segue em direção ao oceano em São João da Barra. Abrange 32 municípios, passando pelo Estado de São Paulo e Rio de Janeiro. Os mineiros atravessaram um grande rio, o Rio Paraíba do Sul, com um pequeno barco de pescador. Neste instante, viram uma ave com pernas finas, com um bico curvado e com penas brancas, era a Garça. O mesmo nome dado ao pequeno barco do pescador: Garça Branca. Ave que vive perto de rios e mares, e se alimenta de peixes, insetos e pequenos répteis. Em período de reprodução, elas se juntam nas beiras de represas, lagos e rios de São Paulo. 13 Novamente, encontraram outra Serra, a Serra do Mar. Os amigos viram um bicho pendurado na árvore, que se movia devagar e tinha unhas grandes. - Que bicho preguiçoso! – Disse Zezinho curioso. - Parece alguém?... É o famoso bicho preguiça! – cutucou Maria ao amigo.Foto Bicho Preguiça, site Faithgirlz Serra do Mar: Cadeia montanhosa que segue do Estado do Rio de Janeiro a Santa Catarina, com extensão de 1500 km. Em São Paulo chega a 800 metros de altura. É tombada como patrimônio histórico de São Paulo. Contém maior pedaço remanescente da mata atlântica. Espécie em extinção. A preguiça-de-coleira só é encontrada no nosso país. Seu metabolismo lento o torna um animal lento, alimenta-se frutos das árvores. 14 Foto Tamanduá bandeira, site Petfriends Logo depois, viram também um tamanduá. Tinha um nariz grande e comprido. Mexia seu rabo bem peludo para um lado e para o outro. - Oulá! Viajantes! - Disse o animal com sua boca pequena. Animal com hábito terrestre noturno e diurno. Alimenta-se de formigas e cupins. É considerado papa-formiga. O mais conhecido é o Tamanduá Bandeira. Pode-se chegar a 2,1 metros de comprimento. 15 Com a belíssima vista do Litoral, na descida da Serra, viram a misteriosa onça Jaguatirica na mata. Tinha olhos castanhos, uma pele dourada e com manchas pretas por todo corpo. Todos ficaram parados e trêmulos. Não se ouvia nada. Só observaram à felina passar por eles e sumir na mata! Tudo ficou marcado na memória dos viajantes. ∞ Foto do Science Photo Library, Willian Ervin, John Beatty e Tony Camacho Litoral Norte: Região Formada pelas cidades litorâneas de Caraguatatuba, São Sebastião, Ubatuba e Ilha Bela. Tem atividades Portuárias e Petroleiras, e abrange uma forte economia no turismo. Felina com hábitos noturnos. Alimenta-se de animais pequenos como aves, répteis, roedores e peixes. Vive em florestas e são solitárias. A onça jaguatirica é a mais conhecida na Região do Vale do Paraíba. Pode chegar a 1,35 m. 16 Ao ouvir as histórias da árvore, Francisco propôs aos amigos: - Vamos conhecer o Vale do Paraíba? - Vamo sim, Uai! Quero experimentar todas as comidas da região! – Concluiu Zezinho animado. - Zé, você só pensa em comida?! – Advertiu Maria. - Oh trem bom sô! Tem coisa melhor! – Respondeu Zé mexendo a barriga. Despedindo da velha árvore e da coruja Sofia, os amigos tornaram-se grandes defensores do meio ambiente. Foto Jequitibá Rosa, site prefeitura São José dos Campos, SP A Árvore Jequitibá Rosa é a mais antiga do Brasil, considerada Patriarca. Pode chegar a 40 metros de altura, com 3,6 metros de diâmetro. É um valioso patrimônio natural de São Paulo. Em São José dos Campos, no distrito de Eugenio de Melo, tem uma árvore com idade em torno de 500 a 700 anos. 17 Vale do Paraíba: Região formada por 39 municípios, com 2,3 milhões de habitantes e está localizada na região Sudeste do Estado de São Paulo. Percorrida pelas Serras da Bocaina, Serra da Mantiqueira e Serra do Mar, é formada por um vale. Seu principal afluente é o Rio Paraíba do Sul. Foi colonizada por índios, jesuítas e bandeirantes. Hoje apresenta duas cidades de melhor clima do mundo, com o crescimento vasto populacional, estabelece uma evolução tecnológica, agropecuária e industrial. Personagens: Um menino - Francisco Um caipira - Zezinho Uma menina - Maria Árvore sábia – Jequitibá Coruja - Sofia Cavalo - Galope Vaca - Mimosa Galinha – botadeira Porco – leitão Cachorro - Tião Livro infantil 20/09/2015 Autor: Marcelo Fernandes, Filósofo, poeta e escritor whatts (12) 981653678 marcelofsdb@yahoo.com.br marcelopoesiaviva.blogspot.com.br/ sonhosdefranciscowordpress.com/ mailto:marcelofsdb@yahoo.com.br 18 Poesia - Rio Paraíba do Sul Da colina, Um silencioso movimento d' água. Águas, Que se escorrem por um longo trajeto. Entre Pedras e galhos, Suas águas alimentam a vida da natureza. Suas forças trazem ouros e riquezas aos seres vivos... Oh coração do vale, contínuo movimento, Bombeia sem cessar os céus com oxigênios. Oh coração do vale, com pessoas e com animais, Vão alargando suas matas e seus minerais. Oh coração do vale, és um acolhedor, Não distingui culturas, nem devorador. Vive Paraíba do Sul! Encantando Mineiros, Paulistas e Cariocas. Com fábulas, contos e histórias. Vive Paraíba do Sul, Abrigando as diversas faunas e floras, Com nascentes na Serra e deságües no Vale. Vive Paraíba do Sul, Batendo seu coração, Pelo seu percurso da preservação! Cuidemos do que é nosso, Cuidemos do que é nossa natureza, Cuidemos do que à vida nos deu de graça, Pois em gratuidade em gratuidade. O coração do Paraíba segue pela eternidade!
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