Prévia do material em texto
TÓPICO 03: O QUINTO IMPÉRIO E A DEPOSIÇÃO DE D. SEBASTIÃO Após 60 anos de perda de autonomia, momento que ficou conhecido como período Filipino — em razão dos reis da Espanha nesses anos ter sempre o mesmo nome Filipe —, Portugal retoma sua identidade pátria na figura de João IV, que irá reinar de 1640 até sua morte, em 1656. VERSÃO TEXTUAL Sua primeira atitude foi reorganizar as forças militares e reforçar as fronteiras, além de atuar diplomaticamente no intuito de se fazer reconhecer junto às cortes da Europa. Também procurou negociar acordos financeiros e militares, e retomar as rédeas dos espaços coloniais na Ásia, África e América. Ao lado do esforço de recolocar em suas mãos o destino do reino, cumpria a tarefa de se fazer legitimar no plano das cortes. Nesse esforço, muitos daqueles que o apoiaram passaram a ver em sua figura o novo Encoberto, depondo D. Sebastião desse trono simbólico. D. João IV [1] É nesse contexto messiânico que, após a morte de D. João IV, será esperada sua ressurreição. Na obra do padre Antônio Vieira intitulada De Profecia e Inquisição, na parte II das Profecias, subintitulada “Esperanças de Portugal, QUINTO IMPÉRIO DO MUNDO, primeira e segunda vida de El- Rei D. João o quarto. Escritas por GONSALIANES BANDARRA, e comentadas pelo Padre Antônio Vieira da Companhia de Jesus, e remetidas pelo dito ao Bispo do Japão, o Padre André Fernandes”, assim se diz: Leiam os curiosos todas as profecias do Bandarra, assim as que contêm os sucessos já passados, como as que prometem os futuros, e em todas elas não acharão diferença individuante, sinal ou qualidade pessoal alguma de monarca profetizado, mais que estas que aqui fielmente temos referido, as quais todas são tão próprias da pessoa D'el-Rei D. João o 4.°, e lhe quadram todas tão naturalmente, e sem violência, que bem se está vendo que a ele tinha diante dos olhos, e não a outro, quem com cores tão vivas, e tão suas o retratava. Com que fica evidentemente mostrado e demonstrado, que o Senhor Rei D. João o 4.° que está na sepultura, é o rei fatal, de que em todas as suas profecias fala Bandarra, assim das que já se cumpriram, como das que hão de suceder ainda. E este mesmo rei está hoje morto e sepultado, e não é amor e saudade, senão razão e obrigação do entendimento, crer e esperar que há de ressuscitar. TÓPICOS DE LITERATURA PORTUGUESA AULA 03: GRANDES TEMAS DA LITERATURA PORTUGUESA - O INFANTE D. SEBASTIÃO: 1ª PARTE 28 Combinarenumerar.pdf TopicosdeLiteraturaPortuguesa_aula_03.pdf 03.pdf