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Volta às aulas orientações de especialistas para minimizar os riscos

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Volta às aulas: orientações de especialistas para minimizar
os riscos
A partir de fevereiro, as aulas presenciais passam a ser retomadas em alguns estados brasileiros – para
algumas escolas particulares, a volta ocorre já no final de janeiro. A iniciativa, mesmo que gradativa,
ainda divide a opinião dos pais, tendo em vista que os casos de contaminação e morte por Covid-19
voltaram a aumentar no país em ritmo acelerado. Este texto reúne orientações de especialistas sobre as
principais medidas preventivas, que envolvem triagem de sintomas, protocolos de higiene, orientação e
participação da família.
Para início de conversa, a pediatra Gabriela Murteira, do Vera Cruz Hospital, de Campinas, adverte que
muitos pais demonstram preocupações baseadas em notícias falsas e dados não científicos. “Este é o
momento de disseminarmos informações de qualidade, pois o prejuízo dessas crianças sem acesso às
aulas essenciais é muito maior do que o risco que elas possam correr. Estudos mostram que o risco
dessas crianças na escola não é maior do que na comunidade”, defende.
A médica reforça ainda que a volta à sala de aula é facultativa. “Ninguém é obrigado a retornar neste
momento. Se você faz parte de uma família 100% isolada e considera melhor permanecer assim, tudo
bem. Mas não adianta deixar as crianças em casa enquanto os pais voltam para os escritórios,
oferecendo os mesmos riscos à família”, pondera. Para Gabriela, os protocolos de segurança, redução
no número de alunos e bolhas sociais que vão isolar grupos específicos são algumas das medidas de
garantia.
O uso da máscara, entretanto, é obrigatório apenas para maiores de 12 anos. “Até cinco anos, o uso não
é sequer indicado, e essa regra permanece mesmo com o retorno das aulas. Já para as crianças de seis
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a 11 anos, a decisão é facultativa”, reforça. “Tivemos muita procura por orientação nos últimos dois
meses. Indicamos que as famílias avaliem o risco e entendam que se trata de um compartilhamento de
responsabilidades.”
Para a pediatra, a suspensão das aulas presenciais teve um papel importante na redução de casos da
Covid-19, diminuindo a circulação e desafogando o sistema de saúde. Mas, agora, os prejuízos
psicológicos e educacionais de permanecer em casa podem se tornar um problema. “Temos recebido
muitos pacientes com crise de ansiedade, ou seja, estão surgindo consequências de um isolamento que
já pode, com todas as regras e os protocolos, ser interrompido parcialmente.”
A médica alerta ainda para o risco de se baixar a guarda diante da chegada da vacina. “É importante
afirmar que, apesar de trazer respiro, a imunização tem como principal objetivo reduzir as internações, a
gravidade dos casos e as mortes. Mas até que tenhamos uma vacinação em massa, não devemos
mudar os nossos hábitos e cuidados diários”, orienta.
Consciência coletiva
Para o médico infectologista Leonardo Ruffing, também do Vera Cruz, a nova realidade requer certas
medidas, como: notificação no caso de sintomas dos alunos ou familiares; não negligenciar nenhum
quadro febril, mesmo que leve; pensar no coletivo; manter protocolos de higiene, como troca diária do
uniforme, higienização completa assim que chegar em casa e diálogo da escola com os pais, além de
testagem periódica dos funcionários.
Outro alerta diz respeito ao cuidado com brinquedos coletivos nos espaços de educação. O ideal é que
cada criança tenha o seu e que ele seja higienizado com bastante frequência. “Sugerimos ainda as
atividades ao ar livre, principalmente nos casos de pré-alfabetização”, frisa o médico.
De maneira geral, crianças não correm grandes riscos, mas são vetores da doença e é preciso levar isso
em conta. “Ainda estamos ponderando riscos e benefícios. Nenhum tipo de coletividade é 100% segura,
mas em países como a Alemanha, por exemplo, a educação vem sendo considerada serviço essencial”,
diz Leonardo. Há de se levar isso em conta.
(Fonte: Edição de texto original do Vera Cruz Hospital)

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