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Circuitos Magnéticos 1 S umá r i o 1 - F l u x o e c a m p o m a g n é t i c o .... 4 2 - P r o d u ç ã o d e c a m p o m a g n é t i c o .... 8 3 - H i s t e r e s e e c u r v a d e m a g n e t i z a ç ã o .... 12 4 - R e s o l u ç ã o d e c i r c u i t o s m a g n é t i c o s .... 16 5 - F o n t e d e e x c i t a ç ã o a l t e r n a d a .... 24 6 - F l u x o c o n c a t e n a d o e i n d u t â n c i a .... 37 7 - I m ã s p e r m a n e n t e s .... 44 2 0 2 31 º S e m e s t r e N O T A S D E A U L A UnB / FGA - E n g e n h a r i a de E n e r g i a Te o r i a d e S i s t e m a s d e C o n v e r s ã o d e E n e r g i a Prof. Flávio B i b l i o g r a f i a [1] Edson Bim , Máquinas Elétricas e Acionamento – 2a edição, Campus Elsevier Editora Ltda, 2012 – ISBN 978-85-352-5923-0 [2] A. E. Fitzgerald, Charles Kingsley Jr. e Stephen D. Umans, Máquinas Elétricas– 6a edição, Bookman, 2006 – ISBN 978-85-60031-04-7 [3] Paresh Chandra Sen , Principles of Electric machines and Power Electronics– 3rd edition, John Wiley & Sons, 2013 – ISBN 978-1-118-07887-7 [4] Jimmie J. Cathey, Electric machines: analysis and design applying MATLAB, McGraw Hill, 2001 – ISBN 0-471-02295-0 [5] Turan Gonen, Electrical machines with MATLAB, 2nd edition, CRC Press, 2012 – ISBN 13:978-1-4398-7800-2 (eBook-PDF) [6] Syed A. Nasar, Schaum’s outlines of theory and problems of Electric Machines and Electromechanics, 2nd edition, McGraw-Hill, 2005 – ISBN 0-07-045994-0. U n B / F G A - Faculdade do Gama Engenharia de Energia Teoria de Sistemas de Conversão de Energia Prof. Flávio CIRCUITOS MAGNÉTICOS B i b l i o g r a f i a 2 As notas de aula não substituem as referências bibliográficas e nem as aulas expositivas. U n B / F G A - Faculdade do Gama Engenharia de Energia Conversão Eletromecânica de Energia Prof. Flávio Circuitos magnéticos são utilizados para concentrar o efeito magnético de uma corrente em uma região particular do espaço. Desta forma, o circuito direciona o fluxo magnético para onde ele é necessário. Nas máquinas elétricas, os condutores são percorridos por correntes que interagem com os campos magnéticos, resultando na conversão eletromecânica de energia. A análise de circuitos magnéticos é geralmente realizada a partir de sua analogia com os circuitos elétricos. 3CIRCUITOS MAGNÉTICOS 0 - Introdução 3 danad rr da A 4CIRCUITOS MAGNÉTICOS 1 - Fluxo e campo magnético 4 1 - Fluxo e campo magnético 43421 r B AB vetor pelo aatravessad efetiva área cos Considere uma superfície de área A , localizada em uma região com densidade de fluxo magnético . O fluxo magnético total que atravessa essa superfície é dado pela expressão: (1) onde é o diferencial de área perpendicular ao vetor . Observação: - superfície plana de área A e densidade de fluxo uniforme de magnitude B. , A adB r r da B r B r A ad r U n B / F G A - Faculdade do Gama Engenharia de Energia Teoria de Sistemas de Conversão de Energia Prof. Flávio Unidades: Lei de Biot-Savart (obtida experimentalmente) - Permite calcular a densidade de fluxo magnético em um ponto P do espaço livre (vácuo), cuja distância do condutor que conduz uma corrente elétrica estacionária i é dada pelo vetor distância . Em P, considerando um elemento de corrente , tem-se: (2) onde é a permeabilidade magnética do vácuo. Tesla m Wb TB WeberWb 2 r r 22 44 r rldi B r rldi Bd oo r r r r r r r r o AmWbo 710.4 ldi r 5CIRCUITOS MAGNÉTICOS 1 - Fluxo e campo magnético m H Am Wb e d a d i n u 5 U n B / F G A - Faculdade do Gama Engenharia de Energia Teoria de Sistemas de Conversão de Energia Prof. Flávio A distribuição do vetor aplicado em torno de um condutor longo percorrido por uma corrente é definido pelo produto vetorial e pode ser representada por linhas concêntricas e fechadas em torno do condutor. rld r r B r REGRA DA MÃO DIREITA : dedo polegar aponta no sentido da corrente, o sentido das linhas de será dado pelo sentido de enlace da mão.B r CIRCUITOS MAGNÉTICOS 1 - Fluxo e campo magnético Distribuição das linhas de campo magnético em uma bobina N S 6 U n B / F G A - Faculdade do Gama Engenharia de Energia Teoria de Sistemas de Conversão de Energia Prof. Flávio Da equação (2), define-se o vetor intensidade de campo magnético (3) ― No vácuo: . ― Distribuição do vetor regra da mão direita. ― Unidade: 22 44 r rldi H r rldi Hd r r r r r r r r HB o rr H r mAH CIRCUITOS MAGNÉTICOS 1 - Fluxo e campo magnético Lei de Ampère (obtida experimentalmente) - A integral da componente tangencial de ao longo de uma trajetória C fechada é igual à corrente total enlaçada por esta trajetória. n k k C ildH 1 rr H r (4) 7 U n B / F G A - Faculdade do Gama Engenharia de Energia Teoria de Sistemas de Conversão de Energia Prof. Flávio 2 - Produção de campo magnético Para se obter altos valores de densidade de fluxo magnético, deve-se fazer com que a corrente elétrica circule em uma bobina acomodada em uma estrutura composta por material magnético. CIRCUITOS MAGNÉTICOS 2 – Produção de campo magnético O vetor intensidade de campo é em função da corrente do circuito e estabelece a densidade de fluxo . H r B r ― No vácuo, tem-se: HB o rr Ao inserir um material ferromagnético no interior dessa bobina, um novo valor de densidade de fluxo é estabelecido e determinado pela expressão (5)MHB oo rrr onde é o vetor intensidade de campo magnético causado pela orientação dos domínios magnéticos do material, geralmente denominado vetor de magnetização. M r 8 U n B / F G A - Faculdade do Gama Engenharia de Energia Teoria de Sistemas de Conversão de Energia Prof. Flávio CIRCUITOS MAGNÉTICOS 2 – Produção de campo magnético ― Unidade: mAM (a) Domínios magnéticos orientados aleatoriamente. (b) Domínios magnéticos alinhados na presença de um campo magnético externo. ⇨ No interior do material ferromagné- tico, há inúmeras regiões minúsculas denominadas domínios. A presença de um campo magnético externo, faz com que os campos magnéticos de cada domínio dentro do material aponte no mesmo sentido, de modo que cada domínio se comporte como um pequeno imã permanente. Experimentos mostram que é uma função não linear da intensidade de campo magnético aplicado, quando o material é ferromagnético, (6) onde é a suscetibilidade magnética do material e depende do valor de aplicado. M r HM rr H r 9 U n B / F G A - Faculdade do Gama Engenharia de Energia Teoria de Sistemas de Conversão de Energia Prof. Flávio CIRCUITOS MAGNÉTICOS 2 – Produção de campo magnético HBMHB o HM oo rrrrr rr 1 (7) Substituindo (6) em (5), tem-se: Definindo, permeabilidade relativa do material pela expressão: 1r (8) e substituindo (8) em (7), tem-se: HB ro rr Definindo, permeabilidade do material pela expressão: (9) ro (10) Então, .HB rr (11) 10 U n B / F G A - Faculdade do Gama Engenharia de Energia Teoria de Sistemas de Conversão de Energia Prof. Flávio Observação: ― representa a quantidade de vezes que a permeabilidade do material é maior que a permeabilidade do vácuo. ― Material ferromagnético ideal possui . ― Materiais utilizados no núcleo de transformadores e máquinas elétricas possuem permeabilidades relativas de 2000a 15000, ou até mesmo valores mais altos. Isto significa que para uma dada corrente, é produzido de 2000a 15000 vezes mais fluxo emum pedaço de material ferromagnético do que no respectivo volume de ar. r r CIRCUITOS MAGNÉTICOS 2 – Produção de campo magnético / Exemplo 11 U n B / F G A - Faculdade do Gama Engenharia de Energia Teoria de Sistemas de Conversão de Energia Prof. Flávio 3 - Histerese e curva de magnetização Nos materiais ferromagnéticos, a curva de desmagnetização não é igual à de magnetização. Esse fenômeno é denominado histerese e pode ser visto no gráfico abaixo. CIRCUITOS MAGNÉTICOS 3 – Histerese e curva de magnetização I. Supondo o material desmagnetizado, o aumento progressivo (a partir do zero) da intensidade H até o valor de saturação Bs produz a curva inicial 01. II. Se o valor de H é reduzido até zero, o caminho é a curva 12, diferente da inicial. 12 U n B / F G A - Faculdade do Gama Engenharia de Energia Teoria de Sistemas de Conversão de Energia Prof. Flávio CIRCUITOS MAGNÉTICOS 3 – Histerese e curva de magnetização ― No ponto 2, não há nenhuma corrente de magnetização (H = 0) e o valor de B não é nulo, significando uma magnetização residual Br (ímã permanente). III. Para anular a magnetização residual, é necessário um valor negativo de inten- sidade Hc (ponto 3), que é usualmente denominado campo coercitivo ou força coercitiva. IV. Aumentando o valor negativo de H, chega-se ao ponto de saturação 4. O caminho de retorno até o ponto inicial 1 é dado pela curva 4561, com Br e Hc de sinais contrários aos sinais dos anteriores. No aspecto termodinâmico, pode-se dizer que a histerese representa as irreversi- bilidades do processo de magnetização e desmagnetização do material. A área interna da curva 1234561é proporcional à energia dissipada sob forma de calor. 13 U n B / F G A - Faculdade do Gama Engenharia de Energia Teoria de Sistemas de Conversão de Energia Prof. Flávio As proporções da curva de histerese dependem da composição do material magnético e têm influência em sua aplicação. CIRCUITOS MAGNÉTICOS 3 – Histerese e curva de magnetização ― Uma curva estreita como a figura (a), é adequada para núcleos de transformadores, onde se requer a menor perda possível de energia devido à histerese do material. ― Uma curva mais larga como na figura (b) é apropriada para ímãs permanentes devido à elevada magnetização residual e ao também elevado campo coercitivo, significando que o material não pode ser facilmente desmagnetizado. 14 U n B / F G A - Faculdade do Gama Engenharia de Energia Conversão Eletromecânica de Energia Prof. Flávio CIRCUITOS MAGNÉTICOS 3 – Histerese e curva de magnetização É prática submeter um material a laços de histerese crescentes com a variação cíclica da corrente. A curva resultante da combinação dos pontos extremos do primeiro quadrante desses laços menores de histerese formam a conhecida curva de magnetização. Pode-se obter através de uma apro- ximação linear o valor da permea- bilidade do material (12) H B As curvas BH são indispensáveis nos cálculos e projetos com materiais ferro- magnéticos. 15 U n B / F G A - Faculdade do Gama Engenharia de Energia Teoria de Sistemas de Conversão de Energia Prof. Flávio material A material B i N M CIRCUITOS MAGNÉTICOS 4 – Resolução de circuitos magnéticos / Considerando aproximação linear da curva de magnetização 4 - Resolução de circuitos magnéticos Considere um circuito magnético composto por dois materiais ferromagnéticos (A e B) com permeabilidades A e B, comprimentos médios lA e lB, e áreas de seção dadas por AA e AB. Uma bobina de N espiras, que conduz uma corrente i é responsável pela produção do campo magnético externo. Supondo fluxo magnético uniforme confi- nado no interior do núcleo (no compri- mento médio) e aplicando a Lei de Ampere, equação (4), tem-se: NilHlHldH C BBAA rr (13) onde é denominado força magnetomotriz.mmFNi 16 4.1 – Considerando aproximação linear da curva de magnetização U n B / F G A - Faculdade do Gama Engenharia de Energia Teoria de Sistemas de Conversão de Energia Prof. Flávio Suponha que o fluxo atravessa a área da seção do circuito magnético transversal e perpendicular à densidade de fluxo. BBAA ABABM (14) Considerando uma aproximação linear da curva de magnetização, pode-se adotar um valor constante para a permeabilidade de cada material, A e B. Desta forma, substituindo (11) em (14), tem-se: BBBAAA AHAHM (15) De (15), obtém-se as expressões para as intensidades de campo magnético BB B AA A A H A H MM e (16) CIRCUITOS MAGNÉTICOS 4 – Resolução de circuitos magnéticos / Considerando aproximação linear da curva de magnetização 17 U n B / F G A - Faculdade do Gama Engenharia de Energia Teoria de Sistemas de Conversão de Energia Prof. Flávio Substituindo (16) em (13), tem-se: (17)Ni A l A l M BB B AA A Define-se relutância de um material do núcleo ferromagnético por ― Unidade: Wb espirasA (18) seçãodaáreamaterialdomagnéticadadepermeabili médioocompriment ― Relutância representa a propriedade do material ferromagnético em permitir ou não a passagem de fluxo magnético. ― Quanto menor a relutância mais próximo do ideal é o material. CIRCUITOS MAGNÉTICOS 4 – Resolução de circuitos magnéticos / Considerando aproximação linear da curva de magnetização 18 U n B / F G A - Faculdade do Gama Engenharia de Energia Teoria de Sistemas de Conversão de Energia Prof. Flávio Substituindo (19) em (17), tem-se: (20) mmM FNi BA Observando (20), pode-se montar um circuito elétrico análogo B AM NiFmm Então, a relutância de cada material é dada por BB B B AA A A A l A l e (19) CIRCUITOS MAGNÉTICOS 4 – Resolução de circuitos magnéticos / Considerando aproximação linear da curva de magnetização 19 U n B / F G A - Faculdade do Gama Engenharia de Energia Teoria de Sistemas de Conversão de Energia Prof. Flávio Ao se retirar o material ferromagnético B, o ar cuja a permeabilidade é o passa a ser o novo meio para o fluxo magnético. Esse espaço entre as faces polares é denominado entreferro. go g g A l (21)― No entreferro: Valores altos de provocam espraiamento do fluxo na região de entreferro. A modelagem matemática do efeito do espraiamento é realizada aumentando a área efetiva do entreferro, ao se somar o compri- mento do entreferro lg às suas outras dimensões, dadas por a (largura) e b (espessura). Desta forma, tem-se a área corrigida: gg c g lblaA (22) g CIRCUITOS MAGNÉTICOS 4 – Resolução de circuitos magnéticos / Considerando aproximação linear da curva de magnetização 20 U n B / F G A - Faculdade do Gama Engenharia de Energia Teoria de Sistemas de Conversão de Energia Prof. Flávio CIRCUITOS MAGNÉTICOS 4 – Resolução de circuitos magnéticos A maioria dos núcleos magnéticos é montada por chapas de espessuras finas e isoladas entre si por um tratamento de suas superfícies ou por um verniz isolante. ― Desta forma, o volume efetivo (de material magnético) é menor do que aparenta, uma vez que sempre há um espaço entre as lâminas empilhadas. A razão entre o volume efetivo e o bruto , define o fator de empilhamento do núcleo. lA lA lA lA k (23) Núcleo ferromagnético laminado 21 U n B / F G A - Faculdade do Gama Engenharia de Energia Teoria de Sistemas de Conversão de Energia Prof. Flávio Considere o circuito magnético composto por uma bobina de N espiras instalada em um núcleo ferromagnético de permeabilidade , compri- mento médio e área , e um entreferro de com- primento médio e área . g o g cc B H ggcc l B lHNilHlHNi o g g (13) de c 4.2 – Considerandoa não linearidade da curva de magnetização CIRCUITOS MAGNÉTICOS 4 – Resolução de circuitos magnéticos / Considerando a não linearidade da curva de magnetização 22 gl cl Problema com o conhecimento de grandeza magnética ― Lei de Ampere ― Determine o valor de ― Com o valor de , determine o valor de utilizando a curva de magneti- zação do material. ― Substitua na Lei de Ampere e calcule a variável de interesse. cH cB g c g c c M c ABAB B A A B A BggccM ou gM B ou cA gA cB U n B / F G A - Faculdade do Gama Engenharia de Energia Teoria de Sistemas de Conversão de Energia Prof. Flávio CIRCUITOS MAGNÉTICOS 4 – Resolução de circuitos magnéticos / Considerando a não linearidade da curva de magnetização 23 gc og c gc cgo c lA NiA H lA lA B Se o número de espiras N, a corrente i e as dimensões do circuito forem conhecidas ― Lei de Ampere ― Reta de carga do circuito g o g cc B H ggcc B l lHNilHlHNi o g g (13) de c og gc cc B A A B B A lA lHNi c g c g ― Trace a reta de carga no mesmo gráfico da curva de magnetização. O ponto de intersecção, será o ponto de operação do circuito. Desta forma, determina-se os valores de Bc e Hc . ― Calcule outras variáveis de interesse. cB cH reta de carga Ponto de operação U n B / F G A - Faculdade do Gama Engenharia de Energia Teoria de Sistemas de Conversão de Energia Prof. Flávio CIRCUITOS MAGNÉTICOS 5 – Fonte de excitação alternada 5 - Fonte de excitação alternada Considere um circuito magnético composto por uma bobina de N espiras alimentada por uma fonte de tensão senoidal v(t). v(t) senoidal implica que H(t) e B(t) também serão senoidais. Desta forma, uma expressão para fluxo magnético gerado no núcleo pode ser dada por: onde é a amplitude do fluxo e f é a frequência em Hz da fonte elétrica. ftt MM 2sin)( max (24) max M 24 U n B / F G A - Faculdade do Gama Engenharia de Energia Teoria de Sistemas de Conversão de Energia Prof. Flávio CIRCUITOS MAGNÉTICOS 5 – Fonte de excitação alternada A força eletromotriz gerada na bobina de N espiras, devido a variação do fluxo magnético ― Lei de Faraday, é dada pela expressão Substituindo (24) em (25), tem-se: Observe que a amplitude da tensão gerada na bobina é O valor eficaz da tensão induzida, de período T, é definido como t Nte M d d )( (25) ftEte ftfNteft t Nte E MM 2cos)( 2cos2)(2sin d d )( max maxmax max 43421 2 d)( 1 max)( 0 2 E Ette T E ef te T ef senoidal é (26) max max 2 MfNE (27) (28) 25 U n B / F G A - Faculdade do Gama Engenharia de Energia Teoria de Sistemas de Conversão de Energia Prof. Flávio CIRCUITOS MAGNÉTICOS 5 – Fonte de excitação alternada Substituindo (27) em (28), tem-se: Lei de Kirchhoff na malha do circuito elétrico (fonte - bobina) onde Ré a resistência elétrica da bobina, em . A corrente elétrica na bobina i(t), denominada corrente de excitação, não será senoidal se o núcleo for constituído de material magneticamente não linear, devido ao efeito de histerese. ― A forma de onda da corrente elétrica i(t) pode ser obtida graficamente a partir das características magnéticas do material do núcleo. Como B e H se relacionam com e i por constantes geométricas conhecidas, o laço de histerese CA deve ser traçado em termos de =BA e . max2 Mef fNE (29) )()()( tetRitv (30) M M N Hli 26 U n B / F G A - Faculdade do Gama Engenharia de Energia Teoria de Sistemas de Conversão de Energia Prof. Flávio CIRCUITOS MAGNÉTICOS 5 – Fonte de excitação alternada ― Observe que um determinado valor de i corresponde a dois valores diferentes de fluxo , que ocorrem nos instantes e . Se a bobina for excitada por uma fonte de corrente senoidal, a forma de onda da tensão gerada na bobina e o fluxo que a gerou não serão senoidais. 27 )(tM )(te )(ti it M 1t 2t )( 1ti )( 2ti )( 2tM )()( 21 titi )( 1tM )( 2tM )( 1tM 1tM 2t U n B / F G A - Faculdade do Gama Engenharia de Energia Teoria de Sistemas de Conversão de Energia Prof. Flávio CIRCUITOS MAGNÉTICOS 5 – Fonte de excitação alternada / Potência aparente de excitação 5.1 – Potência aparente de excitação Uma das características magnéticas fornecidas pelos fabricantes é a potência apa- rente por unidade de massa do material utilizado no núcleo. onde mé a massa do material, é dado por (28) e de (13) obtém-se . Substituindo em (31), tem-se Se é a densidade em do material utilizado no núcleo, então kg esVA eficaz ma efef ma P m IE P // (31) N lH ef efI m Al HfBP m N lH fN P efma AB ef M ma M max / max / 2 2 maxmax efma Alm HB ρ f P max / 2 (32) 28 efE 3/mKg U n B / F G A - Faculdade do Gama Engenharia de Energia Teoria de Sistemas de Conversão de Energia Prof. Flávio CIRCUITOS MAGNÉTICOS 5 – Fonte de excitação alternada / Perdas de potência no núcleo 5.2 – Perdas de potência no núcleo As perdas no núcleo magnético, também denominadas perdas-ferro, são geralmente classificadas em perdas por histerese e perdas por correntes parasitas (correntes de Foucault). A) Perdas por histerese Desconsiderando o efeito da resistência elétrica da bobina, tem-se a seguinte expressão para a potência instantânea entregue em seus terminais Se V=Al é o volume de material do núcleo, tem-se: phfe PPP (33) t NtitPtetitP M ndosusbstitui d d )()()()()( )25( (34) t tB tAlHtP (14) e (13) de d )(d )()( (35) t tB tHtP d )(d )(V)( 29 hP pP U n B / F G A - Faculdade do Gama Engenharia de Energia Teoria de Sistemas de Conversão de Energia Prof. Flávio CIRCUITOS MAGNÉTICOS 5 – Fonte de excitação alternada / Perdas de potência no núcleo A energia entregue à bobina durante um ciclo de corrente, de período T, que corresponde a um laço de histerese é dada por: ― Observe em (34) que a intensidade de campo magnético deve estar em função da densidade de fluxo magnético. ― Para calcular analiticamente a expressão, deve-se conhecer o valor da permeabilidade magnética do núcleo a cada par HB do laço de histerese. A energia por unidade de volume dissipada no núcleo, convertida em calor, corresponde a área interna do laço de histerese. (36) BHttP T dVWd)(W 0 (34) dosubstituin (37) 3][d V W m Joules HH wBHw 30 U n B / F G A - Faculdade do Gama Engenharia de Energia Teoria de Sistemas de Conversão de Energia Prof. Flávio CIRCUITOS MAGNÉTICOS 5 – Fonte de excitação alternada / Perdas de potência no núcleo Sendo f=1/T a frequência do ciclo de corrente, a expressão da perda de potência ativa por unidade de volume do núcleo é dada por: 3m W HH H H pfw T w p (38) B) Perdas por correntes parasitas Campos magnéticos variáveis no tempo originam campos elétricos no material do núcleo. Esses campos resultam em correntes parasitas, também denominadas correntes de Foucault, que circulam no material do núcleo. Para amenizar as perdas o núcleo maciço deve ser substituído por um núcleo laminado. Desta forma, a área da seção é reduzida e a resistência elétrica é aumentada. PRÁrea l Ae P R e P A l R 22 (39) 31 U n B / F G A - Faculdade do Gama Engenharia de Energia Teoria de Sistemas de Conversão de Energia Prof. Flávio CIRCUITOS MAGNÉTICOS 5 – Fonte de excitação alternada / Perdas de potência no núcleo As laminas de material do núcleo recebem um tratamento de óxido em sua superfície, ou uma fina camada de esmalteou verniz de isolação A perda por correntes parasitas por unidade de volume do núcleo é geralmente dada pela expressão onde é uma constante e depende do material utilizado no núcleo. 3 2max m W FFF pfBKp (40) 32 FK U n B / F G A - Faculdade do Gama Engenharia de Energia Teoria de Sistemas de Conversão de Energia Prof. Flávio CIRCUITOS MAGNÉTICOS 5 – Fonte de excitação alternada / Circuito elétrico equivalente em regime permanente 5.3 – Circuito elétrico equivalente em regime permanente Considere o circuito magnético abaixo composto por uma bobina de N espiras. onde é o fluxo de dispersão e é o fluxo magnetizante. A força eletromotriz na bobina é dada por: O fluxo gera a força eletromotriz , dada pela expressão: )(td )(tM )()()( tetete Md (42) d de IjXE t ti Lte dddd ˆˆ d )(d )( permanente regime (41) 33 U n B / F G A - Faculdade do Gama Engenharia de Energia Teoria de Sistemas de Conversão de Energia Prof. Flávio CIRCUITOS MAGNÉTICOS 5 – Fonte de excitação alternada / Circuito elétrico equivalente em regime permanente onde é a reatância de dispersão e a indutância de dispersão. O fluxo gera a força eletromotriz e tensões no núcleo que estabelecem as correntes parasitas. Portanto, não se deve associar o fluxo magnetizante somente a queda de tensão em reatância, pois a ele também estão associadas as perdas no núcleo. A decomposição em série de Fourier da corrente possui termos em cosseno e em seno. ― A componente fundamental em cosseno, representada por , está em fase com a força eletromotriz e é a componente de perdas no núcleo. ― A componente em seno, representada por , é denominada corrente de magnetização, e está atrasada em relação a força eletromotriz . dd LX dL M Me )(ti fei Me Mi o90 Me 34 U n B / F G A - Faculdade do Gama Engenharia de Energia Conversão Eletromecânica de Energia Prof. Flávio CIRCUITOS MAGNÉTICOS 5 – Fonte de excitação alternada / Circuito elétrico equivalente em regime permanente Relação entre as correntes considerando as componentes fundamentais De acordo com a equação (43), as correntes e percorrem caminhos paralelos: um contendo a resistência e outro contendo a reatância de magnetização , onde é a indutância de magnetização. Equação de malha do circuito em fasores Substituindo (42) em (44), tem-se: onde De (45) e (46), tem-se o circuito equivalente MfeMfe IIItititi ˆˆˆ)()()( permanente regime (43) fei Mi fer MM LX ML Mdb EEE b EEIrVEIrV Md ˆˆˆˆˆˆˆ ˆˆˆ : (41) de (44) Mdb EIjXrV ˆˆˆ (45) fefeMMM IrIjXE ˆˆˆ (46) 35 U n B / F G A - Faculdade do Gama Engenharia de Energia Teoria de Sistemas de Conversão de Energia Prof. Flávio CIRCUITOS MAGNÉTICOS 5 – Fonte de excitação alternada / Circuito elétrico equivalente em regime permanente Diagrama fasorial 36 MÊ IjX d ˆ Irb ˆ Î feÎ MÎ V̂ U n B / F G A - Faculdade do Gama Engenharia de Energia Teoria de Sistemas de Conversão de Energia Prof. Flávio CIRCUITOS MAGNÉTICOS 6 – Fluxo concatenado e indutância 6 - Fluxo concatenado e indutância Considere um circuito magnético composto por duas bobinas e núcleo de permeabilidade magnética constante. Se a bobina de espiras for excitada com uma fonte de corrente e . Cada uma de suas espiras concatenará o fluxo próprio 2N )(1 ti )(2 ti 1N)(1 te )(2 te )(2 td)(1 td )()()( 21 ttt MMM )()()( 1111 ttt Md (47) 37 U n B / F G A - Faculdade do Gama Engenharia de Energia Conversão Eletromecânica de Energia Prof. Flávio 1N )(1 ti 0)(2 ti Se a bobina de espiras for excitada com uma fonte de corrente e Cada uma de suas espiras concatenará o fluxo próprio Se as duas bobinas forem excitadas ao mesmo tempo ― Cada espira de uma bobina concatenará, além de seu próprio fluxo, a parcela de fluxo da outra bobina que o enlaça. Fluxo concatenado em cada bobina: )()()( 2222 ttt Md (48) )()()()()()( 112111 tttttt MdM (47) dosubstituin (49) (50) )()()()()( 111111 ttNttNt Md (51) )()()()()()( 221222 tttttt MdM (48) dosubstituin )()()()()( 222222 ttNttNt Md (52) espirasWbtNt )()( CIRCUITOS MAGNÉTICOS 6 – Fluxo concatenado e indutância 38 2N )(2 ti 0)(1 ti U n B / F G A - Faculdade do Gama Engenharia de Energia Teoria de Sistemas de Conversão de Energia Prof. Flávio Tensões geradas nas bobinas pelos respectivos fluxos concatenados ou ou As expressões (54) e (56) podem ser escritas da seguinte forma t t N t t Nte t t te Md d )(d d )(d )( d )(d )( 1 1 11 1 1 (51) dosubstituin (53) t t N t t Nte t t te Md d )(d d )(d )( d )(d )( 2 2 22 2 2 (52) dosubstituin (55) t t N t t Nte M d )(d d )(d )( 2 1 11 11 (54) t t N t t Nte M d )(d d )(d )( 1 2 22 22 (56) t ti i t N t ti i t Nte M M L d )(d d )(d d )(d d )(d )( 2 2 2 1 1 1 11 11 1211 4342143421 (57) CIRCUITOS MAGNÉTICOS 6 – Fluxo concatenado e indutância 39 U n B / F G A - Faculdade do Gama Engenharia de Energia Teoria de Sistemas de Conversão de Energia Prof. Flávio Indutância própria de uma bobina é o quociente entre a variação de fluxo concatenado e a variação de sua respectiva corrente; só nessa bobina passa corrente. Indutância mútua entre duas bobinas é o quociente entre a variação de fluxo por uma bobina e a variação de corrente na outra bobina. t ti i t N t ti i t Nte M M L d )(d d )(d d )(d d )(d )( 1 1 1 2 2 2 22 22 2122 4342143421 (58) 1 11 111 01 1 11 d )(d d )(d 2 i t NL i t L i (59) 2 22 222 02 2 22 d )(d d )(d 1 i t NL i t L i (60) CIRCUITOS MAGNÉTICOS 6 – Fluxo concatenado e indutância 40 U n B / F G A - Faculdade do Gama Engenharia de Energia Teoria de Sistemas de Conversão de Energia Prof. Flávio 2 2 112 02 1 12 d )(d d )(d 1 i t NM i t M M i (61) ― Indutância mútua da bobina 1 com a bobina 2 ― Indutância mútua da bobina 2 com a bobina 1 Para um circuito magnético com n bobinas ― Indutância própria da bobina x ― Indutância mútua entre duas bobinas x e y 1 1 221 01 2 21 d )(d d )(d 2 i t NM i t M M i (62) 0 d )(d yix x xx i t L 0 d )(d xi y x xy i t M CIRCUITOS MAGNÉTICOS 6 – Fluxo concatenado e indutância (63) (64) 41 U n B / F G A - Faculdade do Gama Engenharia de Energia Teoria de Sistemas de Conversão de Energia Prof. Flávio CIRCUITOS MAGNÉTICOS 6 – Fluxo concatenado e indutância O circuito magnético apresentado no slide 37 possui o seguinte circuito elétrico análogo Considere ativa e ― Indutância própria )(11 tiN )(22 tiN c d1 d2 1 2MMM 21 d1 d2 )(1 ti 0)(2 ti c MMc d ddd iN iN iN iN 11 1111 1 11 11111 cd NL i NL Md 11 d d 1 2 111 1 11 111 1111(59) de (65) (66) (67) 42 U n B / F G A - Faculdade do Gama Engenharia de Energia Teoria de Sistemas de Conversão de Energia Prof. Flávio CIRCUITOS MAGNÉTICOS 6 – Fluxo concatenado e indutância ― Indutância mútua da bobina 2 com a bobina 1 c M NN M i t NM 21 21 1 1 221 d )(d(62) de (68) Considere ativa e ― Indutância própria )(2 ti 0)(1 ti c MMc d ddd iN iN iN iN 22 2222 2 22 22222 cd NL i NL Md 11 d d 2 2 222 2 22 222 2222(60) de (69) (70) (71) ― Indutância mútua da bobina 1 com a bobina 2 Observe que as indutâncias mútuas são iguais c M NNM i t NM 21 12 2 2 112 d )(d(61) de (72) 2112 MM 43 U n B / F G A - Faculdade do Gama Engenharia de Energia Teoria de Sistemas de Conversão de Energia Prof. Flávio CIRCUITOS MAGNÉTICOS 7 – Imãs permanentes 7 - Imãs permanentes São materiais com a propriedade de manter o magnetismo, sem a presença de fonte externa de magnetização. A curva característica B-H está limitada ao segundo quadrante, onde H < 0 e B > 0, e é denominada curva de desmagnetização. 44 U n B / F G A - Faculdade do Gama Engenharia de Energia Teoria de Sistemas de Conversão de Energia Prof. Flávio CIRCUITOS MAGNÉTICOS 7 – Imãs permanentes Os imãs permanentes são classificados basicamente em 3 categorias. ― Cerâmicos - Representados pelo ferrite de bário (BaFe2O3) e ferrite de estrôncio (SrFeO3). Os materiais cerâmicos são frágeis e quebram com facilidade, o que impede a sua utilização como elemento estrutural de um dispositivo. Possui baixo custo, sendo o preferido para aplicações de baixa potência, alta resistência elétrica (valores baixos ou nulos de corrente de Foucault), baixo valor de densidade de fluxo magnético e altos valores de coercividade. ― Alnico - Formado pela liga de ferro, alumínio, níquel e cobalto. Possuem altos valores de densidade de fluxo magnético baixos valores de coercividade e alta temperatura de trabalho. ― Terras-raras - Representados pelas ligas samário-cobalto (SmCo) e neodímio-ferro-boro (NeFeB) . Possuem propriedades ideais para a aplicação em máquinas elétricas rotativas: altos valores de coercividade e de densidade de fluxo quando comparado com outros imãs. A principal desvantagem do imã SmCo é o alto custo, devido a sua escassez na natureza e ao seu processamento. A desvantagem do imã NeFeB é a sua sensibilidade a corrosão. 45 U n B / F G A - Faculdade do Gama Engenharia de Energia Teoria de Sistemas de Conversão de Energia Prof. Flávio CIRCUITOS MAGNÉTICOS 7 – Imãs permanentes Principais características de um imã ― Densidade de fluxo magnético remanescente é o valor da densidade de fluxo magné- tico que é mantida pelo material quando a intensidade de campo magnético externo é nulo. Isso significa que o imã está em circuito magnético sem entreferro e sem excitação externa de uma bobina. ― Coercividade é a intensidade de campo magnético que, aplicado no sentido contrário ao do campo original de magnetização, desmagnetiza totalmente o imã. ― Produto energético máximo é o valor máximo do produto , expresso em . ― Linha de recuo é a nova característica BH sobre a qual se dá a recuperação dos novos pontos de operação do imã quando ocorre a variação do campo magnético externo, provocada por exemplo pela variação do entreferro. ― Permeabilidade magnética da linha de recuo é a permeabilidade do imã nessa linha e numericamente igual à proporção entre a variação da densidade de fluxo magnético e a do campo magnético. Valores típicos estão na faixa de 1,1 a 3,5 . 46 mm HB 3/ mkJ rB cH rec o o U n B / F G A - Faculdade do Gama Engenharia de Energia Teoria de Sistemas de Conversão de Energia Prof. Flávio CIRCUITOS MAGNÉTICOS 7 – Imãs permanentes ― Temperatura de trabalho é a máxima temperatura na qual o ponto de operação permanece em uma faixa segura de estabilidade magnética; quanto mais próximo a densidade de fluxo magnético remanescente estiver desse ponto, maiores podem ser os valores dessas temperaturas. ― Temperatura de Curie é a temperatura na qual toda a magnetização do material é anulada. Atingido esse ponto, se não houver alterações significativas em suas propriedades, tais como a orientação dos grãos e estrutura cristalina, o material pode ser magnetizado novamente. A magnetização de um imã pode ser feita por uma bobina excitada por corrente contínua, cujo valor deve ser ajustado para saturar o material ferromagnético de permeabilidade elevada, que estabelece juntamente com o imã um circuito magnético fechado. imã Entreferro preenchido com mesmo material do núcleo 47 oT cT U n B / F G A - Faculdade do Gama Engenharia de Energia Teoria de Sistemas de Conversão de Energia Prof. Flávio CIRCUITOS MAGNÉTICOS 7 – Imãs permanentes O valor da densidade de fluxo remanescente de um imã é obtido, quando a força magnetomotriz desenvolvida pela bobina é desligada . Nesta condição, é dito que o imã está curto-circuitado. Ao se retirar o material colocado para preencher o entreferro é dito que o imã está em circuito aberto. Isto considerando que o comprimento lg é grande o suficiente para que resulte em fluxo magnético nulo nas faces polares do imã. 0i ― Na prática, a relutância do entreferro é elevada mas finita, então sempre haverá um fluxo entre as faces, o mínimo que seja. 0i O ponto de operação do imã depende do circuito externo a ser magnetizado por ele. 48 U n B / F G A - Faculdade do Gama Engenharia de Energia Teoria de Sistemas de Conversão de Energia Prof. Flávio CIRCUITOS MAGNÉTICOS 7 – Imãs permanentes 7.1 – Ponto de operação do imã sem força magnetomotriz externa Considere um circuito magnético, composto por núcleo ferromagnético de permeabilidade elevada, entreferro e um imã. Os comprimentos médios e área de seção são dados respectivamente por lc, lg e lm e Ac, Ag e Am. Lei de Ampere Núcleo com permeabilidade elevada ― O efeito do entreferro é desmagnetizar o circuito, sendo considerado uma carga magnética. Fluxo magnético contínuo (sem dispersão e espraiamento) 0 mmggcc lHlHlH(13) equação (73) (74) g m mg lH l l HHcc 0 (75) g m mg BABA A A BBmmgg 49 U n B / F G A - Faculdade do Gama Engenharia de Energia Teoria de Sistemas de Conversão de Energia Prof. Flávio CIRCUITOS MAGNÉTICOS 7 – Imãs permanentes No entreferro Substituindo (76) em (74), tem-se a reta de carga do circuito (76)m go m g HB B A A Hgog (75) em dosubstituin e (77)m gm m mm m m g go m H A l BH A l l A B g 321 1 ― Observe que quanto maior a relutância do entreferro, menor a densidade de fluxo magnético resultante. A interseção entre (77) e a curva de desmagnetização do imã estabelece o ponto de operação do circuito. Reta de carga Ponto de operação rB zz BH , 50 U n B / F G A - Faculdade do Gama Engenharia de Energia Conversão Eletromecânica de Energia Prof. Flávio CIRCUITOS MAGNÉTICOS 7 – Imãs permanentes Se a partir do ponto de operação, o imã for curto-circuitado com o mesmo material utilizado em sua magnetização inicial, a densidade de fluxo magnético remanescente será menor do que aquela com que o imã foi originalmente magnetizado. Reta de carga Ponto de operação rB zz BH , rBLinha de recuo A nova característica de magne- tização do imã passa a ser dada pela linha de recuo. A permeabilidade magnética na linha de recuo é dada por (78) z zr rec H BB Equação da linha de recuo: (79) zmreczm HHBB 51 U n B / F G A - Faculdade do Gama Engenharia de Energia Teoria de Sistemas de Conversão de Energia Prof. Flávio CIRCUITOS MAGNÉTICOS 7 – Imãs permanentes Volume do imã: (80) 32143421 mm o g A g m g l g m B mmmm A B B l H Al VV (63) e (62) expressões das mmo gg m lA mmo ggg m HB B HB lAB ggg V VV 2 V 2 mmHB ― Conhecendo o comprimento do entreferro e a densidade de fluxo magnético desejado no entreferro, pode-se determinar o volume mínimo do imã escolhendo um ponto de operação que resulte no máximo valor do produto , que corres- ponde ao ponto de máximo produto energético. 52 U n B / F G A - Faculdade do Gama Engenharia de Energia Teoria de Sistemas de Conversão de Energia Prof. Flávio CIRCUITOS MAGNÉTICOS 7 – Imãs permanentes 7.2– Ponto de operação do imã com força magnetomotriz externa Considere um circuito magnético, composto por uma bobina de N espiras instalada em um núcleo ferro- magnético de permeabilidade elevada, um entreferro e um imã. Os comprimentos médios e área de seção são dados respectivamente por lc, lg e lm e Ac, Ag e Am i Lei de Ampere Fluxo magnético contínuo (sem dispersão e espraiamento) NilHlH mmgg lH cc 0 e (13) equação (81) (82) g m o m g AHBA A AB Hggomm m g m g g H l l l Ni H 53 U n B / F G A - Faculdade do Gama Engenharia de Energia Teoria de Sistemas de Conversão de Energia Prof. Flávio CIRCUITOS MAGNÉTICOS 7 – Imãs permanentes Substituindo (82) em (81), tem-se a reta de carga do circuito Comparando (77) e (83) pode-se observar que as retas de carga possuem o mesmo coeficiente angular. ― Para uma determinada corrente i a reta de carga (83) é paralela à reta (77), sem força magnetomotriz, e cruza o eixo da abscissa da curva de desmagne- tização do imã em A intersecção da reta de carga (83) com a linha de recuo (79) determina o ponto de operação do imã. (83) gm m gm m m mg go m m m g go m A Ni H A l B A Ni l A H A l l A B gg 321321 11 mmm mmm m m FH FH l Ni H 0 0 2 1 magnetizante desmagnetizante (84) 54 U n B / F G A - Faculdade do Gama Engenharia de Energia Teoria de Sistemas de Conversão de Energia Prof. Flávio CIRCUITOS MAGNÉTICOS 7 – Imãs permanentes Análise do gráfico ― Considere o imã, curto-circuitado em um circuito magnético sem Fmm externa, operando no ponto z. ― O material que preenche o entreferro é retirado. Desta forma, o imã passa a operar no ponto a da linha de recuo. 10 e i 20 e i 20 e i mH1 mH2 z z a a m m 20 e i 55 U n B / F G A - Faculdade do Gama Engenharia de Energia Teoria de Sistemas de Conversão de Energia Prof. Flávio CIRCUITOS MAGNÉTICOS 7 – Imãs permanentes ― Com i > 0, a Fmmé magnetizante e a reta de carga é deslocada para a direita interceptando o eixo da abscissa em . A densidade de fluxo magnético no imã aumenta e mpassa a ser o novo ponto de operação. ― Se o sentido da corrente elétrica for invertido, a reta de carga será deslocada para a esquerda e tocará o eixo da abscissa em . Quando a magnitude da Fmm é suficiente para interceptar a curva de desmagnetização em um ponto abaixo das coordenadas de z, dado por z’, tem-se uma nova reta de recuo. ― Fazendo i = 0, o ponto passa a ser o ponto de operação. ― Aumentando a o valor da corrente, torna-se o ponto de operação. mH1 mH2 a m 56 U n B / F G A - Faculdade do Gama Engenharia de Energia Teoria de Sistemas de Conversão de Energia Prof. Flávio