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Macroeconomia
Macroeconomia
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Unidade 2
Mercado de bens e serviços
Para iniciar seus estudos
A Macroeconomia estuda os agregados econômicos. A medição desses 
agregados é realizada pela Contabilidade nacional, conhecida também 
como Contabilidade social.
Nesta unidade, estudaremos como os agregados econômicos são medi-
dos a partir de valores já realizados, ou seja, ex post ou já ocorridos. Como 
observam Vasconcellos e Garcia (2014), na Macroeconomia, os valores 
são teóricos, previstos ou planejados, ou seja, trabalha-se com o conceito 
ex ante ou antes de ocorrerem.
A Contabilidade nacional trata o país como se fosse uma grande empresa 
que produz um único produto, o produto nacional bruto, isto é, o agre-
gado de tudo o que é produzido no país.
Objetivos de aprendizagem
• Entender os princípios básicos das contas nacionais;
• Compreender os fluxos pela ótica da renda, do produto e da 
despesa;
• Conhecer as principais formas de medir os agregados 
macroeconômicos;
• Identificar conceitos importantes, como produto nacional, 
consumo, investimento, poupança e PIB.
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Macroeconomia | Unidade 2 - Mercado de bens e serviços 
2. Mercado de bens e serviços: o lado real 
(modelo keynesiano básico)
A corrente keynesiana surge a partir de uma crise do sistema de produção capitalista. Na visão de John M. Keynes 
(1883-1946), formulada no livro A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda, publicado em 1936, o capitalismo 
não pode ser regido somente pelo livre mercado. Ele aponta que o Estado deve ter um papel na economia, desen-
volvendo políticas de intervenção, promoção e regulação no sentido de promover o avanço capitalista (KEYNES, 
1936 apud VASCONCELLOS, 2007).
Figura 1: Fila de desempregados na Crise de 1929.
Fonte: disponível em: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/discovirtual/galerias/imagem/0000001352/0000016097.
jpg>. Acesso em 22/10/21.
Keynes aponta em sua obra que o volume de emprego e o nível de produção nacional de uma economia são 
determinados pela demanda agregada ou efetiva, que é composta pelos totais gastos em consumo e investi-
mento. Portanto, Keynes derruba a lei de Say (toda oferta cria sua demanda), pois para ele o consumo e o inves-
timento é que movimentam a economia de um país.
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/discovirtual/galerias/imagem/0000001352/0000016097.jpg
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De acordo com Jean-Baptiste Say, economista de pensamento clássico, toda oferta cria 
sua demanda, o que ficou conhecido como lei de Say. Nessa perspectiva, estava presente a 
crença de que tudo o que se produz gera condições para aquisição, pois no início da Revo-
lução Industrial era esse o comportamento do consumidor, que estava deslumbrado com os 
modernos produtos industriais. Leia mais em:
http://joseluisoreiro.com.br/site/link/27f53902530089de64eaa572ed3aeebcfda41a87.
pdf 
As decisões de investimento ocorrem a partir da expectativa futura de rendimento em relação à taxa de juros no 
mercado. Se antes de investir em uma empresa se tem uma expectativa de retorno desse valor investido maior do 
que o pagamento da taxa de juros num ativo financeiro, o investimento será feito; caso contrário, o dinheiro será 
utilizado no mercado financeiro e não na produção de bens/serviços.
2.1. Hipóteses do modelo keynesiano
O modelo keynesiano tem alguns pressupostos, ou hipóteses, a partir das quais é construído. São eles: existe o 
desemprego de recursos (ou subemprego); o nível geral de preços é constante; a oferta agregada potencial é fixa 
no curto prazo; e há o princípio da demanda efetiva, o qual será detalhado mais adiante.
2.1.1. Desemprego de recursos ou subemprego
O modelo macroeconômico básico criado por Keynes pressupõe a possibilidade do desemprego, ou do equilíbrio 
abaixo do pleno emprego, quando a produção está abaixo do seu potencial, as empresas estão com capacidade 
ociosa e parte dos trabalhadores está desempregada (VASCONCELLOS; GARCIA, 2014).
2.1.2. Nível geral de preços constante
Dado que a economia está em nível de subemprego, as empresas não elevam os preços de seus produtos. E, na 
fase de recuperação, caso haja um aumento de demanda, as empresas aumentarão a produção e não os preços.
Uma vez que a economia está em subemprego, ou seja, há capacidade ociosa, não há razão para que as empresas 
elevem os seus preços. Em caso de elevação da demanda, haverá aumento da produção, ou seja, utilização dos 
fatores que estão ociosos.
Como observam Vasconcellos e Garcia (2014), em consequência desse pressuposto, todas as variáveis monetá-
rias do modelo são iguais às variáveis reais, uma vez que os preços estão fixos. Não há, portanto, diferenças entre 
variáveis reais e nominais no modelo.
http://joseluisoreiro.com.br/site/link/27f53902530089de64eaa572ed3aeebcfda41a87.pdf 
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2.1.3. Curto prazo
No curto prazo, assume-se que os fatores de produção são fixos, ou seja, o estoque de fatores de produção (mão 
de obra, capital, tecnologia) permanecem constantes. Como é observado por Vasconcellos e Garcia (2014), pode 
existir, por exemplo, um estoque de 80 milhões de trabalhadores disponíveis, mas 10% não estão sendo utiliza-
dos. Dessa forma, ao supor a existência do desemprego, nesse modelo, o objetivo principal da política econômica 
é criar empregos para esses 10% de mão de obra desempregado, no curto prazo.
2.1.4. Oferta agregada
Vimos anteriormente a demanda agregada, que representa os gastos dos agentes econômicos. Em contrapar-
tida, a oferta agregada (OA) demonstra o valor total da produção de bens e serviços finais colocados à disposi-
ção da coletividade num dado período.
A oferta agregada varia em função da disponibilidade dos fatores de produção. São eles: mão de obra, estoque de 
capital e nível de tecnologia. Existe uma diferença entre a oferta agregada potencial e a oferta agregada efetiva. 
Observe que:
• Na oferta agregada potencial, temos a produção máxima da economia, ou seja, quando são utilizados 
todos os fatores de produção. Na OA potencial, toda a população economicamente ativa está 
empregada, não há capacidade ociosa nas empresas e a tecnologia disponível está sendo utilizada, ou 
seja, não há como aumentar a produção de bens e serviços nessa economia.
• Na oferta agregada efetiva, temos a produção que realmente está sendo utilizada pelo mercado. Ela 
pode ocorrer sem a utilização total dos fatores de produção. Na OA efetiva, ela atende a demanda do 
mercado, mesmo que apresente algum nível de desemprego, alguma capacidade ociosa e possibilidade 
de atualização da tecnologia.
No curto prazo, a teoria keynesiana supõe que a oferta agregada potencial permanece constante. O estoque dos 
fatores de produção é considerado constante. Embora a força de trabalho e a capacidade produtiva instalada 
sejam fixas, seus níveis de utilização variam.
Como você pode observar no gráfico 1, a curva de oferta agregada de bens e serviços, a qual representa a quanti-
dade de bens e serviços que os produtores estão dispostos a colocar no mercado, comporta-se da seguinte forma:
• No ponto A, em que existe capacidade ociosa, há o aumento da produção, a preços constantes, 
pois há fatores de produção disponíveis.
• O ponto B representa uma situação intermediária, pouco antes do pleno emprego.
• O ponto C, no qual a economia já está no pleno emprego de recursos, a quantidade produzida fica 
constante e ocorre a elevação de preços.
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Gráfico 1 - Curva de oferta agregada de bens e serviços (OA): quantidade de bens e serviços que os produtores estão 
dispostos a colocar no mercado. Eixo Y= nível geral de preços; Eixo X= produção da economia. OA = renda nacional = 
produto nacional real.
Ponto A: aumenta Q, com P constante, caso haja desemprego de recursos; • PontoB: situação intermediária; • Ponto C: 
aumenta P, com Q constante, caso os recursos estiverem plenamente empregados.
Fonte: adaptado de Vasconcellos e Garcia (2014).
Gráfico 2 - Curva simplificada de oferta agregada de bens e serviços.
A: trecho keynesiano (desemprego); • C: trecho clássico (pleno emprego); • Desemprego: quando a DA é insuficiente para 
absorver a produção agregada de pleno emprego.
Fonte: adaptado de Vasconcellos (2007).
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2.1.5. Demanda agregada
A demanda agregada, também chamada de despesa nacional, quando se encontra completa, com as despesas de 
todos os agentes econômicos, representa todos os gastos planejados de todos os quatro agentes macroeconômi-
cos: famílias (C), empresas (I), governo (G) e setor externo (X e M). Ela pode ser calculada pela seguinte expressão:
N=DA=C+I+G+(X-M)
onde,
• C = consumo (famílias e empresas);
• I = investimento (bens de capital);
• G = gastos do governo (saúde, investimento etc);
• X = exportações (bens e serviços);
• M = importações (bens e serviços).
É importante observar que as despesas nacionais (DN) são iguais à demanda agregada (DA), que contém os gas-
tos das famílias com bens de consumo (C), o investimento agregado das empresas (I), os gastos do governo (G) e 
as exportações líquidas, ou seja, as exportações menos as importações (X-M).
No curto prazo,
Gráfico 3 - Curva de demanda agregada de bens e serviços: composta pela demanda dos quatro agentes macroeconômicos. 
No eixo y do gráfico, temos o nível geral de preços da economia e no eixo y, temos a renda real (renda nominal dividida pelo 
nível geral de preços)
Fonte: adaptado de Vasconcellos (2007)
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Renda real =
Renda nominal (Y) Y 
Nível de preços (P) P
Numa situação de desemprego, a política econômica deve buscar elevar a demanda agregada, para que as 
empresas possam utilizar seu potencial.
2.1.6. Análise da oferta e demanda agregada
Uma vez que, no curto prazo, os fatores de produção são fixos e há a hipótese de subemprego dos mesmos, as 
variações na renda nacional e no produto nacional ocorrerão somente por meio de variações na demanda agre-
gada. Chamamos isso de princípio da demanda efetiva.
Como você pode observar no gráfico 4, quando há desemprego de recursos, a demanda agregada (DA) situa-se à 
esquerda da oferta agregada (OA) de pleno emprego. Deve ser observado que os preços são considerados cons-
tantes, portanto, as variáveis são consideradas em valores reais.
A curva de oferta agregada (OA) é fixa, o que decorre da hipótese de que os fatores de produção são fixos no curto 
prazo. Assim, não há deslocamentos da curva OA , apenas movimentos ao longo dela.
Assim, no curto prazo, apenas a demanda agregada provoca variações no nível de equilíbrio da renda nacional. 
Para tirar a economia de uma situação de desemprego, a curto prazo, deve-se procurar elevar a DA. DA é mais 
sensível a curto prazo que a OA.
Para Keynes, a demanda agregada determina a produção e não o contrário. Com isso, Key- 
nes inverte um dos principais postulados da Teoria Clássica, a chamada Lei de Say, pela qual 
a oferta agregada é que determina a procura. Princípio da demanda efetiva.
Como pode ser observado no gráfico 4, a curva da demanda se desloca de DA0 para DA1, enquanto a curva da 
oferta se mantém a mesma.
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Gráfico 4 - no curto prazo, o estoque dos fatores de produção são considerados constantes. Embora, a força de trabalho e a 
capacidade produtiva instalada sejam fixas, seus níveis de utilização variam. A curva de OA é fixada, apenas a curva DA se 
desloca, indo de DA0 para DA1. Como esses fatores de produção são constantes a curto prazo, a OA permanece fixa (não há 
deslocamentos, apenas movimentos ao longo da curva). A curto prazo, apenas a demanda agregada provoca variações 
no nível de equilíbrio da renda nacional.
Fonte: adaptado de Vasconcellos (2007).
2.2. Equilíbrio macroeconômico
Para determinação do equilíbrio, há algumas observações importantes (VASCONCELLOS, 2007):
• A renda de equilíbrio ocorre quando a oferta agregada iguala a demanda agregada (OA = DA) e não 
necessariamente é a renda de pleno emprego;
• Do exposto no item 1 acima, decorre que o equilíbrio não indica necessariamente algo desejável, 
pois pode estar existindo um grande volume de recursos não empregados;
• É um equilíbrio macroeconômico esperado, planejado (ex ante) e não o equilíbrio efetivo (ex post). 
Assim, no curto prazo, o equilíbrio é determinado pela demanda agregada (DA).
Como você pode observar no gráfico 5, a renda de equilíbrio é dada por y*, ponto em que a demanda agregada 
iguala a oferta agregada (DA=OA). Já a renda de pleno emprego (ype) se dá em um ponto mais à direita no gráfico.
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Conheça mais sobre os princípios do modelo keynesiano em: http://continentaleconomics.
com/files/Macroeconomia_de_Keynes2._Antony_Mueller._UFS_2013.pdf
Gráfico 5 - Determinação do equilíbrio: o equilíbrio é determinado pela DA (curto prazo). Onde: y* = renda de equilíbrio 
(DA=OA); ype = renda de pleno emprego.
Fonte: adaptado de Vasconcellos (2007).
2.3. Comportamento dos agregados macroeconômicos 
no mercado de bens e serviços
Para que a política macroeconômica possa ser estabelecida, é necessário que se tente estabelecer relações de 
causa e efeito entre as variáveis. Apenas assim as autoridades econômicas podem administrar os instrumentos 
de política econômica.
Vejamos quais são essas relações.
http://continentaleconomics.com/files/Macroeconomia_de_Keynes2._Antony_Mueller._UFS_2013.pdf
http://continentaleconomics.com/files/Macroeconomia_de_Keynes2._Antony_Mueller._UFS_2013.pdf
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2.3.1. Consumo agregado
De acordo com Vasconcellos e Garcia (2014), o consumo global, ou agregado, de um país é influenciado por 
vários fatores. São eles: a renda nacional, o estoque de riqueza (ou patrimônio), a taxa de juros de mercado, a 
disponibilidade de crédito, as expectativas sobre a renda futura e a rentabilidade das aplicações financeiras.
Patrimônio pode ser definido como o conjunto de bens ou valores de interesse econômico 
pertencentes a uma pessoa, instituição ou empresa”.
Glossário
Apesar disso, os estudos empíricos mostram que as decisões de consumo da coletividade são influenciadas prin-
cipalmente pela renda nacional disponível, a qual é definida como a renda nacional menos os impostos (VAS-
CONCELLOS; GARCIA, 2014). Ou seja, a renda disponível é aquela que o consumidor pode usar livremente, quer 
seja para poupar ou para consumir. Portanto, há uma relação direta entre consumo e renda, isto é, quando a 
renda aumenta, o consumo também é elevado.
Assim, pode-se dizer que o consumo agregado (C) é função crescente do nível de renda nacional disponível (Y).
O modelo mais simples supõe o consumo como uma função linear da renda, a qual pode ser representada por:
C = f(Y)
onde,
• C = Consumo agregado
• Y = Renda nacional disponível
Keynes define como propensão marginal a consumir (PMgC) o acréscimo de consumo, dado a um acréscimo na 
renda nacional. É a variação esperada no consumo, dada uma variação na renda.
Pmgc =
∆C
∆Y
• Pmgc = Propensão marginal a consumir
• ∆C = Variação do consumo agregado
Como exemplificam Vasconcellos e Garcia (2014), uma propensão marginal a consumir de 0,8 indica que, caso 
haja um aumento na renda nacional de R$100 milhões, o consumo aumentará em R$80 milhões, ou seja, em 0,8 
de 100 milhões.
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2.3.2. Poupança agregada
A poupança pode ser definida como uma parte residual da renda nacional que não é gasta em bens de consumo, 
em dado período de tempo (VAS CONCELLOS; GARCIA, 2014). Ela pode ser expressa como:
S = f (Y)
onde:
• S = Poupança agregada
• Y = Renda nacionaldisponível
A partir daí, é possível definir também a propensão marginal a poupar, que é a relação entre a poupança agregada 
e a renda disponível.
Pmgc =
∆S
∆Y
• Pmgp = Propensão marginal a poupar
• ∆S = Variação da poupança agregada
• ∆Y = Variação da renda nacional disponível
Vasconcellos e Garcia (2014) exemplificam uma situação em que o aumento da renda foi de 100 milhões e a pro-
pensão marginal a poupar é de 0,2. Portanto, o valor poupado, nessa situação, deve ser 20 milhões.
Retomando o exemplo do subtópico anterior, com uma variação de 100 milhões na renda, 80% desse valor iria 
para o consumo e 20% para a poupança.
Quando falamos de poupança agregada, estamos nos referindo à parcela da renda que não 
é gasta em consumo. Não estamos fazendo alusão à caderneta de poupança, que pode ser 
um dos destinos dados aos recursos poupados.
2.3.3. Investimento agregado
De acordo com Vasconcellos e Garcia (2014), o investimento agregado pode ser definido como o estoque de 
capital que leva ao crescimento da capacidade produtiva.
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O investimento pode ser dividido em:
1. Investimento visto como elemento da demanda agregada: é a fase que gasta apenas com 
instalações, equipamentos etc., antes do investimento maturar e resultar em acréscimos de produção;
2. Investimento visto como elemento da oferta agregada: ocorre quando aumenta a capacidade 
produtiva, após a maturação do investimento.
Hipóteses:
a. A curto prazo, o investimento afeta apenas a demanda agregada;
b. O investimento é autônomo ou independente da renda nacional.
Função investimento (I): bens e serviços que visam o aumento da produção futura. É também conhecido como 
Formação bruta de capital fixo. O investimento pode ser dividido em:
3. Investimento visto como elemento da demanda agregada: é a fase que gasta apenas com 
instalações, equipamentos etc. antes do investimento maturar e resultar em acréscimos de produção;
4. Investimento visto como elemento da oferta agregada: ocorre quando aumenta a capacidade 
produtiva, após a maturação do investimento.
Hipóteses:
a. A curto prazo, o investimento afeta apenas a demanda agregada;
b. O investimento é autônomo ou independente da renda nacional.
2.3.4. Outras variáveis autônomas com relação à renda nacional
Podem ser citadas as seguintes variáveis como sendo autônomas com relação à renda nacional:
• Função gastos do governo (G): os gastos do governo são autônomos em relação à renda nacional, ou 
seja:
G = constante ou G ≠ f(y)
• Função impostos ou tributação (T): no modelo simplificado, a tributação é autônoma, ou seja, não é 
induzida pela renda nacional:
T = constante ou T ≠ f(y)
• Função exportação (X) e importação (M): são variáveis autônomas em relação à renda nacional 
(modelo simplificado):
X = constante ou X ≠ f(y*)
M = constante ou M ≠ f(y)
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2.3.5. Vazamentos e injeções de renda nacional
Tendo em mente o fluxo circular da renda, ou seja, a relação já estudada sobre a relação entre os fatores de pro-
dução e as empresas, imagine que vazamentos e injeções podem ocorrer nesse processo.
Os vazamentos são todos os recursos retirados do fluxo básico, ou seja, toda renda recebida pelas famílias que 
não é dirigida às empresas nacionais na compra de bens de consumo. Isto é, os vazamentos são representados 
por recursos direcionados a: poupança, impostos e importações.
Vaz = S + T + M
onde,
• Vaz = vazamentos
• S = Poupança agregada
• T = Tributos ou impostos
• M = Importações
As Injeções são representadas por todo recurso injetado no fluxo básico e que não é originado da venda de bens 
de consumo às famílias: novos investimentos, gastos públicos e exportações.
Inj = I + G + X
onde,
• Inj = injeções
• I = Investimento agregado
• G = Gastos do governo
• X = Exportações
Determinação do equilíbrio, igualando vazamentos com injeções:
• Vaz < Inj = crescimento da renda nacional
• Vaz > Inj = queda da renda nacional
• Vaz = Inj = equilíbrio estacionário
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Gráfico 6 - Determinação do equilíbrio com vazamentos e injeções. • Eixo Y: vazamentos e injeções. • Eixo X: renda. Reta 
I+G+X (injeções) é constante. Vazamentos = S+T+M dependem da renda, tendo relação direta com a mesma.
Fonte: adaptado de Vasconcellos (2007).
2.4. Multiplicador keynesiano de gastos
O multiplicador de gastos foi um dos principais conceitos criados por Keynes.
As hipóteses do multiplicador são as seguintes:
• O processo é iniciado por uma variação autônoma da demanda agregada - DA, ou seja, um 
deslocamento da DA devido à variação autônoma de algum de seus elementos (C, I, G, X, M) ou devido a 
alguma injeção ou vazamento do fluxo de renda;
• O funcionamento do multiplicador supõe uma economia em desemprego;
• O lado monetário é invariável;
• O multiplicador tem um efeito perverso: assim como a renda aumenta em um múltiplo, para aumentos 
da DA, o contrário também é válido. Ou seja, quedas da renda levarão a quedas maiores na DA.
k=
∆Y
∆DA
onde,
• k = Multiplicador de gastos
• ∆Y = Variação da renda
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• ∆DA = Variação da demanda agregada
Há também o multiplicador de investimentos e o multiplicador de gastos do governo, os quais, de forma seme-
lhante, levariam a efeitos multiplicados na renda.
A existência do multiplicador keynesiano de gastos pode ter impacto considerável em uma 
economia. Imagine que o multiplicador de gastos do governo seja igual a 5 e que o governo 
aumente seus gastos em R$100 milhões. Isso resultaria em um aumento da renda nacional 
de R$500 milhões ou 5 x 100 milhões.
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Considerações finais
Nesta unidade, foram expostos os princípios básicos da teoria keynesiana, 
do economista John Maynard Keynes.
Keynes pregava que era necessária a intervenção governamental para 
que a economia fosse levada ao pleno emprego no curto prazo. E, com 
base em suas ideias, foi criado um modelo macroeconômico.
O modelo keynesiano básico se divide em lado real (mercado de bens e 
serviços e mercado de trabalho) e lado monetário (mercado monetário e 
de títulos). Nesta unidade, estudamos o lado real do modelo.
Foram abordados o equilíbrio entre demanda agregada e oferta agregada 
de acordo com o modelo keynesiano.
Também foram definidos o consumo agregado, investimento agregado e 
a pou pança agregada.
E, por fim, foi exposto o conceito do multiplicador keynesiano de gastos.
Referências bibliográficas
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PATRIMÔNIO. In: Dicionário Infopedia da Língua Portuguesa. Porto: 
Porto Editora, 2021. Disponível em: https://www.infopedia.pt/diciona-
rios/lingua-portuguesa/Patrim%C3%B4nio Acesso em: 25 out. 2021.
VASCONCELLOS, Marco A. S. Manual de economia. 6. ed. São Paulo: 
Saraiva, 2007. 1 recurso online. ISBN 9788502135062. Disponível em: 
http://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788502135062. 
Acesso em: 19 jan. 2016.
VASCONCELLOS, Marco A. S; GARCIA, Manual E. Fundamentos de eco-
nomia. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2014.

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