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Febre do Leite em Bovinos

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FEBRE DO LEITE
LIZZIANE ARGÔLO
INTRODUÇÃO
• É uma doença metabólico-
nutricional
• não febril
• Cosmopolita
• Hipocalcemia - ↓ Ca
• Exerce importância econômica
CONCEITO:
SINONÍMIAS
• Febre Vitular
• Hipocalcemia Puerperal
• Paresia Puerperal 
• Paresia Da Parturiente
• Hipocalcemia
• Fraqueza Muscular Geral
• Paralisia Flácida
• Colapso Circulatório
• Depressão 
Da Consciência
AFECÇÃO CARACTERIZ ADA POR:
CÁLCIO
• Estrutura do osso 
• Secreção do leite
• Coagulação do sangue
• Permeabilidade celular
• Neurotransmissão
• Contração muscular
• Ativação de certos sistemas 
enzimáticos
• Regulação da secreção 
hormonal
F U NÇ Õ ES F I SI O LÓ GI C A S DO C Á LC I O
METABOLISMO 
DO CÁLCIO
Fluido 
Extracelular
+
PTH
CT
+
Ação da Calcitonina e Paratormônio
Produz mais 
Calcitonina
↑ deposição 
cálcio
Tireóide ↓absorção 
cálcio ↓absorção 
cálcio
↓Nível de cálcio 
no sangue
Produz mais 
PTH
↑ saída 
cálcio
↑ absorção
cálcio
↓eliminação 
cálcio
↑ Nível de cálcio 
no sangue
ETIOLOGIA DA FEBRE DO LEITE:
• Perda excessiva de Ca pelo colostro 
• Depleção aguda do Ca++ sérico
• 10kg colostro – 23g Ca – 9x + Ca sérico
• Diminuição da absorção intestinal
• Mobilização lenta do Ca ósseo
• 24h – resposta intestinal
ao ↑ 1,25(OH)2D3
• 48h – resposta óssea ao 
↑ PTH
Exigência (%) 
MS
Fase de Produção
Crescimento Transição Lactação
Cálcio 0,40-0,80 0,44-0,48 0,53-0,80
Fósforo 0,22-0,50 0,22-0,26 0,44-0,32
Magnésio 0,10 0,11-0,16 0,18-0,29
Potássio 0,60 0,51-0,62 1,0-1,24
Sódio 0,06-0,08 0,10-0,14 0,19-0,34
Enxofre 0,15 0,20 0,20
Cobalto 0,10 0,11 0,11
TABELA 1 – Exigências de minerais para bovinos de leite.
Fonte: Adaptado do NRC, 2001.
EPIDEMIOLOGIA:
• Vacas de alta produção
• Entre 5 e 10 anos de idade
• ↓ receptores intestinais p/ 1,25(OH)2D3
• ↓ remodelamento ósseo
• ↓ nº de osteoclastos
HIPOCALCEMIA E Nº DE LACTAÇÕES
0 0
1,4
3,1
4,5
7,7
10
12,8
23,5
30,8
0
5
10
15
20
25
30
35
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
I
n
c
id
ê
n
c
ia
 (
%
)
Nº de Lactações
Fonte: ORTOLANI, 1995
QUANDO MAIS OCORREM DOENÇAS 
EM VACAS LEITEIRAS?
PARTO-1-2-3 +1 +2 +3 +4 +5
EDEMA 
MAMÁRIO
MASTITES
RETENÇÃO 
DE PLACENTA
ACIDOSE 
RUMINAL
HIPOCALCEMIA
CETOSE
MASTITES/ METRITES/ 
PROBLEMAS DE 
CASCO
VACA COM 
HIPOCALCEMIA
• 23,6x – Cetose
• 7,2x – Distorcia 
no Parto
• 5,4x – Mastite
• 4,0x – Retenção 
de Placenta
75%
12%
6%
7%
Ocorrência de Hipocalcemia
24h
24-48h
Durante o Parto
Após 48h
Fonte: OGILVIE, 2000
Teores de Cálcio no Sangue de 
Vacas Sadias e com Hipocalcemia
C
a
lc
e
m
ia
m
M
/L
PARTO
RAÇA:
Holandesa
Jersey
70
60
Receptores para Vitamina D no Intestino
Fonte: HORST et al.,1995
-15%
FATORES PREDISPONENTES:
• Fadiga
• Estro
• Superordenha de colostro
• Jejum (48h)
• Aplicação de aminoglicosídeos
SINTOMAS:
• 1º Estágio 
✓Excitação
✓Tremores Musculares
✓Protrusão da língua
✓Anorexia
✓Ataxia
✓Curta Duração – passa desapercebido
SINTOMAS:
• 2º Estágio 
✓1-12 horas
✓Decúbito external
✓Depressão da 
consciência
✓Paresia
✓Extremidades 
frias – 36 a 38ºC
✓Midríase
✓Constipação
✓Taquicardia
✓Timpanismo
✓Relaxamento da 
cauda
✓Estase Ruminal
Decúbito Prolongado Degeneração muscular
“síndrome da vaca caída” 
SINTOMAS:
• 3º Estágio 
✓Decúbito Lateral
✓Coma
✓Hipotermia 
severa
✓Timpanismo
grave
Ca e Mg = 
tetania/ hiperestesia/ 
excitação/ trismo/ 
convulsões 
Ca e P =
sinais de 
hipocalcemia que não 
respondem ao 
tratamento com Ca
PATOLOGIA CLÍNICA:
• Magnésio sérico
• Moderadamente elevado (3-
5 mg/dL)
• Fósforo sérico
• Diminuído (2-4mg/dL)
• Glicemia 
• Normal ou Aumentada
• ↓ insulina
• Creatinina quinase
• ↑ dano muscular / parto
• Desidratação
1º Estágio 
5,5-7,7 mg/dL
2º Estágio 
3,5-6,5 mg/dL
3º Estágio 
2,0 mg/dL
• Cálcio sérico
• ↓ 7,5mg/dL (5,0mg/dL)
HIPOCALCEMIA SUBCLÍNICA:
• 50% das vacas adultas
• Primeiras semanas de lactação
• Reduz o apetite
• Diminui motilidade ruminal
• Interfere no balanço energético do 
animal no 1ºmês de lactação
• Não apresenta os mesmos sinais
• Gera maiores prejuízos - +comum e 
menos diagnosticada
GOFF, 1999; DIAS, 2002; 
RADOSTITS et al., 2002
TRATAMENTO:
• Solução de cálcio Endovenosa
✓Controle da frequência cardíaca durante a infusão
✓Boronanto ou gliconato a 20%
✓400-700 mL/vaca – LENTO!
• Se a aplicação provocar arritmia substituir por 
soluções de Mg a 10% – 100mL – LENTO!
SEM TRATAMENTO ALTA MORTALIDADE 
(75%)
FÓRMULA:
Cada 100 mL contém:
Gluconato de cálcio 
(monohidratado)............................20,00 g
Ácido bórico...................................5,00 g
Glicerofosfato de sódio (anidro).......1,20 g
Cloreto de Magnésio (6 H2O)............6,00 g
Cafeína (anidra)...............................0,80 g
Dextrose (anidra)............................22,00 g
Água para injeção...q.s.p...............100,00 mL
POSOLOGIA:
Bovinos e equinos adultos: de 200 a 500 mL/dia
MODO DE USAR:
GLUCÁLCIO 20 deve ser administrado pela via subcutânea. Nas 
doses acima de 100 mL, deve ser aplicado em dois ou mais locais.
Nos casos agudos, a injeção deve ser administrada lentamente pela 
via endovenosa, ou de preferência parte por via endovenosa e o 
restante por via subcutânea. Pode ser administrado
por via intraperitoneal.
TRATAMENTO:
• Taxa de Recuperação: IMEDIATA – 60%
APÓS 24h – 15%
Recuperação dificultada por 
outras doenças -10%
MORTE – 15%
25 a 40% das que se recuperam – recidivas após 
12 a 48h
Hipocalcemia pré-parto
Vacas Velhas recidivas 
TRATAMENTO:
• Taxa de Recuperação:
✓ Vacas em pé ao tratamento – 0% de recidivas ou mortes
✓ Vacas em decúbito esternal – 13% “vacas caídas” e 2% mortes
✓ Vacas em decúbito lateral – 32% “vacas caídas” e 12% mortes
✓ Dois últimos casos: traumatismos, necrose muscular, mastite
• Sem resposta ao tratamento
✓Glicose – 500mL de solução 40% EV
✓Fósforo -
PREVENÇÃO:
• No passado – manejo nutricional 
✓Diminuição nas concentrações de cálcio e fósforo 
na dieta pré-parto
✓Aumentando as concentrações séricas de Vit. D e 
PTH
✓Redução dos receptores de para Vit. D 
PREVENÇÃO:
• Década de 70
• Dietas Pré-parto
• Forragem tratada 
com ác. 
hipoclorídrico ou 
súlfurico
• Menor incidência FL
BALANÇO 
CÁTIO-ÂNION 
DA DIETA (BCAD)
BALANÇO CÁTION-ÂNION
• É a diferença em miliequivalentes entre 
cátions e ânions da dieta
• Cátions – sódio, potássio
• Ânions – cloro, enxofre, fósforo
• Equação Padrão:
BCA = [(Na + K) – (Cl + S)]
mEq/100g de MS
BALANÇO CÁTION-ÂNION
• Cada íon exerce seu efeito de acordo 
com sua valência ou carga elétrica
Tabela 2 – Informações de tabela periódica 
sobre os íons usados nos cálculos de BCAD
Íons
Peso 
Atômico 
(g/mole)
Valência
Peso mEq
(g)
Na 23,0 +1 0,023
K 39,0 +1 0,039
Cl 35,5 -1 0,0355
S 32,0 -2 0,016
BALANÇO CÁTION-ÂNION
• Desta forma calcula-se o BCA de 
uma dieta:
BCAD (mEq/100g/MS) = [(%Na / 0,023 + 
%K / 0,039) – (%Cl / 0,0355 + %S / 0,016)]
BALANÇO CÁTION-ÂNION
Tabela 3 – Cálculo da diferença cátion-aniônica 
da dieta, baseado nas recomendações de Na, K, 
Cl e S para vacas no pré-parto segundo o NRC 
(1989)
Íons
Concentrações 
Dietéticas (MS) Peso mEq
(g)
BCAD
(mEq/100g)
% mg/100g
Na 0,10 100 0,023 4,35
K 0,65 650 0,039 16,67
Cl 0,20 200 0,0355 5,63
S 0,16 160 0,016 10,00
BCAD -- -- -- 5,39
BALANÇO CÁTION-ÂNION
Tabela 4 – Composição química dos sais aniônicos disponíveis
Sal N Ca Mg S Cl
%
Sulfato de amônia 21,2 - - 24,3 -
Sulfato de cálcio - 23,3 - 18,6 -
Sulfato de magnésio - - 9,9 13,0 -
Cloreto de amônia 26,2 - - - 63,3
Cloreto de cálcio - 27,3 - - 48,2
Cloreto de magnésio - - 12,0 - 34,9
Qual dieta é melhor para 
evitar a Hipocalcemia?
Catiônicas
#Predispõe# 
Aniônicas
*Acidose 
metabólica
*Facilita reabsorção 
óssea e Absorção 
Intestinal de CA
BALANÇO CÁTION-ÂNION
Tabela 5 – Monitoramento do pH urinárioBCA PH urinário Status ácido-básico Status do 
cálcio
Positivo (>0 mEq/100g) 7,0-8,0 Alcalose Baixo Ca
Negativo (<0 mEq/100g) 5,5-6,5 Leve acidose Ca normal
Abaixo 5,5 Acidose grave
Alguns Trabalhos
Produção Leiteira, Composição do Leite 
e Perfil Bioquímico de vacas sob 
suplementação com sal aniônico
Fonte: MARQUES et al.,2011
Produção Leiteira, Composição do Leite e Perfil 
Bioquímico de vacas sob suplementação com sal aniônico
Fonte: MARQUES et al.,2011
Produção Leiteira, Composição do Leite e Perfil 
Bioquímico de vacas sob suplementação com sal aniônico
Fonte: MARQUES et al.,2011
• Conclusões dos Autores:
• O fornecimento de sal aniônico na dieta de 
vacas induz a acidose metabólica, reduz 
sólidos lácteos e sua estabilidade ao álcool.
Rérat et al., 2009 e Ramos-Nieves et al., 2009
• Efeito da suplementação de Potássio (K) em 
dietas pré-parto e pós parto
• Obtiveram resultados positivos sobre o status 
ácido básico e sobre o balanço mineral, pois os 
experimentos mostraram decréscimo no BCAD,
• Efeito positivo no balanço de Ca e P
• Aumento da ingestão de alimento diário
Considerações 
Finais
• As vacas passam por mudanças –
atentos a estas modificações
• Medidas preventivas devem ser 
adotadas, pois a cada ano a “tendência é 
para piorar”
• Fornecimento de dietas aniônicas 
garantem efeitos benéficos para o 
controle da hipocalcemia.
FÉRIAS...
TCHAU!

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