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Inventário Participativo
Apresentação ..........................................................................................................3
Introdução ...............................................................................................................4
Patrimônio Cultural no Brasil ...................................................................................7
Linha do tempo ........................................................................................................11
Cultura e Referências Culturais ..............................................................................17
Museus: Conceitos e Práticas em Transformação ..................................................22
Museologia Social .................................................................................................28
Preservação do Patrimônio Cultural em sua Diversidade ........................................29
Instrumentos de Preservação e Salvaguarda do Patrimônio Histórico-Cultural 
Brasileiro ..................................................................................................................30
Referências ...........................................................................................................35
Sumário
Módulo 1 – Patrimônio, cultura e museus: 
conceitos e práticas
3
Apresentação
Olá!
Que bom ter você no Curso de Inventário Participativo!
Este conteúdo é um convite para refletirmos sobre os inventários enquanto metodo-
logia de organização, registro e comunicação das referências culturais patrimoniais. 
Módulo a módulo, vamos aprofundar a compreensão de conceitos e noções que es-
tão envolvidas nesta metodologia.
Nosso desejo é que você conheça os aspectos gerais mais importantes para a reali-
zação do inventário participativo e aprenda os métodos para inventariar (junto com 
seu grupo, sua comunidade) o patrimônio cultural que os circundam.
O conteúdo está dividido em quatro módulos:
 § Módulo 1 – Patrimônio, cultura e museus: conceitos e práticas;
 § Módulo 2 – Inventário participativo: metodologias de identificação, registro e 
difusão do patrimônio cultural local;
 § Módulo 3 – O uso da história oral na elaboração dos inventários participativos;
 § Módulo 4 – Etapas para a elaboração de um inventário participativo.
Então, vamos ao primeiro módulo! Bons estudos.
Módulo 1 – Patrimônio, cultura e museus: 
conceitos e práticas
4
Introdução
A memória social, como representação coletiva, é fruto das imagens produzidas 
acerca do passado e das maneiras pelas quais essas imagens são transmitidas e 
recebidas.
É por meio do exercício da memória que um grupo social qualquer pode refletir sobre 
sua trajetória, sobre suas transformações, alargando no tempo e no espaço a sua 
compreensão sobre si mesmo.
A memória, estruturada coletivamente, possibilita que se firmem laços capazes de 
perdurar por gerações.
Museu da Inconfidência - 
Ouro Preto (MG)
Museu Nacional de Belas 
Artes - Rio de Janeiro (RJ)
Módulo 1 – Patrimônio, cultura e museus: 
conceitos e práticas
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Museu Casa da Princesa (Casa 
Setecentista) – Pilar de Goiás (GO)
Museu Imperial - Petrópolis 
(RJ)
O patrimônio cultural é uma das faces visíveis dessa organização coletiva da memó-
ria. Até meados do século XX, foi associado apenas ao bem material, especialmente a 
monumentos e exemplares da arquitetura. No século passado, houve avanços signifi-
cativos nessa compreensão, tornando a noção de patrimônio mais ampla e sofistica-
da ao abranger valores e bens culturais que não estão necessariamente contidos em 
vestígios materiais (ainda que também possam se valer de suportes dessa natureza).
Noções como patrimônio, cultura e museu são sempre relativas à realidade social 
que as produz e reproduz. Assim, no Brasil dos últimos 50 anos (acompanhando 
as transformações sociais internas e externas), esses sentidos mudaram ao passo 
que se buscava tornar o patrimônio, as memórias e os museus mais representativos 
de uma sociedade culturalmente diversa, com múltiplas identidades culturais. Ou 
seja, transformam-se as sociedades e também se alteram as noções de cultura e 
patrimônio, em uma relação de causa e efeito.
Módulo 1 – Patrimônio, cultura e museus: 
conceitos e práticas
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Palácio Rio Negro – Petrópolis (RJ) Museu Regional de Caeté – Caeté 
(MG)
Museu Forte Defensor Perpétuo – Paraty (RJ)
Para refletir sobre esses aspectos, neste Módulo 1, vamos conversar sobre cultura, 
patrimônio, território, museu, identidade cultural e sobre como essas noções contri-
buem para estruturar ações participativas de salvaguarda.
http://portal.iphan.gov.br/uploads/publicacao/cartilha2salvaguarda_bensculturaisregistrados_web.pdf
Módulo 1 – Patrimônio, cultura e museus: 
conceitos e práticas
7
Vamos descobrir como a ideia do que é patrimônio se ampliou para incluir o saber-fa-
zer de diferentes povos e culturas, como as funções do museu se alteraram ao longo 
do tempo e como essa temática dialoga com a diversidade cultural brasileira.
Para apresentar exemplos de como esses conceitos se realizam socialmente, além 
de tratar do Programa de Patrimônio Imaterial (instituído pelo Decreto 3.551 de 2000), 
também vamos refletir sobre as práticas da museologia social, ecomuseus, pontos de 
memória e grupos afins.
Vamos prosseguir?
Patrimônio Cultural no Brasil
Você concorda que o que é considerado hoje no Brasil digno de ser lembrado como 
expressão da memória nacional é diferente daquilo que seria há um século?
Da mesma maneira, ao longo do século XX, no Brasil, pessoas e instituições altera-
ram o sentido e o uso das palavras cultura e patrimônio. Estes e os demais conceitos 
são revistos sempre à luz da realidade presente e devem ser pensados em sua histo-
ricidade.
Vamos agora observar alguns dos sentidos da noção de patrimônio para compreen-
der como exercitá-lo em nossos inventários participativos.
A etimologia da palavra patrimônio remete à herança, ao conjunto dos bens, princi-
palmente materiais, mas também simbólicos e genéticos, que são legados de uma 
geração para outra (POULOT, 2009). Como sabemos, esse uso da palavra se mantém 
e ainda contribui para a construção do sentido de patrimônio cultural. 
A noção de patrimônio e de museus vigente no Brasil, assim como em grande parte 
do mundo ocidental, foi muito influenciada pelo ambiente da França pós-revolucio-
nária no século XVIII. Naquele contexto, o patrimônio passou a ser pensado enquanto 
bem comum, e buscou-se a socialização das coleções.
Com esse espírito, é que no século XIX o tema passou a constar nas legislações 
nacionais nos países da Europa, dando ao patrimônio um amparo legal e oficial até 
então inédito. Ou seja, o Estado assumiu a responsabilidade de preservar e dar a co-
nhecer os vestígios materiais, em favor dos indivíduos que compõem a nação (POU-
LOT, 2009).
Módulo 1 – Patrimônio, cultura e museus: 
conceitos e práticas
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Como exemplo do processo histórico através do qual o Estado passou 
a assumir a responsabilidade de coletar, preservar e divulgar coleções 
de interesse público, vejamos a trajetória do Museu Nacional de História 
Natural da França.
Sua origem encontra-se no “Jardim real das plantas medicinais”, criado 
por Luís XIII, em 1635, dirigido e administrado pelos médicos da realeza.
Em 1718, o jovem rei Luís XV transformou-o em um jardim voltado para a 
história natural, conhecido como “Jardim do rei”.
Entre 1739 e 1788, o jardim foi dirigido por Georges-Louis Leclerc, conde 
de Buffon, um dos principais naturalistas do iluminismo, trazendo fama e 
prestígio internacional à instituição.
Com o advento da Revolução Francesa, esse jardim é transformado em 
“Museu Nacional de História Natural” em 1793, abrindo as portas ao pú-
blico em 1794.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Museu_Nacional_de_Hist%C3%B3ria_
Natural_(Fran%C3%A7a)
Assista também ao vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=wYYn-
VeantaI&t=19s
Curiosidades
Quando o Estado assume a função de resguardaro patrimônio, também assume a 
responsabilidade pela elaboração de um determinado discurso sobre aquilo que deve 
ser lembrado e como deve ser lembrado. Da mesma maneira, também se incumbe 
do poder de escolher o que será esquecido. A Revolução Francesa foi um marco no 
estabelecimento dessas relações, mas a História segue dando inúmeros testemu-
nhos de como os Estados utilizam o poder da lembrança e do esquecimento frente a 
instabilidades políticas e sociais.
O Brasil contemporâneo dá mostras desta disputa em torno da memória, por exem-
plo, com os trabalhos da Comissão Nacional da Verdade, que teve por finalidade apu-
rar graves violações de Direitos Humanos ocorridas entre 18 de setembro de 1946 e 5 
de outubro de 1988 e encontrou resistência de setores conservadores.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Museu_Nacional_de_Hist%C3%B3ria_Natural_(Fran%C3%A7a)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Museu_Nacional_de_Hist%C3%B3ria_Natural_(Fran%C3%A7a)
https://www.youtube.com/watch?v=wYYnVeantaI&t=19s
https://www.youtube.com/watch?v=wYYnVeantaI&t=19s
http://cnv.memoriasreveladas.gov.br/
Módulo 1 – Patrimônio, cultura e museus: 
conceitos e práticas
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Outro bom exemplo de disputas políticas em torno da memória, é o caso 
das mudanças de nome da Ponte Costa e Silva, em Brasília, obra de Oscar 
Niemeyer:
Ponte vista da praça dos orixás, na margem oeste (FOTO: Nevinho) 
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Pte_costa_e_silva.JPG
Uma das três ligações entre o Plano Piloto e o Lago Sul, a ponte foi inau-
gurada em 1976. Projetada por Oscar Niemeyer com o nome de “Ponte 
Monumental”, ela foi rebatizada pelo ex-presidente militar Ernesto Geisel 
para homenagear o antecessor, Costa e Silva.
No entanto, em agosto de 2015, o tributo ao general passou para Hones-
tino Guimarães – perseguido pelo regime militar e dado como desapa-
recido em 1972. A lei foi aprovada pela Câmara Legislativa do DF e san-
cionada pelo então governador, Rodrigo Rollemberg (PSB).
Curiosidades
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Pte_costa_e_silva.JPG
Módulo 1 – Patrimônio, cultura e museus: 
conceitos e práticas
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Dois meses depois, um grupo de moradores da capital entrou na Justiça 
pedindo a anulação da mudança. A estrutura chegou a ficar sem nome, 
até que, em 6 de novembro, o Conselho Especial do Tribunal de Justiça do 
DF decidiu que a ponte voltaria a se chamar Costa e Silva.
Na visão do tribunal, a mudança do nome da ponte para Honestino Gui-
marães foi inconstitucional, porque não houve “consulta popular” sobre o 
tema. Em 2018, o nome do marechal Costa e Silva foi pichado de verme-
lho na placa.
No dia 14 de março de 2019, uma placa com o nome da vereadora carioca 
Marielle Franco – assassinada há um ano, junto de seu motorista, Ander-
son Gomes – foi colocada sobre o nome do general que governou o país 
entre 1967 e 1969, durante a ditadura militar.
A ação foi uma homenagem conjunta do Movimento de Mulheres Olga 
Benário, do Observatório da Mulher contra a Violência, da União da Juven-
tude Rebelião e de feministas de Brasília. Em nota à imprensa, as ativistas 
pediram respostas sobre o crime e criticaram o hábito brasileiro de batizar 
locais públicos com nomes de “presidentes que restringiram nossa liber-
dade de expressão, cassaram direitos do povo, torturaram e assassina-
ram opositores, inclusive mulheres que jamais fugiram da luta”.
Fonte: http://www.memoriasreveladas.gov.br/index.php/ultimas-noti-
cias/697-ponte-de-brasilia-e-rebatizada-com-nome-de-marielle-franco
No Brasil das primeiras décadas do século XX, um dos artifícios utilizados para a le-
gitimação de um projeto de Estado forte e centralizador foi a elaboração do passado, 
que buscava nas tradições da cultura brasileira a expressão de uma suposta autên-
tica identidade nacional, visando produzir discursos de coesão (MAGALHÃES, 2004).
Foi nessa conjuntura que a proteção ao patrimônio emergiu como algo politicamente 
relevante e que deveria ser, pela primeira vez no Brasil, assumido legalmente como 
dever de Estado. Havia o interesse em observar as diferentes representações cultu-
rais do país, considerando suas regionalidades, mas o objetivo fundamental era a 
elaboração de um discurso que minimizasse as diferenças em favor da ideia de uma 
identidade nacional coesa, capaz de produzir o sentimento de pertencimento coletivo.
http://www.memoriasreveladas.gov.br/index.php/ultimas-noticias/697-ponte-de-brasilia-e-rebatizada-com-nome-de-marielle-franco
http://www.memoriasreveladas.gov.br/index.php/ultimas-noticias/697-ponte-de-brasilia-e-rebatizada-com-nome-de-marielle-franco
Módulo 1 – Patrimônio, cultura e museus: 
conceitos e práticas
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História da estátua de Dom Pedro I na Praça Tiradentes
Acesse: https://diariodorio.com/histria-da-esttua-de-dom-pedro-i-na-
-praa-tiradentes/
Monumento a Dom Pedro I na Praça Tiradentes no Rio de Janeiro. 
(FOTO: Halley Pacheco de Oliveira)
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Monumento_a_Dom_Pedro_I.jpg
Curiosidades
Nos anos 1920, com o desejo de elaborar um discurso sobre o passado nacional os 
debates em torno da construção de uma política pública patrimonial para o Brasil 
ganharam espaços em diferentes estados. Dão evidência disso, por exemplo, a 
criação do Museu Histórico Nacional e do Museu Paulista e as iniciativas regionais 
de criação das Inspetorias Estaduais de Monumentos Históricos em Minas Gerais, na 
Bahia e em Pernambuco.
Linha do tempo
1920
Debates em torno da política pública patrimonial
1922
Criação do Museu Histórico Nacional
https://diariodorio.com/histria-da-esttua-de-dom-pedro-i-na-praa-tiradentes/
https://diariodorio.com/histria-da-esttua-de-dom-pedro-i-na-praa-tiradentes/
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Monumento_a_Dom_Pedro_I.jpg
Módulo 1 – Patrimônio, cultura e museus: 
conceitos e práticas
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Criado em agosto de 1922, o Museu Histórico Nacional (MHN) formou 
o maior acervo sob a guarda do Ministério da Cultura e transformou-se 
em importante centro gerador de conhecimento. Abrigando o primeiro 
curso de museologia do país e servindo como ponto de partida para a 
constituição de importantes museus brasileiros, o MHN passa a ser 
conhecido internacionalmente na década de 40. 
Acesse o vídeo no YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=Kl-
wmsCcEFSw
Assista
1922
Criação do Museu Paulista
1926
Criação da Inspetoria Estadual de Minas Gerais
1927
Criação da Inspetoria Estadual da Bahia
1928
Criação da Inspetoria Estadual de Pernambuco
O desejo de constituição de um sentimento de pertencimento nacional, apontando 
para as características de uma suposta brasilidade não era tarefa fácil, tampouco 
harmoniosa e consensual. Essa elaboração se deu a partir de disputas políticas acir-
radas, que defendiam – cada qual a seu modo – visões de mundo sobre o passado, 
sobre o presente e, principalmente, sobre seus projetos de poder para o futuro da 
República. 
Na prática, intelectuais tradicionalistas e modernistas confrontaram seus projetos 
de memória e os últimos tiveram êxito ao conseguir dar corpo institucional ao seu 
projeto, criando o Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - SPHAN, am-
https://www.youtube.com/watch?v=KlwmsCcEFSw
https://www.youtube.com/watch?v=KlwmsCcEFSw
Módulo 1 – Patrimônio, cultura e museus: 
conceitos e práticas
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parado na primeira lei nacional a esse respeito, o Decreto-Lei nº 25, de 1937, que re-
gulamentou a proteção dos bens culturais no país. No artigo 1º deste instrumento le-
gal, o Estado brasileiro apresentou pela primeira vez a sua concepção de patrimônio: 
“Constitui o patrimônio histórico e artístico nacional o conjunto dos 
bens móveis e imóveis existentes no país e cuja preservação seja 
de interesse público, quer por sua vinculação a fatos memoráveis 
da história do Brasil, quer por seu excepcional valor arqueológico ou 
etnográfico, bibliográfico ou artístico.”
MITO DE ORIGEM DO SPHAN
A curadora Silvana Rubino fala sobre o IPHAN, sobre a ideia de Mário de 
Andrade de preservar a culturaatravés da arte com o SPHAN, sobre a 
amplitude do que queria, sobre as diferenças entre o SPHAN e o IPHAN, 
sobre patrimônio material e sobre a noção de registro para Mário de An-
drade. 
Acesse o link para assistir: http://www.itaucultural.org.br/ocupacao/ma-
rio-de-andrade/patrimonio-artistico/
SEMANA DE ARTE MODERNA DE 1922 - 50 FATOS 
Semana de Arte Moderna de 1922, na verdade três dias que mudaram 
a arte brasileira. Descubra os antecedentes e qual foi o estopim que fez 
com que todos os artistas se unissem por um mesmo ideal.
Acesse os links para assistir:
PARTE I: https://www.youtube.com/watch?v=mL-bzTBQ_80
PARTE II: https://www.youtube.com/watch?v=FezTWhwiB8s&t=264s
Assista
http://www.planalto.gov.br/CcIVIL_03/Decreto-Lei/Del0025.htm
http://www.itaucultural.org.br/ocupacao/mario-de-andrade/patrimonio-artistico/
http://www.itaucultural.org.br/ocupacao/mario-de-andrade/patrimonio-artistico/
https://www.youtube.com/watch?v=mL-bzTBQ_80
 https://www.youtube.com/watch?v=FezTWhwiB8s&t=264s
Módulo 1 – Patrimônio, cultura e museus: 
conceitos e práticas
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Observa-se que os critérios para que algo fosse considerado patrimônio era sua con-
dição histórica e artística. Eram esses, principalmente, os valores que a política de 
preservação tinha em conta na elaboração da identidade nacional, a partir dos “fatos 
memoráveis da história do Brasil”.
A quem cabia decidir quais são esses fatos memoráveis? 
A quem cabe hoje decidir quais são os fatos memoráveis da história do 
Brasil e dos brasileiros?
Pergunta
As ações práticas implementadas pelo SPHAN em suas primeiras décadas de atua-
ção se relacionaram especialmente com a crescente urbanização: era preciso deci-
dir quais prédios, construções e monumentos deveriam permanecer nesses espaços 
cada vez mais cobiçados.
O tombamento foi escolhido pelo SPHAN como o instrumento legal para a proteção. 
A ideia de valor “excepcional” ou de “vinculação a fatos memoráveis da história 
do Brasil” privilegiou a salvaguarda do patrimônio arquitetônico de herança luso-
brasileira. Igrejas e edificações do período colonial e vinculadas às classes políticas, 
religiosas e economicamente favorecidas compunham a grande maioria dos bens 
tombados neste período. A materialidade desses vestígios arquitetônicos era o 
principal aspecto a ser salvaguardado para comunicar esse valor histórico e artísti-
co. Em alusão a essa escolha, convencionou-se chamar este patrimônio de “pedra e 
cal”. 
Módulo 1 – Patrimônio, cultura e museus: 
conceitos e práticas
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Conjuntos Urbanos Tombados (Cidades Históricas)
Acesse o link: http://portal.iphan.gov.br/pagina/de-
talhes/123
Livros do Tombo
Acesse o link: http://portal.iphan.gov.br/pagina/de-
talhes/608
Imagem: Museu do Diamante - Diamantina (MG)
(Foto do Acervo do Instituto Brasileiro de Museus)
Saiba mais
A noção de patrimônio atravessou todo o século XX e segue no século XXI impre-
gnada deste sentido de “pedra e cal”. Ainda assim, diversos motivos levaram à am-
pliação do conceito e da prática relacionada à preservação. Com a redemocratização 
e a elaboração da Constituição de 1988, foi possível firmar um novo pacto social a 
respeito do que é patrimônio, quais são seus critérios, como o Estado e a sociedade 
civil devem agir para protegê-lo. Conforme estabelece a CF de 1988, Art. 216: 
Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material 
e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à 
identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade 
brasileira, nos quais se incluem: 
I. as formas de expressão; 
II. os modos de criar, fazer e viver;
III. as criações científicas, artísticas e tecnológicas; 
IV. as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados 
às manifestações artístico-culturais;
V. os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, 
arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.
http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/123
http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/123
http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/608
http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/608
Módulo 1 – Patrimônio, cultura e museus: 
conceitos e práticas
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Neste contexto de transformação 
nos anos 1980, o SPHAN promoveu 
uma revisão radical dos critérios 
técnicos e políticos envolvidos na 
definição de patrimônio. Acontece-
ram tombamentos de perfis até en-
tão inéditos, a exemplo do Terreiro 
da Casa Branca (Bahia), em 1984 
(homologado em 1986), e da Serra 
da Barriga, sítio histórico que abri-
gou o Quilombo dos Palmares (Ala-
goas), em 1986. 
Os bens culturais imateriais passíveis de registro pelo Iphan são aqueles 
que detêm continuidade histórica, possuem relevância para a memória 
nacional e fazem parte das referências culturais de grupos formadores 
da sociedade brasileira. A inscrição desses bens nos Livros de Registro 
atende ao que determina o Decreto 3.551/2000.
Acesse Os Livros de Registro no site do IPHAN 
http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/122
Importante
Assim, entrou oficialmente no discurso do patrimônio a percepção de que este não se 
constitui apenas dos vestígios materiais e que sua dimensão imaterial também carece 
de medidas protetivas do Estado. A dimensão material segue sendo importante e 
valorizada, mas desde os fins do século passado, e especialmente a partir dos anos 
2000, acompanhando os rumos do debate internacional, buscou-se uma concepção 
de patrimônio cultural mais representativa da pluralidade da sociedade.
Dia da Consciência Negra, no Parque Memorial Quilombo 
dos Palmares, localizado na Serra da Barriga, em 
Alagoas. (Foto: Janine Moraes/MinC)
https://www.flickr.com/photos/47979536@
N05/31061753521
https://creativecommons.org/licenses/by/2.0/
http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/122
https://www.flickr.com/photos/47979536@N05/31061753521
https://www.flickr.com/photos/47979536@N05/31061753521
https://creativecommons.org/licenses/by/2.0/
Módulo 1 – Patrimônio, cultura e museus: 
conceitos e práticas
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Entrevista com Márcia Sant’Anna, então Diretora do Departamento de 
Patrimônio Imaterial do Iphan, realizada pela TV Ufop.
Acesse o vídeo no YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=S2eP-
vIcSsH0
Assista
Para compreender a lógica do inven-
tário participativo, é importante sa-
ber que os novos critérios técnicos 
e políticos para a definição e preser-
vação do patrimônio foram fruto da 
pressão política exercida por grupos, 
povos e movimentos sociais. 
Notadamente, as reivindicações do 
movimento negro e dos povos in-
dígenas tornaram inviável pensar a 
cultura de uma maneira hegemônica, 
sem tomar em conta a pluralidade de 
referências culturais no país. 
Organizados pela defesa e conquista 
de seus direitos, esses movimentos 
evidenciaram que seus direitos culturais estão necessariamente atrelados aos seus 
territórios, ao respeito às suas crenças, respeito à sua língua, aos seus costumes e 
suas tradições. 
Cultura e Referências Culturais
Segundo Marilena Chauí, o sentido antigo da cultura vigente a partir do século XVIII 
estava associado ao resultado da formação que os indivíduos recebiam. Entendia-se 
cultura como o somatório de experiências socialmente validadas, como o acúmulo do 
saber escolar e o aprendizado de determinadas referências histórico-artísticas. Nes-
ses termos, alguns indivíduos têm cultura, outros não têm, de acordo com sua con-
Pintura dos troncos que representam os mortos 
homenageados. Festa do Kuarup, na aldeia Kamayurá. 
(Foto: Marcello Casal Jr. - Agência Brasil)
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Festa_do_
Kuarup_pintura_dos_troncos_que_representam_os_
mortos.jpg
https://creativecommons.org/licenses/by/3.0/br/deed.pt
https://www.youtube.com/watch?v=S2ePvIcSsH0
https://www.youtube.com/watch?v=S2ePvIcSsH0
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Festa_do_Kuarup_pintura_dos_troncos_que_representam_os_mortos.jpg
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Festa_do_Kuarup_pintura_dos_troncos_que_representam_os_mortos.jpghttps://commons.wikimedia.org/wiki/File:Festa_do_Kuarup_pintura_dos_troncos_que_representam_os_mortos.jpg
https://creativecommons.org/licenses/by/3.0/br/deed.pt
Módulo 1 – Patrimônio, cultura e museus: 
conceitos e práticas
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dição social para manejar determinados conteúdos e conhecimentos considerados 
valiosos. Essa noção antiga de cultura marca a divisão das classes entre os cultos e 
os incultos, e a distinção entre os povos, na medida em que o outro dominado é visto 
como bárbaro (CHAUÍ, 2006, P. 106).
A realidade histórica desse pensamento pode ser vista, por exemplo, nos processos 
de colonização, quando sociedades inteiras foram obrigadas a mudar seu idioma, 
costumes, todo seu sistema de crenças, sua forma de se organizar em seu território, 
sob a alegação de que a cultura do agente dominante era superior.
Esse discurso ainda persiste no presente, sempre a favor de processos de domina-
ção, que têm como objetivo submeter determinado grupo social ao poder de outro. É 
o que se passa com relação aos povos indígenas, por exemplo, quando, para justificar 
violências praticadas contra eles, julga-se que suas culturas sejam inferiores à cul-
tura urbana, não-indígena.
Escritos de Marilena Chauí | O que é cultura?
Marilena Chauí explica sua forma de compreender a cultura.
Acesse o vídeo no YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=-YQcF-
NoiDMw
Assista
No século XX, especialmente a partir dos anos 1960, a visão antropológica de cultu-
ra ganhou espaço, projeção e influenciou diretamente a ampliação da noção de pa-
trimônio e também de museus.
Essa perspectiva compreende que a cultura é o modo de viver de uma comunidade, 
um grupo, uma sociedade, e é decorrente das relações materiais e simbólicas que 
as pessoas desenvolvem entre si, em um determinado território.
A cultura da comunidade ribeirinha (das pessoas que vivem às margens 
dos rios) tem relação com os conhecimentos históricos desse grupo e a 
sua forma de transmissão entre os indivíduos e, por sua vez, tem relação 
indispensável com o rio e como a vida se realiza materialmente a partir 
da pesca, da extração e do comércio de produtos naturais.
Exemplo
https://www.youtube.com/watch?v=-YQcFNoiDMw
https://www.youtube.com/watch?v=-YQcFNoiDMw
Módulo 1 – Patrimônio, cultura e museus: 
conceitos e práticas
19
1
A partir deste exemplo, é possível perceber como as dimensões materiais, 
supostamente concretas, se relacionam com a dimensão simbólica. 
Podemos observar que a forma como as pessoas se alimentam não diz 
respeito apenas à necessidade física de comer, mas às diversas relações 
implicadas nos hábitos alimentares: o ritual do preparo, a ocasião social 
do consumo, a relação de valor atribuído a determinados alimentos em 
detrimento de outros, a sociabilidade que se estabelece na distribuição e 
consumo do alimento etc.
Essa relação entre o material e o simbólico também pode ser observada 
pelas elaborações sobre as forças do rio e seus seres, que se relacionam 
com as regras que organizam a vida em sociedade, pela maneira como 
este grupo se expressa artisticamente com suas palavras ditas e canta-
das, por suas festas e músicas. Enfim, esses elementos são específicos 
da cultura ribeirinha, de seu modo de vida.
A cultura ribeirinha não é menos nem mais importante que a cultura 
dos caiçaras, dos povos indígenas, dos quilombolas, das comunidades 
urbanas, das mulheres, da comunidade LGBTQI+1 ou de outros grupos 
que desenvolvem um modo de ser específico. 
Todas essas culturas e tantas mais que poderíamos enumerar são im-
portantes, fundamentais. Guardam conhecimentos que levaram séculos 
para se desenvolver.
Assista: Documentário produzido com o apoio do Edital de Apoio à Pro-
dução de Documentários Etnográficos sobre o Patrimônio Cultural Ima-
terial (Etnodoc).
1 LGBTQI+ É uma sigla criada para abranger uma pluralidade de sexualidades dissidentes (Lésbicas, Gays, Bissexuais, 
Transexuais, Queer, Intersexo, finalizando com o símbolo + para sinalizar que não se trata de um conjunto fechado), orga-
nizadas na luta por direitos iguais e pelo fim da homofobia, da transfobia, e dos preconceitos de forma geral.
Módulo 1 – Patrimônio, cultura e museus: 
conceitos e práticas
20
O documentário retrata a história de uma sociedade singular, consti-
tuída de botos e homens. Ao longo de gerações, em Laguna, Santa Ca-
tarina, pescadores protagonizaram, juntamente com a espécie de boto 
Tursiops Truncatus, a pesca cooperativa da presa que ambos perseguem: 
a tainha. 
Ficha técnica Ano: 2011 Direção: Cristiano Burlan Roteiro: Cristiano Burlan 
e Marcelo Paes Nunes Produção: Natália Reis Duração: 26 minutos Apoio: 
Iphan/CNFCP.
Acesse o vídeo no YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=LWGz-
Fcv_jVk
Podemos dizer então que o homem modifica o território e é por ele modificado em 
suas interações sociais, naturais, culturais e políticas. A especificidade dessas rela-
ções, experimentadas no que podemos chamar de território simbólico, influencia a 
formação de identidades que se manifestam em um conjunto comum de referências 
culturais, que podem ser consideradas relevantes a tal ponto que passem a ser con-
sideradas patrimônio para um determinado grupo, comunidade, sociedade.
Nos anos 1980, para falar sobre cultura no Brasil, adotou-se o termo “referências 
culturais”, reconhecendo que são diversas as referências, e que nenhuma é mais im-
portante do que as outras. A respeito da noção de referências culturais e o contexto 
dos anos 1980, Antônio Augusto Arantes afirmou o seguinte:
A noção de referências culturais adotada pela Constituição merece destaque. 
Ela sugere remissão; designa a realidade em relação à qual se identifica, baliza 
ou esclarece algo. No caso do processo cultural, referências são as práticas e 
os objetos por meio dos quais os grupos representam, realimentam e modi-
ficam a sua identidade e localizam a sua territorialidade. Referências são os 
marcos e monumentos edificados ou naturais, assim como as artes, os ofícios, 
as festas e os lugares a que a vida social atribuiu reiteradamente sentido dife-
renciado e especial: são aqueles considerados os mais belos, os mais lembra-
dos, os mais queridos, os mais executados... (ARANTES, 2009).
https://www.youtube.com/watch?v=LWGzFcv_jVk
https://www.youtube.com/watch?v=LWGzFcv_jVk
Módulo 1 – Patrimônio, cultura e museus: 
conceitos e práticas
21
A noção de referências culturais deu base à de patrimônio cultural, com o sentido 
revitalizado de cultura como expressão dos modos de vida.
Nos anos 2000, diversos países adotaram a expressão “diversidade cultural”, refor-
çando a pluralidade não hierárquica entre as culturas. No âmbito da Organização das 
Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), a diversidade cultural 
é pensada como o próprio patrimônio da humanidade, nos seguintes termos:
Artigo 1º – A diversidade cultural, patrimônio comum da humanidade
A cultura adquire formas diversas através do tempo e do espaço. Essa diversi-
dade se manifesta na originalidade e na pluralidade de identidades que caracte-
rizam os grupos e as sociedades que compõem a humanidade. Fonte de inter-
câmbios, de inovação e de criatividade, a diversidade cultural é, para o gênero 
humano, tão necessária como a diversidade biológica para a natureza.
Nesse sentido, constitui o patrimônio comum da humanidade e deve ser reco-
nhecida e consolidada em beneficio das gerações presentes e futuras.
Artigo 2º – Da diversidade cultural ao pluralismo cultural
Em nossas sociedades cada vez mais diversificadas, torna-se indispensável ga-
rantir uma interação harmoniosa entre pessoas e grupos com identidades cul-
turais a um só tempo plurais, variadas e dinâmicas, assim como sua vontade 
de conviver. As políticas que favoreçam a inclusão e a participação de todos os 
cidadãos garantem a coesão social, a vitalidade da sociedade civil e a paz. Defi-
nido desta maneira, o pluralismo cultural constitui a resposta política à realidade 
da diversidade cultural. Inseparávelde um contexto democrático, o pluralismo 
cul tural é propício aos intercâmbios culturais e ao desenvolvimento das capaci-
dades criadoras que alimentam a vida pública.
Módulo 1 – Patrimônio, cultura e museus: 
conceitos e práticas
22
Artigo 3º – A diversidade cultural, fator de desenvolvimento
A diversidade cultural amplia as possibilidades de escolha que se oferecem a 
todos; é uma das fontes do desenvolvimento, entendido não somente em termos 
de crescimento econômico, mas também como meio de acesso a uma existên-
cia intelectual, afetiva, moral e espiritual satisfatória.
Clique no link para acessar a versão completa da DECLARAÇÃO UNIVERSAL 
SOBRE A DIVERSIDADE CULTURAL:
(http://www.unesco.org/new/fileadmin/MULTIMEDIA/HQ/CLT/diversity/pdf/
declaration_cultural_diversity_pt.pdf)
Museus: Conceitos e Práticas em Transformação
Uma prática social que influencia fortemente a razão de ser da instituição museu é o 
colecionismo, ou seja, a ação de colecionar. Aparentemente, este é um hábito inerente 
à sociabilidade humana, nos diversos tempos históricos.
Talvez a nossa espécie tenha sempre buscado coletar objetos com finalidades que de 
algum modo se relacionam com as funções dos museus. Colecionou-se e coleciona-
-se para estabelecer um universo controlado, possível de ser comparado e estudado. 
Mas também, para mostrar a coleção e com ela estabelecer uma relação de valor 
entre o acervo reunido e o colecionador.
MUSEU THÉO BRANDÃO DE ANTROPOLOGIA E FOLCLORE
Criado em 20 de agosto de 1975, foi instalado provisoriamente na casa nº 
3 do Campus Tamandaré, no Pontal da Barra. O nome é uma homenagem 
ao professor e folclorista Théo Brandão, que doou à Universidade Federal 
de Alagoas a sua coleção de arte popular.
Acesse o vídeo no YouTube: 
https://www.youtube.com/watch?v=L1vbYoh9JFs&t=239s
Assista
http://www.unesco.org/new/fileadmin/MULTIMEDIA/HQ/CLT/diversity/pdf/declaration_cultural_diversity_pt.pdf
http://www.unesco.org/new/fileadmin/MULTIMEDIA/HQ/CLT/diversity/pdf/declaration_cultural_diversity_pt.pdf
https://www.youtube.com/watch?v=L1vbYoh9JFs&t=239s
Módulo 1 – Patrimônio, cultura e museus: 
conceitos e práticas
23
Na Antiguidade, as coleções eram principalmente resultado dos saques e das pilha-
gens.
Na Idade Média, todo o poder da Igreja Católica Romana estava diretamente repre-
sentado em suas coleções que, entre outros aspectos, também cumpriam uma fun-
ção moral.
Renascimento
Com o Renascimento, por volta do século XVI, o ato de colecionar voltou a ser 
uma prática laica, impulsionada pela nobreza, que valorizava a história e a esté-
tica Clássica e se voltava aos vestígios materiais do Oriente, Grécia e Egito (CÂN-
DIDO, 2013, p. 29).
Século XVI
A partir do século XVI, na Europa, com as viagens de exploração e colonização, 
a exemplo do que se passou em nosso território dominado por Portugal, o cole-
cionismo passou a dar origem aos Gabinetes de Curiosidades, que reuniam ves-
tígios da natureza e da realidade cultural dos diversos territórios. Além da prática 
colecionista, considera-se que os gabinetes têm relação com os museus moder-
nos também pela abertura ao público. Um público bastante restrito, composto de 
uma elite econômica e intelectual, mas de qualquer modo, um ensejo de estudo e 
produção de conhecimento.
Nesse sentido, nos séculos XVII e XVIII, com o Iluminismo, essas funções se am-
pliam e as coleções passam a ser cada vez mais compreendidas enquanto “repo-
sitórios de conhecimento, comparação e enciclopédias” (CÂNDIDO, 2013, p. 30).
Módulo 1 – Patrimônio, cultura e museus: 
conceitos e práticas
24
Séculos XVII e XVIII
A Revolução Francesa e os rumos posteriores que o Estado deu aos bens cul-
turais móveis e imóveis influenciaram de forma decisiva os museus modernos. 
Inaugurando um novo tempo, em oposição ao Antigo Regime na França, era 
necessário aproveitar os objetos para narrar uma “nova” história. O Estado assu-
miu esse dever e esse direito de construir a história oficial da nação. Foi a primei-
ra vez que o Estado assumiu as funções de zelar pelo patrimônio.
A própria ideia de patrimônio como a conhecemos, enquanto expressão de algo 
que é público, que tem um interesse coletivo, é herdeira desse contexto. O Esta-
do francês pós-revolucionário tinha intenção de fundar museus espalhados no 
território, supondo que a interação com os objetos fosse capaz de produzir uma 
consciência cívica na população.
Século XIX
No século XIX, os museus nacionais foram responsáveis pela ampliação das 
funções da coleção. Os museus se abriram aos públicos não apenas para a pes-
quisa em suas coleções, mas também para apresentar seus objetos e, mais do 
que isso, para comunicar narrativas, discursos organizados por meio das expo-
sições. Muitos países colonizadores de outros povos utilizaram os museus para 
reproduzir o discurso expansionista, forjando sua autoimagem de soberania cul-
tural, política e econômica sobre os territórios conquistados.
Nesse contexto, o museu torna-se uma instituição a serviço da formação dos 
Estados Nacionais, na construção da própria ideia de nação e de nacionalidade, 
especialmente na Europa e nos Estados Unidos. Nas colônias, os museus tam-
bém vão cumprir funções análogas, sempre orientando seus discursos na pers-
pectiva do colonizador.
Módulo 1 – Patrimônio, cultura e museus: 
conceitos e práticas
25
Os primeiros museus no Brasil foram fundados ainda no século XIX e nas primeiras 
décadas do século XX. O Museu Nacional da Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro 
(1818) – vítima do incêndio que destruiu todo seu prédio e grande parte de seu acer-
vo, em 2018 – foi o principal herdeiro das coleções portuguesas que desembarcaram 
no Rio de Janeiro com a Corte, em 1808. Outras instituições pioneiras, como o Museu 
Paraense Emílio Goeldi, no Pará (1866), e o Museu Paranaense, no Paraná (1882), 
marcadas pela tradição do colecionismo e dos gabinetes de curiosidades, também 
espelharam as funções do museu moderno europeu.
No século XX, nasceram os grandes museus com discursos nacionalistas: o Museu 
Histórico Nacional, no Rio de Janeiro (1922), e o Museu Paulista, em São Paulo (1922). 
Ambos, entre outros museus, especialmente aqueles criados até os anos 1950, ti-
nham o intuito de promover o sentimento de pertencimento e identidade nacional.
Museu Nacional da Quinta da Boa Vista
Acesse os links: http://www.museunacional.ufrj.br/videos/museu.html
https://artsandculture.google.com/partner/museu-nacional-ufrj
Museu Paraense Emilio Goeldi
Acesse os links: https://www.youtube.com/watch?v=woN6AQlR5dI
https://www.museu-goeldi.br/
Museu Paulista (Museu do Ipiranga)
Acesse o link: http://www.mp.usp.br/museu-do-ipiranga
Museu Paranaense
Acesse o link: http://www.museuparanaense.pr.gov.br/modules/conteudo/con-
teudo.php?conteudo=48
http://www.museunacional.ufrj.br/videos/museu.html
https://artsandculture.google.com/partner/museu-nacional-ufrj
https://www.youtube.com/watch?v=woN6AQlR5dI
https://www.museu-goeldi.br/
http://www.mp.usp.br/museu-do-ipiranga
http://www.museuparanaense.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=48
http://www.museuparanaense.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=48
Módulo 1 – Patrimônio, cultura e museus: 
conceitos e práticas
26
Museu Histórico Nacional
Acesse o link: http://mhn.museus.gov.br
No cenário internacional, as transformações sociais e políticas da segunda metade 
do século influenciaram o pensamento museológico. A função social dos museus 
passou a ser debatida, à luz do contexto em que estas instituições estavam inseridas, 
especialmente na América Latina, onde vários países viviam regimes ditatoriais.
Um dos momentos em que foi problematizada a função social dos museus foi a Mesa 
Redonda de Santiago do Chile, em 1972. A Carta de Santiago (documento que regis-
tra o que foi debatido, as considerações e encaminhamentos) incentiva a figura do 
museu integral, que considera que a preservação do patrimônio cultural ocorre de 
maneira integrada, estando opatrimônio intimamente ligado com a comunidade, que 
por sua vez vive num território que pode ser musealizado. Outro aspecto destacado 
neste evento foi o museu como potência de ação, considerado um instrumento dinâ-
mico da mudança social ativa e consciente.
Ibermuseos: Década del Patrimonio Museológico 2012-2022
Apresentação da iniciativa do Ibermuseus para a promoção da museolo-
gia social e a comemoração do 40º aniversário da Mesa Redonda de San-
tiago do Chile, em 1972, cujos preceitos deram início a uma nova corrente 
da museologia, preocupada com o papel social dos museus. 
Acesse o vídeo no YouTube: https://www.youtube.com/watch?-
v=-xLhoxmBeg0&t=34s
Acesse os links: https://www.revistamuseu.com.br/site/br/legislacao/
museologia/3-1972-icom-mesa-redonda-de-santiago-do-chile.html
http://www.ibermuseus.org/wp-content/uploads/2014/09/Publicacion_
Mesa_Redonda_VOL_I.pdf
Saiba mais
http://mhn.museus.gov.br
https://www.youtube.com/watch?v=-xLhoxmBeg0&t=34s
https://www.youtube.com/watch?v=-xLhoxmBeg0&t=34s
https://www.youtube.com/watch?v=-xLhoxmBeg0&t=34s
https://www.youtube.com/watch?v=-xLhoxmBeg0&t=34s
http://www.ibermuseus.org/wp-content/uploads/2014/09/Publicacion_Mesa_Redonda_VOL_I.pdf
http://www.ibermuseus.org/wp-content/uploads/2014/09/Publicacion_Mesa_Redonda_VOL_I.pdf
Módulo 1 – Patrimônio, cultura e museus: 
conceitos e práticas
27
Também no início da década de 1970, dois franceses, George Henri Rivière e Hugues 
de Varine (profissionais e intelectuais relacionados ao Conselho Internacional de 
Museus), elaboraram e empregaram o termo ecomuseu, pensando que no lugar da 
ideia de coleção deveria estar a noção de patrimônio, no lugar de público, deveria se 
ter em conta a comunidade, e que ao invés de se restringir ao prédio, o museu deveria 
se pensar em relação ao território.
O pensamento crítico e político em torno da Museologia nunca mais cessou. Outro 
marco importante foi a Declaração de Quebec (1984), ocasião em que foi criado o 
Movimento Internacional para uma Nova Museologia (MINOM). 
Em 1992, foi realizado no Rio de Janeiro o 1º Encontro Internacional de Ecomuseus. 
Haviam ecomuseus no Brasil desde pelo menos os anos 1980 (GOUVEIA, 2017). E, 
assim como ocorreu com o patrimônio nos anos 1970-1980, abriu-se espaço para 
pensar e praticar uma Museologia mais democrática, no sentido da diversidade de 
tipologias e origens dos acervos.
No ano de 2009, essa perspectiva crítica e política em torno dos museus teve uma 
correspondência prática com as políticas de cultura, quando da criação do Programa 
Pontos de Memória, nascido no contexto de criação do Instituto Brasileiro de Museus 
(Ibram). De modo inaugural, o Estado brasileiro assumia a sua responsabilidade pela 
memória social que historicamente foi esquecida pelos museus: do povo pobre, ne-
gro, indígena, LGBTQI+, das mulheres, ribeirinhos, entre diversos outros.
http://www.museus.gov.br/acessoainformacao/acoes-e-programas/pontos-de-memoria/programa-pontos-de-memoria/
http://www.museus.gov.br/acessoainformacao/acoes-e-programas/pontos-de-memoria/programa-pontos-de-memoria/
Módulo 1 – Patrimônio, cultura e museus: 
conceitos e práticas
28
Museologia Social
Quando falamos em museu social e museologia social, estamos nos referindo 
a compromissos éticos, especialmente no que diz respeito às suas dimensões 
científicas, políticas e poéticas; estamos afirmando, radicalmente, a diferença 
entre uma museologia de ancoragem conservadora, burguesa, neoliberal, capi-
talista e uma museologia de perspectiva libertária. Estamos reconhecendo que 
durante muito tempo, pelo menos desde a primeira metade do século XIX até 
a primeira metade do século XX, predominou no mundo ocidental uma prática 
de memória, patrimônio e museu inteiramente comprometida com a defesa dos 
valores das aristocracias, das oligarquias, das classes e religiões dominantes 
e dominadoras. 
A museologia social, na perspectiva aqui apresentada, está comprometida 
com a redução das injustiças e desigualdades sociais; com o combate aos pre-
conceitos; com a melhoria da qualidade de vida coletiva; com o fortalecimento 
da dignidade e da coesão social; com a utilização do poder da memória, do pa-
trimônio e do museu a favor das comunidades populares, dos povos indígenas 
e quilombolas, dos movimentos sociais, incluindo aí, o movimento LGBT, o MST 
e outros (CHAGAS, GOUVEIA, 2014, p. 17).
Assista: Arte & Cultura - Museologia Social
Neste vídeo o Professor Mário Chagas fala sobre o início, a trajetória e as 
dinâmicas dos museus pelo mundo, e reflete sobre noções da museolo-
gia social.
https://www.youtube.com/watch?v=HQD_Yc6uZuo&t=156s
Assista
Os museus deixaram de ser apenas espaços de afirmação da cultura ocidental e pas-
saram a ser lugar de transformação e desenvolvimento social, fazendo da memória 
e da cultura instrumentos para o exercício da cidadania (GOMES, VIEIRA NETO, 2009).
https://www.youtube.com/watch?v=HQD_Yc6uZuo&t=156s
Módulo 1 – Patrimônio, cultura e museus: 
conceitos e práticas
29
Hoje coexistem no Brasil museus com características tradicionais, que se asseme-
lham às instituições do século XIX, museus contemporâneos, tecnológicos, ligados 
ao consumo cultural, museus das mais diversas tipologias (arte, ciências, virtuais, 
históricos, literários, museus-casa etc.). Também há cada vez mais ecomuseus, mu-
seus sociais, museus comunitários, entre outros. 
Essas iniciativas de museologia social propõem narrar recortes da experiência vivida 
por um grupo de pessoas. A seleção de objetos é carregada de significados que são 
caros àqueles que os selecionaram. Visitantes se relacionam com a narrativa apre-
sentada nas exposições a partir da mediação que os objetos promovem, ancorados 
pela familiaridade do contexto no qual estão inseridos. Museus assim, geralmente e 
idealmente, são geridos de forma menos vertical e hierarquizada. A construção da 
narrativa passa pela escuta a vários agentes da comunidade em questão, com ou 
sem auxílio de técnicos especializados. 
A respeito dos inventários participativos, é importante termos em conta que sua 
prática passou a ser cada vez mais frequente no Brasil nos ecomuseus, museus 
comunitários, sociais, pontos de memória e outros grupos que disputam ativa e 
conscientemente a memória que lhes importa lembrar e afirmar.
Preservação do Patrimônio Cultural em sua Diversidade
Agora que compreendemos como foram transformadas as noções de cultura, pa-
trimônio e museus, podemos refletir melhor sobre os processos de preservação do 
patrimônio cultural em sua diversidade.
Como vimos, a Constituição Federal de 1988 apontou a necessidade de que os bens 
de natureza imaterial, relativos às diferentes referências culturais, fossem salvaguar-
dados. Apenas nos anos 2000, 12 anos depois que a Constituição entrou em vigor, 
essa visão expressa na redemocratização do país teve correspondência com a ação 
contínua de preservação. Por meio do Decreto n.º 3.551, de 4 de agosto de 2000, foi 
criado o Programa Nacional de Patrimônio Imaterial (PNPI).
Esse Programa, que segue vigente, buscou estabelecer critérios, parâmetros, objeti-
vos e limites para viabilizar as ações de identificação, reconhecimento e salvaguarda 
do patrimônio imaterial. O aspecto político e social está presente no PNPI, que visa 
objetivamente a melhoria das condições de vida das pessoas diretamente relacio-
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D3551.htm
Módulo 1 – Patrimônio, cultura e museus: 
conceitos e práticas
30
nadas com o bem cultural em questão. Neste sentido, também visa formar uma rede 
entre instituições do Estado e da sociedade civil capaz de apoiar materialmente as 
condições que possibilitam que a manifestação cultural em questão siga existindo.
Instrumentos de Preservação e Salvaguarda do Patrimônio Histórico-Cultural 
Brasileiro
Bens de natureza material
Teatro Municipal
No caso dos bens de natureza material, o principal instrumento de salvaguarda 
continua sendo o tombamento. Quando um bem é tombado,o Estado reconhece 
e outorga um valor de distinção. Estado e sociedade civil estabelecem um pacto 
pela conservação das condições físicas daquele bem material, de maneira que 
seu significado cultural seja mantido pelo máximo de tempo possível, a bem do 
interesse público.
Na prática, o tombamento se inicia com um ato administrativo, em que são elen-
cadas as motivações técnicas que serão apreciadas por um Conselho, que res-
paldará ou não o encaminhamento para as medidas de acautelamento legal.
Módulo 1 – Patrimônio, cultura e museus: 
conceitos e práticas
31
O valor legal do tombamento se dá provisoriamente quando o processo é inicia-
do e definitivamente quando o bem é inscrito em um (ou mais de um) dos Livros 
do Tombo, que são os seguintes: Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e 
Paisagístico, Livro do Tombo Histórico, Livro do Tombo das Belas Artes e das 
Artes Aplicadas.
Sob os efeitos legais da proteção, o proprietário do bem tombado (que pode ser 
o Estado, a sociedade civil, uma entidade religiosa etc.), fica obrigado a zelar por 
sua condição material, responsabilizando-se inclusive pelos custos implicados. 
Isso significa que não pode ser feita nenhuma alteração no bem, nem reparos, 
nem obras de manutenção (no caso de prédios, por exemplo), sem a autorização 
do órgão responsável pelo tombamento, seja o IPHAN ou os entes equivalentes 
nos estados, municípios e Distrito Federal.
Bens de natureza imaterial
Capoeira
Quanto aos bens de natureza imaterial, o procedimento de salvaguarda é outro. 
Em vez de se proceder o tombamento, o ato formal mais corrente é o Registro, 
também instituído pelo Programa Nacional de Patrimônio Imaterial. 
Módulo 1 – Patrimônio, cultura e museus: 
conceitos e práticas
32
As categorias que foram definidas para agrupar os bens de natureza imaterial 
são: 
 § Saberes;
 § Formas de Expressão;
 § Celebração; e
 § Lugares.
Outra diferença importante com relação ao procedimento do bem material é 
que, no caso do patrimônio imaterial, não se tem a expectativa de que o bem seja 
“conservado”, ou seja, que suas características sejam mantidas e preservadas. 
Não há meios de (nem bons motivos para) se congelar o estado atual de uma 
manifestação cultural.
A simples intervenção do poder público, com o reconhecimento da condição de 
patrimônio, pode por si só provocar mudanças na prática cultural atrelada ao pa-
trimônio, influindo em sua possibilidade de seguir sendo praticada, transmitida, 
celebrada.
Para os efeitos de registro e acompanhamento do bem cultural, o IPHAN, também 
por meio do Decreto n.º 3.551, criou o Inventário Nacional de Referências Culturais 
(INRC):
[...] uma metodologia de pesquisa desenvolvida pelo Iphan para produzir co-
nhecimento sobre os domínios da vida social aos quais são atribuídos sentidos 
e valores e que, portanto, constituem marcos e referências de identidade para 
determinado grupo social. Contempla, além das categorias estabelecidas no 
Registro, edificações associadas a certos usos, a significações históricas e a 
imagens urbanas, independentemente de sua qualidade arquitetônica ou artís-
tica. 
(IPHAN. Inventário Nacional de Referências Culturais. Disponível em: http://
portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/685/)
http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/685/
http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/685/
Módulo 1 – Patrimônio, cultura e museus: 
conceitos e práticas
33
Conforme o trecho em destaque, O INRC é uma metodologia desenvolvida e utiliza-
da pelo IPHAN para pesquisar o patrimônio imaterial. Ela registra, de modo sistemá-
tico, a partir de critérios pré-indicados e em conjunto com os detentores e pratican-
tes daquele determinado bem, quais são as suas recorrências, quais saberes estão 
implicados, quais são os agentes envolvidos, aspectos particulares da manifestação 
em questão etc. 
A elaboração do inventário, nesse caso, depende então do trabalho conjunto de téc-
nicos e das pessoas que detêm os conhecimentos sobre o bem imaterial em questão.
No caso do inventário participativo, como veremos nos próximos módulos, a partici-
pação dos detentores e demais agentes envolvidos com o bem em questão é a priori-
dade, é a condição para que o inventário seja feito. As categorias também podem ser 
ampliadas de acordo com as especificidades daquilo que será inventariado e com os 
interesses do grupo e comunidade em questão. Tudo isso é assunto para as aulas a 
seguir.
Recomendamos que, antes de passar para o próximo módulo, você busque conhecer 
mais sobre o patrimônio imaterial, observando alguns dos inventários e lendo o Ma-
nual do INRC.
Patrimônios imateriais inventariados conjuntamente com o IPHAN:
Livro de Registro dos Saberes
 § Modo Artesanal de Fazer Queijo de Minas, nas Regiões do Serro e das 
Serras da Canastra e do Salitre
 § Modo de Fazer Cuias do Baixo Amazonas
 § Modo de Fazer Viola de Cocho
 § Modo de Fazer Renda Irlandesa - Sergipe
 § Ofício das Baianas de Acarajé
 § Ofício das Paneleiras de Goiabeiras
 § Ofício dos Mestres de Capoeira
Saiba mais
Módulo 1 – Patrimônio, cultura e museus: 
conceitos e práticas
34
Livro de Registro das Celebrações
 § Círio de Nossa Senhora de Nazaré
 § Complexo Cultural do Boi Bumbá do Médio Amazonas e Parintins
 § Complexo Cultural do Bumba meu boi do Maranhão
 § Festa do Divino Espírito Santo de Paraty 
 § Festa do Divino Espírito Santo de Pirenópolis
 § Festividades do Glorioso São Sebastião na Região do Marajó
 § Festa do Pau da Bandeira de Santo Antônio em Barbalha
Livro de Registro das Formas de Expressão
 § Arte Kusiwa – Pintura Corporal e Arte Gráfica Wajãpi
 § Caboclinho
 § Carimbó
 § Cavalo-Marinho
 § Fandango Caiçara
 § Frevo
 § Jongo no Sudeste
Livro de Registro dos Lugares
 § Cachoeira de Iauaretê – Lugar Sagrado dos Povos Indígenas dos Rios 
Uaupés e Papuri
 § Feira de Campina Grande
 § Feira de Caruaru
 § Tava, Lugar de Referência para o Povo Guarani
Fonte: IPHAN. Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/pagina/deta-
lhes/122
Parabéns! Encerramos o módulo 1!
Nos encontramos no módulo 2.
http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/122
http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/122
Módulo 1 – Patrimônio, cultura e museus: 
conceitos e práticas
35
Referências
ARANTES, António Augusto. A salvaguarda do patrimônio imaterial no Brasil. In: 
BARRIO, Angel Espina; MOTTA, Antonio; GOMES, Mário Hélio. (Org.). Inovação Cultural, 
Patrimônio e Educação. Recife: Editora Massangana, Fundação Joaquim Nabuco, 2009, 
392 p. Disponível em: http://repositorio.ufpe.br/bitstream/handle/123456789/13882/
galyndo2.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em 21/010/2015.
Cândido, Manuelina Maria Duarte. 2013. Gestão de Museus, um Desafio Contemporâ-
neo: Diagnóstico Museológico e Planejamento. 1.ª ed. Porto Alegre: Mediatriz.
CHAGAS, Mario; GOUVEIA, Inês. Museologia Social. Cadernos do CEOM. Chapecó: 
Argos, Ano 27, n.41, 2014 p. 47-69. 
CHAUÍ, Marilena. Cidadania Cultural – O direito à Cultura. São Paulo: Fundação Perseu 
Abramo, 2006. 
FONSECA, Maria Cecília Londres. O Patrimônio em Processo: Trajetória da Política 
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SAQUET, Marcos Aurelio. Abordagens e concepções de território. São Paulo: Editora 
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	Apresentação
	Introdução
	Patrimônio Cultural no Brasil
	Linha do tempo
	Cultura e ReferênciasCulturais
	Museus: Conceitos e Práticas em Transformação
	Museologia Social
	Preservação do Patrimônio Cultural em sua Diversidade
	Instrumentos de Preservação e Salvaguarda do Patrimônio Histórico-Cultural Brasileiro
	Referências

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