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O acordo de não persecução penal é uma alternativa ao processo penal tradicional que tem sido adotada em alguns sistemas jurídicos, incluindo o brasileiro, como forma de promover a celeridade e a efic

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O acordo de não persecução penal é uma alternativa ao processo penal tradicional
que tem sido adotada em alguns sistemas jurídicos, incluindo o brasileiro, como
forma de promover a celeridade e a eficiência na resolução de casos criminais de
menor gravidade, sem a necessidade de submeter o acusado a um processo judicial
longo e oneroso. Vamos explorar mais detalhadamente essa alternativa:
1. Natureza Jurídica:
O acordo de não persecução penal é um instituto de natureza consensual, no qual o
Ministério Público e o acusado, representado por seu advogado, firmam um acordo
visando encerrar o processo criminal sem a necessidade de sua continuidade até o
julgamento. Esse acordo pode prever o cumprimento de determinadas condições
pelo acusado, tais como o pagamento de multa, a reparação do dano causado, a
prestação de serviços à comunidade, entre outras medidas.
2. Pressupostos:
Para que seja celebrado um acordo de não persecução penal, é necessário que o
crime investigado tenha pena mínima não superior a 4 anos e que o acusado
confesse a prática do delito de forma voluntária e esteja de acordo com as
condições estabelecidas pelo Ministério Público. Além disso, é fundamental que
haja elementos suficientes de prova para embasar a acusação.
3. Benefícios e Consequências:
O acordo de não persecução penal pode trazer diversos benefícios para o acusado,
tais como a redução da pena, a extinção da punibilidade, a ausência de
antecedentes criminais, entre outros. Por outro lado, o não cumprimento das
condições estabelecidas no acordo pode levar à sua rescisão e à retomada do
processo criminal, com a consequente submissão do acusado a um julgamento
judicial.
4. Limitações e Críticas:
Apesar de representar uma alternativa viável para a resolução de casos criminais de
menor gravidade, o acordo de não persecução penal também apresenta limitações e
críticas. Alguns críticos argumentam que esse instituto pode favorecer a
impunidade, especialmente nos casos em que o acusado não cumpre as condições
do acordo. Além disso, há preocupações relacionadas à falta de transparência e
controle sobre os termos e condições dos acordos celebrados entre o Ministério
Público e o acusado.
5. Implementação no Brasil:
No Brasil, o acordo de não persecução penal foi introduzido pela Lei nº 13.964/2019,
conhecida como "Pacote Anticrime", e está previsto no artigo 28-A do Código de
Processo Penal. Desde então, esse instituto tem sido utilizado como uma alternativa
ao processo penal tradicional, principalmente em casos de crimes de menor
potencial ofensivo, visando desafogar o sistema judiciário e promover uma justiça
mais eficiente e célere.
Conclusão:
O acordo de não persecução penal é uma alternativa ao processo penal tradicional
que visa promover a celeridade e a eficiência na resolução de casos criminais de
menor gravidade, sem a necessidade de submeter o acusado a um processo judicial
longo e oneroso. Trata-se de um instituto que, quando utilizado de forma criteriosa e
transparente, pode contribuir para a melhoria do sistema de justiça criminal,
garantindo a eficácia da persecução penal e o respeito aos direitos e garantias
fundamentais dos acusados. No entanto, é importante que sua implementação seja
acompanhada de medidas de controle e fiscalização para evitar abusos e garantir a
legitimidade e a legalidade dos acordos celebrados.

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