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Era Vargas: Brasil 1930-1945

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Aula 03
CNU (Bloco Temático 8 - Nível
Intermediário) Realidade Brasileira (Item
1) - 2024 (Pós-Edital)
Autor:
Alessandra Lopes
07 de Fevereiro de 2024
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Sumário 
1. Era Vargas - Introdução ............................................................................................................................. 2 
1.1 - O Governo Provisório de 1930 a 1934 ........................................................................................... 4 
1.1.1 - Revolução Constitucionalista de 1932 .................................................................................... 8 
1.2 - O Governo Constitucional de 1934 a 1937 ................................................................................. 12 
1.3 - O Estado Novo (1937-1945) ........................................................................................................... 17 
1.4 - O Brasil na 2ª Guerra Mundial e o fim do Estado Novo ........................................................ 22 
1.5 – Desfecho da Era Vargas .............................................................................................................. 25 
Lista de Questões .......................................................................................................................................... 28 
Gabarito .......................................................................................................................................................... 43 
Questões comentadas.................................................................................................................................. 43 
Considerações Finais .................................................................................................................................... 74 
 
Olá, queridos, alunos e alunas, 
Sejam bem-vindos e bem-vindas a mais uma aula. É sempre um grande prazer compartilhar com vocês nosso 
trabalho e participar dessa batalha dura e constante na luta pela conquista da sua vaga na Universidade. 
 Esta é a segunda aula sobre Brasil Republicano. Falaremos sobre A Era Vargas (1930-1945) . Quero dizer 
que esse assunto é muito importante para sua prova. Era Vargas tem muita cobrança, assim como a 
participação do Brasil na 2ª Guerra Mundial. 
Não me canso de afirmar: para você, toda questão de história é imperdível! Você precisa estar preparado 
para TUDO! Não esquece: “o segrego do sucesso é a constância no objetivo”. Vamos seguir juntos! 
 
 
 
1930
1945
Alessandra Lopes
Aula 03
CNU (Bloco Temático 8 - Nível Intermediário) Realidade Brasileira (Item 1) - 2024 (Pós-Edital)
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1. ERA VARGAS - INTRODUÇÃO 
O ano de 1930 é um grande marco na História do Brasil. Essa data representa o fim da República 
Oligárquica e a ascensão de Getúlio Vargas, o que deu origem ao que os historiadores chamam de Era 
Vargas, pois ele assume em 1930 e sai em 1945. Vimos, no final da aula passada, o processo que colocou 
Vargas no poder. 
Esses 15 anos da História do Brasil tem uma importância fundamental para a formação do Estado 
Nacional Brasileiro, sobretudo, porque foi um momento de quebra da velha forma patrimonialista de se 
governar. 
Patrimonialismo é o uso, pelos governantes de diversas esferas de poder) dos bens 
públicos para uso e beneficiamento privado e familiar, ou seja, é como se o patrimônio 
público fosse da família. É parte disso, nomear pessoas e amigos próximos para cargos 
públicos a fim de tirar vantagens pessoais. Assim, os interesses pessoais estão acima de 
qualquer comportamento impessoal, moral, republicano e nacionalista. No Brasil, tanto 
durante o Império quanto na 1ª. República, a forma de governar no Brasil foi 
predominantemente patrimonialista. 
Outras concepções políticas e econômicas foram desenhadas e, em certa medida, implementadas. Do ponto 
de vista político, na prática, isso significou a edificação das instituições propriamente republicanas e 
estatais. 
Além disso, a concepção de “nacionalização da economia”, ou o nacional-desenvolvimentismo, 
também impulsionou a transformação das estruturas econômicas do país. 
Assim, podemos afirmar que a Era Vargas abriu caminho para que o Brasil passasse de um 
país agroexportador governado oligarquicamente por partidos regionais para um país 
urbano-industrial com instituições político-administrativas de abrangência nacional. 
Ainda nesse processo, e não menos importante, é possível identificar que o povo passou à cena 
política. Quer seja como ator de lutas políticas características de sociedades urbano-industriais, quer seja 
como beneficiário de leis que garantiram direitos sociais e políticos (como as leis trabalhistas). 
O trabalhismo, como ideologia e valor, conseguiu estabelecer uma ponte entre os trabalhadores e 
seus patrões tendo o Estado como mediador desses conflitos. O Varguismo incorporou as demandas, as falas 
e as simbologias da classe trabalhadora e alçou o povo à condição de sujeito – nem sempre ativo, algumas 
vezes, submisso, mas sempre “recebidos” e “ouvidos”, ainda que fosse sob mediação dos sindicatos 
varguistas. 
 Depois de Vargas, nunca mais foi possível às elites políticas fazerem políticas sem se dirigirem às 
massas populares, ainda que fosse para excluí-las no momento seguinte. Muitas lideranças, inclusive, 
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receberam a alcunha de populistas. Mas uma coisa é fato: Vargas tornou-se o presidente mais popular da 
história do país. E junto com ele, suas concepções e programas: o nacional-desenvolvimentismo, o 
trabalhismo e a ideia de uma Estado Nacional forte, investidor e interventor. 
O nacionalismo, a ideia de um Brasil grande e soberano e, sobretudo, que não dependesse de 
capitais e grupos estrangeiros marcou diversas gerações. Basta lembrar que até hoje a opinião pública é 
majoritariamente contraria à privatização da Petrobrás1 – construída pela ação política de Vargas lá nos anos 
de 1953. Justamente por isso, os governos que seguiram à Era Vargas, de uma forma ou de outra, 
dialogavam, apoiavam, criticavam ou negavam a “arquitetura política econômica e social” desenvolvida 
durante a era Vargas. 
Tendo essa trajetória em mente, vejamos o desenrolar dos fatos. Muita atenção, corujas! 
 
Para fins didáticos e de prova, a Era Vargas pode ser dividida em 3 fases: 
 
1 A privatização da Petrobras, também considerada pelo governo, enfrenta maior oposição: 65% são 
contra a venda da empresa, e 27%, a favor. Há ainda 1% indiferente ao tema, e 7% que não opinaram. 
Nenhum segmento endossa majoritariamente a venda da petrolífera, com exceção dos simpatizantes do 
PSL - 55% são a favor da privatização. Entre empresários, por exemplo, 59% são contra. Na parcela dos 
mais ricos, o índice de opositores à negociação também é de 59%. Entre eleitores de Bolsonaro, 56% 
são contra, e entre aqueles que aprovam seu governo esse índice fica em 52% (e 40% a favor). Pesquisa 
DataFolha de 10/09/2019. Disponível em 10/09/2019 
http://datafolha.folha.uol.com.br/opiniaopublica/2019/09/1988408-maioria-segue-contra-
privatizacoes.shtml. 
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1.1 - O Governo Provisório de 1930 a 1934 
Chama-se de Governo Provisório porque, logo após a Revolução, conforme o próprio nome 
diz, foi preciso criar um grupo que governaria provisoriamente até que fosse escolhido um 
governo oficial e permanente. 
Nesse começo, foi preciso fazer uma série de articulações entre as forças políticas que fizeram a 
Revolução de 1930 para se acomodar todosos interesses e clamor por mudanças. Nesse sentido, a chegada 
de Vargas ao poder provocou a primeira modificação no panorama político brasileiro: o poder precisou ser 
dividido entre todos a forças sociais que apoiaram Vargas. 
A oligarquia cafeeira, derrotada no processo revolucionário de 1930, deixou de dominar sozinha as 
decisões políticas do país. Porém, o fato de ainda persistirem grandes disputas políticas, pois eram muitos 
interesses em jogo, fez com que Vargas fortalecesse seu poder pessoal. 
Getúlio era o líder que se sobressaia, se destacava, dos conflitos políticos, econômicos e sociais e 
aparecia como a figura que colocaria “ordem na casa” porque estaria acima dessas disputas entre grupos 
de interesses diferentes. 
 Que tipo de conflitos? 
Já vimos que havia uma crise na elite política do país: oligarquia cafeeira versus oligarquia dissidente. 
Além dessa crise, outros três conflitos existentes contribuíram para a situação tensa da década de 1930: 
• Luta de classes: o operariado urbano vinha protestando contra as péssimas condições de trabalho, a 
falta de leis trabalhistas e os abusos dos patrões. Do outro lado, os industriais faziam pouco para 
melhorar a qualidade de vida de seus empregados. Eram comuns jornadas de trabalho de 15/16 
horas, crianças trabalharem nas fábricas, salários baixíssimos, entre outros. 
• Governo 
Provisório
1930 a 1934
• Governo 
Constitucional
1934 a 1937
• Estado Novo -
fase ditatorial 
de Getúlio 
Vargas
1937 a 1945
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Essa situação levava os trabalhadores a fazerem inúmeras greves e paralisações. Como muitos 
sindicatos apoiaram Getúlio e a Revolução de 1930, eles passaram a cobrar leis trabalhistas. O 
movimento dos trabalhadores também estava influenciado por ideias anarquistas e socialistas, as 
quais defendiam, em linhas gerais, mais justiça social. 
• Luta entre os Militares: havia um “racha” nas forças armadas brasileiras. Um conflito iniciado por 
oficiais de baixa patente, conhecido como tenentismo. Desde a década de 1920, na figura de Luiz 
Carlos Prestes, os tenentes cobravam e lutavam por mudanças no sistema político e econômico 
brasileiro. Eles combatiam a República Oligárquica e os militares que a apoiavam. 
Dessa forma, o tenentismo acabou se enfrentando com os militares de alta patente – inclusive, 
muitos deles não apoiaram a revolução de 1930. Como os tenentes apoiaram Getúlio, também 
cobraram soluções rápidas para suas reivindicações e para as diferenças no interior do exército; 
• Lutas partidárias: muitos partidos, como o Partido Democrático e o Partido Republicano Paulista, 
apoiaram o início do governo de Getúlio e, por isso, cobram mais espaços em cargos no Governo 
Provisório. Mas, repare que nesse período, os partidos eram organizados tanto regionalmente, 
quanto nacionalmente. Então, havia um determinado partido regional em São Paulo, outro na Bahia, 
outro no Paraná e assim por diante. Ou seja, muitos interesses em jogo. 
 
Diante desses conflitos, Vargas assume a postura de um conciliador. Nesse primeiro momento de seu 
Governo, Getúlio objetiva conciliar os interesses. Dessa postura, surgiu uma das formas com que Getúlio 
Vargas entrou para a História: o Pacificador Social. Essa característica de governar de Vargas fazia parte de 
uma estratégia de permanência no poder. 
De acordo com duas historiadoras do assunto, 
“Ele tinha um plano de poder, pretendia continuar onde estava e, para isso, conduzia a política 
quase como um negócio; seguia as próprias regras e realizava combinações políticas 
aparentemente improváveis, mas que lhe serviam para manter o mando. Seus expedientes mais 
comuns incluíam distribuir vantagens e compensações, procrastinar soluções definitivas até que o 
tempo lhe oferecesse a ocasião propícia para decidir e equilibrar-se como árbitro das disputas na 
coalizão de forças que sustentavam seu governo.”2 
 
Vejamos algumas atuações de Vargas: 
Aos trabalhadores urbanos grevistas, chamados pela elite de “agitadores”, Vargas apelou para que 
ajudassem na construção do Governo Provisório. Em troca, o novo Presidente acenou com a possibilidade 
de criar leis favoráveis aos trabalhadores. Em 1932, por exemplo, foi feita a lei que limitou a jornada de 
 
2 SCHWARCZ, Lilia M. STARLING, Heloisa. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras. 2018, 
p. 363. 
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trabalho diária dos trabalhadores urbanos em 8 horas diárias e 44 semanais. Repare, essa lei só valeu para 
os trabalhadores urbanos. 
Já no que diz respeito aos conflitos na elite do país, Vargas chamou para o Governo Provisório as antigas 
forças agroexportadoras do café, os paulistas. Isso porque, para ele, só seria possível iniciar mudanças no 
país se o setor mais poderoso economicamente apoiasse o novo Governo. Para conciliar os interesses dos 
cafeicultores com os do Governo Provisório, Vargas lançou uma política de defesa do café. Lembro-lhe que 
a economia cafeeira estava em crise após a Grande Depressão de 1929. 
De fato, a valorização do café por Vargas atraiu a oligarquia paulista. Por meio do então criado Conselho 
Nacional do Café (CNC), o Governo Provisório promoveu a compra e estocagem do produto. Isso ajudou os 
cafeicultores e, ao mesmo, tempo ajudou a controlar a inflação. Mas essa política durou pouco e o benefício 
para a economia passou rápido. 
Além disso, uma das consequências da estocagem do café foi que o volume de grãos acumulados em 
armazéns foi enorme. Em 1931 o Governo precisou queimar (colocar fogo mesmo) muitos estoques de café. 
Até para ajudar a mover as locomotivas de trem o café foi utilizado. 
Agora, veja a articulação de Vargas ao aproximar os fazendeiros paulistas. Vargas precisava estimular a 
economia e, para isso, não podia abrir mão dos recursos financeiros que os cafeicultores proporcionavam. 
No horizonte de médio prazo do Governo Provisório estava o processo de industrialização do Brasil. 
Como assim professora? Você poderia me perguntar. 
Veja aluno e aluna: sem exportar café, em função da crise de 1929, o Brasil ficou sem dinheiro para comprar 
produtos industrializados de fora. Aquele mesmo processo de que falei mais acima sobre a construção das 
primeiras indústrias no contexto da 1ª Guerra Mundial, voltou a ser estimulado. 
Assim, o governo estimulou um processo de substituição de importações. Mas, com Vargas, foi algo mais 
grandioso, pois, ou se construíam e ampliavam indústrias, ou o Brasil não iria decolar. Não havia mais o que 
vender para o exterior em termos de produtos agrícolas. Entendeu? 
Por isso, entre 1933 e 1939, a indústria brasileira passou por um crescimento expressivo. O setor têxtil e de 
produção de alimentos cresceu. A participação do Estado foi decisiva para estimular impulsionar esse 
processo. 
 
A década de 1930 no Brasil, início da Era Vargas durante o Governo 
Provisório, inaugurou o modelo de INDUSTRIALIZAÇÃO POR 
SUBSTITUIÇÃO DE IMPORTAÇÕES. O Estado foi decisivo para 
organizar e estimular o crescimento da indústria brasileira. O MODELO ERA O NACIONAL-
DESENVOLVIMENTISMO, ou seja, desenvolver a indústria brasileira com recursos e 
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matéria-prima brasileiras e com capital brasileiro. Ou seja, criar uma verdadeira indústria 
genuinamente nacional. 
Com isso, os nacionais-desenvolvimentista imaginavam que o Brasil transformar-se-ia em 
uma potência autônoma e independente economicamente.(FCC – Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul – 2018) 
Uma das características do processo brasileiro de industrialização, durante a década de 1930, foi 
a) a implantação de uma rede ferroviária comercial, notadamente, ligando a cidade de Santos, no 
litoral paulista, ao interior do estado. 
b) o crescimento pela ampliação da utilização da capacidade instalada, pressionada por uma 
relativa ampliação da demanda, causada pela combinação de aumento do trabalho urbano 
assalariado mais inflação moderada, mas constante. 
c) a consolidação de um setor de produção de bens de capital. 
d) o rápido afluxo de pessoas do meio rural para a constituição dos centros urbanos brasileiros, 
promovendo a inversão dos percentuais de distribuição de população entre campo e cidade. 
e) a descentralização territorial deste processo, com importantes manifestações nas diferentes 
regiões brasileiras, e consequente regionalização equitativa do produto industrial. 
Comentários: 
A década de 1930 é considerada um marco importante no processo de industrialização brasileira. 
A crise de 1929, que afetou a economia mundial, provocou uma queda nas importações brasileiras, 
o que levou o governo a incentivar a produção industrial nacional. Além disso, a Revolução de 
1930, que colocou Getúlio Vargas no poder, também contribuiu para o processo de 
industrialização, com a adoção de políticas de incentivo à indústria nacional. 
(a) - INCORRETA 
A implantação de uma rede ferroviária comercial, notadamente, ligando a cidade de Santos, no 
litoral paulista, ao interior do estado, foi uma importante obra de infraestrutura realizada no Brasil 
no século XIX. Essa obra foi fundamental para o desenvolvimento econômico do país, facilitando 
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o transporte de mercadorias e pessoas entre o litoral e o interior. No entanto, ela não foi uma 
característica do processo de industrialização da década de 1930. 
( b) - CORRETA 
O crescimento pela ampliação da utilização da capacidade instalada, pressionada por uma relativa 
ampliação da demanda, causada pela combinação de aumento do trabalho urbano assalariado 
mais inflação moderada, mas constante, foi uma das características do processo de industrialização 
da década de 1930. A crise de 1929 provocou uma queda nas importações brasileiras, o que levou 
o governo a incentivar a produção industrial nacional. Além disso, a Revolução de 1930, que 
colocou Getúlio Vargas no poder, também contribuiu para o processo de industrialização, com a 
adoção de políticas de incentivo à indústria nacional. Essas políticas, como o Plano Nacional de 
Obras Públicas (1934-1937) e o Decreto-Lei nº 2.848, de 1937, que criou a Lei de Proteção à 
Indústria Nacional, contribuíram para o aumento da demanda por produtos industrializados, o 
que, por sua vez, pressionou as indústrias a ampliar sua capacidade instalada. 
(c) - INCORRETA 
A consolidação de um setor de produção de bens de capital foi uma característica do processo de 
industrialização brasileiro a partir da década de 1950, com a adoção do Plano de Metas (1956-
1961). Na década de 1930, o foco da industrialização brasileira ainda estava na produção de bens 
de consumo. 
(d) - INCORRETA 
O rápido afluxo de pessoas do meio rural para a constituição dos centros urbanos brasileiros, 
promovendo a inversão dos percentuais de distribuição de população entre campo e cidade, 
também foi uma característica do processo de industrialização brasileiro a partir da década de 
1950. Na década de 1930, ainda não havia um processo de urbanização significativo no Brasil. 
(e) - INCORRETA 
A descentralização territorial deste processo, com importantes manifestações nas diferentes 
regiões brasileiras, e consequente regionalização equitativa do produto industrial, foi uma 
característica do processo de industrialização brasileiro a partir da década de 1970. Na década de 
1930, a industrialização brasileira ainda estava concentrada nas regiões Sudeste e Sul do país. 
Gabarito: B 
1.1.1 - Revolução Constitucionalista de 1932 
Apesar de Vargas ter apoiado os cafeicultores paulistas, havia um risco de eles serem fortalecidos 
novamente e querem tomar o poder de volta das mãos dos revolucionários de 1930. Afinal, a derrota era 
recente e os ânimos ainda estavam quentes. 
Alessandra Lopes
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Ocorreu que Vagas nomeou para governar o Estado de São Paulo o pernambucano e tenentista João 
Alberto. A ação desagradou os fazendeiros paulistas, pois como seria possível a elite do país ficar sob o 
comando de um pernambucano e ainda mais de baixa patente? Foi um desaforo para a oligarquia paulista. 
Vargas também tirou dos paulistas o controle das exportações do café. Vocês sentem um cheiro de conflito?? 
Para tentar amenizar a relação entre paulistas e Governo Provisório, Vargas fez outra nomeação. 
Contudo, a elite paulista não queria nada de Provisório, os paulistas queriam mesmo era reestabelecer um 
Governo com uma Constituição definitiva que garantisse liberdade política e administrativa aos Estados. 
Isso porque, sob uma situação de estabilidade do país, tanto a elite econômica cafeeira quanto os partidos 
de São Paulo poderiam voltar ao protagonismo das decisões políticas e econômicas do Brasil. Ninguém queria 
a centralização do poder em apenas uma pessoa. 
Nesse cenário tenso, o Partido Democrático (PD) rompeu com Vargas e, juntamente com o Partido 
Republicano Paulista (PRP), formou a Frente Única Paulista. Essa frente fez duas exigências ao Governo 
Provisório: 
 Queria um interventor político paulista para comandar o Estado de São Paulo; 
 Queria uma nova Constituição para o Brasil. 
Vargas até acenou que poderia convocar uma Assembleia Constituinte para resolver o impasse. Mas não 
adiantou, pois a essa altura “a astúcia política de Vargas parecia esgotada”3. 
A Frente Única Paulista começou a mobilizar a população do Estado e, em 1932, deu início 
à Revolução Constitucionalista de 1932. 
 O conflito de 1932 foi uma luta armada. O principal setor a se mobilizar no Estado de São Paulo foi a 
classe média. A “causa” paulista foi abraçada pela população do Estado: jovens se alistavam voluntariamente 
para combater Vargas; mulheres ricas e pobres doavam alianças, correntinhas, joias para financiar a luta 
armada, evento que ficou conhecido como a campanha do “Ouro pelo Bem de São Paulo”. Mas nem todos 
os cidadãos do Estado de São Paulo foram para o combate. Os trabalhadores das fábricas, que enxergavam 
em Getúlio Vargas uma saída para direitos trabalhistas, ficaram de fora da mobilização geral. 
Além disso, a própria elite paulista tinha medo de que os operários entrassem no conflito armado e, 
depois, se voltassem contra os patrões. Eram as contradições e riscos de uma revolta mais massiva. Entende? 
Após 3 meses de conflito e cerca de 900 mortos, os paulistas se renderam em 1º de outubro de 1932. Alguns 
líderes paulistas foram presos, deportados e políticos perderam seus mandatos. Porém, como era inviável 
ignorar a elite paulista na construção de um projeto de nação, em 1934, Vargas concede anistia política aos 
líderes da Revolução de 1932. 
 
3 Idem, ibidem. 
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Anistia é quando há um perdão do Governo a indivíduos ou grupos que, de alguma maneira, 
desafiaram o poder vigente. 
Por mais que os paulistas tenham perdido essa batalha por uma nova Constituição para o Brasil, eles 
conseguiram despertar essa ideia em outros estadose forças políticas do Brasil. Por isso, o movimento por 
uma nova Constituição, chamado de constitucionalismo, ganhou força em 1933. 
Em 1933, Vargas, então, institui o Código Eleitoral o qual introduz no Brasil as seguintes mudanças em 
eleições: 
 O voto passou a ser secreto; 
 O voto feminino passou a ser permitido, ou seja, as mulheres conquistaram o direito ao voto; 
 Foi instituída a Justiça Eleitoral. 
 Surge a figura dos deputados classistas, representantes eleitos pelos Sindicatos. 
 
Em muitos sentidos, esse Código Eleitoral de 1933 buscou apaziguar os conflitos sociais e políticos. Ainda no 
ano de 1933, foram organizadas as eleições dos representantes que participariam da Assembleia 
Constituinte, a qual seria responsável por aprovar uma nova Constituição em 1934. 
4 
Dentre as principais inovações da Constituição de 1934, destaco o seguinte: 
 Criação do Tribunal do Trabalho, responsável por resolver os conflitos entre empregados e 
empregadores; 
 Leis trabalhistas, como o direito dos trabalhadores de se organizarem em sindicatos; 
 A possibilidade de o Governo brasileiro nacionalizar empresas estrangeiras; 
 O estabelecimento do monopólio estatal sobre determinados ramos da indústria. 
 
4 Câmara dos Deputados. 190 Anos do Parlamento. Disponível em: 
https://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/plenario/discursos/escrevendohistoria/190-anos-do-
parlamento-brasileiro/jornal-da-camara-190-anos-do-parlamento. Acesso em: 22/06/2019. 
Em 1934, das 22 cadeiras da bancada paulista, a chapa 
de São Paulo, formada pelos partidos PRP e PD, elegeu 
17 nomes. Entre eles estava a primeira mulher a 
assumir um cargo legislativo no Brasil, Carlota 
Queiroz. Repare Carlota na foto. 
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 Voto direto e secreto para os cargos dos Poderes Executivo e Legislativo. 
Além disso, a Constituição de 1934 também definiu que o próximo Presidente do país seria eleito de 
forma indireta pelos representantes do povo reunidos na Assembleia Constituinte. 
Sobre isso, explico: existe a eleição direta quando o povo vota diretamente nos 
representantes e existe a eleição indireta quando os deputados (representantes já eleitos) 
escolhem o Presidente. No caso de 1934, a eleição para Presidente da República foi 
indireta. 
E adivinhe quem foi eleito o Presidente? Isso mesmo, Getúlio Vargas! 
 
Com a eleição de Vargas para um mandato de 4 anos, sem a possibilidade de reeleição, temos início ao 
segundo período da Era Vargas, o Governo Constitucional. 
(VUNESP 2010) 
Sobre o movimento constitucionalista de 1932, é possível afirmar que 
a) foi o resultado da política federal, que impedia a exportação do café de São Paulo para o Ocidente 
europeu. 
b) atrasou o processo de democratização brasileira empreendido por Getúlio Vargas a partir de 1930. 
c) tinha, como principal objetivo, a separação do estado de São Paulo do restante da federação. 
d) levou o governo federal a negociar com a oligarquia paulista e a fazer concessões a seus interesses. 
e) obteve sucesso, derrotando as tropas de Vargas e devolvendo a presidência aos cafeicultores. 
Comentários: 
Após dois meses de guerra civil travada entre paulistas e tropas do governo federal em 1932, Vargas 
conseguiu abafar o único movimento armado eclodido durante todo o período em que se mantém no poder. 
Contudo, se compromete em seguida a acatar a principal reivindicação dos rebeldes, a convocação da 
Assembleia Constituinte. A alternativa D, portanto, é a correta. 
- Apesar da derrota imposta à classe política paulista pelos revolucionários de 1930, não há restrições do 
governo Vargas quanto às suas atividades econômicas, e por isso a alternativa A está incorreta. 
- O governo provisório de Vargas, como o próprio nome sugere, não era aparado por um ordenamento 
constitucional, fato questionado pelo movimento de 1932. Na verdade, Vargas apresenta tendências 
autoritárias durante o seu primeiro governo, e por isso a alternativa B está incorreta. 
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- A alternativa C está incorreta, afinal o principal objetivo do movimento de 1932 era a convocação da uma 
assembleia que promulgasse uma nova constituição para o país, o que acaba acontecendo no ano seguinte, 
à despeito de sua derrota. 
- A alternativa E está incorreta, uma vez que os revolucionários de 1932 foram derrotados pelas tropas do 
governo central. Contudo, o principal objetivo do movimento foi atingido no ano seguinte, com a convocação 
do pleito para eleger os deputados constituintes. 
Gabarito: D 
1.2 - O Governo Constitucional de 1934 a 1937 
Chama-se de Governo Constitucional porque esse período ficou marcado pela tentativa 
de colocar em prática a Constituição recém-promulgada. Apesar de essa Constituição 
conter mecanismos de controle do chefe do Poder Executivo, como a crise de poder no 
Brasil ainda persistia, Vargas começou a tomar atitudes autoritárias. 
 
Em geral, os poderes de um Estado são divididos em Poder Executivo 
(Presidente da República, Governadores e Prefeitos), Poder Legislativo 
(Senadores, Deputados e Vereadores) e Poder Judiciário (Ministros de 
Tribunais Superiores e juízes). 
A harmonia entre esses três poderes caracteriza governos democráticos estáveis. Quando 
um poder tende a se sobrepor ao outro, inicia-se um período autoritário. 
 E como estava a disputa política nesse período do Governo Constitucional? 
 De um lado, o Estado, controlado por Vargas, começou a intervir na vida econômica e na vida política. 
Do outro, grupos políticos de diferentes orientações ideológicas começaram a tomar atitudes mais radicais, 
uma luta entre os próprios grupos e dos grupos contra o Governo. 
 Dentre esses grupos radicais, destaco a Ação Integralista Brasileira (AIB). Esse grupo, formando em 
1932 e de orientação fascista, não concordava com a implementação de um sistema democrático. Por isso, 
os membros da AIB foram contrários à Constituição de 1934 e organizaram uma espécie de governo paralelo 
com milícias armadas. Seu principal líder foi Plínio Salgado. 
Da mesma forma, os assim conhecidos integralistas combatiam as ideias anarquistas, socialistas e 
comunistas do movimento dos trabalhadores, pois não concordavam com uma sociedade mais igualitária. 
Outra característica dos integralistas era o nacionalismo. Porém, não o nacionalismo de um país 
para todos, mas para uma elite branca. A AIB defendia uma sociedade hierarquizada baseada na estrutura 
social discriminatória na qual nem a população de imigrantes que vivia no Brasil (italianos, portugueses e 
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espanhóis), nem os negros, teriam espaço no topo da sociedade. A AIB tinha um discurso forte contra os 
judeus. Esse tipo de pensamento tem origem nas ideias fascistas. 
Apesar de a AIB fazer críticas ao Governo Vargas, este via o movimento com bons olhos, pois a 
proposta dos integralistas de disciplinar a sociedade e estabelecer uma hierarquia social agradava a Getúlio. 
 Em oposição ao movimento integralista e ao Governo Vargas, em 1935, foi organizada a Aliança 
Nacional Libertadora (ANL). Essa aliança combatia as ideias fascistas e o crescente autoritarismo de Vargas. 
Um de seus líderes era Luís Carlos Prestes. A ANL era formada por pessoas de diversas camadas da sociedade 
brasileira. Essa frente defendia o seguinte programa de mudanças para o país: 
 Suspensão do pagamento da dívida externa e cancelamento unilateral pelo Brasil junto aos credoresinternacionais; 
 Nacionalização de empresas estrangeiras; 
 Combate ao fascino da AIB; 
 Defesa das liberdades individuais e da liberdade religiosa; 
 Reforma agrária com garantia de manutenção das pequenas e médias propriedades; 
 Combate ao racismo e ao fascismo.5 
Como parte dos militares que participavam do movimento tenentista aderiu à Aliança Nacional 
Libertadora, o movimento começou a ganhar ações armadas. Além disso, a ANL acusava Vargas de se unir 
aos integralistas da AIB para inviabilizar a Constituição de 1934 e caminhar para um governo autoritário. 
Com bastante penetração nas forças armadas e com comícios em praças e ruas que arrastavam 
multidões, o Governo Vargas começou a temer o crescimento da ANL. Um dos temores de Vargas era de 
que os comunistas presentes na ANL assumissem o controle dessa aliança e começassem a organizar outra 
Revolução no país. 
Diante desse contexto tenso nas ruas e nos quartéis, o Governo Vargas decretou a ilegalidade da 
ANL e proibiu suas ações. Ou seja, promoveu a censura, algo contrário ao que a Constituição de 1934 
determinou. 
Em 1935, alguns membros da ANL, sobretudo, os ligados ao Partido Comunista, por sua vez, 
organizaram um levante armado com o objetivo de iniciar mais uma revolução no país. Porém, diferente da 
Revolução de 1930, que contava com setores da elite, o movimento da ANL era mais popular. Por isso, a 
imprensa e o Governo denominaram essa tentativa insurrecional de Intentona Comunista. 
 A partir dessa ação da ANL, Vargas encontrou uma justificativa para iniciar uma perseguição a 
líderes sindicais, organizações socialistas e comunistas, a quaisquer cidadãos mais críticos. Em meio a essas 
perseguições até o escritor brasileiro Graciliano Ramos também foi preso. 
 
5 SCHWARCZ, Lilia M. STARLING, Heloisa. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras. 2018, 
p. 369. 
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Era tanta gente presa que as prisões ficaram lotadas e foi preciso colocar os presos políticos em navios 
e em duas Ilhas: um presídio na Ilha Grande (RJ) e outro em Fernando de Noronha (PE). Foi nesse momento 
que Olga Benário, judia e comunista, esposa de Luís Carlos Prestes, foi deportada grávida para a Alemanha 
de Hitler, entregue ao Governo Nazista e morta em uma câmara de gás nos campos de concentração. 
 
Aliás, para quem quiser estudar se divertindo recomendo o filme brasileiro Olga. É uma forma interessante 
de memorizar o cenário de conflitos da época. 
Vargas iniciou uma guinada autoritária para controlar o Poder Legislativo, os parlamentares. Assim, em 
1937, Vargas articulou para que o Congresso aprovasse a decretação do estado de sítio (restrições a direitos, 
como liberdade de reunião e de protestos de rua) e, em seguida, a decretação do estado de guerra (foi a 
ampliação do estado de sítio e a realização de operações de guerra em diferentes partes do país). 
O estado de guerra, segundo as leis da época, só poderia ter existido se o Brasil estivesse em guerra contra 
outro país. Mas Vargas não se importou com esse “detalhe”, declarou estado de guerra, mesmo sem haver 
guerra. Tudo isso para obter supremo controle das forças policiais e, assim, se impor sobre os demais poderes 
da República. 
Em decorrência das medidas de Vargas, o Poder Legislativo perdeu autonomia e as forças policiais ampliaram 
seus poderes. Duas instituições foram criadas: 
 O Tribunal de Segurança Nacional; 
 A Comissão Nacional de Repressão ao Comunismo. 
Apesar do clima de repressão política instaurado pelo Governo Vargas, o ano de 1937 contou com eleições 
para Presidente da República. Mas, lembre-se: Vargas estava impedido de se reeleger por conta da proibição 
determinada na Constituição de 1934. 
Dois candidatos de maior destaque estavam na liderança: o paulista Armando de Salles Oliveira, do Partido 
Democrático (contrário ao autoritarismo de Vargas), e o paraibano Jose Américo de Almeida. Mas Vargas 
tinha pretensões de continuar no poder e a isso foi somado o interesse da alta cúpula do Exército em 
manter um regime autoritário no Brasil ao invés de um ambiente democrático. 
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Não se esqueça que, nesse momento, o mundo estava bastante influenciado 
por ideais autoritários vindos da Europa conforme os regimes políticos 
ditatoriais de Adolf Hitler na Alemanha e Mussolini na Itália. Esses líderes 
inspiraram muitos governantes na América Latina. Grande parte desses ideais 
autoritários eram antidemocráticos, antiliberais e anticomunistas. Isso 
porque, um ambiente democrático, sem censura e com liberdade de 
expressão, permite que ideias liberais e socialistas possam ser propagadas. 
Os militares, então, queriam um Governo de “mão forte” e ditatorial para acabar com as tensões 
políticas da época. Mas não era só o ambiente democrático que os militares queriam evitar, eles também 
queriam se preparar para uma possível 2ª Guerra Mundial que estava próxima de ser deflagrada. Para tanto, 
a aposta dos militares era no desenvolvimento na industrial pesada de mecânica, siderurgia e química. Essa 
possibilidade seria mais fácil de ser aplicada com Vargas no poder. 
Vargas, que precisava do apoio dos militares para se manter no poder, apoiou o programa econômico 
proposto pelo exército e, com isso, surgiu o “modelo de desenvolvimento industrial” patrocinado pelo 
Estado. Contudo, faltava uma justificativa para Vargas e os militares darem um Golpe e impedirem que as 
eleições para Presidente da República continuassem. 
Isso aconteceu em setembro de 1937. O Governo Vargas divulgou a existência de um plano comunista 
para tomar o poder no Brasil. Mas o plano era falso, foi uma invenção escrita por um oficial do Exército, 
General Góes Monteiro, que também era membro da organização integralista, a AIB. Esse plano ficou 
conhecido como Plano Cohen. 
Essa notícia – uma espécie de “fake news” da época- gerou um pânico nos meios de comunicação e na 
sociedade. Com essa histeria social causada pela história do Plano Cohen, a suposta ação comunista que iria 
tomar o Brasil, Vargas fez o seguinte em 10 de novembro de 1937: 
✓ Fechou o Congresso; 
✓ Extinguiu os Partidos; 
✓ Suspendeu as eleições Presidenciais; 
✓ Suspendeu a Constituição de 1934 e, no lugar instituiu outra, conhecida como Constituição 
Polaca (sem direitos democráticos e sem limites para o poder do Chefe do Governo). Suspensão 
suspenção. 
Com isso, inicia-se o período da Era Vargas conhecido como Estado Novo – uma verdadeira ditadura 
civil. 
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(FGV 2012) 
 “Todos os sofrimentos do mundo moderno se originam de um só defeito da grande máquina: a falta de 
disciplina. O conceito da liberdade excessiva, o predomínio do individualismo mais desenfreado determinou 
o desequilíbrio social que perturba o ritmo da vida do nosso século. 
Desde a Revolução Francesa, outro não tem sido o grito da humanidade, senão aquele que atroou todos os 
recantos do mundo e do século: 
— Liberdade! Liberdade! 
E foi a liberdade que espalhou pelas nações as doutrinas mais contraditórias, as afirmativas mais absurdas, 
os brados mais lancinantes de angústia do pensamento e do coração.” 
Salgado, Plinio. “Liberdade, caminho da escravidão” in O Sofrimento Universal. São Paulo: José Olympio, 
1934, pág. 217 a 220. 
O texto acima pode ser vinculado: 
a) ao integralismo, pelo seu conteúdo de crítica ao individualismo e à liberdade. 
b) ao comunismo, pela defesa do coletivismoe da revolução social. 
c) ao anarcossindicalismo, pelo conteúdo de crítica social e defesa do sindicalismo. 
d) ao liberalismo, por remeter à herança da Revolução Francesa e ao individualismo. 
e) ao conservadorismo, pela defesa da tradição e da religião cristã. 
Comentários 
 O texto da questão é de Plínio Salgado, principal líder da AIB (Ação Integralista Brasileira), isso já nos 
dá uma boa dica de qual é a resposta. De qualquer forma, vamos relembrar um pouco o que estudamos na 
aula sobre o Integralismo e o próprio Plínio: 
Dentre esses grupos radicais, destaco a Ação Integralista Brasileira (AIB). Esse grupo, formando em 1932 e 
de orientação fascista, não concordava com a implementação de um sistema democrático. Por isso, os 
membros da AIB foram contrários à Constituição de 1934 e organizaram uma espécie de governo paralelo 
com milícias armadas. Seu principal líder foi Plínio Salgado. 
Da mesma forma, os assim conhecidos integralistas combatiam as ideias anarquistas, socialistas e 
comunistas do movimento dos trabalhadores, pois não concordavam com uma sociedade mais igualitária. 
Outra característica dos integralistas era o nacionalismo. Porém, não o nacionalismo de um país para todos, 
mas para uma elite branca. A AIB defendia uma sociedade hierarquizada baseada na estrutura social 
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discriminatória na qual nem a população de imigrantes que vivia no Brasil (italianos, portugueses e 
espanhóis), nem os negros, teriam espaço no topo da sociedade. A AIB tinha um discurso forte contra os 
judeus. Esse tipo de pensamento tem origem nas ideias fascistas. 
Portanto, gabarito é letra a). 
Gabarito: A 
 
1.3 - O Estado Novo (1937-1945) 
Diante dessas medidas, foi fácil para Getúlio Vargas substituir a Constituição Liberal e Democrática de 
1934 por outra mais autoritária de expressão claramente fascista, conhecida como Constituição Polaca. Um 
exemplo disso foi a concentração dos poderes nas mãos do poder executivo liderado por Vargas. Lembra 
que, mais acima, eu expliquei que os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, em geral, são independentes 
um do outro? Pois é, olha o que determinou a tal Constituição Polaca: 
• Extinção do Poder Legislativo; 
• Subordinação do Poder Judiciário ao Poder Executivo; 
• Indicação dos Governadores pelo Presidente 
Até mesmo os integralistas, que apoiaram o Golpe de Vargas, se levantaram contra o Estado Novo no 
que ficou conhecido com a Intentona Integralista. Mas foram derrotados e seu líder, Plínio Salgado, foi 
expulso do país (exilado). Ou seja, Vargas havia conseguido derrotar, praticamente, todos aqueles que, de 
alguma maneira, o criticavam – ainda que tivessem sido seus aliados recentes. 
Agora, com tantas medidas ditatoriais, Vargas precisava construir uma base de apoio rapidamente, 
pois, do contrário, voltaria a ter oposição. Adivinha com qual setor da sociedade essa base de apoio foi 
construída, querido aluno e querida aluna? 
Os trabalhadores urbanos, sobretudo, os operários das fábricas! 
Desde a década de 1920, os trabalhadores vinham fazendo greves e protestos para reivindicar leis 
trabalhistas. Vargas, em suas campanhas, sempre acenou a possibilidade de atender aos anseios dos 
trabalhadores. 
 Pois bem, caro e cara, de forma muito habilidosa Vargas começou a atender as reivindicações dos 
trabalhadores urbanos e, com isso, iniciou a organização do que conhecemos com “leis trabalhistas”. 
Algumas delas já existiam anteriormente, como a lei da jornada de trabalho de 8 horas, a proibição do 
trabalho infantil, entre outras. 
Como os trabalhadores urbanos eram uma força social em crescimento, afinal, a industrialização 
estava crescendo, a ditadura varguista precisa controlá-los ao mesmo tempo em que os encantava com 
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concessões. Além das leis trabalhistas, o Estado Novo iniciou uma série de ações para “valorizar” os 
operários: 
• Negociações com os representantes sindicais; 
• Financiamento dos sindicatos; 
• Campanha em rádios e com cartazes nas ruas para enaltecer os trabalhadores. 
• Criação da festa do dia 1º de Maio – Dia do Trabalhador! 
Segundo a historiadora Angela de Castro Gomes, tratou-se de uma iniciativa de “controle” dos 
trabalhadores6. Esse controle também podia ser conferido no fato de Vargas atrelar os sindicatos ao Estado, 
isto é, para os sindicatos existirem eles precisavam de uma autorização estatal. 
Para consolidar seu poder, Vargas criou o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) com o 
objetivo de iniciar uma verdadeira campanha de propaganda e marketing para enaltecer seu Governo e, 
principalmente, sua própria pessoa transformando Vargas em um líder popular e carismático. As atividades 
do DIP incluíam: 
• Controlar os meios de comunicação de massa. Na época o principal veículo de comunicação era 
o RADIO. Vargas criou o programa A Voz do Brasil; 
• Censurar as matérias jornalísticas e livros que circulavam pelo país; 
• Promover eventos culturais e comícios para fortalecer a figura de Vargas. 
 Além das atividades do DIP, Vargas iniciou uma série de medidas no campo da educação a fim de criar 
um ensino nacionalista e baseado no culto ao líder. Veja como era feita propaganda junto às crianças. 
 
“Vargas seria veiculado junto aos jovens e 
às crianças como um ser superior – 
estratégia usada pelas políticas de culto à 
personalidade. Por isso mesmo, foi durante 
o Estado Novo que se construiu 
definitivamente o mito Vargas, fruto do 
carisma do presidente, mas também da 
eficiente máquina de propaganda 
existente.”7 
 
6 GOMES, Angela de Castro. Liberdade não é de graça. Entrevista à Revista História da Biblioteca 
Nacional. 1º de mar/2007. 
7 D'ARAUJO, Maria Celina. O Estado Novo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2000, p. 36. 
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Todo esse fortalecimento do poder de Estado, da liderança pessoal e carismática de Getúlio Vargas e, 
principalmente, a relação direta que ele estabeleceu com os trabalhadores urbanos passou a ser 
denominado de Populismo. Para visualizar a ideia do que foi o populismo varguista, veja as imagens abaixo 
de Vargas no 1º de Maio, dia do Trabalho. 
 
 Durante o Estado Novo, Vargas fazia discursos nos feriados do Dia do 
Trabalho anunciando novas concessões (direitos) aos trabalhadores do Brasil. Dentre as principais medidas 
da política trabalhista de Vargas, destaco: 
 Instituição do Salário Mínimo; 
 Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). 
Aproveito esse momento em que fica evidente a exaltação da figura de Getúlio Vargas para 
te explicar o seguinte: foi a partir da construção da liderança de Vargas que surgiu a figura 
do líder nacional como “mito político”. Guarde isso pois essa noção é recorrente na história 
política do Brasil. 
No que diz respeito à intervenção do Estado na economia, Vargas iniciou um processo de 
planejamento e coordenação da economia, fortalecendo o a industrialização por substituição de 
importações somada a estatização do setor da indústria de base ou indústria pesada. 
Assim, havia uma complementariedade entre o Estado e a iniciativa privada, com o estado dirigindo, 
coordenando e determinando o desenrolar do desenvolvimento. Vargas criou diversas empresas estatais, 
principalmente no setor da indústria pesada, como queriam os militares. Por isso, podemos dizer que o 
Estado Novo fomentou o desenvolvimento da economia brasileira. 
Alguns exemplos deempresas estatais criadas entre 1937 e 1945: 
• Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), criada em 1940; 
• Companhia Vale do Rio Doce, criada em 1942; 
• Fábrica Nacional de Motores, criada em 1943; 
• Fábrica Nacional de Álcalis, criada em 1943; 
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• Companhia Hidrelétrica do Vale do São Francisco, criada em 1945. 
 
A economia nacional foi estimulada pela 2ª Guerra Mundial (início em 1939) porque o preço dos 
produtos agrícolas de exportação aumentou, fato que levou o país a fazer caixa positivo. Com dinheiro em 
caixa, a economia interna foi fortalecida e o Brasil conseguiu consolidar o desenvolvimento industrial. 
Muitos historiadores fazem a seguinte síntese do período do Estado Novo, dentro da Era Vargas: 
 
 
A industrialização brasileira ocorreu por meio de um regime autoritário de modo que a Era 
Vargas pode ser caracterizada como uma modernização conservadora. Diz-se conservadora 
porque o desenvolvimento econômico e os ganhos sociais ocorreram sem liberdades e 
democracia. 
 
Também quero que você fique com o seguinte resumo da política trabalhista de toda a Era Vargas: 
“Um dos aspectos mais coerentes do governo Vargas foi a política trabalhista. Entre 1930 e 1945, 
ela passa por várias fases, mas, desde logo se apresentou como inovadora em relação ao período 
anterior. Desde novembro de 1930, quando foi criado o Ministério do Trabalho, Indústria 
e Comércio, seguiram-se leis de proteção ao trabalhador, de enquadramento dos sindicatos pelo 
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Estado e criavam-se órgãos para arbitrar conflitos entre patrões e operários: as Juntas de 
Conciliação e Julgamento”. 8 
 
Ainda, lembre-se de que: 
 Em 1943 Vargas editou a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), um conjunto de normas criadas 
desde a década de 1930 para proteger o trabalhador e garantir condições adequadas de trabalho. 
 São exemplos de leis trabalhistas criadas no governo Vargas: 
➢ jornada diária de 8 horas; 
➢ direito a férias anuais remunerada 
➢ regulamentação do trabalho do menor e da mulher 
➢ descanso semanal remunerado 
➢ direito à previdência social. 
As leis trabalhistas não foram apenas uma concessão do Estado aos trabalhadores, pois desde 
a República Velha os trabalhadores já lutavam para que o Estado resolvesse a questão social 
no Brasil. Por isso, direitos trabalhistas também podem ser interpretados como tendo sido 
conquistados. Era o poder de barganhar dos trabalhadores da época. 
 
 
(CESPE/CEBRASPE – CACD – 2017) 
A chamada Revolução de 30 levou ao poder Getúlio Vargas, cujo governo, caracterizado por importantes 
acontecimentos políticos e econômicos, se estendeu até 1945. A esse respeito, julgue (C ou E) os itens 
subsecutivos. 
1 No período entre 1930 e 1937, a política econômico-financeira do governo Vargas procurou atender a 
interesses de diversos setores, incluindo-se os agrários. 
2 Em 1932, o levante armado de São Paulo contra Getúlio Vargas reuniu forças políticas que esperavam o 
retorno das formas oligárquicas de poder, bem como aquelas que reivindicavam uma democracia liberal 
para o país. 
 
8 FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: EDUSPE, 2003, p.35-36. 
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3 Conforme determinava a Constituição promulgada em 1934, Getúlio Vargas foi eleito presidente da 
República, nesse ano, por voto direto, tendo recebido o apoio de líderes sindicais e de elites regionais. 
4 A descoberta do plano Cohen, com provas de que os integralistas pretendiam tomar o poder por meio de 
um golpe de Estado e alinhar o Brasil ao fascismo italiano, foi a justificativa empregada por Vargas para a 
instalação da ditadura do Estado Novo, em 1937. 
Comentários: 
1. Certa: Entre 1930 e 1937, a política econômico-financeira do governo Vargas buscou atender a 
interesses de vários setores, incluindo os agrários. Isso faz parte do esforço de Vargas para modernizar a 
economia brasileira e promover o desenvolvimento industrial. 
2. Certa: Em 1932, o levante armado em São Paulo contra Getúlio Vargas reuniu forças políticas que 
desejavam o retorno das formas oligárquicas de poder, bem como aquelas que buscavam uma democracia 
liberal para o país. Isso mostra a complexidade e a diversidade das forças políticas em jogo durante esse 
período. 
3. Errada: De acordo com a Constituição promulgada em 1934, Getúlio Vargas não foi eleito presidente 
da República por voto direto. Na verdade, ele foi nomeado presidente pela Assembleia Constituinte. 
Portanto, essa afirmação está errada. 
4. Errada: A descoberta do Plano Cohen, que supostamente mostrava que os integralistas pretendiam 
tomar o poder por meio de um golpe de Estado e alinhar o Brasil ao fascismo italiano, foi usada por Vargas 
como justificativa para instalar a ditadura do Estado Novo em 1937. No entanto, é importante notar que o 
Plano Cohen foi posteriormente revelado como uma falsificação criada pelo governo Vargas para justificar a 
instauração do Estado Novo. 
Gabarito: C; C; E; E. 
 
 
1.4 - O Brasil na 2ª Guerra Mundial e o fim do Estado Novo 
A crise da Era Vargas e o fim do estado Novo estão, em grande medida relacionados com a 
participação do Brasil na 2ª. Guerra Mundial. Vejamos como isso se desenvolveu. Atenção agora! 
 O Brasil se tornou estratégico no conflito da 2ª GM. Por um lado, a posição geográfica do país, com 
um litoral banhado pelo Oceano Atlântico e com a ponta do nordeste (Rio Grande do Norte) voltada para a 
África, era almejada pelas potencias em conflito. 
Por outro, diante da neutralidade do Brasil, conquistar o apoio brasileiro era importante, seja para o 
lado do Eixo, seja para o lado dos Aliados. Afinal, como falamos antes, trata-se do maior país da América do 
Sul e com uma quantidade imensa de riquezas. 
No início da 2ª Guerra Mundial, o Brasil adotou uma posição “neutra”. 
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Neutra, neutra...mais ou menos, viu caro aluno. Na verdade, Getúlio 
Vargas tinha grande simpatia pelos governos alemão e italiano, em 
particular, pelo modelo de desenvolvimento econômico adotado pelos 
nazistas antes da guerra: estado forte, centralizado e impulsionador da 
industrialização do país. Vargas também promovia um modelo de 
intervenção na econômica combinado com regime político autoritário. 
Além disso, antes da guerra, os alemães chegaram a sinalizar investimentos no Brasil, principalmente 
no financiamento para a construção de indústrias pesadas (siderurgia). Mas Vargas protelava qualquer ajuda 
estrangeira: lembra-se do nacionalismo varguista? 
A ideia de culto ao líder, artifício político utilizado por Hitler e Mussolini, também agradava a Getúlio 
Vargas. Lembra-se de que Vargas criou o Departamento de Imprensa e Propaganda, o DIP, para fazer 
propaganda de suas ações? Politicamente, portanto, também havia convergências: o Estado Novo de Vargas 
era uma ditadura; Hitler e Mussolini governavam por meio de regimes ditatoriais. 
No interior do governo Vargas, os principais auxiliares do Presidente estavam divididos entre os que 
queriam o Brasil ao lado do Bloco do Eixo e outros que queriam uma aproximação com o bloco dos Aliados. 
Olha como era: 
 
Vale lembrar que, na década de 1930, a década do início da 2ª GM, a história brasileira estava marcada 
poruma escalada militar e ditatorial, como nos explica a historiadora Angela de Castro Comes. Leia o trecho 
com atenção. Tente conectá-lo com tudo o que temos aprendido: 
Favoráveis 
ao Eixo
Filinto Müller, chefe de 
polícia; Lourival Fontes, 
chefe do Departamento de 
Imprensa e Propaganda
Francisco Campos, 
Ministro da Justiça; 
General Gaspar 
Dutra, chefe do 
Exército.
Favorável 
aos Aliados
Osvaldo Aranha, 
Ministro do Exterior.
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Nas revoltas e guerras, um dos sons mais significativos, pela carga de dor que traz e pelos 
desdobramentos político-sociais que produz, é o dos tiros. A década de 30 do século XX começou 
com um dos eventos mais decisivos da história do Brasil, não importando se sua designação 
consagrada — Revolução de 1930 — tenha suscitado muitos debates na área acadêmica sobre seu 
real ou autêntico caráter revolucionário, como movimento de transformação das estruturas 
socioeconômicas do país. Entre esses dramáticos sons de abertura e desfecho, ainda houve uma 
guerra civil (a Revolução Constitucionalista de 1932). Além disso, esse foi o momento em que 
eclodiu a Segunda Guerra Mundial, cujos impactos na vida política e econômica brasileira foram 
grandes9. 
Nesse contexto, dentro de uma postura duvidosa no início da 2ª GM, Vargas chegou a comemorar as 
primeiras vitórias dos nazistas, principalmente quando a França foi invadida. 
Diante disso, começou uma movimentação diplomática dos EUA para afastar o Brasil dos alemães. 
Não por menos, Osvaldo Aranha, o Ministro das Relações Exteriores, foi o grande nome que ajudou a 
articular o apoio do Brasil aos Aliados e não ao Eixo. Guarde esse nome! 
Os norte-americanos iniciaram um movimento de pressão junto os países da América Latina para que 
nenhum deles apoiasse a Alemanha e os demais países do Eixo. Em 28 janeiro de 1942, ocorreu no Rio de 
Janeiro uma reunião dos Chanceleres da América. Nesse dia o Brasil rompeu as relações diplomáticas e 
econômicas com os países do Eixo devido à pressão e às promessas de apoio econômico feitas pelo 
governo americano. 
Os alemães, por sua vez, para evitar que o Brasil ajudasse a sustentar os EUA e a Inglaterra, começaram 
a atacar o Brasil. E como foi isso? 
Submarinos alemães atacaram e afundaram navios mercantes brasileiros. Esses navios estavam com 
mercadorias destinadas aos países Aliados. A população, cansada da “neutralidade” do Governo Brasileiro 
saiu às ruas e exigiu a entrada imediata do Brasil na Guerra contra o Eixo (veja imagem ao lado). 
Assim, em agosto de 1942, o Brasil declarou oficialmente guerra aos países do Eixo. 
Com isso, Vargas que, como vimos na Aula 00, era um habilidoso negociador de interesses em conflito, 
começou a fazer bons acordos econômicos com os norte-americanos. O Brasil vendeu muita mercadoria aos 
EUA. Parte dessas movimentações diplomáticas envolveu, também, um empréstimo de 20 milhões de 
dólares dos EUA ao Brasil para o início da construção da Companhia Siderúrgica de Volta Redonda (a CSN). 
Em troca, o Brasil cedeu uma base aeronaval para os EUA em Natal, no Rio Grande do Norte. Essa base 
serviu para contribuir com a linha de defesa do Norte da África. 
 
9 GOMES, Angela de Castro. As marcas do período. In: Lilia Moritz Schwarcz (Dir.). História do Brasil 
nação: 1808-2010. Vol. 4 (Olhando para dentro: 1930-1964). Madri: Fundación Mapfre; Rio de Janeiro: 
Objetiva, 2013, p. 24. 
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Logo em seguida à declaração de guerra, o governo Vargas organizou um contingente militar para ser 
enviado à Europa e ajudar no combate às tropas do Eixo. Esse destacamento brasileiro foi chamado de Força 
Expedicionária Brasileira (FEB). 
 
1.5 – Desfecho da Era Vargas 
A derrota dos alemães, italianos e japoneses na 2ª. Guerra Mundial representava uma esperança de que o 
mundo fosse mais pacífico e democrático. As nações vencedoras, como estados Unidos, Inglaterra e França 
começavam a desenhar acordos diplomáticos para colocar fim aos regimes ditatoriais. Isso influenciou vários 
países. Muitos governos autoritários caíram na América Latina. 
Vargas foi um deles! Faça essa questão abaixo para entender isso no contexto de prova: 
(FCC – Companhia de Saneamento Básico de São Paulo – 2017) 
O sentimento de que era uma incongruência lutar contra o autoritarismo “lá fora” e sustentá-lo “aqui 
dentro” foi particularmente forte entre a oficialidade das Forças Armadas. Ao voltarem da campanha na 
Itália, muitos oficiais assumiram posições claramente favoráveis à volta da democracia. 
(Adaptado de: TEIXEIRA, Francisco M.P. Brasil, História e Sociedade. São Paulo: Ática, 2001, p.267-268) 
O texto identifica uma das consequências, no Brasil, da 
a) Revolução Socialista Russa − 1917. 
b) Primeira Grande Guerra − 1914-1919. 
c) Grande Depressão − 1929 – 1930. 
d) Ascensão do Nazifascismo – 1933. 
e) Segunda Guerra Mundial – 1939-1945. 
Comentários: 
O texto identifica uma das consequências da Segunda Guerra Mundial no Brasil. O sentimento de 
incongruência entre lutar contra o autoritarismo no exterior e sustentá-lo no país foi um dos fatores que 
contribuíram para o fim do Estado Novo, regime autoritário instaurado por Getúlio Vargas em 1937. 
(A) Incorreta. A Revolução Socialista Russa de 1917 não teve impacto significativo no Brasil. O país era uma 
república democrática e não estava envolvido na Primeira Guerra Mundial, que foi o contexto imediato da 
Revolução Russa. 
(B) Incorreta. A Primeira Grande Guerra também não teve impacto significativo no Brasil. O país foi neutro 
durante o conflito e não sofreu grandes consequências econômicas ou sociais. 
(C) Incorreta. A Grande Depressão de 1929, embora tenha provocado uma crise econômica no Brasil, não 
teve impacto direto na política. O Estado Novo foi instaurado em 1937, antes da crise. 
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(D) Incorreta. A ascensão do nazismo na Alemanha em 1933 também não teve impacto direto na política 
brasileira. O Brasil não era um país alinhado aos países do Eixo e manteve relações diplomáticas com os 
Aliados durante a Segunda Guerra Mundial. 
(E) Correta. A Segunda Guerra Mundial foi o evento mais relevante do século XX e teve impacto significativo 
em todo o mundo, inclusive no Brasil. O Brasil declarou guerra ao Eixo em 1942 e enviou tropas para 
combater na Itália. O sentimento de incongruência entre lutar contra o autoritarismo no exterior e sustentá-
lo no país foi um dos fatores que contribuíram para o fim do Estado Novo em 1945. 
Gabarito: E 
 
Getúlio Vargas percebeu, então, que a redemocratização era uma tendência inevitável. Por isso, 
o próprio Presidente Vargas começou a organização de Partidos Políticos e a programa as 
eleições. 
 
Foram criados: 
 o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), apoiador de Vargas, 
 o Partido Social Democrata (PSD), também aliado de Vargas, porém, com raízes mais na política 
regional dos Estados. 
 Já a oposição ao Estado Novo organizou a União Democrática Nacional (UDN) 
 o Partido Comunista Brasileiro (PCB) voltou a ser legalizado. 
A fim de preparar o terreno para as futuras eleições, os apoiadores de Getúlio Vargas começaram a 
organizar um movimento para a continuidade de Getúlio no poder. Esse movimento ficou conhecido como 
“queremismo”, pois o lema era: “Queremos Getúlio”. 
 
MOVIMENTO QUEREMISTA: Movimento popular surgido em maio de 1945 no Rio de 
Janeiro, então Distrito Federal, com o objetivode lutar pela permanência de Getúlio Vargas 
na presidência da República. Seu nome originou-se do slogan “Nós queremos Getúlio”.Com 
a destituição de Vargas através do golpe de Estado de 29 de outubro de 1945, o 
“queremismo” desapareceu. 
Fonte: FGV - CPDOC - Atlas Histórico do Brasil. 
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 Muitos comícios foram organizados Brasil afora. Como Vargas havia atendido muitas reivindicações dos 
trabalhadores, além do PTB e do PSD, até mesmo os comunistas – que haviam sido perseguidos pela Ditadura 
varguista- acabaram o apoiando. 
Em outubro de 1945, então, o Exército, liderado por Góis Monteiro e por Eurico Gaspar Dutra, deu um 
“Golpe preventivo”. Os militares derrubaram Vargas e garantiram a realização das eleições sem a 
participação de Vargas. Esse foi o fim do Estado Novo e do que ficou conhecido na História como a “Era 
Vargas”. 
 
 
 
 
 
(CESPE / CEBRASPE - 2023 - SME do Recife - PE - Professor II - Disciplina: História) 
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Acerca do governo Getúlio Vargas, julgue os itens que se seguem. 
( ) Em 1937, Getúlio Vargas instaurou o Estado Novo, centralizado em sua figura. 
( ) Logo após o Estado Novo, Getúlio Vargas realizou uma cerimônia para queimar na Praça do Roosevelt, 
no Rio de Janeiro, todas as bandeiras dos estados da federação. 
( ) Nas eleições de 1945, Getúlio Vargas se elegeu governador do estado do Rio Grande do Sul, apoiado pelo 
Partido Social Democrático, com um programa de governo voltado a trabalhadores. 
Comentários: 
Certa: Em 1937, Getúlio Vargas realmente instaurou o Estado Novo, um regime político centralizado em sua 
figura. Esse período é marcado por uma forte concentração de poder e pela implementação de políticas 
nacionalistas e desenvolvimentistas. 
Errada: Nas eleições de 1945, Getúlio Vargas não se elegeu governador do Rio Grande do Sul. Após o fim do 
Estado Novo, Vargas se tornou senador pelo Rio Grande do Sul entre 1946 e 1947, mas se ausentou da 
política entre 1947 e 1950 retornando para concorrer às eleições para presidente da República. 
Errada: Em 1954 ocorreu a morte Getúlio Vargas, que foi eleito presidente de forma democrática e direta, 
mas que enfrentou forte oposição de vários setores da sociedade, incluindo o partido União Democrática 
Nacional. No entanto, essa oposição não impediu sua eleição. 
Gabarito: C; E; E. 
 
LISTA DE QUESTÕES 
1. CESGRANRIO - 2010 - Professor de Ensino Fundamental e Médio (SEDUC SP)/História 
 A crise de 1929 acabou se estendendo ao Brasil. “A crise mundial trazia como consequência 
uma produção agrícola sem mercado, a ruína de fazendeiros, o desemprego nas grandes 
cidades. As dificuldades financeiras cresciam: caía a receita das exportações e a moeda 
conversível se evaporara. No plano político, as oligarquias regionais vitoriosas em 1930 
procuravam reconstruir o Estado nos velhos moldes.” FAUSTO, Boris. História do Brasil. São 
Paulo: Edusp: fundação do desenvolvimento da Educação, 1995, p.332-3. 
Esse cenário favoreceu o golpe de 1930, que consolidou no poder 
A) o queremismo com Getúlio Vargas, através de eleições diretas e com o apoio das classes 
operárias urbanas. 
B) uma burguesia financeira internacional aliada dos setores conservadores da sociedade 
brasileira. 
C) o Estado getulista promotor do capitalismo nacional, conhecido como Estado de 
Compromisso. 
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D) uma nova Constituição de caráter centralizador, numa aliança estratégica com a burguesia 
financeira internacional. 
E) os grandes proprietários de terras e a burguesia financeira, com apoio de capitais 
internacionais. 
2. CESGRANRIO - 2010 - Analista (IBGE)/História 
 Ao longo da república, na sociedade brasileira, o exercício da cidadania sofreu transformações 
associadas a ações estatais promotoras de maior inclusão política e social, dentre as quais cita-
se o(a) 
A)voto feminino, a partir de 1934. 
B)seguro desemprego, por meio da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). 
C)direito de voto para os analfabetos, a partir de 1946. 
D)reconhecimento da liberdade sindical, a partir de 1937. 
E)proteção dos direitos indígenas, a partir de 1891. 
3. (CESGRANRIO - 2010 - IBGE - Analista de Planejamento - Historia) 
A criação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 1938, durante a 
presidência de Getúlio Vargas, objetivou a produção e a sistematização de informações e dados 
sobre o povo e o território brasileiros de modo a conhecer o país e a instrumentalizar o poder 
público em suas ações destinadas ao desenvolvimento e à modernização nacional. 
 
PORQUE 
 
Na conjuntura política da época da criação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
(IBGE) – o Estado Novo – ampliaram-se as atribuições do governo federal por meio de ações 
centralizadoras e intervencionistas, cuja eficácia em muito dependia de saberes tecnicamente 
especializados e confiáveis. 
 
Analisando as afirmações acima, conclui-se que 
 
(A) as duas afirmativas são verdadeiras, e a segunda justifica a primeira. 
(B) as duas afirmativas são verdadeiras, mas a segunda não justifica a primeira. 
(C) a primeira afirmativa é verdadeira, e a segunda é falsa. 
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(D) a primeira afirmativa é falsa, e a segunda verdadeira. 
(E) as duas afirmativas são falsas 
4. (CESGRANRIO - Secretaria de Estado da Administração e dos Recursos Humanos do Governo 
do Rio Grande do Norte – 2011) 
Apesar de gerar controvérsia no meio acadêmico, o conceito de “populismo” ainda é 
amplamente utilizado. No caso brasileiro, a maioria dos livros didáticos caracteriza os governos 
“populistas” como, necessariamente, associados à existência de 
(A) governos ditatoriais 
(B) pluralidade sindical 
(C) manipulação da vontade popular 
(D) censura aos meios de comunicação 
(E) apoio da mídia através de concessões públicas 
5. (CESGRANRIO - 2010 - Prefeitura de Salvador - BA - Professor - História) 
 
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No que se refere à política trabalhista, Getúlio Vargas conjugou com bastante sucesso uma 
forte repressão ao movimento operário com a criação de um conjunto de leis que 
representaram avanço para os trabalhadores. 
No dia 1o de maio de 1943, foi assinado o Decreto-Lei no 5.452 que instituía a Consolidação das 
Leis do Trabalho (CLT) e unificava toda a legislação trabalhista já existente no país. Desde então, 
a CLT sofreu alterações, mas, tendo em vista o Decreto de 1943, registra-se que, naquela 
ocasião, os trabalhadores obtiveram as seguintes conquistas: 
 
I - adoção no território nacional da Carteira Profissional, que passou a ser obrigatória para o 
exercício de qualquer emprego assalariado; 
II - estabelecimento do limite máximo de 8 horas diárias para a jornada de trabalho do 
empregado; 
III - direito a todo empregado de um descanso semanal de 24 horas consecutivas. 
IV - aprovação do salário mínimo, pago diretamente pelo empregador a todo trabalhador do 
sexo masculino. 
V - liberação para a formação de mais de um Sindicato representativo da mesma categoria 
econômica ou profissional,ou profissão liberal, sem restrições por parte do Ministério do 
Trabalho, Indústria e Comércio. 
 
Estão corretas APENAS as conquistas apresentadas em 
 
(A) I, II e III. 
(B) I, III e IV. 
(C) I, III e V. 
(D) II, IV e V. 
(E) III, IV e V. 
6. (CESGRANRIO - 2014 - IBGE - Agente de Pesquisas por Telefone) 
Desde que o jornal integralista A Offensiva estampara as primeiras convocações para o evento 
na praça da Sé, esquerdistas dos mais variados matizes idealizaram uma contramanifestação, 
combinada propositadamente para o mesmo dia (7 de outubro de 1934), horário e local. “És 
amigo da liberdade? Queres que o Brasil marche para a paz e o progresso? Repugna-te o 
crime e a bandalheira? És amante da arte, da ciência e da filosofia? Pois, então, guerra ao 
integralismo com todas as suas energias", incitava um panfleto da Federação Operária de São 
Paulo, de orientação anarquista. 
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NETO, Lira. [ ] Do Governo Provisório à Ditadura do Estado Novo (1930 -1945). São Paulo: 
Companhia das Letras, 2013, p.193. 
O embate previamente anunciado entre esquerdistas e integralistas foi fatal e ocorreu no 
governo do presidente 
 
A)Café Filho. 
B)Getúlio Vargas. 
C)Jânio Quadros. 
D)Washington Luís. 
E)Juscelino Kubitschek. 
7. CESGRANRIO - 2010 - Professor de Ensino Fundamental e Médio (SEDUC SP)/História 
 Para Boris Fausto, o integralismo se definiu como uma doutrina nacionalista, cujo conteúdo 
era mais cultural do que econômico. 
FAUSTO, Boris História do Brasil São Paulo Edusp: FDE, 1995, p. 353. 
Entre as características básicas do Integralismo, pode-se apontar 
A)o apoio ao liberalismo, ao socialismo e às oligarquias agrárias nordestinas de cunho 
nacionalista. 
B)a aliança com fileiras da Igreja das comunidades eclesiais de base, apoiando a reforma 
agrária. 
C)o antissemitismo exacerbado, aliado aos comunistas. 
D)o controle do Estado sobre a economia, sinalizando para os princípios: Deus, Pátria e Família. 
E)o ufanismo nacionalista aliado aos setores ligados ao capital financeiro. 
8. (IADES – CACD – 2023) 
A respeito da participação brasileira na Segunda Guerra Mundial, julgue (C ou E) os 
itens a seguir. 
( ) No que dependesse da opinião e da vontade das lideranças dos aliados, a 
participação do Brasil na guerra seria limitada à cooperação produtiva e logística. Mas 
Vargas e a diplomacia brasileira compreendiam o direto envolvimento brasileiro na 
frente de batalha como uma oportunidade para o País adquirir prestígio e uma 
posição privilegiada no continente – a rival Argentina permaneceu neutra até 
praticamente o fim do conflito – e no mundo, em condições de, segundo almejavam, 
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sentar-se ao lado das grandes potências vencedoras que viriam a estabelecer a 
chamada nova ordem mundial do pós-guerra. 
( ) Contrariando os britânicos, que não desejavam a participação brasileira direta no 
conflito, armado e treinado pelos Estados Unidos da América (EUA), o Brasil juntou-
se aos aliados. No dia 9 de agosto de 1943, foi criada a Força Expedicionária Brasileira 
(FEB). O primeiro grupo de soldados seguiu para a Itália em junho de 1944 e integrou-
se ao exército norte-americano. Mais de 25 mil soldados foram enviados à guerra. 
( ) A filiação à causa aliada e a cessão de bases militares no Norte e no Nordeste 
contribuíram para a concretização do principal símbolo do esforço industrialista de 
Vargas, que foi a efetivação do projeto de construção da Companhia Siderúrgica 
Nacional (CSN) em Volta Redonda. O governo chegou a essa realização graças à 
tecnologia importada dos EUA e, muito especialmente, ao empréstimo britânico 
realizado por meio do Export-Import Bank. 
( ) Embora as relações diplomáticas já estivessem rompidas entre o Brasil e o Japão 
desde janeiro de 1942, e os cidadãos japoneses aqui residentes já se encontrassem 
sofrendo os mesmos controles e as mesmas restrições e intimidações que os demais 
cidadãos identificados como eixistas sofriam, a declaração de guerra em agosto do 
mesmo ano não incluía estado de beligerância ou de guerra com a nação do Extremo 
Oriente. 
9. (IADES – CACD – 2023) 
A Marcha para o Oeste, como afirmou Alcir Lenharo, forjou a imagem de uma nação 
unida, transcendendo conflitos de raça, classe e região. 
(GARFIELD, Seth. A luta indígena no coração do Brasil: política indigenista, a marcha para o Oeste e os índios 
Xavante (1937-1988). Trad. Cláudia Sant’Ana Martins. São Paulo: Editora Unesp, 2011, p. 47.) 
Acerca dos processos econômicos e sociopolíticos brasileiros durante o Estado Novo 
(1937-1945), julgue (C ou E) o item a seguir. 
( ) O Dia do Trabalho, comemorado a partir de 1939 no estádio de São Januário, no 
Rio de Janeiro, foi peça-chave no calendário estadonovista, mas a adesão ao evento 
pela massa de trabalhadores urbanos ficou aquém do esperado, já que o populismo 
e o autoritarismo varguistas frustraram os sindicatos e impediram iniciativas estatais 
estruturantes no campo dos direitos sociais e das relações de trabalho. 
( ) O Estado Novo ultrapassou as tentativas republicanas anteriores de expansão pelo 
Brasil Central. A industrialização e a extensão da legislação trabalhista provocaram o 
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aumento da urbanização, pois os trabalhadores rurais que não tinham acesso à terra 
migraram para as cidades. Diante do desafio de fornecer bens de consumo agrícolas, 
direcionar a mão de obra excedente e acalmar os conflitos urbanos, o Regime Vargas 
promoveu a povoação do interior da região Centro-Oeste. 
( ) A proteção jurídica conquistada pelos trabalhadores no decorrer do Estado Novo 
(1937-1945) não teve relação com reivindicações grevistas e lutas sindicais anteriores, 
devendo ser creditada apenas ao intervencionismo estatal nesse período, que 
pretendia distensionar os conflitos sociais no campo e na cidade. 
( ) Entre as estratégias da propaganda estadonovista, o programa radiofônico 
guardava a ideia do estabelecimento de uma comunicação sistemática entre o Estado 
e o povo por intermédio da pessoa do ministro do Trabalho. A “Hora do Brasil” foi 
criada para ser um sucesso de audiência, e sua transmissão tornou-se obrigatória em 
todos os estabelecimentos comerciais que possuíssem aparelho de radiodifusão. 
10. (FGV 2018) 
 A imagem retrata um episódio de 1943, na cidade de Natal: a presença do presidente 
do Brasil, Getúlio Vargas, e do presidente dos Estados Unidos, Franklin Roosevelt. 
 
 
Tal episódio faz parte de um contexto mais amplo, representado pela Política de Boa 
Vizinhança, que se constituiu em uma 
a) forte mobilização dos governos dos Estados Unidos e do Brasil no sentido de uma 
inédita colaboração econômica, materializada na oferta estadunidense de tecnologia 
para a recente indústria automobilística brasileira e a remessa de aço para as indústrias 
dos Estados Unidos. 
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b) ação conjunta do governo e de grandes empresários norte-americanos para auferir 
grandes lucros no Brasil e na América Latina por meio de investimentos diretos em 
equipamentos urbanos, especialmente o transporte público e a produção e 
distribuição de energia. 
c) nova postura diplomática e comercial dos Estados Unidos para a América Latina, 
especialmente para a Argentina,