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Professora Mestra Mylena Mikaellen Beraldo
DA EDUCAÇÃO BÁSICADA EDUCAÇÃO BÁSICA
POLÍTICAS PÚBLICAS POLÍTICAS PÚBLICAS 
 REITOR Prof. Ms. Gilmar de Oliveira
 DIRETOR DE ENSINO PRESENCIAL Prof. Ms. Daniel de Lima
 DIRETORA DE ENSINO EAD Prof. Dra. Geani Andrea Linde Colauto 
 DIRETOR FINANCEIRO EAD Prof. Eduardo Luiz Campano Santini
 DIRETOR ADMINISTRATIVO Guilherme Esquivel 
 SECRETÁRIO ACADÊMICO Tiago Pereira da Silva
 COORDENAÇÃO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO Prof. Dr. Hudson Sérgio de Souza
 COORDENAÇÃO ADJUNTA DE ENSINO Prof. Dra. Nelma Sgarbosa Roman de Araújo
 COORDENAÇÃO ADJUNTA DE PESQUISA Prof. Ms. Luciana Moraes
 COORDENAÇÃO ADJUNTA DE EXTENSÃO Prof. Ms. Jeferson de Souza Sá
 COORDENAÇÃO DO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal
 COORDENAÇÃO DOS CURSOS - ÁREAS DE GESTÃO E CIÊNCIAS SOCIAIS Prof. Dra. Ariane Maria Machado de Oliveira
 COORDENAÇÃO DOS CURSOS - ÁREAS DE T.I E ENGENHARIAS Prof. Me. Arthur Rosinski do Nascimento
 COORDENAÇÃO DOS CURSOS - ÁREAS DE SAÚDE E LICENCIATURAS Prof. Dra. Katiúscia Kelli Montanari Coelho 
 COORDENAÇÃO DO DEPTO. DE PRODUÇÃO DE MATERIAIS Luiz Fernando Freitas
 REVISÃO ORTOGRÁFICA E NORMATIVA Beatriz Longen Rohling 
 Caroline da Silva Marques
 Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante 
 Marcelino Fernando Rodrigues Santos
 Eduardo Alves de Oliveira
 Jéssica Eugênio Azevedo
 Kauê Berto
 PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO André Dudatt
 Carlos Firmino de Oliveira
 Vitor Amaral Poltronieri
 ESTÚDIO, PRODUÇÃO E EDIÇÃO Carlos Eduardo da Silva
 DE VÍDEO Carlos Henrique Moraes dos Anjos 
 André Oliveira Vaz 
 
 FICHA CATALOGRÁFICA
 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP
B482p Beraldo, Mylena Mikaellen
 Políticas públicas da educação básica / Mylena Mikaellen
 Beraldo. Paranavaí: EduFatecie, 2023.
 101 p. : il. Color.
 1.Educação básica - Brasil. 2. Educação e Estado. 3. Política
 pública. I. Centro Universitário Unifatecie. II. Núcleo de
 Educação a Distância. III. Título.
 
 CDD: 23. ed. 379.81
 Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9/1577
As imagens utilizadas neste material didático 
são oriundas dos bancos de imagens 
Shutterstock .
2023 by Editora Edufatecie. Copyright do Texto C 2023. Os autores. Copyright C Edição 2023 Editora Edufatecie.
O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva
dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Editora Edufatecie. Permitido o download da 
obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la 
de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais.
https://www.shutterstock.com/pt/
Professora Mestra Mylena Mikaellen Beraldo
Possuo graduação em Pedagogia (UNESPAR-2019). Sou mestre em Educação e 
Formação Docente (UNESPAR - 2022) e tenho especialização em Didática e Metodologia 
do Ensino Básico e Superior (UNIFATECIE - 2022).
 Atualmente sou orientadora de trabalho de conclusão de curso (TCC) da 
graduação de Pedagogia da Instituição de Ensino Superior UniFatecie e professora dos 
anos iniciais do Ensino Fundamental.
 Pesquisadora no Grupo de Estudos e Pesquisas em Estado, História, Políticas e 
Educação. Cadastrada no Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPq (GEPEHPE/UNESPAR/
CNPQ). Esse projeto está vinculado ao Grupo de Estudos e Pesquisas em Estado, História, 
Políticas e Educação (GEPEHPE) e propõe investigar as questões históricas que envolvem 
as políticas educacionais atuais, mais especificamente aquelas voltadas para a educação 
pré-escolar e fundamental. O objetivo geral da proposta é estudar a educação da criança a 
partir da BNCC, relacionando-a com as transformações históricas ocorridas no atual processo 
de produção e de reprodução material e intelectual da vida humana. 
 
CURRÍCULO LATTES http://lattes.cnpq.br/1015592934947784 
AUTORA
http://lattes.cnpq.br/1015592934947784 
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APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
Caros alunos e alunas!
 
Sejam bem-vindos à disciplina de Políticas Públicas da Educação Básica! 
Escrevemos esse material pensando em motivá-los a compreender o movimento educacional 
que o nosso país percorreu, visto que sempre esteve pautado por relações políticas. Além 
disso, o estudo dessa disciplina tem o objetivo de possibilitar conhecimentos que permitam 
a compreensão, a análise e a interpretação das políticas públicas, identificando como se 
organiza a legislação da educação básica, a partir da reflexão crítica, no contexto histórico 
da sociedade brasileira.
Na unidade I começaremos a nossa jornada identificando as concepções e os 
princípios que embasam os conceitos de Política e Estado. Essa noção é necessária para 
que possamos promover a formação de um cidadão crítico, apto para viver ativamente na 
sociedade onde está inserido.
Na unidade II vamos ampliar nossos conhecimentos sobre a concepção dos 
aspectos legais da Educação Básica no Brasil. Para isso, vamos detalhar como ocorreu o 
Manifesto dos Pioneiros da Educação no Brasil; identificar qual a função social da escola; 
realizar um breve histórico das Leis de Diretrizes e Bases da Educação – Lei n. 4024/1961; 
Lei n. 5692/71; e ressaltar as atribuições da Constituição Federativa do Brasil de 1988 para 
a educação.
Depois, na unidade III vamos tratar especificamente da nova Lei de Diretrizes e 
Bases da Educação Nacional n. 9394/96 e os avanços que ela dispõe sobre o direito à 
educação. Em seguida, ainda nesta unidade, voltaremos o nosso olhar para a compreensão 
do financiamento da educação brasileira, abrangendo: salário educação, Fundeb e FNDE.
Na unidade IV vamos entender o papel dos profissionais da Educação Básica, dando 
ênfase nos planos de cargos e carreira, aspectos da formação inicial e continuada. Para 
compreender esse processo formativo evidenciaremos as políticas públicas de educação 
contemporânea brasileira, pautada pelo documento norteador da Base Nacional Comum 
Curricular (BNCC) e Avaliação da Educação Básica: SAEB.
Aproveito para reforçar o convite a você, para junto conosco percorrer essa jornada 
de conhecimento e multiplicar os conhecimentos sobre tantos assuntos abordados em 
nosso material. Esperamos contribuir para seu crescimento pessoal e profissional. 
 
Muito obrigado e bom estudo!
SUMÁRIO
 Conceitos e Definições de Política e Estado 
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Plano de Estudos
• Compreensão contextual: teoria e conceito sobre 
política. 
• Diferentes tipos de política.
• Formação do cidadão para viver em sociedade.
• Função do Estado.
Objetivos da Aprendizagem
• Conceituar e contextualizar a política;
• Compreender como ocorre a formação do cidadão;
• Estabelecera função do Estado.
1UNIDADEUNIDADE
CONCEPÇÕES E PRINCÍPIOS: CONCEPÇÕES E PRINCÍPIOS: 
CONCEITOS E DEFINIÇÕES CONCEITOS E DEFINIÇÕES 
DE POLÍTICA E ESTADODE POLÍTICA E ESTADO
Professora Mestra Mylena Mikaellen Beraldo
7UNIDADE 1 CONCEPÇÕES E PRINCÍPIOS: CONCEITOS E DEFINIÇÕES DE POLÍTICA E ESTADO
INTRODUÇÃO
Você já parou para pensar que a educação está totalmente atrelada às mudanças 
sociais provocadas pela política? Pois é, para compreender esse movimento educacional 
que o Brasil percorreu, vamos inicialmente nos dispor sobre a concepção de política.
Nessa unidade vamos refletir sobre a importância de entender o que é política, as 
funções do Estado e o seu poder sobre a educação. Partindo de um olhar crítico capaz de 
promover a formação do sujeito para atuar ativamente na sociedade por meio de estudos 
embasados nas Ciências Políticas. 
O importante nessa nossa caminhada é que você, aluno (a), passe por essa temáti-
ca aberto (a) para novas descobertas, transformação de pensamento acerca das influências 
políticas que a nossa educação vem sofrendo.
Quando estudamos políticas voltamos a nossa compreensão para o movimento da 
sociedade no qual estamos inseridos, compreendendo as suas necessidades e os seus 
dilemas, para que assim possamos lutar pelos nossos direitos enquanto cidadãos. Dessa 
forma, a educação precisa ser analisada a partir dessas vertentes “econômicas, sociais e 
políticas” a fim de que você, enquanto futuro professor possa compreender a ideologia que 
o cerca.
Convido você a entender as concepções de política partindo de uma visão crítica. 
Pelo olhar de um cidadão ativo e futuro professor que, partindo dessa consciência, torna-
se capaz de compreender o movimento social no qual pertence estabelecendo mudanças 
qualitativas.
BONS ESTUDOS.
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8UNIDADE 1 CONCEPÇÕES E PRINCÍPIOS: CONCEITOS E DEFINIÇÕES DE POLÍTICA E ESTADO
 1 COMPREENSÃO CONTEXTUAL: 
TEORIA E CONCEITO SOBRE 
POLÍTICA
TÓPIC0
Você já parou para pensar na importância de compreender política? Já se perguntou 
o que é política? Já parou para refletir o quanto ela está presente em nossas vidas?
Essas são questões que muitas vezes estão no nosso dia a dia, mas nos fechamos 
de forma que não buscamos nos aprofundarmos, deixando muitas vezes as nossas 
inquietações de lado, passando a viver em uma realidade da qual não entendemos o seu 
movimento dialético, ou seja, onde “[...] a realidade concreta é uma unidade contraditória 
e, movida por essa contradição, transforma-se em um permanente processo histórico de 
evolução e revolução” (BERALDO, 2022, p. 22).
Essa realidade contraditória exposta pelo movimento dialético reflete os movimentos 
da sociedade capitalista, onde defende uma falsa consciência social aos cidadãos que só 
é combatida a partir da consciência de classe adquirida por eles.
Dessa forma, compreender o movimento dialético da nossa sociedade visa identi-
ficar sua formação por meio de um caráter político, que vai desde a compreensão do seu 
trabalho material até a aquisição da sua consciência.
Estudar Política torna-se então necessário, pois é por meio de sua compreensão 
que o indivíduo entende que é parte de uma sociedade, onde entra em contato com um 
primeiro grupo social, inicialmente é a família e em seguida é encaminhado para dentro de 
outras instituições sociais, como a escola e a igreja.
Todos os espaços sociais pelo qual o indivíduo percorrerá ao longo da sua vida 
tende a revelar algumas características particulares, no entanto, apresenta algo em co-
mum, que são as regras, elas irão impor sobre essa pessoa os seus direitos e deveres. 
9UNIDADE 1 CONCEPÇÕES E PRINCÍPIOS: CONCEITOS E DEFINIÇÕES DE POLÍTICA E ESTADO
Por essa razão é que podemos dizer que a política está presente em todos os lugares e é 
fundamental para a compreensão social.
Molina (2004, p. 10) defende que a política é um “[...] conjunto dos mecanismos 
reguladores da totalidade social. Dessa forma, todas as sociedades são políticas e a política 
está sempre ligada ao modo de produção de cada sociedade.”. Assim, o autor ainda coloca 
que quanto mais complexa essa sociedade se tornar, em seus aspectos trabalhistas e 
sociais, maior será a complexidade política desse grupo.
Ainda nesse contexto, Ribeiro (1998, p. 8) destaca que o termo política “[...] refere-
se ao exercício de alguma forma de poder e, naturalmente, às múltiplas consequências 
desse exercício.”. Para esse autor, tudo o que é imposto a determinado grupo social é um 
ato de política.
 Mas o que seria esse poder que regula a nossa sociedade?
Quando pensamos em política, imediatamente nos vem à cabeça a palavra “poder”, 
para Ribeiro (1998) o poder está mais relacionado ao aspecto de persuadir as pessoas nas 
inter-relações do que com um mero cargo empregatício. Estabelecer essa significação para o 
poder torna-se base para compreender a fundo os preceitos que baseiam a política. 
Afinal, “[...] se a Política tem a ver com o poder e se o poder visa a alterar o com-
portamento das pessoas, é evidente que o ato político possui dois aspectos que aparecem 
de pronto: a) um interesse; b) uma decisão.” (RIBEIRO, 1998, p. 9).
 O autor relaciona-os da seguinte forma:
a) se alguém deseja influenciar ou modificar o comportamento das pessoas, 
esse alguém tem um interesse que deseja ver implementado pela modificação 
pretendida, seja ele ditado por conveniências pessoais, de grupo, religiosas, 
morais etc;
b) o objetivo configurado pelo interesse só pode ser conseguido por uma 
decisão que efetivamente venha a alterar o comportamento das pessoas — 
seja esta decisão imposta, consensual, de maioria etc (RIBEIRO, 1998, p. 9).
 A concepção de política se modula por meio dos interesses que vão sendo 
transformados em objetivos por quem detém o poder, logo, esses objetivos vão conduzindo 
as tomadas de decisões.
Diante então de toda exposição feita por Ribeiro (1998), a política passa a ser 
vista como com o estudo que relaciona a prática e a teoria voltada para a concentração 
de interesses, com a finalidade de alcançar os objetivos de determinados grupos sociais. 
Complementando a concepção de políticas idealizada por Ribeiro (1998, p. 16) ela não se 
distingue de nós, pois “[...] é a condução da nossa própria existência coletiva, com reflexos 
10UNIDADE 1 CONCEPÇÕES E PRINCÍPIOS: CONCEITOS E DEFINIÇÕES DE POLÍTICA E ESTADO
imediatos sobre nossa existência individual, nossa prosperidade ou pobreza, nossa educa-
ção ou falta de educação, nossa felicidade ou infelicidade.”
Agora que você já entendeu o conceito de política, vamos voltar a nossa atenção 
para os processos de formação política que desenvolveram os aspectos de globalização 
da economia do Brasil.
Mas o que será que é essa globalização? Qual a sua influência na educação?
Já sabemos que a política possui um papel de reguladora da sociedade, exposta 
à grupos sociais pelas ideologias dominantes, ou seja, por meio do “poder” existente nas 
relações sociais. 
Diante disso, vamos dar ênfase na política internacional que foi uma influenciadora 
ativa na política brasileira e nos demais países da América Latina e do Caribe.
É a partir da ação da política internacional que se constitui um programa de globa-
lização, com o intuito de unificar a economia de diversos países com um só ideal político. 
Esses processos vão estabelecer a organização política, promovendo a reprodução do 
capital no Brasil.
Dale (2004, p. 436) estabelece a globalização como:
[...] um conjunto de dispositivos político-econômicos para a organização 
da economia global, conduzido pela necessidade de manter o sistema 
capitalista, mais do que qualquer outro conjunto de valores. A adesão aos 
seus princípios é veiculada através da pressão económica e da percepção do 
interessenacional próprio.
Assim, Beraldo (2022, p. 56) contribui que “[...] o processo de globalização promove 
mudanças no contexto educacional, pois passa a idealizar uma educação unificada 
independentemente das diferenças culturais existentes em cada país.”. Aqui a educação 
deixa de ser vista apenas como um processo de formação intelectual e passa a ser 
identificada como aparelho de reprodução das ideologias dominantes. 
Partindo da globalização e da nova estrutura socioeconômica dos países periféricos, 
estão concentradas as políticas econômicas do Banco Mundial. De acordo com Shiroma, 
Evangelista e Moraes (2007, p.61) “[...] o Banco Mundial é um organismo multilateral de 
financiamento que conta com 176 países mutuários, inclusive o Brasil”.
Para Frigotto (1996) o Banco Mundial é um auxiliador externo no processo de glo-
balização pois estabelece políticas educacionais para todos os 176 países inseridos nesse 
programa.
No entanto, pare para pensar, por que um banco estaria preocupado com as ques-
tões educacionais?
11UNIDADE 1 CONCEPÇÕES E PRINCÍPIOS: CONCEITOS E DEFINIÇÕES DE POLÍTICA E ESTADO
 Para responder essa pergunta, Shiroma, Evangelista e Moraes colocam que:
 
[...] a educação, especialmente a primária e a secundária (educação básica), 
ajuda a reduzir a pobreza aumentando a produtividade do trabalho dos 
pobres, reduzindo a fecundidade, melhorando a saúde, e dota as pessoas 
de atitudes de que necessitam para participar plenamente na economia e na 
sociedade (SHIROMA; EVANGELISTA; MORAES, 2007, p. 63).
Podemos identificar que o Banco Mundial estabelece a formação do indivíduo para 
atuar em um novo contexto social, marcado pela década de 1990, onde deve atender aos 
princípios do mercado de trabalho de forma ativa na sociedade. Assim, a educação passa 
a ser vista como uma das instituições formativas mais importantes para o desenvolvimento 
econômico, objetivando a redução da pobreza.
Por fim, ao refletirmos sobre o conceito de política percebemos o quanto ela está 
presente em nossas vidas, seja por meio dos interesses pessoais ou dos grupos sociais do 
qual nós estamos inseridos. Esses interesses se transformam em objetivos que totalizam 
nas tomadas de decisões.
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12UNIDADE 1 CONCEPÇÕES E PRINCÍPIOS: CONCEITOS E DEFINIÇÕES DE POLÍTICA E ESTADO
 2 DIFERENTES TIPOS DE POLÍTICAS
TÓPIC0
Identificamos anteriormente que a política faz parte de um processo de regulação 
social alinhado ao poder, assim, conseguimos compreender que a sociedade de um modo 
geral produz política, uma vez que ela está inteiramente ligada ao modo de produção 
materiais e imateriais existentes nos grupos sociais.
Portanto, torna-se necessário distinguir os diferentes tipos de políticas que estão 
direcionadas para diferentes grupos sociais, totalizando na formação do cidadão para a 
década de 90. Nos voltamos então para a definição das seguintes políticas: políticas pú-
blicas; políticas sociais e políticas educacionais.
Para compreender a definição de políticas públicas em sua totalidade devemos 
identificar que esta ocorre por meio da ação do Estado para cumprir com os seus deveres 
perante a sociedade. Com isso, cabe reforçar que uma política pública tem as suas 
atribuições voltadas para a sociedade de uma forma coletiva.
Seguindo essa concepção, são desenvolvidos planos de ações e programas que 
buscam estruturar a sociedade, como: saúde e educação, promovendo a organização do 
país. Com base nisso, Souza (2003) define políticas públicas como um:
Campo do conhecimento que busca, ao mesmo tempo, “colocar o governo em 
ação” e/ou analisar essa ação (variável independente) e, quando necessário, 
propor mudanças no rumo ou curso dessas ações e/ou entender por que e 
como as ações tomaram certo rumo em lugar de outro (variável dependente). 
Em outras palavras, o processo de formulação de política pública é aquele 
através do qual os governos traduzem seus propósitos em programas e 
ações, que produzirão os resultados ou as mudanças desejadas no mundo 
real (SOUZA, 2003, p. 13).
13UNIDADE 1 CONCEPÇÕES E PRINCÍPIOS: CONCEITOS E DEFINIÇÕES DE POLÍTICA E ESTADO
As políticas públicas enquanto responsabilidade do Estado promovem a manutenção 
de diferentes organismos a partir de decisões relacionadas à política implementada. No 
entanto, Höfling (2001) considera que essa política não deve ser reduzida a uma mera 
política estatal.
Lima (2018, p. 30) esclarece que “[...] essas políticas públicas, quando relacionadas 
ao campo da educação, costumam ser entendidas de forma mais restritiva, uma vez que 
as políticas públicas educacionais regulam e orientam os sistemas de ensino, instituindo a 
educação.”
Nesse sentido, podemos então dizer que a educação está inserida na política pú-
blica de uma sociedade?
A resposta é sim! O desenvolvimento educacional de um grupo social ao ser imposto 
requer ações cuja responsabilidade é direcionada ao Estado e aos demais organismos que 
interferem diretamente na esfera política de determinado povo. 
Molina e Rodriguez (2022, p. 43) afirmam que “[...] dentro da conjuntura capitalista, o 
Estado é um agente regulador, que se utiliza de políticas sociais para garantir a manutenção 
das relações capitalistas em sua totalidade.”
Complementando, as políticas sociais podem ser identificadas também como as 
políticas que abrangem o desenvolvimento da educação, saúde, previdência, habitação, 
saneamento entre outros. Assim, para Höfling (2001, p. 31) “as políticas sociais – e a 
educação – se situam no interior de um tipo particular de Estado. São formas de interferência 
do Estado, visando a manutenção das relações sociais de determinada formação social.”.
Ainda para esse autor, as políticas sociais referem-se às:
[...] ações que determinam o padrão de proteção social implementado 
pelo Estado, voltadas, em princípio, para a redistribuição dos benefícios 
sociais visando a diminuição das desigualdades estruturais produzidas pelo 
desenvolvimento socioeconômico. As políticas sociais têm suas raízes nos 
movimentos populares do século XIX, voltadas aos conflitos surgidos entre 
capital e trabalho, no desenvolvimento das primeiras revoluções industriais 
(Höfling, 2001, p. 31).
Neste sentido, a educação é inserida no contexto das políticas públicas e sociais, 
pois ela é vista como um meio formativo capaz de desenvolver o cidadão como um sujeito 
ativo para o novo século, superando todas as disfunções da sociedade.
Desenvolve-se assim princípios responsáveis pelo desenvolvimento dos educan-
dos caracterizado pelas políticas educacionais, esta, por sua vez, é a responsável pela 
organização dos sistemas brasileiros de ensino. Para compreendê-la em sua totalidade, 
14UNIDADE 1 CONCEPÇÕES E PRINCÍPIOS: CONCEITOS E DEFINIÇÕES DE POLÍTICA E ESTADO
Lima (2018, p. 30) ressalta alguns pontos a serem considerados, como: históricos, econô-
micos, políticos e culturais.
A concepção histórica é identificada como um aspecto dominante na organização 
educacional, uma vez que a educação enquanto ato político possui a sua estruturação 
pautada no período histórico no qual determinada sociedade se encontra. Por exemplo, no 
início do século XX, onde a educação passou por modificações para formar indivíduos que 
atendessem à industrialização social.
 Assim, Lima destaca que:
Essas ações são reforçadas a partir das ideias do Manifesto dos Pioneiros 
da Escola Nova, de 1932, e da própria Constituição de 1934, que coloca 
a prioridade e a obrigatoriedade no ensino primário a todos. Devido à 
necessidade de apoiar a expansão industrial e a crescente urbanização e de 
erradicar o analfabetismo que assolava mais da metade do público adulto na 
época, foram criadas as primeiras campanhas voltadas para a alfabetização 
desse público (LIMA, 2018, p. 31).Após o processo de redemocratização do ensino brasileiro, entram em ação os 
aspectos econômicos que também afetam a organização educacional. Nesse sentido, 
cabe ao gestor organizar como os recursos serão destinados aos programas voltados para 
a educação.
Para complementar, temos o contexto político que, como já falamos anteriormente, 
se faz presente nas políticas públicas e educacionais, pois Lima (2018, p. 32) destaca que 
“[...] elas envolvem os embates entre os posicionamentos ideológicos que compõem os 
movimentos políticos presentes no País”. 
Devemos ter claro em nossa mente que esse contexto político vai além das ques-
tões político-partidárias, pois as políticas educacionais estão amparadas por movimentos 
sociais cujo objetivo é a promoção de direitos comuns para alunos inseridos na educação 
básica e superior.
O Brasil é um país multicultural e, por isso, possui os aspectos culturais inseridos 
nas políticas públicas educacionais. Lima (2018, p. 33) destaca que os pressupostos 
culturais “[...] podem retratar a cultura hegemônica da sociedade, representando o poder 
de algum grupo específico que, a partir de sua articulação, consegue impor seu modelo 
educacional.”.
É importante identificar quais são os aspectos culturais que envolvem o nosso enten-
dimento para a importância de compreender as diferentes culturas existentes em nosso país, 
pois é assim que o ensino se desenvolve, pautado na igualdade de acesso educacional.
15UNIDADE 1 CONCEPÇÕES E PRINCÍPIOS: CONCEITOS E DEFINIÇÕES DE POLÍTICA E ESTADO
Contudo, devemos agora voltar os nossos estudos para compreender: Qual a 
formação pretendida após a globalização para que o cidadão possa viver plenamente em 
sociedade?
 Essa é a questão que buscaremos responder em nosso próximo tópico.
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 3 FORMAÇÃO DO CIDADÃO PARA 
VIVER EM SOCIEDADE
TÓPIC0
UNIDADE 1 CONCEPÇÕES E PRINCÍPIOS: CONCEITOS E DEFINIÇÕES DE POLÍTICA E ESTADO 16
Olá aluno (a), nesse momento cabe refletirmos sobre a seguinte questão: qual a 
formação pretendida após a globalização para que o cidadão possa viver plenamente em 
sociedade?
Historicamente, passam a propor um novo modelo educacional que seja capaz 
de reduzir os índices de pobreza nos países globalizados, de acordo com Lima (2018, p. 
14-5) “[...] as políticas públicas educacionais precisam ser focadas na realidade brasileira e 
devem ser definidas de acordo com os grupos sociais a que se destinam, bem como ao tipo 
de relação que têm com as demais políticas públicas.”.
Como você pode ver, a política influencia profundamente o cenário educacional, 
assim como a vida de cada indivíduo que está inserido nesse grupo social. Por isso, é 
muito importante que você enquanto futuro professor compreenda essa realidade que está 
exposta a diversas mudanças.
Então, vamos lá: a UNESCO[1], assim como o Banco Mundial, também influenciou 
na organização política de vários países que ainda buscavam o seu desenvolvimento, essa 
influência esteve amparada pelos processos educacionais, desde as últimas décadas do 
século XX até os dias atuais.
17UNIDADE 1 CONCEPÇÕES E PRINCÍPIOS: CONCEITOS E DEFINIÇÕES DE POLÍTICA E ESTADO
[...] a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura 
(UNESCO), caracterizada como uma agência especializada das Nações Unidas (ONU) 
com sede em Paris, fundada no ano de 1946 com o objetivo de garantir a paz por meio da 
cooperação intelectual entre as nações. O seu papel foi desenvolvido por intermédio de 
áreas de conhecimento como: Educação, Ciências Naturais, Ciências Humanas e Sociais, 
Cultura, Comunicação e Informação. Buscando contribuir para a reconstrução de países no 
pós-guerra e, no final do século XX, passou a desenvolver políticas que, do seu ponto de 
vista, visam a estabelecer o bem-estar social e a paz mundial por meio da educação. Para 
isso desenvolve até os dias atuais projetos de cooperação formativa em parceria com os 
governos de Estados e municípios (BERALDO, 2022, p. 58).
Beraldo (2022, p. 58) estabelece que “a UNESCO colabora para o desenvolvimento 
da educação em aspectos como a formação de professores, a construção de escolas, na 
disponibilização de materiais que são necessários para promover a educação, propagando 
a cultura humana.”.
Assim, podemos compreender que tanto a UNESCO quanto o Banco Mundial se 
efetivaram com base em um caráter humanitário, uma vez que seus objetivos estavam 
pautados na erradicação do analfabetismo nos países globalizados.
Partindo disso, é importante que você, aluno (a), compreenda que é a partir das 
últimas décadas dos século XX que a educação será vista como a base formativa da socie-
dade brasileira, constituindo-se como pauta nas questões sociais e políticas. Após 1990 a 
educação assume o compromisso de estabelecer o caminho pelo qual os indivíduos irão se 
desenvolver, por meio de um ensino sistematizado que seja capaz de aprimorar as aptidões 
necessárias para o seu conhecimento ao longo da vida. 
Com base nesse quadro ideológico caracterizado pela Reforma do Estado, a 
educação deveria formar um novo cidadão que atendesse aos pressupostos da época, ou 
seja, um cidadão ativo e apto para o trabalho.
18UNIDADE 1 CONCEPÇÕES E PRINCÍPIOS: CONCEITOS E DEFINIÇÕES DE POLÍTICA E ESTADO
 Beraldo (2022, p.59-60) destaca que: 
[...] ficam estabelecidos aos brasileiros direitos e deveres a serem exercidos 
perante a sociedade, uma vez que a educação deve estar voltada para a 
formação de um novo homem criativo, autônomo, empreendedor, capaz de 
contribuir para a solução dos problemas sociais, desenvolvendo competências 
e habilidades práticas.
Então, cabe a nós reforçar que nesse contexto político e histórico a educação é 
a grande responsável pela formação dos cidadãos. Você já se perguntou como ou quem 
estabeleceu os direitos e deveres que foram base para a formação dos novos cidadãos? 
Pois bem, para responder a essa questão devemos voltar novamente a nossa 
atenção para a UNESCO, que colaborou com a elaboração da Comissão Internacional 
sobre a Educação para o século XXI.
A Comissão Internacional sobre a Educação foi coordenada pelo francês Jacques 
Delors, onde o objetivo se voltou para a organização do contexto educacional. Na visão de 
Delors (1996), a formação desse novo cidadão deveria estar pautada na paz e liberdade 
social, pois nesse século a educação deveria ser a promotora da igualdade, eliminando 
todos os aspectos de pobreza e marginalização existentes nos países globalizados.
O Relatório que citamos acima não buscou estabelecer a educação como um “re-
médio milagroso”, mas como uma “porta de oportunidades” que se abria para os indivíduos 
inseridos no novo século, “[...] como uma via que conduza a um desenvolvimento humano 
mais harmonioso, mais autêntico, de modo a fazer recuar a pobreza, a exclusão social, as 
incompreensões, as opressões, as guerras” (DELORS, 1996, p.11). 
Nesse contexto político, a formação humana esteve pautada no saber fazer, sendo 
refletida através da educação, onde buscava-se a formação da pessoa enquanto um indivíduo, 
grupos e nações. Delors (1996) destaca algumas tensões para o século XXI que deveriam 
ser superadas por meio da formação humana a partir da publicação do Relatório, entre elas:
A tensão entre o global e o local: tornar-se, pouco a pouco, cidadão do 
mundo sem perder as suas raízes e participando, ativamente, na vida do seu 
país e das comunidades de base. 
A tensão entre o universal e o singular: a mundialização da cultura vai-se 
realizando progressiva mas ainda parcialmente [...].
A tensão entre tradição e modernidade tem origem na mesma proble-
mática: adaptar-se sem se negar a si mesmo, construir a sua autonomia 
em dialética com a liberdade e a evolução do outro, dominar o progressocientífico [...]. 
A tensão entre as soluções a curto e a longo prazo, tensão eterna, mas 
alimentada hoje em dia pelo domínio do efêmero e do instantâneo, [...]. As 
opiniões pretendem respostas e soluções rápidas, quando muitos dos pro-
19UNIDADE 1 CONCEPÇÕES E PRINCÍPIOS: CONCEITOS E DEFINIÇÕES DE POLÍTICA E ESTADO
blemas enfrentados necessitam de uma estratégia paciente, que passe pela 
concertação e negociação das reformas a executar. As políticas educativas 
são, precisamente, uma área em que esta estratégia se aplica.
A tensão entre a indispensável competição e o cuidado com a igualdade 
de oportunidades, [...] A Comissão ousa afirmar que, atualmente, a pressão 
da competição faz com que muitos responsáveis esqueçam a missão de dar 
a cada ser humano os meios de poder realizar todas as suas oportunidades 
[...]. 
A tensão entre o extraordinário desenvolvimento dos conhecimentos e 
as capacidades de assimilação pelo homem. [...] É necessário, pois, optar, 
com a condição de preservar os elementos essenciais de uma educação bá-
sica que ensine a viver melhor, através do conhecimento, da experiência e da 
construção de uma cultura pessoal.
[...] a tensão entre o espiritual e o material. [...] Cabe à educação a nobre 
tarefa de despertar em todos, segundo as tradições e convicções de cada um, 
respeitando inteiramente o pluralismo, [...]. Está em jogo — e aqui a Comissão 
teve o cuidado de ponderar bem os termos utilizados — a sobrevivência da 
humanidade (DELORS, 1996, p. 14-5).
Com essa colocação podemos entender que este Relatório buscou atualizar 
o conceito de educação para atender aos desafios que o novo século impunha sobre a 
formação humana, buscava-se a promoção então da educação ao longo da vida capaz de 
reforçar a cooperação entre os diversos grupos sociais existentes. 
Voltado para a finalidade da educação, o Relatório salienta que “[...] a sua realização, 
longa e difícil, será uma contribuição essencial para a busca de um mundo mais habitável 
e mais justo” (DELORS, 1996, p. 16).
No entanto, como essa formação humana deveria estar organizada? Quais os 
princípios formativos que a embasam?
Delors (1996, p. 89) ressalta que a educação ao promover a formação humana 
deve estar embasada em quatro pilares que são a base do conhecimento. Nesse contexto 
histórico, “[...] a educação deve transmitir, de fato, de forma maciça e eficaz, cada vez mais 
saberes e saber-fazer evolutivos, adaptados à civilização cognitiva, pois são as bases das 
competências do futuro.”. 
A educação formadora deveria apresentar o mundo aos alunos, assim como os 
seus movimentos sociais por meio de quatro aprendizagens identificadas na qualidade de 
pilares da educação, sendo eles:
[...] aprender a conhecer, isto é adquirir os instrumentos da compreensão; 
aprender a fazer, para poder agir sobre o meio envolvente; aprender a viver 
juntos, a fim de participar e cooperar com os outros em todas as atividades 
humanas; finalmente aprender a ser, via essencial que integra as três 
precedentes (DELORS, 1996, p. 90).
20UNIDADE 1 CONCEPÇÕES E PRINCÍPIOS: CONCEITOS E DEFINIÇÕES DE POLÍTICA E ESTADO
Com base nisso, querido aluno (a), conseguimos identificar que o Relatório defende 
que os quatro conhecimentos citados devem estruturar o ensino, buscando desenvolver 
os alunos tanto em seus aspectos práticos quanto cognitivos, para que assim o indivíduo 
tenha suporte para atuar ativamente na sociedade.
Compreendemos que a formação do cidadão para esse período histórico deveria 
se efetivar por meio da educação, capacitando-os para lidar com as transformações advin-
das da sociedade. Delors (1996, p.92) esclarece que “[...] o processo de aprendizagem do 
conhecimento nunca está acabado, e pode enriquecer-se com qualquer experiência. Neste 
sentido, liga-se cada vez mais à experiência do trabalho, à medida que este se torna menos 
rotineiro.”.
Resumindo, conseguimos observar a promoção da paz idealizada pela UNESCO a 
partir da organização educacional que a mesma promove para o novo século, ao valorizar 
a educação ela está pensando no bem estar das gerações futuras.
Desse modo, a educação passa a ser reorganizada para atender aos novos 
pressupostos da década de 90, a sua reestruturação é pautada pelos aspectos políticos 
e econômicos, mas qual o papel do Estado perante todas essas mudanças políticas e 
educacionais?
Conto com vocês para que juntos possamos identificar a função do Estado no fazer 
político e na promoção de uma educação gratuita e de qualidade.
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 4 FUNÇÃO DO ESTADO 
TÓPIC0
UNIDADE 1 CONCEPÇÕES E PRINCÍPIOS: CONCEITOS E DEFINIÇÕES DE POLÍTICA E ESTADO 21
Olá, aluno (a), vamos dar sequência em nossos estudos com o seguinte 
questionamento: qual o papel do Estado perante todas essas mudanças políticas e 
educacionais?
Já refletimos sobre a concepção de políticas e também sobre como foi pensada 
a formação cidadã para o século XXI, partimos agora para compreender qual o papel do 
Estado no desenvolvimento social dos indivíduos. Assim, para dar continuidade é importante 
termos claramente o conhecimento da diferenciação entre Estado e governo.
Nesse sentido, Höfling (2001) destaca que:
[...] é possível se considerar Estado como o conjunto de instituições 
permanentes – como órgãos legislativos, tribunais, exército e outras que não 
formam um bloco monolítico necessariamente – que possibilitam a ação do 
governo; e Governo, como o conjunto de programas e projetos que parte da 
sociedade (políticos, técnicos, organismos da sociedade civil e outros) propõe 
para a sociedade como um todo, configurando-se a orientação política de um 
determinado governo que assume e desempenha as funções de Estado por 
um determinado período (HÖFLING, 2001, p. 31).
Partindo da compreensão de Estado, é importante destacar que este não deve ser 
reduzido a uma mera burocracia, uma vez que ele é o responsável por colocar as políticas 
sociais em prática desde a sua implementação até a manutenção.
Por políticas sociais podemos entender as ações que visam o bem estar da sociedade, 
voltadas especialmente para a distribuição de benefícios implementados pelo Estado que 
visam a diminuição das desigualdades e o desenvolvimento econômico previstos desde 
meados do século XX.
22UNIDADE 1 CONCEPÇÕES E PRINCÍPIOS: CONCEITOS E DEFINIÇÕES DE POLÍTICA E ESTADO
No interior da concepção capitalista, o Estado é identificado como um órgão regulador 
que, ao utilizar as políticas sociais eleva e garante cada vez mais as relações capitalistas. 
Assim, o Estado no aspecto capitalista cuida “[...] não só de qualificar permanentemente a 
mão-de-obra para o mercado, como também, através de tal política e programas sociais, 
procuraria manter sob controle parcelas da população não inseridas no processo produtivo 
(HÖFLING, 2001, p. 33).
Com base na concepção capitalista, te convido para fazer a seguinte reflexão 
referente ao papel do Estado perante a educação:
Nestes termos, entendo educação como uma política pública social, uma política 
pública de corte social, de responsabilidade do Estado – mas não pensada somente por 
seus organismos. As políticas sociais – e a educação – se situam no interior de um tipo 
particular de Estado. São formas de interferência do Estado, visando a manutenção das 
relações sociais de determinada formação social (HÖFLING, 2001, p. 31).
Nesta reflexão podemos entender que a educação enquanto política social está 
situada no interior dos Estados sendo uma das maiores promotoras das relações sociais 
existentes no neoliberalismo. Nesse sentido, Molina e Rodrigues ( 2020, p. 24) destacam 
que “[...] o Estado se utiliza da promulgação de políticas públicas de cunho social para 
naturalizar suas ações perante a massa popular.”.
Por movimento neoliberal podemos compreenderum “[...] conjunto de ideias 
políticas e econômicas capitalistas que defendem a não participação do Estado na economia, 
entendendo que a partir da liberdade no comércio haverá o crescimento econômico e social 
de um país” (LIMA, 2018, p. 32).
Além disso, em um ambiente neoliberal ocorre a ênfase na globalização, ou seja, 
efetivam a ideia das privatizações, onde as decisões, na maioria das vezes, são tomadas 
por agências reguladoras.
23UNIDADE 1 CONCEPÇÕES E PRINCÍPIOS: CONCEITOS E DEFINIÇÕES DE POLÍTICA E ESTADO
Höfling (2001, p. 37) destaca ainda que:
Para os neoliberais, as políticas (públicas) sociais – ações do Estado na 
tentativa de regular os desequilíbrios gerados pelo desenvolvimento da 
acumulação capitalista – são consideradas um dos maiores entraves a este 
mesmo desenvolvimento e responsáveis, em grande medida, pela crise que 
atravessa a sociedade.”. 
A partir das mudanças deliberadas na função do Estado por conta do contexto 
neoliberal, as instituições de ensino passam a ser vistas com outros olhos, ou seja, são 
improdutivas sob a ótica mercadológica. Vai se perdendo o caráter da construção dos 
direitos sociais, dando abertura para atender às necessidades do mercado de trabalho.
Com base nisso, podemos afirmar que as modificações impostas não se restringiram 
aos conteúdos, mas sim às políticas que delineiam o sistema educacional, como as formas 
de gestão, de controle e de financiamento da educação. 
Vamos juntos analisar em nossa próxima unidade como se deu a reforma do 
sistema educacional no Brasil que buscou promover a solução de problemas por meio da 
mobilidade social.
24UNIDADE 1 CONCEPÇÕES E PRINCÍPIOS: CONCEITOS E DEFINIÇÕES DE POLÍTICA E ESTADO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Iniciamos esta unidade com a reflexão voltada para a compreensão da concepção 
de políticas e formação cidadã. Com base nisso, conseguimos identificar que fazemos 
parte de uma sociedade cujo movimento é dialético, ou seja, uma sociedade capitalista e 
contraditória, onde suas transformações buscam embasar o desenvolvimento do capital. 
Partindo desse pressuposto, evidenciamos que o conceito de política está para 
além dos aspectos partidários, pois a política está inserida em nosso cotidiano por meio de 
nossas ações. Destacamos a política enquanto um conjunto dos mecanismos reguladores 
da totalidade social, sendo ela caracterizada pelo exercício de poder.
Por isso, podemos dizer que estudar política é necessário e importante, pois é 
através de sua compreensão que o indivíduo adquire a percepção de que todas as suas 
decisões completam interesses e que esse por sua vez faz parte de um grupo social.
É por meio da polarização política que o Brasil se desenvolve, garantindo o seu 
espaço na agenda de globalização dos países que buscavam a reprodução do capital. Com a 
unificação dos países que almejam o mesmo ideal político no século XX, foi pensando sobre 
a necessidade de promover novos aspectos formativos para o cidadão do novo século.
Nessa nova formação ganha ênfase o Relatório promovido pela UNESCO no ano 
de 1996, com a direção de Jacques Delors, onde a formação humana deveria estar emba-
sada em quatro pilares do conhecimento, sendo eles: aprender a conhecer; aprender a 
fazer; aprender a viver junto e aprender a ser.
Nesse contexto social, a educação deveria formar o homem para além do ambiente 
escolar, ou seja, este indivíduo deveria estar apto para atuar ativamente na sociedade por 
meio do mercado de trabalho e isso, na visão da UNESCO, apenas ocorreria se o ensino 
estivesse correlacionado com a prática.
Por fim, cabe reforçar que nesse contexto político e histórico neoliberal o Estado 
possui ações mínimas e a educação, mesmo com todas as suas formulações, ainda é a 
grande responsável pela formação dos cidadãos. 
25UNIDADE 1 CONCEPÇÕES E PRINCÍPIOS: CONCEITOS E DEFINIÇÕES DE POLÍTICA E ESTADO
LEITURA COMPLEMENTAR
Leia o material indicado abaixo e faça suas reflexões. 
HOFLING, Eloísa de Mattos. Estado e políticas (públicas) sociais. Cad. CEDES, v. 
21, n. 55, p. 30-41, nov. 2001. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ccedes/a/pqNtQNWn-
T6B98Lgjpc5YsHq/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 14 out. 2022.
RESUMO: Para melhor compreensão e avaliação das políticas públicas sociais 
implementadas por um governo, é fundamental a compreensão da concepção de Estado e 
de política social que sustentam tais ações e programas de intervenção. Visões diferentes 
de sociedade, Estado, política educacional geram projetos diferentes de intervenção nesta 
área. Este texto objetiva trazer elementos que contribuam para a compreensão desta relação, 
enfocando autores que se aproximam da abordagem marxista e da neoliberal sobre o tema.
MOLINA, A. A.; RODRIGUES, A. A. Estado, Políticas Públicas e Formação Docente 
no Brasil: direcionamentos a partir do início do século XXI. 2020. Ensino Em Revista, 27(1), 
40–67. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/emrevista/article/view/52744. Acesso 
em: 14 out. 2022.
RESUMO: A educação e a formação docente precisam ser compreendidas a partir 
de uma vertente totalizante, estabelecendo-se uma relação com a economia e a política, cuja 
finalidade é perceber as contradições e as ideologias presentes nas políticas educacionais 
em geral. Partindo desse princípio, o objetivo deste estudo é apontar o papel do Estado nas 
políticas públicas para a educação no Brasil a partir do inicio do século XXI, enfatizando as 
políticas destinadas à formação docente. Para atender tal proposto, a pesquisa se pautou 
em um estudo bibliográfico, por meio de uma concepção teórica pautada no materialismo 
histórico e dialético. Os resultados mostraram que as políticas públicas destinadas à formação 
docente no Brasil estão imbricadas com a forma de organização e de administração do 
governo federal, consequentemente com as determinações socioeconômicas e políticas 
que regem as ações governamentais do país.
https://www.scielo.br/j/ccedes/a/pqNtQNWnT6B98Lgjpc5YsHq/?format=pdf&lang=pt.
https://www.scielo.br/j/ccedes/a/pqNtQNWnT6B98Lgjpc5YsHq/?format=pdf&lang=pt.
https://seer.ufu.br/index.php/emrevista/article/view/52744
26UNIDADE 1 LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA DO TERRITÓRIO BRASILEIRO
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO 
Título: Políticas públicas e educação
Autor: Caroline Costa Nunes Lima; Pablo Bes; Alex Ribeiro Nu-
nes; Simone de Oliveira; Glória Freitas.
Editora: SAGAH EDUCAÇÃO S.A.
Sinopse: O estudo das políticas públicas e sua interface com a 
educação proporciona aos futuros professores a compreensão 
crítica das políticas educacionais, dos fundamentos teóricos das 
políticas, de aspectos essenciais da organização e da legislação 
da educação brasileira. Neste livro estão reunidos alguns 
temas relevantes para reflexão pelos futuros professores em 
sua prática educativa, temas esses que também podem ser 
um ponto de partida para a formação de pesquisadores nessa 
área. A necessidade de interlocução com outros campos do 
conhecimento científico faz da disciplina de políticas públicas 
e educação uma disciplina ímpar. Além de compreender as 
diferentes concepções e matrizes teóricas jurídico-normativas 
e dialéticas, a forma como estão estruturados os capítulos 
deste livro permitem analisar o contexto da prática política 
em educação no cotidiano escolar. Trata-se de uma leitura 
enriquecedora para quem busca uma prática refletida e 
transformadora.
FILME/VÍDEO 
Título: Escritores da Liberdade
Ano: 2007
Sinopse: Uma jovem e idealista professora chega a uma escola 
de um bairro pobre, que está corrompida pela agressividade 
e violência. Os alunos se mostram rebeldes e sem vontade de 
aprender, e há entre eles uma constante tensão racial. Assim, 
para fazer com que os alunos aprendam e também falem 
mais de suas complicadas vidas, a professora Gruwell aposta 
em métodos diferentes de ensino. Aos poucos, os alunos 
vão retomando a confiança em si mesmos, aceitando mais o 
conhecimento e reconhecendo valores.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
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Plano de Estudos
• Conceitos e Definições do Manifesto dos Pioneiros da Educação 
Nova no Brasil.
• Breve histórico das Leis de Diretrizes e Bases da Educação – Lei n. 
4024/61; Lei n. 5692/71.
• Constituição Federativa do Brasil de 1988.
• A nova LDB e os avanços quanto ao direito à educação.
Objetivos da Aprendizagem
• Conceituar e contextualizar o Manifesto dos Pioneiros da Educação no Brasil;
• Analisar as políticas públicas que organizam a legislação da educação básica;
• Estabelecer a importância da Constituição Federativa do Brasil de 1988;
• Compreender a nova LDB e os avanços quanto ao direito à educação.
2UNIDADEUNIDADE
ASPECTOS LEGAIS DA ASPECTOS LEGAIS DA 
EDUCAÇÃO BÁSICA EDUCAÇÃO BÁSICA 
NO BRASILNO BRASIL
Professora Mestra Mylena Mikaellen Beraldo
28UNIDADE 2 ASPECTOS LEGAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA NO BRASIL.
INTRODUÇÃO
Você já se perguntou quais caminhos a educação brasileira percorreu para ser 
reconhecida em sua organização atual? A fim de compreender essa questão, iremos nos 
colocar diante da organização educacional brasileira desde os seus primórdios.
Nessa unidade vamos compreender como se deu o movimento social do Manifesto 
dos Pioneiros da Educação Nova no ano de 1932, movimento este que revolucionou a 
compreensão da educação enquanto meio de formação humana.
Partindo de um olhar crítico, vamos juntos acompanhar as principais linhas normativas 
que regem o caráter educacional brasileiro. O importante nessa nossa caminhada é que 
você, aluno (a), compreenda que as mudanças previstas na educação estão inteiramente 
ligadas ao movimento social existente.
Vimos anteriormente que as políticas públicas são essenciais para a organização 
do fazer pedagógico, uma vez que essa trabalha para o desenvolvimento de melhorias 
voltadas para o cidadão. Cabe agora, compreender quais são os pilares normativos que 
dispõe direitos e deveres sobre a formação humana.
Quando estudamos as normas voltadas para a educação, além de levar em 
consideração o momento histórico no qual a mesma foi promulgada, devemos compreender 
também qual o tipo de cidadão pretende-se formar. Dessa forma, vamos analisar a formação 
social a partir da Lei de Diretrizes e Bases da educação e da Constituição Federal de 1988.
Convido você para analisar criticamente todas as mudanças sociais e compreender 
como a política influencia diretamente a organização educacional, visando a formação de 
um cidadão ativo na sociedade.
BONS ESTUDOS.
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29UNIDADE 2 ASPECTOS LEGAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA NO BRASIL.
 1 CONCEITOS E DEFINIÇÕES DO 
MANISFESTO DOS PIONEIROS DA 
EDUCAÇÃO NOVA NO BRASIL 
TÓPIC0
Para compreender os principais aspectos que totalizaram na organização 
educacional brasileira, vamos inicialmente nos dispor a identificar qual foi o papel do 
Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova na formação humana para a década de 30.
Este movimento liderado pela Escola Nova totalizou na construção de um documento 
escrito, majoritariamente, por Fernando de Azevedo e assinado por 26 educadores, dentre 
eles dois signatários importantes para o âmbito educacional, como: Anísio Spinola Teixeira e 
Cecília Meirelles, no dia 19 de março de 1932, intitulado como “A reconstrução educacional 
no Brasil: ao povo e ao governo”. 
 De acordo com Vidal (2013, p. 579), o Manifesto lutava pelo “[...] movimento de 
renovação educacional brasileiro, como se indica em seu próprio título. Vinha a público no 
âmago das disputas pela condução das políticas do recém-criado Ministério da Educação 
e Saúde no Brasil (1930) e seu texto exibia um triplo propósito”. 
O documento visa promover uma nova organização para o sistema educacional 
brasileiro pautado nos aspectos da Escola Nova. Cunha e Souza (2011, p.853) esclarecem 
que “[...] o escolanovismo, tanto no Brasil quanto em outros países, apresentou grande 
dispersão de temas e abordagens”, dentre eles estão as formações idealizadas para formar 
um novo cidadão. Podemos identificar abaixo:
• formação da personalidade integral do educando, tendo em vista não 
apenas o desenvolvimento de atributos individuais, mas especialmente a 
reordenação da sociedade, o que caracteriza uma educação socializadora/
civilizadora;
30UNIDADE 2 ASPECTOS LEGAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA NO BRASIL.
• aproveitamento das experiências cotidianas dos alunos sem desprezar 
os conteúdos das matérias escolares, o que se materializa por meio da 
renovação dos métodos de ensino;
• redirecionamento da mentalidade dos professores, envolvendo novas 
concepções morais e sintonia com os avanços da modernidade, em que se 
incluem as contribuições das ciências à educação e a universalização do 
acesso à escola (CUNHA; SOUZA, 2011, p. 853).
Diante dos itens apresentados na citação acima conseguimos identificar a 
supervalorização da experiência do aluno em prol do seu desenvolvimento social e 
intelectual. Este movimento de reorganização educacional buscou, além de promover 
mudanças voltadas para o público discente, redirecionar a formação de professores a fim 
de promover a universalização do ensino.
O Manifesto dos Pioneiros da Educação (1932) divulgou propósitos a serem 
seguidos, inicialmente, esse documento evidenciou a necessidade de estabelecer a 
modernização do sistema educativo brasileiro, assim como da sociedade no geral.
Vidal (2013, p. 579) destaca que “[...] além da laicidade, da gratuidade, da obriga-
toriedade e da coeducação, o Manifesto propugnava pela escola única, constituída sobre a 
base do trabalho produtivo, tido como fundamento das relações sociais”. Nesse contexto, 
o Estado estava ao centro da organização educacional, sendo ele o principal responsável 
pela qualidade do ensino.
É importante, aluno (a), que você compreenda que a Escola Nova se diferencia 
do ensino tradicional, uma vez que o seu desenvolvimento está pautado na organização 
científica e exploratória da escola, ou seja, encaram a experiência do aluno como sendo um 
meio qualitativo capaz de gerar mudanças intelectuais. 
No entanto, apesar de muita luta, Vidal chama a nossa atenção para o seguinte 
aspecto:
Foi somente a partir dos anos 1980 que o Manifesto começou a ser revistado 
pela investigação acadêmica e que foram questionados seus dispositivos 
discursivos. Os pioneiros emergiram como um grupo cuja coesão não era 
fruto da identidade de posições ideológicas, mas estratégia política de luta, 
conduzida no calor das batalhas pelo controle do aparelho educacional 
(VIDAL, 2013, p. 580-90).
Assim, as atenções voltaram-se para os escritos apresentados no Manifesto durante 
o final do século XIX e início do século XX, onde buscaram compreender como reduzir o 
vazio educacional discutido no documento. Para o documento, desde a década de 30 a 
finalidade da educação estava voltada para a formação ideal do homem, girando em torno 
da concepção da vida em sua plenitude.
31UNIDADE 2 ASPECTOS LEGAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICANO BRASIL.
Para compreender o teor pedagógico no qual o Manifesto estava embasado, 
Vidal (2013, p. 581) nos mostra que “[...] a Escola Nova evidenciou-se como fórmula, com 
significados múltiplos e distintas apropriações constituídas no entrelaçamento de três 
vertentes: a pedagógica, a ideológica e a política”.
Com base na vertente pedagógica, a precarização de conceitos utilizados permitiu 
que a Escola Nova reunisse diferentes tipos de educadores em prol de um mesmo obje-
tivo, por exemplo, os educadores católicos e liberais voltados para uma educação ativa e 
universal.
Seguindo o aspecto da vertente ideológica cabe destacar que, nesse momento, 
a educação é vista como um meio de formação e unificação social, ou seja, promovendo 
a transformação da sociedade atendendo as necessidades de diferentes grupos sociais. 
Logo na dimensão política, promove-se o ideal de que a Escola Nova passará a ser vista 
na qualidade de renovação social e educacional.
Diante disso, te convido a fazer a seguinte reflexão voltada para os objetivos esta-
belecidos no Manifesto:
Não deixa de ser elucidativo perceber o Manifesto como parte do jogo político 
pela disputa do controle do Estado e de suas dinâmicas, e, portanto, como 
elemento de coesão de uma frente de educadores que, a despeito de suas 
diferenças, articulava-se em torno de alguns objetivos comuns, como a lai-
cidade, a gratuidade e a obrigatoriedade da educação. Mas não foi apenas 
isso. O documento também foi representante de um grupo de intelectuais que 
abraçava um mesmo projeto de nação, ainda que com divergências internas. 
O expediente da organização de frentes, aliás, foi comum no final dos anos 
1920 e no início da década de 1930, constituindo-se na estratégia utilizada 
para a conjugação de forças em torno de um ideal comum (VIDAL, 2013, p. 
584).
Ora, então este documento também pode ser encarado como uma jogada política? 
Sim, aluno (a), cabe a nós compreender que a educação mantém a sua organização 
embasada nos pressupostos políticos do contexto no qual estão inseridos.
Dessa forma, colocando o Estado enquanto responsável pela reorganização do 
ensino, assumem a direção política educacional, buscando habilitar uma nova formação 
social. Com base nisso, o Manifesto (1932) salienta que:
A nova doutrina, que não considera a função educacional como uma função 
de superposição ou de acréscimo, segundo a qual o educando é "modelado 
exteriormente" (escola tradicional), mas uma função complexa de ações e 
reações em que o espírito cresce de "dentro para fora", substitui o mecanismo 
pela vida (atividade funcional) e transfere para a criança e para o respeito de 
sua personalidade o eixo da escola e o centro de gravidade do problema da 
educação (MANIFESTO, 2006, p. 195).
32UNIDADE 2 ASPECTOS LEGAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA NO BRASIL.
Diante da citação acima, cabe destacar que o Manifesto defende os processos 
mentais como funções vitais do ser humano. Nesse sentido, cabe à escola desenvolver 
este ser humano por meio de uma educação funcional "[...] favorável ao intercâmbio de 
reações e experiências [...]" (MANIFESTO, 2006, p. 196). Assim, o aluno irá se desenvolver 
naturalmente, sendo levado ao caminho do mercado de trabalho conforme os seus 
interesses e necessidades.
O Manifesto (2006, p.1996) considera uma nova concepção de escola a ser de-
senvolvida, que vai contra as concepções passistas das escolas tradicionalistas, nesse 
sentido a base dessa nova escola deve estar pautada na “[...] atividade espontânea, alegre 
e fecunda, dirigida à satisfação das necessidades do próprio indivíduo”.
A educação pautada nos princípios citados acima influência em uma reorganização 
da educação pública, visando as necessidades dos alunos e do Estado. Sendo assim, Vidal 
traz essas reflexões para dos dias hoje, ressaltando que:
Reler o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova nos dias de hoje implica 
percebê-lo como peça política do debate educacional situado no início 
dos anos 1930, indiciando os grupos em disputa e o movimento, operado 
pelo texto, de ressignificação das propostas educativas e dos objetos em 
confronto com o propósito explícito de orientar as políticas educativas do 
novo Ministério da Educação e Saúde. Implica também compreendê-lo como 
monumento da memória educacional brasileira, muitas vezes revisitado pelos 
próprios pioneiros ao longo do tempo como estratégia de legitimação de 
intervenção no campo educacional. Esvaziado das condições de emergência, 
o Manifesto sobreviveu como uma carta de princípios pedagógicos, como 
um marco em prol de uma escola renovada, mas principalmente em defesa 
da responsabilidade do Estado pela difusão da educação pública no país 
(VIDAL, 2013, p. 586).
 Com essa colocação, Vidal (2013) reforça o momento em que o Estado se tornou 
o responsável pela organização da educação brasileira, pautado em um aspecto político e 
social. Podemos destacar a luta pela educação gratuita, laica e de qualidade, capaz de formar 
todos os cidadãos para atuar enquanto um cidadão ativo, independente de sua classe social.
Cabe destacar, querido (a) aluno (a), que o Manifesto dos Pioneiros da Educação 
não é considerado como uma reforma, mas sim como a iniciativa de mudança educacional, 
alienando-a aos aspectos políticos e sociais.
Nesse sentido, veremos no próximo tópico um breve histórico do realinhamento 
normativo brasileiro, destacando os principais conceitos da Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação (Lei n. 4024/1961 e Lei n. 5692/71). Conto com você, para que juntos possamos 
entender como os aspectos normativos vêm promovendo a educação brasileira até os 
dias atuais.
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33UNIDADE 2 ASPECTOS LEGAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA NO BRASIL.
 2 BREVE HISTÓRICO DAS LEIS DE 
DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO - 
Lei n.4024/61; Lei n. 5692/71 
TÓPIC0
O movimento social estabelecido após o desenvolvimento escolanovista promove 
uma renovação no contexto educacional brasileiro, totalizando em uma educação pautada 
no desenvolvimento do aluno por meio de suas experiências e bem-estar social.
Para nortear essa nova concepção educacional foi promulgada no ano de 1961, durante 
o governo de João Goulart (1961-1964), a primeira Lei de Diretrizes e Bases da educação 
n° 4024/1961, cujo principal objetivo estava caracterizado pela promoção de uma educação 
nacional com base nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana.
Como exposto no Manifesto dos Pioneiros da Educação (1932) o ensino deveria se 
voltar para a formação vital do indivíduo, garantindo o desenvolvimento da aprendizagem 
por meio de suas experiências. Nesse sentido, a LDB n° 4024/61 é promulgada no intuito 
de redefinir e organizar o ensino brasileiro.
 Assim, a educação deveria abranger os seguintes aspectos:
a) a compreensão dos direitos e deveres da pessoa humana, do cidadão, do 
Estado, da família e dos demais grupos que compõem a comunidade;
b) o respeito à dignidade e às liberdades fundamentais do homem;
c) o fortalecimento da unidade nacional e da solidariedade internacional;
d) o desenvolvimento integral da personalidade humana e a sua participação 
na obra do bem comum;
e) o preparo do indivíduo e da sociedade para o domínio dos recursos cientí-
ficos e tecnológicos que lhes permitam utilizar as possibilidades e vencer as 
dificuldades do meio;
34UNIDADE 2 ASPECTOS LEGAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA NO BRASIL.
f) a preservação e expansão do patrimônio cultural;
g) a condenação a qualquer tratamento desigual por motivo de convicção 
filosófica, política ou religiosa, bem como a quaisquer preconceitos de classe 
ou de raça (BRASIL, 1961).
A educação torna-se, a partir desta Lei, direito de todos, podendo ocorrer no 
ambiente escolar ou no próprio lar do aluno. Cabe, nesse momento, ao Estado a obrigação 
de forneceros recursos necessários para que esta educação seja efetivada na instituição 
primária, médio e superior.
De acordo com o “Art. 23. A educação pré-primária destina-se aos menores até sete 
anos, e será ministrada em escolas maternais ou jardins-de-infância” (BRASIL, 1961). A 
finalidade dessa educação está voltada para “o desenvolvimento do raciocínio e das atividades 
de expressão da criança, e a sua integração no meio físico e social” (BRASIL, 1961).
O presente documento estabelece em seu Art. 26 que “[...] o ensino primário será 
ministrado, no mínimo, em quatro séries anuais” (BRASIL, 1961), podendo ser estendido 
para até 6 anos.
Já em seu Art. 33 o documento prevê a organização para o ensino médio, promo-
vendo a formação do adolescente que já finalizou o ensino primário. Desse modo, o Art. 
34 esclarece que “o ensino médio será ministrado em dois ciclos, o ginasial e o colegial, 
e abrangerá, entre outros, os cursos secundários, técnicos e de formação de professores 
para o ensino primário e pré-primário”.
Cada ciclo estabelecido para o ensino médio deverá ser composto por disciplinas 
e práticas educativas, tanto obrigatórias quanto optativas. No entanto, para realizar a 
matrícula na 1ª série do ciclo colegial será exigida conclusão do ciclo ginasial.
 Dessa forma, o ensino médio se organiza com base nos seguintes itens:
I - Duração mínima do período escolar:
a) cento e oitenta dias de trabalho escolar efetivo, não incluído o tempo reser-
vado a provas e exames;
b) vinte e quatro horas semanais de aulas para o ensino de disciplinas e prá-
ticas educativas.
II- cumprimento dos programas elaborados tendo-se em vista o período de 
trabalho escolar;
III- formação moral e cívica do educando, através de processo educativo que 
a desenvolva;
IV- atividades complementares de iniciação artística;
35UNIDADE 2 ASPECTOS LEGAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA NO BRASIL.
V- instituição da orientação educativa e vocacional em cooperação com a 
família;
VI - frequência obrigatória, só podendo prestar exame final, em primeira 
época, o aluno que houver comparecido, no mínimo, a 75% das aulas dadas 
(BRASIL, 1961).
Com base nisso, fica a cargo da instituição de ensino organizar o ano letivo juntamente 
com profissionais qualificados, com base na realização das disciplinas obrigatórias e 
facultativas, promovendo o desenvolvimento do aluno em sua totalidade. As disciplinas 
facultativas poderiam ser escolhidas pelo próprio estudante, levando em consideração os 
seus interesses e a sua experiência.
No ciclo ginasial eram ministradas as disciplinas de línguas estrangeiras 
modernas, música (canto orfeônico), artes industriais, técnicas comerciais 
e técnicas agrícolas, enquanto no colegial eram oferecidas as de línguas 
estrangeiras modernas, grego, desenho, mineralogia e geologia, estudos 
sociais, psicologia, lógica, literatura, introdução às artes, direito visual, 
elementos de economia, noções de contabilidade, biblioteconomia, 
puericultura, higiene e dietética (SOUZA, 2008, p. 234).
A nova LDB promoveu uma reorganização no sistema educacional brasileiro, de 
modo que, disciplinas que anteriormente eram vistas como obrigatórias passaram a ser 
optativas colocando os profissionais da educação frente a uma nova concepção educacional.
Voltado para a organização do ensino superior, a LDB 4024/61 considera em seu Art. 
66 que “[...] o ensino superior tem por objetivo a pesquisa, o desenvolvimento das ciências, 
letras e artes, e a formação de profissionais de nível universitário.” (BRASIL, 1961).
Sendo assim, a LDB 4024/1961 pretendia uma nova formação para o profissional 
da educação em seu Art. 52, onde “o ensino normal tem por fim a formação de professores, 
orientadores, supervisores e administradores escolares destinados ao ensino primário, e o 
desenvolvimento dos conhecimentos técnicos relativos à educação da infância.”.
 Assim, de acordo com Saviani (1991):
Com o escolanovismo, o que ocorreu foi que a preocupação política em 
relação à escola refluiu. De uma preocupação em articular a escola como um 
instrumento de participação política, de participação democrática, passou-
se para o plano técnico-pedagógico. [...]. Passou-se do ‘entusiasmo pela 
educação’, quando se acreditava que a educação poderia ser um instrumento 
de participação das massas no processo político, para o ‘otimismo pedagógico’, 
em que se acreditava que as coisas vão bem e se resolvem no plano interno 
das técnicas pedagógicas. [...]. A Escola Nova vem transferir a preocupação 
dos objetivos e dos conteúdos para os métodos e da quantidade para a 
qualidade (SAVIANI, 1995, p. 62).
36UNIDADE 2 ASPECTOS LEGAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA NO BRASIL.
Saviani (1995) esclarece na citação acima alguns aspectos voltados exclusivamente 
para a educação proposta no interior da escola nova. Entretanto, o autor evidencia a sua 
crítica voltada para o escolanovismo onde a participação social e política sobressaía a 
formação humana, assim “[...] quando a burguesia acenava com a escola para todos (é por 
isso que era instrumento de hegemonia), ela estava num período capaz de expressar os 
seus interesses abarcando também os interesses das demais classes.”
Passando por esse momento histórico, já no governo de Emílio Garrastazu Médici, 
temos a readequação da Lei de Diretrizes e Bases nº 5.692, de 11 de agosto de 1971 em 
sua reorganização buscou fixar Diretrizes e Bases para o ensino de 1° e 2º grau e outras 
providências.
Este documento atualizado trouxe o ensino de 1º e 2º grau pautado pelo objetivo de 
proporcionar ao aluno a formação amparada no desenvolvimento de suas potencialidades 
como elemento de autorrealização. Com isso, uma educação eficaz era aquela que preparava 
o indivíduo, qualificando-o para o trabalho e para o exercício consciente da cidadania.
 Partindo dessa flexibilidade do ensino, Saviani (1995) salienta que:
Uma outra "descoberta" da Lei nº 5.692 foi a reformulação curricular através 
de atividades, áreas de estudos e disciplinas, determinando que o ensino, nas 
primeiras oito séries, se desenvolvesse predominantemente sob a forma de 
atividades e áreas de estudo. Ora, essas atividades e áreas de estudos são 
outra maneira de diluir o conteúdo da aprendizagem das camadas populares; 
e todos sabem que isso efetivamente ocorreu e vem ocorrendo (SAVIANI, 
1995, p. 65).
Assim, para o autor a nova LDB 5692/71 dilui o conteúdo educacional para as 
camadas populares. Contudo, reforça a importância dos conteúdos fundamentais mediados 
no ensino sistematizado, pois essa é a única maneira de formar um indivíduo crítico. Para 
Saviani (1995), o domínio da cultura por parte de diferentes grupos sociais é um instrumento 
indispensável para que esses grupos se adentrem nas organizações políticas.
De acordo com a LDB 5692/71, o ensino de 1º grau se destina à formação da 
criança e do pré-adolescente, variando em conteúdo e métodos segundo as fases de 
desenvolvimento dos alunos. Assim, constituirá uma duração de oito anos letivos e 
compreenderá, anualmente, pelo menos 720 horas de atividades (BRASIL, 1971).
Por outro lado, o ensino do 2° grau está voltado para a formação plena do adoles-
cente, em seu Art. 22 coloca que “o ensino de 2º grau terá três ou quatro séries anuais, 
conforme previsto para cada habilitação, compreendendo, pelo menos, 2.200 ou 2.900 
horas de trabalho escolar efetivo, respectivamente.”.
Assim, quanto ao 2° grau fica estabelecido na LDB 5692/71 os seguintes itens:
37UNIDADE 2 ASPECTOS LEGAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA NO BRASIL.
a) a conclusão da 3ª série do ensino de 2º grau, ou do correspondente no 
regime de matrícula por disciplinas, habilitará ao prosseguimento de estudos 
em grau superior;
b) os estudos correspondentes à 4ª série do ensino de 2° grau poderão, 
quando equivalentes, ser aproveitados em curso superior da mesma área ou 
de áreas afins (BRASIL, 1971).
Diante disso, a formação do ensino superior, especialmente para professores do 1º 
e 2ºgraus “[...] será feita em níveis que se elevem progressivamente, com orientação que 
atenda aos objetivos específicos de cada grau, às características das disciplinas, áreas de 
estudo ou atividades e às fases de desenvolvimento dos educandos.” (BRASIL, 1971).
Em seu Art. 30 a LDB 4692/61 estabelece como formação mínima para o exercício 
do magistério: 
a) no ensino de 1º grau, da 1ª à 4ª séries, habilitação específica de 2º grau;
b) no ensino de 1º grau, da 1ª à 8ª séries, habilitação específica de grau 
superior, ao nível de graduação, representada por licenciatura de 1º grau 
obtida em curso de curta duração;
c) em todo o ensino de 1º e 2º graus, habilitação específica obtida em curso 
superior de graduação correspondente a licenciatura plena.
Diferente da LDB 4024/1961 onde o ensino normal tinha como objetivo a formação de 
professores, nessa reformulação o Art. 30 visa estabelecer a formação superior necessária 
para cada profissional da educação, assim como a modalidade em que o mesmo deve 
atuar.
Diante de toda a redemocratização do ensino ao longo da história educacional 
brasileira, conseguimos observar como iniciou as tendências de organização do ensino, 
pautado em um novo ideal, cujo desenvolvimento humano deve estar voltado para atender 
aos pressupostos do mercado de trabalho.
A partir da promulgação da LDB 5692/71 tínhamos uma base para a estruturação da 
educação. Contudo, a partir da década de 1980, a partir de diversos movimentos sociais tem-se 
a necessidade de democratizar o ensino por meio da construção de uma nova Constituição 
Federal que assegure todos os grupos sociais a uma educação gratuita e de qualidade.
Partindo dessa necessidade, visitaremos em nosso próximo tópico como se efetivou 
a construção da Constituição Federal, conto com vocês para que juntos possamos analisar 
o documento que rege o nosso país. 
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 3 CONSTITUIÇÃO FEDERATIVA DO 
BRASIL DE 1988
TÓPIC0
UNIDADE 2 ASPECTOS LEGAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA NO BRASIL. 38
Como vimos anteriormente, nas últimas décadas do século XX, a educação passou 
por diversas mudanças em seus aspectos organizacionais. Dessa forma, constituiu-se 
como uma pauta importante nos debates de formação social a criação de uma Constituição 
Federal para o Brasil.
Foi no governo de José Sarney, no ano de 1988 que foi promulgada a Constituição 
Federal do Brasil. De acordo com Beraldo (2022, p. 59) este documento “[...] trouxe para os 
cidadãos uma importante reformulação no ensino brasileiro, definindo aspectos importantes 
sobre como o mesmo deveria se desenvolver.” Para o âmbito educacional, a 
Constituição Federal estabelece em seu Art. 205 que a educação é direito de todos e dever 
do Estado e da família. A educação com base neste documento deve ser promovida com a 
colaboração da sociedade visando o pleno desenvolvimento do indivíduo, assim como o seu 
preparo para o exercício da cidadania e para o mercado de trabalho.
Desse modo, o ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte 
e o saber;
III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas, e coexistência de 
instituições públicas e privadas de ensino;
IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
V - valorização dos profissionais do ensino, garantido, na forma da lei, plano 
de carreira para o magistério público, com piso salarial profissional e ingresso 
39UNIDADE 2 ASPECTOS LEGAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA NO BRASIL.
exclusivamente por concurso público de provas e títulos, assegurado regime 
jurídico único para todas as instituições mantidas pela União;
VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei;
VII - garantia de padrão de qualidade;
VIII - piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação 
escolar pública, nos termos de lei federal; 
IX - garantia do direito à educação e à aprendizagem ao longo da vida (BRA-
SIL, 1988).
Todos os aspectos supracitados colaboraram para a efetivação da melhoria 
educacional no Brasil prevista desde o Manifesto dos Pioneiros da Educação.
Assim, a instituição de ensino deverá abranger as novas concepções formativas 
determinadas pela Constituição Federal de 1988, garantindo os direitos sociais estabelecidos 
aos brasileiros por meio de um ensino gratuito.
Nesse momento, aluno (a), é necessário que tenhamos em mente que essa 
normatização ocorreu após o processo de globalização que estudamos na Unidade I, 
onde as concepções neoliberais efetivaram novas estruturas normativas com base no 
desenvolvimento social.
Para Beraldo (2022, p. 59) “a Constituição de 1988 representa um avanço significativo 
em termos dos direitos de cidadania. Por essa razão, foi denominada de Constituição 
Cidadã”. Nesse aspecto ideológico, a educação é vista como forma de desenvolver 
um cidadão criativo, autônomo, empreendedor, capaz de contribuir para a solução dos 
problemas sociais, desenvolvendo competências e habilidades práticas.
Com isso, o Art. 208. propõe que o dever do Estado com a educação será efetivado 
mediante a garantia de:
I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) 
anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a 
ela não tiveram acesso na idade própria; 
II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio;
II - progressiva universalização do ensino médio gratuito; 
III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, 
preferencialmente na rede regular de ensino;
IV - atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de 
idade;
IV - educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos 
de idade; 
40UNIDADE 2 ASPECTOS LEGAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA NO BRASIL.
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação 
artística, segundo a capacidade de cada um;
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;
VII - atendimento ao educando, no ensino fundamental, através de progra-
mas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e 
assistência à saúde.
VII - atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por 
meio de programas suplementares de material didáticoescolar, transporte, 
alimentação e assistência à saúde (BRASIL, 1988).
É importante destacar que a educação passa a ser vista como a única responsável 
pela formação humana, aos olhos da sociedade ela será capaz de corrigir as divergências 
existentes entres os diferentes grupos sociais.
Sendo assim, a educação respaldada na Constituição Federal de 1988, deve de-
senvolver direitos sociais da infância e da juventude. Esses direitos sociais encontram-se 
disponíveis no Art. 6º como “[...] a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a 
segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos 
desamparados, na forma da Constituição”.
Santos (2015) estabelece o teor político que a Constituição Federal estabelece 
sobre a educação da seguinte forma:
a. Possui forte caráter liberal no que tange à sua formulação política.
b. Suas proposições referentes à educação, não obstante apontarem para 
uma série de direitos fundamentais dos indivíduos, tocam elementos de difícil 
concretização, se considerarmos as características da relação entre Estado 
e sociedade civil no Brasil (SANTOS, 2015, p. 22).
 Nesse sentido, é importante voltarmos a nossa atenção para mais um aspecto 
formativo da Constituição Federal 1988, isto é, o direcionamento da educação para a 
vinculação direta ao mercado de trabalho.
De acordo com Santos (2015, p. 23) essa ideia retoma “[...] princípios da Teoria 
do Capital Humano,para a qual a educação é o vetor do desenvolvimento econômico, 
devendo então o Estado adotar uma diretriz de fomento à profissionalização da população, 
a fim de que isso possa ser garantido”.
Diante disso, podemos afirmar que o processo formativo da aquisição de 
conhecimentos de diferentes naturezas sociais, está intimamente ligado com o 
desenvolvimento de habilidades e competências .
Podemos identificar que todos os documentos estudados até agora estabelecem 
uma formação pautada a partir das experiências adquiridas ao longo da vida do aluno. 
Nesse sentido, analisaremos em nosso próximo tópico as mudanças sofridas pela Lei de 
Diretrizes e Bases da educação após a promulgação da Constituição Federal, que perdura 
na organização do ensino até os dias atuais.
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 4 A NOVA LDB E OS AVANÇOS 
QUANTO AO DIREITO À 
EDUCAÇÃO
TÓPIC0
UNIDADE 2 ASPECTOS LEGAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA NO BRASIL. 41
 Após as influências internacionais, com o processo de globalização, ocorre a 
construção de uma nova Constituição Federal no ano de 1988, promovendo a organização 
social para o desenvolvimento da sociedade brasileira.
Diante disso, passam a pensar em uma educação para o novo milênio, a educação 
passa a se consolidar no Brasil a partir da década de 1990, por meio da renovação de 
políticas públicas e do Estado assumindo o papel de agente ativo na formação.
Uma dessas adaptações legislativas está voltada para a Lei de Diretrizes e Bases 
nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, promulgada durante o governo de Fernando Henri-
que Cardoso, apresenta 92 artigos que regem as bases necessárias para a efetivação da 
educação brasileira, subdivididos nos seguintes títulos:
Título I: Da educação. 
Título II: Dos princípios e fins da educação nacional. 
Título III: Do direito à educação e do dever de educar. 
Título IV: Da organização da educação nacional. 
Título V: Dos níveis e das modalidades de educação e ensino.
Título VI: Dos profissionais da educação. 
Título VII: Dos recursos financeiros. 
Título VIII: Das disposições gerais. 
Título IX: Das disposições transitórias (SANTOS, 2015, p. 31).
42UNIDADE 2 ASPECTOS LEGAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA NO BRASIL.
No Art. 1 de sua nova versão a LDB 9394/96 reconhece que a educação deve 
abranger aspectos “[...] formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência 
humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e 
organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais” (BRASIL, 1996).
Conseguimos observar que novamente a formação humana está pautada no pleno 
desenvolvimento do indivíduo, formando-o para a vida em sociedade e para atuar ativa-
mente no mercado de trabalho. De acordo com a Lei, a educação é um processo formativo 
que se efetiva dentro e fora do contexto escolar, no entanto, para o ensino escolar ser 
eficiente ele deve estar voltado para as exigências do mercado de trabalho. 
De acordo com o Art. 2º, a educação é dever da família e do Estado, deve ser 
organizada com base nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana. 
Assim, o ensino deve estar pautado no desenvolvimento dos seguintes princípios:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensa-
mento, a arte e o saber;
III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas;
IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância;
V - coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
VI - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
VII - valorização do profissional da educação escolar;
VIII - gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legisla-
ção dos sistemas de ensino;
IX - garantia de padrão de qualidade;
X - valorização da experiência extra-escolar;
XI - vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais.
XII - consideração com a diversidade étnico-racial.
XIII - garantia do direito à educação e à aprendizagem ao longo da vida. 
XIV - respeito à diversidade humana, linguística, cultural e identitária das pes-
soas surdas, surdo-cegas e com deficiência auditiva (BRASIL, 1996).
Conseguimos observar que o ensino, além de estar pautado na promoção do 
trabalho deve organizar-se com base na igualdade de direitos, estabelecendo o acesso e 
a permanência dos alunos nas instituições de ensino, liberdade de expressão cultural e a 
existência de múltiplas concepções pedagógicas.
43UNIDADE 2 ASPECTOS LEGAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA NO BRASIL.
Conforme afirma Beraldo (2022, p.65), “[...] cabe aos órgãos governamentais 
oferecer um ensino público, gratuito e de qualidade e afirmar a importância da valorização dos 
professores perante uma gestão democrática”. As unidades responsáveis pela realização 
do ensino no Brasil tinham como responsabilidade a promoção da qualidade educacional, 
tanto em instituições privadas quanto públicas.
Diante das reformas estabelecidas na educação brasileira, Lima (2018) faz a 
seguinte reflexão:
As reformas propostas em diferentes momentos políticos apresentam instabilidades 
e constantes alterações, que trazem como consequência a dificuldade de se alcançarem os 
objetivos e as metas propostas, como a erradicação do analfabetismo e a democratização 
do ensino, viabilizando o acesso aos estudos de forma que todos os indivíduos concluam o 
ensino básico. Outro entrave em nossas políticas se manifesta nos problemas de natureza 
pedagógica, que buscam articular a concepção de homem e mundo com a visão de 
educação pela sociedade e por seus representantes (LIMA, 2018, p.123).
Contudo, a LDB 9394/96 esclarece em seu Art. 4º que o dever do Estado com 
educação escolar pública será efetivado mediante a garantia de:
I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) 
anos de idade, organizada da seguinte forma: 
a) pré-escola; 
b) ensino fundamental; 
c) ensino médio; 
II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio;
II - universalização do ensino médio gratuito;
II - educação infantil gratuita às crianças de até 5 (cinco) anos de idade; 
III - atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com 
necessidades especiais, preferencialmente na rede regular de ensino;
44UNIDADE 2 ASPECTOS LEGAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA NO BRASIL.
III - atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com 
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades 
ou superdotação, transversal a todos os níveis, etapas e modalidades, 
preferencialmente na rede regular de ensino;
IV - atendimento gratuito em creches e pré-escolas às crianças de zero a seis 
anos de idade;
IV - acesso público e gratuito aos ensinos fundamental e médio para todos os 
que não os concluíram na idade própria;
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação 
artística, segundo a capacidade de cada um;
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;
VII - oferta de educação escolar regular para jovens e adultos, com 
características e modalidades adequadas às suas necessidades e 
disponibilidades, garantindo-se aos que forem trabalhadores as condições 
de acesso e permanência na escola;
VIII - atendimento ao educando, no ensino fundamental público, por meio 
de programas suplementares de material didático-escolar, transporte, 
alimentação e assistência à saúde;
VIII - atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por 
meio de programas suplementares de material didático-escolar, transporte, 
alimentação e assistência à saúde;
IX - padrões mínimos de qualidade de ensino, definidos como a variedade 
e quantidade mínimas, por aluno, de insumos indispensáveis ao 
desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem.IX – padrões mínimos de qualidade do ensino, definidos como a variedade 
e a quantidade mínimas, por aluno, de insumos indispensáveis ao 
desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem adequados à idade 
e às necessidades específicas de cada estudante, inclusive mediante a 
provisão de mobiliário, equipamentos e materiais pedagógicos apropriados;
X – vaga na escola pública de educação infantil ou de ensino fundamental mais 
próxima de sua residência a toda criança a partir do dia em que completar 4 
(quatro) anos de idade;
XI – alfabetização plena e capacitação gradual para a leitura ao longo da 
educação básica como requisitos indispensáveis para a efetivação dos 
direitos e objetivos de aprendizagem e para o desenvolvimento dos indivíduos 
(BRASIL, 1996).
O acesso à educação é direito de todos e deve ser oferecido gratuitamente desde 
a mais tenra idade, uma vez que a obrigatoriedade escolar passa a 4 anos e não mais 6 
anos, como citado em legislações anteriores.
De acordo com Santos (2015, p. 34) “Em um país com profundas desigualdades 
socioeconômicas como o Brasil, tal iniciativa é louvável; porém, sabemos que essa é uma 
45UNIDADE 2 ASPECTOS LEGAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA NO BRASIL.
realidade ainda muito distante de ser concretizada”. Contudo, Santos (2015) complementa 
que a integração entre os sistemas de ensino municipal e estadual ainda está longe de 
ser efetivada. 
Deve-se destacar igualmente que a inserção no mundo do trabalho pela via da 
educação básica somente poderia se dar de forma satisfatória em um país que contemplasse 
a população de oportunidades de trabalho bem distribuídas e providas de condições de 
remuneração e ambientação dignas em todos os postos laborais, o que, infelizmente, está 
longe de ser verdade em nosso país, cujas taxas de desemprego se aproximam de 10% da 
população economicamente ativa (SANTOS, 2015, p. 40).
Com base na autonomia didático-administrativa imposta ao Estado por meio das 
normativas supracitadas, analisaremos em nossa próxima Unidade quais mudanças este 
vem impondo ao ambiente educacional, por meio do financiamento estudantil.
Conto com vocês para compreender como o Estado estabelece a igualdade 
social em um país marginalizado, onde muitas pessoas não possuem o acesso ao 
sistema de ensino, identificando os programas e os avanços ou retrocessos sofridos 
pela educação brasileira. 
 
46UNIDADE 2 ASPECTOS LEGAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA NO BRASIL.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Olá, aluno (a), chegamos ao fim de mais uma unidade!
Nesta unidade abordamos a trajetória do Manifesto dos Pioneiros da Educação 
que ocorreu no ano de 1932. Pautado por atitudes escolanovistas, esse movimento 
buscou estabelecer uma ressignificação educacional, isto é, efetiva a supervalorização da 
experiência do aluno voltada para o desenvolvimento social e intelectual.
Este movimento pautado nos ideais da Escola Nova contradiziam os aspectos 
defendidos pelos tradicionalistas. Neste momento a educação era vista enquanto 
responsabilidade do Estado e direito de todos. No entanto, esta universalização da educação 
passa a ser pensada somente após a globalização.
Após esse período de lutas pela educação tem-se a necessidade de estabelecer 
bases normativas para a instauração do ensino no Brasil. Com isso, durante o governo de 
João Goulart é promulgada a primeira Lei de Diretrizes e Bases da educação n° 4024/1961, 
cujo principal objetivo é a promoção de uma educação nacional com base nos princípios de 
liberdade e solidariedade.
Por outro lado, já no governo de Emílio Garrastazu Médici, no ano de 1971, ocorreu 
a readequação da Lei de Diretrizes e Bases nº 5.692/71, dando providências para o ensino 
de 1° e 2º graus. Ocorre então a diluição do conteúdo para atender as camadas populares.
Partindo de um movimento de lutas sociais, ganha ênfase a necessidade de 
criar uma nova Constituição Federal no ano de 1988. Nesse contexto, acredita-se que 
a educação deve ser promovida em colaboração com a sociedade promovendo o pleno 
desenvolvimento do aluno, assim como o seu preparo para o exercício da cidadania e para 
o mercado de trabalho.
Por fim, na década de 1990, especialmente no ano de 1996, podemos notar 
novamente a redefinição da Lei de Diretrizes e Bases nº 9.394, durante o governo de Fernando 
Henrique Cardoso. Agora, pautada no princípio de promover o pleno desenvolvimento do 
indivíduo, com base na vida em sociedade e para atuar ativamente no mercado de trabalho.
47UNIDADE 2 ASPECTOS LEGAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA NO BRASIL.
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO 
Título: Guia Prático da Política Educacional no Brasil: Ações, 
planos, programas, impactos. 
Autor: Pablo Silva Machado Bispo dos Santos
Editora: Cengage Learning Brasil.
Sinopse: A educação brasileira, em sua organização nacional e 
federativa, vem passando por múltiplas mudanças estruturais 
e funcionais, em especial no que se refere ao acesso, à 
permanência e à busca da qualidade. Nesse senti- do, há um 
cruzamento formidável de iniciativas governamentais por 
meio de políticas e programas com significativas alterações no 
ordenamento jurídico-legal, muitas das quais respondendo, 
de modo amplo ou restrito, a demandas de movimentos e 
pressões provenientes de organizações e asso- ciações ligadas 
à educação.
Tais mudanças podem ser periodizadas a partir da lei das 
diretrizes e bases da educação nacional (Lei n° 9.394/96), e 
fizeram a educação brasileira passar a ser marcada por grande 
flexibilidade pedagógica e avaliações sistemáticas. As mudanças 
que se processaram desde então, seja no âmbito nacional, seja 
no federativo de estados e de municípios, seja no nacional, pela 
assunção de convênios internacionais, adquiriram um ritmo 
rápido e tiveram grande influência em programas e políticas. 
Exigiram também forte presença dos órgãos normativos, que 
tiveram de exercer suas funções buscando a interpretação 
e a aplicação das leis, para aclimatá-las a um país diverso e 
continental.
FILME/VÍDEO 
Título: D02 - LDB - Entrevista com Carlos Roberto Jamil Cury
Ano: 2014
Sinopse: Programa que apoia a disciplina D-2 - Lei de Diretrizes 
e Bases do curso de Pedagogia Unesp/Univesp realiza uma 
entrevista com Carlos Roberto Jamil Cury, professor da PUC de 
Minas Gerais, autor de Lei de Diretrizes e Bases e Perspectivas 
da Educação Nacional.
Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=425zPBPp-
-UA
https://www.youtube.com/watch?v=425zPBPp-UA
https://www.youtube.com/watch?v=425zPBPp-UA
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Plano de Estudos
• Educação Básica: direito e obrigatoriedade nos níveis e 
modalidades de ensino.
• O salário educação e o financiamento educacional.
• Fundeb como avanço na valorização da educação.
• FNDE e os programas complementares de educação.
Objetivos da Aprendizagem
• Conceituar e contextualizar a educação básica, dispondo sobre os 
níveis de ensino e a obrigatoriedade;
• Compreender as concepções do salário educação e o financiamento 
educacional;
• Estabelecer a importância do Fundeb e FNDE para a valorização da 
educação brasileira. 
3SALÁRIO EDUCAÇÃO, SALÁRIO EDUCAÇÃO,FUNDEB E FNDEFUNDEB E FNDE
UNIDADEUNIDADE
FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA: FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA: 
Professora Mestra Mylena Mikaellen Beraldo
49UNIDADE 3 A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA: A EDUCAÇÃO E A FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO
INTRODUÇÃO
Observamos nas unidades I e II que a educação brasileira foi moldada a partir das 
concepções escolanovistas, com o intuito de formar um indivíduo capaz de compreender os 
movimentos sociais e solucionar os problemas que porventura vierem a aparecer.
A partir da caracterização normativa que compreende a função da escola buscaremos, 
nesta unidade, identificar quais são os fatores predominantes na obrigatoriedade do ensino 
e como ele está sendo financiado nos dias atuais.
Partindo de uma análise crítica vamos juntos acompanhar as criações de 
programas como o Salário-Educação, Fundef e o Fundeb que promoveram a organização 
do financiamento educação destinado a educação infantil, ensino fundamental e ensino 
médio, assim como uma nova visão voltada para a formação continuada dos profissionais 
inseridos no magistério.
Veremos que todos os programas supracitados foram criados com o intuito de sanar 
as desigualdades existentes no Brasil por meio da oferta de uma educação de qualidade 
para todos.
Convido você a refletir criticamente sobre todas as mudanças financeiras que a 
educação brasileira apresenta, identificando as influências positivas e negativas para a 
formação humana.
 
BONS ESTUDOS.
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50UNIDADE 3 A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA: A EDUCAÇÃO E A FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO
 1 EDUCAÇÃO BÁSICA: DIREITO E 
OBRIGATORIEDADE NOS NÍVEIS E 
MODALIDADE DE ENSINO 
TÓPIC0
Como vimos anteriormente nas unidades I e II, a educação brasileira percorreu 
muitos caminhos até chegar a sua organização atual, foi após um processo de muita luta 
que no ano de 1996 houve a remodelação do ensino por meio da Lei de Diretrizes e Bases.
A partir desse contexto histórico, a educação básica passa a ofertar um ensino com 
base na igualdade e na liberdade, formando cidadãos aptos para o mercado de trabalho. 
De acordo com Affonso (2021, p. 57), a educação, reconhecida como uma política pública 
tem como função “[...] garantir o acesso e a permanência do aluno na escola e, ao mesmo 
tempo, favorecer a participação e o envolvimento de todos os membros da comunidade 
local e escolar.”.
Nesse sentido, é com a promulgação da Lei n° 12.796, de 4 de abril de 2013, 
durante o governo de Dilma Rousseff, que são estabelecidas algumas mudanças na LDB 
n° 9394/96 voltadas para o atendimento educacional no Brasil.
Em seu Art. 4 a Lei n° 12.796 salienta as seguintes alterações:
I- educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezesse-
te) anos de idade, organizada da seguinte forma:
a) pré-escola;
b) ensino fundamental;
c) ensino médio;
II- educação infantil gratuita às crianças de até 5 (cinco) anos de idade;
III- atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com defi-
ciência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou super-
51UNIDADE 3 A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA: A EDUCAÇÃO E A FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO
dotação, transversal a todos os níveis, etapas e modalidades, preferencial-
mente na rede regular de ensino;
IV- acesso público e gratuito aos ensinos fundamental e médio para todos os 
que não os concluíram na idade própria;
VIII- atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por 
meio de programas suplementares de material didático-escolar, transporte, 
alimentação e assistência à saúde (BRASIL, 2013).
 
Diante das mudanças citadas acima, o Ministério da Educação (2013) esclarece que 
as crianças deveriam ser matriculadas na educação básica a partir dos quatro anos de 
idade. Desse modo, cabe aos e responsáveis a tarefa de inseri-los no contexto educacional.
Além disso, a partir das mudanças elencadas, o fornecimento de transporte, ali-
mentação e material didático também serão estendidos a todas as etapas da educação 
básica, sendo de responsabilidade do Estado.
Voltada para as reformas educacionais brasileiras que ganharam força no final da 
década de 1990, Affonso (2021) destaca:
As reformas educacionais que vêm sendo implementadas mostram um modelo 
educacional que está sendo ajustado à lógica mercantilista em prejuízo dos 
ideais pedagógicos de formação humana, de preparo para o exercício da 
cidadania e de qualificação para o trabalho (AFFONSO, 2021, p. 55).
Nesse contexto, uma educação de qualidade é aquela que forma o indivíduo 
desde a tenra idade, desenvolvendo nele competências básicas para o seu cotidiano. As 
normativas da educação brasileira, defendem que o processo educativo é o principal meio 
para a construção do conhecimento sistematizado, apropriando-se de novas habilidades 
para lidar com o contexto social no qual encontra-se inserido.
Assim, no Brasil, a partir das ressignificações advindas do final da década de 1990, 
foram desenvolvidos os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) para o Ensino Fun-
damental e Médio e o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI), 
estes documentos foram destinados às organizações do ensino das escolas públicas de 
Educação Básica.
 
O objetivo primordial da educação é o de dotar o homem de instrumentos 
culturais capazes de impulsionar as transformações materiais e espirituais 
exigidas pela dinâmica da sociedade. A educação aumenta o poder do ho-
mem sobre a natureza e, ao mesmo tempo, busca conformá-lo aos objetivos 
de progresso e equilíbrio social da coletividade a qual pertence. A educação 
é, portanto, um fato social (LIMA et al. 2016, p. 2).
52UNIDADE 3 A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA: A EDUCAÇÃO E A FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO
Com base nisso, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) buscaram 
estabelecer um referencial de qualidade para o desenvolvimento educacional no país, 
especificamente para o Ensino Fundamental, “[...] sua função é orientar e garantir a 
coerência dos investimentos no sistema educacional, socializando discussões, pesquisas 
e recomendações, subsidiando a participação de técnicos e professores brasileiros [...]” 
(BRASIL, 1997, p. 13 ).
De acordo com o PCN (1997), durante as décadas de 70 e 80 a política educacional 
brasileira voltou a sua atenção para a expansão das oportunidades de escolarização, bus-
cando ofertar o acesso e a permanência à educação para os indivíduos que se encontram 
à margem da sociedade.
Mesmo com um grande número de crianças inseridas no contexto escolar, a proble-
mática volta-se para “[...] os altos índices de repetência e evasão apontam problemas que 
evidenciam a grande insatisfação com o trabalho realizado pela escola.” (BRASIL, 1997, p. 
17).
Com isso, a escola se tornou a principal responsável pelo sucesso dos indivíduos, 
cujo papel estava voltado para formar cidadãos aptos para viver em sociedade. Assim, o 
PCN (1997) ressalta o compromisso da instituição escolar para:
[...] garantir o acesso aos saberes elaborados socialmente, pois estes se 
constituem como instrumentos para o desenvolvimento, a socialização, o 
exercício da cidadania democrática e a atuação no sentido de refutar ou 
reformular as deformações dos conhecimentos, as imposições de crenças 
dogmáticas e a petrificação de valores. Os conteúdos escolares que são 
ensinados devem, portanto, estar em consonância com as questões sociais 
que marcam cada momento histórico (BRASIL, 1997, p. 33).
 Podemos compreender então que as normativas que embasam o contexto 
educacional reconhecem a importância da participação construtiva do aluno, isto é, que levem 
em consideração a sua experiência adquirida fora da instituição de ensino, juntamente da 
intervenção do professor, que será o pilar para a promoçãoda aprendizagem de conteúdos 
sistematizados que favoreçam o desenvolvimento das competências necessárias à 
formação do indivíduo.
A educação escolar brasileira está pautada no intencionalismo que ocorre de forma 
sistemática, planejada e continuada. Então podemos afirmar que ela se difere da educação 
que ocorre em outros espaços?
Isso mesmo! Devemos ter clara a ideia de que a educação, mediada nas instituições 
escolares, difere de outras instâncias, como a orientação transmitida pela família, pelo 
trabalho, pela mídia, assim como nos demais espaços de convivência social.
A escola, ao tomar para si o objetivo de formar cidadãos capazes de atuar 
com competência e dignidade na sociedade, buscará eleger, como objeto de 
53UNIDADE 3 A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA: A EDUCAÇÃO E A FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO
ensino, conteúdos que estejam em consonância com as questões sociais 
que marcam cada momento histórico, cuja aprendizagem e assimilação são 
as consideradas essenciais para que os alunos possam exercer seus direitos 
e deveres. Para tanto, ainda é necessário que a instituição escolar garanta 
um conjunto de práticas planejadas com o propósito de contribuir para que os 
alunos se apropriem dos conteúdos de maneira crítica e construtiva. A escola, 
por ser uma instituição social com propósito explicitamente educativo, tem o 
compromisso de intervir efetivamente para promover o desenvolvimento e a 
socialização de seus alunos (BRASIL, 1997, p. 34).
Com base nisso, fica evidente que a escola deve valorizar a cultura existente 
em cada espaço social, visto que o Brasil é um país multicultural. Portanto, é de suma 
importância que a escola “[...] favoreça a produção e a utilização das múltiplas linguagens, 
das expressões e dos conhecimentos históricos, sociais, científicos e tecnológicos, sem 
perder de vista a autonomia intelectual e moral do aluno, como finalidade básica da 
educação.” (BRASIL, 1998, p. 44, b).
Seguindo a base de orientação educacional, temos o Referencial Curricular Nacional 
para a Educação Infantil (1998) que estabeleceu um conjunto de referências e orientações 
pedagógicas com o objetivo de promover práticas educativas de qualidade a fim de ampliar, 
desde a tenra idade, as condições necessárias para o exercício da cidadania das crianças 
brasileiras.
Ainda assim, o documento destaca alguns princípios no qual a educação infantil 
deve estar embasada, garantindo aos alunos, de zero a seis anos, o desenvolvimento 
das habilidades emocionais, sociais e cognitivas que colaboram para a construção de um 
cidadão ético e ativo.
 Além desses princípios podemos destacar:
54UNIDADE 3 A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA: A EDUCAÇÃO E A FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO
QUADRO 1 - PRINCÍPIOS QUE EMBASAM A EDUCAÇÃO INFANTIL.
Fonte: BRASIL (1998, p. 13, c).
Com o quadro acima podemos destacar a importância de promover vivências praze-
rosas para as crianças pequenas, fazendo com que o processo de ensino e aprendizagem 
esteja atrelado ao brincar e a promoção da qualidade de vida infantil.
Neste sentido, o Referencial caracteriza-se com base em uma proposta flexível 
que respeita a pluralidade e diversidade da sociedade brasileira. Assim, é papel da 
instituição de educação infantil “[...] tornar acessível a todas as crianças que a frequentam, 
indiscriminadamente, elementos da cultura que enriquecem o seu desenvolvimento e 
inserção social.” (BRASIL, 1998, p. 23, c).
Portanto, podemos confirmar que a instituição de ensino, tanto da educação infantil 
quanto do ensino fundamental, cumpre um papel socializador, estabelecendo o desenvol-
vimento da identidade dos alunos desde crianças, por meio da compreensão de conteúdos 
produzidos historicamente.
Partindo desse aspecto, vamos juntos compreender como se deu a criação do 
salário educação e qual a sua contribuição para o financiamento educacional.
 
• o respeito à dignidade e aos direitos das crianças, consideradas nas suas diferenças
individuais, sociais, econômicas, culturais, étnicas, religiosas etc.;
• o direito das crianças a brincar, como forma particular de expressão, pensamento,
interação e comunicação infantil;
• o acesso das crianças aos bens socioculturais disponíveis, ampliando o
desenvolvimento das capacidades relativas à expressão, à comunicação, à interação
social, ao pensamento, à ética e à estética;
• a socialização das crianças por meio de sua participação e inserção nas mais
diversificadas práticas sociais, sem discriminação de espécie alguma;
• o atendimento aos cuidados essenciais associados à sobrevivência e ao
desenvolvimento de sua identidade.
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55UNIDADE 3 A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA: A EDUCAÇÃO E A FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO
 2 O SALÁRIO EDUCAÇÃO E O 
FINANCIAMENTO EDUCACIONAL 
TÓPIC0
Como vimos anteriormente, a educação brasileira é organizada por meio de 
normativos, cujo objetivo está em promover o desenvolvimento social do indivíduo. Cabe 
relembrar que a Constituição Federal (1988) reconheceu a educação enquanto direito de 
todos e responsabilidade do Estado, da família e da sociedade, sendo nessa perspectiva 
que a educação passa a se constituir enquanto política pública.
Contudo, é importante destacar que “[...] infelizmente, milhões de crianças ainda 
permanecem privadas de oportunidades educacionais, muitas delas em razão da pobreza, 
da falta de acesso ou da desinformação” (LIMA, 2016, p. 101). Sendo assim, o maior de-
safio da instituição de ensino é ofertar uma educação de qualidade para todos, garantindo 
o acesso e a permanência.
Assim, com base na promoção do desenvolvimento social do aluno o Ministério da 
Educação (2010) explica:
Em 1964 é criado o Salário-Educação, por meio da Lei nº 4.440/1964, tendo 
como objetivo a suplementação das despesas públicas com a educação 
elementar (ensino fundamental), adotando como base de cálculo 2% do 
Salário Mínimo local, por empregado, mensalmente. Em seguida, em 1965, a 
alíquota dessa contribuição social passou a ser calculada à base de 1,4 % do 
salário de contribuição definido na legislação previdenciária e mais tarde, em 
1975, por meio do Decreto-Lei nº 1.422/1975 e do Dec. 76.923/1975, novas 
alterações foram implantadas no contexto do Salário-Educação, passando 
sua alíquota a ser calculada à base de 2,5% do salário de contribuição 
das empresas, situação que perdura até os dias atuais (MINISTÉRIO DA 
EDUCAÇÃO, 2010).
56UNIDADE 3 A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA: A EDUCAÇÃO E A FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO
Levando em consideração a citação acima, é importante destacar que entre os 
anos 1964 a 1974, 0,5% do valor arrecadado estava voltado para a cobertura de despesas. 
O restante, por sua vez, apresenta-se de forma dividida, 50% para o governo estadual 
(Quota Estadual) e 50% para o governo federal (Quota Federal).
Mas como será destinada cada Quota determinada acima? O que será feito com os 
recursos arrecadados?
Pois bem, os recursos da Quota Federal do Salário-Educação são aplicados 
no financiamento de programas e projetos voltados para a universalização do ensino 
fundamental, ou seja, para a oferta do ensino para todo público. Assim, destina a verba 
para a melhoria de programas socioeducacionais já existentes.
Por outro lado, os recursos supracitados são formalizados e destinados para a 
Quota Estadual e Municipal, cujo trabalho deve estar voltado para a promoção do ensino 
público regular, educação especial e educação de jovens e adultos, financiando itens 
básicos como: transporte do escolar, construção, reforma de prédios escolares, aquisição 
de material didático-pedagógico e equipamentos para escola, assim como a capacitação 
de professores.
Após a criação do Salário-Educação, com o intuito de promover o aumento do pú-
blico nas escolas, a ConstituiçãoFederal (1988) estabeleceu em seu Art. 212 os seguintes 
itens: 
Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os 
Estados, o Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no 
mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de 
transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino.
§ 1º A parcela da arrecadação de impostos transferida pela União aos Estados, 
ao Distrito Federal e aos Municípios, ou pelos Estados aos respectivos 
Municípios, não é considerada, para efeito do cálculo previsto neste artigo, 
receita do governo que a transferir.
§ 2º Para efeito do cumprimento do disposto no caput deste artigo, serão 
considerados os sistemas de ensino federal, estadual e municipal e os 
recursos aplicados na forma do art. 213.
§ 3º A distribuição dos recursos públicos assegurará prioridade ao atendimento 
das necessidades do ensino obrigatório, no que se refere a universalização, 
garantia de padrão de qualidade e equidade, nos termos do plano nacional 
de educação.
§ 4º Os programas suplementares de alimentação e assistência à saúde 
previstos no art. 208, VII, serão financiados com recursos provenientes de 
contribuições sociais e outros recursos orçamentários.
§ 5º A educação básica pública terá como fonte adicional de financiamento a 
contribuição social do salário-educação, recolhida pelas empresas na forma 
da lei.
57UNIDADE 3 A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA: A EDUCAÇÃO E A FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO
§ 6º As cotas estaduais e municipais da arrecadação da contribuição social 
do salário-educação serão distribuídas proporcionalmente ao número de 
alunos matriculados na educação básica nas respectivas redes públicas de 
ensino (BRASIL, 1988).
Com base no quadro acima, compreendemos a existência do programa Salário-
Educação que busca contribuir financeiramente para o desenvolvimento social, por meio da 
criação de projetos voltados para a Educação Básica.
Conforme estabelece o Ministério da Educação, os recursos do Salário-Educação 
são repartidos em cotas, destinados respectivamente para a União, os Estados, o Distrito 
Federal e os municípios. Cortes (1989, p. 415) destaca que as “empresas com mais de 
cem empregados poderiam deixar de contribuir se tivessem ensino primário próprio ou 
distribuíssem bolsas de estudos aos empregados ou seus filhos, mediante convênios 
firmados com escolas privadas.”.
Dessa forma, estão isentos de pagar o salário-educação: a União, os estados, o Distrito 
Federal e os municípios, bem como suas respectivas autarquias e fundações; as instituições 
públicas de ensino de qualquer grau; as escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas, 
organizações de fins culturais; e as organizações hospitalares e de assistência social.
Nesse sentido, a Lei nº 9.766, de 18 de dezembro de 1998, promulgada durante 
o governo de Fernando Henrique Cardoso, estabelece os critérios para a efetivação do 
Salário-Educação. Dessa forma, esclarece em seu Art. 3 que o “Salário-Educação não 
tem caráter remuneratório na relação de emprego e não se vincula, para nenhum efeito, 
ao salário ou à remuneração percebida pelos empregados das empresas contribuintes” 
(BRASIL, 1998, a).
De acordo com Cortes (1989, p. 414), o Salário-Educação foi criado com a finalidade 
de “[...] suplementar os recursos públicos destinados à manutenção e ao desenvolvimento 
do ensino, se constituindo numa fonte adicional ao ensino fundamental público. O objetivo 
[...] da sua criação era o de eliminar o analfabetismo no país”.
Nesse contexto, a Lei n° 10.832/2003, promulgada durante o governo de Luiz Iná-
cio Lula da Silva, provocou alterações significativas na divisão do dinheiro arrecadado por 
meio do programa Salário-educação. De acordo com o Ministério da Educação (2010), as 
mudanças permanecem vigentes até os dias atuais da seguinte forma:
a. 10% da arrecadação líquida fica com o próprio FNDE, que a aplica no 
financiamento de projetos, programas e ações da educação básica;
b. 90% da arrecadação líquida é desdobrada e automaticamente disponibilizada 
aos respectivos destinatários, sob a forma de quotas (BRASIL, 2003).
58UNIDADE 3 A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA: A EDUCAÇÃO E A FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO
Vimos que o salário-educação promoveu mudanças significativas na distribuição e 
organização do ensino. Nesse contexto, políticas públicas foram criadas com o intuito de 
inserir as crianças marginalizadas no contexto escolar.
O Brasil, enquanto um país inserido na agenda da globalização, promove a orga-
nização educacional com base nos pressupostos capitalistas, formando um indivíduo que 
atenda a esses interesses agindo como um cidadão ativo na sociedade.
Por fim, seguindo os aspectos de financiamento educacional, veremos a seguir 
as concepções que formalizaram o Fundeb e quais foram os avanços na valorização da 
educação.
FUNDEB COMO AVANÇO NA 
VALORIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO 
Vimos anteriormente que a educação básica está pautada em normativas que 
almejam a sistematização do ensino, garantindo o acesso e a permanência para todas as 
crianças. Para que esta oferta seja colocada em prática, entra em ação a União, Estados e 
municípios, trabalhando juntos para a promoção da melhoria educacional.
É importante lembrar que a organização da educação brasileira esteve sempre 
pautada na organização social estabelecida pelo governo, que busca segmentar as 
finalidades da instituição de ensino por meio de normativas.
Com base nos pressupostos da Constituição Federal 1988 e da Lei de Diretrizes 
e Bases 9394/96 para a educação, identificamos que a educação é um direito de todos, 
sendo de responsabilidade do Estado, da família e da sociedade.
De acordo com Lima (2016, p. 186), “[...] para se assegurar uma educação com 
equidade e mínima qualidade, é fundamental reconhecer as responsabilidades das esferas 
governamentais federais, estaduais e municipais em relação aos investimentos nas áreas 
educacionais”. Para relembrar o papel de cada instância observe o quadro abaixo:
 
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 3
TÓPIC0
UNIDADE 3 A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA: A EDUCAÇÃO E A FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO 59
60UNIDADE 3 A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA: A EDUCAÇÃO E A FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO
QUADRO 2. INSTÂNCIAS GOVERNAMENTAIS. 
Fonte: Lima (2016, p. 187).
Partindo do exposto, identificamos que a LDB surge para reforçar o financiamento 
educacional que já havia sido estabelecido na Constituição Federal. Lima (2016) chama a 
nossa atenção para o aspecto de que os investimentos acontecem a partir das arrecada-
ções governamentais, o que faz com que aumente os aspectos de desigualdades entre as 
regiões com desenvolvimento menor.
 
ESFERA GOVERNAMENTAL CONSTITUIÇÃO FEDERAL 1988 LDB 9394/96
UNIÃO
Organizará o sistema federal de ensino e o
dos territórios, financiará as instituições de
ensino públicas federais e exercerá, em
matéria educacional, função redistributiva e
supletiva, de forma a garantir equalização
de oportunidades educacionais e padrão
mínimo de qualidade do ensino mediante
assistência técnica e financeira aos estados,
ao Distrito Federal e aos municípios (art.
211, § 1o, redação dada pela Emenda
Constitucional no 14, de 1996).
Prestará assistência técnica e financeira aos
estados, ao Distrito Federal e aos municípios
para o desenvolvimento de seus sistemas de
ensino e o atendimento prioritário à
escolaridade obrigatória, exercendo sua
função redistributiva e supletiva (art. 9o, III).
ESTADOS, MUNICÍPIOS E DISTRITO 
FEDERAL
Aplicará, anualmente, nunca menos de 18%,
e os estados, o Distrito Federal e os
municípios, 25%, no mínimo, da receita
resultante de impostos, compreendida a
proveniente de transferências, na
manutenção e no desenvolvimento do
ensino (art. 212).
Definirá, comos municípios, formas de
colaboração na oferta do ensino
fundamental, as quais devem assegurar a
distribuição proporcional das
responsabilidades, de acordo com a
população a ser atendida e os recursos
financeiros disponíveis em cada uma dessas
esferas do Poder Público (art. 10, II).
61UNIDADE 3 A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA: A EDUCAÇÃO E A FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO
O Brasil é um país que tem uma dívida histórica com a educação. Isso tem como 
consequência milhões de adultos que não tiveram acesso à educação na idade própria, o 
que retrata os mais de dois milhões de adultos analfabetos, além dos jovens e adolescentes 
que estão fora da escola ou com disparidade na idade-série. As discussões acerca do 
financiamento da educação têm perpassado os debates sobre a democratização da 
educação e da escola por meio do acesso e permanência com qualidade social, a melhoria 
da qualidade do ensino e a garantia dos direitos dos cidadãos, como vimos na Constituição 
Federal/88 e na LDB/96 (BRASIL, 2006, p. 44-5).
 No intuito de reduzir a marginalização social e suprir a existência da 
desigualdade, o Conselho Escolar e o financiamento da educação no Brasil (2006), 
publicado durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, determina que: 
É indispensável a participação da comunidade no acompanhamento e 
fiscalização dos recursos que são destinados à manutenção e desenvolvimento 
do ensino. É princípio da administração pública a publicização de seus atos. 
A peça orçamentária está disponível para qualquer cidadão, basta procurar 
as instituições do poder Legislativo ou Executivo para obter tais informações 
(BRASIL, 2006, p. 40-1).
Com base na Constituição Federal e LDB 9394/96 ocorre a criação de fundos de 
desenvolvimento destinados aos órgãos governamentais, com o objetivo de desenvolver a 
educação pública no Brasil.
A Lei nº 9.424, de 24 de dezembro de 1996, promulgada durante o governo de 
Fernando Henrique Cardoso, regulamenta o Fundef, ou seja, consiste no do Fundo de 
Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério, 
se caracteriza por um fundo de natureza contábil que não possui personalidade jurídica.
Conforme afirma Lima (2016, p. 189), o Fundef “[...] representou um avanço para 
o enfrentamento dos problemas do ensino fundamental público, adotando novos critérios 
para a distribuição dos recursos públicos vinculados à educação”. Assim, em seu Art. 9, 
designa:
Art. 9º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão, no prazo 
de seis meses da vigência desta Lei, dispor de novo Plano de Carreira e 
Remuneração do Magistério, de modo a assegurar: 
I- a remuneração condigna dos professores do ensino fundamental público, 
em efetivo exercício no magistério;
62UNIDADE 3 A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA: A EDUCAÇÃO E A FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO
II- o estímulo ao trabalho em sala de aula;
III- a melhoria da qualidade do ensino.
§ 1º Os novos planos de carreira e remuneração do magistério deverão 
contemplar investimentos na capacitação dos professores leigos, os quais 
passarão a integrar quadro em extinção, de duração de cinco anos.
§ 2º Aos professores leigos é assegurado prazo de cinco anos para obtenção 
da habilitação necessária ao exercício das atividades docentes (BRASIL, 
1996).
Segundo as normativas que amparam o Fundef, o seu objetivo estava voltado para 
a universalização do ensino fundamental, assim como a oferta de uma remuneração digna 
para os funcionários inseridos no magistério.
As maiores mudanças evidenciadas com a sua criação foram caracterizadas pela 
reestruturação do financiamento do ensino fundamental público no país. Os recursos foram 
organizados para serem distribuídos automaticamente, partindo da análise do número de 
alunos matriculados em cada rede de ensino fundamental.
É importante deixar claro que a responsabilidade pelo financiamento deveria ser 
compartilhada entre o governo estadual e os governos municipais. Observe no quadro 
abaixo como os recursos estavam organizados. 
QUADRO 3. FONTE DE RECURSOS DO FUNDEF
Fonte: Brasil (2006, p. 47).
Nesse sentido, de acordo com o Conselho Escolar e o financiamento da educação 
no Brasil (2006), o cálculo realizado para o Fundef é baseado no valor mínimo nacional 
estabelecido por aluno/ano. 
Quadro 3. FONTE DE RECURSOS DO FUNDEF
● 15% do Fundo de Participação dos Municípios – FPM;
● 15% do Fundo de Participação dos Estados – FPE;
● 15% do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS;
● 15% do Imposto sobre Produtos Industrializados, proporcional às Exportações –
IPIexp;
● 15% do ressarcimento da União pela Desoneração de Exportações (LC nº 87/96);
e
● Complementação da União.
63UNIDADE 3 A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA: A EDUCAÇÃO E A FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO
Caso o valor arrecadado não alcance o mínimo estipulado para o âmbito nacional, 
caberá ao governo federal assegurar a diferença automaticamente para o programa.
É importante destacar que a Lei supracitada ficou em vigência até o ano de 2007, 
pois após esse período ela foi substituída pelo Fundeb. 
O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de 
Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) é um Fundo especial, 
de natureza contábil e de âmbito estadual (um total de vinte e sete Fundos), 
composto por recursos provenientes de impostos e das transferências dos 
Estados, Distrito Federal e Municípios vinculados à educação, conforme 
disposto nos arts. 212 e 212-A da Constituição Federal (BRASIL, 2018 a).
Pois bem, podemos observar que foi desenvolvido um novo Fundo de Manutenção 
para a educação brasileira semelhante ao Fundef. Para o Conselho Escolar e o financiamento 
da educação no Brasil “[...] isso significa que o Fundeb será de âmbito estadual, captando 
parte dos recursos dos estados e municípios, distribuindo-os de acordo com o número de 
alunos matriculados na educação básica da rede pública” (BRASIL, 2006, p. 50-1).
Os recursos do Fundeb são destinados aos Estados, Distrito Federal e Municípios 
com o intuito de promover a manutenção e o desenvolvimento da educação básica pública 
brasileira. Assim, “[...] os Municípios utilizarão os recursos provenientes do Fundeb na 
educação infantil e no ensino fundamental e os Estados no ensino fundamental e médio” 
(BRASIL, 2018 a).
Os alunos considerados a serem atendidos serão aqueles inseridos no ensino re-
gular, educação especial e EJA, respectivamente nas etapas de educação infantil (creche e 
pré-escola), ensino fundamental (de oito ou de nove anos) e do ensino médio, nas escolas 
tanto urbanas quanto rurais. De acordo com Lima (2016):
A criação do FUNDEF e do FUNDEB e a presença de formas de organiza-
ção do financiamento da educação básica em documentos legislativos — 
tais como a LDB, as emendas constitucionais e o Plano Nacional de Educa-
ção— favorecem o uso dos recursos de modo mais transparente, equitativo 
e responsável. O objetivo dessas articulações, como você viu, é enfrentar os 
graves problemas que marcam a história educacional brasileira (LIMA, 2016, 
p. 194).
Cabe às esferas governamentais a responsabilidade de ofertar uma educação de 
qualidade a todos, sistematizando a educação básica evitando os aspectos que caracterizam 
a marginalização social.
A seguir analisaremos os órgãos gestores que fazem parte da realização do fi-
nanciamento educacional no Brasil, especificamente ao papel que o Fundo Nacional de 
Desenvolvimento da Educação, aliado ao Ministério da Educação, desempenham em 
nossa sociedade. 
Quais as principais diferenças entre o Fundef e o Fundeb?
64UNIDADE 3 A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA: A EDUCAÇÃO E A FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO
Vejamos como apresenta o Conselho Escolar e o financiamento da educação no 
Brasil (2006):
 
Fonte: Brasil (2006, p. 53-4).
PARÂMETRO FUNDEF FUNDEB
1) Vigência De 10 anos (até 2006) De 14 anos (a partir do 
ano seguinte à promulgação 
daEmenda Constitucional de 
criação do Fundeb, (podendo 
ter o seu prazo estendido sem 
aviso prévio).
2) Alcance Apenas o Ensino Fun-
damental
Educação Infantil, 
Ensino Fundamental e Médio
3) Número de alunos 30,7 milhões de alunos 
(dados preliminares do Censo 
Escolar de 2004)
47,2 milhões de alunos, 
a partir do 4º ano de vigência 
do Fundo (dados do Censo 
Escolar de 2004)
4) Fontes de recursos 
que compõem o Fundo
15% de contribuição de 
estados, DF e municípios:
Fundo de Participação 
dos Estados – FPE Fundo de 
Participação dos Municípios – 
FPM; Imposto sobre Circulação 
de Mercadorias e Serviços – 
ICMS;
Imposto sobre Produtos 
Industrializados, proporcional 
às exportações– IPIexp; Deso-
neração de Exportações (LC 
87/96); Complementação da 
União.
Contribuição de estados, 
DF e municípios, com previsão, 
após a implantação plena do 
Fundo, de 20% sobre: Fundo 
de Participação dos Estados 
– FPE; Fundo de Participação 
dos Municípios – FPM; Imposto 
sobre Circulação de Mercadorias 
e Serviços – ICMS;
Imposto sobre Produtos 
Industrializados, proporcional 
às exportações– IPIexp; 
Desoneração de Exportações 
(LC 87/96); Imposto sobre 
Transmissão “Causa Mortis” e 
Doações – ITCMD;
Imposto sobre Proprie-
dade de Veículos Automotores 
– IPVA; Quota Parte de 50% do 
Imposto Territorial Rural devida 
aos Municípios – ITR;
Complementação da 
União.
65UNIDADE 3 A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA: A EDUCAÇÃO E A FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO
5) Complementação da 
União ao Fundo
Não há definição, 
na Constituição, de parâ-
metro que assegure o 
montante da de recursos 
da União para o Fundo.
Há previsão de 
valores na Proposta de 
Emenda Constitucional, 
visando assegurar o 
montante de recursos 
complementares da União 
para o Fundo.
6) Distribuição dos recursos Com base no 
nº de alunos do ensino 
fundamental regular e 
especial, de acordo com 
dados do Censo Escolar 
do ano anterior.
Com base no nº 
de alunos da educação 
básica (creche, pré-escola, 
fundamental e médio), 
de acordo com dados do 
Censo Escolar do ano 
anterior.
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 4 FNDE E OS PROGRAMAS 
COMPLEMENTARES DE 
EDUCAÇÃO
TÓPIC0
UNIDADE 3 A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA: A EDUCAÇÃO E A FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO 66
Como analisamos anteriormente, a educação brasileira é organizada com base em 
programas que regem o financiamento estudantil. Assim, realizaremos uma breve análise a 
fim de identificar quais os órgãos gestores que fazem parte da realização do financiamento 
educacional no Brasil.
Especificamente ao papel que o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação 
(FNDE), aliado ao Ministério da Educação, desempenham em nossa sociedade. De 
acordo com Parente (2006, p. 19), “o financiamento da educação, mais do que importante 
instrumento para a implementação das políticas sociais, constitui-se um determinante do 
padrão de intervenção do Estado nas políticas educacionais”.
É importante ressaltar que o formato pelo qual o ensino está organizado segue um 
padrão imposto pelas classes dominantes por meio da política. Cabe destacar que o FNDE 
é o órgão responsável pela execução da maioria das ações e programas da Educação 
Básica do nosso País [...], além de atuar também na Educação Profissional e Tecnológica 
e no Ensino Superior (BRASIL, 2018 b).
Desse modo, o FNDE estabelece um papel central no desenvolvimento educacio-
nal e na promoção da garantia de um ensino de qualidade, especificamente nas escolas 
públicas. Assim, o FNDE tem como finalidade “[...] captar recursos financeiros e canalizá-los 
para o financiamento de projetos de ensino e pesquisa, de acordo com as diretrizes do 
planejamento nacional da Educação” (BRASIL, 2018 b).
O FNDE, criado oficialmente pela lei nº 5.537, de 21 de novembro de 1968, além de 
promover a organização do Fundeb, viabiliza os seguintes programas:
67UNIDADE 3 A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA: A EDUCAÇÃO E A FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO
Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE): o maior programa 
de alimentação escolar do mundo! Ele garante que as escolas recebem 10 
parcelas anuais de recursos que devem ser aplicadas na nutrição saudável 
dos estudantes, com parte dos produtos comprados de agricultores locais;
Salário-Educação: recursos arrecadados por meio da contribuição à 
Previdência Social que são distribuídos pelo FNDE para que as escolas 
possam investir em ações como a construção de quadras escolares;
Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE): outra ação que distribui 
recursos sem os quais a escola não funcionaria, o PDDE garante compra 
de materiais e equipamentos permanentes e reparos na infraestrutura das 
escolas, como pagar o conserto de uma pane elétrica;
Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar (Pnate): essa 
iniciativa garante que estados e municípios recebam verbas para custear 
despesas com transporte em regiões rurais, como trocar pneus furados ou 
consertar assentos;
Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) e Programa Nacional da 
Biblioteca da Escola (PNBE): ambos destinados a fazer com que os livros 
didáticos e literários, respectivamente, cheguem às escolas do Brasil. Sem tais 
iniciativas, a Educação dos brasileirinhos mais pobres estaria comprometida;
Proinfância: Esse programa também está relacionado a recursos, mas dessa 
vez às creches. O dinheiro deve apoiar os municípios e do Distrito Federal 
na construção e compra de mobiliário e equipamentos para essas unidades 
escolares fundamentais para o desenvolvimento infantil (BRASIL, 2018 b).
Assim, cabe ao FNDE promover o acesso e a permanência do aluno marginalizado 
no contexto escolar, oferecendo a este aluno suprimentos básicos como a alimentação e o 
transporte escolar.
Anteriormente, vimos que as políticas sociais, pautadas na descentralização, ocor-
rem por meio da divisão de responsabilidades para as esferas governamentais. Diante dis-
so, “[...] uma das principais problemáticas do financiamento público refere-se, justamente, 
à ausência de delimitação clara das competências nas diversas instâncias governamentais” 
(PARENTE, 2006, p. 19).
Por fim, após esta breve análise, compreendemos que o FNDE destina as suas 
ações especificamente para a rede pública de ensino e para as escolas que mantêm con-
vênios com as prefeituras, com o intuito de promover o acesso à educação de qualidade.
Aguardo vocês em nossa próxima unidade, para que juntos possamos compreender 
as atividades que competem aos profissionais da Educação Básica, destacando os planos 
de cargos e carreira, assim como a importância da formação inicial e continuada para o 
exercício da profissão. Daremos ênfase à organização curricular da educação básica por 
meio da BNCC, identificando as avaliações que regem a educação brasileira.
68UNIDADE 3 A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA: A EDUCAÇÃO E A FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Olá aluno(a), chegamos ao fim de mais uma unidade!
Nesta unidade destacamos o direito e a obrigatoriedade nos níveis e modalidades da 
educação brasileira, sabemos que a educação está pautada em atitudes escolanovistas, uma 
vez que efetiva a supervalorização da experiência do aluno voltada para o desenvolvimento 
social e intelectual.
Com base em promover o desenvolvimento humano desde a mais tenra idade, 
o Ministério da Educação (2013) contribui que as crianças deveriam ser matriculadas na 
educação básica a partir dos quatro anos de idade.
Nesse sentido, essa mudança na obrigatoriedade da educação caracteriza os 
aspectos de universalização da educação e a mesma passa a ser repensada após essa 
globalização.
A instituição de ensino se tornou a principal responsável pelo sucesso dos 
indivíduos, cujo papel estava voltado para formar cidadãos aptos para viver em sociedade. 
No entanto,se tornou necessário a criação de diversos programas sociais no intuito de 
suprir a defasagem financeira no sistema educacional.
Partindo disso, destacamos a vigência do Salário-Educação como um suplemento 
de recursos públicos destinados à manutenção e ao desenvolvimento do ensino. Assim 
como os programas Fundef e Fundeb, que foram desenvolvidos com o intuito de reduzir a 
marginalização social e suprir a existência da desigualdade.
Por fim, evidenciamos que o FNDE tem um papel central no desenvolvimento 
educacional e na promoção da garantia de um ensino de qualidade, especificamente nas 
escolas públicas. Contudo, cabe ao PNDE promover o acesso e a permanência do aluno 
marginalizado no contexto escolar, oferecendo a este aluno suprimentos básicos para o seu 
desenvolvimento.
69UNIDADE 3 A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA: A EDUCAÇÃO E A FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
Título: Gestão de organizações educacionais.
Autor: BES, Pablo, et al.
Editora: SAGAH.
Sinopse: As discussões sobre a gestão nas organizações 
educacionais parecem, à primeira vista, muito distantes dos 
graduandos ou recém-formados nos cursos de licenciaturas. 
Isso se dá, principalmente, pela proximidade com a docência, 
objeto de formação e, simultaneamente, ao distanciamento que 
há entre a formação inicial e a atuação profissional no âmbito 
da gestão. Assim, este livro, que reflete um compromisso com 
a formação de educadores, tem como objetivo aproximar os 
estudantes de licenciatura das discussões mais atualizadas 
sobre a gestão educacional, o que representa um avanço 
em termos de formação, haja vista que a própria gestão é 
um conceito muito recente. A educação brasileira vem se 
construindo ao longo da sua história
nos seus mais variados aspectos, mas foi a partir do final 
do século XX, com a promulgação da Constituição Federal 
(1988), que os novos contornos da gestão nas organizações 
educacionais começaram a ser traçados. Foram mudanças 
políticas e históricas que buscaram romper com as características 
de centralização que marcaram o aspecto organizacional da 
educação. Foi preciso ampliar o olhar e construir o diálogo 
necessário entre as políticas públicas e as demandas sociais 
sem, contudo, descuidar dos princípios da gestão pública, o 
que representou, e ainda representa, um enorme esforço, pois 
são muitos os interesses e tímida a consciência participativa.
FILME/VÍDEO 
Título: #EDUCA 201- FNDE
Ano: 2019.
Sinopse: Karine Silva dos Santos, diretora de Ações Educacionais 
do FNDE, fala sobre o Fundo Nacional de Desenvolvimento 
da Educação, criado em 1968 para executar políticas públicas 
relacionadas à educação. 
Link do vídeo (se houver): https://www.youtube.com/watch?-
v=wWxuiqCXzGA
https://www.youtube.com/watch?v=wWxuiqCXzGA 
https://www.youtube.com/watch?v=wWxuiqCXzGA 
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Plano de Estudos
• Profissionais da Educação Básica: planos de cargos e 
carreira, formação inicial e continuada. 
• A organização curricular da educação básica por meio da 
BNCC.
• Avaliação da Educação Básica: SAEB.
• Avaliação da educação brasileira: avaliações externas.
Objetivos da Aprendizagem
• Conceituar e contextualizar o trabalho e a formação docente;
• Compreender os tipos de organização curricular por meio da BNCC; 
• Estabelecer a importância das avaliações externas na educação 
brasileira. 
4 PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃOPROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO
UNIDADEUNIDADE
A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA: A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA: 
Professora Mestra Mylena Mikaellen Beraldo
 A EDUCAÇÃO E A FORMAÇÃO DOSA EDUCAÇÃO E A FORMAÇÃO DOS 
71UNIDADE 4 A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA: A EDUCAÇÃO E A FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO
INTRODUÇÃO 
Observamos nas unidades anteriores e identificamos os fatores predominantes na 
definição da obrigatoriedade do ensino, compreendendo como ele vem sendo financiado 
pelas políticas públicas educacionais. Após esse período de análises voltadas para a 
estrutura da educação, voltamos os nossos olhos para os profissionais da educação básica 
e os indicadores da qualidade de ensino.
Em um primeiro momento, buscaremos compreender os planos de cargo e carreira 
dos profissionais da educação, visando a importância da formação continuada. A formação 
docente surgiu com o objetivo de promover o desenvolvimento de conhecimentos científicos 
e sociais, aprimorando suas competências de trabalho e oferecendo melhores oportunida-
des aos alunos.
Em seguida, abordaremos a organização curricular por meio da Base Nacional 
Comum Curricular (2017), cujo objetivo é nortear os currículos educacionais por meio do 
desenvolvimento de habilidades e competências. Assim, o documento segue princípios 
éticos, políticos e estéticos que acreditam ser necessários para a constituição de uma 
sociedade democrática e inclusiva.
Para finalizar, analisaremos os aspectos da Avaliação da Educação Básica, com-
preendendo as suas diretrizes e os níveis que engloba, assim como a importância das ava-
liações externas para o desenvolvimento da educação. As avaliações são desenvolvidas 
com base em indicadores, que após os resultados, são utilizados para medir a qualidade no 
ensino e a necessidade de novas políticas públicas para a educação.
As avaliações externas que você verá neste material foram criadas com o intuito de 
compreender o nível educacional ofertado em nosso país, assim como o espaço social no 
qual os alunos estão inseridos. Com o objetivo de reduzir as desigualdades, por meio da 
oferta de uma educação de qualidade que promova os aspectos da equidade.
Sendo assim, convido você a refletir criticamente sobre a trajetória do profissional 
da educação, assim como as mudanças impostas pela BNCC ao currículo educacional e 
avaliações externas. 
 BONS ESTUDOS.
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72UNIDADE 4 A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA: A EDUCAÇÃO E A FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO
 1 PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO 
BÁSICA: PLANOS DE CARGOS E 
CARREIRA, FORMAÇÃO INICIAL E 
CONTINUADA 
TÓPIC0
Conforme vimos no início da nossa disciplina, a educação brasileira foi moldada 
com base nos processos de globalização, durante a transição do século XX para o XXI. 
Diante de diversas mudanças, passam a defender um ensino pautado em competências e 
habilidades que seriam necessárias para atender as necessidades do mercado de trabalho.
De acordo com Facci (2004, p. 20), “[...] o mercado de trabalho está exigindo e 
valorizando homens competitivos, que saibam utilizar a informática e a internet, tenham 
habilidades comunicativas, cognitivas”, assim, evidencia-se a importância do professor 
enquanto formador de uma nova sociedade.
Não pensem que a consolidação da atuação do professor foi um momento tranqui-
lo, pois por muitas vezes o fracasso escolar e problemas de indisciplina estiveram voltados 
sob a responsabilidade deste profissional.
Por diversos momentos, a prática docente esteve voltada para a ênfase na práticaoperacional. Nesse sentido, a sua formação se deu inicialmente por meio da Lei de Diretri-
zes e Bases n° 9394/96. Cabe destacar que, em seu Art. 61, a LDB n° 9394/96 considera 
como profissional da educação:
I– professores habilitados em nível médio ou superior para a docência na 
educação infantil e nos ensinos fundamental e médio:
II– trabalhadores em educação portadores de diploma de pedagogia, 
com habilitação em administração, planejamento, supervisão, inspeção e 
orientação educacional, bem como com títulos de mestrado ou doutorado 
nas mesmas áreas; 
73UNIDADE 4 A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA: A EDUCAÇÃO E A FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO
III– trabalhadores em educação, portadores de diploma de curso técnico 
ou superior em área pedagógica ou afim. 
IV- profissionais com notório saber reconhecido pelos respectivos 
sistemas de ensino, para ministrar conteúdos de áreas afins à sua formação 
ou experiência profissional, atestados por titulação específica ou prática 
de ensino em unidades educacionais da rede pública ou privada ou das 
corporações privadas em que tenham atuado, exclusivamente para atender 
ao inciso V do caput do art. 36; 
V- profissionais graduados que tenham feito complementação 
pedagógica, conforme disposto pelo Conselho Nacional de Educação 
(BRASIL, 1996).
Nesse sentido, a formação docente surgiu com o princípio de atender diferentes 
objetivos, dentre eles promover o desenvolvimento de conhecimentos científicos e sociais, 
aprimorando suas competências de trabalho. Com isso, buscava estabelecer desde o 
princípio a associação entre teorias e práticas, por meio de estágios supervisionados e 
práticas docentes, ressaltando sempre a importância da experiência.
Partindo da definição do profissional da educação proposto pela LDB n° 9394/96, 
é importante destacar que a “[...] formação de docentes para atuar na educação básica 
far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura plena, admitida, como formação mínima 
para o exercício do magistério [...]” (BRASIL, 1996).
 Nesse sentido, a formação docente compete à:
§ 1º A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios, em regime 
de colaboração, deverão promover a formação inicial, a continuada e a 
capacitação dos profissionais de magistério. 
§ 2º A formação continuada e a capacitação dos profissionais de magistério 
poderão utilizar recursos e tecnologias de educação a distância. 
§ 3º A formação inicial de profissionais de magistério dará preferência ao 
ensino presencial, subsidiariamente fazendo uso de recursos e tecnologias 
de educação a distância. 
§ 4º A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios adotarão 
mecanismos facilitadores de acesso e permanência em cursos de formação de 
docentes em nível superior para atuar na educação básica pública. 
§ 5º A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios incentivarão 
a formação de profissionais do magistério para atuar na educação básica 
pública mediante programa institucional de bolsa de iniciação à docência a 
estudantes matriculados em cursos de licenciatura, de graduação plena, nas 
instituições de educação superior. 
§ 6º O Ministério da Educação poderá estabelecer nota mínima em exame 
nacional aplicado aos concluintes do ensino médio como pré-requisito para 
o ingresso em cursos de graduação para formação de docentes, ouvido o 
Conselho Nacional de Educação - CNE. 
§ 8º Os currículos dos cursos de formação de docentes terão por referência 
a Base Nacional Comum Curricular (BRASIL, 1996). 
74UNIDADE 4 A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA: A EDUCAÇÃO E A FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO
De acordo com a LDB n° 9394/96, a formação docente é a base para formar o 
indivíduo apto para atuar na instituição de ensino. A formação deve garantir a esses futuros 
profissionais a competência para administrar, planejar, realizar a inspeção, supervisão e 
orientação educacional.
Já em seu Art. 66 a LDB n° 9394/96 salienta que a preparação para o exercício 
do magistério superior deverá ocorrer em nível de pós-graduação, prioritariamente em 
programas de mestrado e doutorado. Portanto, a valorização deste profissional se dá 
perante os termos dos estatutos e dos planos de carreira do magistério público.
 Em seu Art. 67, a LDB n° 9394/96 ressalta que deve ser garantido ao professor:
I - ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos;
II - aperfeiçoamento profissional continuado, inclusive com licenciamento 
periódico remunerado para esse fim;
III - piso salarial profissional;
IV - progressão funcional baseada na titulação ou habilitação, e na avaliação 
do desempenho;
V - período reservado a estudos, planejamento e avaliação, incluído na carga 
de trabalho;
VI - condições adequadas de trabalho (BRASIL, 1996).
Com o intuito de confirmar a formação estabelecida pela LDB n° 9394/96, o Plano 
Nacional de Educação, Lei n° 13.005/2014, promulgada durante o governo de Dilma 
Rousseff, surge com o intuito de estabelecer metas necessárias para o desenvolvimento 
educacional no Brasil.
Esse documento assegurou 10 diretrizes que deveriam ser efetivadas dentro de um 
prazo de 10 anos, entre 2014 a 2024, dentre essas diretrizes estão a erradicação do anal-
fabetismo, universalização do atendimento escolar, ou seja, garantir o acesso e a educação 
para todos superando as desigualdades.
Portanto, o PNE (2014) promoveu trabalhos voltados para a ênfase na promoção 
da cidadania, por meio da melhoria nas condições educacionais, dentre elas a ênfase na 
formação do profissional docente.
A meta 18 do PNE (2014), enfatiza “[...] a existência de planos de Carreira para os 
(as) profissionais da educação básica e superior pública de todos os sistemas de ensino 
e, para o plano de Carreira dos (as) profissionais da educação básica pública, tomar como 
referência o piso salarial nacional profissional, [...].”.
75UNIDADE 4 A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA: A EDUCAÇÃO E A FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO
 Diante da criação da meta 18, são estabelecidas algumas estratégias capazes 
de nortear o trabalho da escola enquanto instituição formadora:
 
18.4) prever, nos planos de Carreira dos profissionais da educação dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, licenças remuneradas e 
incentivos para qualificação profissional, inclusive em nível de pós-graduação 
stricto sensu;
18.7) priorizar o repasse de transferências federais voluntárias, na área de 
educação, para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios que tenham 
aprovado lei específica estabelecendo planos de Carreira para os (as) 
profissionais da educação (BRASIL, 2014).
De acordo com o MEC, o plano de carreira deve contemplar desde a formação inicial 
até a formação continuada do profissional da educação, assim como o processo de escolha de 
diretores das escolas. Nesse sentido, é a partir de 2008 com a Lei nº 11.738/2008 que todos 
os profissionais do magistério passam a ser abrangidos pelo plano de carreira e remuneração.
De acordo com o contexto histórico do ano de 2008, o piso salarial estabelecido 
no Art. 2 para os profissionais do magistério totalizou o valor de R$ 950,00 (novecentos e 
cinquenta reais) mensais, sendo atualizado no mês de janeiro de cada ano subsequente. 
Essa normativa trata do uso de uma parcela dos recursos da União ao FUNDEB para o 
pagamento integral do piso salarial dos profissionais da educação básica pública.
Observe no quadro abaixo algumas formações continuadas disponibilizadas para 
os professores e ofertadas pelo Ministério da Educação.
76UNIDADE 4 A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA: A EDUCAÇÃO E A FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO
QUADRO 1 - FORMAÇÃO CONTINUADA.
Fonte: Ministério da Educação (http://portal.mec.gov.br/formacao).
Formação no Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa- Curso presencial de 2 anos
para os Professores alfabetizadores, com carga horária de 120 horaspor ano, metodologia
propõe estudos e atividades práticas. Os encontros com os Professores alfabetizadores são
conduzidos por Orientadores de Estudo. Estes são professores das redes, que estão fazendo
um curso específico, com 200 horas de duração por ano, em universidades públicas. No
Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa são desenvolvidas ações que contribuem
para o debate acerca dos direitos de aprendizagem das crianças do ciclo de alfabetização; os
processos de avaliação e acompanhamento da aprendizagem das crianças; planejamento e
avaliação das situações didáticas; o uso dos materiais distribuídos pelo MEC, voltados para a
melhoria da qualidade do ensino no ciclo de alfabetização.
Proinfantil- É um curso em nível médio, a distância, na modalidade Normal. Destina-se aos
profissionais que atuam em sala de aula da educação infantil, nas creches e pré-escolas das
redes públicas e da rede privada, sem fins lucrativos, que não possuem a formação
específica para o magistério.
Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica – Parfor- O Parfor induz e
fomenta a oferta de educação superior, gratuita e de qualidade, para professores em
exercício na rede pública de educação básica, para que estes profissionais possam obter a
formação exigida pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB e contribuam
para a melhoria da qualidade da educação básica no País.
Proinfo Integrado- O Proinfo Integrado é um programa de formação voltado para o uso
didático-pedagógico das Tecnologias da Informação e Comunicação – TIC no cotidiano
escolar, articulado à distribuição dos equipamentos tecnológicos nas escolas e à oferta de
conteúdos e recursos multimídia e digitais oferecidos pelo Portal do Professor, pela TV
Escola e DVD Escola, pelo Domínio Público e pelo Banco Internacional de Objetos
Educacionais.
e-Proinfo- O e-Proinfo é um ambiente virtual colaborativo de aprendizagem que permite a
concepção, administração e desenvolvimento de diversos tipos de ações, como cursos à
distância, complemento a cursos presenciais, projetos de pesquisa, projetos colaborativos e
diversas outras formas de apoio a distância e ao processo ensino-aprendizagem.
Pró-letramento- O Pró-Letramento é um programa de formação continuada de professores
para a melhoria da qualidade de aprendizagem da leitura/escrita e matemática nos
anos/séries iniciais do ensino fundamental. O programa é realizado pelo MEC, em parceria
com universidades que integram a Rede Nacional de Formação Continuada e com a adesão
dos estados e municípios.
Gestar II- O Programa Gestão da Aprendizagem Escolar oferece formação continuada em
língua portuguesa e matemática aos professores dos anos finais (do sexto ao nono ano) do
ensino fundamental em exercício nas escolas públicas. A formação possui carga horária de
300 horas, sendo 120 horas presenciais e 180 horas a distância (estudos individuais) para
cada área temática. O programa inclui discussões sobre questões prático-teóricas e busca
contribuir para o aperfeiçoamento da autonomia do professor em sala de aula.
Rede Nacional de Formação Continuada de Professores- A Rede Nacional de Formação
Continuada de Professores foi criada em 2004, com o objetivo de contribuir para a melhoria
da formação dos professores e alunos. O público-alvo prioritário da rede são professores de
educação básica dos sistemas públicos de educação.
77UNIDADE 4 A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA: A EDUCAÇÃO E A FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO
Todos os programas supracitados são oferecidos aos profissionais da educação 
com o intuito de garantir o desenvolvimento social, por meio do trabalho de profissionais 
qualificados.
No entanto, Facci (2004, p. 38) rebate esse modelo educacional, destacando que 
“o professor, ao agir como ‘treinador’, não faz exposição dos conhecimentos de maneira 
discursiva, mas busca estimular o aluno a relacionar os conhecimentos na solução de 
soluções concretas”. Desse modo, cabe ao professor apresentar situações-problemas que 
envolvam o conteúdo, ser criativo e flexível durante a sua prática em sala de aula.
É importante salientar que durante o processo de consolidação da formação do 
profissional docente no Brasil houve a discussão de diferentes abordagens, dentre elas 
podemos destacar o professor reflexivo, que teve início na Inglaterra, na década de 1960.
Assim, o professor reflexivo, surgiu propondo uma reflexão sobre a prática do 
professor, com o intuito de promover a qualidade do ensino. Na formação do professor 
reflexivo “[...] o docente é encarado como um intelectual em contínuo processo de formação, 
cuja experiência é vista como a fonte do saber, sendo que é a partir dela que se constrói o 
saber profissional” (FACCI, 2004, p. 42).
Já na década de 1980, começaram a ser difundidos os ideais de Donald Schon, com 
a abordagem do professor prático-reflexivo, ou seja, a formação pautada na consciência 
da ação. “[...] A proposta de formação de professores, nessa perspectiva, salienta o aspecto 
da prática como fonte de conhecimento por meio da reflexão e experimentação” (FACCI, 
2004, p. 49).
A tarefa do docente, nesse contexto, consiste em facilitar a aprendizagem, para que 
assim o aluno compreenda o conteúdo facilmente, por meio da reflexão de sua prática.
Partindo do exposto, vamos a seguir compreender a organização curricular da 
educação básica brasileira, por meio da instauração da Base Nacional Comum Curricular, 
destacando quais foram os avanços e desafios para os profissionais da educação. 
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78UNIDADE 4 A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA: A EDUCAÇÃO E A FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA 
 2 A ORGANIZAÇÃO CURRICULAR DA 
EDUCAÇÃO BÁSICA POR MEIO DA 
BNCC
TÓPIC0
Vocês já pararam para analisar qual o papel do currículo no contexto educacional? 
Pois bem, nesse momento, cabe identificar qual a sua importância para depois 
compreender a construção da Base Nacional Comum Curricular. Podemos compreender 
como currículo a relação de disciplinas com o ambiente educacional, ou seja, um conjunto 
de atividades que depende de diferentes agentes sociais.
O currículo é formado a partir da transmissão do saber sistematizado, produzido 
historicamente em nossa sociedade. Identificado como um conjunto de atividades nucleares, 
que viabiliza os processos de transmissão e assimilação do conhecimento.
 Em síntese, para Saviani (2020):
[...] pode-se considerar que o currículo em ato de uma escola não é outra 
coisa senão essa própria escola em pleno funcionamento, isto é, mobilizando 
todos os seus recursos, materiais e humanos, na direção do objetivo que 
é a razão de ser de sua existência: a educação das crianças e jovens. 
Poderíamos dizer que, assim como o método procura responder à pergunta 
‘como se deve fazer para atingir tal objetivo’, o currículo procura responder à 
pergunta ‘o que se deve fazer para atingir determinado objetivo’. Diz respeito, 
pois, ao conteúdo da educação e sua distribuição no tempo e espaço que lhe 
são destinados (SAVIANI, 2020, p. 8).
Após compreender a concepção de currículo e a sua importância para o 
desenvolvimento educacional, vamos destacar os principais aspectos da Base Nacional 
Comum Curricular, promulgada no ano de 2017 para a Educação Infantil e Ensino 
Fundamental, e no ano de 2018 para o Ensino Médio.
Beraldo (2022, p. 83) salienta que “a Educação Básica está subdividida em três 
etapas, contemplando a Educação Infantil, o Ensino Fundamental e o Ensino Médio, cada 
qual com o objetivo de desenvolver competências e habilidades específicas para cada faixa 
etária determinada”.
79UNIDADE 4 A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA: A EDUCAÇÃO E A FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO
É importante ressaltar que esse documento foi citado anteriormente na Lei de Dire-
trizes e Bases 9394/96, Diretrizes CurricularesNacionais (2009) e no PNE n° 13.005/2014 
(2014). Nesse momento, instaura-se uma discussão voltada para repensar a educação 
brasileira refletindo todas as políticas educacionais.
A BNCC (2017) se apresenta em sua versão definitiva, como um documento 
normativo que estabelece um conjunto gradativo de aprendizagens que são definidas como 
essenciais para o desenvolvimento dos alunos inseridos na Educação Básica. A progressão 
deste aluno deve ser dar exclusivamente por meio da aquisição de conhecimentos, 
competências gerais e habilidades.
Na BNCC, competência é definida como a mobilização de conhecimentos 
(conceitos e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e 
socioemocionais), atitudes e valores para resolver demandas complexas 
da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho 
(BRASIL, 2017).
Diante disso, a Base busca promover o desenvolvimento dos alunos, por meio 
de princípios éticos, políticos e estéticos, com o intuito de formar uma sociedade justa, 
democrática e inclusiva. Assim, “[...] aprender a ler, escrever e contar e dominar os rudimentos 
das ciências naturais e das ciências sociais constituem pré-requisitos para compreender o 
mundo em que se vive [...]” (SAVIANI, 2020).
O ensino deve ter como base a organização da sociedade atual, de modo que 
a educação ao ser ministrada garanta a todos o acesso ao conteúdo sistematizado e a 
permanência na instituição de ensino.
A educação deve garantir a plena formação aos alunos, ou seja, torná-la capaz de 
compreender o movimento da sociedade no qual está inserida, por meio da socialização da 
ciência e não apenas expor conteúdos práticos-utilitários.
A BNCC (2017) compreende que esta formação deve elencar o desenvolvimento 
das seguintes competências: 
80UNIDADE 4 A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA: A EDUCAÇÃO E A FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO
QUADRO 2 - COMPETÊNCIAS GERAIS PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA.
Fonte: Brasil (2017, p. 9-10).
COMPETÊNCIAS GERAIS PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA
1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social,
cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a
construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.
2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a
investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar
e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base
nos conhecimentos das diferentes áreas.
3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também
participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.
4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal,
visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica,
para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos
e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.
5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica,
significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar,
acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer
protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.
6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e
experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer
escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia,
consciência crítica e responsabilidade.
7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e
defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos,
a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com
posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.
8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na
diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade
para lidar com elas.
9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e
promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da
diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades,
sem preconceitos de qualquer natureza.
10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e
determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos,
sustentáveis e solidários.
81UNIDADE 4 A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA: A EDUCAÇÃO E A FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO
Neste quadro observamos que a Base busca estabelecer a capacidade e a 
autonomia de cada indivíduo para desenvolver habilidades e competências, formando-o 
com o intuito de promover a sua inserção social como um cidadão ativo.
Para Beraldo (2022, p. 81), “[...] tais competências são necessárias para contem-
plar a formação integral do aluno [...], tendo como prioridade o desenvolvimento dos termos 
equidade, diversidade e igualdade [...]”, assim, mais uma vez, evidencia-se a importância 
de uma aprendizagem que seja efetiva e igualitária.
Com isso, cabe aos profissionais da educação enfatizarem o uso de planejamentos 
que aprimorem as competências nos alunos, evidenciando o saber fazer.
Zank e Malanchen (2020) colaboram com esse modelo de ensino, afirmando que:
Esse modelo educacional flexível coloca o professor como organizador do 
conteúdo, isto é, ele deve dispor, durante as atividades em sala de aula, 
de mecanismos diferenciados e, ao mesmo tempo, dinâmicos para melhor 
desenvolver as novas habilidades esperadas pelos estudantes, futuros 
trabalhadores. Essas novas características devem dar lugar ao trabalho em 
grupo e ao ambiente colaborativo em sala de aula (ZANK; MALANCHEN, 
2020, p. 145).
 Assim, o currículo é reorganizado de acordo com áreas de conhecimento, com o 
intuito de superar as mazelas educacionais, voltando o ensino para as necessidades dos 
alunos.
A efetivação da aprendizagem se dá por meio do conjunto de ações de diferentes 
agentes sociais, estabilizados a partir do currículo. Essas ações devem abranger decisões 
que busquem melhorias para o contexto educacional, promovendo a autonomia dos 
estudantes. Essas decisões referem-se à:
82UNIDADE 4 A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA: A EDUCAÇÃO E A FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO
QUADRO 3 - CONJUNTO DE AÇÕES DO CURRÍCULO.
Fonte: Brasil (2017, p. 16-17).
As decisões citadas acima devem ser consideradas na organização de currículos 
e propostas de diferentes modalidades de ensino, sendo ofertadas igualmente a cada 
instituição. Ficando sob responsabilidade das instituições de ensino incorporar aos currículos 
e às propostas pedagógicas os temas atuais de nossa sociedade.
 
● contextualizar os conteúdos dos componentes curriculares, identificando
estratégias para apresentá-los, representá-los, exemplificá-los, conectá-los e torná-
los significativos, com base na realidade do lugar e do tempo nos quais as
aprendizagens estão situadas;
● decidir sobre formas de organização interdisciplinar dos componentes curriculares
e fortalecer a competência pedagógica das equipes escolares para adotar
estratégias mais dinâmicas, interativas e colaborativas em relação à gestão do
ensino e da aprendizagem;
● selecionar e aplicar metodologias e estratégias didático-pedagógicas diversificadas,
recorrendo a ritmos diferenciados e a conteúdos complementares, se necessário,
para trabalhar com as necessidades de diferentes grupos dealunos, suas famílias e
cultura de origem, suas comunidades, seus grupos de socialização etc.;
● conceber e pôr em prática situações e procedimentos para motivar e engajar os
alunos nas aprendizagens;
● construir e aplicar procedimentos de avaliação formativa de processo ou de
resultado que levem em conta os contextos e as condições de aprendizagem,
tomando tais registros como referência para melhorar o desempenho da escola,
dos professores e dos alunos;
● selecionar, produzir, aplicar e avaliar recursos didáticos e tecnológicos para apoiar
o processo de ensinar e aprender;
● criar e disponibilizar materiais de orientação para os professores, bem como
manter processos permanentes de formação docente que possibilitem contínuo
aperfeiçoamento dos processos de ensino e aprendizagem;
● manter processos contínuos de aprendizagem sobre gestão pedagógica e curricular
para os demais educadores, no âmbito das escolas e sistemas de ensino.
83UNIDADE 4 A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA: A EDUCAÇÃO E A FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO
Podemos confirmar então que a BNCC (2017) teve como finalidade consolidar o 
ensino e as práticas educativas realizadas pelos profissionais da área educacional, com 
base nas correntes educacionais contemporâneas que visam a promoção da capacidade 
que o indivíduo possui de se adaptar no meio social, “[...] colocando a escola como um 
local de controle social capaz de remediar as mazelas causadas pela sociedade capitalista” 
(BERALDO, 2022, p. 95).
Portanto, para Cássio (2019, p. 13), “a Base é, antes de tudo, uma política de cen-
tralização curricular. Alicerçada nas avaliações em larga escala e balizadora dos programas 
governamentais de distribuição de livro didático”. 
Analisaremos a seguir a avaliação da educação básica e as avaliações externas que 
ocorrem em larga escala e ditam as mudanças no contexto educacional brasileiro.
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 3 AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO 
BÁSICA: SEAB
TÓPIC0
UNIDADE 4 A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA: A EDUCAÇÃO E A FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO 84
A implementação da Avaliação da Educação Básica (SAEB) foi um acontecimento 
marcante no contexto educacional brasileiro. Este sistema iniciou-se no ano de 1990, 
durante o governo de Fernando Collor de Mello.
De acordo com Cotta (2001, p. 90) “[...] são coletados, a cada dois anos, dados sobre 
o desempenho dos alunos brasileiros do ensino fundamental e médio, visando fornecer um 
diagnóstico dos resultados produzidos pelo sistema educacional”. Desse modo, passam 
a repensar a educação, por meio de um diagnóstico que reflete os fatores que podem 
interferir no desempenho do estudante.
Em 2021 o SAEB passou por várias mudanças desde a sua implantação, dentre 
elas cabe destacar ampliação da população-alvo da avaliação para: avaliação da Educação 
Infantil, por meio das matrizes, 2º ano do Ensino Fundamental (avaliando língua portuguesa 
e matemática), 5º e 9º do Ensino Fundamental (avaliando língua portuguesa e matemática), 
9º do Ensino Fundamental (ciências da natureza e ciências humanas), 3ª e 4ª série do 
Ensino Médio (língua portuguesa e matemática), assim como a criação do estrato censitário 
para a definição e aplicação de instrumentos em escolas públicas que atende o público do 
Ensino Fundamental anos finais.
Para o Ministério da Educação, o SAEB possibilita que as escolas, tanto municipais 
quanto estaduais, avaliem a qualidade da educação oferecida aos estudantes. É por meio 
desses indicadores que serão desenvolvidas as melhorias nas políticas públicas educacionais.
85UNIDADE 4 A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA: A EDUCAÇÃO E A FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO
Além do desempenho, são calculadas as taxas de reprovação e abandono escolar 
pelo SAEB, Censo Escolar e o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). 
Assim, Cotta (2001) esclarece que:
A avaliação dos resultados educacionais abrange diferentes objetos de 
investigação. Seu foco pode recair sobre o aluno, as instituições de ensino 
ou o sistema educacional como um todo. No primeiro caso, a avaliação situa 
o desempenho do aluno em relação a um padrão previamente estabelecido, 
fornecendo um diagnóstico dos conhecimentos, competências e habilidades 
adquiridos por meio da escola. No segundo caso, o desempenho de todos 
os alunos de determinada instituição permite aferir a qualidade dos serviços 
educacionais por ela oferecidos (COTTA, 2001, p. 91).
Esse caráter avaliativo foi instaurado na educação brasileira com o intuito de 
promover uma base de dados que respaldasse a transformação das políticas públicas 
de educação, a fim de proporcionar o desenvolvimento econômico e social, por meio de 
propostas pedagógicas, garantindo a construção de uma nova sociedade.
É durante o ano de 2019 que o SAEB passa por uma reestruturação em suas ma-
trizes entrando gradualmente em conformidade com a Base Nacional Comum Curricular. 
Portanto, o SAEB seguiu a seguinte organização:
QUADRO 4 - ALINHAMENTO DO SAEB À BNCC.
Fonte: Ministério da Educação (https://www.gov.br/)
É importante destacar que o SAEB formula as suas avaliações por meio de matrizes 
de referência, pautadas na BNCC, cujo princípio está pautado na organização curricular por 
meio do desenvolvimento de habilidades e competências necessárias para cada etapa da 
educação no qual o aluno se encontra. 
● 2019: estudo-piloto para a avaliação da educação infantil; testes de língua portuguesa e
de matemática para o 2º ano do ensino fundamental já alinhados à BNCC; testes de
ciências humanas e de ciências da natureza para o 9º ano do ensino fundamental já
alinhados à BNCC.
● 2021: implementação da avaliação da educação infantil, realizada por meio da aplicação
de questionários eletrônicos para professores e diretores de creches e pré-escolas, bem
como gestores das redes.
● 2023: testes de linguagens e matemática para os 5º e 9º anos do ensino fundamental
alinhados à BNCC; testes de ciências humanas e de ciências da natureza para o 5º ano
do ensino fundamental alinhados à BNCC.
● 2025: testes para o ensino médio alinhados à BNCC.
86UNIDADE 4 A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA: A EDUCAÇÃO E A FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO
Contudo, não podemos nos esquecer que as matrizes de referência não são a 
mesma coisa que os currículos, sendo assim, não podemos confundi-los, pois as matrizes 
são apenas recortes dos conteúdos curriculares estabelecidos para determinada etapa 
escolar, caracterizando-se como uma referência para aqueles que participam dos testes 
organizados pelo SAEB.
De acordo com o Ministério da Educação (2018), o processo de formação do SAEB 
defende duas dimensões fundamentais pelas quais o ensino deve estar alinhado. A primeira 
dimensão ocorre fora do contexto escolar, por isso leva o nome de extraescolar, pois envolve 
o espaço social no qual este aluno está inserido, assim como os deveres do Estado.
Por outro lado, a segunda dimensão se dá com base nas ações que ocorrem dentro da 
instituição de ensino, levando nome de intraescolar, pois promovem reflexões voltadas para 
a organização da gestão, melhorias na prática docente, assim como o desenvolvimento do 
currículo com êxito, com o intuito de promover o sucesso escolar dos alunos.
 
Abaixo, conseguimos observar as dimensões que envolvem a qualidade da educa-
ção:
 
 
Fonte: DOURADO, OLIVEIRA, SANTOS, 2007 apud Ministério da Educação, 2018.
87UNIDADE 4 A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA: A EDUCAÇÃO E A FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO
Diante do quadro exposto, conseguimos identificar que as dimensões estão voltadas 
para compreender como a escola está efetivando o acesso e a permanência deste aluno, 
ofertando melhorias para cada grupo social e cultural.
É o papel da educação compreender as especificidades do seu público, gerindo 
planos,por meio de políticas públicas, que busquem tirá-los das margens da sociedade, 
oferecendo a estes alunos qualidade e acesso à aprendizagem.
 
O Saeb avalia a qualidade do ensino por meio de testes de desempenho 
aplicados a uma amostra representativa de alunos das 4° e 8° séries do 
ensino fundamental e da 3° série do ensino médio. O Saeb aplica também 
questionários socioeconômicos que permitem a investigação sobre os fatores 
associados ao rendimento escolar. O objetivo é fornecer indicadores que 
orientem a elaboração e a revisão de políticas federais e estaduais voltadas 
para a melhoria da qualidade de ensino (COTTA, 2001, p. 92).
Como vimos, os testes do SAEB são preparados a partir da Matriz Mestre, que 
prevê conteúdos voltados para o desenvolvimento de habilidades e competências, por meio 
de eixos, temas e tópicos.
Assim, em cada edição, os questionários apresentam questões associadas aos 
tópicos e temas previstos na matriz, mas é importante lembrar que o SAEB não engloba 
todos os tópicos existentes na matriz obrigatoriamente.
Os resultados advindos do SAEB são calculados para as escolas e redes de ensino 
municipais, estaduais e federais, sendo eles destinados para a efetivação políticas públicas 
que buscam a equidade no atendimento educacional, fortalecimento do direito e aprendiza-
gem, análises voltadas para os investimentos, instituições, gestão, assim como o trabalho 
desenvolvido pelos professores. Para o Ministério da Educação, todos os itens citados são 
necessários para a garantia de um ensino de qualidade. 
Além do SAEB, existem diversas avaliações externas que servem como indicadores 
de qualidade do sistema educacional brasileiro. No próximo item veremos como as 
avaliações externas implicam para o desenvolvimento da educação.
. . . . . . . . . . . . . . . . 
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. 
 4 AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO 
BRASILEIRA: AVALIAÇÕES 
EXTERNAS
TÓPIC0
UNIDADE 4 A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA: A EDUCAÇÃO E A FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO 88
Após a criação do SAEB, vários outros sistemas de avaliação foram desenvolvidos 
pelo governo federal, cada qual com os seus objetivos e características. Podemos dizer que 
o Brasil passa então por um vasto período de implantação das avaliações em larga escala.
Dentre as principais avaliações externas, cabe citar o Exame Nacional do Ensino 
Médio (Enem), instituído no ano de 1998, cujo objetivo estava voltado em avaliar o 
desempenho do estudante após a conclusão da escolaridade básica. 
O Enem avalia as competências e habilidades desenvolvidas pelo aluno ao 
final da educação básica, que compreende o ensino fundamental e o ensino 
médio. O objetivo é informar se ele está preparado para enfrentar os desafios 
da vida moderna como cidadão autônomo, capaz de decidir, propor e fazer, 
seja na universidade, seja no mercado de trabalho (COTTA, 2001, p. 92).
Diante disso, o Enem é considerado como uma avaliação externa, que visa 
identificar o nível de desenvolvimento dos alunos que saem do ensino médio brasileiro, 
gerando mudanças qualitativas na educação a partir dos indicadores.
Além de ser utilizado enquanto um indicativo de qualidade, o Enem oferece aos 
alunos o acesso ao Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e ao Programa Universidade para 
Todos (ProUni), a partir das notas adquiridas no processo. Ainda, os estudantes podem 
solicitar financiamento estudantil para entrar em instituições privadas, como o Fundo de 
Financiamento Estudantil (Fies).
 
89UNIDADE 4 A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA: A EDUCAÇÃO E A FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO
Para garantir acesso aos programas citados, os alunos devem realizar provas que 
abrange várias áreas de conhecimento, sendo 45 questões, nas áreas de Ciências Humanas 
e suas Tecnologias, Ciências da Natureza e suas Tecnologias, Linguagens, Códigos e suas 
Tecnologias, Matemática e suas Tecnologias, além da prova de Redação.
Então o Enem passa a ser o caminho para as universidades ao final do ensino médio. 
Além do Enem, o Brasil possui a Avaliação Nacional do Rendimento Escolar (Anresc), 
mais conhecida como Prova Brasil e Avaliação Nacional da Educação Básica (Aneb).
O objetivo das provas é refletir sobre a real situação do sistema educacional 
brasileiro considerando o desempenho dos estudantes, gestão escolar e professores.
De acordo com o Ministério da Educação, a Prova Brasil é ofertada para as 
escolas públicas urbanas e rurais que tenham no mínimo 20 estudantes matriculados no 
ensino fundamental. Nesse sentido, a Aneb avalia tanto as redes públicas quanto as redes 
particulares de ensino voltadas para o terceiro ano do ensino médio.
Dentre os indicadores avaliativos temos a Avaliação Nacional da Alfabetização 
(ANA), que é um instrumento avaliativo do SAEB destinado a todos os estudantes do 
terceiro ano do ensino fundamental e é realizada em escolas com, no mínimo, 10 estudantes 
matriculados. A ANA tem por objetivo avaliar os níveis de alfabetização e letramento em 
língua portuguesa, a alfabetização em matemática.
Para finalizar as avaliações externas, vamos destacar o Programa Internacional 
de Avaliação dos Alunos (Pisa), que busca realizar um estudo comparativo, de nível 
internacional, a cada três anos com base na Organização para a Cooperação e 
Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Nesse contexto, o Pisa reflete sobre o desempenho dos estudantes na faixa etária 
dos 15 anos, destacando os principais fatores que moldam a aprendizagem, intraescolar 
e extraescolar. De acordo com o Ministério da Educação, os resultados permitem que os 
países avaliem os conhecimentos e as habilidades de seus estudantes de forma comparativa 
visando a melhora da qualidade e da equidade dos resultados de aprendizagem.
Por fim, identificamos que as avaliações aplicadas ao sistema educacional brasilei-
ro geram dados que são utilizados como indicadores de qualidade pelas diferentes esferas 
do governo. Assim, é por meio desses indicadores que são realizadas as reflexões quanto 
à eficácia das políticas públicas e atendimento escolar. 
90UNIDADE 4 A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA: A EDUCAÇÃO E A FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO
Para Cássio (2019, p. 16-7). 
Se por um lado é verdade que as avaliações educacionais são uma fonte de 
conhecimento sobre a educação pública, por outro não são raras as situações em que a 
produção e indicadores de proficiência se sobrepõem às funções realmente importantes da 
educação escolar. Assim, o problema das avaliações em larga escala é o uso inadequado 
de seus resultados: a crença de que os indicadores de desempenho e de fluxo (reprovação 
e evasão) construídos a partir delas seriam suficientes como medidas da qualidade do 
ensino. Alguns estados vêm transformando as suas avaliações externas censitárias em 
sofisticados sistemas de controle e responsabilização, vinculados simultaneamente a 
políticas de currículo, de formação docente, de gestão escolar e até mesmo salarial, através 
de incentivos financeiros (bônus) ao professorado. Isso acarreta consequências perversas 
sobre o trabalho nas escolas e ameaça os sentidos políticos e culturais mais profundos das 
experiências escolares.
 
91UNIDADE 4 A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA: A EDUCAÇÃO E A FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caro aluno (a), chegamos ao fim de mais uma unidade!
 
Diante dos estudos realizados nesta unidade, conseguimos concluir que a LDB n° 
9394/96 considera como profissional da educação professores habilitados em nível médio 
ou superior, trabalhadores em educação portadores de diploma de pedagogia, trabalhadores 
em educação, portadores de diploma de curso técnico ou superior, profissionais com notório 
saber e profissionais graduados que tenham feito complementação pedagógica.
Cabe à União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios ofertar aestes pro-
fissionais cursos de formação continuada, de modo que o docente tenha a sua formação 
pautada no desenvolvimento da aprendizagem dos alunos.
Nesse sentido, voltamos a nossa atenção para compreender a organização da 
educação por meio da BNCC, cujo objetivo esteve pautado na universalização do ensino, 
com base no desenvolvimento da equidade. Para Saviani (2014, p. 41), “[...]o acesso de 
todos, em igualdade de condições, às escolas públicas organizadas com o mesmo padrão 
de qualidade, viabiliza a apropriação do saber por parte dos trabalhadores”.
Já sabemos que instituição de ensino se tornou responsável pelo sucesso dos indi-
víduos, com isso, são desenvolvidas diversas avaliações externas, com caráter censitário, 
ou seja, buscavam analisar a qualidade educacional a partir dos resultados obtidos nos 
processos avaliativos.
Por fim, evidenciamos que a BNCC estipula uma nova organização curricular, cabendo 
às avaliações externas se adequar a estes novos indicadores, para que assim possam buscar 
melhorias na promoção do ensino, desde a educação básica até o ensino médio.
 
92UNIDADE 4 A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA: A EDUCAÇÃO E A FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO 
Título: Avaliação da aprendizagem. 
Autor: Pricila dos Santos Kohls; Joelma Guimarães.
Editora: SAGAH.
Sinopse: A recente evolução das tecnologias digitais e a 
consolidação da internet modificaram tanto as relações na 
sociedade quanto às noções de espaço e tempo. Se antes 
levávamos dias ou até semanas para saber de acontecimentos 
e eventos distantes, hoje temos a informação de maneira 
quase instantânea. Essa realidade possibilita a ampliação 
do conhecimento. No entanto, é necessário pensar cada vez 
mais em formas de aproximar os estudantes de conteúdos 
relevantes e de qualidade. Assim, para atender às necessidades 
tanto dos alunos de graduação quanto das instituições de 
ensino, desenvolvemos livros que buscam essa aproximação 
por meio de uma linguagem dialógica e de uma abordagem 
didática e funcional, e que apresentam os principais conceitos 
dos temas propostos em cada capítulo de maneira simples e 
concisa. Nestes livros, foram desenvolvidas discussões para 
reflexão, de maneira a complementar o aprendizado do aluno, 
além de exemplos e dicas que facilitam o entendimento sobre 
o tema a ser estudado. Ao iniciar um capítulo, você, leitor, será 
apresentado aos objetivos de aprendizagem e às habilidades 
a serem desenvolvidas no capítulo, seguidos da introdução e 
dos conceitos básicos para que você possa dar continuidade à 
leitura. 
FILME/VÍDEO 
Título: Avaliações Externas: ANA e Prova Brasil - Vídeo 1 - 
AUTORES NA WEB.
Ano: 2019.
Sinopse: As avaliações externas, ou avaliações de larga escala, 
além de funcionarem como guias para definição de metas de 
aprendizado das instituições de ensino, são recursos para a 
elaboração de políticas públicas. Aprofunde-se sobre duas 
avaliações externas produzidas pelo Instituto Nacional de 
Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep): a 
Prova Brasil e a Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA). 
Na introdução da conversa sobre avaliações de larga escala, 
conheça a história do Sistema de Avaliação da Educação Básica 
(Saeb) e de suas avaliações. Entenda também qual é o papel 
do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) na 
educação brasileira e como esse dado é calculado. 
Link do vídeo: https://www.youtube.com/
watch?v=nn8vSZy6xEE
 https://www.youtube.com/watch?v=nn8vSZy6xEE
 https://www.youtube.com/watch?v=nn8vSZy6xEE
93
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html#:~:text=Fixa%20as%20Diretrizes%20e%20Bases%20da%20Educa%C3%A7%-
C3%A3o%20Nacional.&text=a%20condena%C3%A7%C3%A3o%20a%20qualquer%20
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em: 26 out. 2022
100
CONCLUSÃO GERAL
Prezado (a) aluno (a),
 
Neste material busquei aproximar os principais conceitos a respeito das normativas 
que embasam o sistema educacional brasileiro. Para tanto, abordamos a definição de 
política. Neste aspecto, acreditamos que tenha ficado claro para você o quanto a política 
está presente em diversas situações do nosso cotidiano, pois é vista enquanto um regulador 
social, refletindo nos processos de aquisição de poder.
A partir da compreensão dos diferentes tipos de políticas: políticas públicas, políticas 
sociais e políticas educacionais, identificamos a necessidade de formar um novo cidadão, 
que atenda aos pressupostos estabelecidos nesse novo contexto social. Chegamos então 
à reflexão de que tanto a UNESCO quanto o Banco Mundial se efetivaram com base em 
um caráter humanitário, uma vez que seus objetivos estavam pautados na erradicação do 
analfabetismo nos países globalizados.
Destacamos também a importância histórica do Manifesto dos Pioneiros da 
Educação Nova no Brasil, que divulgou, no ano de 1932, propósitos a serem seguidos. 
Inicialmente, esse documento evidenciou a necessidade de estabelecer a modernização 
do sistema educativo brasileiro, assim como da sociedade no geral. Nesse aspecto, cabe 
destacar que a educação é vista como um meio de formação social, com o poder de 
promover a transformação da sociedade marginalizada.
Levantamos também aspectos históricos que nos levaram a chegar nas formulações, 
pautados nas várias formulações da Lei de Diretrizes e Bases, Constituição Federal 1988, 
onde acredita-se que a educação deveria ser promovida em colaboração com a sociedade 
promovendo o pleno desenvolvimento do aluno, assim como o seu preparo para o exercícioda cidadania e para o mercado de trabalho.
Ao pensarmos na organização do ensino público, voltamos a nossa atenção para os 
programas sociais que garantem o acesso e a permanência na instituição de ensino, sendo 
eles: salário educação; Fundeb; FNDE e os programas complementares de educação. 
Identificamos que os programas supracitados foram desenvolvidos com o intuito de reduzir 
a marginalização social e suprir a existência da desigualdade.
101
Diante disso, complementamos os nossos estudos com base na análise dos planos 
de cargos e carreira do profissional docente, definindo os aspectos que caracterizam a 
sua formação inicial e continuada. Buscamos compreender os princípios destacados pela 
BNCC para a educação básica, assim como a importância das avaliações externas para 
calcular os índices de qualidade educacional.
A partir de agora acreditamos que você já está preparado para seguir em frente 
desenvolvendo ainda mais suas habilidades voltadas para a importância de compreender o 
movimento histórico pelo qual a educação brasileira esteve moldada, a fim de garantir um 
pleno desenvolvimento aos seus alunos enquanto um futuro professor.
Até uma próxima oportunidade. Muito Obrigada!
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