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Módulo Controle da Incidência Tributária
SEMINÁRIO II - CONTROLE PROCESSUAL DA INCIDÊNCIA: DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE
Leitura básica
•	CARVALHO, Paulo de Barros. Direito Tributário: Fundamentos Jurídicos da Incidência. 11. ed. rev. e atual. São Paulo: Noeses, 2021. Capítulo I, itens 15 (Validade como relação de pertencialidade da norma com o sistema) e 16 (Vigência, eficácia técnica, eficácia jurídica e eficácia social). 
•	CARVALHO, Paulo de Barros. Derivação e positivação no direito tributário. 2.ed. v.1. São Paulo: Noeses, 2014. Tema VI (Controle da constitucionalidade: eficácia do crédito-prêmio de IPI em face da Resolução do Senado n. 71/2005). 
· PANDOLFO, Rafael. Jurisdição constitucional tributária – Reflexos nos processos administrativo e judicial. 2. ed. rev. e atual. São Paulo: Noeses, 2019. Capítulos 6, 7 e 8.
Leitura complementar
· GONÇALVES, Carla de Lourdes, Rescisão da Transação individual diante da declaração de inconstitucionalidade pelo STF. In: CONRADO, Paulo Cesar; ARAUJO, Juliana Furtado Costa. Transação Tributária na prática da lei nº 13.988/2020. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2020. 
· LINS, Robson Maia. Controle de constitucionalidade da norma tributária. São Paulo: Quartier Latin, 2005. Itens 4.1 a 4.3 e 7.1 a 7.3.
· MOUSSALLEM, Tárek Moysés; SILVA, Ricardo Álvares da. Hipóteses de fraudes à Jurisdição do STF – Análise de leis já revogadas. In: VIII CONGRESSO NACIONAL DE ESTUDOS TRIBUTÁRIOS DO IBET. São Paulo: Noeses. 
Questões
1.	 A respeito do controle de constitucionalidade no sistema processual brasileiro, pergunta-se:
(a) Quais as espécies de controle de constitucionalidade existentes no ordenamento jurídico brasileiro? 
A classificação pauta-se pelo ingresso da lei ou ato normativo no ordenamento jurídico. Logo, enquanto o controle preventivo pretende impedir que alguma norma maculada pela esfera da inconstitucionalidade ingresse no ordenamento jurídico, o controle repressivo busca dele expurgar a norma editada em desrespeito à Constituição. 
Em regra, no direito constitucional pátrio, cabe ao Judiciário realizar o controle repressivo de constitucionalidade, ou seja, retira do ordenamento jurídico uma lei ou ato normativo contrários à Constituição. Já aos poderes Executivo e Legislativo o controle preventivo, evitando que uma espécie normativa inconstitucional passe a ter vigência e eficácia em nosso ordenamento jurídico.
São espécies de controle de constitucionalidade:
Controle repressivo em relação ao órgão controlador
Político: Ocorre em Estados onde o órgão que garante a supremacia da constituição sobre o ordenamento jurídico é distinto dos demais Poderes do Estado;
Judiciário ou jurídico: É a verificação da adequação (compatibilidade) de atos normativos com a constituição feita pelos órgãos integrantes do Poder Judiciário. É a regra adotada pelo Brasil;
Misto: Esta espécie de controle existe quando a constituição submete certas leis e atos normativos ao controle político e outras ao controle jurisdicional.
Controle preventivo
De acordo com Alexandre de Moraes 
O princípio da legalidade e o processo legislativo constitucional são corolários; dessa forma, para que qualquer espécie normativa ingresse no ordenamento jurídico, deverá submeter-se a todo o procedimento previsto constitucionalmente.[footnoteRef:1] [1: MORAES, Alexandre. Direito constitucional. São Paulo: Atlas, 2021. p.818] 
Comissões de constituição e justiça: A primeira hipótese de controle de constitucionalidade preventivo refere-se às comissões permanentes de constituição e justiça cuja função precípua é analisar a compatibilidade do projeto de lei ou proposta de emenda constitucional apresentados com o texto da Constituição Federal.
Veto jurídico: A segunda hipótese encontra-se na participação do chefe do Poder Executivo no processo legislativo. O Presidente da República poderá vetar o projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional por entendê-lo inconstitucional (CF, art. 66, § 1º). É o chamado veto jurídico.
(b) Explique as diferentes técnicas de interpretação adotadas pelo STF no controle de constitucionalidade (parcial com redução de texto, sem redução de texto, interpretação conforme à Constituição). 
De acordo com a interpretação dada a Constituição com redução do texto, o STF declara a inconstitucionalidade apenas de uma parte do texto lega, permitindo assim que o restante da norma legal seja compatível com a Constituição Federal. Como exemplo podemos citar o julgamento da ADIn nº 1.127-8, 
Ao suspender a eficácia apenas da expressão “ou desacato” contida no art. 7º, § 2º da Lei nº 8.906/94, mantendo íntegras as demais disposições que garantem imunidade material aos advogados.[footnoteRef:2] [2: FILHO, Celso Silva. Controle difuso de constitucionalidade. Disponível em: https://www.emerj.tjrj.jus.br/serieaperfeicoamentodemagistrados/paginas/series/2/seriemagistrado2.html acesso 25 de mar. de 2023.] 
A interpretação da Constituição sem redução de texto, com a fixação de uma interpretação declarada constitucional, onde o STF não retira a eficácia de qualquer parte do texto, porém fixa a interpretação que ele considera compatível com a Constituição Federal.
Na interpretação da Constituição se redução do texto, com a exclusão da interpretação declarada inconstitucional, o STF não retira a eficácia de qualquer parte do texto legal, fixando a interpretação que o tornaria inconstitucional.
Como exemplo 
O STF ao excluir das possibilidades de interpretação da regra do art. 90 da Lei nº 9.099/954 , aquela que impedisse a aplicação de norma de Direito Penal retroativamente, e sobre os processos com instrução já iniciada quando da vigência de referida lei.[footnoteRef:3] [3: FILHO, Celso Silva. Controle difuso de constitucionalidade. Disponível em: https://www.emerj.tjrj.jus.br/serieaperfeicoamentodemagistrados/paginas/series/2/seriemagistrado2.html acesso 25 de mar. de 2023.] 
2.	A respeito da modulação de efeitos prescrita no (i) art. 27 da Lei n. 9.868/99 e no (ii) § 3º do art. 927 do CPC/15, responda:
(a) há distinção entre a espécie de controle de constitucionalidade em que a modulação dos efeitos pode ser consagrada, considerando o teor de cada um dos dispositivos em análise? 
Entende-se por modulação dos efeitos como a possibilidade de restringir a eficácia temporal das decisões em casos de controle difuso ou concentrado de constitucionalidade, com objetivo de terem efeitos exclusivamente para o futuro, assim diz o art. 27 da lei 9.868/99
Art. 27. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado.[footnoteRef:4] [4: BRASIL. Lei 9.868 de 10 de novembro de 1999. Dispõe sobre o processo e julgamento da ação direta de inconstitucionalidade e da ação declaratória de constitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9868.htm acesso 25 de mar de 2023.] 
Já o CPC/2015 tratou do assunto de modulação de efeitos no art. 927, § 3º que Segundo Gustavo Prado Garcia tem o seguinte entendimento:
Na hipótese de alteração de jurisprudência dominante do STF e dos tribunais superiores ou daquela oriunda de julgamento de casos repetitivos, pode haver modulação de efeitos da alteração no interesse social e no da segurança jurídica.[footnoteRef:5] [5: GARCIA, Gustavo Prado. Considerações sobre o tema da modulação dos efeitos de decisões judiciais. Disponível em: https://www.migalhas.com.br/depeso/343270/consideracoes-sobre-a-modulacao-dos-efeitos-de-decisoes-judiciais acesso 25 de mar. de 2023.] 
Dessa forma, pode-se dizer que o devido processo legal se divide em: processo adjetivo e processo substantivo e como consequência dessa distinção e separação o processo adjetivonão possui orça legal para restringir nem tampouco limitar os direitos materiais substantivos.
De acordo com Garcia, 
No campo tributário, temos as regras determinadas pelo Código Tributário Nacional (lei 5.172/66, recepcionada pela Constituição Federal com efeito de lei complementar), tanto processuais, quanto de direito substantivo.[footnoteRef:6] [6: GARCIA, Gustavo Prado. Considerações sobre o tema da modulação dos efeitos de decisões judiciais. Disponível em: https://www.migalhas.com.br/depeso/343270/consideracoes-sobre-a-modulacao-dos-efeitos-de-decisoes-judiciais acesso 25 de mar. de 2023.] 
(b) há identidade entre os fundamentos apontados em cada um dos dispositivos para que seja convocada a modulação dos efeitos da decisão proferida em controle de constitucionalidade? Identifique-os.
Não existe identidade entre os fundamentos apontados, uma vez que o art. 927, § 3º do CPC/2015 exige alteração jurisprudencial dos tribunais superiores enquanto que a modulação prevista no art. 27 da lei 9.868/99 identifica como fundamento da sua incidência a presença de razões de segurança jurídica no que tange à declaração de inconstitucionalidade.
3. Os conceitos de controle concreto e abstrato de constitucionalidade podem ser equiparados aos conceitos de controle difuso e concentrado, respectivamente? Que espécie de controle de constitucionalidade o STF exerce ao analisar pretensão deduzida em reclamação (art. 102, I, “l”, da CF)? Concreto ou abstrato, difuso ou concentrado?
Não podem ser equiparadas, uma vez que que elas diferem entre si. Onde a primeira classificação versa sobre a existência ou não de um caso concreto onde se discute a incidência da norma, de forma que quando houver discussão a própria (in) constitucionalidade da norma perante o sistema normativo, ou seja, quando houver discussão em tese, estaremos diante de um controle abstrato, mas quando a discussão for sobre a incidência de determinada norma será concreta.
Já a segunda classificação, diz respeito a pluralidade de órgãos jurisdicionais competentes.
Portanto, o julgamento de reclamação constitucional diz respeito ao controle de constitucionalidade concentrado, isto porque, o STF é o único que possui a competência para julgar a matéria.
4.	Que significa afirmar que as sentenças produzidas em ADI e ADC possuem “efeito dúplice”? As decisões proferidas em ADI e ADC sempre vinculam os demais órgãos do Poder Executivo e Judiciário? E os órgãos do Poder Legislativo? O efeito vinculante da súmula referida no art. 103-A, da CF/88, introduzido pela EC n. 45/04, é o mesmo da ADI? Justifique sua resposta.
Existe a ideia de efeito dúplice no que tange ao pronunciamento de eventual (in) constitucionalidade ou seja, eventual improcedência da ADI resultará em declaração de constitucionalidade da norma, do mesmo modo que, a procedência de ADC resultará na improcedência de eventual ADI como preceitua o art. 24 da lei 9.868/99
Art. 24. Proclamada a constitucionalidade, julgar-se-á improcedente a ação direta ou procedente eventual ação declaratória; e, proclamada a inconstitucionalidade, julgar-se-á procedente a ação direta ou improcedente eventual ação declaratória.[footnoteRef:7] [7: BRASIL. Lei 9.868 de 10 de novembro de 1999. Dispõe sobre o processo e julgamento da ação direta de inconstitucionalidade e da ação declaratória de constitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9868.htm acesso 25 de mar de 2023.] 
Salienta-se que as decisões proferidas em ADI e ADC só serão vinculativas quando versarem sobre decisões definitivas e abrangerem sobre o mérito, possuindo vínculo com o poder judiciário e executivo como dispõe no art. 102 da CF.
Entretanto, ainda que não sejam vinculativas, essas eventuais decisões devem importar a suspensão dos processos que estejam vinculados ao dispositivo legal em apreço.[footnoteRef:8] [8: LINS, Robson Maia. Controle de constitucionalidade da norma tributária. São Paulo: Quartier Latin, 2005.p.144.] 
Segundo Barroso,
As decisões, não serão vinculantes do poder legislativo, que pode, por exemplo, editar nova lei de conteúdo similar, cuja validade se presumirá até que sobrevenha eventual decisão de inconstitucionalidade com efeitos vinculantes.[footnoteRef:9] [9: BARROSO, Luís Roberto. O controle de constitucionalidade no direito brasileiro. São Paulo: Saraiva, 2012.p.868.] 
5.	O STF tem a prerrogativa de rever seus posicionamentos ou também está inexoravelmente vinculado às decisões por ele produzidas em controle abstrato de constitucionalidade? Se determinada lei tributária, num dado momento histórico, é declarada constitucional em ADC, poderá, futuramente, após mudança substancial dos membros desse tribunal, ser declarada inconstitucional em ADI? É cabível a modulação de efeitos neste caso? Analisar a questão levando-se em conta os princípios da segurança jurídica, coisa julgada e as disposições do art. 927, § 3o, do CPC/15.
Sim o STF possui prerrogativa para rever seus posicionamentos em decisões de controle abstrato de constitucionalidade. Porém, é necessário que esta possibilidade seja interpretada com moderação. Uma vez que é válida a revisão de pronunciamentos anteriores que detenham mudanças normativas decorrentes de processos sociais, tal como decorre da mutação constitucional, tornando-se possível mesmo que o texto legal permaneça o mesmo, lembrando que texto e norma não devem se confundir.[footnoteRef:10] [10: BRANCO, Paulo G; COELHO, Inocêncio; MENDES, Gilmar. Curso de direito Constitucional. São Paulo: Saraiva, 2009.p.1.328.] 
Caso seja revisado o entendimento anterior, será imprescindível a modulação de efeitos devido sua força vinculante, a decisão proferida se converterá em jurisprudência dominante prevista pelo art. 927, § 3º do CPC/2015.
6.	O art. 535, §5º, do CPC/15 prevê a possibilidade de desconstituição, por meio de impugnação ao cumprimento de sentença, de título executivo fundado em lei ou ato normativo declarados inconstitucionais pelo STF ou em aplicação ou interpretação tidas por incompatíveis com a Constituição Federal em controle concentrado ou difuso. Pergunta-se: 
(a) É necessário que a declaração de inconstitucionalidade seja anterior à formação do título executivo? 
Segundo entendimento de Robson Maia[footnoteRef:11], não é necessário que a declaração de inconstitucionalidade seja anterior à formação do título executivo pois ela produz efeito ex tunc não sendo necessário a declaração anterior. [11: LINS, Robson Maia. Controle de constitucionalidade da norma tributária. São Paulo: Quartier Latin, 2005.p.177.] 
(b) E se for posterior, poderá ser alegada? Se sim, por qual meio? Há prazo para esta alegação? 
A sua alegação será possível perante exceção de pré-executividade desde que os prazos prescricionais sejam observados.
7.	Contribuinte ajuíza ação declaratória de inexistência de relação jurídico-tributária que o obrigue em relação a tributo cuja lei instituidora seria, em seu sentir, inconstitucional (porque violadora do princípio da anterioridade). Paralelamente a isso, o STF, em ADI, declara constitucional a mesma lei, fazendo-o, contudo, em relação a argumento diverso. Pergunta-se (vide anexo I):
a) Como deve o juiz da ação declaratória agir: examinar (1) o mérito da ação e julgá-la procedente, ou (2) extingui-la, sem julgamento de mérito (sem análise do direito material), por força dos efeitos erga omnes da decisão em controle de constitucionalidade abstrato?
O juiz deverá analisar o mérito da ação, uma vez que a inconstitucionalidade, foi alegada com fundamento em aspecto e não foi verificado no caso em sede de ADIN. 
b) Se o STF tivesse se pronunciado sobre o mesmo argumento veiculado na ação declaratória (violação do princípio da anterioridade), qual solução se colocaria adequada? Responda a essa pergunta, considerando o que foi respondido na questão “a)”.
Uma vez que o julgamento do STF tenha sido o mesmo argumento veiculado na ação declaratória,deverá o juiz se pronunciar sobre o mérito acompanhando assim a tese em sede de ADIN.
c) Se na referida ação declaratória já tivesse ocorrido o trânsito em julgado de decisão de procedência (acolhendo o pedido do contribuinte), poder-se-ia falar em ação rescisória com base no julgamento do STF (art. 966 CPC/15)? Qual o termo inicial do prazo para ajuizamento da ação rescisória? E se o prazo para propositura dessa ação (2 anos) houver exaurido? Haveria alguma outra medida a ser adotada pelo Fisco objetivando desconstituir a coisa julgada, diante desse último cenário (exaurimento do prazo de 2 anos da ação rescisória)? Vide art. 505, I do CPC/15.
Pode-se dizer que quando a decisão do STF for proferida quando ocorrido o trânsito em julgado, há a dúvida sobre se seria ou não cabível a ação rescisória onde o prazo começa a ser contado a partir do trânsito em julgado da decisão proferida pelo STF como preceitua o art. 535 do CPC/2015.
Segundo Heleno Torres, 
Temos, na atualidade, a seguinte situação:
(i) Caso o sujeito passivo pretenda executar sentença transitada em julgado que esteja em confronto com precedente do STF proferido antes da formação da coisa julgada, poderá a execução ser impugnada pela Fazenda Pública com fundamento na suposta inexequibilidade do título;
(ii) Quando, porém, a sentença executada estiver em confronto com precedente proferido após o seu trânsito em julgado, poderá ser rescindida por meio de ação rescisória, cujo prazo para a propositura – também de 2 anos, conta-se a partir do trânsito em julgado não da decisão a ser rescindida, mas sim do precedente do STF que servirá de fundamento para a rescisão.[footnoteRef:12] [12: TORRES, Heleno Taveira. Limites à revisão de coisa julgada após decisão do Supremo Tribunal Federal. Disponível em: https://www.conjur.com.br/2019-abr-03/consultor-tributario-limites-revisao-coisa-julgada-decisao-supremo acesso em 25 de mar. de 2023.
] 
Ressalta-se que a descontituição de efeitos futuros de coisa julgaga, bem como revisão de sentença é prevista pelo art. 505 do CPC/2015:
Nenhum juiz decidirá novamente as questões já decididas relativas à mesma lide, salvo:
I - se, tratando-se de relação jurídica de trato continuado, sobreveio modificação no estado de fato ou de direito, caso em que poderá a parte pedir a revisão do que foi estatuído na sentença;[footnoteRef:13] [13: BRASIL. Lei 13.105 de 16 de março de 2015. Código de Processo Civil. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm acesso em 25 de mar. de 2023,] 
II - nos demais casos prescritos em lei.
Logo, nas relações conhecidas como continuativas, a Fazenda Pública, poderá pedir a qualquer momento, a revisão do que foi determinado como objeto de coisa julgada.
A decisão terá efeitos sempre ex nunc, ou seja, somente surtirá efeitos a partir da decisão de revisão da coisa julgada, sem qualquer possibilidade de retroatividade.[footnoteRef:14] [14: Superior Tribunal de Justiça. Corte Especial. Mandado de Segurança nº 11.045/DF, Rel. Ministro Teori Zavascki, julgado em 03/02/2010, DJe 25/02/2010.] 
Portanto, o STJ, em casos de obrigaçoes de trato continuado vem aplicando o regime contido no art. 505 do CPC, que confirma que sentença pode ser revista caso haja alteraçao no estado de fato ou de direito que serviram de suporte para motivação de decisão em trânisto julgado.
8. Considerando os mecanismos de controle de constitucionalidade existentes é possível admitir que atualmente consagram-se duas formas (meios) de provocação do Supremo Tribunal Federal para que aquele órgão exerça o controle de constitucionalidade (concentrado e difuso), mas que a decisão por ele proferida é dotada dos mesmos efeitos independentemente do meio de sua provocação (erga omnes)? 
Não é possível tal afirmação uma vez que não se sabe se estará dotada dos mesmos efeitos. Isto porque, o controle de constitucionalidade realizada de forma direta possui efeito erga omnes. Já o controle realizado de forma incidental poderá não desfrutar deste efeito.
REFERÊNCIAS 
BARROSO, Luís Roberto. O controle de constitucionalidade no direito brasileiro. São Paulo: Saraiva, 2012.
BRANCO, Paulo G; COELHO, Inocêncio; MENDES, Gilmar. Curso de direito Constitucional. São Paulo: Saraiva, 2009.
BRASIL. Lei 13.105 de 16 de março de 2015. Código de Processo Civil. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm acesso em 25 de mar. de 2023.
BRASIL. Lei 9.868 de 10 de novembro de 1999. Dispõe sobre o processo e julgamento da ação direta de inconstitucionalidade e da ação declaratória de constitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9868.htm acesso 25 de mar de 2023.
FILHO, Celso Silva. Controle difuso de constitucionalidade. Disponível em: https://www.emerj.tjrj.jus.br/serieaperfeicoamentodemagistrados/paginas/series/2/seriemagistrado2.html acesso 25 de mar. de 2023.
GARCIA, Gustavo Prado. Considerações sobre o tema da modulação dos efeitos de decisões judiciais. Disponível em: https://www.migalhas.com.br/depeso/343270/consideracoes-sobre-a-modulacao-dos-efeitos-de-decisoes-judiciais acesso 25 de mar. de 2023.
LINS, Robson Maia. Controle de constitucionalidade da norma tributária. São Paulo: Quartier Latin, 2005.
MORAES, Alexandre. Direito constitucional. São Paulo: Atlas, 2021. 
TORRES, Heleno Taveira. Limites à revisão de coisa julgada após decisão do Supremo Tribunal Federal. Disponível em: https://www.conjur.com.br/2019-abr-03/consultor-tributario-limites-revisao-coisa-julgada-decisao-supremo acesso em 25 de mar. de 2023.
Sugestão para pesquisa suplementar
•	Itens 2.4 (Sistema e norma: validade, vigência, eficácia e interpretação da legislação tributária) da segunda parte do livro Direito tributário, linguagem e método, de Paulo de Barros Carvalho. 8. ed. São Paulo: Noeses, 2021. 
•	Capítulo IV do livro Curso de direito tributário, de Paulo de Barros Carvalho. 31 ed. São Paulo: Noeses, 2021. 
•	Capítulo IV do livro Competência tributária – fundamentos para uma teoria da nulidade, de Tácio Lacerda Gama. São Paulo: Noeses. 
•	Artigo: “Controle de constitucionalidade pelos tribunais administrativos”, de Paulo Cesar Conrado, Revista de Direito Tributário n. 71.
•	Artigo: “Aspectos procedimentais do controle difuso de constitucionalidade das leis”, de Paulo Roberto Lyrio Pimenta, Revista Dialética de Direito Processual n. 03.
Anexo I
RE 730.462
DJ 09/09/2015
CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL CIVIL. DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DE PRECEITO NORMATIVO PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. EFICÁCIA NORMATIVA E EFICÁCIA EXECUTIVA DA DECISÃO: DISTINÇÕES. INEXISTÊNCIA DE EFEITOS AUTOMÁTICOS SOBRE AS SENTENÇAS JUDICIAIS ANTERIORMENTE PROFERIDAS EM SENTIDO CONTRÁRIO. INDISPENSABILIDADE DE INTERPOSIÇÃO DE RECURSO OU PROPOSITURA DE AÇÃO RESCISÓRIA PARA SUA REFORMA OU DESFAZIMENTO. 1. A sentença do Supremo Tribunal Federal que afirma a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade de preceito normativo gera, no plano do ordenamento jurídico, a consequência (= eficácia normativa) de manter ou excluir a referida norma do sistema de direito. 2. Dessa sentença decorre também o efeito vinculante, consistente em atribuir ao julgado uma qualificada força impositiva e obrigatória em relação a supervenientes atos administrativos ou judiciais (= eficácia executiva ou instrumental), que, para viabilizar-se, tem como instrumento próprio, embora não único, o da reclamação prevista no art. 102, I, “l”, da Carta Constitucional. 3. A eficácia executiva, por decorrer da sentença (e não da vigência da norma examinada), tem como termo inicial a data da publicação do acórdão do Supremo no Diário Oficial (art. 28 da Lei 9.868/1999). É, consequentemente, eficácia que atinge atos administrativos e decisões judiciais supervenientes a essa publicação, não os pretéritos, ainda que formados com suporte em norma posteriormente declarada inconstitucional. 4.Afirma-se, portanto, como tese de repercussão geral que a decisão do Supremo Tribunal Federal declarando a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade de preceito normativo não produz a automática reforma ou rescisão das sentenças anteriores que tenham adotado entendimento diferente; para que tal ocorra, será indispensável a interposição do recurso próprio ou, se for o caso, a propositura da ação rescisória própria, nos termos do art. 485, V, do CPC, observado o respectivo prazo decadencial (CPC, art. 495). Ressalva-se desse entendimento, quanto à indispensabilidade da ação rescisória, a questão relacionada à execução de efeitos futuros da sentença proferida em caso concreto sobre relações jurídicas de trato continuado. 5. No caso, mais de dois anos se passaram entre o trânsito em julgado da sentença no caso concreto reconhecendo, incidentalmente, a constitucionalidade do artigo 9º da Medida Provisória 2.164-41 (que acrescentou o artigo 29-C na Lei 8.036/90) e a superveniente decisão do STF que, em controle concentrado, declarou a inconstitucionalidade daquele preceito normativo, a significar, portanto, que aquela sentença é insuscetível de rescisão. 6. Recurso extraordinário a que se nega provimento.
(RE 730462, Relator(a):  Min. TEORI ZAVASCKI, Tribunal Pleno, julgado em 28/05/2015, ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-177 DIVULG 08-09-2015 PUBLIC 09-09-2015)
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