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Ramos do direito Apresentação O estudo do Direito pode ser classificado em diferentes ramos. Nessa grande árvore classificatória, os dois principais ramos do Direito são descritos como Direito Público e Direito Privado, dos quais surgem diversas subclassificações. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai ver os motivos desta classificação e suas consequências para o estudo e a prática da ciência jurídica. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Analisar as diferenças entre Direito Público e Privado.• Compreender os ramos do Direito Público e Privado.• Avaliar as características dos ramos do Direito Público e Privado.• Desafio Os ramos do Direito são definidos pelo grau de liberdade que os sujeitos têm na criação das normas pelas quais se obrigam entre si ou com entidades formadas por uma coletividade de pessoas. Imagine que você foi contratado por um fórum municipal para organizar os processos do arquivo morto desse local. Nesse sentido, você deve organizar os procesos, dividindo-os pelos seguintes ramos do Direito: Direito Penal, Direito das Coisas e Direito Empresarial. Com base nos conceitos dos ramos do Direito, classifique e escreva um pequeno resumo para cada um das áreas mencionadas, entre as categorias Público e Privado, e justifique sua resposta. Infográfico Neste Infográfico, você verá exemplos dos ramos do Direito a partir de suas origens fundamentais e a repartição em Direito Público (maior grau de aplicação do princípio da legalidade) e Privado (maior aplicação do princípio da autonomia privada). Conteúdo do livro O Direito, a partir da visão de Hans Kelsen e demais positivistas do século XX, é considerado uma ciência social viva, em oposição à teologia jurídica que antecedeu este movimento. Neste Capítulo Ramos do Direito, da obra Introdução do Direito, você verá uma introdução às diferenças entre Direito Público e Privado, a caracterização desses ramos do Direito, suas subdivisões, uma análise das particularidades dessas áreas específicas e suas conexões em relação a determinadas áreas cinzas do Direito. Boa leitura. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO Magnum Eltz Ramos do Direito Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Analisar as diferenças entre Direito Público e Privado. � Compreender os ramos do Direito Público e do Direito Privado. � Avaliar as características dos ramos do Direito Público e Privado. Introdução O estudo do Direito pode ser classificado em diferentes ramos. Na sua grande árvore classificatória, os dois principais ramos são descri- tos como Direito Público e Direito Privado, dos quais surgem diversas subclassificações. Neste capítulo, você vai ler a respeito dos motivos dessa classificação e das suas consequências para o estudo e a prática da ciência jurídica. Diferenças entre o Direito Público e o Direito Privado O Direito, a partir da visão de Hans Kelsen e demais positivistas do século XX, é considerado uma ciência social viva, em oposição à teologia jurídica que o antecedeu. Segundo Kelsen (1999, p. 309): A teoria da construção escalonada na ordem jurídica apreende o Direito no seu movimento, no processo, constantemente a renovar-se, da sua autocriação. É uma teoria dinâmica do Direito, em contraposição a uma teoria estática do Direito que procura conceber este apenas como ordem já criada, a sua validade, o seu domínio de validade, etc. sem ter em conta a sua criação. Portanto, é construído em conformidade com os movimentos sociais que o moldam. Nessa perspectiva, como todas as ciências modernas, o Direito se subdivide em ramos de especialidade, de acordo com determinadas caracte- rísticas que unem as suas diversas modalidades. Nesse sentido, podemos dizer que a principal divisão existente no Direito, e que percorre as suas demais especialidades, reza sobre as figuras do Direito Público e do Direito Privado. Sobre essa dicotomia, ensina o autor que: No centro dos problemas de uma dinâmica jurídica, situa-se a questão dos diferentes métodos de produção jurídica ou das formas do Direito. Se colher- mos aquelas normas jurídicas que constituem a parte principal de uma ordem jurídica, aquelas, a saber, que ligam a uma determinada conduta humana um ato coercitivo como sanção, e se reconhecemos que um indivíduo é juridicamente obrigado a uma determinada conduta pelo fato de a conduta oposta ser tornada pressuposto de uma sanção, podemos distinguir dois tipos de normas jurídi- cas que estatuem obrigações: aquelas em cuja criação participa o indivíduo que vai ser obrigado, e aquelas que são criadas sem a sua comparticipação. A questão decisiva, do ponto de vista do indivíduo subordinado às normas, é se a vinculação se opera com a sua vontade ou sem a sua vontade – even- tualmente mesmo contra a sua vontade. É aquela diferença que se costuma caracterizar como a oposição entre a autonomia e heteronomia e que a teoria jurídica costuma verificar, essencialmente, no domínio do Direito do Estado (KELSEN, 1999, p. 309–310): Dessa forma, conforme os ensinamentos de Kelsen, a questão central que define a construção das normas (objeto central da teoria pura do Direito) é a presença ou não da vontade dos sujeitos sobre a elaboração dessas normas. No campo do Direito do Estado, ela aparece como diferença entre democracia (vontade coletiva) e autocracia (imposição de vontade de um indivíduo), ou república (divisão do Estado entre os seus sujeitos) e monarquia (unidade do Estado sobre a tutela de um indivíduo). A possibilidade de participação ou não da criação das normas às quais se sujeitam os indivíduos componentes de um Estado é o mote da suma divisão entre Direito Público ou Privado. A divisão entre Direito Público e Privado pode ser fundamentada por questões de poder, como ensina Kelsen (1999, p. 310): Ramos do Direito96 Segundo a concepção dominante, trata-se de uma repartição das relações jurídicas. Assim, o Direito privado representa uma relação entre sujeitos em posição de igualdade — sujeitos que tem juridicamente o mesmo valor — e o Direito público uma relação entre um sujeito supra ordenado e um sujeito subordinado — entre dois sujeitos, portanto, dos quais um tem, em face do outro, um valor jurídico superior. A relação típica de Direito público é a que existe entre o Estado e o súdito. Também se costumam designar as relações jurídicas de Direito privado como relações jurídicas tout court, como relações “de Direito” no sentido próprio e estrito da palavra, para lhes contrapor as relações de Direito público como relações “de poder” ou “de domínio”. Ou, ainda, pela simples aplicação da vontade na criação das leis e a sua relação de disponibilidade sobre determinadas condutas, conforme elucida o autor: Se, porém, se investiga mais de perto em que consiste propriamente o maior valor atribuído a certos sujeitos, a sua supra ordenação em relação aos outros, verifica-se que se trata de uma distinção entre fatos de produção jurídica. E a diferença decisiva é a mesma que subjaz à classificação das formas do Estado. O maior valor que advém ao Estado, isto é, aos seus órgãos, em relação aos súditos, consiste em que a ordem jurídica confere aos indivíduos qualificados como órgãos do Estado, ou, pelo menos, a certos de entre eles – os chamados órgãos da autoridade pública – a faculdade de obrigar os súditos através de uma manifestação unilateral de vontade (comando). Exemplo típico de uma relação de Direito público é o comando ou ordem administrativa, uma norma individual posta pelo órgão administrativo através da qual o destinatário da norma é juridicamente obrigado a uma conduta conforme àquele comando. Em contraposição, apresenta-se como típica relação de Direito privado o negócio jurídico, especialmente o contrato, quer dizer, a norma individual criada pelo contrato, através da qual as partes contratantes são juridicamente vinculadasa uma conduta recíproca. Enquanto aqui os sujeitos que hão de ser vinculados participam na criação da norma vinculante – nisto reside precisamente a essência da produção contratual do Direito – o sujeito que vai ser obrigado não tem, relativamente ao comando administrativo de Direito público, qualquer espécie de participação normativa autocrática, ao passo que o contrato de Direito privado representa um método de criação jurídica pronunciadamente democrático. Por isso, pois, já também a antiga teoria designava a esfera jurídico-negocial como a esfera da autonomia privada (KELSEN, 1999, p. 311). Dessa forma, é possível dividir o Direito em Público ou Privado, depen- dendo das relações de poder de admitir ou não determinada conduta imposta pela relação, se de sujeição (entre o indivíduo e o Estado) ou de igualdade (entre pessoas), ou pela presença da vontade na criação das normas. Se há maior autonomia normativa entre os sujeitos da norma, estamos tratando do 97Ramos do Direito campo do Direito Privado; se há uma obrigação independente da vontade do indivíduo e ele está sujeito ao cumprimento dessa norma, estamos tratando do campo do Direito Público. Definição dos os ramos do Direito Público e do Direito Privado Como você viu na seção anterior, por meio da teoria de Kelsen é possível distinguir o Direito Público do Direito Privado por critérios de poder ou determinação autônoma ou heterônoma na criação das normas. A partir desse conceito basilar, é possível traçar os ramos que se destacam dessa divisão primária. Nesse sentido, ensina Meirelles (2004, p. 38) que: O Direito é dividido, inicialmente, em dois grandes ramos: Direito Público e Direito Privado, consoante a sua destinação. O Direito Público, por sua vez, subdivide-se em Interno e Externo. O Direito público Interno visa a regular, precipuamente, os interesses estatais e sociais, cuidando só reflexamente da conduta individual. Reparte-se em Direito Constitucional, Direito Administrativo, Direito Tributário, Direito Penal ou Criminal, Direito Processual ou Judiciário (Civil e Penal), Direito do Trabalho, Direito Eleitoral, Direito Municipal. Esta subdivisão não é estanque, admitindo o despontar de outros ramos, como o evolver da Ciência Jurídica, que enseja a cada dia, a especialização do Direito e a consequente formação de disciplinas autônomas, bem diversificadas de suas coirmãs. O Direito Público Externo destina-se a reger as relações entre os Estados Soberanos e as atividades individuais no plano internacional. O Direito Privado tutela predominantemente os interesses individuais, de modo a assegurar a coexistência das pessoas em sociedade e a fruição de seus bens, quer nas relações de indivíduo a indivíduo, quer nas relações entre o indiví- duo e o Estado. Biparte-se o Direito Privado em Direito Civil e Comercial. Dessa forma, no âmbito do Direito Público, temos uma primeira subdivisão entre Direito Público interno e externo, em que são traçadas normas ou rela- ções de poder que fogem do controle dos indivíduos que compõem o Estado. Tratando-se de Direito Público interno, as relações são estabelecidas entre os indivíduos (pessoa física) ou coletividades organizadas na forma de pessoa jurídica em relação à organização que abarca a toda a coletividade de pessoas naquele território, ou seja, o Estado, partindo-se de normas-comando e de uma relação de sujeição das pessoas que compõem o Estado para com a sua administração (Poder Executivo) ou demais poderes que o compõem (Legislativo e Judiciário). Ramos do Direito98 Essas normas podem ser próprias de Direito Público, por meio de legislação específica de Direito Constitucional, Administrativo, Penal e Processual, e regimentos internos dos órgãos dos respectivos poderes, ou impróprias, quando da determinação de normas fechadas às relações entre iguais (pessoas físicas e jurídicas, ou órgãos do Estado atuando em relações negociais ordinárias). São as chamadas normas cogentes (que não podem ser excluídas ou revogadas por disposições contratuais contrárias ou mais específicas sobre o suporte fático dessas normas “fechadas”), como é o caso das leis que regulam o trabalho, o consumo e a concorrência. Já o Direito Público externo trata das relações entre o Estado e outros Estados no âmbito internacional, ou entre o Estado e as pessoas que se en- contram em outros estados nacionais. Se a relação é entre Estados, regula-se por meio da manifestação de vontade dos Estados, representados pelos seus órgãos diplomáticos na forma de acordos ou tratados internacionais. Já a relação entre Estados e sujeitos que se encontram fora do seu território faz parte da esfera de aplicação de normas de comando do Estado além das suas fronteiras a partir da aplicação do conceito de soberania do Estado para com os seus sujeitos. Já o Direito Privado, conforme o ensinamento de Kelsen (1999), refere-se à esfera de autonomia das partes para estabelecer negócios jurídicos, ou seja, regras livres que correspondem à manifestação da vontade das partes (seja ela declarada ou implícita). Conforme ensina Meirelles (2004), o Direito Privado pode ser subdividido entre Direito Civil e Comercial, divisão que encontra eco na evolução histórica de um Direito Civil restrito pela canonização do Direito durante o período medieval e a relativização do Direito Comercial durante a autorregulação dos mercadores pela Lex Mercatória durante o período em que os estados não tratavam de relações mercantis. A essência desses ramos, no entanto, é comum, no que se trata da auto- nomia das partes para elaborar as suas regras entre as partes de determinado negócio, tendo a sua forma mais comum no instrumento contratual. O Direito Privado ainda pode ser classificado de acordo com a natureza das relações negociadas entre as partes, a partir da classificação de obrigações (dar, receber, pagar, entregar, informar, etc.) ou da licitude dos atos prati- cados (válidos, nulos, anuláveis), de acordo com a teoria do fato jurídico. Finalmente, pode ser diferenciado pela licitude (Direito das obrigações) ou ilicitude dos atos praticados (responsabilidade civil), tratando-se de aplicação de normas primárias ou secundárias estabelecidas pelas partes ou pelo Estado em determinado grau de intervenção do Direito Público no Direito Privado. 99Ramos do Direito O Direito Público e o Direito Privado possuem ramificações próprias, mas que se interlaçam pela autonomia ou heteronomia na criação de normas, uma vez que o Direito Privado pode ser restrito pelo Direito Público por meio de normas cogentes e o Direito Público toma emprestado recursos do Direito Privado na elaboração de acordos ou tratados internacionais, ou em contratos públicos quando os seus órgãos atuam em relações negociais tradicionais em igualdade de condições para com as pessoas físicas ou jurídicas. Direito Contratual, Direito Administrativo e Direito do Consumidor Como você já sabe, o Direito é dividido de acordo com relações de poder e autonomia ou heteronomia na criação de normas. No entanto, essa divisão quanto à criação das normas pode ser relativizada de acordo com a interferência do Estado nas relações privadas e no uso de ferramentas de Direito Privado no Direito Público. Para estabelecer melhor as diferenças entre um ramo e outro, utilizaremos dois ramos que representam adequadamente essa dicotomia: o Direito Con- tratual e o Direito Administrativo. O Direito Contratual é a maior manifestação do Direito Privado próprio, em que as partes podem exercer a sua liberdade por meio da vontade de estabelecer relações com outras pessoas (físicas ou jurídicas). Essas relações, no entanto, não são livres de regulação, devendo obedecer aos direitos naturais previstos na Constituição Federal, como direitos fun- damentais à vida, igualdade, etc., e a determinadas cláusulas fechadas que o Estado impõe ao Direito Privado, como a forma de determinadas relações contratuais e condições de validade dessasnormas, previstas no Direito Civil, e leis especiais para determinadas relações, como é o caso de relações de consumo, trabalho ou que envolvam intervenção no meio ambiente. Já o Direito Administrativo é o maior expoente das limitações que os privados impõem às atividades do Estado, pois este somente pode interferir na vida dos seus sujeitos quando há lei prévia, anterior e certa que determine a possibilidade de interferência, ou seja, o princípio da legalidade. Ramos do Direito100 O Estado, por meio dos seus órgãos, somente pode fiscalizar, multar, expedir licenças e restringir as atividades dos seus sujeitos se houver norma clara, anterior à atividade estatal e que seja fruto do processo legislativo que garante aos sujeitos do Estado segurança quanto às imposições que terão que obedecer. Essas diferenças importantes são frutos da evolução jurídica pós-revoluções burguesas, quando foi reconhecida a necessidade de controle do Estado pela população, e pós-revolução industrial, quanto à necessidade do controle das relações privadas pelo Estado para se evitarem abusos da população civil aos bens jurídicos coletivos. A presença de um Direito Contratual forte, com intervenção mínima do Estado nas relações privadas, é importante para contrapor um momento de autocracia derrubado pelas revoluções burguesas e para o desenvolvimento de relações privadas que impulsionam a economia e o desenvolvimento de uma nação. De outro lado, a atuação estatal é necessária para garantir a sustentabi- lidade desse desenvolvimento ao controlar as relações privadas nos excessos cometidos contra os princípios que a nação elenca como fundamentais. Dessa forma, o Direito Privado, dentro das relações contratuais, serve como um catalisador da criatividade negocial e como liberdade de criação de obrigações recíprocas entre as partes e o Direito Administrativo, como parte do sistema de Direito Público como um garantidor limitado pela desproporção de poderes inves- tidos nos órgãos estatais dos próprios direitos dos cidadãos contra eles mesmos. Um exemplo das relações contratuais é o Direito do Consumidor, em que pese as relações de compra e venda de bens e produtos mediante pagamento em dinheiro serem relações comerciais próprias do Direito Privado, em que a forma de pagamento, o objeto da coisa e demais circunstâncias envolvendo essa relação não interessava ao Estado. A partir da massificação das relações de compra e venda e das crescentes dificuldades de controle de qualidade dos produtos ofertados no mercado ao 101Ramos do Direito consumidor, das complexas tecnologias ligadas à publicidade e à propaganda e do poder manipulativo das pessoas jurídicas (fornecedores) frente à limitação de racionalidade limitada dos compradores (consumidores), essas relações passaram a receber um tratamento especial do Estado. Assim, alguns países criaram normas específicas para tratar desse tipo de relação contratual, limitando as possibilidades de manifestação da vontade das partes e, portanto, restringindo a sua liberdade para proteger bens coletivos como a vida e a integridade física e psíquica dos consumidores, em um cenário em que produtos poderiam, pela velocidade da inovação e inobservância de testes de qualidade individualizados, causar danos aos consumidores. O Direito Privado e o Direito Público são, portanto, muito importantes para o estabelecimento de diversas normas cogentes controladas por fiscais membros da administração pública para garantir a segurança jurídica na continuidade de contratos de compra e venda e o cumprimento dessas regras mínimas a partir de normas de comando obrigatórias como a prestação de informações precisas sobre os riscos de determinado produto ofertado, as limitações de informações que conduzam ao erro por parte do consumidor e a inversão do ônus de comprovar que houve relação entre o produto e o dano ocorrido, para que o fornecedor tome todos os cuidados necessários para evitar demandas contrárias aos seus produtos. Em conclusão, as distinções entre o Direito Público e o Direito Privado se encontram na aplicação em maior ou menor grau dos princípios da legalidade ou autonomia privada, sendo a sua distinção importante para compreender as ramificações das especialidades da ciência jurídica. No entanto, a complexidade das relações privadas e estatais tornam essas diferenças cada vez mais tênues na prática jurídica, sendo importante a sua definição clara na aplicação dos diferentes ferramentais públicos e privados do Direito. KELSEN, H. Teoria pura do Direito. São Paulo: Martins Fontes, 1999. MEIRELLES, H. L. Direito Administrativo brasileiro. 29. ed. São Paulo: Malheiros, 2004. Leituras recomendadas LARENZ, K. Lehrbuch des schuldrechts. Berlin: Beck, 1987. MIRAGEM, B. Direito Civil: Direito das obrigações. São Paulo: Saraiva, 2017. Ramos do Direito102 Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da Instituição, você encontra a obra na íntegra. Dica do professor Nesta Dica do Professor, você verá as principais caracterizações dos princípios da legalidade e autonomia da vontade, que são essenciais para a classificação dos ramos do Direito. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/6ab7ae34f7ed5c3be658559eba7f7401 Exercícios 1) O Direito Público é caracterizado por uma ____________ autonomia dos sujeitos em relação às normas as quais se submetem. A) ausência de B) ampla C) baixa D) relativa E) possível 2) O Direito Privado é caracterizado pelo princípio da _________________, em que as partes possuem a faculdade de criação das normas para as quais se sujeitam. A) igualdade formal B) igualdade material C) legalidade D) fraternidade E) autonomia privada 3) Considerando as seguintes afirmativas, marque a alternativa CORRETA: I - O Direito do Consumidor é parte do Direito Público, pois há pouca autonomia entre as partes. II - O Direito Contratual é um dos ramos do Direito que trata das relações entre empresas públicas e pessoas físicas. III - O Direito Penal é pautado pelos princípios da autonomia, vontade e autotutela. A) Apenas a afirmativa I está correta. B) Apenas a afirmativa III está correta. C) Apenas a afirmativa I está incorreta. D) Apenas a afirmativa II está correta. E) Todas as afirmativas estão corretas. 4) O Direito Público Interno trata das relações entre _________ e o Direito Público Externo da relação entre ____________ ou ____________. Marque a alternativa que completa as lacunas de forma CORRETA. A) iguais; estados nacionais; empresas privadas. B) o Estado e seus sujeitos; Estados Nacionais e Organizações Internacionais; sujeitos localizados no exterior. C) o Estado e seus sujeitos; Estados Federativos e Organizações Internacionais; sujeitos localizados no exterior. D) O município e seus sujeitos; Estados Nacionais e Organizações Internacionais; sujeitos localizados no interior. E) O Estado e seus sujeitos; somente Organizações Internacionais; empresas localizadas no exterior. 5) Marque a alternativa CORRETA. São ramos do Direito Privado: I - Direito das Coisas. II - Direito Constitucional. III - Direito Comercial. A) Somente I está correta. B) Somente II está incorreta. C) Somente III está correta. D) I e II estão incorretas. E) I e III estão corretas. Na prática A distinção entre os ramos do Direito é importante, mas a diferenciação entre a liberdade e a legalidade e suas conexões são essenciais na prática. A construção de teses jurídicas baseadas na autonomia privada ou no princípio da legalidade e a consciência das normas cogentes, que delimitam a autonomia da vontade das partes em relação aos direitos impostos pelo Estado, podem fazer toda a diferença em uma discussão jurídica. No caso em tela, o STF analisa a possibilidade de exclusão de associadosem o devido processo legal. Aqui, portanto, conflitam princípios constitucionais fundamentais e normas de caráter privado que regem as associações civis. Segundo o supremo: Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/c8bca7dd-b67c-4944-ba4f-ecdb3dcb4127/ba3a51f6-9ad7-4450-9e8b-d42fef0a4326.jpg Assim, para restringir danos patrimoniais ao associado excluído sem o devido processo legal interno de exclusão e ampla defesa no mesmo, o supremo impõe à associação civil rito alienígena ao seu regimento interno, mas presente no ordenamento jurídico que deverá ser observado pela força cogente dos princípios fundamentais constitucionais que, portanto, formam legalidade negativa em relação à relação civil entre os associados, proibindo sua inobservância. Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Introdução ao Direito: ramos do Direito Nessa videoaula você verá a organização dos ramos do Direito, alguns exemplos sobre estes e a constitucionalização do Direito Privado. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Descodificação, constitucionalização e reprivatização no Direito Privado: O Código Civil ainda é útil? A intervenção estatal nas relações privadas é o tema deste artigo, em que são discutidos os limites da autonomia da vontade em relação aos direitos constitucionais e as influências da legalidade no novo Direito Civil. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. A passagem do “Direito ao trabalho” para a “empregabilidade” O Direito do Trabalho é ramo do Direito Público ou Privado? Quais as discussões por traz da reforma trabalhista? Esse texto, anterior às reformas deste ano, discute o papel do Direito do Trabalho e as mudanças até então debatidas pela doutrina quanto à natureza jurídica deste importante ramo e as políticas públicas de empregabilidade. https://www.youtube.com/embed/za3qRWwrlRw?rel=0 https://services.bepress.com/cgi/viewcontent.cgi?referer=http://lrq.sagah.com.br/sagahcm/ua/13130/1/37/index.html&httpsredir=1&article=1027&context=lacjls Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://www.periodicos.unimontes.br/index.php/unicientifica/article/view/2644
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