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Ramos do direito
Apresentação
O estudo do Direito pode ser classificado em diferentes ramos. Nessa grande árvore classificatória, 
os dois principais ramos do Direito são descritos como Direito Público e Direito Privado, dos quais 
surgem diversas subclassificações. 
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai ver os motivos desta classificação e suas consequências 
para o estudo e a prática da ciência jurídica. 
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Analisar as diferenças entre Direito Público e Privado.•
Compreender os ramos do Direito Público e Privado.•
Avaliar as características dos ramos do Direito Público e Privado.•
Desafio
Os ramos do Direito são definidos pelo grau de liberdade que os sujeitos têm na criação das 
normas pelas quais se obrigam entre si ou com entidades formadas por uma coletividade de 
pessoas. Imagine que você foi contratado por um fórum municipal para organizar os processos do 
arquivo morto desse local. Nesse sentido, você deve organizar os procesos, dividindo-os pelos 
seguintes ramos do Direito: Direito Penal, Direito das Coisas e Direito Empresarial.
Com base nos conceitos dos ramos do Direito, classifique e escreva um pequeno resumo para cada 
um das áreas mencionadas, entre as categorias Público e Privado, e justifique sua resposta.
Infográfico
Neste Infográfico, você verá exemplos dos ramos do Direito a partir de suas origens fundamentais 
e a repartição em Direito Público (maior grau de aplicação do princípio da legalidade) e Privado 
(maior aplicação do princípio da autonomia privada).
Conteúdo do livro
O Direito, a partir da visão de Hans Kelsen e demais positivistas do século XX, é considerado uma 
ciência social viva, em oposição à teologia jurídica que antecedeu este movimento.
Neste Capítulo Ramos do Direito, da obra Introdução do Direito, você verá uma introdução às 
diferenças entre Direito Público e Privado, a caracterização desses ramos do Direito, suas 
subdivisões, uma análise das particularidades dessas áreas específicas e suas conexões em relação a 
determinadas áreas cinzas do Direito.
Boa leitura.
INTRODUÇÃO 
AO ESTUDO 
DO DIREITO 
Magnum Eltz
Ramos do Direito
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Analisar as diferenças entre Direito Público e Privado. 
 � Compreender os ramos do Direito Público e do Direito Privado. 
 � Avaliar as características dos ramos do Direito Público e Privado.
Introdução
O estudo do Direito pode ser classificado em diferentes ramos. Na 
sua grande árvore classificatória, os dois principais ramos são descri-
tos como Direito Público e Direito Privado, dos quais surgem diversas 
subclassificações. 
Neste capítulo, você vai ler a respeito dos motivos dessa classificação 
e das suas consequências para o estudo e a prática da ciência jurídica.
Diferenças entre o Direito Público 
e o Direito Privado
O Direito, a partir da visão de Hans Kelsen e demais positivistas do século 
XX, é considerado uma ciência social viva, em oposição à teologia jurídica 
que o antecedeu. Segundo Kelsen (1999, p. 309):
A teoria da construção escalonada na ordem jurídica apreende o Direito no 
seu movimento, no processo, constantemente a renovar-se, da sua autocriação. 
É uma teoria dinâmica do Direito, em contraposição a uma teoria estática do 
Direito que procura conceber este apenas como ordem já criada, a sua validade, 
o seu domínio de validade, etc. sem ter em conta a sua criação.
Portanto, é construído em conformidade com os movimentos sociais que 
o moldam. Nessa perspectiva, como todas as ciências modernas, o Direito se 
subdivide em ramos de especialidade, de acordo com determinadas caracte-
rísticas que unem as suas diversas modalidades.
Nesse sentido, podemos dizer que a principal divisão existente no Direito, 
e que percorre as suas demais especialidades, reza sobre as figuras do Direito 
Público e do Direito Privado. Sobre essa dicotomia, ensina o autor que:
No centro dos problemas de uma dinâmica jurídica, situa-se a questão dos 
diferentes métodos de produção jurídica ou das formas do Direito. Se colher-
mos aquelas normas jurídicas que constituem a parte principal de uma ordem 
jurídica, aquelas, a saber, que ligam a uma determinada conduta humana um ato 
coercitivo como sanção, e se reconhecemos que um indivíduo é juridicamente 
obrigado a uma determinada conduta pelo fato de a conduta oposta ser tornada 
pressuposto de uma sanção, podemos distinguir dois tipos de normas jurídi-
cas que estatuem obrigações: aquelas em cuja criação participa o indivíduo 
que vai ser obrigado, e aquelas que são criadas sem a sua comparticipação. 
A questão decisiva, do ponto de vista do indivíduo subordinado às normas, 
é se a vinculação se opera com a sua vontade ou sem a sua vontade – even-
tualmente mesmo contra a sua vontade. É aquela diferença que se costuma 
caracterizar como a oposição entre a autonomia e heteronomia e que a teoria 
jurídica costuma verificar, essencialmente, no domínio do Direito do Estado 
(KELSEN, 1999, p. 309–310):
Dessa forma, conforme os ensinamentos de Kelsen, a questão central que 
define a construção das normas (objeto central da teoria pura do Direito) é a 
presença ou não da vontade dos sujeitos sobre a elaboração dessas normas. 
No campo do Direito do Estado, ela aparece como diferença entre democracia 
(vontade coletiva) e autocracia (imposição de vontade de um indivíduo), ou 
república (divisão do Estado entre os seus sujeitos) e monarquia (unidade do 
Estado sobre a tutela de um indivíduo).
A possibilidade de participação ou não da criação das normas às quais se sujeitam 
os indivíduos componentes de um Estado é o mote da suma divisão entre Direito 
Público ou Privado.
A divisão entre Direito Público e Privado pode ser fundamentada por 
questões de poder, como ensina Kelsen (1999, p. 310): 
Ramos do Direito96
Segundo a concepção dominante, trata-se de uma repartição das relações 
jurídicas. Assim, o Direito privado representa uma relação entre sujeitos em 
posição de igualdade — sujeitos que tem juridicamente o mesmo valor — e 
o Direito público uma relação entre um sujeito supra ordenado e um sujeito 
subordinado — entre dois sujeitos, portanto, dos quais um tem, em face do 
outro, um valor jurídico superior. A relação típica de Direito público é a que 
existe entre o Estado e o súdito. Também se costumam designar as relações 
jurídicas de Direito privado como relações jurídicas tout court, como relações 
“de Direito” no sentido próprio e estrito da palavra, para lhes contrapor as 
relações de Direito público como relações “de poder” ou “de domínio”.
Ou, ainda, pela simples aplicação da vontade na criação das leis e a sua 
relação de disponibilidade sobre determinadas condutas, conforme elucida 
o autor:
Se, porém, se investiga mais de perto em que consiste propriamente o maior 
valor atribuído a certos sujeitos, a sua supra ordenação em relação aos outros, 
verifica-se que se trata de uma distinção entre fatos de produção jurídica. E a 
diferença decisiva é a mesma que subjaz à classificação das formas do Estado. 
O maior valor que advém ao Estado, isto é, aos seus órgãos, em relação aos 
súditos, consiste em que a ordem jurídica confere aos indivíduos qualificados 
como órgãos do Estado, ou, pelo menos, a certos de entre eles – os chamados 
órgãos da autoridade pública – a faculdade de obrigar os súditos através de 
uma manifestação unilateral de vontade (comando). Exemplo típico de uma 
relação de Direito público é o comando ou ordem administrativa, uma norma 
individual posta pelo órgão administrativo através da qual o destinatário da 
norma é juridicamente obrigado a uma conduta conforme àquele comando. 
Em contraposição, apresenta-se como típica relação de Direito privado o 
negócio jurídico, especialmente o contrato, quer dizer, a norma individual 
criada pelo contrato, através da qual as partes contratantes são juridicamente 
vinculadasa uma conduta recíproca. Enquanto aqui os sujeitos que hão de 
ser vinculados participam na criação da norma vinculante – nisto reside 
precisamente a essência da produção contratual do Direito – o sujeito que vai 
ser obrigado não tem, relativamente ao comando administrativo de Direito 
público, qualquer espécie de participação normativa autocrática, ao passo 
que o contrato de Direito privado representa um método de criação jurídica 
pronunciadamente democrático. Por isso, pois, já também a antiga teoria 
designava a esfera jurídico-negocial como a esfera da autonomia privada 
(KELSEN, 1999, p. 311).
Dessa forma, é possível dividir o Direito em Público ou Privado, depen-
dendo das relações de poder de admitir ou não determinada conduta imposta 
pela relação, se de sujeição (entre o indivíduo e o Estado) ou de igualdade 
(entre pessoas), ou pela presença da vontade na criação das normas. Se há 
maior autonomia normativa entre os sujeitos da norma, estamos tratando do 
97Ramos do Direito
campo do Direito Privado; se há uma obrigação independente da vontade do 
indivíduo e ele está sujeito ao cumprimento dessa norma, estamos tratando 
do campo do Direito Público.
Definição dos os ramos do Direito Público 
e do Direito Privado
Como você viu na seção anterior, por meio da teoria de Kelsen é possível 
distinguir o Direito Público do Direito Privado por critérios de poder ou 
determinação autônoma ou heterônoma na criação das normas. A partir desse 
conceito basilar, é possível traçar os ramos que se destacam dessa divisão 
primária. Nesse sentido, ensina Meirelles (2004, p. 38) que:
O Direito é dividido, inicialmente, em dois grandes ramos: Direito Público e 
Direito Privado, consoante a sua destinação. O Direito Público, por sua vez, 
subdivide-se em Interno e Externo.
O Direito público Interno visa a regular, precipuamente, os interesses estatais 
e sociais, cuidando só reflexamente da conduta individual. Reparte-se em 
Direito Constitucional, Direito Administrativo, Direito Tributário, Direito 
Penal ou Criminal, Direito Processual ou Judiciário (Civil e Penal), Direito do 
Trabalho, Direito Eleitoral, Direito Municipal. Esta subdivisão não é estanque, 
admitindo o despontar de outros ramos, como o evolver da Ciência Jurídica, 
que enseja a cada dia, a especialização do Direito e a consequente formação 
de disciplinas autônomas, bem diversificadas de suas coirmãs.
O Direito Público Externo destina-se a reger as relações entre os Estados 
Soberanos e as atividades individuais no plano internacional.
O Direito Privado tutela predominantemente os interesses individuais, de modo 
a assegurar a coexistência das pessoas em sociedade e a fruição de seus bens, 
quer nas relações de indivíduo a indivíduo, quer nas relações entre o indiví-
duo e o Estado. Biparte-se o Direito Privado em Direito Civil e Comercial.
Dessa forma, no âmbito do Direito Público, temos uma primeira subdivisão 
entre Direito Público interno e externo, em que são traçadas normas ou rela-
ções de poder que fogem do controle dos indivíduos que compõem o Estado.
Tratando-se de Direito Público interno, as relações são estabelecidas 
entre os indivíduos (pessoa física) ou coletividades organizadas na forma de 
pessoa jurídica em relação à organização que abarca a toda a coletividade de 
pessoas naquele território, ou seja, o Estado, partindo-se de normas-comando 
e de uma relação de sujeição das pessoas que compõem o Estado para com 
a sua administração (Poder Executivo) ou demais poderes que o compõem 
(Legislativo e Judiciário).
Ramos do Direito98
Essas normas podem ser próprias de Direito Público, por meio de legislação 
específica de Direito Constitucional, Administrativo, Penal e Processual, e 
regimentos internos dos órgãos dos respectivos poderes, ou impróprias, quando 
da determinação de normas fechadas às relações entre iguais (pessoas físicas e 
jurídicas, ou órgãos do Estado atuando em relações negociais ordinárias). São 
as chamadas normas cogentes (que não podem ser excluídas ou revogadas por 
disposições contratuais contrárias ou mais específicas sobre o suporte fático 
dessas normas “fechadas”), como é o caso das leis que regulam o trabalho, o 
consumo e a concorrência.
Já o Direito Público externo trata das relações entre o Estado e outros 
Estados no âmbito internacional, ou entre o Estado e as pessoas que se en-
contram em outros estados nacionais. Se a relação é entre Estados, regula-se 
por meio da manifestação de vontade dos Estados, representados pelos seus 
órgãos diplomáticos na forma de acordos ou tratados internacionais. Já a 
relação entre Estados e sujeitos que se encontram fora do seu território faz 
parte da esfera de aplicação de normas de comando do Estado além das suas 
fronteiras a partir da aplicação do conceito de soberania do Estado para com 
os seus sujeitos.
Já o Direito Privado, conforme o ensinamento de Kelsen (1999), refere-se 
à esfera de autonomia das partes para estabelecer negócios jurídicos, ou seja, 
regras livres que correspondem à manifestação da vontade das partes (seja ela 
declarada ou implícita). Conforme ensina Meirelles (2004), o Direito Privado 
pode ser subdividido entre Direito Civil e Comercial, divisão que encontra eco 
na evolução histórica de um Direito Civil restrito pela canonização do Direito 
durante o período medieval e a relativização do Direito Comercial durante 
a autorregulação dos mercadores pela Lex Mercatória durante o período em 
que os estados não tratavam de relações mercantis.
A essência desses ramos, no entanto, é comum, no que se trata da auto-
nomia das partes para elaborar as suas regras entre as partes de determinado 
negócio, tendo a sua forma mais comum no instrumento contratual. O 
Direito Privado ainda pode ser classificado de acordo com a natureza das 
relações negociadas entre as partes, a partir da classificação de obrigações 
(dar, receber, pagar, entregar, informar, etc.) ou da licitude dos atos prati-
cados (válidos, nulos, anuláveis), de acordo com a teoria do fato jurídico. 
Finalmente, pode ser diferenciado pela licitude (Direito das obrigações) 
ou ilicitude dos atos praticados (responsabilidade civil), tratando-se de 
aplicação de normas primárias ou secundárias estabelecidas pelas partes 
ou pelo Estado em determinado grau de intervenção do Direito Público 
no Direito Privado. 
99Ramos do Direito
O Direito Público e o Direito Privado possuem ramificações próprias, mas que se 
interlaçam pela autonomia ou heteronomia na criação de normas, uma vez que o 
Direito Privado pode ser restrito pelo Direito Público por meio de normas cogentes 
e o Direito Público toma emprestado recursos do Direito Privado na elaboração de 
acordos ou tratados internacionais, ou em contratos públicos quando os seus órgãos 
atuam em relações negociais tradicionais em igualdade de condições para com as 
pessoas físicas ou jurídicas.
Direito Contratual, Direito Administrativo 
e Direito do Consumidor
Como você já sabe, o Direito é dividido de acordo com relações de poder e 
autonomia ou heteronomia na criação de normas. No entanto, essa divisão 
quanto à criação das normas pode ser relativizada de acordo com a interferência 
do Estado nas relações privadas e no uso de ferramentas de Direito Privado 
no Direito Público.
Para estabelecer melhor as diferenças entre um ramo e outro, utilizaremos 
dois ramos que representam adequadamente essa dicotomia: o Direito Con-
tratual e o Direito Administrativo.
O Direito Contratual é a maior manifestação do Direito Privado próprio, 
em que as partes podem exercer a sua liberdade por meio da vontade de 
estabelecer relações com outras pessoas (físicas ou jurídicas).
Essas relações, no entanto, não são livres de regulação, devendo obedecer 
aos direitos naturais previstos na Constituição Federal, como direitos fun-
damentais à vida, igualdade, etc., e a determinadas cláusulas fechadas que 
o Estado impõe ao Direito Privado, como a forma de determinadas relações 
contratuais e condições de validade dessasnormas, previstas no Direito Civil, 
e leis especiais para determinadas relações, como é o caso de relações de 
consumo, trabalho ou que envolvam intervenção no meio ambiente.
Já o Direito Administrativo é o maior expoente das limitações que os 
privados impõem às atividades do Estado, pois este somente pode interferir 
na vida dos seus sujeitos quando há lei prévia, anterior e certa que determine 
a possibilidade de interferência, ou seja, o princípio da legalidade.
Ramos do Direito100
O Estado, por meio dos seus órgãos, somente pode fiscalizar, multar, expedir licenças 
e restringir as atividades dos seus sujeitos se houver norma clara, anterior à atividade 
estatal e que seja fruto do processo legislativo que garante aos sujeitos do Estado 
segurança quanto às imposições que terão que obedecer.
Essas diferenças importantes são frutos da evolução jurídica pós-revoluções 
burguesas, quando foi reconhecida a necessidade de controle do Estado pela 
população, e pós-revolução industrial, quanto à necessidade do controle das 
relações privadas pelo Estado para se evitarem abusos da população civil aos 
bens jurídicos coletivos.
A presença de um Direito Contratual forte, com intervenção mínima do 
Estado nas relações privadas, é importante para contrapor um momento de 
autocracia derrubado pelas revoluções burguesas e para o desenvolvimento de 
relações privadas que impulsionam a economia e o desenvolvimento de uma 
nação. De outro lado, a atuação estatal é necessária para garantir a sustentabi-
lidade desse desenvolvimento ao controlar as relações privadas nos excessos 
cometidos contra os princípios que a nação elenca como fundamentais.
Dessa forma, o Direito Privado, dentro das relações contratuais, serve como 
um catalisador da criatividade negocial e como liberdade de criação de obrigações 
recíprocas entre as partes e o Direito Administrativo, como parte do sistema de 
Direito Público como um garantidor limitado pela desproporção de poderes inves-
tidos nos órgãos estatais dos próprios direitos dos cidadãos contra eles mesmos.
Um exemplo das relações contratuais é o Direito do Consumidor, em que pese as relações 
de compra e venda de bens e produtos mediante pagamento em dinheiro serem 
relações comerciais próprias do Direito Privado, em que a forma de pagamento, o objeto 
da coisa e demais circunstâncias envolvendo essa relação não interessava ao Estado.
A partir da massificação das relações de compra e venda e das crescentes 
dificuldades de controle de qualidade dos produtos ofertados no mercado ao 
101Ramos do Direito
consumidor, das complexas tecnologias ligadas à publicidade e à propaganda e 
do poder manipulativo das pessoas jurídicas (fornecedores) frente à limitação 
de racionalidade limitada dos compradores (consumidores), essas relações 
passaram a receber um tratamento especial do Estado.
Assim, alguns países criaram normas específicas para tratar desse tipo de 
relação contratual, limitando as possibilidades de manifestação da vontade das 
partes e, portanto, restringindo a sua liberdade para proteger bens coletivos 
como a vida e a integridade física e psíquica dos consumidores, em um cenário 
em que produtos poderiam, pela velocidade da inovação e inobservância de 
testes de qualidade individualizados, causar danos aos consumidores.
O Direito Privado e o Direito Público são, portanto, muito importantes para 
o estabelecimento de diversas normas cogentes controladas por fiscais membros 
da administração pública para garantir a segurança jurídica na continuidade de 
contratos de compra e venda e o cumprimento dessas regras mínimas a partir de 
normas de comando obrigatórias como a prestação de informações precisas sobre 
os riscos de determinado produto ofertado, as limitações de informações que 
conduzam ao erro por parte do consumidor e a inversão do ônus de comprovar 
que houve relação entre o produto e o dano ocorrido, para que o fornecedor tome 
todos os cuidados necessários para evitar demandas contrárias aos seus produtos.
Em conclusão, as distinções entre o Direito Público e o Direito Privado se 
encontram na aplicação em maior ou menor grau dos princípios da legalidade 
ou autonomia privada, sendo a sua distinção importante para compreender as 
ramificações das especialidades da ciência jurídica. No entanto, a complexidade 
das relações privadas e estatais tornam essas diferenças cada vez mais tênues 
na prática jurídica, sendo importante a sua definição clara na aplicação dos 
diferentes ferramentais públicos e privados do Direito.
KELSEN, H. Teoria pura do Direito. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
MEIRELLES, H. L. Direito Administrativo brasileiro. 29. ed. São Paulo: Malheiros, 2004.
Leituras recomendadas
LARENZ, K. Lehrbuch des schuldrechts. Berlin: Beck, 1987.
MIRAGEM, B. Direito Civil: Direito das obrigações. São Paulo: Saraiva, 2017.
Ramos do Direito102
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
 
Dica do professor
Nesta Dica do Professor, você verá as principais caracterizações dos princípios da legalidade e 
autonomia da vontade, que são essenciais para a classificação dos ramos do Direito.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/6ab7ae34f7ed5c3be658559eba7f7401
Exercícios
1) O Direito Público é caracterizado por uma ____________ autonomia dos sujeitos em relação 
às normas as quais se submetem. 
A) ausência de
B) ampla
C) baixa
D) relativa
E) possível
2) O Direito Privado é caracterizado pelo princípio da _________________, em que as partes 
possuem a faculdade de criação das normas para as quais se sujeitam. 
A) igualdade formal
B) igualdade material
C) legalidade
D) fraternidade
E) autonomia privada
3) Considerando as seguintes afirmativas, marque a alternativa CORRETA: 
I - O Direito do Consumidor é parte do Direito Público, pois há pouca autonomia entre as 
partes. 
II - O Direito Contratual é um dos ramos do Direito que trata das relações entre empresas 
públicas e pessoas físicas. 
III - O Direito Penal é pautado pelos princípios da autonomia, vontade e autotutela. 
A) Apenas a afirmativa I está correta.
B) Apenas a afirmativa III está correta.
C) Apenas a afirmativa I está incorreta.
D) Apenas a afirmativa II está correta.
E) Todas as afirmativas estão corretas.
4) O Direito Público Interno trata das relações entre _________ e o Direito Público Externo da 
relação entre ____________ ou ____________. 
Marque a alternativa que completa as lacunas de forma CORRETA. 
A) iguais; estados nacionais; empresas privadas.
B) o Estado e seus sujeitos; Estados Nacionais e Organizações Internacionais; sujeitos 
localizados no exterior.
C) o Estado e seus sujeitos; Estados Federativos e Organizações Internacionais; sujeitos 
localizados no exterior.
D) O município e seus sujeitos; Estados Nacionais e Organizações Internacionais; sujeitos 
localizados no interior.
E) O Estado e seus sujeitos; somente Organizações Internacionais; empresas localizadas no 
exterior.
5) Marque a alternativa CORRETA. 
São ramos do Direito Privado: 
I - Direito das Coisas. 
II - Direito Constitucional. 
III - Direito Comercial. 
A) Somente I está correta.
B) Somente II está incorreta.
C) Somente III está correta.
D) I e II estão incorretas.
E) I e III estão corretas.
Na prática
A distinção entre os ramos do Direito é importante, mas a diferenciação entre a liberdade e a 
legalidade e suas conexões são essenciais na prática. A construção de teses jurídicas baseadas na 
autonomia privada ou no princípio da legalidade e a consciência das normas cogentes, que 
delimitam a autonomia da vontade das partes em relação aos direitos impostos pelo Estado, podem 
fazer toda a diferença em uma discussão jurídica. No caso em tela, o STF analisa a possibilidade de 
exclusão de associadosem o devido processo legal. Aqui, portanto, conflitam princípios 
constitucionais fundamentais e normas de caráter privado que regem as associações civis. Segundo 
o supremo:
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para 
acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/9d9f5e61-4d6f-4961-a592-4770cd63743a/09d3b5d6-eb79-47ca-8961-0431f3ff58a7.jpg
 
Assim, para restringir danos patrimoniais ao associado excluído sem o devido processo legal interno 
de exclusão e ampla defesa no mesmo, 
o supremo impõe à associação civil rito alienígena ao seu regimento interno, mas presente no 
ordenamento jurídico que deverá ser observado pela força cogente dos princípios fundamentais 
constitucionais que, portanto, formam legalidade negativa em relação à relação civil entre os 
associados, proibindo sua inobservância.
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Introdução ao Direito: ramos do Direito
Nessa videoaula você verá a organização dos ramos do Direito, alguns exemplos sobre estes e a 
constitucionalização do Direito Privado.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Descodificação, constitucionalização e reprivatização no Direito 
Privado: O Código Civil ainda é útil?
A intervenção estatal nas relações privadas é o tema deste artigo, em que são discutidos os limites 
da autonomia da vontade em relação aos direitos constitucionais e as influências da legalidade no 
novo Direito Civil.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
A passagem do “Direito ao trabalho” para a “empregabilidade”
O Direito do Trabalho é ramo do Direito Público ou Privado? Quais as discussões por traz da 
reforma trabalhista? Esse texto, anterior às reformas deste ano, discute o papel do Direito do 
Trabalho e as mudanças até então debatidas pela doutrina quanto à natureza jurídica deste 
importante ramo e as políticas públicas de empregabilidade.
https://www.youtube.com/embed/za3qRWwrlRw?rel=0
https://services.bepress.com/cgi/viewcontent.cgi?referer=http://lrq.sagah.com.br/sagahcm/ua/13130/1/37/index.html&httpsredir=1&article=1027&context=lacjls
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
http://ruc.unimontes.br/index.php/unicientifica/article/view/56

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