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ÉTICA PROFISSIONAL – AULA 1 Código de Ética da OAB X Estatuto do Advogado São duas legislações diferentes – em algumas partes são parecidas mas deve-se conhecer seus conteúdos individualmente. O Estatuto foi alterado após o NCPC/15 e demais legislações novas. ÉTICA: agir de modo honesto, sincero – ÉTICA VOLTADA PARA O ADVOGADO deve ser analisada na advocacia desde o período colonial: nesse tempo já existiam pessoas que atuavam com o direito no país mas não tinham formação, pois ainda não havia faculdades de Direito no Brasil; aqueles que tinham oportunidade de se formarem bacharéis na Europa, sobretudo na Universidade de Coimbra (Portugal), se destacavam. A partir de 1827 surgiram as primeiras faculdades de Direito no Brasil, em São Paulo e em Salvador e o número de bacharéis no país aumenta, elevando-se também a qualidade dos serviços prestados; Em 1843 surge o Instituto dos Advogados Brasileiros e a profissão passa a ser mais regulamentada e ganha mais espaço; Em 1930 surge a OAB, que passou a exigir que a atividade dos advogados tivesse um caráter mias profissional, pois a atividade passou a ser regulamentada e caráter profissional – passou-se a exigir formação universitária para exercer a profissão: a. Decreto 20.784/1931 – foi o primeiro “estatuto” do advogado; b. Lei 4.215/1963 – o segundo “estatuto”; c. ESTATUTO DA ADVOCACIA -Lei 8.906/1994 – disciplina vigora até hoje, mas está atualizada por duas outras leis. surge a necessidade de ter um Regulamento Geral e um Código De Ética E Disciplina. NOMINAÇÃO Art. 3º O exercício da atividade de advocacia no território brasileiro e a denominação de advogado são privativos dos inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) A nominação “advogado” só pode ser dada àquele que ingressou nos quadros da OAB. ATIVIDADES PRIVATIVAS DO ADVOGADO Art. 1º, ESTATUTO - São atividades privativas de advocacia: Postulação perante o Poder Judiciário – só o advogado pode entrar com a ação e falar com o juiz no processo; algumas pessoas são tão leigas e humildes que nem conseguiriam explicar para o juiz o que está acontecendo; QUANDO NÃO PRECISA DE ADVOGADO? Postulação perante os JECs (Juizados Especiais Cíveis) até 20 salários mínimos (se estiver acima deste valor é necessário advogado) – teto do JEC: 40 s. m. *Se for Juizado Especial Criminal (JECRIM) é necessária a presença do advogado independentemente do valor da causa* Perante a Justiça do Trabalho; Impetração de Habeas Corpus – Art. 5º, LXVIII, CF; Para postular perante o Juiz de Paz (pessoa que faz o casamento civil); Processos Administrativos e Disciplinares (S.V. nº 5, STF derrubou a obrigatoriedade de advogado) – EXCEÇÕES: quando o processo tratar de inventário, separação e divórcio, mesmo que extrajudiciais e também nos contratos constitutivos de Pessoas Jurídicas, salvo empresas e microempresas de pequeno porte (porque elas podem não ter dinheiro para pagar advogado). Consultoria, assessoria e direção jurídica – um bacharel não pode prestar estes serviços e se o fizer todos os atos por ele praticados serão ilegais e nulos (se foi inscrito e veio a cancelar sua inscrição também se aplica a mesma regra); essa pessoa poderá ser responsabilizada na esfera cível, criminal e administrativa. Mesmos nos cargos de Diretoria jurídica, gerência jurídica, consultoria extrajudicial = o exercente deve ser inscrito nos quadros da OAB. Art. 4º, REGULAMENTO GERAL DA OAB- A prática de atos privativos de advocacia, por profissionais e sociedades não inscritos na OAB, constitui exercício ilegal da profissão. Quadro sinótico: Atividade privativa do advogado Atividades que dispensam advogado Postular perante órgão do Poder Judiciário Postular ação no JEC de até 20 s. m. Consultoria, assessoria ou direção jurídica Postular ação na Justiça do Trabalho Inventário, separação ou divórcio extrajudicial Impetrar Habeas Corpus Contrato constitutivo de Pessoa Jurídica – cabem exceções Postular perante o Juiz de Paz Pessoas que trabalham em Orgãos Públicos que exercem atividade de advogado também respondem ao Estatuto da OAB: - Advocacia-Geral da União; - Procuradoria da Fazenda Nacional; - Defensoria Pública; - Procuradorias e Consultorias Jurídicas dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e das respectivas entidades de administração indireta e fundacional. Art. 3º, § 1º, Estatuto - Exercem atividade de advocacia, sujeitando-se ao regime desta lei, além do regime próprio a que se subordinem, os integrantes da Advocacia-Geral da União, da Procuradoria da Fazenda Nacional, da Defensoria Pública e das Procuradorias e Consultorias Jurídicas dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e das respectivas entidades de administração indireta e fundacional. ESTAGIÁRIO O estagiário pode exercer atos privativos de advogado (nem todos) mas sempre sob a supervisão e responsabilidade do advogado Todos os atos lícitos do estagiário deverão estar acompanhados do advogado responsável, sob pena de gerar nulidade. Art. 3º, § 2º, Estatuto - O estagiário de advocacia, regularmente inscrito, pode praticar os atos previstos no art. 1º, na forma do regimento geral, em conjunto com advogado e sob responsabilidade deste. O QUE O ESTAGIÁRIO PODE FAZER SOZINHO? Retirar e devolver autos em cartório, assinando a respectiva carga; Obter junto aos escrivães ou chefes de secretaria certidões de peças ou autos em processos em curso ou findos; Assinar petições de juntada de documentos a processos judiciais e administrativos; Atuar, isoladamente, solicitando pedido de informação sobre o andamento de processos judiciais 9pode fazer cópia, tirar foto do processo), mas sem retirada ou vista dos autos Art. 9º Para inscrição como estagiário é necessário: I - preencher os requisitos mencionados nos incisos I, III, V, VI e VII do art. 8º; II - ter sido admitido em estágio profissional de advocacia. (LER DEMAIS INCISOS E ART.8º) ATIVIDADE ADVOCATÍCIA = ATIVIDADE DE CARÁTER PÚBLICO O advogado é figura indispensável à administração da justiça, e o serviço de lidar com a justiça é um serviço de caráter público, mas não é um serviço público – ATENÇÃO AO Art. 2º, § 1º No seu ministério privado, o advogado presta serviço público e exerce função social. – ESTÁ ERRADO. É considerado um serviço público neste artigo, porque a justiça deve atingir a sociedade de modo geral e não contribuir apenas aos interesses privados. Seus atos constituem múnus público = encargo público de se fazer o que é justo e não somente privilegiar interesses particulares.