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19/03/2019 A neurociência da Hipnose https://clinicadahipnose.com.br/neurociencia-da-hipnose/ 1/3 A fundamentação científica número um da hipnose é a neuroplasticidade. A plasticidade cerebral é a capacidade de modificação do tipo, forma, função e número das sinapses que envolvem os circuitos cerebrais na raiz da experiência, ou seja, as alterações produzidas no ambiente, no organismo ou causadas por lesões. Usando uma metáfora, a hipnose seria uma “ponte levadiça” que ao baixar, permite que acesse o inconsciente e obtenha uma comunicação direta e efetiva com ele. Uma vez acessado o inconsciente (já que se desligou o lado crítico do inconsciente), é possível compreender o funcionamento de seu próprio organismo e de seu próprio espírito, descobrindo os fatores que causam suas angústias, para depois aprender a controla-las. A neuroplasticidade possibilita que sejam feitas modificações sinápticas. Modificação sináptica é um processo no qual o sistema nervoso reforça certos caminhos e enfraquece outros, resultando em exclusivos padrões eletroquímicos. Em outras palavras, podemos modificar procedimentos, ressignificar memórias, criar âncoras, etc. Durante a hipnose, ocorre um aumento de liberação de proteínas para a massa branca do cérebro, onde encontra-se a camada da mielina, cuja principal função é fortalecer as sinapses. Ao diminuir a atividade das frequências cerebrais, o sistema límbico, através do hipotálamo, direciona o comando para o sistema nervoso parassimpático, onde enfatizará as faculdades de visualização, memória, atenção, aprendizagem, vontade, motivação, alegria e bem estar. Quando o nível da atividade cerebral decresce devido ao estado hipnótico, aumentam a produção dos 19/03/2019 A neurociência da Hipnose https://clinicadahipnose.com.br/neurociencia-da-hipnose/ 2/3 neurotransmissores acetilcolina, serotonina e norepinefrina, todas relacionadas à boa saúde e bem estar. Em todas as atuações do sistema nervoso autônomo parassimpático – ativado durante a hipnose – ocorre um aumento do nível de energia do cérebro, ocorrendo um processo de interiorização (o input da fonte de informação muda a predominância do externo para o interno). Quando alguém dá menos atenção para a informação que vem dos sentidos (exterior), mais atenção é dada para a informação interna, buscando na memória e nas camadas mais internas do inconsciente. Nenhuma parte do cérebro é efetivamente desligada durante a hipnose. Ao invés disso, a conexão de certas áreas é modificada, com separações entre algumas delas e maior integração entre outras. Dessa forma, a pesquisa afirma que o estado de hipnose representa um diferente estado de consciência, e não a falta dela. A amígdala, durante a hipnose, permite que o sistema parassimpático seja ativado, produzindo uma tranquilidade em todo sistema límbico. Estudos neurofisiológicos indicam efeitos mensuráveis e específicos da hipnose sobre áreas cerebrais e sistemas orgânicos. A amígdala também é essencial para a interpretação e a expressão do componente emocional da linguagem, e por essa razão, pode ser ativada pelo tom emocional da sua sugestão. 19/03/2019 A neurociência da Hipnose https://clinicadahipnose.com.br/neurociencia-da-hipnose/ 3/3 No diagrama em blocos acima, mostramos todos os componentes envolvidos no processo hipnótico. Todas estas estruturas fazem parte do inconsciente. Sob hipnose, há um reforço de energia (concentração) no sistema límbico; pelo fato desta energia ser positiva e encontrar-se em uma frequência de indução muito baixa, de relaxamento, o hipotálamo tende a frear todo mecanismo do organismo, ativando o sistema parassimpático cuja característica fisiológica é de manter a paz, a serenidade e tranquilidade no organismo. Logo, os níveis de atenção, serão voltados para suas memórias através do hipocampo, para as emoções, medos e traumas através da amígdala e obterá o controle mais favorável delas através da ínsula. Texto: Prof. Doutor Sérgio Antunes Supervisão: