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AULA 1 PSICOPATOLOGIA Prof. Alisson Siqueira 2 TEMA 1 – A HISTÓRIA DA PSICOPATOLOGIA Para começarmos a falar de psicopatologia, é importante termos uma visão geral de sua história. Tudo começa quando o ser humano passa a questionar o que não conhece ou o que não tem uma clareza. O termo clareza aqui é usado para designar o sentido causa e efeito observável. Um exemplo é o corte no dedo que vem a sangrar e a doer. Hipócrates (460-377 a.C.), considerado o pai da medicina ocidental, compreendia os transtornos mentais como qualquer outra doença e que, portanto, deveriam ser tratados como tal. Entendia que suas origens provinham de patologias cerebrais ou de traumas. Além disso, poderiam ser resultado de uma influência hereditária. Em sua experiência de vida e viagens, Hipócrates começou a estabelecer alguns critérios para compreender o sofrimento psíquico, razão pela qual passou a verificar a estrutura das relações humanas e da vida. Notou que havia uma agente de esforço, que designamos como estresse psicossocial. Tal observação somada à aprendizagem com os egípcios fizeram o estudioso grego chegar ao conceito de histeria, definidos por ele como a sintomática física sem causa aparente. Nessa mesma busca de compreensão, Claudio Galeno (129-198 d.C.) desenvolveu a Teoria da Patologia Humoral, cuja descrição estabelece a relação entre fluídos corporais e a funcionalidade do encéfalo. Os fluídos relacionados por Galeno são: Sangue: relacionado ao coração; Bile negra: estabelecida no baço; Bile amarela: contida no fígado; Fleuma: líquido do encéfalo. Tal teoria estabeleceu o conceito de equilíbrio, ou seja, por meio dela compreendeu-se que a patologia é o desequilíbrio de um dos desses fluidos. Assim, a mudança de humor era compreendida como o excesso de um desses fluidos. O tratamento se baseava na regulação das condições ambientais. Além disso, com o objetivo de equilibrar os humores, recomendava-se a sangria. As patologias eram apresentadas como atos de outra grandeza ou dimensão, como o mundo espiritual e suas divindades. No Império Persa (900- 3 600 a.C.), por exemplo, o ato de adoecer era compreendido como uma ação demoníaca. Esse pensamento se manteve presente e firme durante a Idade Média, quando o poder imperativo era da Igreja, que a passou a relacionar a condição moral à doença, sendo esta uma manifestação satânica. Naquela época, a doença da bile negra era entendida como ato demoníaco causado por comportamentos não compatíveis com o conceito moral da época. Não por acaso, houve uma crescente modificação conceitual da patologia humoral de Hipócrates e, assim, uma divisão de caráter produzida pelo humor, em que os sanguíneos passaram a ser relacionados a Deus, ao passo que os melancólicos, fleumáticos e coléricos eram compreendidos como degenerados. Na Idade Média, o louco era tido como alguém que não podia ser ouvido. Seu discurso era a descrição de sua loucura; a fala, seu atestado de insanidade. A classificação mais comum no século XII era no sentido de que a loucura poderia ser categorizada como: “tolo natural”: aquele que possuía algum problema cognitivo; “non compos mentis”: pessoa que possui crises temporárias intercaladas com estados de lucidez. Surgem na Europa instituições inclinadas a propiciar cuidado médico a doentes. Eram, em sua maioria, filantrópicas, pois geralmente os pacientes não possuíam recursos para tratamento. Quando o considerado louco era levado para essas instituições, comumente recebia tratamento por religiosos. Muitas vezes, pacientes tidos por violentos recebiam mecanismos de contenção, entre eles, a cela. No século XVII, é observado na França e na Itália um novo procedimento: aqueles que não apresentavam ameaça eram deixados soltos. Podiam ficar em casa, transitar pelas ruas, rir nas praças e ter uma vida pública. Porém, quando passavam a ser considerados uma ameaça por serem perigosos e agressivos, eram presos juntamente com delinquentes comuns. Mas havia aqueles que eram acolhidos em instituições de caridade. Posteriormente, o trato com os loucos passou a incluir a internação em hospitais civis juntamente com pacientes terminais que não recebiam tratamento e, consequentemente, eram relegados à contenção, principalmente por meio do acorrentamento. 4 No século XVIII, surgem os hospitais específicos para os considerados loucos, isto é, centros de tratamento que recebiam especialistas sistematicamente treinados e especializados. O século posterior é marcado pelo surgimento do especialista em tratar os diagnosticados como loucos: o alienista (ou o freniatra). A figura do psiquiatra desabrocha quando o paciente passa a ser tratado em asilos terapêuticos, em que o foco é o cuidado deste. Um pouco da história nos leva a pontuar alguns nomes que são muito importantes na compreensão do trato e na busca do conhecimento sobre a loucura. É o que faremos a seguir. 1.1 Phillippe Pinel (1745-1826) A história de Phillipe Pinel é muito interessante. Ele nasceu em 20 de abril de 1745, na cidade de Saint-André, no sul da França. Filho de médico, também estudou medicina e se formou na Faculdade de Toulouse, com 28 anos, em dezembro de 1773, segundo Palomba (2005). Após a sua formação, foi a Montpellier, onde frequentou a Escola de Medicina e os hospitais da cidade durante quatro anos. Em 1778 se mudou para Paris. Nesse período passou a ter contato com doentes mentais confinados e a escrever sobre o assunto. Oito anos depois passou a atender doentes mentais na clínica privada de Jacques Belhomme. Em setembro de 1793, foi nomeado médico-chefe do Asilo de Bicêtre, destinado a doentes mentais masculinos. Lá o trato com os pacientes era precário. Eles ficavam juntos com criminosos. Mantidos em condições desumanas, eram acorrentados em masmorras úmidas. Todas as ações que podiam ser tomadas precisavam da anuência do governo francês. Pinel conseguiu autorização para retirar os grilhões dos doentes mentais e iniciar um tratamento humanitário. Em 1795, Pinel foi nomeado médico-chefe do hospício feminino de Sapêtrière e promoveu trabalho semelhante ao que havia feito em Bicêtre, em Paris. Foi sob a direção do psiquiatra francês que o hospital se tornou um dos mais conhecidos estabelecimentos neuropsiquiátricos do mundo e modelo para muitos países. 5 Pinel foi o primeiro a distinguir os vários tipos de psicoses e a descrever as alucinações, o absentismo, bem como uma série de outros sintomas. Sua obra Classificação Filosófica das Doenças ou Método Aplicado à Medicina, publicada em 1798, continha descrições precisas e sistematizadas de várias doenças mentais. O Tratado Médico-Filosófico sobre a Alienação Mental ou Mania, de 1801, discutiu sua abordagem psicologicamente orientada e tornou-se um clássico da psiquiatria, como menciona Pereira (2004). Segundo a descrição de Pereira (1978), o pensamento implementado por Pinel possui uma estrutura que deve ser considerada segundo as condições da época. A primeira que deve ser pontuada é a condição da medicina. A medicina clássica trabalha com dois elementos: a doença (invariante) e o doente (variável). Saber fazer a distinção desses elementos era a proposição de um tratamento considerado correto. Para Pereira (1978), descobrir cada passo do invariante exige a redução fenomenológica do variável, de modo que o mal seja definido e apreendido como pura essência. Estamos falando de descrição do evento que é a doença. Sendo assim, temos uma condição nosológica. O sujeito passa a ser o objeto a ser expulso. A segunda condição é o aspecto da loucura. Pinel se debruça na ideia de distingui-la da doença, pois esta é entendida, agora, como oposição à saúde e tambémcomo uma condição político-social. A doença é vista como fato natural e, como consequência, a loucura passa a ser um fato positivo. Pinel, então, explica de forma nosográfico-filosófica que a loucura é uma condição moral. A terceira situação se refere ao método usado por Pinel. Procurando elevar a medicina a um status maior, ele fundamenta sua técnica com a análise e a observação. A implementação analítica de Pinel requereu uma distribuição metódica no objeto. Isto é, o sujeito precisaria ser acompanhado sem interferência. Os objetos de observação passam a ser a matéria-prima, que – no caso – é o sujeito a ser observado. Para compreender o perceptível, surge o conceito traço principal. O traço principal não é o traço dominante, mas um ponto organizador que, cruzando-se com outros, define um conjunto central e, ao seu redor, elementos acessórios 6 podem modular o quadro clínico. É a solução para a discussão entre o visível- superfície e o visível-classe (volume). Na mesma orientação, Pinel coloca a sua concepção de doença. Ela abarca o conceito transcendente, que apresenta a condição do ser humano. Alinha a condição imanente, que coloca o homem na condição de ter a doença manifestada. Surge, assim, a distinção entre o clínico que cuida do corpo e o alienista que cuida da loucura. Em sua teoria, Pinel deixa claro a observação a ser feita. A doença mental transita no sujeito, porém não constituiu o sujeito. Por isso ela recebe o nome de tratamento moral. 1.2 Jean-Étienne Esquirol (1772-1840) É importante que saibamos quem são considerados os criadores da psicopatologia: Esquirol e Griesinger, com seus trabalhos publicados, respectivamente, na França (em 1837) e na Alemanha (em 1845), segundo Cheniaux Junior (2002). Jean Étienne Dominique Esquirol (1772-1840) estudou e trabalhou com Pinel, e foi um continuador de sua obra. O trabalho de Esquirol é marcado pela utilização sistemática da observação, o que lhe permitiu grande aprofundamento do trabalho clínico, bem como uma delimitação precisa de quadros nosográficos. Ele representou um avanço expressivo no plano teórico ao propor uma nova sistematização nosográfica, por meio de uma análise fina e de uma diferenciação mais detalhada das síndromes psicopatológicas. A escrita que ilustra essa mudança é a de 1838, quando publicou o tratado Des maladies mentales considerées sous les rapponts medical, hygienique et medico-legal. Nesse trabalho, Esquirol organizou uma classificação de forma nosográfica, fazendo uma diferenciação entre perturbações orgânicas e perturbações de natureza psíquica. Pacheco (2004, p. 154) as descreve da seguinte forma: Idiotia: que pode ser congênita ou adquirida, mas constitui uma categoria bastante diferenciada das que agrupam os problemas propriamente psíquicos. Demência: na forma aguda, passível de cura, e na forma crônica, praticamente incurável. Mania: que se refere ao delírio total com exaltação. Seria uma alteração generalizada das funções mentais, como a inteligência, percepção, volição, atenção. 7 Monomanias: que agrupa todas as perturbações mentais que trazem prejuízos psíquicos apenas parciais, conservando perfeitas outras funções intelectuais. O delírio é parcial e pode ter uma forma alegre ou uma forma triste. Algumas observações são importantes. A primeira é que Esquirol separou melancolia da antiga classificação de Pinel. Ele a dividiu em mania e lipemania, uma das formas de monomania. A segunda é a classificação das monomanias em: intelectuais, afetivas e instintivas. A ideia de monomanias do tipo homicida influenciou o campo médico- legal. Quanto ao efeito jurídico, o trabalho de Esquirol foi importantíssimo na elaboração da Lei Francesa, de 30 de junho de 1838. Consoante Teixeira Brandão, citado por Piccinini (2006), afirma que "essa lei impôs deveres às autoridades e traçou regras que devem ser seguidas para a sequestração do alienado; e no intuito de impedir as violências ou o abandono deles. Determinou que, mesmo persistindo no seio das famílias, ficassem sob a salvaguarda e fiscalização da autoridade pública". A referida lei foi modelo para muitos países na elaboração de seus programas quanto ao tratamento da loucura. Um efeito prático dela extraído foi a obrigatoriedade da criação de estabelecimentos públicos para os loucos, que ele denominou de asilos. Esse nome foi usado para contrariar o termo hospital, que já possuía um sentido negativo. De forma terapêutica, o trabalho de Esquirol seguiu o de Pinel no que diz respeito ao tratamento moral focado em um processo educativo, que envolvia aspectos ambientes e sociais. Segundo Pacheco (2003), o pensamento de Esquirol compreende que a relação entre médico e paciente desempenha um papel importante na cura. Assim, a liberdade do sujeito é vista como condição necessária ao aparecimento de sua verdade de louco. 1.3 Karl Theodor Jaspers (1883-1969) Karl Jaspers (1883-1969) nasceu em Oldenburg, Alemanha. Estudou direito, mas não concluiu. Cursou medicina em Heidelberg, em 1908. É considerado um filósofo pelas suas elaboradas descrições sobre a psicopatologia. Em 1913, aos seus 30 anos de idade, foi lançada sua obra magna, Allgemeine Psychopathologie (“Psicopatologia Gera”l). 8 De acordo com Rodrigues (2005), a obra de Jaspers pode ser considerada como de psicopatologia fenomenológica. Ela apresentou um mapeamento dos suportes conceituais e dos métodos vigentes, pelo exame de suas virtudes e limitações quando empregados individualmente; pela exploração dos domínios específicos de aplicação dos métodos mais “gerais” e, finalmente, pela proposição de um modelo de psicopatologia que, na visão do autor, poderia atender a aspirações científicas. A psicopatologia de Jaspers é compreendida como descritiva, ancorada na busca do conhecimento do fenômeno subjetivo. O trabalho do autor era focado nos fenômenos realmente vividos pelos pacientes. Como parte de seu método, descrevia e delimitava os fenômenos por parâmetros exteriormente observáveis. 1.4 Michel Foucault (1926-1984) Michel Foucault nasceu em Poitiers, na França. Estudou na Escola Normal Superior de Paris, onde desenvolveu seu interesse por filosofia. Filósofo, historiador das ideias, teórico social, filólogo e crítico literário, Foucault lecionou História dos Sistemas do Pensamento, no Collège de France, de 1970 até 1984, quando faleceu. Foi um crítico feroz do próprio cientificismo e do academicismo dominantes no pensamento francês, além de militante político, membro do Grupo de Informação sobre as Prisões (GIP). Segundo Torre e Amarante (2011), influenciou – pelo menos indiretamente – nos movimentos de defesa dos loucos, dos prisioneiros e dos homossexuais. Na A História da Loucura na Idade Clássica, sua grande obra, Foucault (1978) apresenta a forma diferenciada da loucura pela percepção social, antes do século XVII. De acordo com seu pensamento, houve uma produção de formas de relação com a loucura, graças ao método de Pinel. Tal produção de formas passou a ser chamada de alienação mental e, depois, doença mental, causando assim uma mudança na visão de loucura na Idade Clássica. O pensamento de Foucault é diretamente influenciado por Nietzsche. A busca de Foucault era a de analisar a história do próprio sujeito. Para Foucault (1978), a psiquiátrica causou o que ele chama de poder psiquiátrico, isto é, o poder de atribuir o controle dos comportamentos da 9 sociedade, declarando o que deve ser compreendido como normal e estabelecendo os critérios de anormalidades. TEMA 2 – A HISTÓRIA DA SAÚDE MENTAL NO BRASIL O marco inicial da saúde mental do Brasil sem dúvida é o Hospício Dom Pedro II. Inaugurado em 1852, foi o primeiro manicômio brasileiro. Hoje é sede da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) O hospício foi uma tentativado Brasil de estar de acordo com o que havia de mais moderno na Europa. Essa é a razão do manicômio ter a mesma estrutura do hospital de Pinel na França. Todavia, seu comando administrativo era de religiosos subordinados à Igreja Católica e atendia aos interesses do Estado, ou seja, cárcere político. Nesse período também surgiram as colônias agrícolas. Já vivíamos um período de medicalização da doença mental. Mas o Brasil não tinha suficiência técnica, razão pela qual passou a usar as colônias agrícolas, em tese, como um método de tratamento para o considerado louco. Na verdade, era uma estratégia para esconder os doentes mentais e retirá-los do convívio social. Foi criada no Brasil a Liga Brasileira de Higiene Mental (LBHM) em 1920, como uma tentativa higienista mental com ações que buscavam realmente tirar do ambiente social os que apresentavam doença mental. Segundo Saraiva, Santos e Sousa (2011), a LBHM era estabelecida sobre o tripé “controlar, tratar e curar”. Em 1960, teve início no país um movimento modificador do tratamento asilar. Esse período é conhecido pelo surgimento da chamada indústria da loucura. Ocorreu uma privatização da assistência pública, mas quem pagava pelo atendimento do asilado era o governo, pois apenas as instituições eram privadas. Como uma tentativa de superar o período de exclusão e segregacionismo na assistência mental, em 1970, inicia-se a reforma da assistência psiquiátrica. Em 1978 surge o Movimento dos Trabalhadores em Saúde Mental (MTSM), formado por trabalhadores integrantes do movimento sanitário, associações de familiares, sindicalistas, membros de associações de profissionais e pessoas com longo histórico de internações psiquiátricas. É um movimento social pelos direitos dos pacientes psiquiátricos. 10 Por sua vez, o Centro de Atenção Psicossocial Professor Luiz da Rocha Cerqueira, na cidade de São Paulo, foi inaugurado em 1986. É considerado o primeiro Centro de Atenção Psicossocial (CAPS). O Sistema Único de Saúde (SUS) é regulamentado pela Lei n. 8.080, de 19 de setembro de 1990 e pela Lei n. 8.142, de 28 de dezembro de 1990. A rede de atenção à saúde mental brasileira é parte do SUS. A partir de sua criação, vislumbrou-se um atendimento ao portador de transtorno mental em sistema comunitário. Em 1990 é criada uma legislação específica para saúde mental, a Declaração de Caracas, aprovada pela Conferência Regional para a reestruturação da Assistência Psiquiátrica dentro dos Sistemas Locais de Saúde. O Brasil é um signatário da Declaração. Nessa década começa a implantação de serviços de atenção diária, fundadas nas experiências dos primeiros CAPS, Núcleos de Assistência Psicossocial (NAPS) e Hospitais-Dia (HD), bem como as primeiras normas para fiscalização e classificação dos hospitais psiquiátricos. Em 1992, os NAPS e os CAPS foram criados oficialmente por meio da Portaria SAS/MS n. 224, de 29 de janeiro de 1992, que regulamentou o funcionamento de todos os serviços de saúde mental em acordo com as diretrizes de descentralização e hierarquização das Leis Orgânicas do SUS. Quanto à Lei n. 9.867, de 10 de novembro de 1999, ela admite o desenvolvimento de programas de apoio psicossocial para os sujeitos com transtornos psiquiátricos em acompanhamento nos serviços comunitários. Posteriormente, a Portaria GM/MS n. 106, de 11 de fevereiro de 2000 institui os Serviços Residenciais Terapêuticos, isto é, moradias ou casas inseridas, preferencialmente, na comunidade, para cuidar dos portadores de transtornos mentais, egressos de internações psiquiátricas de longa permanência, que não possuem suporte social ou laços familiares. Após 12 anos de tramitação no Congresso Nacional, foi sancionada a Lei n. 10.216, de 6 de abril de 2001. A descrição da lei em comento dispõe sobre a assistência e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais. Proíbe em todo o Brasil a construção de novos hospitais psiquiátricos. Estabelece que os tratamentos devem ser realizados, preferencialmente, em serviços comunitários de saúde mental, cuja finalidade principal é buscar a reinserção social do doente 11 mental no meio em que está inserido. A internação só será aconselhada quando os recursos extra-hospitalares se mostrarem insuficientes. Em 2002, o processo de redução de leitos em hospitais psiquiátricos e de desinstitucionalização de pessoas com longo histórico de internação é acelerada por uma série de normatizações do Ministério da Saúde, que institui mecanismos para a redução de leitos psiquiátricos. No mesmo ano é lançada a Portaria GM/MS n. 336, de 19 de fevereiro de 2002, que estabeleceu as modalidades dos Centros de Atenção Psicossocial como CAPS I, CAPS II, CAPS III, CAPS AD (voltada para os transtornos causados pelo uso de álcool e outras drogas) e o CAPSi (especializada no tratamento do público infanto-juvenil), definindo-os por ordem crescente de porte/complexidade e abrangência populacional. Em 2004, a Portaria GM/MS n. 52, de 20 de janeiro de 2004 instituiu o Programa Anual de Reestruturação da Assistência Psiquiátrica Hospitalar no SUS. Ela estabelece que o processo de mudança do modelo assistencial deve ser conduzido de modo a garantir uma transição segura, em que a redução dos leitos hospitalares possa ser planificada e acompanhada por uma construção concomitante de alternativas de atenção no modelo comunitário. Por sua vez, a Portaria GM/MS n. 1.876, de 14 de agosto de 2006 erigiu as Diretrizes Nacionais para Prevenção do Suicídio, a ser implantadas em todas as unidades federadas, respeitadas as competências das três esferas de gestão. Na mesma época, foi promulgada a Lei n. 11.343, de 23 de agosto de 2006, que criou o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas (SISNAD). Tal norma estabelece medidas para prevenção, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas, define crimes e penas, além de criar mecanismos voltados à repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas. TEMA 3 – CONCEITUANDO E DEFININDO A PSICOPATOLOGIA O termo psicopatologia foi criado por Jeremy Benthan, em 1817. De acordo com Cheniaux Junior (2002), é um acróstico de três palavras de origem grega: psyché, que significa alma; pathos, que é compreendida como sofrimento ou doença, e logos, isto é, estudo ou ciência. 12 Reconhecemos como os pais da psicopatologia o francês Esquirol e o alemão Griesinger, por meio dos seus trabalhos publicados, respectivamente, na França (em 1837) e na Alemanha (em 1845). 3.1 A psicopatologia como campo da ciência A psicopatologia é uma disciplina científica que estuda a doença mental em seus vários aspectos: suas causas, suas alterações estruturais e funcionais, os métodos de investigação e suas formas de manifestação (sinais e sintomas). Essa disciplina não é pura, pois há uma intersecção com outras ciências. A psicopatologia se originou por meio da medicina e da filosofia. Essas duas áreas da ciência transitam na relação humana entre o conhecido e o desconhecido. Podemos dizer que a medicina trabalha como o conhecido. O soma, compreendido como comportamento, apresenta em sua condição de existir a situação problemática a qual denominamos doença. Dentro dessa perspectiva de homem há uma área do conhecimento médica denominada psiquiatria, que tem o condão de cuidar do corpo a partir da mente. Esse trânsito leva à medicina a condição imanente do corpo. Do outro lado temos a filosofia, que busca compreender o existir humano. É conhecida como a ciência da busca do conhecimento, razão pela qual é conhecida como a mãe de todas as ciências. Por sua vez, a psicologia – oriunda da filosofia – busca conhecer o indivíduo. Como ciência, procura demonstrá-lo por meio de seus atos executados, conscientes ou não. Com o desenvolvimento dessas áreas do saber, surge a psicopatologia,que busca misturar a composição médica com a filosófica, para compreender o adoecer humano em razão de doenças mentais. O comportamento, a cognição e as experiências subjetivas anormais constituem as formas de manifestação das doenças mentais. Muito embora influenciada por outros ramos do conhecimento, a psicopatologia é uma ciência autônoma. Os fenômenos mentais patológicos são muitas vezes qualitativamente diferentes dos normais. Segundo Jaspers, citado por Cheniaux Junior (2002, p. 18), “a psicopatologia investiga muitos fatos cujos correspondentes ‘normais’ ainda não foram estabelecidos pela psicologia”, e “é muitas vezes a visão do anormal que ensina a explicar o normal”. 13 3.2 As influências na psicopatologia Olhando a psicopatologia pelo olhar da psicologia, verifica-se a ação direta do pensamento desta ao direcionar aquela. Embora quase todas as correntes psicológicas tenham uma forma de abordar a psicopatologia, vamos pontuar duas importantes: a fenomenologia/existencialismo e a psicanálise. Carl Jaspers, citado por Cheniaux Junior (2002, p. 18), deixa claro que “o objeto da psicopatologia é o fenômeno psíquico, mas só os patológicos”. A obra de Jaspers é entendida com uma obra fenomenológica. Difere quanto ao pensamento de Edmund Husserl, mas necessita separar por uma redução fenomenológica o sujeito do evento. Essa relação de separação permite que seja possível fazer descrição do fato, o que permite a compreensão do fenômeno psíquico. No pensamento de Jaspers, a psicopatologia compreende a direção do fenômeno para poder tralhar nele. A outra grande influência vem da psicanálise por meio da orientação psicodinâmica. A estrutura do aparelho psíquico em sua complexidade é responsável pelo desconhecido. Aliás, essa é a grande contribuição da psicanálise: o desconhecido. Os termos histeria, psicose e neurose são decisivos na psicanálise, pois são oriundos do inconsciente e no controle do id. Embora não tenhamos um grande psicanalítico na psicopatologia, podemos ver a tradição procedural da psicanálise no processo psicopatológico. TEMA 4 – APLICAÇÕES DA PSICOPATOLOGIA Psicopatologia é uma área do saber muito ampla. Quanto mais diversificado o campo de estudo, maiores são as possibilidades de alcançar um êxito em seu objetivo. Baseados na classificação de Dalgalarrondo (2000), veremos a seguir as aplicações da psicopatologia: Psiquiatria descritiva: tem interesse fundamentalmente na forma das alterações psíquicas, na estrutura dos sintomas e naquilo que caracteriza a vivência patológica como sintoma mais ou menos típico; Psiquiatria dinâmica: tem interesse no conteúdo da vivência, nos movimentos internos de afetos, desejos e temores do indivíduo, isto é, em 14 sua experiência particular, pessoal, não necessariamente classificável em sintomas previamente descritos; A perspectiva médico-naturalista trabalha com uma noção de homem centrada no corpo, no ser biológico como espécie natural e universal; Na perspectiva existencial, o doente é visto principalmente como “existência singular”, como ser lançado a um mundo que é apenas natural e biológico em sua dimensão elementar, mas — acima de tudo — fundamentalmente histórico e humano; Na visão comportamental, o homem é visto como um conjunto de comportamentos observáveis, verificáveis, que são regulados por estímulos específicos e gerais, bem como por certas leis e determinantes do aprendizado; A perspectiva cognitivista é centrada na atenção sobre as representações cognitivas conscientes de cada indivíduo, que são vistas como essenciais ao funcionamento mental, normal e patológico. Na visão psicanalítica, o homem é visto como ser “determinado”, dominado, por forças, desejos e conflitos inconscientes. As categorias diagnósticas são consideradas “espécies únicas”, tal qual espécies biológicas, cuja identificação precisa constituiria uma das tarefas da psicopatologia. As entidades nosológicas ou transtornos mentais específicos podem ser compreendidos como entidades completamente individualizadas, com contornos e fronteiras bem-demarcados. Uma perspectiva dimensional em psicopatologia, que seria hipoteticamente mais adequada à realidade clínica. Haveria, então, dimensões como, por exemplo, o espectro esquizofrênico, que incluiria desde formas muito graves, tipo demência precoce. A psicopatologia biológica enfatiza os aspectos cerebrais, neuroquímicos ou neurofisiológicos das doenças e dos sintomas mentais. A base de todo transtorno mental são alterações de mecanismos neurais e de determinadas áreas e circuitos cerebrais. A perspectiva sociocultural, por sua vez, visa estudar os transtornos mentais como comportamentos desviantes que surgem a partir de certos fatores socioculturais, como discriminação, pobreza, migração, estresse ocupacional, desmoralização sociofamiliar etc. 15 Na visão operacional-pragmática, as definições básicas de transtornos mentais e sintomas são formuladas e tomadas de modo arbitrário, em função de sua utilidade pragmática, clínica ou orientada à pesquisa. O projeto de psicopatologia fundamental, proposto pelo psicanalista francês Pierre Fedida, visa centrar a atenção da pesquisa psicopatológica sobre os fundamentos de cada conceito psicopatológico. Além disso, tal psicopatologia dá ênfase à noção de doença mental como pathos, que significa sofrimento, paixão e passividade. TEMA 5 – CONTRIBUIÇÕES DE OUTRAS ÁREAS PARA A PSICOPATOLOGIA Já dissemos que, embora autônoma, a psicopatologia não é uma ciência pura, pois necessita da ação de outras ciências ou áreas do conhecimento para ser mais aplicável e capaz de desvendar as questões a ela colocadas. Vamos falar agora sobre algumas áreas cooperadoras da psicopatologia. 5.1 Neurociências Quando nos prontificamos a compreender o cérebro, deparamos com uma infinidade de questões que são o objeto de pesquisa da neurociência. Mas o que é a neurociência? Ela é a área que se ocupa em estudar o sistema nervoso, visando desvendar seu funcionamento, sua estrutura, seu desenvolvimento, bem como eventuais alterações que ele pode sofrer. O objeto de estudo da neurociência é o sistema nervoso. Podemos sintetizar o sistema nervoso em sua composição como: o encéfalo, a medula espinhal e os nervos periféricos. Quando falamos de sistema nervoso nos referimos ao conjunto de neurônios, que são aproximadamente 10 bilhões e constituem a estrutura básica do córtex, onde estão instalados a percepção, a memória, as emoções e as outras funções psíquicas. Compreender essa estrutura de forma morfológica e anatômica é relacionar esse conjunto de massa que pesa cerca de 2% do corpo, mas o comanda de forma ímpar e perfeita. Essa estrutura cefálica possui suas funções, que estão sedimentadas em suas porções anatômicas denominadas lobos. 16 Dalgalarrondo (2000) faz uma análise do cérebro como uma estrutura dividida em duas porções: posterior e anterior. A porção posterior, incluindo os lobos occipitais, parietais e temporais, contém as áreas sensoriais primárias (da visão, da audição, do tato, do olfato, da gustação e da propriocepção), as áreas secundárias adjacentes (funcionalmente relacionadas às áreas primárias) e uma extensa área terciária de associação, que é a associativa da encruzilhada temporoparietoccipital, também conhecida como zona responsável pela recepção do mundo. A porção anterior do cérebro relaciona-se mais intimamente com as atividades do indivíduo. É a porção do cérebro que “age” sobre o mundo. As áreas anteriores do cérebro — principalmente os córtices pré-frontal, frontal e os núcleos da base (sobretudo, o núcleo caudado) — também participam da identificação de problemas a serem solucionados. Quando essa compreensão alcança os lobos cerebrais podemos dizer, segundo Kandel, que os lobosfrontais são responsáveis pelo planejamento da ação e do futuro, assim como pelo controle dos movimentos; os lobos parietais, pelas sensações táteis e pela imagem corporal; os lobos occipitais, pela visão; e os lobos temporais, pela audição e por muitos aspectos da memória, da linguagem, do aprendizado e das emoções. 5.2 Neuropsicologia A neuropsicologia estuda a interação que há entre as ações dos nervos e as funções ligadas à área psíquica. Tem como mais atuantes as funções cognitivas, que são as habilidades do nosso cérebro: a memória, a linguagem, o raciocínio, as habilidades visuoespaciais, o reconhecimento, a capacidade de resolução de problemas etc. A neuropsicologia estudas as alterações que são afasias (perda de linguagem), as agnosias (perda da capacidade de reconhecimento), as amnésias (déficits de memória) e as apraxias (perda da capacidade de realizar gestos complexos). Outra área de atuação da neuropsicologia é a vinculada a dimensões da cognição como: as atividades construtivas, habilidades visuoespaciais, habilidades musicais, atenção sustentada e seletiva, percepção do tempo e organização temporal, funções executivas e funções conceituais. 17 5.3 Psicologia A psicologia é a fonte de consulta psicopatologia. Segundo Dalgalarrondo (2000), muitas são as relações entre a psicologia e a psicopatologia. Vejamos: A Psicopatologia como “patologia do psicológico”. Aqui a psicopatologia é tida como um ramo da psicologia geral. Sendo assim, a psicologia é o estudo sistemático da vida psíquica normal, e psicopatologia, uma subdivisão que estudaria os fenômenos anormais. A Psicopatologia como “psicologia (especial) do patológico” (da mente patológica). Nesse caso, sua base de estudo é a alteração quantitativa do normal. A Psicopatologia como semiologia psiquiátrica. Ela se resume ao estudo de sinais e sintomas das doenças psiquiátricas. A Psicopatologia como propedêutica psiquiátrica estuda os princípios e os métodos do adoecimento mental. 5.4 Filosofia A filosofia exerce fundamental contribuição para o saber psicopatológico. Como área basilar da ciência, permite o trânsito do pensamento investigativo em psicopatologia. Utilizaremos a discussão de Dalgalarrondo (2000) sobre temas discutíveis em psicopatologia: a relação mente-cérebro, a questão da causalidade e da verdade. Na discussão da relação mente-cérebro, é necessário ter a capacidade de compreender os termos e os seus sinônimos, como espirito-matéria ou corpo e alma. Essa é uma discussão que envolve os conceitos de dualismo ou monismo. No que diz respeito à causalidade, ela é compreendida em relação ao fenômeno, motivo pelo qual o método científico deve esclarecer a condição de causalidade atribuindo-se alguns conceitos, como: plausibilidade, temporalidade, reversibilidade, força da associação, dose-resposta, consistência e especificidade. Em relação à verdade em psicopatologia, deve-se considerá-la como uma propriedade ou um valor que se atribui a teorias, teses e proposições. Segundo 18 Dalgalarrondo (2000), três conceitos de verdade podem ser evocados: o convencionalista, o pragmático e o realista. No conceito convencionalista, a verdade de uma proposição ou de uma teoria depende da relação estabelecida com outras proposições. Nesse sentido, a verdade é sinônimo de coerência. Na perspectiva pragmática, a verdade se identifica com os resultados que uma teoria produz, com o êxito resultante de sua ação. É verdadeiro aquilo que se prova eficaz, que “funciona”, que produz resultados práticos positivos. A concepção realista baseia-se na tese aristotélica da verdade como a correspondência do pensamento à realidade fatual; a proposição deve estar de acordo com o fato que afirma. Finalizando a ação da filosofia na psicopatologia, apresentaremos duas qualidades que são impreteríveis para a psicopatologia: o poder de previsibilidade e a qualidade heurística. Previsibilidade é a condição de prever fatos por meio de um conjunto de variáveis, ao passo que heurística é a capacidade de gerar outras, de enriquecer e esclarecer a percepção da realidade. 19 REFERÊNCIAS APA – AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014. BRASIL. Lei n. 8.080, de 19 de setembro de 1990. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 20 set. 1990. _____. Lei n. 8.142, de 28 de dezembro de 1990. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 31 dez. 1990. _____. Lei n. 9.867, de 10 de novembro de 1999. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 11 nov. 1999. _____. Lei n. 10.216, de 6 de abril de 2001. 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