Prévia do material em texto
IESC VII Letícia LimaManejo de urgência/emergência na atenção primária a saúde Crise hipertensiva · Maiores problemas em saúde pública – elevado custo médico social · Alta prevalência e baixas taxas de controle · Um dos fatores de risco modificáveis mais importantes DCV · Hipertensão severa: PAS > 180mmHg, PAD > 120mmHg ou combinação · Urgência hipertensiva · Paciente assintomático com LOA prévia · Risco potencial de lesão aguda · Considerar uso de anti-hipertensivo via oral com início de ação rápida com objetivo de reduzir a PA ao longo de 24-72 horas captopril, clonidina, furosemida, hidralazina em gestantes · Reavaliação em horas redução de 20-30mmHg · Hipertensão severa não controlada · Paciente assintomático ou com sintomas inespecíficos e leves · Considerar uso de anti-hipertensivo de ação prolongada com objetivo de reduzir a PA ao longo de 3-7 dias · Pseudocrise hipertensiva · Elevação da PA causada por dor, tontura, vertigem, ansiedade, agitação psicomotora · Tratamento dos fatores desencadeantes · Emergência hipertensiva · Hipertensão severa ou elevação abrupta da PA associada a LOA · Situação grave · UPA/PS · Exame minucioso: avaliar dispneia, dor torácica, cefaleia, sintomas neurológicos focais, crise convulsiva, nível de consciência · Presença de comorbidades, adesão ao tratamento, uso/abuso de substâncias · Encaminhamento imediato para unidade hospitalar Descompensação do Diabetes · Aumento importante da prevalência · Envelhecimento, dieta inadequada, sedentarismo · Elevado número de internações com alto custo – alta taxa de permanência hospitalar, demanda frequente de procedimentos de alta complexidade · Complicações agudas: · Hipoglicemia – mais frequente · Hiperglicemia – mais sérias Cetoacidose diabética e Estado Hiperosmolar Hiperglicêmico (EHH) · Hipoglicemia · Evento agudo comum · Estados prolongados de glicemia < 60 mg/dL podem causar mal-estar, quedas, danos neurológicos e levar ao coma · Assintomática, sintomática ou severa · Fome repentina, cansaço, sudorese excessiva, tonturas, visão turva, cefaleia, tremores, taquicardia, dormência nos lábios e língua, mudança de humor e de comportamento, confusão, convulsões e coma · Manejo inicial · Acomodar o paciente em local calmo e tranquilo · Verificar a glicemia capilar, PA, FC e saturação de oxigênio · Avaliar nível de consciência · Questionar sobre a glicemia usual do paciente e situações que possam causar hipoglicemia (alimentação insuficiente ou omissão de horário, atividade física em excesso ou não programada, ou erros de medicação antidiabética) · Tratamento · Paciente consciente e alimentando-se 30ml de soro glicosado a 50% e repetir a glicemia capilar após 15 minutos; se não houver reversão, repetir o processo · Paciente inconsciente 30ml de glicose 50%, diluídos em 100ml de SF 0,9% EV em acesso calibroso; se sem condições de acesso, colocar 15g de carboidrato de absorção rápida embaixo da língua ou entre a gengiva e a bochecha. Repetir a glicemia capilar em 5 minutos e, se não houve recuperação, o procedimento deve ser repetido · Manter o paciente em observação em uma hora e repetir glicemia capilar · Considerar encaminhar para um serviço de emergência se administração de dose maior de insulina, e episódios de hipoglicemia se mantiverem · Metas terapêuticas imediatas: glicemia > 70 mg/dL · Hiperglicemia · O manejo inicia pela definição, classificação do paciente · Emergência hiperglicêmica · Desidratação grave, acompanhada de poliuria, polidipsia e perda ponderal, hálito cetônico também pode estar presente · Manejo hospitalar ou pronto atendimento, com infusão de insulina contínua e monitorização frequente · Estado hiperglicêmico hiperosmolar (EHH) · Hiperglicemia marcada (acima de 60 mg/dL) · Desidratação com aumento da osmolaridade e ausência de cetoacidose (há secreção endógena de insulina residual) · É mais comum em pacientes com DM2 na presença de sepse aguda (infecção urinária. Infecção pulmonar), evento cardiovascular (IAM, AVC), doença renal crônica ou em pacientes idosos · Alta taxa de mortalidade (5 a 20%) · Sintomas neurológicos como por exemplo, hemiparesia, hemianopsia, convulsão, alteração da consciência, dor, febre, sintomas de desidratação (boca seca, redução do volume urinário) · Cetoacidose · Glicemia relativamente menos elevada (250-350 mg/dL) · Ocorre por deficiência absoluta ou relativa de insulina · É mais comum em DM1 e pode ocorrer também em pacientes com DM2 com falência pancreática · Mortalidade aproximada de 5% · Pode progredir rapidamente para alteração da consciência · Principais sintomas são polidipsia, enurese, hálito cetônico, fadiga, visão turva, náuseas, vômitos, dor abdominal, hiperventilação · Principais causas de emergência hiperglicêmica: · Infecções (76,5%) e sepse · Suspensão/má adesão do tratamento (10%) · Medicamentos hiperglicemiantes (6,6%): corticoides, tiazídicos em altas doses, antipsicóticos atípicos, simpatomiméticos, terapia antirretroviral · Condições agudas graves como IAM, AVC, pancreatite, TEP · Traumas, cirurgias, queimaduras · Gestação · Puberdade · Hiperglicemia aguda por doença intercorrente · A doença de base domina o quadro e não há manifestações de emergência hiperglicêmica. A hiperglicemia é apenas uma das manifestações clínicas do quadro · Deve-se diferenciar pacientes com intercorrência leve (infecções leves a moderadas sem acometimento sistêmico) de quadros graves que devem ser encaminhados para emergência, como IAM, AVC, TEP e sepse · Pacientes estáveis, jovens, sem comprometimento sistêmicos e com possibilidade de procurar atendimento se piora podem ser manejados ambulatorialmente com insulina (início ou aumento transitório da dose) para evitar que o quadro progrida para uma emergência hiperglicêmica · Descompensação crônica · Sem sintomas de hiperglicemia aguda e desidratação ou de outras doenças, histórico de dificuldade de controle da glicemia · Diagnostico: exame clínico e revisão do histórico, descartar demais eventos agudos · Manejo: ajuste do tratamento do DM ambulatorialmente e revisão com brevidade na unidade de saúde Desidratação · Depleção significativa da água do corpo e, geralmente, de eletrólitos · Sede, letargia, mucosa seca, oliguria e, a medida que o grau de desidratação progride, taquicardia, hipotensão e choque · Diagnóstico é clínico · Tratamento com reposição de líquidos e eletrólitos orais ou IV · Causas diversas, GECA mais comum em crianças e idosos · Sem desidratação: Plano A TRO no domicilio · Desidratação não grave Plano B · Iniciar solução de reidratação oral (SRO) na unidade, continuamente, até que desapareçam os sinais de desidratação. Administrar 50 a 100ml/kg no período de 4 a 6 horas · O paciente deve permanecer na unidade de saúde até a reidratação completa · Desidratação grave: avaliação e manejo hospitalar Crise convulsiva · Episódios paroxísticos recorrentes de disfunção do SNC · Manifestação como atividade involuntária motora e alteração da consciência · Classificação: · Focais ou parciais simples: sem perda ou alteração da consciência; complexas: com perda ou alteração de consciência · Generalizadas · Descrição pormenorizada da crise desde o início e dos fenômenos concomitantes e pós-críticos · Nível de consciência · Sinais vitais · Sinais de TCE · Fontanelas em lactentes · Sinais meníngeo · Síndromes toxicológicas Reações alérgicas · Existem cinco tipos, e a mais preocupante é a anafilática, reação imediata ou tipo I mediadas por IgE · São causadas na maioria das vezes por alimentos, picadas de inseto ou contatos com outros animais e por drogas · Pessoa com antecedentes de reações alérgicas são mais propensas a novos episódios assim como pacientes com asma · Alguns fatores desencadeantes: · Alimentos: bananas, fruta cítricas, chá de camomila, leite de vaca, ovos, peixes e crustáceos, amêndoas, entre outros · Animais: insetos (abelhas, formigas), agua-viva e serpentes, entre outros · Medicações: AAS, anti-inflamatóriosnão hormonais, antibióticos (amoxicilina, penicilina, analgésicos e relaxantes musculares) · Outras causas: látex, contrastes radiográficos, fatores físicos (exercícios, baixas temperaturas) · Quadro clínico anafilático · Sintomas respiratórios: dispneia, edema laríngeo, broncoespasmo · Sintomas cardiovasculares: hipotensão, tontura, arritmia · Sintomas dermatológicos: urticária, prurido, angioedema · Sintomas gastrointestinais: vômitos, náuseas, cólica, dor abdominal · Manejo · Condição de absoluta emergência – SAMU · Manutenção da oxigenação e a perfusão de órgãos vitais · Adrenalina é a droga de escolha e deve ser imediatamente administrada. A epinefrina é administrada em solução aquosa a 1:1000, dose para adultos e de 0,3ml-0,5ml por via intramuscular ou subcutânea, essa dose pode ser repetida a cada 15 minutos, de duas a três vezes. Para crianças, a dose é 0,01mg/kg. A via intramuscular tem ação mais rápida que a subcutânea · Considerar uso de Salbutamol spray oral se ocorrer broncoespasmo · Corticoides orais ou venosos e anti-histamínicos não são uteis para a fase aguda · Angioedema/urticária · Urticaria tem o comprometimento somente da epiderme e da mucosa; já no angioedema, o comprometimento é mais profundo, da derme e da submucosa · Autolimitada, tratamento sintomático é suficiente · Anti-histamínicos (loratadina, prometazina e dexclorferinamina), corticoides orais (prednisona, prednisolona) por curtos períodos de tempo (três dias) e, nos casos mais graves, epinefrina (edema de glote) · Edema de glote muitas vezes exige que o medico esteja apto para realizar cricostomia