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Tutoria SP 1


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Tutoria- 1.1 “Positivo, E agora?”
1. Entender o que são e quais são os tipos de malformação fetal.
· As malformações são distúrbios na forma, estrutura e/ou função de órgãos, células ou componentes celulares de origem embrionária, ou seja, anormalidades morfológicas identificadas ainda durante a gravidez, podem ocorrer em qualquer estágio do desenvolvimento embrionário e, até, estar presente no nascimento denominadas anomalias congênitas e que podem surgir em qualquer fase do desenvolvimento fetal.
Extra!! Segundo a OMS, são a 2ª maior causa de mortalidade infantil, sendo diagnosticadas no período gestacional ou na fase neonatal (28ª semana até o 7º dia após o nascimento, dependendo da literatura). (DUARTE, 2009).
· Podem ser: - Estruturais ou morfológicas: quando há alterações estruturais anatômicas, afetando a formação de órgãos e sistemas.
 Ex.: Microcefalia, defeitos do septo atrial e ventricular 
 - Funcionais: há alteração no funcionamento de sistemas específicos, levando a deficiências no desenvolvimento, sem alteração anatômica necessariamente. Ex.: Trissomia do 21 (Síndrome de Down) 
 - Metabólicas: relacionadas a distúrbios metabólicos. Ex.: Hipotireoidismo 
 - Comportamentais: afetam o comportamento do feto. Ex.: Síndromes
Elas afetam sobretudo os sistemas cardíaco, a medula espinal, sistema urinário, digestivo e estruturas musculoesqueléticas. Podem incluir também comprometimento intelectual, sensorial, degenerativo ou imunológico. Alterações neuropsicomotoras ou, até, erros inatos do metabolismo. 
· Além dessas, diante das malformações congênitas existe a divisão em maior e menor 
- Maior: Possuem grande relevância medica, social e estética, em geral precisam de intervenção médica por sua alta morbimortalidade. Ex.: fendas labiais e palatinas, malformações cardíacas, defeito do fechamento do tubo neural, etc.
- Menor: São mais comuns, mas não representam um risco importante no período neonatal, não possuem muitas complicações ou efeitos deletérios graves. 
Ex.: fronte proeminente, entrópio, pequenos colobomas de íris, arcos branquiais remanescentes, hipodontia, hidrocele, etc.
2. Compreender como os agentes teratogênicos influenciam na malformação congênita (Explicar a atuação do álcool, fumo e arboviroses).
· Um agente teratogênico pode ser definido como qualquer substância, organismo, agente físico ou estado de deficiência que, estando presente durante a vida embrionária ou fetal, pode produzir uma alteração na estrutura ou função da descendência. 
· Exposição a substâncias químicas, os teratógenos, durante a gravidez pode ter impacto negativo no desenvolvimento embrionário. Essa exposição pode interferir na divisão celular, migração celular, diferenciação celular e desenvolvimento de órgãos, resultando nas anomalias embrionárias. 
· Os danos causados pelos teratógenos envolvem morte celular, alterações de crescimento e/ou diferenciação entre processos morfogênicos, que em geral, vão afetar vários tecido e órgãos. Esses danos ainda podem ser agrupados nas classes: perda do concepto (por abortamento ou morte fetal), malformações, retardo do crescimento intrauterino e deficiências funcionais. 
· Álcool: O álcool pode causar um conjunto de características associadas que causam deficiência intelectual causando a Síndrome Alcoólica Fetal (SAF). 
- O etanol se distribui no tecido fetal após a ingestão da bebida, atinge o SNC onde interfere no desenvolvimento e maturação do cérebro. 
- Os Efeitos Relacionados ao Álcool (ERA)- Malformações congênitas relacionadas ao álcool (cardíacas, esqueléticas, renais, oculares, auditivas (surdez), etc. Além disso, existem os Transtornos do Espectro do Álcool Fetal (FASD- Fetal Alcohol Spectrum Disorders) assim denominados toda a variabilidade de apresentação teratogênica do etanol em humanos. 
· Tabagismo: Estudos mostram que o tabagismo na gestação pode contribuir para a síndrome da morte súbita do bebê, além de causar importantes alterações no desenvolvimento do SN fetal. 
- Dentre as principais agressões provocadas pelo tabagismo está a insuficiência útero-placentária, já que causa a vasoconstrição dos vasos do útero e da placenta, reduz o fluxo sanguíneo e a oferta de oxigênio e nutrientes para o feto. Durante uma apneia transitória ou obstrução das vias não há resposta da medula adrenal de liberação das catecolaminas para redistribuir o fluxo sanguíneo para cérebro e coração e para manutenção da freq.. cardíaca durante a hipóxia. 
- Além das alterações neuropsicomotoras, a neurotoxicidade da nicotina (que interage com os receptores colinérgicos) prejudica a neurogênese e a sinaptogênese.
- Reduz também o crescimento dos pulmões e reduz as vias aéreas, fator que, além da gravidez, pode levar a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) 
- Comprometimento do sistema imunológico, pois diminui a capacidade fagocitária e os níveis de IgA nas mucosas, além da ruptura membranosas e infecção das futuras vias aéreas. 
- Outro fator responsável pelo aumento de abortamentos em fumantes é a redução da síntese placentária de óxido nítrico, um potente relaxante do miométrio. O fator de ativação das plaquetas está envolvido no início e na manutenção do trabalho de parto, através da síntese de prostaglandinas.
· Arboviroses: As principais causas das anomalias são os transtornos congênitos e perinatais, muitas vezes associados a agentes infecciosos deletérios à organogênese fetal, tais como os vírus da rubéola, da imunodeficiência humana (HIV), o vírus Zika, o citomegalovírus; o Treponema pallidum e o Toxoplasma gondii.
A transmissão vertical de patógenos através da interface materno-fetal é responsável pela infecção fetal e pode interromper a organogênese. 
- Zica vírus: doença causada pelo vírus ZIKV, pode ser sintomática ou assintomática. A principal condição grave associada ao aparecimento de malformações congênitas desencadeada por essa doença é a Microcefalia (redução do tamanho da cabeça e cérebro dos recém-nascidos). As gestantes infectadas também podem transmitir esse vírus via transplacentária o que aumenta o risco de aborto espontâneo, óbito fetal ou malformações congênitas (alterações cerebelares, atrofia cerebral, ausência de corpo caloso e ventriculomegalia etc. 
3. Identificar as causas da prematuridade e explicar os impactos no crescimento e desenvolvimento da criança.
Dentre as causas mais comuns estão as relacionadas a doenças obstétricas e ginecológicas, são elas: Hipertensão na gestação, diabetes gestacional, parto prematuro anterior, doenças uterinas e infecções maternas. 
- A maioria das complicações da prematuridade é causada por órgãos e sistemas orgânicos que ainda não se desenvolveram ou amadureceram totalmente. O risco de complicações também depende, em parte, da presença de determinadas causas de prematuridade, como infecção, diabetes, hipertensão arterial ou pré-eclâmpsia.
Alguns dos impactos principais ocorrem, pois, os sistemas e órgãos não estão completamente desenvolvidos completamente, para atuar na sua forma mais eficiente e completa. São eles:
- Subdesenvolvimento do cérebro, pois diversos problemas surgem antes do cérebro estar plenamente desenvolvido. Dentre eles, respiração inconsistente, dificuldade em coordenar a alimentação e a respiração, Sangramento no cérebro. 
- Subdesenvolvimento do aparelho digestivo e fígado 
- Subdesenvolvimento do sistema imunológico 
- Subdesenvolvimento dos rins e pulmões 
- Problemas cardíacos 
- Dificuldade em regular a temperatura corporal 
Além disso, existem outras complicações como a hipoglicemia neonatal, decréscimo da neoglicogênese hepática e à redução do tecido adiposo. A hipocalcemia também decorre da prematuridade e da ocorrência de hipóxia. 
4. Diferenciar crescimento de desenvolvimento.
Apesar de serem sinônimos, na prática médica detêm significados diferentes. 
 A palavra Crescimento para designar o aumento físico, de modo que ele representa os processosde hipertrofia e hiperplasia celulares( aumento do nº de células de um órgão ou tecido em decorrência de estímulos externos), com relação ao crescimento avalia-se peso e altura da criança com o passar do tempo. 
 - O crescimento é dividido em: pré-natal, primeira infância (0-2 anos), segunda infância (3-6 anos), terceira infância (7-12 anos), puberdade e adolescência (12-18 anos)
 A palavra Desenvolvimento corresponde ao ganho de função e/ou aquisição de habilidade pela criança e pelo adolescente como as habilidades neuropsicomotoras e as funções sexuais. Normalmente, esse fator e controlado por hormônios.
5. Entender os fatores que podem influenciar no retardo do crescimento intrauterino.
A restrição do crescimento fetal (RCF) ou seja quando o bebê está pequeno dentro da barriga quando comparado aos valores esperados de crescimento e desenvolvimento, ainda é uma das principais complicações da gravidez e está associada a risco elevado de óbito fetal, sofrimento fetal intraparto e admissão em unidade de terapia intensiva neonatal. Pode ocorrer por condições maternas, fetais ou placentárias, que frequentemente resultam em má-perfusão placentária e redução do aporte nutricional para o feto. 
Algumas causas de restrição de crescimento intrauterino são: Causas genéticas (alteração), mãe com mais de 35 anos, mãe com menos de 54 kg quando começa o pré-natal, mãe que não consegue ganhar peso ao longo do pré-natal, intervalo entre duas gestações menor que 2 anos, Uso de álcool, tabagismo, Uso de remédios, Diabetes avançado, PA alta, pré-eclâmpsia ou doença cardíaca, Doença renal crônica, lúpus, anemia Infecções como rubéola, citomegalovírus, toxoplasmose e sífilis, Doença renal ou pulmonar, Desnutrição ou anemia, Anemia falciforme ou abusar de drogas. 
Além desses, a desnutrição materna ( segundo ) é a causa mais frequente de RCF no mundo. 
6. Descrever a fisiopatologia, sinais e sintomas, letalidade, incubação, diagnóstico, prevenção, tratamento e risco teratogênico (Sífilis, Rubéola, Zyca);
Sífilis: 
· Fisiopatologia: 
EXTRA!! As espiroquetas são bacilos espiralados e flexíveis, móveis e delgados, anaeróbio facultativo, podendo ser visualizados na microscopia de campo escuro ou por imunofluorescência (LEVINSON, 2016).Seu corpo espiralado é envolto por uma membrana citoplasmática, na qual existe uma camada de peptideoglicano que dá estabilidade a estrutura, comportando-se como uma organela de locomoção. As espiroquetas penetram nas mucosas, principalmente após contato sexual, pelas pequenas erosões após o coito, produzem diversas lipoproteínas que ativam o sistema inume e causam a destruição local dos tecidos. Invadem o sistema linfático e se disseminam por via hematogênica. Se não tratada, causam infecção generalizada atingindo todos os tecidos do corpo (BRASIL, 2006; AVELLEIRA; BOTTINO, 2006; LINS, 2014; LEVINSON, 2016).
· A sífilis pode ser dividida em quatro fases distintas sífilis primária, secundária, terciária e sífilis congênita.
· Na primeira fase, também denominada como cancro duro, ou protosifiloma, que se manifesta em média de três semanas após infecção na região em que teve o contato com as espiroquetas, comumente não apresenta dor (AVELLEIRA; BOTTINO, 2006; FERREIRA, 2013; LINS, 2014). No princípio a lesão é uma pápula roseada e progride para vermelho, posteriormente aparece inflamação ganglionar na região infectada, na maioria dos casos na região genital. O cancro retrocede naturalmente em um período que varia de quatro a cinco semanas sem deixar cicatriz. A figura 1 apresenta uma lesão primária (AVELLEIRA; BOTTINO, 2006; LEVINSON, 2016). 
· Na segunda fase, ocorre manifestação sistêmica das espiroquetas surgindo pápulas róseas eritematosas principalmente nas regiões plantares e palmares, na mucosa oral e descamação da pele, poli adenomegalia generalizada e em alguns casos alopecia. Em geral o indivíduo apresenta outros sintomas como cefaleia, febre baixa, etc. Nesta fase também há regressão espontânea da doença seguida de uma fase de latência, se não tratada evolui para sífilis terciária. 
· Na terceira fase, além da pele e mucosas, a infecção acomete o sistema nervoso causando a neuro sífilis, compromete o sistema cardiovascular, ossos, fígado e tecido muscular. Geralmente, as lesões na fase terciária é o aparecimento de granulomas e o desaparecimento da carga bacteriana, as feridas tem características específicas e os granulomas podem difundir-se e perfurar o palato duro e o septo nasal. 
· Agente etiológico: O Treponema pallidum, é uma bactéria gram-negativa da ordem das espiroquetas. Possui aproximadamente 10 a 13 mícrons de comprimento, mas apenas 0,15 de largura, o que o torna muito delgado, dificultando sua visualização por microscopia direta.
· Transmissão: A transmissão ocorre, geralmente, através do contato direto com a lesão infecciosa durante o ato sexual. Para ocorrer infecção, a lesão deve estar aberta e com presença de microrganismos, como ocorre na lesão primária e em algumas manifestações secundárias da sífilis (manchas mucosas e condiloma lata). Já as lesões cutâneas apresentam baixo risco de transmissão por conter poucos treponemas. Pacientes com sífilis latente também são considerados infecciosos.
· Manifestações clínicas: Pacientes com sífilis podem apresentar inúmeros sintomas ou podem testar positivo no teste sorológico sem presença de sintomas (sífilis latente). A sífilis precoce compreende a sífilis primária e secundária, que ocorre, geralmente, semanas a meses após a infecção inicial. 
Quando não tratada, essa infecção pode progredir para uma doença latente tardia ou desenvolver uma sífilis terciária. A manifestação clínica tardia pode ocorrer de 1 a 30 anos após a infecção inicial e apresenta repercussões sistêmicas.
Pode ser classificada de duas formas:
- Segundo o tempo de infecção: sífilis adquirida recente (menos de um ano de evolução, compreende sífilis primária, secundária e latente precoce); Sífilis adquirida tardia (mais de um ano de evolução). 
- Segundo as manifestações clínicas da sífilis adquirida: primária, secundária, latente e terciária.
· Testes imunológicos: São os mais utilizados na prática; para o diagnóstico devem ser utilizados testes treponêmicos + testes não treponêmicos.
Treponêmicos: detectam anticorpos específicos produzidos contra os antígenos do pallidum;
Exemplos: testes de hemaglutinação e aglutinação passiva (TPHA), teste de imunofluorescência indireta (FTA-Abs), quimioluminescência (EQL), ensaio imunoenzimático indireto (ELISA), testes rápidos.
Não treponêmicos: detectam anticorpos não específicos para os antígenos do pallidum; podem ser quantitativos (titulação de anticorpos) ou qualitativos (presença ou ausência de anticorpo).
· Tratamento: Cuidados diários, medicação e proteção nas relações. 
· Riscos teratogênicos: 
Rubéola: 
· Fisiopatologia: A rubéola transmitida através da inalação dos aerossóis infectados e possui um período de incubação que varia de 12 a 23 dias. O vírus se replica inicialmente nas células da nasofaringe, bem como nos linfonodos e após cinco a sete dias da inoculação tem-se início a viremia. Os indivíduos infectados são contagiosos por uma a duas semanas antes que a infecção se torne aparente, sendo que em vários casos a infecção é assintomática, dificultando o controle da rubéola. Após a infecção, os acometidos desenvolvem anticorpos IgG que oferece uma imunidade protetora, contudo, pode ocorrer reinfecção. Esta raramente pode resulta em viremia detectável ou risco para o feto.
· Quadro Clínico: As manifestações clínicas da rubéola pós-natal costumam serem leves e muitos casos são assintomáticos. Geralmente, tem-se início com erupção maculopapular, febre baixa e linfoadenopatia retro auricular, occipital e cervical. Artralgias e artrite são comuns em adolescentes e em mulheres. A forma da rubéola congênita é mais severa, causando vasculite generalizada, miocardite, pneumonia intersticial, trombocitopenia, encefalite e hepatite e surdez.
· Diagnóstico: Os sinais e sintomas da rubéola são inespecíficose pode ser facilmente confundido com doenças causadas por outros patógenos, o que torna necessário a associação dos dados clínicos com os dados epidemiológicos e laboratoriais. As palpações dos linfonodos da região do pescoço associado à febre baixa e erupções cutâneas ajudam para nortear o diagnóstico. A titulação dos anticorpos IgM e IgG para a rubéola é usada para confirmação ou descarte dos casos.  Na infecção congênita, a rubéola pode ser confirmada a partir do isolamento viral do sangue do cordão umbilical ou da placenta.
· Tratamento: Não há tratamento específico para a rubéola e consiste apenas em cuidados de suporte, variando conforme o caso. A vacinação é uma ótima forma de prevenção disponível atualmente, inclusive no Brasil.  O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza desde o ano de 2000 a tríplice viral que oferece imunização contra o Sarampo, a Caxumba e a Rubéola.
· Riscos Teratogênicos: A Síndrome da Rubéola Congênita (SRC) é uma doença congênita, que significa uma particularidade de algo que está presente desde o nascimento. Ela é decorrente da infecção da mãe pelo vírus da Rubéola durante as primeiras semanas da gravidez. Quanto mais precoce for a infecção em relação à idade gestacional, mais grave é a doença. A infecção da mãe pode resultar em aborto, morte fetal ou anomalias como diabetes, catarata, glaucoma e surdez. 
· Zika Vírus: 
· Fisiopatologia: O vírus Zika (VZIK) é um arbovírus composto de RNA da família Flaviviridae (gênero Flavivirus), que é a mesma família que inclui o vírus da dengue e chikungunya. A transmissão é feita pelo mosquito Aedes e mostra potencial associação com complicações neurológicas e autoimunes, como microcefalia congênita, distúrbio da paralisia do adulto e síndrome de Guillain-Barré. 
· Sintomas: A infecção tem curso autolimitado e apenas 20% dos pacientes infectados manifestam sintomas, com duração de 5 a 7 dias, que geralmente são de natureza leve e incluem febre, dores articulares, mialgia, erupção cutânea maculopapular, cefaleia retro orbitária e conjuntivite. Outros sintomas menos frequentes são inchaço corporal, dor de garganta, tosse e vômitos. Esses sintomas duram de 4 a 7 dias. 
· Riscos Teratogênicos: A gestante infectada, sintomática ou assintomática, pode transmitir o vírus para o feto durante todo o período gestacional, oportunizando a manifestação de diversas anomalias congênitas - sobretudo a microcefalia -, alterações do Sistema Nervoso Central e outras complicações neurológicas que, em conjunto, constituem a Síndrome Congênita do vírus Zika (SCZ). As crianças com SCZ tendem a ter uma ampla gama de deficiências intelectuais, físicas e sensoriais, que duram a vida toda.
· Diagnóstico: Consiste na demonstração do vírus no sangue (fase aguda) e na urina (após a 1ª semana de sintomas), usando RT-PCR por transcriptase reversa. Pode ser identificado o RNA viral no líquido amniótico e no líq. cefalorraquidiano. Testes sorológicos para detecção de IgM contra VZIK também podem ser usados no 4º-5º dia do início dos sintomas, podendo permanecer presentes por até 2 a 3 meses, semelhante a outros Flavivirus. Contudo, não são específicos para o VZIK. 
· Tratamento: é sintomático. O foco está na prevenção centrada na eliminação do vetor e em evitar viagens para áreas endêmicas.
· Risco Teratogênico: As alterações fetais são mais graves quando a infecção ocorre nos primeiro e segundo trimestres da gestação, pode ocorrer desde a morte fetal até várias anomalias, tais como baixo peso, anasarca, perda auditiva, malformações oculares e do SNC. As anomalias fetais mais encontradas e visualizadas pela ultrassonografia (US) e ressonância magnética (RM) são microcefalia, ventriculomegalia e calcificações multifocais, e em alguns casos alterações da fossa posterior, tais como hipoplasia cerebelar e pontina.
7. Entender de que forma o pré-natal atua na prevenção da malformação congênita e prematuridade (Quais principais exames de triagem e diagnóstico precoce)
O pré-natal exerce papel crucial na prevenção desses empecilhos por meio de uma série de medidas preventivas, monitoramento e intervenções médicas. 
· Permite diagnóstico precoce pois durante as consultas os profissionais realizam exames e avaliações de detecção, por ex.: ultrassom. A partir disso, permite-se uma intervenção médica ou cirurgias adequadas antes ou após o nascimento para minimizar os impactos. 
· Monitoramento do desenvolvimento fetal, assim caso identifique um fator que afete o curso normal da gravidez pode ser tomada medidas. 
· Identificação e tratamento de condições materna assim ocorre o monitoramento e tratamento de forma a impedir o máximo qualquer tipo de agressão ao bebê.
· Educação e aconselhamento sobre hábitos saudáveis, administração de medicamentos e suplementos.
· Identificação e manejo de riscos, prevenção e tratamento de infecções 
· Exames: 
· Ultrassonografia Obstétrica: permite visualizar o feto, útero e os órgãos reprodutivos da mãe. São realizados vários exames para monitorar o crescimento, avaliar a anatomia e detectar qualquer problema. 
· Ultrassonografia Morfológica ou Anatomia Fetal: é um ultrassom mais detalhado que examina minunciosamente a anatomia fetal entre a 18ª-22ª semana de gestação. 
· Testes de Triagem Pré-natal: por ex.: transluscência nucal, DNA fetal no sangue materno e rastreamento de marcadores séricos maternos, ajudam a identificar os riscos de condições genéticas e cromossômicas. 
· Amniocentese e Biópsia de Vilosidades Coriônicas (CVS): são mais invasivos obtendo amostras de líquido amniótico ou tecido das vilosidades coriônicas para análise genética. 
· Avaliação da Função Placentária: fluxo sanguíneo uterino e fetal. 
· Monitoramento dos Batimentos Cardíacos Fetais: doppler fetal 
8. Descrever como os impactos biopsicossociais podem influenciar desenvolvimento doenças no perinatal.
Fatores Biológicos: 
Genética: A predisposição genética pode influenciar a suscetibilidade a certas condições médicas durante o período perinatal, como anomalias congênitas, doenças metabólicas hereditárias e distúrbios genéticos. 
Saúde Materna: A saúde da mãe antes e durante a gravidez desempenha um papel crucial. Condições médicas pré-existentes, como diabetes, hipertensão, obesidade e infecções, podem aumentar o risco de complicações perinatais. 
Exposições Ambientais: A exposição a substâncias tóxicas, poluentes ambientais, drogas ilícitas, álcool e tabaco durante a gravidez pode causar danos ao feto e aumentar o risco de doenças perinatais. 
Fatores Psicológicos: 
Estresse Materno: O estresse materno durante a gravidez pode afetar negativamente o desenvolvimento fetal e aumentar o risco de complicações perinatais, incluindo parto prematuro e baixo peso ao nascer. 
Saúde Mental Materna: Distúrbios de saúde mental, como depressão, ansiedade e transtorno bipolar, podem impactar a saúde materna e fetal, bem como a capacidade da mãe de cuidar do bebê após o nascimento. 
Fatores Sociais:
 Determinantes Sociais da Saúde: Condições socioeconômicas, acesso aos cuidados de saúde, habitação, educação e apoio social desempenham um papel crucial na saúde perinatal. Mulheres em situação de vulnerabilidade socioeconômica têm maior probabilidade de enfrentar desafios durante a gravidez e parto.
Rede de Suporte Social: O apoio emocional, prático e financeiro de familiares, amigos e comunidade pode ajudar a reduzir o estresse e melhorar os resultados perinatais.
Fatores Culturais e Contextuais: Normas culturais, crenças, práticas de cuidados de saúde e acesso a recursos podem influenciar a saúde materna e fetal durante o período perinatal. 
A interação complexa entre esses fatores biopsicossociais pode afetar o desenvolvimento de doenças perinatais de várias maneiras. Por exemplo, o estresse crônico materno pode desencadear respostas fisiológicas que aumentam o risco de complicações durante a gravidez. Da mesma forma, a falta de acesso a cuidados pré-natais adequados devido a fatores sociais pode resultar em diagnóstico tardio e tratamento inadequado de condiçõesmédicas perinatais.
9. Descrever sobre a Síndrome do Álcool Fetal (SAF)
· A síndrome alcoólica fetal é um distúrbio que afeta o desenvolvimento do feto e é causado pela exposição ao álcool durante a gravidez. Entende-se por síndrome alcoólica fetal (SAF) o conjunto de sinais e sintomas de uma condição clínica prevenível. 
· Pode resultar em várias consequências relacionadas ao neurodesenvolvimento, incluindo retardo mental e deficiências em capacidade cognitiva, atenção, função executiva, controle motor e comportamento.
Os fatores de risco associados ao consumo de álcool durante a gestação incluem: idade maior que 25 anos, baixo nível socioeconômico, tabagismo, ser solteira, desempregada, usuária de drogas ilícitas, história de abuso sexual ou físico ou negligência, história de encarceramento, ter parceiro ou membro da família que bebe muito e apresentar estresse psicológico ou distúrbio da saúde mental. 
Além disso, muitos dos efeitos teratogênicos no SNC podem ocorrer no segundo e no terceiro trimestres de gravidez, quando a maioria dos outros órgãos já passou da fase de organogênese ativa (o córtex cerebral, por exemplo, continua a se desenvolver ativamente durante toda a gestação, principalmente ao formar as diferentes camadas corticais, no crescimento neuronal e brotação de formação, sinapse e mielinização).
ALTERAÇÕES FACIAIS E RESTRIÇÃO DO CRESCIMENTO 
•	Baixo peso e estatura ao nascimento e pós-natal (inferior ao percentil 10 da população para idade e sexo) 
•	Dismorfias faciais: fenda palpebral pequena, filtro apagado, lábio superior fino. 
•	Anomalias de Sistema Nervoso Central, incluindo perímetro cefálico inferior ao percentil 10 da população, anomalias estruturais como agenesia de corpo caloso; distúrbios neurológicos e comportamentais.
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