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CIÊNCIA E CIDADANIA R ep ro d uç ão p ro ib id a. A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 445 C a p ít u lo 1 7 • R e p ro d u çã o e c ic lo s d e v id a Camisinha Entre as práticas anticoncepcionais mais difun- didas, destaca-se o uso de barreiras mecânicas, que evitam o encontro dos gametas. O preservativo, popularmente chamado de camisinha, é um protetor de látex utilizado para envolver o pênis durante o ato sexual, de modo a reter o esperma ejaculado, evitando que ele seja depositado na vagina. O preservativo femi- nino, que a mulher introduz na vagina antes da relação sexual, tem a mesma finalidade. Além de atuar como anticoncepcional, a camisinha é também eficiente na prevenção da aids e de outras doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). Diafragma O diafragma é um dispositivo de borracha que deve ser colocado no fundo da vagina, de modo a fechar o colo do útero e impedir a entrada de esper- matozoides. É comum aplicar no diafragma uma ge- leia contendo substâncias espermicidas, que matam espermatozoides e aumentam o índice de segurança do método. (Fig. 17.18) Figura 17.17 Gráfico que mostra as variações da temperatura corporal de uma mulher ao longo do ciclo menstrual; esse acompanhamento permite avaliar o período de menor risco de gravidez (período seguro), representado em verde. Figura 17.18 Representação esquemática da colocação correta do diafragma na vagina, de modo a cobrir totalmente o colo uterino. (Imagens sem escala, cores-fantasia.) Pílula anticoncepcional A pílula anticoncepcional, um dos métodos con- traceptivos mais utilizados no mundo, consiste ge- ralmente em uma mistura de hormônios sintéticos (progesterona e estrógeno), que a mulher deve ingerir todos os dias, a partir do 5o dia após a menstruação. De- pois de 21 dias, suspende-se a pílula por uma semana e recomeça-se um novo lote de 21 pílulas. A menstruação costuma ocorrer cerca de três dias após a suspensão da ingestão das pílulas. Os dois hormônios presentes na pílula anticoncep- cional inibem a secreção de FSH e de LH pela hipófise. Na falta desses dois hormônios, não ocorre ovulação. A manutenção de níveis altos de estrógeno e de pro- gesterona no sangue induz o crescimento da mucosa uterina, a qual se descama quando o nível desses hor- mônios se reduz, no período de uma semana em que a pílula deixa de ser ingerida. A chamada pílula do dia seguinte, também conhe- cida como método contraceptivo de emergência, é um composto hormonal utilizado para prevenir uma gra- videz indesejada dentro de 72 horas após uma relação desprotegida ou acidental. ovário Útero Bexiga urinária Tuba uterina cérvix uterino Vagina diafragma diafragma cobrindo o colo uterino 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 1 2 3 4 5 6 7 37,0 36,8 36,6 36,4 36,2Te m p er at u ra e m g ra u s cé ls iu s Menstruação MenstruaçãoPeríodo seguroOvulação Dias do ciclo R ep ro d uç ão p ro ib id a. A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 446 U n id a d e E • R e p ro d u çã o e d e se n vo lv im e n to Os hormônios constituintes dessa pílula atuam basicamente de duas formas: impedem a ovulação (se ainda não ocorreu) e não permitem que o embrião se implante na parede uterina, entre cinco e seis dias depois da fertilização. Pesquisas científicas têm procurado avaliar se a ingestão de hormônios pode ser responsabilizada por problemas à saúde, tais como alterações na coagula- ção sanguínea, arteriosclerose e infartos. Um estudo verificou que mulheres fumantes e usuárias de pílulas anticoncepcionais apresentavam risco 10 vezes maior de morte por problemas cardiorrespiratórios. É impor- tante que os contraceptivos orais sejam utilizados sob rigoroso acompanhamento médico, a fim de evitar efeitos colaterais prejudiciais decorrentes da ingestão de hormônios. Particularmente, a utilização da pílula do dia seguinte exige cuidados especiais. Dispositivo intrauterino: DIU DIU é a sigla de dispositivo intrauterino, nome pelo qual são conhecidos os dispositivos de plástico e metal introduzidos no útero com o objetivo de evi- tar a concepção. O DIU deve ser implantado por um médico especialista e, a menos que cause problemas colaterais evidentes, pode permanecer no útero até que a mulher deseje engravidar. O modo de ação do DIU ainda não é totalmente compreendido. Acredita-se que sua presença no útero cause uma pequena inflamação, atraindo macrófagos que destroem os embriões que tentam se implantar na mucosa uterina. Por isso, alguns consideram a utilização do DIU um método abortivo, uma vez que, indiretamente, causa a morte do embrião, por impedir que este se fixe ao útero. (Fig. 17.19) Figura 17.19 Representação esquemática do DIU na cavidade uterina (mostrado por transparência). Figura 17.20 Representação esquemática da vasectomia, cirurgia em que os ductos deferentes são secionados. Embora a cirurgia possa ser revertida, nem sempre há sucesso em recuperar a fertilidade. Entretanto, homens vasectomizados que querem ter filhos podem coletar espermatozoides diretamente do testículo e utilizá-los na fecundação in vitro. dIu Útero colo uterino Vagina ducto deferente interrompido Pênis Parte do ducto é eliminada Epidídimo Testículo ovário Parte da tuba é eliminada Tuba uterina Útero corte das tubas uterinas Como não afeta a produção de testosterona pelos testículos, a vasectomia não tem nenhum efeito ne- gativo sobre a atividade sexual do homem. O homem vasectomizado atinge o orgasmo e ejacula normal- mente, com a diferença de que seu esperma não con- tém espermatozoides, sendo constituído apenas pelas secreções das glândulas acessórias. (Fig. 17.20) Vasectomia Esterilização é qualquer processo que impede defini- tivamente a concepção. No caso do homem, o processo utilizado na esterilização é a vasectomia, que consiste no secionamento dos ductos deferentes de modo que os espermatozoides não possam chegar à uretra. Figura 17.21 Representação esquemática da laqueadura tubária, uma cirurgia abdominal em que se secionam as tubas uterinas. Em geral, essa cirurgia é feita em mulheres que já tiveram filhos. (Imagens sem escala, cores-fantasia.) Laqueadura tubária A esterilização feminina é denominada laquea- dura tubária e consiste no secionamento das tubas uterinas. Assim, os espermatozoides são impedidos de chegar até os óvulos. (Fig. 17.21) CIÊNCIA E CIDADANIA R ep ro d uç ão p ro ib id a. A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 447 C a p ít u lo 1 7 • R e p ro d u çã o e c ic lo s d e v id a As doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) constituem um dos grandes problemas de saúde pública mundial nos dias de hoje. É direito e dever de todo cidadão manter-se informado sobre as doenças transmissíveis e evitar sua transmissão, uma vez que sua disseminação afeta toda a sociedade. Há diferentes tipos de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), causadas por diversos tipos de agentes infecciosos, entre eles vírus, bactérias, fungos, protozoários e artrópodes. Esses agentes são geral- mente transmitidos de uma pessoa a outra pelo con- tato sexual e, exceto no caso da pediculose pubiana (popularmente conhecida por “chato”) e de algumas viroses, todas essas doenças podem ser prevenidas pelo uso de camisinha durante a relação sexual. Algumas DSTs são difíceis de curar, mas em todos os casos há tratamentos que amenizam os sintomas ou podem evitar a progressão da doença. Outras DSTs são curáveis, desde que se procure rapidamente ajuda médica. Figura 17.22 Vírus HIV saindo de célula contaminada (aumento . 200.0003). Aids A mais temível das DSTs é a síndrome da imu-nodeficiência adquirida, ou aids (do inglês, acquired immunodeficience syndrome), doença até o momento incurável, embora já existam formas de tratamento que podem melhorar a condição de vida dos doentes. A aids é causada pelo vírus da imunodeficiência humana, ou HIV (do inglês, human immunodeficience virus), que ataca células do sistema imunitário, entre elas o linfócito T auxiliador (célula CD4). Os linfócitos T auxiliadores são os “comandantes” da defesa imunitária do organismo: são eles que estimulam os linfócitos B a produzir anticor- pos e os linfócitos T citotóxicos (células CD8) a destruir células estranhas ao organismo. O HIV ataca e destrói os linfócitos CD4, diminuin- do a capacidade do organismo de reagir às infecções mais comuns. Com isso, a pessoa infectada pelo HIV pode ser atacada por diversos tipos de microrganis- mos que, em condições normais, não representariam perigo. (Fig. 17.22) Doenças sexualmente transmissíveis (Dsts) Proteínas do envoltório viral inseridas na membrana da célula infectada Membrana plasmática Partícula viral em formação Partícula viral livre Citoplasma
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