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Figura 12.23 Representação esquemática da região anterior de uma minhoca (Lumbricus sp.) com a parede do corpo removida para mostrar os vasos que constituem o sistema circulatório. Essa espécie apresenta cinco pares de corações laterais. (Imagem sem escala, cores-fantasia.) Boca Corações laterais Capilarizações no tubo digestório Vaso sanguíneo ventral Capilarização na superfície corporal Vaso sanguíneo dorsal R ep ro d uç ão p ro ib id a. A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 389 C a p ít u lo 1 2 • M o lu sc o s e a n e líd e o s Sistema circulatório e respiração A minhoca e outros anelídeos têm sistema circulatório fechado; o fluido circulatório, de- nominado sangue, circula sempre dentro de vasos sanguíneos. Um grande vaso dorsal conduz o sangue da região posterior para a região anterior do corpo e dois vasos ventrais conduzem o sangue em sentido inverso. Esses grandes vasos estão ligados a redes de finos capilares san- guíneos, que irrigam as diversas partes do corpo. (Fig. 12.23) O sangue da minhoca é impulsionado por contrações rítmicas das paredes dos grandes vasos, que são dotadas de células musculares. Em P. hawayana, há quatro vasos laterais, que circundam a moela e são especializados em contrair-se ritmicamente, os corações laterais. Ao passar perto da superfície do corpo, o sangue dos vasos capilares absorve gás oxigênio e libera gás carbônico. Ao passar pelos diversos órgãos e tecidos internos, libera o gás oxigênio para as células e recolhe gás carbônico e excreções. Ao passar pelos vasos que recobrem o intestino, o sangue recolhe os nutrientes absorvidos pelas células intestinais, distribuindo-os, em seguida, para todas as partes do corpo. O sangue da minhoca tem cor vermelha devido à presença de moléculas de hemoglobina, semelhantes à hemoglobina dos vertebrados. Essa proteína possui ferro (Fe) em sua composição. A hemoglobina combina-se com o gás oxigênio, transportando-o pelo sangue. Alguns anelídeos, como certos moluscos, apresentam hemocianina no sangue em vez de hemoglobina. As minhocas não têm sistema respiratório. A absorção de gás oxigênio e a eliminação de gás carbônico são efetuadas pela superfície corporal, caracterizando a respiração cutânea. A superfície corporal das minhocas terrestres precisa estar sempre umedecida para permitir a difusão dos gases respiratórios. Isso é garantido por pequenos poros dorsais, pelos quais a minhoca expele líquido do celoma e mantém úmida a superfície corporal. Sistema excretor A excreção da minhoca e de outros anelídeos é realizada por metanefrídios, em geral um par por segmento corporal. Um metanefrídio é um túbulo fino e enovelado, com um funil ciliado em uma extremidade, o nefróstoma, o qual remove as excreções presentes no fluido celômico. O metanefrídio também retira excreções diretamente do sangue que circula nos capilares próxi- mos a ele. As excreções recolhidas são eliminadas para o exterior pelos nefridióporos, ou poros excretores, presentes aos pares em cada segmento corporal. O principal produto de excreção da minhoca é a amônia. Essa substância, juntamente com as fezes das minhocas, contribui para fertilizar o solo. (Fig. 12.24) Futuro tubo digestório Boca Ânus Cílios Cílios Intestino Cavidade celômica Funil ciliado (nefróstoma) Metanefrídio Poros excretores (nefridióporos) Parede do corpo Septo entre os metâmeros R ep ro d uç ão p ro ib id a. A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 390 U n id a d e D • A d iv e rs id a d e d o s a n im a is Sistema nervoso e sistema sensorial O sistema nervoso dos anelídeos é constituído por um par de gânglios cerebrais localizados dorsalmente sobre a faringe e por dois cordões nervosos ventrais, com um par de gânglios por metâmero. Dos gânglios partem nervos para os músculos e para as células sensoriais. O sistema sensorial das minhocas é pouco desenvolvido e consiste de células epidérmicas especializadas na captação de estímulos mecânicos, químicos e térmicos, concentradas principal- mente na extremidade anterior do corpo. Nessa região também há células que captam estímulos luminosos, permitindo ao animal perceber se está claro ou escuro. (Fig. 12.25) Nervos sensitivos Gânglios cerebrais Anel nervoso perifaringiano Gânglios subfaringianos Gânglios segmentares Cordão nervoso Figura 12.25 O sistema nervoso dos anelídeos é ganglionar, formado por um cordão nervoso ventral constituído por uma cadeia de gânglios, um par por metâmero. (Imagem sem escala, cores-fantasia.) Conteúdo digital Moderna PLUS http://www.modernaplus.com.br Animação: Animais invertebrados, veja aba Anelídeos, botão Fisiologia 3 Reprodução nos anelídeos Anelídeos têm reprodução sexuada. A maioria dos poliquetos marinhos é dioica, com fecundação externa e desenvolvimento indireto. Do ovo dos poliquetos surge uma forma larval denomina- da trocófora, que mais tarde se transforma em adulto. Esse tipo de larva, também presente nos moluscos, é considerado pelos cientistas uma evidência do parentesco evolutivo entre esses filos. Oligoquetos e hirudíneos são monoicos e têm desenvolvi- mento direto, sem estágio larval. (Fig. 12.26) Figura 12.26 Representação esquemática de larva trocófora de um poliqueto. (Imagem sem escala, cores-fantasia.) Figura 12.24 Representação esquemática do sistema excretor da minhoca. (Imagem sem escala, cores-fantasia.) Reprodução da minhoca Na minhoca P. hawayana, a face ventral de cada um dos segmentos de números 6, 7 e 8 apre- senta três pares de orifícios. Cada um corresponde à abertura de uma bolsa de paredes muscu- lares denominada receptáculo seminal. Os receptáculos seminais têm por função armazenar espermatozoides recebidos de outra minhoca durante o ato sexual. Na região do clitelo, em posição ventral, há um par de orifícios denominados poros genitais femininos, que se conectam internamente a duas estruturas em forma de funil, os ovidutos. Estes capturam os óvulos produzidos e liberados por um par de ovários e os conduzem ao poro genital feminino. R ep ro d uç ão p ro ib id a. A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 391 C a p ít u lo 1 2 • M o lu sc o s e a n e líd e o s As partes reprodutoras masculinas da minhoca consistem em dois pares de testículos, dois pares de vesículas seminais, um par de túbulos seminíferos e um par de glândulas pros- táticas. Os espermatozoides produzidos pelos testículos migram para as vesículas seminais, onde ficam armazenados. Durante a cópula, os espermatozoides passam para os túbulos se- miníferos e recebem a secreção nutritiva das glândulas prostáticas. Juntos, espermatozoides e o líquido das glândulas prostáticas compõem o esperma, ou sêmen, que é eliminado pelos poros genitais masculinos. Junto aos poros genitais, na parte externa do corpo, há estruturas semelhantes a ventosas, as papilas genitais, cuja função é manter as minhocas unidas durante o acasalamento. (Fig. 12.27) Cópula À noite as minhocas saem de seus túneis subterrâneos e acasalam-se. Com as extremidades posteriores ainda dentro dos túneis, duas minhocas sexualmente maduras copulam, unindo as superfícies ventrais. Os animais orientam-se em sentidos opostos, de maneira que os poros genitais masculinos de um entrem em contato com os receptáculos seminais do outro, e vice- -versa. Cada uma das minhocas elimina esperma nos receptáculos seminais do parceiro. Depois da troca recíproca de esperma, elas se separam. Após a separação, cada minhoca passa a secretar um tubo mucoso em torno do clitelo. Em seguida, alguns óvulos são eliminados nesse tubo mucoso que, posteriormente, formará um casulo protetor. Contrações da parede do corpo fazem o tubo mucoso deslocar-se em direçãoda extremidade anterior. Quando o tubo passa pelos receptáculos seminais, estes se contraem e eliminam o esperma armazenado sobre os óvulos. A fecundação ocorre dentro do casulo, fora do corpo da minhoca (fecundação externa). Figura 12.27 Representação esquemática do sistema reprodutor da minhoca. A. Vista externa da face ventral da minhoca, mostrando a localização das diversas aberturas do sistema reprodutor, com detalhe das papilas copulatórias. B. Representação esquemática da estrutura interna dos órgãos que compõem o sistema reprodutor hermafrodita da minhoca. (Imagens sem escala, cores-fantasia.) Boca Receptáculos seminais Saco testicular Vesículas seminais Ovários Ducto espermático Próstata C LITELO Vesículas seminais Poro genital feminino Poro genital masculino Papilas copulatórias (adesivas) 1 5 10 20 6 7 8 9 10 11 12 13 17 18 Oviduto Testículos Funil espermático A B
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