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Moderna plus biologia
biologia das PoPulações 3
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tentilhões das ilhas Galápagos — tema de um livro de leitura fácil e agradável, 
já traduzido para o português: O bico do tentilhão: uma história da evolução 
no nosso tempo (Rocco, 1995), do jornalista Jonathan Weiner.
O debate sobre usar ou não o exemplo das mariposas para 
fins didáticos está longe de uma solução fácil. O biólogo evolucio-
nário David Rudge, da Universidade Western Michigan, escreveu 
que manter a história no espaço escolar teria inúmeras vanta-
gens. Enquanto Coyne diz que suas contradições inviabilizam 
o uso pedagógico, Rudge acredita que ela constitui excelente 
veículo para apresentar a estudantes o conceito de seleção natural. Para ele, 
expor as discrepâncias envolvidas no assunto permitiria mostrar a natureza da 
ciência como processo. Novamente, trata-se de uma questão delicada, na qual 
estão em jogo aspectos como corporativismo da comunidade científica, neces-
sidade de controle, manipulação, de um lado, e desinformação, de outro. Como 
no exemplo da girafa — perfeito, didático, mas falso —, recorrer às mariposas de 
Manchester é tentador: permite trabalhar, de modo simples, conceitos comple-
xos como evolução e seleção natural. Mas insistir neles é falsear informações e, 
de quebra, passar a alunos e professores uma ideia dogmática e nem um pouco 
ética da ciência. A ciência não tem de ser ensinada como a arte do “jeitinho”, 
mas como um campo do conhecimento sujeito a falhas, aperfeiçoamentos e 
inesperadas complexidades diante do que parecia simples e “didático”.
Fonte: Isabel Rebelo Roque. Sobre girafas, mariposas, corporativismo científico 
e anacronismos didáticos. Ciência Hoje, v. 34, n. 200, 2003, p. 64-67.
A ciência não tem de 
ser ensinada como a 
arte do “jeitinho”
orientações de leitura
Para esta Leitura selecionamos o trecho do artigo da 
jornalista Isabel Rebelo Roque, publicado na revista 
Ciência Hoje, que comenta certos exemplos de evo-
lução utilizados em livros didáticos e que merecem 
críticas, em sua opinião. Acompanhe os comentários 
da jornalista com as orientações de leitura que ela-
boramos, a seguir.
 1 Leia o primeiro parágrafo da Leitura. Confira alguns 
dados apresentados sobre as ideias de Lamarck.
 2 Leia os parágrafos 2 e 3, em que a autora comenta 
como os livros didáticos explicam, de acordo com a 
teoria lamarckista, o aumento do pescoço nas linha-
gens ancestrais das girafas e seu contraponto darwi-
nista. Você seria capaz de representar a explicação de 
Lamarck por meio de um esquema ou um desenho 
legendado?
 3 No quarto parágrafo, comenta-se que o paleontólogo 
e divulgador da ciência Stephen Jay Gould rastreou o 
exemplo das girafas de Lamarck. A que conclusões 
ele teria chegado, segundo o trecho?
 4 No quinto parágrafo da Leitura é apresentada uma 
especulação de Gould sobre o sucesso alcançado pelo 
exemplo lamarckiano do pescoço das girafas. Quais 
são as conclusões do texto?
 5 Leia o sexto parágrafo da Leitura, em que se comenta 
que uma possível vantagem de as girafas terem desen-
volvido pescoço robusto seria utilizá-lo como “arma” e 
não para comer folhas altas das árvores. Certifique-se 
de ter entendido o trecho e, se necessário, releia os 
parágrafos 2 e 3. Quais são as conclusões de Gould 
para explicar a “história” das girafas como exemplo 
de seleção natural?
 6 No sétimo e oitavo parágrafos, o artigo continua a 
especular sobre a explicação para as girafas terem 
pescoço desenvolvido e musculoso. Certifique-se de 
ter compreendido a argumentação.
 7 Leia os parágrafos de números 9, 10 e 11 da Leitura. 
Qual é o risco para o qual a autora lança um alerta?
 8 No último parágrafo da Leitura, a jornalista dá sua 
opinião e faz um julgamento valorativo dos livros que 
comparam Lamarck e Darwin quanto à explicação 
para o longo pescoço da girafa. Qual é sua opinião 
sobre as ideias desse trecho?
Parte ii
unidade B
Capítulo 10 teoria moderna da evolução
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sErÁ QUE a EVoLUÇÃo LEVa ao 
ProGrEsso E, FiNaLmENtE, 
À PErFEiÇÃo?
N  o século XVIII era amplamente aceita a ideia de que o mundo havia  
  sido  idealizado com extrema perfeição por Deus; mesmo onde a 
perfeição não havia ainda sido atingida, isso finalmente ocorreria, pois Deus 
idealizara leis que levariam naturalmente a ela. Essa crença refletia-se não 
somente no pensamento teológico, mas também no otimismo da corrente 
de pensamento denominada Iluminismo.
A teoria de Lamarck, por exemplo, postulava um caminho reto rumo à 
perfeição. Os evolucionistas modernos rejeitam a  ideia de que a evolução 
leve à perfeição. A maioria deles acredita que algum tipo de processo evo-
lucionário tenha ocorrido desde o começo da vida. A mudança gradual ao 
longo do tempo, de bactérias a seres unicelulares eucarióticos, e finalmente 
às plantas floríferas e animais superiores, é muitas vezes chamada de evolu-
ção progressiva. Essa terminologia tem sido frequentemente utilizada para 
se referir à espécie humana como estágio final de uma série que levou dos 
répteis aos primitivos mamíferos, dos placentários aos macacos e destes aos 
hominídeos. Houve época em que era quase que universalmente aceito que 
a espécie humana era o ápice da Criação […].
Será que a série que leva das bactérias à espécie humana significa, de fato, 
progresso? Nesse caso, como este poderia ser explicado? Nos últimos anos, 
muitos livros têm debatido a existência ou a validade do conceito de progresso 
evolutivo. A grande discussão é quanto ao significado da palavra “progresso”. 
Por exemplo, os que adotam um pensamento teleológico [finalista] diriam 
que o progresso é um autodirecionamento rumo à perfeição.  […] Outros 
podem definir progresso de forma empírica, como a aquisição de algo que 
seja, de alguma maneira, melhor, mais eficiente e mais bem-sucedido que 
aquilo que o precedeu. Termos como “superior” e “inferior” também têm sido 
criticados. Para o darwinismo moderno, superior significa mais recente no 
tempo geológico ou mais acima na árvore filogenética. Mas um organismo é 
“melhor” por ser superior na árvore filogenética? 
Progresso costuma ser associado a maior complexidade, divisão de tra-
balho mais avançada entre órgãos corporais, melhor utilização dos recursos 
do ambiente e melhor adaptação. Isso pode ser verdadeiro em certos casos, 
mas os crânios de aves e mamíferos atuais não são mais complexos que os 
de seus ancestrais. […]
Ao olharmos para a série evolucionária, não podemos negar que alguns 
grupos de organismos  têm adaptações particularmente bem-sucedidas. 
A endotermia, por exemplo, permite maior adaptação de aves e mamíferos às 
flutuações climáticas. Um cérebro grande e o cuidado com a prole permitem 
o desenvolvimento cultural e a transmissão da cultura de geração a geração. 
[…]
leitura
Parte ii
unidade B
Capítulo 11 origem das espécies e dos grandes 
grupos de seres vivos
Moderna plus biologia
biologia das PoPulações 3
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Entre as muitas definições de progresso evolutivo, eu particularmente gos-
to de uma, que enfatiza sua natureza adaptacionista. Progresso é “a tendência 
que as linhagens têm de desenvolver adaptação cumulativa aos seus modos 
de vida, pelo aumento de características que se combinam em complexos 
adaptativos” (Richard Dawkins, Evolution 51: 1.016, 1997).
Fonte: Ernst Mayr. What evolution is. Nova York: Basic Books, Perseus Book Group, 2001, 
p. 213-215. (Tradução e adaptação dos autores.)
Parte ii
unidade B
Capítulo 11 origem das espécies e dos grandes 
grupos de seres vivos
orientações de leitura
O texto que selecionamos para esta Leitura, extraído 
do livro What evolution is, de Ernst Mayr, trata de uma 
questão muito importante em Biologia, claramente 
formulada notítulo do trecho. Para ajudá-lo a refletir 
sobre os interessantes pontos de vista apresentados por 
Mayr, elaboramos as orientações de leitura, a seguir.
 1 No primeiro parágrafo da Leitura, o autor comenta a 
ideia de perfeição da obra divina e traça um paralelo 
com a corrente de pensamento denominada Ilumi-
nismo. Procure se informar sobre o Iluminismo com 
seus professores de História e Filosofia; peça a eles 
alguma referência que permita relacionar Iluminismo 
e a ideia de perfeição. Se puder acessar a internet, faça 
uma pesquisa sobre o tema.
 2 Leia o segundo parágrafo da Leitura. Na primeira frase, 
o autor afirma que Lamarck era adepto da ideia de 
perfeição. Você é capaz de usar algo que aprendeu 
nos capítulos sobre Evolução para argumentar a favor 
dessa afirmação?
 3 Ainda no segundo parágrafo, Mayr afirma que os 
evolucionistas modernos rejeitam a ideia de que 
a evolução leve à perfeição. Entretanto, o processo 
evolucionário é muitas vezes chamado de evolução 
progressiva, o que pode levar à ideia de que a “espé-
cie humana é o ápice da Criação”. Você concorda ou 
discorda dessa ideia? Se tiver dúvida, continue a ler 
o texto antes de responder.
 4 Leia o terceiro parágrafo do começo ao fim, antes de 
tentar responder às questões propostas. Trata-se 
de um trecho muito denso em significados e que exige 
reflexão. Na primeira parte do trecho, comenta-se a 
validade ou não do conceito de “progresso”. O que é 
progresso em uma visão teleológica (finalista)? Por 
que os termos “superior” e “inferior” são criticados?
 5 No quarto e quinto parágrafos da Leitura, Mayr 
relaciona progresso à aquisição de adaptações bem- 
-sucedidas pelos seres vivos. Relacione e comente o 
que achou mais interessante do trecho.
 6 No último parágrafo, Mayr declara sua definição pre-
ferida de progresso evolutivo, de autoria de Richard 
Dawkins. Qual é ela? Certifique-se de ter compreen-
dido plenamente as ideias contidas na definição. Você 
é capaz de redefinir progresso evolutivo com suas 
próprias palavras?

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