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R ep ro d uç ão p ro ib id a. A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Objetivos Calcular o trabalho da força peso. Calcular o trabalho da força elástica. Constatar que o trabalho da força peso e o da força elástica independem da forma da trajetória descrita. Termos e conceitos • força conservativa • força dissipativa Seção 14.3 Dois casos notáveis 1 Trabalho do peso Considere um corpo de peso P e seja AB um deslocamento vertical e h o desnível entre A e B (fig. 12). Como o peso P é constante e paralelo ao deslocamento AB, temos: D 5 !Fd, sendo F 5 P e d 5 OABO 5 h Portanto: Se o corpo cai (fig. 12A), o peso está a favor do deslocamento e o trabalho é motor (D 5 1Ph). Se o corpo estiver subindo (fig. 12B), o peso tem sentido contrário ao deslocamento e o trabalho é resistente (D 5 2Ph). Se o corpo vai de A até B, passando por um ponto C intermediário (fig. 13), projetamos o deslocamento na direção do peso. Sejam h1 a projeção vertical de AC e h2 a projeção vertical de CB. Daí: Observe que o resultado é o mesmo. h A B Mov. $ = +Ph $ > 0 motor P A B A Mov. $ = –Ph $ < 0 resistente P h B Figura 12. P A C B h = h1 + h2 h2 h1 P Figura 13. D 5 !Ph D 5 DAC 1 DCB D 5 Ph1 1 Ph2 5 P 3 (h1 1 h2) 5 Ph D 5 Ph O trabalho do peso é independente da trajetória. Se a linha poligonal ACDE ... B possuir um conjunto demasiado grande de segmentos (fig. 15), tenderá a uma curva. O trabalho do peso, porém, continua a ser o mesmo. Considere agora (fig. 14) uma sucessão de segmentos retilíneos AC, CD, DE, ..., XB de A até B. Pelo mesmo raciocínio anterior, sejam h1, h2, ..., hn as projeções verticais desses segmentos. Daí: D 5 Ph1 1 Ph2 1 ... 1 Phn 5 P 3 (h1 1 h2 1 ... 1 hn) D 5 Ph exercício resolvido Num deslocamento horizontal, a força peso não realiza trabalho. V1_P2_UN_E_CAP_14.indd 274 27.07.09 09:20:38 275 C a p ít u lo 1 4 • Tr a b a lh o 275 R ep ro d uç ão p ro ib id a. A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . A C B D E F X $ = Ph hn h2 h1 Ph h A B P Figura 14. Figura 15. h A B 1 2 3 P Figura 16. O trabalho do peso é !Ph, não depen dendo da trajetória. Figura 17. Em qualquer uma das trajetórias (1), (2) e (3) o trabalho do peso é o mesmo. Resumindo, temos: Exemplos: Trabalho do peso a) Positivo quando o corpo desce: D 5 1Ph Negativo quando o corpo sobe: D 5 2Ph Nulo em deslocamento horizontal: D 5 0 b) Só depende do próprio peso e do desnível entre posição inicial e final (h). c) Não depende da forma da trajetória. A B O v0 hA hB Solução: No deslocamento de O para A a partícula sobe e portanto seu peso realiza trabalho negativo: exercício resolvido Sendo g 5 10 m/s2, hA 5 1,0 m e hB 5 0,30 m, deter- mine o trabalho realizado pelo peso da partícula nos deslocamentos de O para A e de A para B. DOA 5 2PhA ] DOA 5 2mghA Sendo m 5 0,10 kg, g 5 10 m/s2 e hA 5 1,0 m (desnível entre O e A), vem: DOA 5 20,10 3 10 3 1,0 ] DOA 5 21,0 J No deslocamento de A para B o corpo desce e o trabalho do peso é positivo: DAB 5 1mgh. O desnível h entre A e B é: hA 2 hB 5 1,0 m 2 0,30 m 5 0,70 m Portanto: DAB 5 10,10 3 10 3 0,70 DAB 5 10,70 J Resposta: DOA 5 21,0 J; DAB 5 10,70 J R. 117 Uma partícula de massa m 5 0,10 kg é lançada obliquamente, descrevendo a trajetória indicada na figura. P P h A B V1_P2_UN_E_CAP_14.indd 275 27.07.09 09:20:39 276 U n id a d e E • O s p ri n cí p io s d a c o n se rv a çã o 276 R ep ro d uç ão p ro ib id a. A rt .1 84 d o C ód ig o P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . Nessa fórmula, k é a constante elástica da mola. Para calcular o trabalho de uma força elástica, não se utiliza a definição “força vezes deslocamento”, pois essa força não é constante, variando com a deformação. Para isso devemos usar o cálculo gráfico. No gráfi- co da figura 19, o valor absoluto do trabalho da força elástica é numericamente igual à área destacada na figura (área de um triângulo): ODO 5 kx 3 x ______ 2 ] ODO 5 kx2 ____ 2 Esse trabalho pode ser motor ou resistente. Será resistente quando a mola for alongada ou comprimida: DOA 0 e DOAe 0; será motor quando a mola voltar à sua posição de equilíbrio: DAO 0 e DAeO 0 (figs. 20B e 20C). Desse modo: 2 Trabalho da força elástica Considere um sistema elástico constituído por uma mola e um bloco. Na figura 18A, a mola não está defor- mada e o sistema está em repouso. Ao ser alongada (fig. 18B) ou comprimida (fig. 18C), a mola exerce no bloco uma força denominada força elástica Felást. que tende a trazer o bloco de volta à posição de equilíbrio. A intensidade da força elástica é proporcional à deformação x (lei de Hooke): Felást. 5 kx Felást. A x O A’ xO O Posição de equilíbrio Felást. A B C Figura 18. Felást. x kx x0 Figura 19. D 5 ! kx2 ____ 2 A exemplo do peso, o trabalho da força elástica é independente da trajetória. Assim, o trabalho da força elástica ao longo da trajetória AO (A P O) é igual ao trabalho ao longo da trajetória AAeO (A p Ae P O), como se mostra nas figuras 20D e 20E. Felást. A x O A’ xO O Posição de equilíbrio $AO = + —– kx 2 2 $OA = – —– kx 2 2 $A'O = + —– kx 2 2 $OA' = – —– kx 2 2 Felást. A B C AOA’ AO D AOA’ 0 A’ A E Figura 20. exercícios propostos V1_P2_UN_E_CAP_14.indd 276 27.07.09 09:20:40