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Licensed to Luana Cochlar Bento - luanacochlar@gmail.com Esther Santos – Medicina Unimontes 77 Gravidez e pré-natal ATRASO MENSTRUAL Para ser considerado atraso menstrual, deve haver pelo menos 15 dias de atraso e deve ser observado Obs: a obesidade provoca produção excessiva de estrogênio, que é necessário para a ovulação, mas em grande quantidade inibe a liberação do ovulo. Da mesma forma, anorexia e magreza extrema produz menos estrogênio, atrasando a menstruação também DIAGNÓSTICO DA GRAVIDEZ Pode se clínico, hormonal ou ultrassônico DIAGNÓSTICO CLÍNICO Deve ser suspeitada sempre que uma mulher em idade reprodutiva apresentar atraso menstrual, maior que uma semana, e mais ainda se seus ciclos são regulares e não há uso de contracepção SINAIS DE PRESUNÇÃO Presumir baseado em indícios e aparências Náuseas e vômitos Atraso menstrual de até 14 dias Polaciúria (pouco xixi várias vezes) o No 2º e 3º mês de gestação, o útero que está maior, comprime a bexiga micção frequente com urina reduzida Aumento da sensibilidade das mamas Cloasma/máscara gravídico: manchas pelo aumento de melanina (testa, nariz, bochecha e lábio superior) Linha nigra: pigmentação da linha alba (linha fibrosa e tendinosa na linha média do abdômen) Sinal de Halban: aumento da lanugem (pelos finos e macios) nos limites do couro cabeludo, por causa da intensificação da nutrição dos folículos pilosos Tubérculos de Montgomery: glândulas sebáceas hipertrofiadas nas aréolas Rede Haller: aumento da vascularização venosa na mama Sinal de Hunter: hiperpigmentação da aréola 1ª e aparecimento da aréola 2ª com limites imprecisos SINAIS DE PROBABILIDADE São mais específicos, mas não é certeza ainda e o mais importante é o atraso menstrual, os outros são evidentes a partir da 8ª semana Atraso maior que 14 dias No toque amolecimento uterino (parece o lábio) a partir de 6 semanas Muco cervical torna-se viscoso, mais espesso e não se cristaliza Sinal de Hegar (8sem): amolecimento do istmo uterino (passagem de 1cm que conecta o colo do útero com o corpo) Sinal de Goodel (8 sem): amolecimento do colo Sinal de Piskacek: quando palpa o útero, nota-se assimetria Sinal de Nobile-Budin: percebe-se o útero globoso, sensação de preenchimento do fundo de saco pelo útero gravídico Licensed to Luana Cochlar Bento - luanacochlar@gmail.com Esther Santos – Medicina Unimontes 77 Gravidez e pré-natal SINAIS DE CERTEZA São os sinais confirmativos da gravidez Ausculta dos batimentos cardiofetais USG Diagnóstico laboratorial Sinal de puzzos (14 sem): é o rechaço fetal uterino, quando o médico consegue perceber alguns movimentos de partes fetais, quando ele dá um discreto impulso no útero Na palpação abdominal (18 a 20): percepção de partes e movimentos fetais DIAGNÓSTICO HORMONAL Melhor parâmetro de gravidez incipiente (quando ta no comecinho) e baseia-se na produção de HCG (gonadotrofina coriônica humana) pelo ovo, quando 1 semana após a fertilização o trofoblasto que está implantado no endométrio começa a produzir Valores acima de 25mUI/ml sugerem gravidez Para identificar o HCG, temos 3 testes: imunológico, radioimunológico (RIA) e enzima-imunoensaio (ELISA) Também temos os testes de gravidez que identificam o HCG: Sangue (soro) método mais sensível para detectar o HGC no inicio Urina como a concentração de HCG na urina é menor do que no soro, eles podem não ser positivos mesmo quando há HCG sérico positivo Teste de farmácia Testes caseiros obviamente, os menos confiáveis ULTRASSONOGRAFIA É possível ver o saco gestacional por meio da US transvaginal, entre 4,5 a 5 semanas de gestação. A atividade cardíaca pode ser detectada em 5,5 a 6 semanas Inicialmente, as medições biométricas (tamanho do saco gestacional, comprimento cabeça-nádega, comprimento do fêmur) são utilizadas para estimar a idade gestacional (duração da gravidez) e a data de parto PRÉ-NATAL SEGUNDO PROTOCOLO DO MINISTÉRIO DA SAÚDE IMPORTÂNCIA Importante porque permite a prevenção ou a detecção precoce de patologias da mãe ou do bebê, permitindo o desenvolvimento e nascimento de uma criança saudável, reduzindo ao máximo os riscos para a mãe CONSULTAS Após a confirmação da gravidez, dá-se inicio ao acompanhamento da gestante, com seu cadastramento no SisPreNatal e ela deverá receber orientações referentes ao seu acompanhamento: Sequência de consultas Cartão da gestante Calendário de vacinas e suas orientações Solicitações de exames de rotina Orientações sobre participação nas atividades educativas (reuniões e visitas domiciliares) Licensed to Luana Cochlar Bento - luanacochlar@gmail.com Esther Santos – Medicina Unimontes 77 Gravidez e pré-natal Gestantes de alto risco necessitam de retornos ainda mais frequentes, de acordo com sua doença de base CLASSIFICAÇÃO DO RISCO Caso haja critérios de indicação de pré-natal de alto risco, o acompanhamento será realizado por obstetra em rede especializada ATENDIMENTO À GESTANTE PELO PROTOCOLO MS PRIMEIRA CONSULTA A avaliação feral do estado materno-fetal Orientações sobre as mudanças no organismo da mãe Orientações sobre alimentação balanceada, atividade física e saúde bucal Estima-se a idade gestacional e data provável do parto (DPP) Abordagem sobre a importância do aleitamento Tipos de parto Tirar as dúvidas COMPONENTES DA ANAMNESE História pessoal, social e econômica Passado de doenças crônicas e cirurgias Gestações anteriores Vacinações Dados psiquiátricos e/ou psicol.[ogicos Vícios Passados obstétricos Regularidade dos ciclos, uso de anticoncepcional, paridade IST Sintomas relacionados a gravidez náuseas, vômitos, dor abdominal, constipação, cefaleia etc Pergunta sobre a DUM (para calcular IG e DPP) Outro ponto para ficar atento é em relação à terminologia para descrever a paridade de uma paciente Sufixo GESTA (G) é o numero de gestações (independente do desfecho) o Nuligesta = nunca engravidou o Primigesta e secundigesta = 1ª e 2ª gestação Sufixo PARA (P) quantos partos com fetos de mais de 20 semanas e +500g o Primípara = pariu pela primeira vez ou vai parir o Secundípara = pariu ou vai parir pela segunda vez Para fins técnicos, as gestações que não passam de 20 semanas são consideradas como abortamento independente da causa da perda CÁLCULO DA IDADE GESTACIONAL (IG) Quando a DUM é conhecida e certa Somar o numero de dias entre a DUM e a data da consulta, no final dividir por 7 O resultado vai dar em semanas Quando a DUM é desconhecida, mas sabe o período do mês Inicio do mês considera dia 5 Meio do mês considera dia 15 Fim do mês considera dia 25 Depois, soma o numero de dias entre a DUM e a data da consulta e divide por 7 Licensed to Luana Cochlar Bento - luanacochlar@gmail.com Esther Santos – Medicina Unimontes 77 Gravidez e pré-natal Quando a DUM e o período são desconhecidos São determinados por aproximação, basicamente pela medida da altura do fundo do útero e pelo toque vaginal CÁLCULO DA DPP Também é necessário que se saiba a DUM, e o calculo é feito por meio da regra de Naegele, correspondendo a 40 semanas Observação: quando o número de dias encontrado for maior do que os dias do mês, passe os dias excedentes para o mês seguinte (sempre conferir se o mês termina com 30 ou 31 dias) e adiciona 1 no final do cálculo do mês EXAME FÍSICO O exame físico completo deve ser feito na 1ª consulta, nas outras, é obrigatório aferir o peso (na primeira consulta já calcula o IMC e quanto a gravida pode ganhar de peso consideradonormal), media a altura uterina, PA, edemas, auscultar os BCF e avaliar o mamilo O exame das mamas é obrigatório porque procura alterações patológicas e já observa se tem algum fator que vai dificultar na amamentação É importante avaliar o peso em todas as consultas e calcular o IMC na primeira, para saber o quanto de peso a gestante pode ganhar, uma vez que o ganho de peso materno na gravidez influencia o peso ao nascer A altura de fundo uterino (AFU) auxilia no rastreamento das alterações do crescimento fetal, do volume do LA e de gestação múltipla quando a US não é de fácil acesso e deve ser medida após a 12ª semana A medida é realizada com a fita métrica entre a sínfise púbica e o fundo uterino Licensed to Luana Cochlar Bento - luanacochlar@gmail.com Esther Santos – Medicina Unimontes 77 Gravidez e pré-natal O exame obstétrico também confere as manobras de Leopold SOLICITAÇÃO DE EXAMES – SEGUNDO O MS OBSERVAÇÕES A sorologia para rubéola não é oferecida pelo MS mas é recomendado, embora a gestante não pode se vacinar Só garante a US no primeiro trimestre Vírus HB rastrear no 1º e 3º trimestre (se for negativo e a gestante não for vacinada, tem que vaciná-la) Vírus HIV rastrear no 1º e 3º trimestre Toxoplasmose rastrear no 1º trimestre e se o IgG não for reagente (não estiver imune) tem que realizar no 3º de novo Sífilis rastrear no 1º e 3º trimestre, se positivo = tratamento imediato porque o risco feta é alto SOLICITAÇÃO DE EXAMES – FEBRASGO Acrescenta na 1ª consulta sorologia ELISA para hepatite C Sorologia para rubéola, citomegalovírus, bactéria da clamídia e TSH Pede US morfológica de 2º trimestre Pede US obstétrica do 3º trimestre Licensed to Luana Cochlar Bento - luanacochlar@gmail.com Esther Santos – Medicina Unimontes 77 Gravidez e pré-natal SUPLEMENTAÇÃO DA GESTANTE FERRO Evita a anemia ferropriva e as necessidades aumentam porque Aumenta o consumo de ferro pela placenta e pelo feto Uso na produção de hemoglobina e mioglobina para o aumento da massa de eritrócitos e musculatura uterina Depleção por perdas no parto e aleitamento ÁCIDO FÓLICO É uma vitamina muito importante para evitar defeitos no fechamento do tubo neural (espinha bífida, anencefalia, meningocele, encefalocele etc) CÁLCIO É preciso estimular a ingestão pois sua necessidade aumenta durante a gravidez, SE: Deficiência Gemelaridade Doenças intestinais disabsortivas etc IMUNIZAÇÕES DA GESTANTE São as vacinas recomendadas pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) do MS que visa a proteção da gestante e do feto VACINAS OBRIGATÓRIAS Influenza Recomendada para todas, nas campanhas anuais, a fim de diminuir o risco de SARS e é disponibilizada na rede pública de saúde Contraindicações - historia de alergia severa com a proteína do ovo e derivados - alergia a componentes da vacina - as que apresentaram reações anafiláticas graves a doses anteriores Hepatite B Recomendada para as que não são vacinadas ou a vacinação não é comprovada, iniciando o mais precocemente possível Vacina dupla do tipo adulto – DT (difteria e tétano) Como profilaxia do tétano neonatal e tétano acidental (gestante) e é recomendada para as grávidas com esquema vacinal incompleto Iniciar o esquema o mais precoce possível, não importando qual a idade gestacional pertence SITUAÇÕES ESPECIAIS Febre amarela Somente em casos de área endêmica (se a gestante reside ou vai se deslocar para área com recomendação), na avaliação do risco-beneficio, opta-se por vacinar Raiva Recomendado vacinar em casos que há exposição ao vírus Licensed to Luana Cochlar Bento - luanacochlar@gmail.com Esther Santos – Medicina Unimontes 77 Gravidez e pré-natal CONTRAINDICADAS PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS Exercício aeróbico regular melhora a capacidade física e a boa imagem corporal Todas devem ser avaliadas Recomenda-se atividade moderada por 30 minutos diariamente Atividades físicas recreativas são seguras e liberadas Devem ser evitados exercícios que coloquem-nas em risco de quedas ou traumatismo abdominal (esportes de contato ou de alto impacto) ATIVIDADE SEXUAL NA GRAVIDEZ A manutenção das relações sexuais na graviedez não estão associadas e nenhum efeito adverso, como mortalidade perinatal, prematuridade etc A restrição deve ser feita apenas a critério médico, por causa de patologias como placenta prévia ou alto risco de prematuridade ASPECTOS PSICOLÓGICOS DURANTE A GRAVIDEZ A gravidez é um período de transição e intabilidade emocional, com mudanças metabólicas, hormonais, emocionais e psíquicas O novo sentimento de ser mãe, preocupações com o futuro pessoal e do filho, peso da responsabilidade, sentimento de amor incondicional, temores do parto e queicas físicas são aspectos vistos nas gestantes Por isso, é importante que a equipe considere a historia de vida dela, os seus sentimentos, a sua família e o parceiro, o ambiente em que vive, fatores socioeconômicos, se possui rede de apoio social, emocional etc, para que possa melhor orientá-la É importante também que fique claro, desde a 1ª consulta, que a grávida possui o direito ao acompanhante no pré-parto, parto e pós parto, além da maternidade de referência PRÁTICAS EDUCATIVAS São importantes porque possibilitam o compartilhamento de vivencias e capacitam as mulheres para tomarem decisões de forma mais consciente, estimulando a autonomia feminina Trocar vivencias entre mulheres e os profissionais da saúde Promover discussões em grupo Rodas de conversa Abordar a importância do pré-natal para a grávida e para sua família Preparar a gestante e seu companheiro Fornecer orientações de exercícios físicos básicos Informar sobre os sinais de alerta o Sangramento vaginal, dor abdominal, transtornos visuais, febres, dificuldade respiratória etc REFERENCIAS Caderno 32 de atenção básica ao pré-natal de baixo risco Obstetrícia fundamental – Rezende 13ª edição Tratado de obstetrícia – Febrasgo 2019 Manual de assitencia pré-natal – Febrasgo 2014 Licensed to Luana Cochlar Bento - luanacochlar@gmail.com Esther Santos – Medicina Unimontes 77 Mecanismos e assistência do parto normal FETO – ESTRUTURAS ÓSSEAS No polo cefálico é importante observar os ossos, suturas e fontanelas OSSOS - 2 ossos frontais - 2 ossos parietais - 1 osso occipital SUTURAS As suturas separam os ossos, sendo formadas por tecido membranoso - sutura interfrontal separa os 2 frontais - sutura sagital entre os ossos parietais - sutura coronária entre os frontais e parietais - sutura lambdoide entre os parietais e o occipital FONTANELAS É de muita importância a identificação delas na condução do parto (quando existe dilatação cervical), que ficam no poli cefálico do feto, elas consistem em depressões (ausência de tecido ósseo) que se formam no encontro de suturas. São importantes porque permitem que os ossos do bebê aproximem um dos outros quando passar pelo canal ósseo da bacia Bregmática Ponto de encontro das suturas interfrontal, sagital e coronária É a maior e fica localizada na frente do polo cefálico, por isso também é chamada de fontanela anterior Occipital Ponto de encontro entre a sutura sagital e lambdoide, é menor mais triangular e é conhecida como fontanela posterior porque fica mais na parte de trás da cabeça DIÂMETROS DO POLO CEFÁLICO - occipito-mentoniano é o maior (13,5cm) e está entre o occipital e o mento (queixo) - occipito-frontal entre o occipital e o frontal (11cm) - suboccipito-bregmático começa na região inferior do occipital e vai até a fontanela bregmática menor diâmetro e o que fica na hora do mecanismo do parto (9,5cm) Importantes porque em consequência do estreitamento do canal ósseo na hora do parto, o feto precisa fazer o movimento de flexão (se encolher) pra que ele consiga passar Assim, o diâmetro occipito-frontal que estava em contato com a bacia é substituído pelo diâmetro subccipito-bregmático o mento aproxima do tórax e a parte da cabeça que vai sair pra fora se encaixa na bacia para sair CIRCUNFERÊNCIA CRANIANA A maior circunferência do polo cefálico precisa ser identificada porque é ela que pode dificultar ou impedir a decida do polo cefálico na bacia óssea materna Licensed to Luana Cochlar Bento - luanacochlar@gmail.com Esther Santos – Medicina Unimontes 77 Mecanismos e assistência do parto normal A distância dela até o vértice em linha reta é aprox. 3,5 a 4 cm, e com isso, torna-se possível determinar a altura da grande circunferência na bacia óssea materna ANATOMIA DA BACIA (OU PELVE) A Bacia constitui o canal ósseo e é formado por 4 ossos 2 ilíacos o Parte ilio o Parte púbis o Parte isquio 1 sacro 1 coccix Entre os ossos, existem articulações que são importantes pois permitem uma maior flexibilidade da pelve no momento do parto transvaginal Sínfise púbica (entre as púbis) Sacroilíaca (entre o sacro e ilio) Sacrococcígea (entre o sacro e cóccix) A articulação lombossacral é o promontório, formado entre o sacro e a 5ª vertebra lombar, um ponto de referência anatômica importante para a obstetrícia A pelve ainda se divide em grande bacia e pequena bacia Grande bacia Ou pelve falsa, limitada lateralmente pelas fossas ilíacas internas e posteriormente pela coluna vertebral, não apresenta grande relevância para a obstetrícia Pequena bacia (escavação pélvica) Limitasse superiormente pelo estreito superior e inferiormente pelo estreito inferior (mais adiante no resumo), e essa sim possui importância para a obstetrícia pois vai ser onde a cabeça do bebê vai se posicionar e também fornece uma série de sinais que ajudam a saber se o parto vai ser difícil ou não ESTREITOS DA BACIA Na pequena bacia, existem 3 estreitos de importância obstétrica ESTREIRO SUPERIOR É a entrada da pequena bacia e fornece 3 conjugatas e 3 diâmetros importante (antero-posterior, transverso e obliquo) Localização vai do promontório até a borda da sínfise púbica (anteriormente: pube, lateralmente: linha inanominada, posteriormente: asa do sacro) O diâmetro antero-posterior representa a distancia entre o promontório e a sínfise púbica e se divide em: Conjugata anatômica Vai da borda superior da sínfise púbica até o promontório e mede 11 cm , não tem tanta importância porque ela é a maior conjugata Conjugata obstétrica É o espaço real que o feto atravessa. Sendo a distancia que vai da região media da sínfise púbica (superfície interna) até o promontório e mede aprox. 10,5 cm Licensed to Luana Cochlar Bento - luanacochlar@gmail.com Esther Santos – Medicina Unimontes 77 Mecanismos e assistência do parto normal É a que realmente interessa na condução do parto (porque é o menor estreito e o mais preocupante), mas a medida dela é dada de maneira indireta, porque é impossível medir com o dedo no exame obstétrico, pra isso precisamos da 3ª conjugata Conjugata diagonalis É a que se consegue medir no exame obstétrico e vai da borda inferior da sínfise púbica até o promontório e mede aprox. 12 cm Calculo da conjugata obstétrica Valor encontrado na diagonalis – 1,5 cm Ou seja, uma conjugata diagonalis superior a 12cm equivale a uma obstétrica igual ou maior 10,5 ideal e normal para o parto ESTREITO MÉDIO Delimitado pela borda inferior do osso púbico e pelas espinhas isquiásticas Diâmetro biespinha isquiática Corresponde ao plano zero de De Lee, sendo o menor diâmetro da pelve, medindo aprox. 10,5cm Quando elas forem alcançadas bilateralmente (com os dois dedos ao mesmo tempo) durante o exame prognostico ruim (indica estreitamento do canal de parto) risco de parada da descida Quando faz o toque e as espinhas se encontram ‘’apagadas’’ critério bom Quando faz o toque e a espinha está saliente (pontuda) atrapalha o parto ESTREITO INFERIOR É a saída da bacia e é delimitado: Anteriormente: borda inferior do osso púbico Lateralmente: pelos músculos sacroiliacos Posteriormente: pelo musculo ileococcigeo Conjugata exitus Lembrar de exit porque é ‘’sair’’, pois é por onde o feto irá sair e essa é a única conjugata que consegue aumentar de tamanho na hora do parto Delimitação borda inferior do púbis até o cóccix, medindo aprox. 9,5 cm Mas, pelo movimento de retropulsao do cóccix (durante o desprendimento fetal) ele pode chegat atpe 11cm AVALIAÇÃO DA BACIA ÓSSEA O que se faz na prática é a avaliação clinica que procura determinar as dimensões da bacia, recorrendo à pelvimetria interna ESTREITO SUPERIOR – CONJUGATA OBSTÉTRICA Ela é a mais importante porque é o menor diâmetro do estreito superior, mas para calcular ela precisa da conjugata diagonalis, porque é a única que dá pra medir Acompanhando a concavidade do sacro, procurasse alcançar o promontório nos casos de promontório inatingível conclui-se que o diâmetro antero-posterior é amplo Licensed to Luana Cochlar Bento - luanacochlar@gmail.com Esther Santos – Medicina Unimontes 77 Mecanismos e assistência do parto normal porem, para considerar a bacia como normal e espaçosa, o que importa é a medida da conjugata diagonalis ESTREITO MÉDIO – ESPINHAS CIÁTICAS Essa é a mais difícil de fazer, mas consiste em identificar com os dedos a localização das espinhas ciáticas na cavidade vaginal e a distância entre elas Nas bacias normais, elas possuem pouca saliência (ponta) e é muito difícil de tocar as duas ao mesmo tempo, se conseguir prognostico ruim ESTREITO INFERIOR – CONJUGATA EXITUS O que chama atenção é a abertura do arco púbico, com os dedos exploradores, mede-se a conjugata exitus, observando as peculiaridades do sacro e sua inclinação, comprimento e curvatura Quando normal o arco púbico é bem aberto e não dificulta o toque Nos anormais é fechado e a sínfise púbica bem baixa Licensed to Luana Cochlar Bento - luanacochlar@gmail.com Esther Santos – Medicina Unimontes 77 Mecanismos e assistência do parto normal ESTÁTICA FETAL É no 3º trimestre que a estática fetal é importante, porque se houver alguma anormalidade, dá pra corrigir com manobras, a chamada versão externa A VCE é uma manobra que consiste em deixar em apresentação cefálica (de cabeça pra baixo) um bebê que estava em apresentação pélvica (sentado) ou transversa (atravessado) na gravidez próxima ao termo (nono mês), aumentando as chances de um parto normal de um bebê cefálico. Depois de internar a parturiente, deve ser feito o diagnóstico correto da estática fetal para que se decida qual a via recomendada para o parto O diagnóstico da estática fetal baseia-se em Anamnsese Avaliação do abdome materno – manobras de leopold Exame pélvico Se necessário – US do abdome SITUAÇÃO Pode ser 3 longitudinal, transversal e obliqua O parto transpélvico só é possível quando o feto se encontra na posição longitudinal, se tiver nas outras, tem que corrigir por meio de manobras (versão externa) ou o parto vai ser pela via transabdominal (cesárea) POSIÇÃO Guarda os pontos de referências do feto – dorso e coluna – com o lado direito e esquerdo do abdome materno (saber se as costas do bb está para o lado direito ou esquerdo da mãe) Situação longitudinal o Direita (costas pro lado direito da mãe) o Esquerda Situação transversal o Anterior (dorso voltado para a região superior doabdome da mãe) o Inferior (dorso voltado para o pubi) APRESENTAÇÃO Cefálica – cabeça junto ou próximo ao estreito superior da bacia Pélvica – se é as nadégas que estão próximas do estreito superior Córmica – o ombro do feto que está próximo VARIEDADE DE APRESENTAÇÃO Faz-se o diagnóstico clínico da variedade de apresentação realizando-se o exame pélvico e durante o toque que identifica os pontos de referencia no polo cefálico fetal Importante porque o parto transpélvico espontâneo só ocorre na apresentação de vértice Vértice polo cefálico penetra na bacia fletido, no exame dá pra sentir uma saliência óssea = vértice, entre a fontanela bregmática e occipital Bregma deflexão de 1º grão e a referência é a fontanela bregmática Naso deflexão de 2º grau e a referência é o nariz Licensed to Luana Cochlar Bento - luanacochlar@gmail.com Esther Santos – Medicina Unimontes 77 Mecanismos e assistência do parto normal Mento deflexão total (3º grau) e o ponto de referência é o mento (queixo) VARIEDADE DE POSIÇÃO Referência do feto os nomes adotam a fontanela occipital como ponto de partida (é a menorzinha) Referência da mãe pube (anterior), sacro (posterior) e o lado direito e esquerdo da bacia Occipito-púbica (OP) occipital voltado para o púbis Occipito-sacra (OS) occipital voltada para o sacro Occipito-direito-transversa (ODT) occipital voltado para o lado direito da bacia da mãe Occipito-esquerda-transversa (EDT) occipital voltado para o lado esquerdo da bacia Occipito-esquerda-anterior (OEA) occipital voltado para a esquerda da bacia mais anteriormente Occipito-direita-anterior (ODA) occipital voltado para a direita da bacia mais anteriormente Occipito-direita-posterior (ODP) occipital voltado para a direita da bacia mais posteriormente Occipito-esquerdo-posterior (OEP) occipital voltado para a esquerda da bacia mais posteriormente Imaginar em posição ginecológica para saber o que é direito e esquerda A identificação dessas variedades é principalmente no período expulsivo por causa da condução do parto, permitindo identificar problemas no mecanismo do parto e na correção desses problemas ATITUDE Sinclitismo Quando o polo cefálico penetra no estreito superior da bacia e inicia sua descida retinha, com a sutura sagital (parte a cabeça no meio) no mesmo sentido transverso da pelve (direita pra esquerda), ou seja, a sutura está a mesma distância da pelve e do sacro Assinclitismo posterior – de Litzman Em razação das dimensões diferentes do sacro e da sínfise, a sutura sagital vai se aproximar da sínfise púbica, quem vai apontar primeiro é o parietal posterior por isso assinclitismo posterior Assinclitismo anterior – de Naegele A sutura sagital se aproxima do sacro, quem aponta primeiro vai ser o parietal anterior Licensed to Luana Cochlar Bento - luanacochlar@gmail.com Esther Santos – Medicina Unimontes 77 Mecanismos e assistência do parto normal MECANISMO DO PARTO O feto precisa fazer uma série de movimentos para conseguir passar do estreito superior, médio e sair pelo estreito inferior Citam-se os tempos de mecanismo do parto (lembrando que todos acontecem ao mesmo tempo): Insinuação (aproxima) Encaixamento Flexão (encolhe) Descida Rotação interna Rotação externa (já está fora da mae) Desprendimento (tira os ombros e o resto do corpo pra fora) INSINUAÇÃO – ENCAIXAMENTO – FLEXÃO Insinuação A insinuação acontece em 80% das nulíparas (nunca fez parto) e acontece quando o polo cefálico se aproxima do estreito superior da bacia Encaixamento Quando o polo cefálico encaixa no estreito superior e o vértice já atinge o estreito médio Flexão O diâmetro muda para o suboccipital-bregmático e o mento do feto fica próximo do tórax, o bebê encolhe DESCIDA – ROTAÇÃO INTERNA Indispensáveis para o parto normal, e ocorrem simultaneamente Descida Nas nulíparas, a descida começa antes de entrar em trabalho de parto e pode atingir o estreito médio Rotação interna Depois que passa do estreito médio, o feto gira sua cabeça de forma q ele fique de frente para o sacro da mãe O bebê na rotação procura ficar na posição occipício-pubis (OP) DEFLEXÃO Depois de fazer a descida completa e a rotação interna, o polo cefálico faz deflexão (estende o pescoço) que é necessário para a saída do mento fetal o polo cefálico se desprende do estreito superior auxiliado pela retropulsao do cóccix, levando o aumento do diâmetro do estreito inferior de 9,5 cm para 11 cm ROTAÇÃO EXTERNA Quando a cabeça se exterioriza, ela faz o movimento de se colocar novamente (restituição) do mesmo lado da coluna vertebral, fazendo com que o occipício volte-se para o lado materno que ocupava no interior do canal de parto Geralmente acontece espontaneamente, mas também pode ser realizado por quem estiver realizando o parto Ao mesmo tempo, ocorre a rotação interna dos ombros DESPRENDIMENTO É o tempo final, após a saída do polo cefálico, surge o ombro anterior e depois o posterior, para depois vim o abdômen e membros inferiores Licensed to Luana Cochlar Bento - luanacochlar@gmail.com Esther Santos – Medicina Unimontes 77 Mecanismos e assistência do parto normal As contrações uterinas e o esforço da parturiente são responsáveis pelo desprendimento, ou o obstetra pode ajudar também PROPORÇÃO FETO-PÉLVICA DIAGNÓSTICO Fundamental para a condução do parto, principalmente na nulípara porque as dimensões de sua bacia ainda não foram testadas, então precisa saber a altura do polo fetal nos vários estreitos da bacia para chegar a conclusão se existe ou não a proporção Essa determinação segue o chamado plano de Lee, em que o estreito médio é o plano zero e vai de -3 pra cima e +3 pra baixo Na prática, as medidas são determinadas utilizando-se dedos empregados no exame pélvico Para cima até o estreito superior, os planos negativos variam de 1 a 5 cm (os negativos significam que a grande circunferência ainda não ultrapassou o estreito médio da bacia) configura desproporção Obs: nas nulíparas a termo (80% delas) acontece isso e sugere desproporção porque o polo cefálico se insinua e se encaixa antes ou logo no início do trabalho de parto Para baixo os planos positivos variam de 1 a 5 cm também Sob o ponto de vista prático, o mais importante na determinação De Lee é poder concluir se o vértice do polo cefálico está acima ou abaixo do estreito médio (plano 0) Para isso, no exame pélvico basta examinar se a cabeça está móvel (acima do plano 0) ou fixa (abaixo do plano 0) e é essa comprovação que permite decidir a via de parto Cada cm acima do plano 0 1cm acima = -1 e por aí vai Cada cm abaixo do plano 0 1 cm abaixo = +1 e por aí vai Licensed to Luana Cochlar Bento - luanacochlar@gmail.com Esther Santos – Medicina Unimontes 77 Mecanismos e assistência do parto normal NORMAS PARA A ASSISTÊNCIA AO PARTO A equipe obstétrica deve ser capacitada para analisar criteriosamente todos os fatores que possam interferir na evolução do parto, com a finalidade de obter um recém-nascido normal e o bem da parturiente RN normal: se registra no índice de Apgar ≥ 7 no quinto minuto + PH do sangue da arteria umbilical acima de 7,2 + não apresentar bossa serossanguinea (edema no couro cabeludo por causa do parto, pode ou não ser acompanhado de equimose) ou outro tipo de tocotraumatismo Parturiente: espera-se não apresentar alterações anatômicas ou funcional dos órgãos que participam: útero, canal cervical, genitais externos e internos Devem ser feitas as análises cuidadosas dos tópicos do quadro para facilitar a assistência e reduzir os riscos de complicaçõesDIAGNÓSTICO DE TRABALHO DE PARTO É importante fazer o diagnostico correto para evitar a hipótese de falso trabalho de parto (interna por tempo prolongado, alto gastos para a família), indução para o falso trabalho de parto e deixar de internar quando realmente existe trabalho de parto (pode resultar no nascimento fora do local adequado: casa, transporte e na rua) São três características iniciais do trabalho de parto: - cólicas abdominais contrações características = 2/10’/25’’ (2 a cada 10 min pelo menos por 25 segundos) - perda de líquidos pelas genitais rotura das membranas amnióticas - eliminação do tampão mucoso é o sinal de parto, quando o tampão mucoso se desprende - dilatação até 4 cm está na fase latente, se for maior que 4cm, está na fase ativa (segundo MS) Para isso, deve-se fazer uma anamnese e exame físico bem sucedidos ANAMNESE em relação às contrações o como são as cólicas, quando começaram, qual sua duração e o intervalo entre elas (as que passaram bem informadas pelo pré-natal sabem dizer) em relação a perda de água o que horas foi a perda e qual o aspecto do líquido isso porque o líquido pode ter vindo da bolsa, ou pode ser urina ou resíduo vaginal perda do tampão mucoso o é uma eliminação de secreção mucosa, o tampão que ficava entre os orifícios externo e interno do canal cervical EXAME FÍSICO comprovar a existência das contrações palpando-se o útero, com a palma da mao na região do corpo uterino, procura-se sentir o endurecimento e relaxamento do órgão, no período de 10 minutos exame pélvico procura-se observar se as contrações já provocaram modificações no canal cervical: apagamento e dilatação do colo do útero Apagamento afinamento do colo do útero (também chamado de cérvix) Dilatação abertura do colo do útero Licensed to Luana Cochlar Bento - luanacochlar@gmail.com Esther Santos – Medicina Unimontes 77 Mecanismos e assistência do parto normal Em multíparas ao mesmo tempo que colo vai se apagando, a dilatação ocorre Em primíparas primeiro apaga o colo (afina) e depois dilata EXAMES COMPLEMENTARES Quando pela via clinica não se chega ao diagnostico, pode-se utilizar a cardiotocografia, que permite o registro gráfico das contrações e de suas características Manter a gestante em observação por 2 horas e depois repetir o exame físico, se não comprovarem mudanças, a gestante pode voltar pra sua residência e ser orientada de informações claras e precisas sobre o inicio do trabalho de parto QUAL A IDADE GESTACIONAL? Pré-termo (entre 20 e 37 semanas) Há dois procedimentos: 1. Tentar inibir o parto, se for possível 2. Conduzir o parto, mas adotando medidas adequadas para a assistência ao parto pré-termo Pós-termo (maior igual a 42 semanas) Também exige condução especializada porque os riscos de sofrimento ou morte fetal são altos QUAL A ESTÁTICA FETAL? No primeiro exame já faz o diagnóstico da situação da posição, apresentação fetal e da variedade de apresentação parto transpélvico só acontece quando o feto se encontra na situação longitudinal (se tiver na transversal ou oblíqua, faz- se a versão externa ou cesárea), se tiver na posição cefálica o parto espontâneo acontece na variedade de apresentação de vértice QUAIS AS CONDIÇÕES MATERNAS? Prestar atenção nos registros do cartão de pré-natal que podem doenças prévias ou intercorrências gestacionais, porque elas podem influenciar não apenas na condução do parto mas na escolha da via para o nascimento do feto QUAIS AS CONDIÇÕES FETAIS? Avaliação se faz por meio do Registro da frequência cardíaca Normal: 110-160 bpm, mantendo 140 Sinais de sofrimento fetal: bradi/taquicardia e arritmias Observação da cor do liquido amniótico LA meconical (esverdeado): sugere sofrimento fetal HIPÓTESES DE DESPROPORÇÃO FETO-PÉLVICA É mais importante na nulípara, pois sua bacia nunca foi testada, e afastar essas dúvidas é ideal para se evitar um parto prolongado e cesarianas tardiamente realizadas com extração fetal difícil Questiona-se se existe proporção feto-pélvica quando: O volume fetal é grande: medida da altura uterina acima de 34cm e peso fetal superior a 3.500g Pelvimetria interna duvidosa: conjugata diagonalis menor que 12cm Se o polo cefálico fetal ainda está móvel Isso é comprovado no exame pélvico quando o vértice está próximo do plano 0, ou seja, ainda não chegou no estreito médio e a cabela ainda está móvel Também pode ser comprovado pela 3ª manobra de Leopold (avaliação da apresentação fetal), onde procura-se mobilizar o polo cefálico e se presente, reforça a ideia de desproporção Conduta: quando isso acontece, é realizado a prova de trabalho de parto PROVA DE TRABALHO DE PARTO Condições Para nulíparas, com gravidez a termo, com fetos com volume acima da média e polo cefálico ainda móvel Objetivo Comprovar se, com contrações adequadas e sem obstáculos para sua descida, o polo cefálico penetra na bacia e atinge o plano 0 de Lee, dentro de um prazo determinado As contrações para o padrão desejado devem ser 3 a 4/ 10’ / 30 a 40’’ através da adm de ocitocina ou da amniotomia (ou as duas) Benefícios Evita partos prolongados, RN deprimidos, tentativas de fórceps, episiotomia e processos judiciais por erro médico AMNIOTOMIA É uma rotina de intervenção para diminuir a duração do trabalho de parto, é basicamente a realização da rotura das membranas amnióticas Licensed to Luana Cochlar Bento - luanacochlar@gmail.com Esther Santos – Medicina Unimontes 77 Mecanismos e assistência do parto normal É preciso descolar previamente as membranas amnióticas e mobilizar a apresentação fetal para que se ecoe bastante liquido Isso estimula as contrações uterinas e afasta o único obstáculo para a descida do polo fetal: bolsa das águas Na maioria, em 60 minutos ela atinge o objetivo, se não conseguir, segue com a adm de ocitocina ADMINISTRAÇÃO DE OCITOCINA É uma administração intravenosa em doses crescentes, a cada 40 min, até que as contrações atinjam o padrão desejado Quando conseguir, realiza-se a amniotomia para afastar o obstáculo da bolsa das águas que atrasa a descida do feto Se o polo cefálico ainda permanecer móvel (até 4 horas depois do procedimento) extrair o feto pela via abdominal QUAIS AS CONDIÇÕES HOSPITALARES? Qualidade da equipe Bloco obstétrico bem equipado Unidade neonatal capacitada para receber RN normais e com problemas Equipe de suporte experientes QUAIS AS CONDIÇÕES DO OBSTETRA? Competente e experiente em boas condições físicas e emocionais Isso evita complicações no parto, para o RN e processos por erro medico COMO CONDUZIR O TRABALHO DE PARTO? Depois da parturiente ser internada, a equipe obstétrica deve ser capaz de ajudar na evolução normal do parto e corrigir as distócias que surgirem A condução do parto vai variar de acordo com os períodos clínicos, que são 4: 1. Dilatação 2. Expulsão 3. Dequitação 4. Observação PERÍODOS CLÍNICOS DO PARTO: DILATAÇÃO (1) É a fase que ocorre a dilatação progressiva do colo, e vai desde o inicio do trabalho do parto até a dilatação máxima de 10cm. Fase latente do parto Quando a mulher apresenta contrações dolorosas e dilatação ≤ 3 (dados do MS) O melhor a se fazer é encorajar e aconselhar a mulher que ela volte para casa e oferecer alivio da dor (porque ela ainda não entrou em trabalho de parto, não precisa ficar sentindo dor sem necessidade) Orientar sobre a fase ativa do parto (contrações dolorosas, 2 em cada 10 minutos, escoamento de liquido) e demais sinais de alarme, como sangramento Fase ativa do parto Quando a mulher apresenta contrações dolorosas e dilatação ≥ 4 cm interna Duração das fases do primeiroperíodo Nas nulíparas em média de 8 horas e no máximo 18 horas Nas multíparas em média 5 horas e no máximo 12 horas NORMAS PARA CONDUÇÃO DO PERÍODO DE DILATAÇÃO Alimentação Segundo o MS, a parturiente pode ingerir líquidos, de preferência soluções isotônicas ao invés de só água Porque, uma vez que todas são candidatas a anestesia, quando for anestesiar o risco de complicações é menor quando o estomago está vazio, por isso recomenda-se não ingerir alimentos durante o trabalho de parto Posição da parturiente Pode adotar a conduta que mais lhe convier, desde que não exista razões medicas que a impossibilite disso (uso de medicamentos pela via intravenosa, parturientes com anestesia epidural continua etc) Licensed to Luana Cochlar Bento - luanacochlar@gmail.com Esther Santos – Medicina Unimontes 77 Mecanismos e assistência do parto normal Se escolher a posição horizontal, deve ser estimulado o decúbito lateral esquerdo para prevenir hipotensão materna, que aumenta o risco de hipóxia fetal Intervenções que não devem ser realizadas de forma rotineira no TP (trabalho de parto) - enema (ou lavagem intestinal, com o objetivo de evitar a eliminação de fezes no período expulsivo) - tricotomia pubiana (depilação dos pelos pubianos que é feita na sala de parto e facilita a antissepsia dos genitais e realização de epissiotomia) - amniotomia precoce, associada ou não com ocitocina Licensed to Luana Cochlar Bento - luanacochlar@gmail.com Esther Santos – Medicina Unimontes 77 Mecanismos e assistência do parto normal PARTOGRAMA Criado pela OMS para ajudar a ver a evolução do parto e a análise pode trazer bastante informações, inclusive de algumas distócias durante o TP. No partograma são registrados a dilatação cervical, altura da apresentação (e o tipo), as contrações uterinas, a frequência cardíaca do feto e outros dados Só deve ser iniciado quando a paciente se encontra na fase ativa do TP contrações efetivas (pelo menos 2/10’/30’’ e dilatação cervical de pelo menos 4cm) IDENTIFICAÇÃO Esses últimos em vermelho não estão no modelo de partograma da OMS, mas seriam importantes de vim DILAÇÃO CERVICAL E A ALTURA DA APRESENTAÇÃO O eixo X representa as horas, o eixo Y representa os cm, do lado direito está a dilatação e do lado esquerdo está a descida da apresentação (considerando o plano 0 De Lee) Linha de alerta Na hora imediatamente após que se marcar a primeira dilatação, traçar a linha de alerta, passando por todos os quadrantes na diagonal, que serve para identificar as pacientes com parto de risco Não há necessidade de intervenção quando a dilatação cruza ou atinge a linha de alerta, só deve ficar em maior atenção Linha de ação Contra 3 quadrantes e no vértice do 4º quadrante, traçar a linha de ação, ou seja, em um intervalo de 4h depois da linha de alerta Somente quando a curva de dilatação atinge a linha de ação que a intervenção é necessária, mas não necessariamente precisa ser cirúrgica, para melhorar a evolução do parto e corrigir possíveis distócias Dilatação É anotada na forma de um triângulo preenchido (lembrar dos dedos formando um V quando avalia a dilatação) É indispensável para que ocorra o desprendimento transpelvico do feto e depende primariamente das contrações uterinas O MS recomenda a medição pelo exame pélvico em cada 4 horas de TP, para isso utilizam-se os 2 dedos empregados no toque Licensed to Luana Cochlar Bento - luanacochlar@gmail.com Esther Santos – Medicina Unimontes 77 Mecanismos e assistência do parto normal Altura da apresentação É registrada como um circulo vazio ou representando as suturas do crânio, de forma que a sutura lambdoide (em forma de Y) nos ajuda a nomear os tipos de apresentação Na mesma frequência que se avalia a dilatação, avalia a altura do polo fetal e as condições das membranas amnióticas de 4 em 4 horas no toque vaginal Para registro, segue os planos de De Lee MONITORAMENTO E REGISTROS DAS CONDIÇÕES FETAIS É feita a ausculta cardíaca fetal com o estetoscópio de Pinard ou o sonar-doppler Frequência: antes, durante e após uma contração, em 15 a 30 minutos no 1º estágio do trabalho de parto Normal: em torno de 140 Bradicardia: abaixo de 110 pbm Taquicardia: acima de 160 bpm Bolsa Verifica-se se a bota esta rota (BR) ou integra (I) Liquido amniótico Verifica-se se o LA é claro (CL) o que é normal, ou esverdeado, significando presença de mecônio, sugerindo sofrimento fetal MONITORAMENTO E REGISTRO DAS CONTRAÇÕES UTERINAS Durante a gestação, o útero apresenta atividade contrátil de baixa itensidade e duração, mas a gestante não percebe porque isso é inibido pela progesterona No final da gravidez, pré-parto, elas aumentam de intensidade e duração, alterando o canal cervical gera o apagamento do colo nas nulíparas 2/10’/25-30’’ Triplo gradiente descendente No TP, as contrações são chamadas de triplo gradiente descendente, apresentam características próprias e sua intensidade e duração aumentam de forma progressiva Elas se propagam de baixo, do corpo para o segmento inferior do útero e para o canal cervical aumentam para 4/10’/40’’ Colore-se o numero de quadrados correspondentes ao numero de contrações, de acordo como indica no partograma Segundo o MS, devem ser monitoradas de 1 em 1 hora PARTOGRAMA DE UM PARTO EUTÓCICO Licensed to Luana Cochlar Bento - luanacochlar@gmail.com Esther Santos – Medicina Unimontes 77 Mecanismos e assistência do parto normal DIAGNÓSTICO DAS DISTÓCIAS PELO PARTOGRAMA Quando o parto evolui de maneira anormal, é chamado de distócia FASE ATIVA PROLONGADA Essa distócia geralmente decorre de contrações uterinas hipoativas ou incoordenadas demora dilatar Contrações hipoativas São aquelas que apresentam intensidade e duração abaixo do considerado normal na evolução de parto, ou seja, inferior a 3/10’/30’’ Comprova-se ela por anamnese, palpação do útero e exame pélvico Contrações incoordenadas Não determinam a dilatação cervical, são dolorosas, mas improdutivas e seu diagnostico clinico é difícil, geralmente é por exclusão PARADA SECUNDÁRIA DA DILATAÇÃO É quando a dilatação cervical não evolui, consequentemente o feto não consegue descer para realizar a expulsão, geralmente decorre de 2 motivos: desproporção cefalo-pelvica absoluta ou relativa Desproporção cefalo-pélvica absoluta Quando o polo cefálico é maior que a bacia, ou quando a bacia é pequena e não permite a passagem do feto, assim, a resolução é uma cesárea Desproporção cefalo-pélvica relativa Existe defeito na apresentação: deflexao ou posiçao transversa ou posteriores, nessas condições, a deambulação, a rotura artificial da bolsa das águas ou a analgesia peridural podem favorecer a evolução normal do parto (a punçao é feita nas costas para achar o espaço peridural, perdendo a sensibilidade dos MMII e do abdomen) PARTO PRECIPITADO O parto acaba muito rápido, o que não é bom porque pode ocorrer sofrimento feal e lacerações no trajeto, pois naodeu tempo para acomodar os tecidos pélvicos Taquissistolia e hipersistolia Podem ser um dos motivos desse tipo de parto, quando a intensidade e a duração das contrações ultrapassam o considerado normal Quando palpa-se o útero, percebe hipertonia: quase não existe a fase de relaxamento Licensed to Luana Cochlar Bento - luanacochlar@gmail.com Esther Santos – Medicina Unimontes 77 Mecanismos e assistência do parto normal Administração excessiva de ocitocina Tambem pode ocorrer e nesse caso, deve-se suspender a infusão de ocitocina até o retorno padrao das contrações PARTO EXPULSIVO PROLONGADO Embora tenha dilatação normal, o descida do feto acontece de maneira muitolenta Pode estar relacionada tambem com uma contração uterina deficiente e sua correção pode ser feita adm ocitocina, fazendo a rotura da bolsa ou pelo uso do forceps (desde que preenchido os requisitos) PARADA SECUNDÁRIA DA DESCIDA Quando há dilatação, o feto estava descendo mas chega uma hora que ele não progride Pode ser decorrente de uma desproporção feto-pélvicas (relativa ou absoluta), entao deve-se reavaliar as relações Licensed to Luana Cochlar Bento - luanacochlar@gmail.com Esther Santos – Medicina Unimontes 77 Mecanismos e assistência do parto normal PERÍODOS CLÍNICOS DO PARTO: EXPULSIVO (2) Começa com a dilatação completa do colo – 10 cm- e termina com a expulsao completa do feto, sendo o periodo mais importante, estressante e de alto risco para o feto O MS considera como fase ativa do periodo expulsivo quando: tiver a dilatação total do colom cabeça do bb visível, contrações de expulsao ou esforço materno ativo A duração do período expulsivo está diretamente relacionado com os seguintes fatores: - padrão das contrações uterinas - participação da parturiente - resistência dos órgãos genitais (se os mm. Gennitais forem muito resistentes, recorre-se à episiotomia) - participação da equipe obstétrica Tempo para as nulíparas O parto deve ocorrer no prazo de no máximo 3 horas após o inicio da fase ativa Tempo para as multíparas O parto deve ocorrer em no maximo 2 horas após o início da fase ativa Recomendações do MS Deve-se apoiar a realização de puxos espontâneos no período de expulsão em mulheres sem analgesias, evitando puxos dirigidos Caso o espontâneo seja ineficaz, deve-se oferecer outras estratégias: suporte, mudanças de posição, encorajamento e esvaziamento de bexiga A manobra de Krisller não deve ser realizada no 2º período do trabalho de parto pressão sobre o útero da mulher Apena considerar o uso de parto instrumental (vácuo-extrator ou fórceps) quando não houver segurança ao bem estar fetal ou prolongamento do 2º período Não realizar a episiotomia de rotina durante o parto vaginal espontâneo EPISIOTOMIA Apenas em extrema necessidade usa-se a técnica da episiotomia, nas diretrizes do parto normal, o MS fala: ‘’ se uma episiotomia for realizada, recomenda-se a médio- lateral originando na fúrcula vaginal e direcionada para o lado direito, com um ângulo entre 45 a 60 graus ‘’ e também que deve-se assegurar uma analgesia efetiva antes da realização da episiotomia Médio lateral – direita ou esquerda Vai em direção obliqua foge do ânus Perineotomia (ou mediana) Tem menor lesão tecidual, não lesa músculos, sangra menos, mas se ela prolonga, pode chegar ao esfíncter do anos e causar problemas graves FÓRCIPE MS: realizar quando não houver segurança ao bem estar fetal ou prolongamento do 2º período Função: serve para apreender, tracionar e rodar Licensed to Luana Cochlar Bento - luanacochlar@gmail.com Esther Santos – Medicina Unimontes 77 Mecanismos e assistência do parto normal CONDIÇÕES DE APLICABILIDADE DO FÓRCEPS – ABCDEF insinuado: quando tiver OP +2 ou OP +3 TERCEIRO PERÍODO: DEQUITAÇÃO Começa após o desprendimento total do feto e termina com a saída completa da placenta, comprovou-se que 2 a 3 contrações são necessárias para que ela se descole do endométrio Isso porque após a expulsão fetal, ainda há contrações ]uterinas, com a mesma intensidade e duração, e normalmente em até 10 minutos acontece o descolamento MS: o tempo máximo para a placenta sair naturalmente é de 30 minutos, e apenas deve-se considerar o terceiro período prolongado após decorridos 30 minutos de manejo ativo ou 60 minutos de manejo fisiológico Recomendações do MS: placenta retida - usar ocitocina IV adicional de rotina para desprendimento da placenta apenas se houver hemorragia - não realizar a remoção manual ou cirúrgica da placenta sem analgesia adequada Revisão do canal de parto Após a dequitação, é indispensável realizar a revisão do canal de parto, buscando lacerações no colo ou nas paredes vaginais, até retenção de fragmentos de membrana ou de cotilédones placentários, pois esses problemas podem ser responsáveis pelas hemorragias no pós-parto Se houver alguma ocorrência, as lacerações devem ser suturadas, prevenindo o sangramento e favorecendo a regeneração total do tecido QUARTO PERÍODO: OBSERVAÇÃO Terminando o parto, deve-se manter a parturiente na primeira hora pós-parto em observação, pois é preocupante de acontecer sangramento genital, a involução imediata do útero e o estado geral da mãe Recomendações do MS - manter a mulher em observação rigorosa pela avaliação da condição física geral: coloração da pele e mucosas, respiração, sensação de bem-estar - observar perda sanguínea REFERÊNCIAS Diretriz Nacional de Assistência ao Parto Normal Rezende Obstetrícia, 13ª edição Noções práticas de Obstetrícia 14ª edição – Mario Dias Licensed to Luana Cochlar Bento - luanacochlar@gmail.com Esther Santos – Medicina Unimontes 77 Tipos de parto e Puerpério TIPOS DE PARTO – EPIDEMIOLOGIA No brasil, a assistência ao parto registra números elevados de cesarianas e o uso excessivo de intervenções no parto vaginal, como a episiotomia, restrição da parturiente ao leito durante o TP, uso de ocitocina etc Em relação a cesárea, a prática no Brasil é muito comum, tanto que ele é o país conhecido como líder mundial desse procedimento, associando isso a boa assistência obstétrica e tecnológica e questões socioeconômicas (por particular é 80% dos procedimentos, pelo sus é próximo a 30%) PARTO NORMAL – EPIDEMIOLOGIA Em uma pesquisa realizada para saber o perfil epidemiológico dos partos brasileiros pelo SUS, de 2000 a 2018, registrou 51,3% de partos vaginais e 48,7% de cesarianas Nessa mesma pesquisa concluiu-se que a incidência de partos cesarianos no brasil parece estar mais associada a condições socioeconômicas e ao direito de escolha, aliada aos avanços tecnológicos na área médica PARTO NORMAL É o parto em que o feto nasce naturalmente pelo canal vaginal, sendo conduzido, monitorado e registrado pelo médico, principalmente no partograma Pode ser feito com ou sem anestesia e o médico se torna o agente ativo no período expulsivo, auxiliando na extração fetal VANTAGENS Permite contato mais rápido da mãe com o RN A recuperação da mãe é mais rápida e tem um menor risco de hemorragia Redução das doenças respiratórias no RN A oportunidade do RN em sugar o peito nos primeiros momentos de vida, reduz as chances de doenças respiratórias, pois a força exigida no nascimento faz com que o bebê elimine o liquido presente nos pulmões Liberação de cortisol O estresse do TP libera cortisol, muito importante para sensibilizar o endométrio e fazer com que a ocitocina endógena seja produzida A ocitocina endógena vai promover as contrações, prevenir quadros de atonia uterina (perda da capacidade de contrair o útero depois do parto, aumentando o risco de hemorragia) e promover a maturação pulmonar fetal Liberação de prolactina No momento do parto também há a liberação de prolactina, muito importante para a lactação Contato com a microbiota vaginal O RN tem contato com os lactobacilos, consequentemente, possui um melhor desenvolvimento do sistema imunológico, reduzindo o risco de doenças alérgicas, como doença celíaca DESVANTAGENS – LACERAÇÃO A descida do bb leva a vagina e o períneo a se esticarem e passagem dele durante o trajeto pode deixar lacerações, pois o tecido se esticou muito a ponto de se separar e rasgar Lacerações do 1 ao 4º grau, desde cortes superficiais nos pequenos lábios que não exigem suturas até as profundas e graves que causam ruptura muscular e do esfíncter anal Elasnormalmente não evoluem para complicações pós parto, mas em alguns casos, as lesões de 3º e 4 grau podem gerar incontinência urinária e fecal, alargamento vaginal, perda de sensibilidade etc APLICAÇÕES PARA O PARTO NORMAL Feto insinuado (encaixado) apresentação cefálica na situação longitudinal Dilatação completa 10 cm Bolsa rota ruptura da membrana amniótica PARTO VAGINAL OPERATÓRIO O desejável é acontecer o parto normal espontâneo, mas pode haver distócias durante o período expulsivo e cursar com o parto vaginal operatório para facilitar a extração e reduzir os riscos tanto para mãe quanto para o RN. Essa extração se faz principalmente com o fórceps e o vácuo extrator FÓRCIPE Função: ajudar na passagem do polo cefálico pela bacia óssea, pode tanto realizar o mecanismo integralmente quanto parcialmente Classificação: conforme a altura do polo cefálico de acordo com os planos de De Lee, o uso do fórcipe é classificado em 3 tipos: alto, médio e baixo Modelo: são dois ramos, compostos por um cabo, uma haste e uma colher, feito anatomicamente para o polo cefálico na apresentação pélvica Licensed to Luana Cochlar Bento - luanacochlar@gmail.com Esther Santos – Medicina Unimontes 77 Tipos de parto e Puerpério FÓRCIPE ALTO Quando o polo cefálico está acima do plano médio, ainda móvel (-1, -2 ou -3), o instrumento terá que realizar o mecanismo integral: toda a descida, a rotação interna e a deflexão. Muito arriscado e contraindicado FÓRCIPE MÉDIO O polo cefálico passou do estreito médio, mas não conseguiu o inferior (plano +1 ou +2), assim, o fórcipe faz: completa a descida até o estreito inferior (+3), completa a rotação interna e a deflexão Na variedade de posições obliquas OEA, ODA,OEP, ODP rodar 45 graus Posições transversas OET e ODT rodar 90 graus FÓRCIPE BAIXO O polo já desceu, está no plano +3 de De Lee e já conseguiu fazer toda a rotação interna: ficando nas variedades de posição OP ou OS Cabe ao instrumento realizar apenas a deflexão, objetivando reduzir a duração do período expulsivo, beneficiando mãe e filho CONDIÇÕES PARA A APLICAÇÃO Feto vivo Porque pode prejudicar a parturiente, não faz sentido coloca-la em risco se o feto está morto Proporção feto-pélvica Só usa quando se tem certeza da proporção entre o volume fetal e a bacia da mãe (polo cefálico abaixo do estreito médio - +1, +2 ou +3) Dilatação completa do colo 10 cm Bolsa das águas rotas Porque ela dificulta o diagnostico da variedade de posição, pode-se ser feita uma amniotomia Indicação correta Domínio da técnica de aplicação INDICAÇÕES FETAIS Sofrimento fetal O feto pode sofrer durante a gestação (sofrimento crônico) quando no parto (agudo), em ambos, quanto mais rápido for o período expulsivo, melhor para o feto Parada de progressão do polo cefálico no período expulsivo As vezes, por não ter uma proporção entre as contrações, a cabeça para de rodar e descer, assim, o fórcipe completa a rotação e a descida (fórcipe médio) Fórcipe profilático É a indicação mais frequente, pois tem o objetivo de promover mais rapidamente a deflexão do polo cefálico (fórcipe baixo) INDICAÇÕES MATERNAS Hipoatividade uterina Doenças sistêmicas maternas O período expulsivo exige muito esforço, se a parturiente tiver cardiopatias, distúrbios mentais e eclampsia, por exemplo, o seu esforço é contraindicado Hemorragia do intraparto Quadros hemorrágicos da gravidez podem se manifestar ou agravar no período expulsivo, por isso, quanto mais rápido ele for, menos sangramento vai ter TÉCNICA PEGA CORRETA DO POLO CEFÁLICO A única região que pode para não causar tocotraumatismo é no diâmetro parieto-malar-mentoniano, ou seja, na pega biparietal (nos ossos parietais), assim, as colheres se adaptam aos ossos e não traumatizam Licensed to Luana Cochlar Bento - luanacochlar@gmail.com Esther Santos – Medicina Unimontes 77 Tipos de parto e Puerpério ANALGESIA É obrigatório, para relaxar os músculos e conseguir colocar o fórceps, mas na ausência de anestesia, o obstetra pode fazer a anestesia locorregional (bloqueio do nervo pudendo) EPISIOTOMIA Sempre, antes de colocar as colheres do fórcipe, faz-se a episiotomia, para ampliar o canal de parto e facilitar a introdução adequada da mão-guia e das colheres CATETERISMO VESICAL A bexiga da parturiente tem que estar vazia antes, por isso, faz- se o cateterismo vesical APLICAÇÃO DAS COLHERES DO FÓRCIPE Vai depender da variedade de posição, onde o obstetra consegue identificar pelo exame pélvico APLICAÇÃO NAS VARIEDADES DIRETAS – OP E OS A única função nas variedades diretas é promover a deflexão do polo cefálico, para isso, na OP elevam-se as colheres e desprende-se o mento. Na variedade OS, abaixam-se as colheres no sentido sacro A primeira colher é a da esquerda, depois é a da direita, e ambas as colheres devem ficar perpendiculares aos genitais APLICAÇÃO NAS VARIEDADES OBLÍQUAS Nas variedades OEA ou ODP, a primeira colher a se introduzir é a posterior (mais próxima do sacro) e a segunda, a anterior O que é diferente nessas variedades é a rotação interna realizada pelo fórcipe OEA rotação de 45 graus da esquerda pra direita em direção a sínfise púbica ODP rotação de 45 graus da direita pra esquerda ou de 135 graus até ficar OP, mas não se recomenda essa APLICAÇÃO NAS VARIEDADES TRANSVERSAIS Nas variedades OET e ODT, o objetivo do fórceps também é completar a rotação interna, descida e deflexão do polo cefálico OET a colher posterior é a esquerda e a anterior a direita, a rotação será de 90 graus ODT a 1ª colher a ser introduzida é a da direita (posterior) e a rotação também é de 90 graus PROGNÓSTICO Quando realizada da maneira correta por um profissional, é útil e ajuda o feto e a parturiente, se incorretamente utilizado, é um verdadeiro desastre e pode aumentar os traumatismos nos genitais da parturiente Uma das preocupações no prognostico das crianças é com seu desenvolvimento intelectual, mas ainda não tem nenhum estudo bem-controlado que mostrou efeitos nos testes de QI VÁCUO-EXTRAÇÃO As indicações dele são semelhantes às do fórcipe, mas aqui a extração do polo cefálico é feito com o auxilio do vácuo extrator Licensed to Luana Cochlar Bento - luanacochlar@gmail.com Esther Santos – Medicina Unimontes 77 Tipos de parto e Puerpério É composto por uma bomba e uma ventosa (metal ou plástico), que encaixa na região da sutura sagital a aprox. 3c da fontanela occipital No momento da contração uterina, segurando a haste da ventosa, traciona-se o feto Muito pouco empregado no Brasil PARTO CESARIANA É um parto que ocorre por dupla incisão: 1. Laparotomia incisão abdominal 2. Histerectomia incisão uterina EPIDEMIOLOGIA Segundo estimativas globais, o índice de cesarianas (IC) no Brasil é de 53,8%, um dos países com o maior número de cesarianas do mundo Pelo SUS, a proporção de cesarianas, predominando o atendimento pelo sistema de plantão, é de 36%, ao passo que no setor privado chega a ser 88% Muitos fatores estão contribuindo para o aumento de IC, entre eles: Nivel de instrução mais elevado Aperfeiçoamento das técnicas anestésicas Redução dos riscos e de complicações no PO Percepção de segurança do procedimento pelas pacientes e dos profissionais de saúde Mudanças nos sistemas de saúde Maior demanda dos pacientes NORMATIVA – CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA O CFM, na resolução número 2.284/2020 dispõe que é ético o médico atender à vontade de gestante de realizar o parto cesariano, garantidas a autonomia do médico e da paciente e a segurança materno-fetal É direito da gestante, nas situações eletivas, optar pela realizaçãoda cesariana, garantida por sua autonomia o Desde que tenha recebido todas as informações de forma detalhada sobre o parto normal e cesariano, com seus riscos e benefícios A decisão deve ser registrada em termo de consentimento livre e esclarecido para garantir a segurança do feto, a cesariana a pedido, nas condições de risco habitual, somente poderá ser realizada a partir de 39 semanas completas, devendo haver o registro em prontuário INDICAÇÕES – CESARIANA DE EMERGÊNCIA Sofrimento fetal Prolapso de cordão umbilical Desproporção céfalo-pélvica Eclampsia etc INDICAÇÕES OBSTÉTRICAS DO PARTO CESÁREA Indicações absolutas (macete em ordem alfabética começando com C) Cicatriz uterina prévia corporal (não consegue realizar o parto normal) Desproporção cefalo-pélvica Esmagamento do cordão (prolapso) Feto transverso Gestante morreu (quando a gestante morre mas o feto ainda está vivo, tem que tirar pela cesariana) Herpes genital ativo Inserção baixa placenta total (placenta prévia total) Indicações relativas (caderno 32 do MS) Cesárea previa Macrossomia fetal Gravidez gemelar Feto não reativo em trabalho de parto Descolamento prematuro da placenta Licensed to Luana Cochlar Bento - luanacochlar@gmail.com Esther Santos – Medicina Unimontes 77 Tipos de parto e Puerpério VANTAGENS Maior segurança para o RN e menos trauma no assoalho pélvico da gestante Não passa pela dor do parto Possibilidade de escolher a data do nascimento Tem duração previsível Ajuda a reduzir o estresse materno durante o parto por passar a ideia de um ambiente plenamente controlado, onde tudo ocorre de forma previamente estipulada. Impede a recorrência de nascimento pós-termo Rediz risco alongo prazo de prolapso uterino e incontinência urinária na mãe DESVANTAGENS Para a mãe pós é mais complicado, sente dor e dificuldade para andar, maior risco de ter febre, reação a anestésico, infecção e hemorragia O RN é introduzido em contato com as bactéria cutâneas, principalmente Staphylococcus que pode se apresentar como maléfica em alguns casos gera uma colonização intestinal do bebê alterada De certa forma, há um atraso na amamentação, pois há a privação do bebê do contato pele a pele, importante para o aleitamento PRINCIPAIS FATORES PARA AUMENTO DE CESÁREAS Fetos em apresentação pélvica Maior ocorrência de obesidade Cesáreas eletivas por opção da mãe, em cumprimento com a autonomia do paciente Cesáreas eletivas para preservação do assoalho pélvico TÉCNICA A cesariana é se dá pelo corte de 7 camadas até chegar ao útero, para a abertura, utiliza-se incisões transversas (menor dor no pós, melhor cicatrização e melhores resultados cosméticos), e a técnica mais utilizada mundialmente é a de Pfannenstiel Nela, uma incisão na pele transversalmente é feita, de modo suprapúbica (e a 2cm acima do púbis), levemente aciforme, com concavidade superior e extensão de 10 a 12 cm Os 7 cortes são: 1. Pele 2. Gordura 3. Aponeurose 4. Músculo reto abdominal 5. Peritônio parietal 6. Peritônio visceral 7. Útero EXTRAÇÃO FETAL Na execução da cesariana, o acesso ao feto deverá ser rápido, mas sua extração deve ser lenta, esta é feita pela manobra de Licensed to Luana Cochlar Bento - luanacochlar@gmail.com Esther Santos – Medicina Unimontes 77 Tipos de parto e Puerpério Geppert (opção mais utilizada em caso de apresentação cefálica) DIFICULDADES, ACIDENTES E COMPLICAÇÕES Por ser uma cirurgia, apresenta todos os riscos de qualquer outra, sejam eles anestésicos ou até mesmo no pós-parto. Além disso, possui uma recuperação mais demorada Entre os problemas encontrados, destacam-se: hemorragias, infecção, extração fetal difícil, trombose e as complicações urinárias e intestinais Hemorragias As hemorragias vindas da histerectomia são frequentes, mas raramente causam ameaça, por isso, o cirurgião deve identificar principalmente lesões dos grandes pedículos vasculares (pois eles estão entre as principais causas), coibi-lo com pinças para suturar depois, tomando muito cuidado com os ureteres (proximidade) Infecção Acontece de 4 a 7 dias pós cesariana, e o uso de antibiótico profilático e uma boa técnica cirúrgica reduzem significantemente sua incidência Extração fetal difícil Em alguns casos, a extração pode ser complicada, precisando de diferentes estratégias PARTO HUMANIZADO Não se trata necessariamente de um tipo de parto, mas sim à assistência prestada à mulher e ao bebê durante o pré-natal, parto e pós-parto, buscando também reduzir intervenções clinicas desnecessárias ou de risco para a mãe e o RN A humanização do parto é um direito garantido pela constituição, que estabelece a dignidade da pessoa humana como fundamento, além de ser um direito garantido internacionalmente pela OMS Humanizar é Acreditar que o parto normal é fisiológico e na maioria das vezes não precisa de intervenção Saber que a mulher é capaz de conduzir o processo e que ela é a protagonista do evento Conversar, informar a mulher sobre os procedimentos e pedir sua autorização para realizá-los Promover um ambiente acolhedor Respeitar cada mulher na sua individualidade, levando em consideração seus medos e suas necessidades Permitir o contato imediato do bebê com a mãe logo ao nascer, e garantir que eles permaneçam assim durante o período de internação PARTICULARIDADES DO PARTO HUMANIZADO Plano de parto O plano de parto é um texto contendo as escolhas da mulher para o seu pré-parto, parto e pós-parto, podendo ser feita em forma de carta e deve conter suas preferencias de forma clara para orientar os profissionais de saúde que acompanharão o processo O texto deve ser elaborado durante o pré-natal Ambiente O ambiente deve ser especial, seja no hospital ou no domicílio, junto com musica suave, redução da luz e conta com massagens na região lombar da parturiente, pois beneficia conforto Acompanhante A mulher tem direito de estar com um acompanhante de sua escolha durante todo o período do TP, nascimento e pós-parto imediato A pessoa é escolhida para dar suporte emocional e estar ao seu lado durante todos os momentos do parto Doulas A doula é uma profissional que acompanha e dá suporte para mulher em TP, ajudando a cuidar do seu bem-estar físico e emocional Licensed to Luana Cochlar Bento - luanacochlar@gmail.com Esther Santos – Medicina Unimontes 77 Tipos de parto e Puerpério Acompanha a família desde o pré-parto, orientando e ajudando nas escolhas, colaborando com o diálogo entre a mulher e os profissionais de saúde também Também ajuda a encontrar posições mais confortáveis para o TP e propõe medidas naturais que podem aliviar as dores PUERÉPRIO Classifica-se o puerpério em 3 fases: Puerpério imediato: 10 dias após o parto Puerpério tardio: entre 11º e 40º dias Puerpério remoto: do 41º dia até o 60º dia após o parto MAMAS E LACTAÇÃO ANATOMIA DAS MAMAS E LACTAÇÃO O leite humano é o alimento ideal para os RN e fornece nutrientes específicos para a faixa etária, além de fatores imunes e substancias antibacterianas. Anatomia das mamas Cada glândula mamária é composta de 15 a 25 lobos, separados uns dos outros por gordura. 1 lobo são formados de vários lóbulos são formados por vários alvéolos cada um tem um pequeno ducto os ductos juntos formam 1 ducto calibroso 1 ducto em cada lobo O epitélio secretor alveolar sintetiza os vários componentes do leite Colostro Depois do parto, até 2 semanas, as mamas começam a secretar o colostro, um líquido de cor amarelo-limão-escuro que tem componente imunes (IgA) sais minerais e aminoácidos. A IgA confere proteçãoao RN contra os patógenos entéricos Leite maduro Depois de 4 a 6 semanas, o colostro se converte em leite maduro, que tem proteína, gordura, carboidrato, sais, vitaminas e hormônios Proteínas caseínas (80%) e proteínas do soro: 16% de albumina e 4% de globulinas ENDOCRINOLOGIA DA LACTAÇÃO Durante a gestação, estrogênio e progesterona estão altos, que acabam inibindo a prolactina, a alfa-lactalbumina e a lactose sintetase Com o parto, há a redução súbita de progesterona e estrogênio a inibição para as enzimas e a prolactina é retirada há o aumento da síntese do leite A prolactina é essencial na formação do leite, por isso, mulheres com necrose hipofisária grave (adenohipófise) – síndrome de Sheehan – não amamentam Posteriormente, a profusão e a duração da lactação são controladas pela estimulação repetitiva da amamentação e pelo esvaziamento do leite presente na mama Ocitocina A neurohipófise anterior secreta ocitocina, os principais estímulos são choro do bebê e sucção secreta ocitocina contração das células mioepiteliais dos alvéolos e dos pequenos ductos lactíferos ejeção do leite O estresse e o medo materno podem inibir a liberação de ocitocina e consequentemente a ejeção do leite CUIDADOS COM AS MAMAS A adaptação inadequada do RN à mama pode causar fissuras dolorosas, por isso, é importante que as orientações em relação à amamentação sejam passadas durante o pré-natal, de preferencia com aulas práticas A pega adequada do RN ao peito é a pega labial que abocanha toda a aréola, e não somente o mamilo As fissuras mamilares tornam a amamentação dolorosa e podem afetar negativamente a produção do leite, além de funcionarem como portas de entrada para as bactérias Licensed to Luana Cochlar Bento - luanacochlar@gmail.com Esther Santos – Medicina Unimontes 77 Tipos de parto e Puerpério ÚTERO, VÁGINA E PERÍNEO Útero Depois do parto, o calibre dos vasos sanguíneos que estabam hipertrofiados por causa do aumento do fluxo uterino retornam para suas dimensões normais Com 3 dias de puerpério, o endométrio começa a se regenerar. Inicialmente, instala-se uma endometrite, que é um processo inflamatório regenerativo, sem componente infeccioso, e por volta do 16º dia, na maioria das pacientes, o endométrio estará completamente restituído Logo após o parto, o útero se contrai, tendo o fundo medido na altura da cicatriz umbilical, 2 semanas depois ele está intrapélvico e na 6ª semana atinge o tamanho normal. Nesse processo, ele vai diminuindo de tamanho e deixando o espaço para as alças intestinais, que haviam sido deslocadas, diminuindo, assim, o volume abdominal Vagina A vagina e seu trato de saída diminuem gradativamente de tamanho, mas é muito difícil de retornar ao tamanho que era antes nas nulíparas O hímen previamente rompido, é lacerado em vários pontos durante a passagem do polo cefálico, sua cicatrização dará origem às chamadas carúnculas mirtiformes Região perineal Depois do parto, se encontrará bastante edemaciada, por causa da pressão abdominal durante o período expulsivo, inclusive pode ter hemorroidas que incomodam no pós parto Porém, não requerem tratamento nesse período, porque irão regredir normalmente até o final do puerpério MODIFICAÇÕES DIGESTIVAS A alimentação após o parto vaginal deve ser reestabelecida, se ela tiver recebido uma analgesia com peridural, o ideal é aguardar 2 horas Se tiver feito cesárea, aguardar de 4 a 6 horas Nas primeiras 24 horas pós-parto, o ideal é que se utilizam dietas líquidas, como sopas, com poucos resíduos, com o objetivo de evitar a distensão abdominal por gases A hidratação, venosa primeiramente e oral posteriormente, também é importante para o bom funcionamento do intestino e fundamental para a amamentação MODIFICAÇÕES URINÁRIAS A hipertrofiação glomerular induzida pela gestação normalmente continua no primeiro dia depois do parto, mas em 2 semanas retornas aos níveis normais Além disso, a dilatação das pelves e dos ureteres retornam ao seu estado pré-gestacional durante as primeiras 2 e 8 semanas essa dilatação + urina residual + bacteriírua da bexiga traumatizada (por causa da compressão pelo polo cefálico e passagem de sonda) pode ocasionar as infecções urinárias, um problema preocupante no puerpério Inicialmente a diurese se encontra reduzida, por causa do retorno progressivo da função urinária, do débito cardíaco e da desidratação (devido ao esforço, ao jejum e às perdas sanguíneas) MODIFICAÇÕES CIRCULATÓRIAS Hipervolemia induzida pela gravidez Durante a gestação, há o aumento do volume sanguíneo para nutrir o feto e já pensando na perda sanguínea durante o parto, o corpo já faz toda essa preparação, assim, o sangue circulante vai de 4 para 6 litros O volume voltará a normalidade aproximadamente 3 semanas após o parto 1/3 da perda durante o parto 2/3 da perda decorrente do processo de amamentação Com a perda de sangue, a medula óssea é estimulada e normalmente se observará reticulocitose (aumento do número de reticulócitos – glóbulos vermelhos imaturos). E esse mesmo estímulo vai ser responsável pela leucocitose e trombocitose observada no puerpério Hemodinâmica se altera ↑ do débito cardíaco – 24 a 48 horas pós-parto ↑ frequência cardíaca ↑ resistência vascular sistêmica ↑ pressão arterial Licensed to Luana Cochlar Bento - luanacochlar@gmail.com Esther Santos – Medicina Unimontes 77 Tipos de parto e Puerpério Sistema de coagulação Na gestação, esse sistema já é fisiologicamente estimulado e devido ao parto e ao sangramento decorrente, ele é ativado de forma intensa Edema de MMII Até o 12ª dia é observado, entre os fatores que contribuem para o surgimento e permanência do edema: - Necessidade do organismo reter líquido para a amamentação - Compressão dos vasos abdominais pelo útero em regressão (exacerbado pelo uso de cintas) - Relativa imobilização no pós-operatório REFERÊNCIAS Partos no sistema único de saúde (SUS) brasileiro: prevalência e perfil dos parturientes – Nara Moraes Guimaraes et al – 2021 Resolução CFM nº 2.284/2020 Obstetrícia de Williams 24ª edição Rotinas em Obstetrícia 7ª edição Noções práticas de obstetrícia 14ª edição Tratado de Obstetrícia Febrasgo – 2001 Licensed to Luana Cochlar Bento - luanacochlar@gmail.com Esther Santos – Medicina Unimontes T77 Assistência neonatal FISIOLOGIA PERINATAL – ADAPTAÇÃO DO SISTEMA RESPIRATÓRIO AO NASCER A respiração não pode acontecer durante o período fetal, porque não existe ar na cavidade amniótica e os pulmões estão preenchidos de líquidos Embora a respiração não aconteça, pode-se notar tentativas de fazer os movimentos respiratórios, no final do 3º trimestre, provocados por estímulos táteis Durante os 3 a 4 meses de gravidez, há inibição da respiração, evitando que os pulmões se encham de liquido e resíduos do mecônio excretaod pelo TGI do feto no LA DESENVOLVIMENTO PULMONAR Período embrionário O intestino anterior se diferencia em um broto pulmonar aos 26 dias, ele se ramifica gerando os futuros brônquios Estágio pseudoglandular Temos os brônquios e os bronquíolos nesse período, a ramificação esta completa Estagio canalicular Ocorre a transformação do pulmão que ainda não é viável em pulmões potencialmente viáveis Ocorre o surgimento dos ácinos, diferenciação do epitélio com barreira hematoaérea e o começo da síntese de surfactante pelos pneumócitos tipo II Estágio sacular Vai de 24 semanas até o final do período fetal, e começa a produção de surfactante pelos PII + aumento do volume pulmonar, viabilizando a vida extrauterina O surfactante reduz a tensão da superfície alveolar, o que diminui a pressão necessária para manter o alvéolo inflado,