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Gravidez e Pré-natal: Diagnóstico e Acompanhamento


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Licensed to Luana Cochlar Bento - luanacochlar@gmail.com
Esther Santos – Medicina Unimontes 77 
Gravidez e pré-natal 
ATRASO MENSTRUAL 
Para ser considerado atraso menstrual, deve haver pelo 
menos 15 dias de atraso e deve ser observado 
 
Obs: a obesidade provoca produção excessiva de estrogênio, 
que é necessário para a ovulação, mas em grande 
quantidade inibe a liberação do ovulo. Da mesma forma, 
anorexia e magreza extrema produz menos estrogênio, 
atrasando a menstruação também 
DIAGNÓSTICO DA GRAVIDEZ 
Pode se clínico, hormonal ou ultrassônico 
DIAGNÓSTICO CLÍNICO 
Deve ser suspeitada sempre que uma mulher em idade 
reprodutiva apresentar atraso menstrual, maior que uma 
semana, e mais ainda se seus ciclos são regulares e não há 
uso de contracepção 
SINAIS DE PRESUNÇÃO 
Presumir baseado em indícios e aparências 
 Náuseas e vômitos 
 Atraso menstrual de até 14 dias 
 Polaciúria (pouco xixi várias vezes) 
o No 2º e 3º mês de gestação, o útero que está 
maior, comprime a bexiga  micção frequente 
com urina reduzida 
 Aumento da sensibilidade das mamas 
 Cloasma/máscara gravídico: manchas pelo aumento 
de melanina (testa, nariz, bochecha e lábio superior) 
 Linha nigra: pigmentação da linha alba (linha fibrosa e 
tendinosa na linha média do abdômen) 
 
 Sinal de Halban: aumento da lanugem (pelos finos e 
macios) nos limites do couro cabeludo, por causa da 
intensificação da nutrição dos folículos pilosos 
 Tubérculos de Montgomery: glândulas sebáceas 
hipertrofiadas nas aréolas 
 Rede Haller: aumento da vascularização venosa na 
mama 
 Sinal de Hunter: hiperpigmentação da aréola 1ª e 
aparecimento da aréola 2ª com limites imprecisos 
 
SINAIS DE PROBABILIDADE 
São mais específicos, mas não é certeza ainda e o mais 
importante é o atraso menstrual, os outros são evidentes a 
partir da 8ª semana 
 Atraso maior que 14 dias 
 No toque  amolecimento uterino (parece o lábio) a 
partir de 6 semanas 
 Muco cervical  torna-se viscoso, mais espesso e não 
se cristaliza 
 Sinal de Hegar (8sem): amolecimento do istmo uterino 
(passagem de 1cm que conecta o colo do útero com o 
corpo) 
 
 Sinal de Goodel (8 sem): amolecimento do colo 
 Sinal de Piskacek: quando palpa o útero, nota-se 
assimetria 
 Sinal de Nobile-Budin: percebe-se o útero globoso, 
sensação de preenchimento do fundo de saco pelo útero 
gravídico 
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Esther Santos – Medicina Unimontes 77 
Gravidez e pré-natal 
 
SINAIS DE CERTEZA 
São os sinais confirmativos da gravidez 
 Ausculta dos batimentos cardiofetais 
 USG 
 Diagnóstico laboratorial 
 Sinal de puzzos (14 sem): é o rechaço fetal uterino, 
quando o médico consegue perceber alguns movimentos 
de partes fetais, quando ele dá um discreto impulso no 
útero 
 
 Na palpação abdominal (18 a 20): percepção de partes 
e movimentos fetais 
DIAGNÓSTICO HORMONAL 
Melhor parâmetro de gravidez incipiente (quando ta no 
comecinho) e baseia-se na produção de HCG (gonadotrofina 
coriônica humana) pelo ovo, quando 1 semana após a 
fertilização o trofoblasto que está implantado no endométrio 
começa a produzir 
Valores acima de 25mUI/ml sugerem gravidez 
Para identificar o HCG, temos 3 testes: imunológico, 
radioimunológico (RIA) e enzima-imunoensaio (ELISA) 
Também temos os testes de gravidez que identificam o 
HCG: 
 Sangue (soro)  método mais sensível para detectar o 
HGC no inicio 
 Urina  como a concentração de HCG na urina é menor 
do que no soro, eles podem não ser positivos mesmo 
quando há HCG sérico positivo 
 Teste de farmácia 
 Testes caseiros  obviamente, os menos confiáveis 
ULTRASSONOGRAFIA 
É possível ver o saco gestacional por meio da US 
transvaginal, entre 4,5 a 5 semanas de gestação. 
A atividade cardíaca pode ser detectada em 5,5 a 6 
semanas 
 
Inicialmente, as medições biométricas (tamanho do saco 
gestacional, comprimento cabeça-nádega, comprimento do 
fêmur) são utilizadas para estimar a idade gestacional 
(duração da gravidez) e a data de parto 
 
PRÉ-NATAL SEGUNDO PROTOCOLO DO MINISTÉRIO 
DA SAÚDE 
IMPORTÂNCIA 
Importante porque permite a prevenção ou a detecção 
precoce de patologias da mãe ou do bebê, permitindo o 
desenvolvimento e nascimento de uma criança saudável, 
reduzindo ao máximo os riscos para a mãe 
CONSULTAS 
Após a confirmação da gravidez, dá-se inicio ao 
acompanhamento da gestante, com seu cadastramento no 
SisPreNatal e ela deverá receber orientações referentes ao 
seu acompanhamento: 
 Sequência de consultas 
 Cartão da gestante 
 Calendário de vacinas e suas orientações 
 Solicitações de exames de rotina 
 Orientações sobre participação nas atividades 
educativas (reuniões e visitas domiciliares) 
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Esther Santos – Medicina Unimontes 77 
Gravidez e pré-natal 
 
Gestantes de alto risco necessitam de retornos ainda mais 
frequentes, de acordo com sua doença de base 
CLASSIFICAÇÃO DO RISCO 
 
 
Caso haja critérios de indicação de pré-natal de alto risco, o 
acompanhamento será realizado por obstetra em rede 
especializada 
 
ATENDIMENTO À GESTANTE PELO PROTOCOLO MS 
PRIMEIRA CONSULTA 
 A avaliação feral do estado materno-fetal 
 Orientações sobre as mudanças no organismo da mãe 
 Orientações sobre alimentação balanceada, atividade 
física e saúde bucal 
 Estima-se a idade gestacional e data provável do 
parto (DPP) 
 Abordagem sobre a importância do aleitamento 
 Tipos de parto 
 Tirar as dúvidas 
COMPONENTES DA ANAMNESE 
 História pessoal, social e econômica 
 Passado de doenças crônicas e cirurgias 
 Gestações anteriores 
 Vacinações 
 Dados psiquiátricos e/ou psicol.[ogicos 
 Vícios 
 Passados obstétricos 
 Regularidade dos ciclos, uso de anticoncepcional, 
paridade 
 IST 
 Sintomas relacionados a gravidez  náuseas, vômitos, 
dor abdominal, constipação, cefaleia etc 
 Pergunta sobre a DUM (para calcular IG e DPP) 
Outro ponto para ficar atento é em relação à terminologia 
para descrever a paridade de uma paciente 
 Sufixo GESTA (G)  é o numero de gestações 
(independente do desfecho) 
o Nuligesta = nunca engravidou 
o Primigesta e secundigesta = 1ª e 2ª gestação 
 Sufixo PARA (P)  quantos partos com fetos de mais de 
20 semanas e +500g 
o Primípara = pariu pela primeira vez ou vai parir 
o Secundípara = pariu ou vai parir pela segunda vez 
Para fins técnicos, as gestações que não passam de 20 
semanas são consideradas como abortamento 
independente da causa da perda 
CÁLCULO DA IDADE GESTACIONAL (IG) 
 Quando a DUM é conhecida e certa 
Somar o numero de dias entre a DUM e a data da consulta, 
no final dividir por 7 
O resultado vai dar em semanas 
 Quando a DUM é desconhecida, mas sabe o 
período do mês 
Inicio do mês  considera dia 5 
Meio do mês  considera dia 15 
Fim do mês  considera dia 25 
Depois, soma o numero de dias entre a DUM e a data da 
consulta e divide por 7 
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Gravidez e pré-natal 
 Quando a DUM e o período são desconhecidos 
São determinados por aproximação, basicamente pela 
medida da altura do fundo do útero e pelo toque vaginal 
 
CÁLCULO DA DPP 
Também é necessário que se saiba a DUM, e o calculo é feito 
por meio da regra de Naegele, correspondendo a 40 
semanas 
 
 
Observação: quando o número de dias encontrado for maior 
do que os dias do mês, passe os dias excedentes para o 
mês seguinte (sempre conferir se o mês termina com 30 ou 
31 dias) e adiciona 1 no final do cálculo do mês 
 
EXAME FÍSICO 
O exame físico completo deve ser feito na 1ª consulta, nas 
outras, é obrigatório aferir o peso (na primeira consulta já 
calcula o IMC e quanto a gravida pode ganhar de peso 
consideradonormal), media a altura uterina, PA, edemas, 
auscultar os BCF e avaliar o mamilo 
O exame das mamas é obrigatório porque procura 
alterações patológicas e já observa se tem algum fator que 
vai dificultar na amamentação 
 
 
É importante avaliar o peso em todas as consultas e calcular 
o IMC na primeira, para saber o quanto de peso a gestante 
pode ganhar, uma vez que o ganho de peso materno na 
gravidez influencia o peso ao nascer 
 
 
A altura de fundo uterino (AFU) auxilia no rastreamento das 
alterações do crescimento fetal, do volume do LA e de 
gestação múltipla quando a US não é de fácil acesso e deve 
ser medida após a 12ª semana 
A medida é realizada com a fita métrica entre a sínfise 
púbica e o fundo uterino 
 
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Gravidez e pré-natal 
 
O exame obstétrico também confere as manobras de 
Leopold 
 
 
SOLICITAÇÃO DE EXAMES – SEGUNDO O MS 
OBSERVAÇÕES 
 A sorologia para rubéola não é oferecida pelo MS mas é 
recomendado, embora a gestante não pode se vacinar 
 Só garante a US no primeiro trimestre 
 
 
Vírus HB  rastrear no 1º e 3º trimestre (se for negativo e a 
gestante não for vacinada, tem que vaciná-la) 
Vírus HIV  rastrear no 1º e 3º trimestre 
Toxoplasmose  rastrear no 1º trimestre e se o IgG não for 
reagente (não estiver imune) tem que realizar no 3º de novo 
Sífilis  rastrear no 1º e 3º trimestre, se positivo = 
tratamento imediato porque o risco feta é alto 
SOLICITAÇÃO DE EXAMES – FEBRASGO 
 
 Acrescenta na 1ª consulta sorologia ELISA para hepatite 
C 
 Sorologia para rubéola, citomegalovírus, bactéria da 
clamídia e TSH 
 Pede US morfológica de 2º trimestre 
 Pede US obstétrica do 3º trimestre 
 
 
 
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Gravidez e pré-natal 
SUPLEMENTAÇÃO DA GESTANTE 
 
FERRO 
Evita a anemia ferropriva e as necessidades aumentam 
porque 
 Aumenta o consumo de ferro pela placenta e pelo feto 
 Uso na produção de hemoglobina e mioglobina  para 
o aumento da massa de eritrócitos e musculatura uterina 
 Depleção por perdas no parto e aleitamento 
ÁCIDO FÓLICO 
É uma vitamina muito importante para evitar defeitos no 
fechamento do tubo neural (espinha bífida, anencefalia, 
meningocele, encefalocele etc) 
CÁLCIO 
É preciso estimular a ingestão pois sua necessidade aumenta 
durante a gravidez, SE: 
 Deficiência 
 Gemelaridade 
 Doenças intestinais disabsortivas etc 
IMUNIZAÇÕES DA GESTANTE 
São as vacinas recomendadas pelo Programa Nacional de 
Imunizações (PNI) do MS que visa a proteção da gestante e 
do feto 
 
VACINAS OBRIGATÓRIAS 
 Influenza 
Recomendada para todas, nas campanhas anuais, a fim de 
diminuir o risco de SARS e é disponibilizada na rede pública 
de saúde 
Contraindicações 
- historia de alergia severa com a proteína do ovo e derivados 
- alergia a componentes da vacina 
- as que apresentaram reações anafiláticas graves a doses 
anteriores 
 Hepatite B 
Recomendada para as que não são vacinadas ou a 
vacinação não é comprovada, iniciando o mais 
precocemente possível 
 Vacina dupla do tipo adulto – DT (difteria e tétano) 
Como profilaxia do tétano neonatal e tétano acidental 
(gestante) e é recomendada para as grávidas com esquema 
vacinal incompleto 
Iniciar o esquema o mais precoce possível, não importando 
qual a idade gestacional pertence 
 
SITUAÇÕES ESPECIAIS 
 Febre amarela 
Somente em casos de área endêmica (se a gestante reside 
ou vai se deslocar para área com recomendação), na 
avaliação do risco-beneficio, opta-se por vacinar 
 Raiva 
Recomendado vacinar em casos que há exposição ao vírus 
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Gravidez e pré-natal 
CONTRAINDICADAS 
 
 PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS 
 Exercício aeróbico regular melhora a capacidade física e 
a boa imagem corporal 
 Todas devem ser avaliadas 
 Recomenda-se atividade moderada por 30 minutos 
diariamente 
 Atividades físicas recreativas são seguras e liberadas 
 Devem ser evitados exercícios que coloquem-nas em 
risco de quedas ou traumatismo abdominal (esportes de 
contato ou de alto impacto) 
ATIVIDADE SEXUAL NA GRAVIDEZ 
A manutenção das relações sexuais na graviedez não estão 
associadas e nenhum efeito adverso, como mortalidade 
perinatal, prematuridade etc 
A restrição deve ser feita apenas a critério médico, por 
causa de patologias como placenta prévia ou alto risco de 
prematuridade 
ASPECTOS PSICOLÓGICOS DURANTE A GRAVIDEZ 
A gravidez é um período de transição e intabilidade 
emocional, com mudanças metabólicas, hormonais, 
emocionais e psíquicas 
O novo sentimento de ser mãe, preocupações com o futuro 
pessoal e do filho, peso da responsabilidade, sentimento de 
amor incondicional, temores do parto e queicas físicas são 
aspectos vistos nas gestantes 
Por isso, é importante que a equipe considere a historia de 
vida dela, os seus sentimentos, a sua família e o parceiro, o 
ambiente em que vive, fatores socioeconômicos, se possui 
rede de apoio social, emocional etc, para que possa melhor 
orientá-la 
É importante também que fique claro, desde a 1ª consulta, 
que a grávida possui o direito ao acompanhante no pré-parto, 
parto e pós parto, além da maternidade de referência 
 
 
PRÁTICAS EDUCATIVAS 
São importantes porque possibilitam o compartilhamento de 
vivencias e capacitam as mulheres para tomarem decisões 
de forma mais consciente, estimulando a autonomia 
feminina 
 Trocar vivencias entre mulheres e os profissionais da 
saúde 
 Promover discussões em grupo 
 Rodas de conversa 
 Abordar a importância do pré-natal para a grávida e para 
sua família 
 Preparar a gestante e seu companheiro 
 Fornecer orientações de exercícios físicos básicos 
 Informar sobre os sinais de alerta 
o Sangramento vaginal, dor abdominal, transtornos 
visuais, febres, dificuldade respiratória etc 
REFERENCIAS 
Caderno 32 de atenção básica ao pré-natal de baixo risco 
Obstetrícia fundamental – Rezende 13ª edição 
Tratado de obstetrícia – Febrasgo 2019 
Manual de assitencia pré-natal – Febrasgo 2014 
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Esther Santos – Medicina Unimontes 77 
Mecanismos e assistência do parto normal 
FETO – ESTRUTURAS ÓSSEAS 
No polo cefálico é importante observar os ossos, suturas e 
fontanelas 
OSSOS 
- 2 ossos frontais 
- 2 ossos parietais 
- 1 osso occipital 
 
SUTURAS 
As suturas separam os ossos, sendo formadas por tecido 
membranoso 
- sutura interfrontal  separa os 2 frontais 
- sutura sagital  entre os ossos parietais 
- sutura coronária  entre os frontais e parietais 
- sutura lambdoide  entre os parietais e o occipital 
 
FONTANELAS 
É de muita importância a identificação delas na condução do 
parto (quando existe dilatação cervical), que ficam no poli 
cefálico do feto, elas consistem em depressões (ausência de 
tecido ósseo) que se formam no encontro de suturas. São 
importantes porque permitem que os ossos do bebê aproximem 
um dos outros quando passar pelo canal ósseo da bacia 
 Bregmática 
Ponto de encontro das suturas interfrontal, sagital e 
coronária 
É a maior e fica localizada na frente do polo cefálico, por isso 
também é chamada de fontanela anterior 
 Occipital 
Ponto de encontro entre a sutura sagital e lambdoide, é menor 
mais triangular e é conhecida como fontanela posterior porque 
fica mais na parte de trás da cabeça 
 
DIÂMETROS DO POLO CEFÁLICO 
- occipito-mentoniano  é o maior (13,5cm) e está entre o 
occipital e o mento (queixo) 
- occipito-frontal  entre o occipital e o frontal (11cm) 
- suboccipito-bregmático  começa na região inferior do 
occipital e vai até a fontanela bregmática menor diâmetro e 
o que fica na hora do mecanismo do parto (9,5cm) 
 
Importantes porque em consequência do estreitamento do canal 
ósseo na hora do parto, o feto precisa fazer o movimento de 
flexão (se encolher) pra que ele consiga passar 
Assim, o diâmetro occipito-frontal que estava em contato com a 
bacia é substituído pelo diâmetro subccipito-bregmático  o 
mento aproxima do tórax e a parte da cabeça que vai sair pra 
fora se encaixa na bacia para sair 
CIRCUNFERÊNCIA CRANIANA 
A maior circunferência do polo cefálico precisa ser identificada 
porque é ela que pode dificultar ou impedir a decida do polo 
cefálico na bacia óssea materna 
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Mecanismos e assistência do parto normal 
A distância dela até o vértice em linha reta é aprox. 3,5 a 4 cm, 
e com isso, torna-se possível determinar a altura da grande 
circunferência na bacia óssea materna 
 
ANATOMIA DA BACIA (OU PELVE) 
A Bacia constitui o canal ósseo e é formado por 4 ossos 
 2 ilíacos 
o Parte ilio 
o Parte púbis 
o Parte isquio 
 1 sacro 
 1 coccix 
 
Entre os ossos, existem articulações que são importantes pois 
permitem uma maior flexibilidade da pelve no momento do parto 
transvaginal 
 Sínfise púbica (entre as púbis) 
 Sacroilíaca (entre o sacro e ilio) 
 Sacrococcígea (entre o sacro e cóccix) 
 
A articulação lombossacral é o promontório, formado entre o 
sacro e a 5ª vertebra lombar, um ponto de referência anatômica 
importante para a obstetrícia 
A pelve ainda se divide em grande bacia e pequena bacia 
 
 Grande bacia 
Ou pelve falsa, limitada lateralmente pelas fossas ilíacas 
internas e posteriormente pela coluna vertebral, não apresenta 
grande relevância para a obstetrícia 
 Pequena bacia (escavação pélvica) 
Limitasse superiormente pelo estreito superior e inferiormente 
pelo estreito inferior (mais adiante no resumo), e essa sim 
possui importância para a obstetrícia pois vai ser onde a cabeça 
do bebê vai se posicionar e também fornece uma série de sinais 
que ajudam a saber se o parto vai ser difícil ou não 
ESTREITOS DA BACIA 
Na pequena bacia, existem 3 estreitos de importância obstétrica 
ESTREIRO SUPERIOR 
É a entrada da pequena bacia e fornece 3 conjugatas e 3 
diâmetros importante (antero-posterior, transverso e obliquo) 
Localização  vai do promontório até a borda da sínfise púbica 
(anteriormente: pube, lateralmente: linha inanominada, 
posteriormente: asa do sacro) 
 
O diâmetro antero-posterior representa a distancia entre o 
promontório e a sínfise púbica e se divide em: 
 Conjugata anatômica 
Vai da borda superior da sínfise púbica até o promontório e 
mede 11 cm , não tem tanta importância porque ela é a maior 
conjugata 
 Conjugata obstétrica 
É o espaço real que o feto atravessa. Sendo a distancia que 
vai da região media da sínfise púbica (superfície interna) até 
o promontório e mede aprox. 10,5 cm 
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Mecanismos e assistência do parto normal 
É a que realmente interessa na condução do parto (porque é o 
menor estreito e o mais preocupante), mas a medida dela é dada 
de maneira indireta, porque é impossível medir com o dedo no 
exame obstétrico, pra isso precisamos da 3ª conjugata 
 Conjugata diagonalis 
É a que se consegue medir no exame obstétrico e vai da 
borda inferior da sínfise púbica até o promontório e mede 
aprox. 12 cm 
 
 Calculo da conjugata obstétrica 
Valor encontrado na diagonalis – 1,5 cm 
Ou seja, uma conjugata diagonalis superior a 12cm equivale a 
uma obstétrica igual ou maior 10,5  ideal e normal para o parto 
ESTREITO MÉDIO 
Delimitado pela borda inferior do osso púbico e pelas espinhas 
isquiásticas 
 Diâmetro biespinha isquiática 
Corresponde ao plano zero de De Lee, sendo o menor 
diâmetro da pelve, medindo aprox. 10,5cm 
 
Quando elas forem alcançadas bilateralmente (com os dois 
dedos ao mesmo tempo) durante o exame  prognostico ruim 
(indica estreitamento do canal de parto)  risco de parada 
da descida 
Quando faz o toque e as espinhas se encontram ‘’apagadas’’  
critério bom 
Quando faz o toque e a espinha está saliente (pontuda)  
atrapalha o parto 
 
ESTREITO INFERIOR 
É a saída da bacia e é delimitado: 
Anteriormente: borda inferior do osso púbico 
Lateralmente: pelos músculos sacroiliacos 
Posteriormente: pelo musculo ileococcigeo 
 Conjugata exitus 
Lembrar de exit porque é ‘’sair’’, pois é por onde o feto irá sair e 
essa é a única conjugata que consegue aumentar de tamanho 
na hora do parto 
Delimitação  borda inferior do púbis até o cóccix, medindo 
aprox. 9,5 cm 
Mas, pelo movimento de retropulsao do cóccix (durante o 
desprendimento fetal) ele pode chegat atpe 11cm 
 
AVALIAÇÃO DA BACIA ÓSSEA 
O que se faz na prática é a avaliação clinica que procura 
determinar as dimensões da bacia, recorrendo à pelvimetria 
interna 
ESTREITO SUPERIOR – CONJUGATA OBSTÉTRICA 
Ela é a mais importante porque é o menor diâmetro do estreito 
superior, mas para calcular ela precisa da conjugata diagonalis, 
porque é a única que dá pra medir 
Acompanhando a concavidade do sacro, procurasse alcançar 
o promontório 
 
nos casos de promontório inatingível  conclui-se que o 
diâmetro antero-posterior é amplo 
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Mecanismos e assistência do parto normal 
porem, para considerar a bacia como normal e espaçosa, o que 
importa é a medida da conjugata diagonalis 
ESTREITO MÉDIO – ESPINHAS CIÁTICAS 
Essa é a mais difícil de fazer, mas consiste em identificar com 
os dedos a localização das espinhas ciáticas na cavidade 
vaginal e a distância entre elas 
 
Nas bacias normais, elas possuem pouca saliência (ponta) e é 
muito difícil de tocar as duas ao mesmo tempo, se conseguir  
prognostico ruim 
ESTREITO INFERIOR – CONJUGATA EXITUS 
O que chama atenção é a abertura do arco púbico, com os 
dedos exploradores, mede-se a conjugata exitus, observando as 
peculiaridades do sacro e sua inclinação, comprimento e 
curvatura 
Quando normal  o arco púbico é bem aberto e não dificulta o 
toque 
Nos anormais  é fechado e a sínfise púbica bem baixa 
 
 
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Mecanismos e assistência do parto normal 
ESTÁTICA FETAL 
É no 3º trimestre que a estática fetal é importante, porque se 
houver alguma anormalidade, dá pra corrigir com manobras, a 
chamada versão externa 
 
A VCE é uma manobra que consiste em deixar em 
apresentação cefálica (de cabeça pra baixo) um bebê que 
estava em apresentação pélvica (sentado) ou transversa 
(atravessado) na gravidez próxima ao termo (nono mês), 
aumentando as chances de um parto normal de um 
bebê cefálico. 
Depois de internar a parturiente, deve ser feito o diagnóstico 
correto da estática fetal para que se decida qual a via 
recomendada para o parto 
O diagnóstico da estática fetal baseia-se em 
 Anamnsese 
 Avaliação do abdome materno – manobras de leopold 
 Exame pélvico 
 Se necessário – US do abdome 
SITUAÇÃO 
Pode ser 3  longitudinal, transversal e obliqua 
 
O parto transpélvico só é possível quando o feto se encontra na 
posição longitudinal, se tiver nas outras, tem que corrigir por 
meio de manobras (versão externa) ou o parto vai ser pela via 
transabdominal (cesárea) 
POSIÇÃO 
Guarda os pontos de referências do feto – dorso e coluna – com 
o lado direito e esquerdo do abdome materno (saber se as 
costas do bb está para o lado direito ou esquerdo da mãe) 
 Situação longitudinal 
o Direita (costas pro lado direito da mãe) 
o Esquerda 
 Situação transversal 
o Anterior (dorso voltado para a região superior doabdome da mãe) 
o Inferior (dorso voltado para o pubi) 
 
APRESENTAÇÃO 
 Cefálica – cabeça junto ou próximo ao estreito superior da 
bacia 
 Pélvica – se é as nadégas que estão próximas do estreito 
superior 
 Córmica – o ombro do feto que está próximo 
 
VARIEDADE DE APRESENTAÇÃO 
Faz-se o diagnóstico clínico da variedade de apresentação 
realizando-se o exame pélvico e durante o toque que identifica 
os pontos de referencia no polo cefálico fetal 
Importante porque o parto transpélvico espontâneo só 
ocorre na apresentação de vértice 
 
 Vértice  polo cefálico penetra na bacia fletido, no exame 
dá pra sentir uma saliência óssea = vértice, entre a 
fontanela bregmática e occipital 
 Bregma  deflexão de 1º grão e a referência é a fontanela 
bregmática 
 Naso  deflexão de 2º grau e a referência é o nariz 
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Mecanismos e assistência do parto normal 
 Mento  deflexão total (3º grau) e o ponto de referência é 
o mento (queixo) 
VARIEDADE DE POSIÇÃO 
Referência do feto  os nomes adotam a fontanela occipital 
como ponto de partida (é a menorzinha) 
Referência da mãe  pube (anterior), sacro (posterior) e o lado 
direito e esquerdo da bacia 
 Occipito-púbica (OP)  occipital voltado para o púbis 
 Occipito-sacra (OS)  occipital voltada para o sacro 
 Occipito-direito-transversa (ODT)  occipital voltado para 
o lado direito da bacia da mãe 
 Occipito-esquerda-transversa (EDT)  occipital voltado 
para o lado esquerdo da bacia 
 Occipito-esquerda-anterior (OEA)  occipital voltado para 
a esquerda da bacia mais anteriormente 
 Occipito-direita-anterior (ODA)  occipital voltado para a 
direita da bacia mais anteriormente 
 Occipito-direita-posterior (ODP)  occipital voltado para a 
direita da bacia mais posteriormente 
 Occipito-esquerdo-posterior (OEP)  occipital voltado para 
a esquerda da bacia mais posteriormente 
 
Imaginar em posição ginecológica para saber o que é direito e 
esquerda 
A identificação dessas variedades é principalmente no período 
expulsivo por causa da condução do parto, permitindo 
identificar problemas no mecanismo do parto e na correção 
desses problemas 
ATITUDE 
 
 Sinclitismo 
Quando o polo cefálico penetra no estreito superior da bacia e 
inicia sua descida retinha, com a sutura sagital (parte a cabeça 
no meio) no mesmo sentido transverso da pelve (direita pra 
esquerda), ou seja, a sutura está a mesma distância da pelve e 
do sacro 
 Assinclitismo posterior – de Litzman 
Em razação das dimensões diferentes do sacro e da sínfise, a 
sutura sagital vai se aproximar da sínfise púbica, quem vai 
apontar primeiro é o parietal posterior  por isso assinclitismo 
posterior 
 Assinclitismo anterior – de Naegele 
A sutura sagital se aproxima do sacro, quem aponta primeiro vai 
ser o parietal anterior 
 
 
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Mecanismos e assistência do parto normal 
MECANISMO DO PARTO 
O feto precisa fazer uma série de movimentos para conseguir 
passar do estreito superior, médio e sair pelo estreito inferior 
Citam-se os tempos de mecanismo do parto (lembrando que 
todos acontecem ao mesmo tempo): 
 Insinuação (aproxima) 
 Encaixamento 
 Flexão (encolhe) 
 Descida 
 Rotação interna 
 Rotação externa (já está fora da mae) 
 Desprendimento (tira os ombros e o resto do corpo pra fora) 
 
INSINUAÇÃO – ENCAIXAMENTO – FLEXÃO 
 Insinuação 
A insinuação acontece em 80% das nulíparas (nunca fez parto) 
e acontece quando o polo cefálico se aproxima do estreito 
superior da bacia 
 Encaixamento 
Quando o polo cefálico encaixa no estreito superior e o 
vértice já atinge o estreito médio 
 Flexão 
O diâmetro muda para o suboccipital-bregmático e o mento do 
feto fica próximo do tórax, o bebê encolhe 
DESCIDA – ROTAÇÃO INTERNA 
Indispensáveis para o parto normal, e ocorrem simultaneamente 
 Descida 
Nas nulíparas, a descida começa antes de entrar em trabalho 
de parto e pode atingir o estreito médio 
 Rotação interna 
Depois que passa do estreito médio, o feto gira sua cabeça 
de forma q ele fique de frente para o sacro da mãe 
O bebê na rotação procura ficar na posição occipício-pubis 
(OP) 
DEFLEXÃO 
Depois de fazer a descida completa e a rotação interna, o polo 
cefálico faz deflexão (estende o pescoço) que é necessário para 
a saída do mento fetal 
 
o polo cefálico se desprende do estreito superior auxiliado pela 
retropulsao do cóccix, levando o aumento do diâmetro do 
estreito inferior de 9,5 cm para 11 cm 
ROTAÇÃO EXTERNA 
Quando a cabeça se exterioriza, ela faz o movimento de se 
colocar novamente (restituição) do mesmo lado da coluna 
vertebral, fazendo com que o occipício volte-se para o lado 
materno que ocupava no interior do canal de parto 
Geralmente acontece espontaneamente, mas também pode ser 
realizado por quem estiver realizando o parto 
 
Ao mesmo tempo, ocorre a rotação interna dos ombros 
DESPRENDIMENTO 
É o tempo final, após a saída do polo cefálico, surge o ombro 
anterior e depois o posterior, para depois vim o abdômen e 
membros inferiores 
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Mecanismos e assistência do parto normal 
 
As contrações uterinas e o esforço da parturiente são 
responsáveis pelo desprendimento, ou o obstetra pode ajudar 
também 
PROPORÇÃO FETO-PÉLVICA 
DIAGNÓSTICO 
Fundamental para a condução do parto, principalmente na 
nulípara porque as dimensões de sua bacia ainda não foram 
testadas, então precisa saber a altura do polo fetal nos vários 
estreitos da bacia para chegar a conclusão se existe ou não a 
proporção 
Essa determinação segue o chamado plano de Lee, em que o 
estreito médio é o plano zero e vai de -3 pra cima e +3 pra baixo 
Na prática, as medidas são determinadas utilizando-se dedos 
empregados no exame pélvico 
Para cima  até o estreito superior, os planos negativos variam 
de 1 a 5 cm (os negativos significam que a grande 
circunferência ainda não ultrapassou o estreito médio da 
bacia)  configura desproporção 
 Obs: nas nulíparas a termo (80% delas) acontece isso e 
sugere desproporção porque o polo cefálico se insinua e se 
encaixa antes ou logo no início do trabalho de parto 
Para baixo  os planos positivos variam de 1 a 5 cm também 
 
Sob o ponto de vista prático, o mais importante na determinação 
De Lee é poder concluir se o vértice do polo cefálico está 
acima ou abaixo do estreito médio (plano 0) 
Para isso, no exame pélvico basta examinar se a cabeça está 
móvel (acima do plano 0) ou fixa (abaixo do plano 0) e é essa 
comprovação que permite decidir a via de parto 
Cada cm acima do plano 0  1cm acima = -1 e por aí vai 
Cada cm abaixo do plano 0  1 cm abaixo = +1 e por aí vai 
 
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Mecanismos e assistência do parto normal 
NORMAS PARA A ASSISTÊNCIA AO PARTO 
A equipe obstétrica deve ser capacitada para analisar 
criteriosamente todos os fatores que possam interferir na 
evolução do parto, com a finalidade de obter um recém-nascido 
normal e o bem da parturiente 
RN normal: se registra no índice de Apgar ≥ 7 no quinto minuto 
+ PH do sangue da arteria umbilical acima de 7,2 + não 
apresentar bossa serossanguinea (edema no couro cabeludo 
por causa do parto, pode ou não ser acompanhado de 
equimose) ou outro tipo de tocotraumatismo 
 
Parturiente: espera-se não apresentar alterações anatômicas 
ou funcional dos órgãos que participam: útero, canal cervical, 
genitais externos e internos 
Devem ser feitas as análises cuidadosas dos tópicos do quadro 
para facilitar a assistência e reduzir os riscos de complicaçõesDIAGNÓSTICO DE TRABALHO DE PARTO 
É importante fazer o diagnostico correto para evitar a hipótese 
de falso trabalho de parto (interna por tempo prolongado, alto 
gastos para a família), indução para o falso trabalho de parto e 
deixar de internar quando realmente existe trabalho de parto 
(pode resultar no nascimento fora do local adequado: casa, 
transporte e na rua) 
São três características iniciais do trabalho de parto: 
- cólicas abdominais  contrações características = 2/10’/25’’ 
(2 a cada 10 min pelo menos por 25 segundos) 
- perda de líquidos pelas genitais  rotura das membranas 
amnióticas 
- eliminação do tampão mucoso  é o sinal de parto, quando 
o tampão mucoso se desprende 
- dilatação até 4 cm está na fase latente, se for maior que 4cm, 
está na fase ativa (segundo MS) 
Para isso, deve-se fazer uma anamnese e exame físico bem 
sucedidos 
ANAMNESE 
 em relação às contrações 
o como são as cólicas, quando começaram, qual sua 
duração e o intervalo entre elas (as que passaram 
bem informadas pelo pré-natal sabem dizer) 
 em relação a perda de água 
o que horas foi a perda e qual o aspecto do líquido 
isso porque o líquido pode ter vindo da bolsa, ou pode ser urina 
ou resíduo vaginal 
 perda do tampão mucoso 
o é uma eliminação de secreção mucosa, o tampão 
que ficava entre os orifícios externo e interno do 
canal cervical 
 
EXAME FÍSICO 
 comprovar a existência das contrações 
palpando-se o útero, com a palma da mao na região do corpo 
uterino, procura-se sentir o endurecimento e relaxamento do 
órgão, no período de 10 minutos 
 exame pélvico 
procura-se observar se as contrações já provocaram 
modificações no canal cervical: apagamento e dilatação do 
colo do útero 
 
Apagamento  afinamento do colo do útero (também chamado 
de cérvix) 
Dilatação  abertura do colo do útero 
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Mecanismos e assistência do parto normal 
Em multíparas  ao mesmo tempo que colo vai se apagando, 
a dilatação ocorre 
Em primíparas  primeiro apaga o colo (afina) e depois dilata 
EXAMES COMPLEMENTARES 
Quando pela via clinica não se chega ao diagnostico, pode-se 
utilizar a cardiotocografia, que permite o registro gráfico das 
contrações e de suas características 
Manter a gestante em observação por 2 horas e depois repetir 
o exame físico, se não comprovarem mudanças, a gestante 
pode voltar pra sua residência e ser orientada de informações 
claras e precisas sobre o inicio do trabalho de parto 
QUAL A IDADE GESTACIONAL? 
 Pré-termo (entre 20 e 37 semanas) 
Há dois procedimentos: 
1. Tentar inibir o parto, se for possível 
2. Conduzir o parto, mas adotando medidas adequadas para 
a assistência ao parto pré-termo 
 Pós-termo (maior igual a 42 semanas) 
Também exige condução especializada porque os riscos de 
sofrimento ou morte fetal são altos 
QUAL A ESTÁTICA FETAL? 
No primeiro exame já faz o diagnóstico da situação da posição, 
apresentação fetal e da variedade de apresentação 
parto transpélvico só acontece quando o feto se encontra na 
situação longitudinal (se tiver na transversal ou oblíqua, faz-
se a versão externa ou cesárea), se tiver na posição cefálica o 
parto espontâneo acontece na variedade de apresentação de 
vértice 
QUAIS AS CONDIÇÕES MATERNAS? 
Prestar atenção nos registros do cartão de pré-natal que podem 
doenças prévias ou intercorrências gestacionais, porque elas 
podem influenciar não apenas na condução do parto mas na 
escolha da via para o nascimento do feto 
QUAIS AS CONDIÇÕES FETAIS? 
Avaliação se faz por meio do 
 Registro da frequência cardíaca 
Normal: 110-160 bpm, mantendo 140 
Sinais de sofrimento fetal: bradi/taquicardia e arritmias 
 Observação da cor do liquido amniótico 
LA meconical (esverdeado): sugere sofrimento fetal 
HIPÓTESES DE DESPROPORÇÃO FETO-PÉLVICA 
É mais importante na nulípara, pois sua bacia nunca foi 
testada, e afastar essas dúvidas é ideal para se evitar um parto 
prolongado e cesarianas tardiamente realizadas com extração 
fetal difícil 
Questiona-se se existe proporção feto-pélvica quando: 
 O volume fetal é grande: medida da altura uterina acima de 
34cm e peso fetal superior a 3.500g 
 Pelvimetria interna duvidosa: conjugata diagonalis menor 
que 12cm 
 Se o polo cefálico fetal ainda está móvel 
Isso é comprovado no exame pélvico quando o vértice está 
próximo do plano 0, ou seja, ainda não chegou no estreito 
médio e a cabela ainda está móvel 
Também pode ser comprovado pela 3ª manobra de Leopold 
(avaliação da apresentação fetal), onde procura-se mobilizar o 
polo cefálico e se presente, reforça a ideia de desproporção 
Conduta: quando isso acontece, é realizado a prova de 
trabalho de parto 
PROVA DE TRABALHO DE PARTO 
 Condições 
Para nulíparas, com gravidez a termo, com fetos com volume 
acima da média e polo cefálico ainda móvel 
 Objetivo 
Comprovar se, com contrações adequadas e sem obstáculos 
para sua descida, o polo cefálico penetra na bacia e atinge o 
plano 0 de Lee, dentro de um prazo determinado 
As contrações para o padrão desejado devem ser 3 a 4/ 10’ / 30 
a 40’’  através da adm de ocitocina ou da amniotomia (ou as 
duas) 
 Benefícios 
Evita partos prolongados, RN deprimidos, tentativas de fórceps, 
episiotomia e processos judiciais por erro médico 
AMNIOTOMIA 
É uma rotina de intervenção para diminuir a duração do 
trabalho de parto, é basicamente a realização da rotura das 
membranas amnióticas 
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Mecanismos e assistência do parto normal 
É preciso descolar previamente as membranas amnióticas e 
mobilizar a apresentação fetal para que se ecoe bastante liquido 
Isso estimula as contrações uterinas e afasta o único obstáculo 
para a descida do polo fetal: bolsa das águas 
Na maioria, em 60 minutos ela atinge o objetivo, se não 
conseguir, segue com a adm de ocitocina 
ADMINISTRAÇÃO DE OCITOCINA 
É uma administração intravenosa em doses crescentes, a cada 
40 min, até que as contrações atinjam o padrão desejado 
Quando conseguir, realiza-se a amniotomia para afastar o 
obstáculo da bolsa das águas que atrasa a descida do feto 
Se o polo cefálico ainda permanecer móvel (até 4 horas depois 
do procedimento)  extrair o feto pela via abdominal 
QUAIS AS CONDIÇÕES HOSPITALARES? 
 Qualidade da equipe 
 Bloco obstétrico bem equipado 
 Unidade neonatal capacitada para receber RN normais e 
com problemas 
 Equipe de suporte experientes 
QUAIS AS CONDIÇÕES DO OBSTETRA? 
 Competente e experiente em boas condições físicas e 
emocionais 
 Isso evita complicações no parto, para o RN e processos 
por erro medico 
COMO CONDUZIR O TRABALHO DE PARTO? 
Depois da parturiente ser internada, a equipe obstétrica deve ser 
capaz de ajudar na evolução normal do parto e corrigir as 
distócias que surgirem 
A condução do parto vai variar de acordo com os períodos 
clínicos, que são 4: 
1. Dilatação 
2. Expulsão 
3. Dequitação 
4. Observação 
PERÍODOS CLÍNICOS DO PARTO: DILATAÇÃO (1) 
É a fase que ocorre a dilatação progressiva do colo, e vai 
desde o inicio do trabalho do parto até a dilatação máxima de 
10cm. 
 
 Fase latente do parto 
Quando a mulher apresenta contrações dolorosas e dilatação 
≤ 3 (dados do MS) 
O melhor a se fazer é encorajar e aconselhar a mulher que 
ela volte para casa e oferecer alivio da dor (porque ela ainda 
não entrou em trabalho de parto, não precisa ficar sentindo dor 
sem necessidade) 
Orientar sobre a fase ativa do parto (contrações dolorosas, 2 em 
cada 10 minutos, escoamento de liquido) e demais sinais de 
alarme, como sangramento 
 Fase ativa do parto 
Quando a mulher apresenta contrações dolorosas e dilatação ≥ 
4 cm  interna 
 Duração das fases do primeiroperíodo 
Nas nulíparas  em média de 8 horas e no máximo 18 horas 
Nas multíparas  em média 5 horas e no máximo 12 horas 
NORMAS PARA CONDUÇÃO DO PERÍODO DE DILATAÇÃO 
 Alimentação 
Segundo o MS, a parturiente pode ingerir líquidos, de 
preferência soluções isotônicas ao invés de só água 
Porque, uma vez que todas são candidatas a anestesia, quando 
for anestesiar o risco de complicações é menor quando o 
estomago está vazio, por isso recomenda-se não ingerir 
alimentos durante o trabalho de parto 
 Posição da parturiente 
Pode adotar a conduta que mais lhe convier, desde que não 
exista razões medicas que a impossibilite disso (uso de 
medicamentos pela via intravenosa, parturientes com anestesia 
epidural continua etc) 
 
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Mecanismos e assistência do parto normal 
Se escolher a posição horizontal, deve ser estimulado o 
decúbito lateral esquerdo para prevenir hipotensão materna, 
que aumenta o risco de hipóxia fetal 
 Intervenções que não devem ser realizadas de forma 
rotineira no TP (trabalho de parto) 
- enema (ou lavagem intestinal, com o objetivo de evitar a 
eliminação de fezes no período expulsivo) 
- tricotomia pubiana (depilação dos pelos pubianos que é feita 
na sala de parto e facilita a antissepsia dos genitais e realização 
de epissiotomia) 
- amniotomia precoce, associada ou não com ocitocina 
 
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Mecanismos e assistência do parto normal 
PARTOGRAMA 
Criado pela OMS para ajudar a ver a evolução do parto e a 
análise pode trazer bastante informações, inclusive de algumas 
distócias durante o TP. 
No partograma são registrados a dilatação cervical, altura da 
apresentação (e o tipo), as contrações uterinas, a 
frequência cardíaca do feto e outros dados 
 
Só deve ser iniciado quando a paciente se encontra na fase 
ativa do TP  contrações efetivas (pelo menos 2/10’/30’’ e 
dilatação cervical de pelo menos 4cm) 
IDENTIFICAÇÃO 
 
Esses últimos em vermelho não estão no modelo de partograma 
da OMS, mas seriam importantes de vim 
DILAÇÃO CERVICAL E A ALTURA DA APRESENTAÇÃO 
 
O eixo X representa as horas, o eixo Y representa os cm, do 
lado direito está a dilatação e do lado esquerdo está a descida 
da apresentação (considerando o plano 0 De Lee) 
 Linha de alerta 
Na hora imediatamente após que se marcar a primeira dilatação, 
traçar a linha de alerta, passando por todos os quadrantes na 
diagonal, que serve para identificar as pacientes com parto 
de risco 
Não há necessidade de intervenção quando a dilatação cruza 
ou atinge a linha de alerta, só deve ficar em maior atenção 
 Linha de ação 
Contra 3 quadrantes e no vértice do 4º quadrante, traçar a linha 
de ação, ou seja, em um intervalo de 4h depois da linha de 
alerta 
Somente quando a curva de dilatação atinge a linha de ação que 
a intervenção é necessária, mas não necessariamente precisa 
ser cirúrgica, para melhorar a evolução do parto e corrigir 
possíveis distócias 
 Dilatação 
É anotada na forma de um triângulo preenchido (lembrar dos 
dedos formando um V quando avalia a dilatação) 
É indispensável para que ocorra o desprendimento transpelvico 
do feto e depende primariamente das contrações uterinas 
O MS recomenda a medição pelo exame pélvico em cada 4 
horas de TP, para isso utilizam-se os 2 dedos empregados no 
toque 
 
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Mecanismos e assistência do parto normal 
 Altura da apresentação 
É registrada como um circulo vazio ou representando as 
suturas do crânio, de forma que a sutura lambdoide (em forma 
de Y) nos ajuda a nomear os tipos de apresentação 
 
Na mesma frequência que se avalia a dilatação, avalia a altura 
do polo fetal e as condições das membranas amnióticas  
de 4 em 4 horas no toque vaginal 
Para registro, segue os planos de De Lee 
 
MONITORAMENTO E REGISTROS DAS CONDIÇÕES FETAIS 
É feita a ausculta cardíaca fetal com o estetoscópio de Pinard 
ou o sonar-doppler 
 
Frequência: antes, durante e após uma contração, em 15 a 30 
minutos no 1º estágio do trabalho de parto 
Normal: em torno de 140 
Bradicardia: abaixo de 110 pbm 
Taquicardia: acima de 160 bpm 
 Bolsa 
Verifica-se se a bota esta rota (BR) ou integra (I) 
 Liquido amniótico 
Verifica-se se o LA é claro (CL) o que é normal, ou esverdeado, 
significando presença de mecônio, sugerindo sofrimento fetal 
 
 
MONITORAMENTO E REGISTRO DAS CONTRAÇÕES 
UTERINAS 
Durante a gestação, o útero apresenta atividade contrátil de 
baixa itensidade e duração, mas a gestante não percebe porque 
isso é inibido pela progesterona 
No final da gravidez, pré-parto, elas aumentam de intensidade e 
duração, alterando o canal cervical  gera o apagamento do 
colo nas nulíparas  2/10’/25-30’’ 
 Triplo gradiente descendente 
No TP, as contrações são chamadas de triplo gradiente 
descendente, apresentam características próprias e sua 
intensidade e duração aumentam de forma progressiva 
Elas se propagam de baixo, do corpo para o segmento inferior 
do útero e para o canal cervical  aumentam para 4/10’/40’’ 
 
Colore-se o numero de quadrados correspondentes ao numero 
de contrações, de acordo como indica no partograma 
Segundo o MS, devem ser monitoradas de 1 em 1 hora 
PARTOGRAMA DE UM PARTO EUTÓCICO 
 
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DIAGNÓSTICO DAS DISTÓCIAS PELO PARTOGRAMA 
Quando o parto evolui de maneira anormal, é chamado de 
distócia 
 
FASE ATIVA PROLONGADA 
Essa distócia geralmente decorre de contrações uterinas 
hipoativas ou incoordenadas  demora dilatar 
 
 Contrações hipoativas 
São aquelas que apresentam intensidade e duração abaixo do 
considerado normal na evolução de parto, ou seja, inferior a 
3/10’/30’’ 
Comprova-se ela por anamnese, palpação do útero e exame 
pélvico 
 Contrações incoordenadas 
Não determinam a dilatação cervical, são dolorosas, mas 
improdutivas e seu diagnostico clinico é difícil, geralmente é por 
exclusão 
PARADA SECUNDÁRIA DA DILATAÇÃO 
É quando a dilatação cervical não evolui, consequentemente o 
feto não consegue descer para realizar a expulsão, geralmente 
decorre de 2 motivos: desproporção cefalo-pelvica absoluta ou 
relativa 
 
 Desproporção cefalo-pélvica absoluta 
Quando o polo cefálico é maior que a bacia, ou quando a bacia 
é pequena e não permite a passagem do feto, assim, a 
resolução é uma cesárea 
 Desproporção cefalo-pélvica relativa 
Existe defeito na apresentação: deflexao ou posiçao transversa 
ou posteriores, nessas condições, a deambulação, a rotura 
artificial da bolsa das águas ou a analgesia peridural podem 
favorecer a evolução normal do parto (a punçao é feita nas 
costas para achar o espaço peridural, perdendo a sensibilidade 
dos MMII e do abdomen) 
PARTO PRECIPITADO 
O parto acaba muito rápido, o que não é bom porque pode 
ocorrer sofrimento feal e lacerações no trajeto, pois naodeu 
tempo para acomodar os tecidos pélvicos 
 
 Taquissistolia e hipersistolia 
Podem ser um dos motivos desse tipo de parto, quando a 
intensidade e a duração das contrações ultrapassam o 
considerado normal 
Quando palpa-se o útero, percebe hipertonia: quase não existe 
a fase de relaxamento 
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 Administração excessiva de ocitocina 
Tambem pode ocorrer e nesse caso, deve-se suspender a 
infusão de ocitocina até o retorno padrao das contrações 
PARTO EXPULSIVO PROLONGADO 
Embora tenha dilatação normal, o descida do feto acontece de 
maneira muitolenta 
 
Pode estar relacionada tambem com uma contração uterina 
deficiente e sua correção pode ser feita adm ocitocina, fazendo 
a rotura da bolsa ou pelo uso do forceps (desde que preenchido 
os requisitos) 
PARADA SECUNDÁRIA DA DESCIDA 
Quando há dilatação, o feto estava descendo mas chega uma 
hora que ele não progride 
 
Pode ser decorrente de uma desproporção feto-pélvicas 
(relativa ou absoluta), entao deve-se reavaliar as relações 
 
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Mecanismos e assistência do parto normal 
PERÍODOS CLÍNICOS DO PARTO: EXPULSIVO (2) 
Começa com a dilatação completa do colo – 10 cm- e termina 
com a expulsao completa do feto, sendo o periodo mais 
importante, estressante e de alto risco para o feto 
O MS considera como fase ativa do periodo expulsivo quando: 
tiver a dilatação total do colom cabeça do bb visível, contrações 
de expulsao ou esforço materno ativo 
A duração do período expulsivo está diretamente relacionado 
com os seguintes fatores: 
- padrão das contrações uterinas 
- participação da parturiente 
- resistência dos órgãos genitais (se os mm. Gennitais forem 
muito resistentes, recorre-se à episiotomia) 
- participação da equipe obstétrica 
 Tempo para as nulíparas 
O parto deve ocorrer no prazo de no máximo 3 horas após o 
inicio da fase ativa 
 Tempo para as multíparas 
O parto deve ocorrer em no maximo 2 horas após o início da 
fase ativa 
 Recomendações do MS 
Deve-se apoiar a realização de puxos espontâneos no período 
de expulsão em mulheres sem analgesias, evitando puxos 
dirigidos 
Caso o espontâneo seja ineficaz, deve-se oferecer outras 
estratégias: suporte, mudanças de posição, encorajamento e 
esvaziamento de bexiga 
A manobra de Krisller não deve ser realizada no 2º período do 
trabalho de parto  pressão sobre o útero da mulher 
 
Apena considerar o uso de parto instrumental (vácuo-extrator ou 
fórceps) quando não houver segurança ao bem estar fetal ou 
prolongamento do 2º período 
Não realizar a episiotomia de rotina durante o parto vaginal 
espontâneo 
EPISIOTOMIA 
Apenas em extrema necessidade usa-se a técnica da 
episiotomia, nas diretrizes do parto normal, o MS fala: 
‘’ se uma episiotomia for realizada, recomenda-se a médio-
lateral originando na fúrcula vaginal e direcionada para o lado 
direito, com um ângulo entre 45 a 60 graus ‘’ e também que 
deve-se assegurar uma analgesia efetiva antes da realização da 
episiotomia 
 
 Médio lateral – direita ou esquerda 
Vai em direção obliqua  foge do ânus 
 
 Perineotomia (ou mediana) 
Tem menor lesão tecidual, não lesa músculos, sangra menos, 
mas se ela prolonga, pode chegar ao esfíncter do anos e 
causar problemas graves 
FÓRCIPE 
MS: realizar quando não houver segurança ao bem estar fetal 
ou prolongamento do 2º período 
Função: serve para apreender, tracionar e rodar 
 
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Mecanismos e assistência do parto normal 
CONDIÇÕES DE APLICABILIDADE DO FÓRCEPS – ABCDEF 
 
 insinuado: quando tiver OP +2 ou OP +3 
TERCEIRO PERÍODO: DEQUITAÇÃO 
Começa após o desprendimento total do feto e termina com a 
saída completa da placenta, comprovou-se que 2 a 3 
contrações são necessárias para que ela se descole do 
endométrio 
Isso porque após a expulsão fetal, ainda há contrações 
]uterinas, com a mesma intensidade e duração, e normalmente 
em até 10 minutos acontece o descolamento 
 
MS: o tempo máximo para a placenta sair naturalmente é de 30 
minutos, e apenas deve-se considerar o terceiro período 
prolongado após decorridos 30 minutos de manejo ativo ou 
60 minutos de manejo fisiológico 
 Recomendações do MS: placenta retida 
- usar ocitocina IV adicional de rotina para desprendimento da 
placenta apenas se houver hemorragia 
- não realizar a remoção manual ou cirúrgica da placenta sem 
analgesia adequada 
 Revisão do canal de parto 
Após a dequitação, é indispensável realizar a revisão do canal 
de parto, buscando lacerações no colo ou nas paredes vaginais, 
até retenção de fragmentos de membrana ou de cotilédones 
placentários, pois esses problemas podem ser responsáveis 
pelas hemorragias no pós-parto 
Se houver alguma ocorrência, as lacerações devem ser 
suturadas, prevenindo o sangramento e favorecendo a 
regeneração total do tecido 
 
QUARTO PERÍODO: OBSERVAÇÃO 
Terminando o parto, deve-se manter a parturiente na primeira 
hora pós-parto em observação, pois é preocupante de acontecer 
sangramento genital, a involução imediata do útero e o 
estado geral da mãe 
 Recomendações do MS 
- manter a mulher em observação rigorosa pela avaliação da 
condição física geral: coloração da pele e mucosas, respiração, 
sensação de bem-estar 
- observar perda sanguínea 
REFERÊNCIAS 
Diretriz Nacional de Assistência ao Parto Normal 
Rezende Obstetrícia, 13ª edição 
Noções práticas de Obstetrícia 14ª edição – Mario Dias 
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Tipos de parto e Puerpério 
TIPOS DE PARTO – EPIDEMIOLOGIA 
No brasil, a assistência ao parto registra números elevados de 
cesarianas e o uso excessivo de intervenções no parto vaginal, 
como a episiotomia, restrição da parturiente ao leito durante o 
TP, uso de ocitocina etc 
Em relação a cesárea, a prática no Brasil é muito comum, tanto 
que ele é o país conhecido como líder mundial desse 
procedimento, associando isso a boa assistência obstétrica e 
tecnológica e questões socioeconômicas (por particular é 80% 
dos procedimentos, pelo sus é próximo a 30%) 
PARTO NORMAL – EPIDEMIOLOGIA 
Em uma pesquisa realizada para saber o perfil epidemiológico 
dos partos brasileiros pelo SUS, de 2000 a 2018, registrou 
51,3% de partos vaginais e 48,7% de cesarianas 
Nessa mesma pesquisa concluiu-se que a incidência de partos 
cesarianos no brasil parece estar mais associada a condições 
socioeconômicas e ao direito de escolha, aliada aos avanços 
tecnológicos na área médica 
PARTO NORMAL 
É o parto em que o feto nasce naturalmente pelo canal vaginal, 
sendo conduzido, monitorado e registrado pelo médico, 
principalmente no partograma 
Pode ser feito com ou sem anestesia e o médico se torna o 
agente ativo no período expulsivo, auxiliando na extração fetal 
VANTAGENS 
 Permite contato mais rápido da mãe com o RN 
 A recuperação da mãe é mais rápida e tem um menor risco 
de hemorragia 
 Redução das doenças respiratórias no RN 
A oportunidade do RN em sugar o peito nos primeiros momentos 
de vida, reduz as chances de doenças respiratórias, pois a força 
exigida no nascimento faz com que o bebê elimine o liquido 
presente nos pulmões 
 Liberação de cortisol 
O estresse do TP libera cortisol, muito importante para 
sensibilizar o endométrio e fazer com que a ocitocina endógena 
seja produzida 
A ocitocina endógena vai promover as contrações, prevenir 
quadros de atonia uterina (perda da capacidade de contrair o 
útero depois do parto, aumentando o risco de hemorragia) e 
promover a maturação pulmonar fetal 
 
 Liberação de prolactina 
No momento do parto também há a liberação de prolactina, 
muito importante para a lactação 
 Contato com a microbiota vaginal 
O RN tem contato com os lactobacilos, consequentemente, 
possui um melhor desenvolvimento do sistema imunológico, 
reduzindo o risco de doenças alérgicas, como doença celíaca 
DESVANTAGENS – LACERAÇÃO 
A descida do bb leva a vagina e o períneo a se esticarem e 
passagem dele durante o trajeto pode deixar lacerações, pois o 
tecido se esticou muito a ponto de se separar e rasgar 
 Lacerações do 1 ao 4º grau, desde cortes superficiais nos 
pequenos lábios que não exigem suturas até as profundas 
e graves que causam ruptura muscular e do esfíncter anal 
Elasnormalmente não evoluem para complicações pós parto, 
mas em alguns casos, as lesões de 3º e 4 grau podem gerar 
incontinência urinária e fecal, alargamento vaginal, perda de 
sensibilidade etc 
APLICAÇÕES PARA O PARTO NORMAL 
 Feto insinuado (encaixado)  apresentação cefálica na 
situação longitudinal 
 Dilatação completa  10 cm 
 Bolsa rota  ruptura da membrana amniótica 
PARTO VAGINAL OPERATÓRIO 
O desejável é acontecer o parto normal espontâneo, mas pode 
haver distócias durante o período expulsivo e cursar com o parto 
vaginal operatório para facilitar a extração e reduzir os riscos 
tanto para mãe quanto para o RN. Essa extração se faz 
principalmente com o fórceps e o vácuo extrator 
FÓRCIPE 
Função: ajudar na passagem do polo cefálico pela bacia óssea, 
pode tanto realizar o mecanismo integralmente quanto 
parcialmente 
Classificação: conforme a altura do polo cefálico de acordo 
com os planos de De Lee, o uso do fórcipe é classificado em 3 
tipos: alto, médio e baixo 
Modelo: são dois ramos, compostos por um cabo, uma haste e 
uma colher, feito anatomicamente para o polo cefálico na 
apresentação pélvica 
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Tipos de parto e Puerpério 
 
FÓRCIPE ALTO 
Quando o polo cefálico está acima do plano médio, ainda 
móvel (-1, -2 ou -3), o instrumento terá que realizar o mecanismo 
integral: toda a descida, a rotação interna e a deflexão. Muito 
arriscado e contraindicado 
FÓRCIPE MÉDIO 
O polo cefálico passou do estreito médio, mas não conseguiu o 
inferior (plano +1 ou +2), assim, o fórcipe faz: completa a 
descida até o estreito inferior (+3), completa a rotação 
interna e a deflexão 
Na variedade de posições obliquas  OEA, ODA,OEP, ODP  
rodar 45 graus 
Posições transversas  OET e ODT  rodar 90 graus 
FÓRCIPE BAIXO 
O polo já desceu, está no plano +3 de De Lee e já conseguiu 
fazer toda a rotação interna: ficando nas variedades de posição 
OP ou OS 
Cabe ao instrumento realizar apenas a deflexão, objetivando 
reduzir a duração do período expulsivo, beneficiando mãe e filho 
CONDIÇÕES PARA A APLICAÇÃO 
 Feto vivo 
Porque pode prejudicar a parturiente, não faz sentido coloca-la 
em risco se o feto está morto 
 Proporção feto-pélvica 
Só usa quando se tem certeza da proporção entre o volume fetal 
e a bacia da mãe (polo cefálico abaixo do estreito médio - +1, 
+2 ou +3) 
 Dilatação completa do colo  10 cm 
 Bolsa das águas rotas 
Porque ela dificulta o diagnostico da variedade de posição, 
pode-se ser feita uma amniotomia 
 Indicação correta 
 Domínio da técnica de aplicação 
INDICAÇÕES FETAIS 
 Sofrimento fetal 
O feto pode sofrer durante a gestação (sofrimento crônico) 
quando no parto (agudo), em ambos, quanto mais rápido for o 
período expulsivo, melhor para o feto 
 Parada de progressão do polo cefálico no período 
expulsivo 
As vezes, por não ter uma proporção entre as contrações, a 
cabeça para de rodar e descer, assim, o fórcipe completa a 
rotação e a descida (fórcipe médio) 
 Fórcipe profilático 
É a indicação mais frequente, pois tem o objetivo de promover 
mais rapidamente a deflexão do polo cefálico (fórcipe baixo) 
INDICAÇÕES MATERNAS 
 Hipoatividade uterina 
 Doenças sistêmicas maternas 
O período expulsivo exige muito esforço, se a parturiente tiver 
cardiopatias, distúrbios mentais e eclampsia, por exemplo, o seu 
esforço é contraindicado 
 Hemorragia do intraparto 
Quadros hemorrágicos da gravidez podem se manifestar ou 
agravar no período expulsivo, por isso, quanto mais rápido ele 
for, menos sangramento vai ter 
TÉCNICA 
PEGA CORRETA DO POLO CEFÁLICO 
A única região que pode para não causar tocotraumatismo é no 
diâmetro parieto-malar-mentoniano, ou seja, na pega 
biparietal (nos ossos parietais), assim, as colheres se adaptam 
aos ossos e não traumatizam 
 
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Tipos de parto e Puerpério 
ANALGESIA 
É obrigatório, para relaxar os músculos e conseguir colocar o 
fórceps, mas na ausência de anestesia, o obstetra pode fazer a 
anestesia locorregional (bloqueio do nervo pudendo) 
EPISIOTOMIA 
Sempre, antes de colocar as colheres do fórcipe, faz-se a 
episiotomia, para ampliar o canal de parto e facilitar a introdução 
adequada da mão-guia e das colheres 
CATETERISMO VESICAL 
A bexiga da parturiente tem que estar vazia antes, por isso, faz-
se o cateterismo vesical 
APLICAÇÃO DAS COLHERES DO FÓRCIPE 
Vai depender da variedade de posição, onde o obstetra 
consegue identificar pelo exame pélvico 
APLICAÇÃO NAS VARIEDADES DIRETAS – OP E OS 
A única função nas variedades diretas é promover a deflexão 
do polo cefálico, para isso, na OP elevam-se as colheres e 
desprende-se o mento. Na variedade OS, abaixam-se as 
colheres no sentido sacro 
 
A primeira colher é a da esquerda, depois é a da direita, e ambas 
as colheres devem ficar perpendiculares aos genitais 
 
APLICAÇÃO NAS VARIEDADES OBLÍQUAS 
Nas variedades OEA ou ODP, a primeira colher a se introduzir 
é a posterior (mais próxima do sacro) e a segunda, a anterior 
 
O que é diferente nessas variedades é a rotação interna 
realizada pelo fórcipe 
OEA  rotação de 45 graus da esquerda pra direita em direção 
a sínfise púbica 
ODP  rotação de 45 graus da direita pra esquerda ou de 135 
graus até ficar OP, mas não se recomenda essa 
 
APLICAÇÃO NAS VARIEDADES TRANSVERSAIS 
Nas variedades OET e ODT, o objetivo do fórceps também é 
completar a rotação interna, descida e deflexão do polo cefálico 
OET  a colher posterior é a esquerda e a anterior a direita, a 
rotação será de 90 graus 
ODT  a 1ª colher a ser introduzida é a da direita (posterior) e 
a rotação também é de 90 graus 
PROGNÓSTICO 
Quando realizada da maneira correta por um profissional, é útil 
e ajuda o feto e a parturiente, se incorretamente utilizado, é um 
verdadeiro desastre e pode aumentar os traumatismos nos 
genitais da parturiente 
Uma das preocupações no prognostico das crianças é com seu 
desenvolvimento intelectual, mas ainda não tem nenhum estudo 
bem-controlado que mostrou efeitos nos testes de QI 
VÁCUO-EXTRAÇÃO 
As indicações dele são semelhantes às do fórcipe, mas aqui a 
extração do polo cefálico é feito com o auxilio do vácuo extrator 
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Tipos de parto e Puerpério 
É composto por uma bomba e uma ventosa (metal ou plástico), 
que encaixa na região da sutura sagital a aprox. 3c da fontanela 
occipital 
No momento da contração uterina, segurando a haste da 
ventosa, traciona-se o feto 
 
Muito pouco empregado no Brasil 
PARTO CESARIANA 
É um parto que ocorre por dupla incisão: 
1. Laparotomia  incisão abdominal 
2. Histerectomia  incisão uterina 
EPIDEMIOLOGIA 
Segundo estimativas globais, o índice de cesarianas (IC) no 
Brasil é de 53,8%, um dos países com o maior número de 
cesarianas do mundo 
Pelo SUS, a proporção de cesarianas, predominando o 
atendimento pelo sistema de plantão, é de 36%, ao passo que 
no setor privado chega a ser 88% 
 
Muitos fatores estão contribuindo para o aumento de IC, entre 
eles: 
 Nivel de instrução mais elevado 
 Aperfeiçoamento das técnicas anestésicas 
 Redução dos riscos e de complicações no PO 
 Percepção de segurança do procedimento pelas pacientes 
e dos profissionais de saúde 
 Mudanças nos sistemas de saúde 
 Maior demanda dos pacientes 
NORMATIVA – CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA 
O CFM, na resolução número 2.284/2020 dispõe que é ético o 
médico atender à vontade de gestante de realizar o parto 
cesariano, garantidas a autonomia do médico e da paciente e 
a segurança materno-fetal 
 É direito da gestante, nas situações eletivas, optar pela 
realizaçãoda cesariana, garantida por sua autonomia 
o Desde que tenha recebido todas as informações de 
forma detalhada sobre o parto normal e cesariano, 
com seus riscos e benefícios 
 A decisão deve ser registrada em termo de 
consentimento livre e esclarecido 
 para garantir a segurança do feto, a cesariana a pedido, 
nas condições de risco habitual, somente poderá ser 
realizada a partir de 39 semanas completas, devendo 
haver o registro em prontuário 
INDICAÇÕES – CESARIANA DE EMERGÊNCIA 
 Sofrimento fetal 
 Prolapso de cordão umbilical 
 Desproporção céfalo-pélvica 
 Eclampsia etc 
INDICAÇÕES OBSTÉTRICAS DO PARTO CESÁREA 
Indicações absolutas (macete em ordem alfabética 
começando com C) 
 Cicatriz uterina prévia corporal (não consegue realizar o 
parto normal) 
 Desproporção cefalo-pélvica 
 Esmagamento do cordão (prolapso) 
 Feto transverso 
 Gestante morreu (quando a gestante morre mas o feto 
ainda está vivo, tem que tirar pela cesariana) 
 Herpes genital ativo 
 Inserção baixa placenta total (placenta prévia total) 
Indicações relativas (caderno 32 do MS) 
 Cesárea previa 
 Macrossomia fetal 
 Gravidez gemelar 
 Feto não reativo em trabalho de parto 
 Descolamento prematuro da placenta 
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Tipos de parto e Puerpério 
 
VANTAGENS 
 Maior segurança para o RN e menos trauma no assoalho 
pélvico da gestante 
 Não passa pela dor do parto 
 Possibilidade de escolher a data do nascimento 
 Tem duração previsível 
 Ajuda a reduzir o estresse materno durante o parto por 
passar a ideia de um ambiente plenamente controlado, 
onde tudo ocorre de forma previamente estipulada. 
 Impede a recorrência de nascimento pós-termo 
 Rediz risco alongo prazo de prolapso uterino e 
incontinência urinária na mãe 
DESVANTAGENS 
 Para a mãe  pós é mais complicado, sente dor e 
dificuldade para andar, maior risco de ter febre, reação a 
anestésico, infecção e hemorragia 
 O RN é introduzido em contato com as bactéria cutâneas, 
principalmente Staphylococcus que pode se apresentar 
como maléfica em alguns casos  gera uma colonização 
intestinal do bebê alterada 
 De certa forma, há um atraso na amamentação, pois há a 
privação do bebê do contato pele a pele, importante para o 
aleitamento 
PRINCIPAIS FATORES PARA AUMENTO DE CESÁREAS 
 Fetos em apresentação pélvica 
 Maior ocorrência de obesidade 
 Cesáreas eletivas por opção da mãe, em cumprimento com 
a autonomia do paciente 
 Cesáreas eletivas para preservação do assoalho pélvico 
 
 
TÉCNICA 
A cesariana é se dá pelo corte de 7 camadas até chegar ao 
útero, para a abertura, utiliza-se incisões transversas (menor 
dor no pós, melhor cicatrização e melhores resultados 
cosméticos), e a técnica mais utilizada mundialmente é a de 
Pfannenstiel 
Nela, uma incisão na pele transversalmente é feita, de modo 
suprapúbica (e a 2cm acima do púbis), levemente aciforme, com 
concavidade superior e extensão de 10 a 12 cm 
 
Os 7 cortes são: 
1. Pele 
2. Gordura 
3. Aponeurose 
4. Músculo reto abdominal 
5. Peritônio parietal 
6. Peritônio visceral 
7. Útero 
EXTRAÇÃO FETAL 
Na execução da cesariana, o acesso ao feto deverá ser rápido, 
mas sua extração deve ser lenta, esta é feita pela manobra de 
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Tipos de parto e Puerpério 
Geppert (opção mais utilizada em caso de apresentação 
cefálica) 
 
DIFICULDADES, ACIDENTES E COMPLICAÇÕES 
Por ser uma cirurgia, apresenta todos os riscos de qualquer 
outra, sejam eles anestésicos ou até mesmo no pós-parto. Além 
disso, possui uma recuperação mais demorada 
Entre os problemas encontrados, destacam-se: hemorragias, 
infecção, extração fetal difícil, trombose e as complicações 
urinárias e intestinais 
 Hemorragias 
As hemorragias vindas da histerectomia são frequentes, mas 
raramente causam ameaça, por isso, o cirurgião deve identificar 
principalmente lesões dos grandes pedículos vasculares (pois 
eles estão entre as principais causas), coibi-lo com pinças para 
suturar depois, tomando muito cuidado com os ureteres 
(proximidade) 
 Infecção 
Acontece de 4 a 7 dias pós cesariana, e o uso de antibiótico 
profilático e uma boa técnica cirúrgica reduzem 
significantemente sua incidência 
 Extração fetal difícil 
Em alguns casos, a extração pode ser complicada, precisando 
de diferentes estratégias 
PARTO HUMANIZADO 
Não se trata necessariamente de um tipo de parto, mas sim à 
assistência prestada à mulher e ao bebê durante o pré-natal, 
parto e pós-parto, buscando também reduzir intervenções 
clinicas desnecessárias ou de risco para a mãe e o RN 
A humanização do parto é um direito garantido pela 
constituição, que estabelece a dignidade da pessoa humana 
como fundamento, além de ser um direito garantido 
internacionalmente pela OMS 
Humanizar é 
 Acreditar que o parto normal é fisiológico e na maioria das 
vezes não precisa de intervenção 
 Saber que a mulher é capaz de conduzir o processo e que 
ela é a protagonista do evento 
 Conversar, informar a mulher sobre os procedimentos e 
pedir sua autorização para realizá-los 
 Promover um ambiente acolhedor 
 Respeitar cada mulher na sua individualidade, levando em 
consideração seus medos e suas necessidades 
 Permitir o contato imediato do bebê com a mãe logo ao 
nascer, e garantir que eles permaneçam assim durante o 
período de internação 
PARTICULARIDADES DO PARTO HUMANIZADO 
 Plano de parto 
O plano de parto é um texto contendo as escolhas da mulher 
para o seu pré-parto, parto e pós-parto, podendo ser feita em 
forma de carta e deve conter suas preferencias de forma clara 
para orientar os profissionais de saúde que acompanharão o 
processo 
O texto deve ser elaborado durante o pré-natal 
 
 Ambiente 
O ambiente deve ser especial, seja no hospital ou no domicílio, 
junto com musica suave, redução da luz e conta com 
massagens na região lombar da parturiente, pois beneficia 
conforto 
 Acompanhante 
A mulher tem direito de estar com um acompanhante de sua 
escolha durante todo o período do TP, nascimento e pós-parto 
imediato 
A pessoa é escolhida para dar suporte emocional e estar ao seu 
lado durante todos os momentos do parto 
 Doulas 
A doula é uma profissional que acompanha e dá suporte para 
mulher em TP, ajudando a cuidar do seu bem-estar físico e 
emocional 
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Tipos de parto e Puerpério 
Acompanha a família desde o pré-parto, orientando e ajudando 
nas escolhas, colaborando com o diálogo entre a mulher e os 
profissionais de saúde também 
Também ajuda a encontrar posições mais confortáveis para o 
TP e propõe medidas naturais que podem aliviar as dores 
PUERÉPRIO 
Classifica-se o puerpério em 3 fases: 
Puerpério imediato: 10 dias após o parto 
Puerpério tardio: entre 11º e 40º dias 
Puerpério remoto: do 41º dia até o 60º dia após o parto 
MAMAS E LACTAÇÃO 
 
ANATOMIA DAS MAMAS E LACTAÇÃO 
O leite humano é o alimento ideal para os RN e fornece 
nutrientes específicos para a faixa etária, além de fatores 
imunes e substancias antibacterianas. 
 Anatomia das mamas 
Cada glândula mamária é composta de 15 a 25 lobos, 
separados uns dos outros por gordura. 
1 lobo  são formados de vários lóbulos  são formados por 
vários alvéolos  cada um tem um pequeno ducto  os ductos 
juntos formam 1 ducto calibroso  1 ducto em cada lobo 
O epitélio secretor alveolar sintetiza os vários componentes do 
leite 
 
 Colostro 
Depois do parto, até 2 semanas, as mamas começam a secretar 
o colostro, um líquido de cor amarelo-limão-escuro que tem 
componente imunes (IgA) sais minerais e aminoácidos. A IgA 
confere proteçãoao RN contra os patógenos entéricos 
 Leite maduro 
Depois de 4 a 6 semanas, o colostro se converte em leite 
maduro, que tem proteína, gordura, carboidrato, sais, vitaminas 
e hormônios 
Proteínas  caseínas (80%) e proteínas do soro: 16% de 
albumina e 4% de globulinas 
ENDOCRINOLOGIA DA LACTAÇÃO 
Durante a gestação, estrogênio e progesterona estão altos, que 
acabam inibindo a prolactina, a alfa-lactalbumina e a lactose 
sintetase 
Com o parto, há a redução súbita de progesterona e estrogênio 
 a inibição para as enzimas e a prolactina é retirada  há o 
aumento da síntese do leite 
A prolactina é essencial na formação do leite, por isso, mulheres 
com necrose hipofisária grave (adenohipófise) – síndrome de 
Sheehan – não amamentam 
Posteriormente, a profusão e a duração da lactação são 
controladas pela estimulação repetitiva da amamentação e 
pelo esvaziamento do leite presente na mama 
 Ocitocina 
A neurohipófise anterior secreta ocitocina, os principais 
estímulos são  choro do bebê e sucção  secreta ocitocina 
 contração das células mioepiteliais dos alvéolos e dos 
pequenos ductos lactíferos  ejeção do leite 
O estresse e o medo materno podem inibir a liberação de 
ocitocina e consequentemente a ejeção do leite 
CUIDADOS COM AS MAMAS 
A adaptação inadequada do RN à mama pode causar fissuras 
dolorosas, por isso, é importante que as orientações em relação 
à amamentação sejam passadas durante o pré-natal, de 
preferencia com aulas práticas 
A pega adequada do RN ao peito é a pega labial que abocanha 
toda a aréola, e não somente o mamilo 
As fissuras mamilares tornam a amamentação dolorosa e 
podem afetar negativamente a produção do leite, além de 
funcionarem como portas de entrada para as bactérias 
 
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Tipos de parto e Puerpério 
ÚTERO, VÁGINA E PERÍNEO 
 Útero 
Depois do parto, o calibre dos vasos sanguíneos que estabam 
hipertrofiados por causa do aumento do fluxo uterino retornam 
para suas dimensões normais 
Com 3 dias de puerpério, o endométrio começa a se regenerar. 
Inicialmente, instala-se uma endometrite, que é um processo 
inflamatório regenerativo, sem componente infeccioso, e por 
volta do 16º dia, na maioria das pacientes, o endométrio estará 
completamente restituído 
Logo após o parto, o útero se contrai, tendo o fundo medido na 
altura da cicatriz umbilical, 2 semanas depois ele está 
intrapélvico e na 6ª semana atinge o tamanho normal. Nesse 
processo, ele vai diminuindo de tamanho e deixando o espaço 
para as alças intestinais, que haviam sido deslocadas, 
diminuindo, assim, o volume abdominal 
 
 Vagina 
A vagina e seu trato de saída diminuem gradativamente de 
tamanho, mas é muito difícil de retornar ao tamanho que era 
antes nas nulíparas 
O hímen previamente rompido, é lacerado em vários pontos 
durante a passagem do polo cefálico, sua cicatrização dará 
origem às chamadas carúnculas mirtiformes 
 Região perineal 
Depois do parto, se encontrará bastante edemaciada, por causa 
da pressão abdominal durante o período expulsivo, inclusive 
pode ter hemorroidas que incomodam no pós parto 
Porém, não requerem tratamento nesse período, porque irão 
regredir normalmente até o final do puerpério 
MODIFICAÇÕES DIGESTIVAS 
A alimentação após o parto vaginal deve ser reestabelecida, se 
ela tiver recebido uma analgesia com peridural, o ideal é 
aguardar 2 horas 
Se tiver feito cesárea, aguardar de 4 a 6 horas 
Nas primeiras 24 horas pós-parto, o ideal é que se utilizam 
dietas líquidas, como sopas, com poucos resíduos, com o 
objetivo de evitar a distensão abdominal por gases 
A hidratação, venosa primeiramente e oral posteriormente, 
também é importante para o bom funcionamento do intestino e 
fundamental para a amamentação 
MODIFICAÇÕES URINÁRIAS 
A hipertrofiação glomerular induzida pela gestação normalmente 
continua no primeiro dia depois do parto, mas em 2 semanas 
retornas aos níveis normais 
Além disso, a dilatação das pelves e dos ureteres retornam ao 
seu estado pré-gestacional durante as primeiras 2 e 8 semanas 
 essa dilatação + urina residual + bacteriírua da bexiga 
traumatizada (por causa da compressão pelo polo cefálico e 
passagem de sonda)  pode ocasionar as infecções 
urinárias, um problema preocupante no puerpério 
Inicialmente a diurese se encontra reduzida, por causa do 
retorno progressivo da função urinária, do débito cardíaco e da 
desidratação (devido ao esforço, ao jejum e às perdas 
sanguíneas) 
MODIFICAÇÕES CIRCULATÓRIAS 
 Hipervolemia induzida pela gravidez 
Durante a gestação, há o aumento do volume sanguíneo para 
nutrir o feto e já pensando na perda sanguínea durante o parto, 
o corpo já faz toda essa preparação, assim, o sangue circulante 
vai de 4 para 6 litros 
O volume voltará a normalidade aproximadamente 3 semanas 
após o parto 
1/3 da perda  durante o parto 
2/3 da perda  decorrente do processo de amamentação 
Com a perda de sangue, a medula óssea é estimulada e 
normalmente se observará reticulocitose (aumento do número 
de reticulócitos – glóbulos vermelhos imaturos). E esse mesmo 
estímulo vai ser responsável pela leucocitose e trombocitose 
observada no puerpério 
 Hemodinâmica se altera 
↑ do débito cardíaco – 24 a 48 horas pós-parto 
↑ frequência cardíaca 
↑ resistência vascular sistêmica 
↑ pressão arterial 
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Esther Santos – Medicina Unimontes 77 
Tipos de parto e Puerpério 
 Sistema de coagulação 
Na gestação, esse sistema já é fisiologicamente estimulado e 
devido ao parto e ao sangramento decorrente, ele é ativado de 
forma intensa 
 Edema de MMII 
Até o 12ª dia é observado, entre os fatores que contribuem para 
o surgimento e permanência do edema: 
- Necessidade do organismo reter líquido para a amamentação 
- Compressão dos vasos abdominais pelo útero em regressão 
(exacerbado pelo uso de cintas) 
- Relativa imobilização no pós-operatório 
REFERÊNCIAS 
Partos no sistema único de saúde (SUS) brasileiro: prevalência 
e perfil dos parturientes – Nara Moraes Guimaraes et al – 2021 
Resolução CFM nº 2.284/2020 
Obstetrícia de Williams 24ª edição 
Rotinas em Obstetrícia 7ª edição 
Noções práticas de obstetrícia 14ª edição 
Tratado de Obstetrícia Febrasgo – 2001 
 
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Esther Santos – Medicina Unimontes T77 
Assistência neonatal 
FISIOLOGIA PERINATAL – ADAPTAÇÃO DO SISTEMA 
RESPIRATÓRIO AO NASCER 
A respiração não pode acontecer durante o período fetal, porque 
não existe ar na cavidade amniótica e os pulmões estão 
preenchidos de líquidos 
Embora a respiração não aconteça, pode-se notar tentativas de 
fazer os movimentos respiratórios, no final do 3º trimestre, 
provocados por estímulos táteis 
Durante os 3 a 4 meses de gravidez, há inibição da respiração, 
evitando que os pulmões se encham de liquido e resíduos do 
mecônio excretaod pelo TGI do feto no LA 
DESENVOLVIMENTO PULMONAR 
 
 Período embrionário 
O intestino anterior se diferencia em um broto pulmonar aos 26 
dias, ele se ramifica gerando os futuros brônquios 
 Estágio pseudoglandular 
Temos os brônquios e os bronquíolos nesse período, a 
ramificação esta completa 
 Estagio canalicular 
Ocorre a transformação do pulmão que ainda não é viável em 
pulmões potencialmente viáveis 
Ocorre o surgimento dos ácinos, diferenciação do epitélio com 
barreira hematoaérea e o começo da síntese de surfactante 
pelos pneumócitos tipo II 
 Estágio sacular 
Vai de 24 semanas até o final do período fetal, e começa a 
produção de surfactante pelos PII + aumento do volume 
pulmonar, viabilizando a vida extrauterina 
O surfactante reduz a tensão da superfície alveolar, o que 
diminui a pressão necessária para manter o alvéolo inflado,

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