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ANALISAR UM DOCUMENTO HISTÓRICO
• Desdita. Má sorte, infortúnio.
O escriba egípcio
Na sociedade egípcia, os escribas ocupavam 
uma posição de prestígio. Para se tornar um ser-
vidor do Estado, o escriba estudava cerca de doze 
anos, aprendendo escrita, aritmética, história, 
geografia, literatura e administração.
O texto abaixo faz parte da chamada literatura 
de sabedoria, gênero literário divulgado por escri-
bas e constituído de conselhos sobre a maneira 
correta de viver. 
O texto pode ser utilizado pelos historiadores 
para compreender os valores que orientavam ou 
deveriam orientar a sociedade egípcia ou, pelo 
menos, uma parte dela. 
“O encarregado da fornalha tem os dedos imundos 
e seu cheiro é o de cadáveres. Seus olhos congestionam-
-se pelo excesso de fumaça e ele não consegue livrar-se 
de sua sujeira. Leva o dia a cortar juncos (para queimar) 
e suas roupas são repugnantes (até) para ele.
O sapateiro padece muito com suas cubas de verniz. 
Sente-se tão bem como um homem entre cadáveres. 
Seus dentes só cortam couros.
O lavadeiro lava na margem (do rio) com os crocodi-
los (muito) próximos. Quando o pai entra na correnteza 
na época da enchente, seu filho (sequer) pode aproximar-
-se dele. Esta não é uma boa ocupação para ti, não é (com 
certeza) a melhor das profissões. [...]
O passarinheiro padece muito ao procurar os habi-
tantes do céu. Quando a revoada passa, ele diz: ’Se eu 
tivesse uma rede!’ Mas o deus não deixa que isso aconteça 
e ele fica irado com sua sorte.
Também falarei sobre o pescador, (pois) tem a pior 
das ocupações. Eis que labuta no rio, misturado aos 
crocodilos. Na hora da contagem (do que pescou) enche-
-se de lamentações e sequer pode alegar que havia um 
crocodilo (à espreita). [...]
Eis que não há profissão sem chefe, exceto a do 
escriba: ele é o chefe. Por isso, se souberes escrever, 
esta será para ti melhor que as outras profissões que te 
descrevi em sua desdita. Atenta para isso, não se pode 
chamar um camponês de ser humano. Em verdade eu te 
fiz ir para a Residência, em verdade fiz isso por amor a ti, 
(pois) um dia (que seja) na escola, será proveitoso para 
ti. Suas obras duram como as montanhas.”
Sátira das profissões (2060-1991 a.C.). In: ARAÚJO, E. 
Escrito para a eternidade: a literatura no Egito faraônico. 
Brasília: Editora da UnB, 2000. p. 220-223.
Para compreender o documento
Para desenvolver a habilidade da leitura, é impor-
tante aprender a reconhecer os diferentes gêneros de 
texto que se expressam em nosso cotidiano. Os gêne-
ros textuais apresentam características defi nidas por 
seu estilo, função, composição, conteúdo, entre ou-
tros. Exemplos: carta, e-mail, telegrama, conto, fábu-
la, anedota, poema, cartaz, crônica, receita, manual, 
ofício, charge, texto científi co etc. 
1. O texto se expressa por meio do gênero carta ou 
depoimento, justifi cando o tom intimista e pessoal 
de exposição do narrador.
2. O narrador apresenta uma série de argumentos 
com o intuito de demonstrar a sua tese. Trata-se 
de um texto argumentativo.
3. O narrador compara diferentes profi ssões, enfati-
zando os aspectos negativos de cada uma delas.
4. O texto termina com uma assertiva, ou seja, uma de-
claração enfática que expressa o pensamento do autor.
 1. “Eis que não há profi ssão sem chefe, exceto a do 
escriba: ele é o chefe. Por isso, se souberes escre-
ver, esta será para ti melhor que as outras pro-
fi ssões que te descrevi.” Qual o signifi cado dessa 
argumentação no contexto da sociedade egípcia?
 2. A quem se destinavam as recomendações do ve-
lho escriba? Você acredita que elas sejam válidas 
nos dias atuais?
QUESTÕES
Escultura representando um escriba egípcio, encontrada 
em Sacara, no Egito, datada de c. 2500 a.C. Museu do 
Louvre, Paris.
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No solo fertilizado pelo 
húmus, os camponeses 
plantavam trigo, cevada, 
ervilha, lentilha, verduras e 
outros produtos.
Após a vazante, 
o solo se tornava 
enriquecido pelo 
húmus, material 
orgânico formado 
pela decomposição 
de plantas e animais.
Os canais 
de irrigação 
transportavam 
a água para 
regiões distantes, 
e os reservatórios 
garantiam o 
fornecimento de água 
quando a inundação 
terminava.
Nível do rio
Os escribas controlavam 
a cobrança de impostos, 
realizavam censos populacionais 
e registravam informações 
relativas à produção
agrícola e ao comércio.
Em alguns pontos, as margens 
férteis do Nilo alcançavam
20 quilômetros de extensão.
Novembro/junho: época da vazante
Durante a vazante, os camponeses 
semeavam, colhiam e debulhavam os 
cereais. Uma boa produção agrícola 
garantia a subsistência da população 
nos períodos de estiagem.
Fonte: CASSON, Lionel. O antigo Egito.
Rio de Janeiro: José Olympio, 1983; HERÓDOTO. 
História. Rio de Janeiro: Ediouro, s.d.
Gizé
Mênfi s
Carnaque
Tebas Luxor
Abu-Simbel
MAR MEDITERRÂNEO
Rio Nilo
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170 km
O gito antigo
Pirâmides
Templos
1. Com base nos dados desta ilustração,
 problematize a frase atribuída a Heródoto, ex-
plicando o papel do meio físico e da ação hu-
mana na formação da civilização egípcia.
2. Por que nos dias de hoje, nas grandes cidades 
do Brasil, o transbordamento dos rios resulta 
em graves problemas?
QUESTÕES
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Egito: dádiva do Nilo
“O Egito é uma dádiva do Nilo.” A frase, atribuída ao 
historiador grego Heródoto, mostra a estreita relação entre o 
Rio Nilo e a civilização que se desenvolveu às suas margens. 
Porém, a sociedade egípcia não foi obra da natureza. 
O planejamento realizado pelo Estado e o trabalho dos 
camponeses foram fundamentais para o bom aproveitamento 
dos recursos naturais da região.
Grandes blocos de pedras calcárias 
eram utilizados para a construção das 
pirâmides. Extraídos das pedreiras do 
deserto, eram transportados de barco até 
o local das construções. Chegando lá, os 
trabalhadores carregavam esses blocos 
utilizando toras de madeira e trenós.
Além de cuidar da casa e 
dos fi lhos pequenos, as 
mulheres teciam panos, 
moíam trigo e trabalhavam 
nas plantações.
As áreas desérticas 
difi cultavam as viagens por 
terra. Normalmente, em uma 
viagem do sul para o norte, 
com a correnteza a favor, 
as embarcações usavam 
seus remos, e na volta, com 
o vento a favor, utilizavam 
suas velas.
O papiro crescia às margens do 
rio. Com a planta, os egípcios 
fabricavam grande quantidade de 
produtos: papel, cordas, cestos, 
caixas, sandálias e pequenas 
embarcações.
Nível do rio
Representação atual de como o Rio Nilo e o trabalho
humano tornaram possível o desenvolvimento do Egito 
antigo. Cores-fantasia, sem escala.
Julho/outubro: época das cheias
O nível do rio subia e inundava as 
margens. Nesseperíodo, muitos 
camponeses eram recrutados pelo 
Estado para o trabalho nas construções 
públicas, como pirâmides, templos, 
diques e canais de irrigação.
AMPLIANDO CONHECIMENTOS
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Seção 2.3
 Objetivo
 Reconhecer a 
importância do estudo 
da civilização núbia.
 Termos e conceitos
• Civili ação
• scrita
• Candace
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A civili ação n ia
 A redesco erta de uma civili ação
MAR MEDITERRÂNEO
1ª Catarata
2ª Catarata
3ª Catarata
4ª Catarata 5ª Catarata
SINAI
NÚBIA
NÚBIA
KUSH
ANTIGO
EGITO
PENÍNSULA
ARÁBICA
Meroé
Napata
Kerma
Abu-Simbel
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VEVEV RM
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LELE HO
Rio Nilo 
Limites atuais
dos países
Fonte: i- erbo, . (org.) História geral 
da África. São Paulo Ática Unesco, 
19 2. v. 2, p. 22 .
 A região da iaDOC. 1
690 km
DOC. Cena de batalha 
entre núbios e egípcios. 
Túmulo do faraó Tutanc mon, 
século XIV a.C. Tebas, Egito. 
Museu Egípcio, Cairo.
Durante muito tempo, o estudo da civili ação núbia permaneceu ignora-
do. Parte disso se deve ao preconceito racista que imperou desde o final do 
século XIX e que associava os povos africanos de pele negra à inferioridade, 
ao atraso civilizatório e à inexistência de história.
De acordo com estudiosos contempor neos, as origens da civilização 
etíope (os “homens de pele queimada”, como eram conhecidos pelos gregos 
e pelos romanos) são tão ou mais antigas que as do Egito. Os primeiros indí-
cios da ocupação da região por povos caçadores, agricultores e pescadores 
datam de cerca de 000 a.C.
O chamado “corredor núbio” constituiu um elo importante no contato entre 
a África subsaariana e as zonas mediterr neas, controladas pelo Egito. Por 
esse motivo, a Núbia região do atual Sudão ocupou uma posição estratégica 
no mundo antigo, tanto nas trocas comerciais quanto nos contatos culturais 
entre povos distintos [doc. 1].
 O eino de ush
Para os estudiosos, os vestígios arqueológicos de erma são testemu-
nhos de uma cultura núbia nativa e sede de uma dinastia local. provável 
que erma fosse a capital do eino de ush, que se estendeu de 1730 a 
1570 a.C. O advento do eino relacionou-se à centralização do poder político 
nas mãos de reis, à criação de um exército real e ao processo de formação 
de camadas sociais distintas.
O poder e a autonomia de erma oscilaram ao longo dos séculos. Em 
determinadas épocas o reino foi submetido ao poder dos faraós, pagando 
tributos e fornecendo escravos [doc. 2]. Em outras, os núbios estenderam 
seu domínio em direção às áreas mais ao norte, transformando-se eles 
próprios em faraós.
O domínio do Egito sobre toda a Núbia iniciou-se por volta de 1570 a.C. e 
durou cerca de quinhentos anos. Nesse período, erma foi transformada numa 
província do Império, seus habitantes, reserva de mão de obra para os em-
preendimentos egípcios, e seus guerreiros, soldados do exército faraônico.
O domínio ushita
Essa situação se inverteu no século VIII a.C. O Império Egípcio se fragmentou 
em pequenas unidades políticas, que passaram a disputar o poder entre si. O 
eino de ush aproveitou para conduzir seus próprios representantes ao trono 
egípcio. Os faraós ushitas estabeleceram a capital em Napata e governaram 
durante 450 anos. As tradições faraônicas foram preservadas nos templos, na 
cer mica e nos textos escritos.
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