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Problema 03- formando as camadas germinativas do embrião Objetivos 01. Entender a formação das camadas germinativas do embrião (desde a linha primitiva) e relacionar com o desenvolvimento embrionário. 02. Relatar a importância do ácido fólico na gestação (suplementação) e relacionar com o histórico familiar de defeito no tubo neural. 03. Descrever a morfologia do feto na 22 semana e apontar as observações da ultrassonografia morfológica. 04. Explicar mielomeningocele lombossacral e agenesia renal bilateral relacionando com a ausência de genitália e membro inferior único e rudimentar. 05. Apontar as condições judiciais para que ocorra a interrupção da gestação e compreender como essa interrupção é feita. Objetivo 01 Reação acrossômica Espermatozoide possui, no acrossomo, enzimas capazes de digerir a corona radiata e a zona pelúcida, permitindo a fertilização Reação acrossômica: influxo de Ca2+ - fusão das membranas e liberação de enzimas: Hialuronidase (digere corona radiata) Esterases, acrosina e neuraminidase (digerem z. pelúcida) * Acrosina: serino-protease permenece ligada à membrana interna do acrossomo; "caminho" pela zona pelúcida. Colting- proteínas que funcionam como capacete que são desnaturadas na ejaculação. Estímulo quimioatrativo influência o espermatozoide a ir em direção da tuba uterina. Ocorre a fusão da membrana do acrossomo e da membrana plasmática do ovócito. Após a fusão é necessário um encaixe, que se dá através da interação entre dois receptores de superfície do ovócito e do espermatozoide, com a ajuda da integrina (ver a função da integrina) O que entra no ovócito é o núcleo e os centríolos. Reação cortical- sequência de despolarização que favorece um fluxo de cálcio que resulta em uma exocitose do ovócito, está exocitando principalmente enzimas que vão agir sobre a zona pelúcida, degradando-a parcialmente, resultando na perde de adesão do espermatozóide na zona pelúcida. A reação cortical inibe a polispermia ( um espermatozoide fertilizar mais de um ovócito) A fertilizações acontece na ampola da tuba uterina,no desenho representado pela a estrela. Mesmo após a fertilização, cerca de 50% da chance do zigoto implantar e posteriormente cerca de 25% do zigoto desenvolver. Após a formação do zigoto começa a segmentação ou clivagem, que significa partir ou dividir, a zona pelúcida parcial é fundamental pois impede a implantação precoce do embrião no nicho anatômico que não é devido. A fêmea que sintetiza a zona pelúcida, portanto enzimas próprias, a zona pelúcida também funciona como uma capa que protege o material do externo. Demora cerca de 4 a 5 dias para a implantação no fundo do útero. Após 1 dia da implantação, a a zona pelúcida se degenere após a fertilização. A partir do momento que acontece a afertilização só acontece mitose. Meiose só na formação de gametas. Segunda semana gestacional (o processo de implantação finaliza) Na primeira semana o embrioblasto estava dividido em duas partes (epiblasto e hipoblasto), no começo da segunda semana as células (amnioblastos)do epiblasto começa a se proliferar e sediferenciar revestindo uma fina camada chamada de amnio, que secretam ao líquido amniótico. As células do hipoblasto começam a e proliferar e vão revestindo a blastoderme por inteira formando uma nova cavidade chamada de saco vitelínico. O saco vitelínico é importante: em parte é encorporando pelo embrião e vai ser parte do trato gastrointestinal, onde tem a orige dos vasos sanguíneos …. Amnio- parte dorsal. Saco vitelínico - parte ventral Na segunda semana inteira o embrião éum disco embrionário bilaminado, tem dois folhetos. A segunda semana gestacional coincide com a quarta semana do ciclo ovacionar, portanto o nível de progesterona está alta, mas como tem um embrião, o citotrofoblasto começa a secretar uma enzima chamada gonadotrofina coriônica humana (hCG), molecularmente a hCH tem uma papel semelhante a LH, e estímula a produção de progesterona, portanto endométrio não descama. Mais protesterona—> inibe a produção de LH—> atrofia do corpúsculo lúteo —> se transforma em corpúsculo albicans (não quer isso). As células do hipoblasto começam a migrar para fora do saco vitelínico, começam a formar um preenchimento externo (mesoderma extraembrionário) entre o saco vitelínico e ocitotrofoblasto, vai formar abertura ou cavidade chamada de celoma extraembrionário, reveste a parte externa do saco vitelínico e do amnio e é contínuo com o citotrofoblasto internamente. Pedúnculo de sustentação é o ponto que o mesoderma continua espesso sem celoma e posteriormente vai se transformar no cordão umbilical. O sitrofoblasto vai começar a se espessar formando vilosidade colionicas,são as unidades funcionais da placenta. Sinciciotrofoblasto forma rede de lacunas de vasos sanguíneos (sangue materno que saiu da arteríola), essas redes se comunicam, primórdio da circulação placentária. TERCEIRA SEMANA Na terceira semana vai ter a formação do celoma intraembrionário O epiblasto tem um formato colunar e o hipoblasto cúbico, porém tem uma região (placa pré-cordal) do hipoblasto ficará colunar no final da segunda semana. A ranhura é chamada de Linha primitiva é um sinal importante a embriologia (toda embriologia tem que ter coordenação, migração,morte celular). A linha primitiva se estende ao nó primitivo. As células do epiblasto migram pela linha primitiva em direção ao hipoblasto e vão começar a substituir as células do hipoblasto, começou a ocupar um espaço que era o teto do saco vitelino chamado de endoderma, as células que ficaram no meio do caminho e não fazer contato com o saco vitelino são chamados de mesoderma, e as células que ficam mais superficialmente vão formar a ectoderma. Portanto temos três folhetos que derivam do epiblasto, esse evento é chamado de GASTRULAÇÃO. Ectoderma- folheto dorsal, posteriormente vai acontecer o dobramento e vai revestir formando a epiderme. Endoderma- folheto ventral, vai formar o trato gastrointestinal e os órgãos internos. Mesoderma- tecidos de sustentação, ossos e músculos são formados a partir da mesoderma. Na terceira semana na região do mesoderma forma um bastão de células chamado de notocorda. Formação da linha primitiva A primeira evidência do processo de gastrulação no desenvolvimento humano é a formação da linha primitiva, no início da terceira semana de desenvolvimento. Esta estrutura corresponde a um espessamento de células do epiblasto (porção do disco bilaminar evidenciada na segunda semana), que surge na porção caudal e cresce até a metade do disco embrionário. O alongamento da linha primitiva se dá como resultado da intensa proliferação celular na extremidade caudal do futuro embrião. Na extremidade cranial da linha primitiva, a proliferação das células leva à formação do nó primitivo. O resultado da formação da linha primitiva é permitir o reconhecimento: ● do eixo céfalo-caudal do concepto; ● das extremidades cefálica e caudal; ● das superfícies dorsal e ventral e dos lados direito e esquerdo. Com a dinâmica de proliferação celular da porção epiblástica do disco bilaminar em direção a linha primitiva, surge um novo evento: a interiorização celular em direção ao hipoblasto. O primeiro conjunto de células que migram pela linha primitiva irá ocupar o espaço das células do hipoblasto, substituindo e formando assim o endoderma. Em um segundo momento, ainda na terceira semana, o novo grupo de células que migram, organizam-se frouxamente entre o epiblasto e o endoderma, formando o mesoderma o desenho que está ampliada em quadrados representa a 3 semana do desenvolvimento embrionário. ● Notocorda induz a diferenciação do ectoderma sobrejacente A linha primitiva se forma da região caudal a região dorsal, ela se estende até o nó primitivo…… Só tem duasregiões que não são revestidos por mesoderma preenchendo. Espaço entre o ectoderma o endoderma são a origem caudal e origem cloacal Os animais são devidos em protostomicos (a origem cloacal se rompe primeiro e dá origem a boca) e deuterostomios ( primeiro se rompea origem caudal e forma o anus e depois se forma a boca- caso dos seres humanos). A notocorda é um eixo de sustentação que induz a diferenciação por estímulos da região dorsal. A notocorda secreta substancias que são importantes e influencias os eventos ao seu redor, dois vão sofrer mais a essas secreções são o ectoderma sobrejacente e as células perto do ectoderma sobrejacente . O ectoderma sobrejacente é influenciado pelas secreções (morfógenos) da notocorda. A notocorda (tubo celular) é formada pela derivado do processo notocordal (se estende por baixo do antigo epiblasto a partir do nó primitivo em direção a região encefálica). A notocorda se regride ao longo das próximas semanas, mas existe um resquício nos adultos, entre os vértebras tem os discos vestrebrais, dentro desse disco tem o líquido bulboso que é o resquício da notocorda. Nêurula ● Logo após a formação do tubo neural se define o sistema nervos, responsável pelo grande sucesso da estrátegia de sobrevivência animal, esse estágio é denominado nêurula. Neurulação ● Formação da placa e pregas neurais ● Fechamento dessas pregas: tubo neural - através da envaginação e junção do tubo neural. ● Término da 5 semana ● O tubo neural é o primórdio do sistema nervoso central ● A crista neural dá origem ao sistema nervoso periférico ● Placa neural: espessamento do ectoderma, induzindo pela notocorda O celoma intraembrionário é importante pois após a sua junção são onde os órgãos são formados. O celoma intraembrionário é formado na 3 semana. A partir da 4 semana o celoma intraembrionário vai se juntar e formar uma estrutura que não seja mais plana e posteriormente vão formar os órgãos. A formação do tubo neural induzida pela notocorda Células da placa neural de formato cubóides (distintas das células achatadas da futura epiderme)—>A linha mediana da placa neural permanece fixado à notocorda e as pregas neurais passam por processo de elevação e convergência —> com o encontro das pregas neurais essas fusionam, formando tubo neural, as células da crista neural se separam —> inicia a migração das células da crista neural. Nos próximos dias ( depois do 17 dias) a placa neural vai envaginar e as células das periferia da placa neural é chamada de crista neural, além de formar as pregas neurais ou sulco neural na região central. A neurulação e formação de segmentos ocorrem em paralelo no ectoderma e no mesoderma. Ao final da 3 semana do desenvolvimento embrionário no embrião humano, as bordas laterais da placa tornam-se elevadas para formar pregas ou dobras neurais, enquanto um sulco neural aparece no centro da placa. O mesoderma paraxial que é o mesoderma que está ao lado da notocorda, as células de mesoderma vão se agrupar causando o espessamento do mesoderma paraxial e formar tipo tijolinhos, formando os somitos. As pregas neurais aproximam-se uma da outra na linha mediana,e se fundem, formando o tubo neural. Posteriormente o mesoderma é separado em duas porções: ● Somatopleura= junção da ectoderma + mesoderma separada pelo celoma. ● Esplancnopleura= junção da ectoderma + mesoderma separada pelo celoma. Todo esse desenvolvimento do fechamento do tubo neural é dependente de uma enzima chamada folato, derivado do ácido fólico, por isso que é importante a suplementação do ácido fólico nas gestantes, o ideal mesmo é começar a suplamentação antes de engravidar. A doença mais comum associada a ausência dessa relação é chamada de espinha…. As aberturas momentâneas do tubo neural ate a 5 semana é chamada de neuropóro neural e caudal. O mesoderma é divido em três regiões (é intraembrionário, pois acontece dentro do disco embrionário trilaminar): ● Mesoderma paraxial ● Mesoderma intermediário ● Mesoderma lateral O campo cardiogênico é uma área que acontece o espessamento do mesoderma que vão formar o coração posteriormente. Todos os somitos não são formados ao mesmo tempo no plano longitudinal , as células dos somitos depois que a crista neural emigram lateralmente ao tubo neural, essas células começam a se diferenciar e formar outras células, entre elas: ● Esclerótomo- vão formar os ossos e as cartilagens ● Miótomo- vão formar o músculo esqulético ● Dermátomo- vão formar a derme. A utilização do álcool na 3 semana do desenvolvimento embrionário funciona como inibidor Microcefalia- teratogênese por síndrome de alcoolismo fetal (podem atrasar o fechamento do tubo neural) e decorrente do zika vírus (vírus que tem um tropismo amplo, consegue infectar um campo amplo de células, no caso da microcefalia, o vírus passa pela placenta e infecta o desenvolvimento da placa neural, causando um defeito do fechamento do tubo neural) ● É acusada pela morte celular da placa neural ● Consequências: A diminuição da massa cortical do encéfalo causa a diminuição da caixa craniana. ● Prevenção: gestantes usarem repelentes a base de acaridina, que repelem o mosquito aydes egpso. Rota de migração de células da crista neural ● Matriz extracelular dos somitos determina rota de migração de precursores neuronais dos gânglios dorsais. Formação dos gânglios segmentares e da cadeia ganglionar do simpático a partir da crista neural Derivados da crista neural: ● Cranial ● Carnal e tronco ● Tronco Alantóide ● Aleixo que também se estabeleça na 3 semana de desenvolvimento. ● Formato circular, lembra uma salsinha ● É importante pela formação dos vasos do cordão umbilical, é o alantóide que se projetará para o pendículo do embrião. ● Importante para a comunicaçãoentre os componentes da placenta. EVENTOS DA QUARTA SEMANA DO DESENVOVIMENTO EMBRIONÁRIO Diferenciação progressiva do mesoderma paraxial, axial, intermediário, lateral e extraembrionário. ● Axial: notocorda ● Paraxial: somitos- dá origem a derme esqueleto axial e músculos associados. ● Intermediário: sistema urogenital ● Lateral: somatório e esplancnopleuras e coração ● Extraembrionário: âmnio e córion Somitogênese no mesoderma paraxial e diferenciação dos derivados Definição somito • estrutura segmentar primordial em animais com segmentos (vermes anelídeos, crustáceos e insetos, cordados e vertebrados) • na maioria dos casos é estrutura transiente, mas elementar para organização segmentar • em vertebrados formado a partir de mesoderma paraxial Somitos surgem por separação sequencial dos blocos de mesoderma paraxial do mesoderma présomítico. Logo formados, se desfazem. VOLTANDO PARA EVENTOS IMPORTANTES DA 3 SEMANA DO DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO Celoma • A região ventral do embrião será também ocupada pelo mesoderma. Aqui, porém, este tecido embrionário não forma blocos maciços, mas duas camadas celulares delgadas, com um espaço oco entre elas. • O surgimento desses espaços cria uma cavidade corporal, o celoma, aonde no futuro os órgãos ficarão dispostos. Desenvolvimento inicial do sistema cardiovascular ● Campo cardiogênico VOLTANDO PARA OS EVENTOS DA QUARTA SEMANA Acontece o dobramento do embrião, o disco embrionário trilaminar plano passa a ter uma forma cilíndrica. Dobramento nos planos mediano e horizontal Rápido crescimento do embrião. Aumento rápido do comprimento do disco embrionário. Vista externa do embrião de 4 semanas Placóides olfatórios- agrumados de células que dão origem a estrutura nasal. Placóide cristalino- desenvolverá os olhos Processo maxilar- dsenvolverá a boca Tubérculo genital- primordio de um pênis ou clitóris. Prega urogenital- desenvolvimento do canal vaginal e fechamento do saco escrotal. VISTA INTERNA DO EMBRIÃO DE 4 SEMANA Verde representado pelo tubo neural- tem vesículas dilatadas que darão origem as porções do encéfalo O que divide a cavidade torácica da cavidade abdominal é o diafragma (músculo)- começa a se transformar na 4 semana pelos miotómos (derivados dos somitos) CONTROLE DO DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO A maior parte dos processos do desenvolvimento depende de uma interação coordenada e precisa de fatores genéticos e ambientais; MECANISMO DE CONTROLE DO DESENVOLVIMENTO - Interações entre tecidos - Migração regulada de células e de colônias de células - Proliferaçãocontrolada e morte celular programada DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO PRINCIPAIS EVENTOS DA 4a À 8a SEMANA 4 semana 24o dia- início da quarta semana - Início da formação dos arcos faríngeos (branquiais): ● Primeiro par de arcos: dará a origem a mandíbula primitiva - embrião levemente encurvado; - saliência cardíaca (a partir da placa protocordal) 26o dia - curvatura em C característica; - fosseta ótica (primórdio do ouvido interno)- ouvido pode ser divido em três: ouvido externo, médio e interno). 27o e 28o dias- final da quarta semana - Broto dos membros superiores e inferiores - Placódios do cristalino - Quatro arcos branquiais são visíveis ● Um arco responsável pela sustentação da mandíbula. ● Os outros três arcos: Sustentação à faringe em formação., formação da face, cavidades nasais, boca, laringe e pescoço. 5a semana Pequenas mudanças na forma do corpo- principal diferença é o crescimento do embrião. - Crescimento da cabeça maior que o das outras regiões - Face em contato com a saliência cardíaca e formação do seio cervical - Brotos dos membros superiores em forma de remos - Brotos dos membros inferiores em forma de nadadeiras - Rins mesonéfricos- formação dos néfrons primitivos - Placódios do cristalino 6a semana Os membros começam a ficar mais alongados, em decorrência acontece: ● desenvolvimento dos cotovelos; ● desenvolvimento das grandes placas das mãos; ● desenvolvimento dos raios digitais; - movimentos espontâneos- espasmos pela resposta neuromuscular. - desenvolvimento das saliências auriculares; - desenvolvimento do meato acústico externo; - olho bem evidente; 7a Semana - chanfraduras (pequenas depressões que indicam a separação da membrana entre os raios digitais das placas das mãos) acontece uma morte celular controlada é necessário acontecer a apoptose da célula; - desenvolvimento dos raios digitais; - começa a ossificação dos membros superiores. 8a semana- última semana do período embrionário - todas as regiões dos membros são reconhecíveis; - dedos mais compridos e totalmente separados; - desaparecimento da cauda; - mãos e pés aproximam-se ventralmente; - cabeça ainda desproporcionalmente grande e constitui quase metade do embrião; - pálpebras mais evidentes; - aurículas das orelhas externas começam a tomar sua forma final; Objetivo 02 Ácido fólico E uma vitamina hidrossolúvel que constitui um dos exemplos mais emblemáticos do crescente interesse pelas novas funções das vitaminas. Existe também um grande interesse por sua implicação na redução das concentrações moderadas/elevadas de homocisteína, consideradas um novo fator de risco cardiovascular. Outra função atribuída a essa vitamina é sua relação com o câncer colorretal, além do crescente interesse em seu papel nas doenças neurodegenerativas. O termo ácido fólico se aplica a toda uma família de vitamínicos com atividade biológica equivalente. Outros termos, como folato e folacina, também são empregados indistintamente para designar estes compostos. Em alguns casos, também se utiliza o termo vitamina B9. "apresenta o AF (ácido fólico) como atuante na prevenção de anemias e possui um papel fundamental na multiplicação celular, no crescimento da placenta e do feto." A ausência desse nutriente pode levar a defeitos do tubo neural e espinha bífida. Além de desconformidades na adequação nutricional. O AF (ácido fólico) também é conhecido como Folato, esse termo é usado tanto para as formas da vitamina, que ocorrem nos alimentos in natura, quanto para a forma sintética encontrada em suplementos medicamentosos e alimentos enriquecidos. A importância do AF, especialmente nos últimos meses que antecedem a gravidez, para o adequado fechamento do tubo neural do feto é condição bem estabelecida na literatura. Estudos apontam também para a redução no risco de ruptura da placenta, de restrição do crescimento intrauterino e parto prematuro, assim como prevenção de doenças respiratórias na infância e da síndrome de Down. Entretanto, o consumo dietético deste nutriente é, na maioria dos casos, insatisfatório, especialmente na gestação, quando as necessidades nutricionais se elevam (Barbosa, et al, 2011). De acordo com os autores citados, a suplementação com AF deve ser iniciada pelo menos 30 dias antes da data em que se planeja engravidar para a prevenção da ocorrência de defeitos do tubo neural e deve ser mantida durante toda a gestação para a prevenção da anemia, dando continuidade até o terceiro mês no período pós- conceptivo. A deficiência de AF por consequência da falta de consumo pelas gestantes pode determinar o acúmulo sérico de homocisteína, podendo associar-se à síndrome hipertensiva da gestação, ao descolamento prematuro de placenta, a abortos espontâneos de repetição, a partos prematuros, ao baixo peso ao nascer, à restrição de crescimento fetal, a algumas doenças crônicas cardiovasculares, cerebrovasculares, demência e depressão. Um dos problemas mais graves que a falta de AF pode causar ao feto é os Defeitos de Fechamento do Tubo Neural (DFTN), essa etiologia ainda não é muito bem esclarecida, é considerada uma herança multifatorial decorrente da interação entre fatores genéticos e ambientais. Entre os genes mais estudados no envolvimento desta malformação são os associados ao metabolismo do ácido fólico, particularmente uma mutação no gene da enzima 5,10 metileno-tetrahidrofolato- redutase " Folato é de fundamental importância durante a gestação, pois nesta fase, a eritropoiese materna está aumentada e os tecidos do feto estão se formando rapidamente, portanto, tem-se uma maior necessidade desta coenzima para a multiplicação celular. No entanto, os estudos sobre a prevenção de anormalidades cardíacas e orofaciais com base na suplementação com ácido fólico são controversos, pois possuem multifatoriais. Porém, avaliando-se risco benefício para saúde materno-fetal, principalmente na prevenção de DTN, é importante realizar a suplementação. Podemos encontrar fontes de AF em alguns alimentos que precisam ser incluídos na alimentação para que haja um consumo balanceado no primeiro trimestre de gestação, a fim de evitar o surgimento de doenças comuns que surgem no período gestacional, como diabetes gestacional e síndrome hipertensiva. Dentre esses alimentos destacam-se predominantemente vegetais folhosos verde-escuros, couve, brócolis, aspargos, espinafre, feijão, lentilha, grão-de-bico, amendoim, ervilha, milho, morango, kiwi, suco de laranja e fígado. Objetivo 03 Na 22 semana o feto está perto de meio quilo, ainda muito magrinho, porém muito desenvolvido. Mede cerca de 26 cm da cabeça aos pés. Os cílios e as sobrancelhas estão agora formados e o cérebro começa a crescer rápido (um crescimento que dura até os 5 anos de idade após o nascimento). Se ele é um menino, seus testículos começam a descer da pelve para a bolsa escrotal. As pernas se aproximam do comprimento proporcional final em relação ao corpo. Os pulmões do bebê ainda não estão aptos para a vida fora da barriga, mas fazem rápido progresso, praticando a respiração. O oxigênio e o gás carbônico para os exercícios de respiração vêm do sangue materno, que chega ao feto através da placenta. Imagine só a diferença que será quando, ao nascer, o bebê respirar pela primeira vez no ambiente fora do útero. Isso costuma ocorrer, mais ou menos, 10 segundos após o parto. Falando em respiração, o bebê consegue ouvir a sua, assim como as batidas do seu coração e os barulhos do seu estômago. Os olhos estão formados, embora a íris não tenha a pigmentação ainda. As papilas gustativas da boca passam por uma fase de desenvolvimento destinada a reconhecer o sabor de alimentos, bebidas e outras substâncias ingeridas. O bebê já consegue identificar se algo é doce ou amargo. Ultrassom O ultrassom morfológico é capaz de detectar uma ampla gama de informações, incluindo a estrutura de órgãos vitais, batimentos cardíacos, posição da placenta e o volume de líquido amniótico. Dois achados são considerados mais importantes e são feitos no exame do primeiro trimestre: ● Condições genéticas:além de descartar malformações, o ultrassom morfológico de primeiro trimestre possibilita identificar o risco de condições genéticas, como a Síndrome de Down (entre outras síndromes). Para isso, o exame avalia os chamados “marcadores”, achados do exame que são encontrados com maior frequência em bebês com problemas genéticos, como a translucência nucal (mais informações abaixo). ● Pré-eclâmpsia: essa condição afeta cerca de 5% das gestações e é caracterizada pelo aumento da pressão arterial na segunda metade da gestação. Em alguns casos, é necessário antecipar o parto para resguardar a saúde de mãe e bebê. Para evitar isso, https://revistacrescer.globo.com/Bebes/Saude/noticia/2014/07/ajude-seu-bebe-respirar-melhor.html https://revistacrescer.globo.com/Gravidez/Parto/noticia/2018/05/bebe-comeca-respirar-dois-minutos-apos-parto-ainda-ligado-ao-cordao-umbilical.html https://revistacrescer.globo.com/Colherada-Boa/noticia/2013/10/construcao-do-paladar-das-criancas.html https://revistacrescer.globo.com/Colherada-Boa/noticia/2013/10/construcao-do-paladar-das-criancas.html https://altadiagnosticos.com.br/saude/sindrome-de-down https://altadiagnosticos.com.br/saude/sindrome-de-down durante o ultrassom morfológico de primeiro trimestre, o médico avalia o fluxo sanguíneo das artérias uterinas que irrigam a placenta, possibilitando calcular o risco de desenvolver o problema. Com isso, é possível identificar até 90% dos casos graves e prevenir 80% deles. Outras malformações, como cardiopatias congênitas, espinha bífida (malformação na coluna) e hérnia diafragmática, também são detectadas no ultrassom morfológico e podem ser corrigidas ainda dentro do útero. O ultrassom morfológico de primeiro trimestre idealmente deve ser realizado em uma fase bem específica da gestação, com 12 semanas (de 12 semanas e 0 dias a 12 semanas e 6 dias). Se for necessário, é possível realizar esse exame alguns dias antes (no mínimo com 11 semanas) ou depois (no máximo 13 semanas e 6 dias) -- mas o desempenho do teste é melhor quando realizado com 12 semanas. Já o morfológico de segundo trimestre pode ser realizado entre 20 e 24 semanas. Por fim, existe ainda o ultrassom morfológico de terceiro trimestre que, quando indicado, geralmente é realizado entre 26 e 32 semanas. No ultrassom morfológico de segundo trimestre, o foco é avaliar sistematicamente as estruturas do bebê -- como os órgãos -- e com mais detalhes, pois o bebê já cresceu bastante e mede cerca de 20 centímetros da cabeça aos pés. Vale ressaltar que, se o primeiro ultrassom morfológico foi feito corretamente, é mais difícil de encontrar algo muito grave e ter uma “surpresa” nesse exame. Estima-se que seja possível descartar cerca de 80% das malformações e patologias que podem acometer o bebê. No exame do segundo semestre, as seguintes estruturas são avaliadas com mais precisão: ● Coração; ● Cérebro; ● Face; ● Membros; ● Coluna; ● Órgãos internos. Objetivo 04 A mielomeningocele é o defeito congênito mais comum envolvendo a medula espinhal. Resulta de uma falha de fechamento do tubo neural nas primeiras semanas de vida fetal, durante fase embrionária chamada de neurulação primária. Nesta fase, não só acontece o fechamento do tubo neural como também ocorre a separação entre o tecido nervoso e a pele. Desta forma, os Defeitos do Tubo Neural (disrafismos) podem se relacionar a esses dois acontecimentos, sendo classificados como: - espinha bífida aberta - quando ocorre falha do fechamento do tubo neural, havendo comunicação do tecido nervoso com o meio ambiente; - espinha bífida oculta – quando existe falha da separação entre o tubo neural e a pele, sendo a lesão recoberta por pele, dita oculta. Assim, a mielomeningocele é considerada um disrafismo aberto, caracterizado pela exposição da placa neural (placódio) através do defeito ósseo e de pele, sendo óbvia ao nascimento Diagnóstico Os defeitos do tubo neural podem ser rastreados por exames de sangue maternos. Entretanto, o diagnóstico mais acurado e precoce é realizado com ultrassonografia. Dosagem de alfafetoproteína (AFP) – amostra de sangue materno pode ser colhido e testado para alfafetoproteína, uma proteína produzida pelo feto. É normal ter uma pequena quantidade de AFP que atravessa a placenta e entra na corrente sanguínea materna. Níveis anormais de AFP sugerem que o bebê tenha um defeito do tubo neural, como a espinha bífida aberta. Entretanto, isso pode ocorrer também em outras doenças, não sendo específico para mielomeningocele. Além disso, a dosagem de AFP deve ser realizada apenas no segundo trimestre.O ultrassom permite detectar não só o defeito espinhal propriamente dito, como características particulares cerebrais do feto com mielomeningocele. Tratamento O tratamento da mielomeningocele é cirúrgico, podendo ser realizado após o nascimento ou intra-útero. Independente da técnica, o objetivo do tratamento é a reconstrução dos planos, a liberação do tecido neural, a prevenção de infecção do Sistema Nervoso Central e manutenção da função neurológica. Correção cirúrgica pós-natal: Muitos centros preferem a cesariana como via de parto, sendo considerada mais segura e protetora para o recém-nascido e para o tecido neural exposto. Apesar disso, não há consenso na literatura sobre a melhor via de parto. Após o nascimento, a correção cirúrgica precoce da mielomeningocele permanece parte importante do tratamento inicial e é idealmente realizada nas primeiras 48 horas de vida, para prevenir infecção do Sistema Nervoso Central e deterioração neurológica progressiva. O reparo compreende a dissecção da placa neural (placódio) da pele circundante, fechamento do tubo neural e das meninges, seguida de fechamento multicamada da musculatura, tecido subcutâneo e pele. Cirurgia fetal: o tratamento cirúrgico da mielomeningocele pode ser realizado intraútero. A cirurgia fetal requer o trabalho de uma equipe multidisciplinar. O procedimento é muito parecido com uma cesariana, no entanto, o feto não é removido e o cordão umbilical não é tocado. É feita uma incisão no abdômen e no útero da mãe, suficiente para que o defeito da coluna vertebral seja operado. O tubo neural e outras camadas adjacentes são cirurgicamente fechadas pelo neurocirurgião. Após o procedimento, as incisões na mãe são fechadas. O reparo pré-natal de pacientes com MMC deve ocorrer entre 19 e 27 semanas de idade gestacional, em idade materna de pelo menos 18 anos, com lesões variando entre T1 e S1, e com cariótipos fetais normais. A correção cirúrgica intra-útero demonstrou redução significativa da incidência de malformação de Chiari II e, consequentemente, de hidrocefalia. Riscos maternos aumentados são inerentes ao procedimento (como parto prematuro e morbidade materna) e o uso de anestésicos, tocolíticos, e outros medicamentos podem ser necessários. Cirurgias minimamente invasivas por técnicas endoscópicas são relatadas na literatura, porém, até o momento, os resultados não são superiores aos da técnica aberta, principalmente por não permitir o desancoramento medular, passo crucial na correção da mielomeningocele. Agenesia renal bilateral Sirenomelia é um defeito congênito raro com prevalência estimada de 0,98:100.000 nascimentos(7,13). É definida como defeito caracterizado pela substituição dos membros inferiores, normalmente pareados por um único membro mediano . Ocorre em torno da terceira semana de vida intrauterina e associa-se a anomalias gênito-urinárias, incluindo agenesia renal, de ureteres e da bexiga, ânus imperfurado e ausência da genitália externa, consideradas malformações graves, levando à morte no período perinatal. Aproximadamente, 50% dos casos estão associados a outros defeitos congênitos não relacionados com o defeito básico da sirenomelia, como o do tubo neural e os cardíacos e anomalias do trato gastrointestinal superior. Sirenomelia é considerada um defeito do campo primário do desenvolvimento que afeta múltiplas estruturas primordiais da linha média(11), podendo ter etiologia variada. Do ponto de vista etiopatogênico,foram aventadas duas hipóteses para explicar o desenvolvimento anormal dos membros inferiores. A primeira relaciona-se com erro primário da blastogênese e a segunda, com evento vascular com base no desenvolvimento anormal dos vasos umbilicais, resultando em aporte sanguíneo insuficiente para suprir a porção caudal do embrião. Em 1987, Stocker e Heifetz classificaram os casos de sirenomelia, de acordo com a fusão e/ou agenesia dos ossos dos membros inferiores, em sete tipos. tipo I - fêmures, tíbias e fíbulas em número habitual; tipo II - fíbula única fusionada; tipo III - ausência de fibula; tipo IV - fêmures parcialmente fusionados e fíbula única; tipo V - fêmures parcialmente fusionados e fíbula ausente; tipo VI: fêmur e tíbia únicos; tipo VIl: fêmur único, tíbia e fíbula ausentes. Objetivo 05 O Aborto legal é um tema complexo, que causa muita dificuldade de acesso e dúvida nas mulheres, particularmente nas mulheres mais pobres, mais excluídas da sociedade e que tem menos informações. O próprio nome diz: aborto legal, ou seja, interrupção da gravidez nos casos previstos em lei. O aborto legal tem um componente técnico, baseado em protocolos médicos, protocolos assistenciais, de enfermagem, de assistência social, de psicologia etc. E um outro componente, não menos importante, em razão da característica deste procedimento, que é a legislação, componente ético-legal. O Código Penal Brasileiro, de 1940, estabelece os permissivos legais para a interrupção da gravidez nos casos previstos em lei. O aborto é crime pela legislação brasileira desde 1940, portanto há quase 80 anos. Em dois incisos no artigo 128, a legislação não pune o médico que realiza o aborto: para salvar a vida da mulher e para o caso de uma gestação decorrente de estupro, por solicitação e consentimento da mulher. Se a mulher for menor de idade, deficiente mental ou incapaz, por autorização de seu representante legal. Mais recentemente, o Superior Tribunal Federal, em 2012, decidiu por ampliar essa permissividade também nos casos de anencefalia, através de uma ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental), a nº 147. O que precisa ser dito é que o Brasil está entre os 25% das nações do mundo com legislações mais restritivas em relação à interrupção da gravidez. E isso traz consequências para os indicadores de saúde materna, como o aborto inseguro e para a morbimortalidade materna.