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COMPLETO - A dogmática jurídica

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A dogmática jurídica
Apresentação
A Dogmática Jurídica é o estudo das normas como produtos de um processo legislativo ou 
interpretativo que resulta em verdades "imutáveis" para a construção de determinada tese jurídica. 
 
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer a sua relação com a Zetética, ou a discussão 
de pressupostos para a obtenção de produtos dogmáticos, a importância da Zetética para a 
Hermenêutica Jurídica e os métodos e tipos de interpretação dogmática. 
 
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Verificar as diferenças entre a Teoria Dogmática e a Zetética.•
Reconhecer a interpretação como uma questão de investigação da Zetética.•
Analisar os métodos e os tipos dogmáticos de interpretação.•
Desafio
Em um caso de arguição de desrespeito a preceito fundamental, discute-se a aplicabilidade do 
direito à moradia (art. 6.o, caput, CF/88) em relação à preservação de imóvel de propriedade da 
autora Aurora, em que reside sua filha Amélia, o qual foi nomeado à penhora para satisfação de 
crédito cedido pelo banco X para Aurora. 
 
No caso, o juízo aplicou a seguinte disposição.
 
 
Com base nisso, oriente Aurora, respondendo às questões. 
1. A tese jurídica, fundada no art. 6.o, caput da Constituição Federal, seria considerada que tipo de 
interpretação dogmática em relação à lei 8009/90? 
2. Há a possibilidade de resolução do caso pela literalidade do artigo? Em caso afirmativo, 
justifique.
Infográfico
A Dogmática Jurídica tem diferentes tipos de interpretação para satisfazer a etapa Zetética da 
criação de produtos normativos da "Dogmática Hermenêutica". 
 
Neste Infográfico, você vai visualizar esses tipos e o modo como eles se aplicam na prática. 
Conteúdo do livro
A Dogmática Jurídica e a Zetética são conceitos fundamentais para a compreensão das normas e da 
construção de teses jurídicas. 
 
Neste capítulo, você vai conhecer os métodos e tipos de interpretação que trazem a compreensão 
legislativa e jurídica da discussão zetética à normatividade dogmática. 
 
Leia o capítulo A Dogmática Jurídica, do livro Hermenêutica e argumentação jurídica. 
 
Boa leitura.
HERMENÊUTICA E 
ARGUMENTAÇÃO
JURÍDICA
Magnum Eltz
A dogmática jurídica
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Diferenciar a teoria dogmática da zetética.
  Reconhecer a interpretação como uma questão de investigação da 
zetética.
  Analisar os métodos e os tipos dogmáticos de interpretação.
Introdução
A dogmática jurídica é o estudo das normas enquanto produtos de um 
processo legislativo ou interpretativo que resulta em verdades imutáveis 
para a construção de determinada tese jurídica. Neste capítulo, estuda-
remos a sua relação com a zetética, ou a discussão de pressupostos para 
obtenção de produtos dogmáticos, a importância da zetética para a 
hermenêutica jurídica e os métodos e tipos de interpretação dogmática.
Dogmática e zetética
A principal ferramenta do jurista na sua práxis encontra-se na construção de 
retóricas. Essa construção lógica pode ser baseada em premissas pré-constituídas 
e estanques, dadas pelos dogmas jurídicos, ou por uma construção dialética entre 
normas, princípios e tópicos estabelecidos pelo diálogo fi losófi co-científi co. 
Segundo Ferraz Junior (1997, p. 88): 
[...] questões discursivas podem ser classificadas conforme a sua complexidade 
numérica, o grau de reflexividade e a complexidade qualitativa. Deixemos de 
lado a complexidade numérica e concentremo-nos nos dois outros critérios. 
Quanto à qualidade, em se tratando de um discurso dialógico, o discurso ju-
dicial, como já salientamos, tem por questão um dubium. Sendo, além disso, 
uma discussão-contra, esse dubium é também conflitivo. Quanto ao grau de 
reflexividade, as questões dialógicas são, em regra, infinitas (abertas, gené-
ricas e abstratas), tendo a sua manifestação como problema, dilema e aporia. 
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Dadas, entretanto, certas peculiaridades do discurso judicial, a reflexividade 
toma contornos especiais.
Essas peculiaridades referem-se ao caráter normativo e interpretativo do 
discurso. A construção do dubium jurídico em relação a uma norma confere 
à discussão-contra judicial o caráter normativo. Mas a sua reflexividade nos 
permite distinguir, aí, dois momentos que estão, porém, intimamente ligados. 
No primeiro momento, podemos dizer que a norma decide conflitos. Mas a 
possibilidade de instaurar, reflexivamente, o dubium dentro da própria norma 
nos autoriza a vê-la, ela mesma, num segundo momento como um novo dubium 
que se constitui como tal em relação à outra norma.
Assim, quando a dúvida que conduz o debate jurídico encontra-se anterior 
à norma, esse debate possui soluções que se extraem da norma no seu estado 
literal ou a partir da interpretação da norma para enquadramento no caso 
concreto. No entanto, quando a dúvida recai sobre a própria admissibilidade da 
norma em relação ao caso em tela, é necessário maior grau de reflexibilidade 
em relação ao sistema jurídico.
Sem indagar, neste passo, as diferenças entre esses dois níveis, assinalamos, 
por ora, que a norma aparece, nesses termos, também como o resultado 
de decisão e, pois, como uma estrutura conflitiva (“tridimensional”, diria 
Reale). Ora, é exatamente esse duplo aspecto que nos vai permitir uma 
classificação dos dois tipos básicos de questão judicial. Essa classifica-
ção, por sua vez, dado o caráter interpretativo do discurso, não significa 
uma separação radical, mas momentos de atividade hermenêutica: se-
parados pela análise, eles revelam íntima conexão. Na verdade, o grau 
de ref lexividade manifestado pelas questões judiciais depende do grau 
de complexidade da própria situação comunicativa social. Ele resulta da 
capacidade da situação em separar, por necessidade de argumentação, 
os aspectos de “ser” e de “dever–ser” das premissas da decisão — vale 
dizer, da sua capacidade de introduzir o terceiro comunicador: este não 
aparece por causa das relações fáticas (não são fatos “verdadeiros” que 
dizem o que deve ser o Direito), mas, por outro lado, ao dizer o Direito, 
ele não vai estabelecer se os fatos são “verdadeiros”. Essa separação dá 
certa autonomia à discussão judicial, criando-lhe condições para mudar, 
por necessidade de argumentação, as bases da sua orientação: podemos 
interpretar normas a partir de fatos do caso em tela ou fatos a partir de 
normas (FERRAZ JUNIOR, 1997, p. 89-90).
Logo, quando a norma é suficiente para a resolução de determinado conflito 
ou é útil à argumentação de determinada parte do debate jurídico, os aspectos 
do “ser” são convenientes para a construção de uma solução. Já quando ela 
não possui qualidades definidas para a solução de ao menos uma das partes, o 
discurso passa a explorar a dinâmica do “dever–ser” ou, como o autor ressalta, 
A dogmática jurídica2
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“[...] podemos interpretar normas a partir de fatos do caso em tela ou fatos a 
partir de normas” (FERRAZ JUNIOR, 1997, p. 90).
No primeiro caso, usando uma terminologia proposta por Viehweg, temos uma 
questão de pesquisa ou questão zetética; no segundo, uma questão dogmática. 
Entre elas, como dissemos, não há uma separação radical; ao contrário, na 
totalidade do discurso jurídico, elas se entremeiam, referem-se mutuamente, 
às vezes se opõem, outras se colocam paralelamente, estabelecendo um campo 
de possibilidades bastante diversificado. As questões “dogmáticas” relevam 
o ato de opinar e ressalvam certas opiniões (dokein), certas ações linguís-
ticas. As questões “zetéticas”, ao contrário, desintegram, dissolvem meras 
opiniões (zetein), pondo-as em dúvida, o que pode ocorrer ainda dentro de 
certos limites (na perspectiva empírica das ciências: Sociologia, Psicologia, 
Antropologia Jurídica, etc.) ou de modo a ultrapassar aqueles limites, cons-
tituindo uma aporética(na perspectiva da Filosofia do Direito) (FERRAZ 
JUNIOR, 1997, p. 90). 
A zetética, portanto, ocorre quando o discurso jurídico depende de maior 
reflexão sobre opiniões externas à normativa, pondo em dúvida a solução 
tradicional e buscando uma solução a partir da dialética científica entre diversas 
fontes do Direito, como a doutrina, a jurisprudência e mesmo outros ramos 
da ciência. A dogmática, por outro lado, atém-se às possibilidades dadas por 
soluções normativas postas, tais como se encontram. 
Questões “dogmáticas” têm uma função diretiva explícita. A situação nelas 
captada é configurada, pois, como um dever–ser. Questões desse tipo visam 
a possibilitar uma decisão e a orientar a ação. De modo geral, as questões 
judiciais são “dogmáticas”, as quais são sempre restritivas ( finitae) e, nesse 
sentido, “positivas” (de positividade). As questões judiciais não se reduzem, 
entretanto, às “dogmáticas”, na medida em que as ações linguísticas postas 
fora de dúvida e que estruturam a alternativa — os dogmas — podem ser 
submetidas a um processo de questionamento, por meio do qual se exige uma 
fundamentação e uma justificação deles, procurando-se, com a ampliação do 
dubium, mediante o estabelecimento de novas conexões, facilitar a orientação 
da ação. O jurista revela-se, assim, não só como especialista em questões 
“dogmáticas”, mas também em questões “zetéticas” (FERRAZ JUNIOR, 
1997, p. 90).
A dogmática, por sua vez, compõe o caminho de entrada da discussão 
jurídica. Eis que as normas que são precursoras ao dubium jurídico são dogmas 
em sua origem; à sua vez, o dubium quanto à validade, existência e eficácia da 
norma, gera questões zetéticas que, por sua vez, criam produtos normativos 
ou dogmáticos para encerrar o ciclo de arguição de determinada causa. 
3A dogmática jurídica
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Em resumo, a dogmática é o ramo do discurso jurídico que é centrado 
em questões postas sem discutir a sua adequação aos fatos, mas a adequação 
dos fatos às predições normativas. Já a zetética é o ramo do discurso que se 
propõe a uma análise de verificação da adequação da própria norma aos fatos 
propostos, sendo o seu produto uma nova criação dogmática, enquanto objeto 
da própria ciência jurídica, “a norma”.
A zetética trata de discussões “infinitas”, nas quais a relatividade é um meio para o 
alcance de um sentido diverso daquele posto em dúvida pelo intérprete. Já a dogmá-
tica trata do estudo e da construção de normas “dever–ser” restritas no seu sentido 
construído e dadas ao intérprete como uma verdade imutável.
A hermenêutica como problema zetético
A hermenêutica é um ramo fi losófi co das ciências responsável pelo desen-
volvimento dos métodos de aplicação das suas diferentes regras. No âmbito 
do Direito, a hermenêutica jurídica é responsável pelo desenvolvimento dos 
métodos pela Doutrina e a sua utilização pela práxis jurídica, representada 
pelos diferentes juristas de acordo com as suas posições dentro dos confl itos 
por eles administrados. Nesse sentido, instrui Ferraz Junior (2003, p. 255) que:
[...] ao disciplinar a conduta humana, as normas jurídicas usam palavras, signos 
linguísticos que devem expressar o sentido daquilo que deve ser. Esse uso 
oscila entre o aspecto onomasiológico da palavra, isto é, o uso corrente para 
a designação de um fato, e o aspecto semasiológico, isto é, a sua significação 
normativa. Os dois aspectos podem coincidir, mas nem sempre isso ocorre. 
O legislador, nesses termos, usa vocábulos que tira da linguagem cotidiana, 
mas frequentemente lhes atribui um sentido técnico, apropriado à obtenção da 
disciplina desejada. Esse sentido técnico não é absolutamente independente, 
mas está ligado de algum modo ao sentido comum, sendo, por isso, passível de 
dúvidas que emergem da tensão entre ambos. Assim, por exemplo, o Código 
Civil Brasileiro de 2002, em seu art. 1.591, ao estabelecer as relações de pa-
rentesco, fala de parentes em linha reta como as pessoas que estão umas para 
as outras numa relação de ascendentes e descendentes. No art. 1.592, fala de 
parentes em linha colateral como as pessoas que provêm, até o quarto grau, 
de um só tronco, sem descenderem uma da outra. Observa-se, de início, que o 
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uso comum da palavra parente não coincide com o legal, pelo menos na medida 
em que vulgarmente não se faz a limitação do art. 1.592, que considera parente 
em linha colateral a relação consanguínea até o quarto grau (por exemplo, os 
tataranetos já não são considerados parentes pela lei, quando um descende de 
um filho e outro, de outro filho do tataravô, ainda que, vulgarmente, mantenham 
relações consideradas de parentesco).
Assim, o jurista, ao tratar do seu objeto de estudo, as normas, pode inter-
pretá-las na sua literalidade, inserindo-se no campo da dogmática. No entanto, 
como visto, o aspecto semasiológico, que trata da semântica do vocábulo 
normativo e da sua aplicação no caso a partir do seu sentido técnico, corres-
pondendo ou não ao sentido vulgar do vocábulo, depende de interpretação. 
Isso leva o jurista a uma discussão sobre o sentido da norma, e, portanto, 
resolvendo um dubium interno ao sistema jurídico pelos métodos interpretativos 
hermenêuticos. Por se tratar de uma interpretação com finalidade normativa, 
Ferraz Junior (2003) chama esse fenômeno de dogmática hermenêutica:
A determinação do sentido das normas, o correto entendimento do significa-
do dos seus textos e intenções, tendo em vista a decidibilidade de conflitos, 
constitui a tarefa da dogmática hermenêutica. Trata-se de uma finalidade 
prática, no que se distingue de objetivos semelhantes das demais ciências 
humanas. Na verdade, o propósito básico do jurista não é simplesmente com-
preender um texto, como faz, por exemplo, o historiador ao estabelecer-lhe 
o sentido e o movimento no seu contexto, mas também de determinar-lhe 
a força e o alcance, pondo o texto normativo em presença dos dados atuais 
de um problema. Ou seja, a intenção do jurista não é apenas conhecer, 
mas conhecer tendo em vista as condições de decidibilidade de conflitos 
com base na norma enquanto diretivo para o comportamento (FERRAZ 
JUNIOR, 2003, p. 256).
Em que a dogmática hermenêutica possua um resultado normativo, o seu 
processo de conhecimento corresponde ao campo da zetética, uma vez que 
se trata de uma especulação que pode, inclusive, servir-se de outras áreas do 
conhecimento para a definição do sentido de determinado vocábulo empregado 
na norma. Segundo Ferraz Junior (2003, p. 44):
[...] o campo das investigações zetéticas do fenômeno jurídico é bastante 
amplo. Zetéticas são, por exemplo, as investigações que têm como objeto o 
Direito no âmbito da Sociologia, da Antropologia, da Psicologia, da História, 
da Filosofia, da Ciência Política, etc. Nenhuma dessas disciplinas é especifica-
mente jurídica. Todas elas são disciplinas gerais, que admitem, no âmbito de 
suas preocupações, um espaço para o fenômeno jurídico. Na medida, porém, 
em que esse espaço é aberto, elas incorporam-se ao campo das investigações 
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jurídicas, sob o nome de Sociologia do Direito, Filosofia do Direito, Psicologia 
Forense, História do Direito, etc. Existem, ademais, investigações que se valem 
de métodos, técnicas e resultados daquelas disciplinas gerais, compondo, com 
investigações dogmáticas, outros âmbitos, como é o caso da Criminologia, 
da Penalogia, da Teoria da Legislação etc.
Da perspectiva que por nós é proposta, o ponto comum que distingue e agrupa 
essas investigações é seu caráter zetético. Como a investigação zetética tem 
como a sua característica principal a abertura constante para o questionamento 
dos objetos em todas as direções (questões infinitas), é preciso, a propósito 
disso, proceder com a sua explicitação.
É a partir da abertura semântica da norma que é permitidaessa infinidade de 
questionamentos, pela qual o jurista deve delimitar, segundo métodos inerentes 
à sua ciência, mesmo que se servindo de fontes de outras ciências, o sentido da 
norma no caso concreto em que ela deve ser aplicada. Como exemplo, Ferraz 
Junior (2003, p. 44) traz o caso da própria Constituição Federal:
Suponhamos que o objeto de investigação seja a Constituição. Do ângulo 
zetético, o fenômeno comporta pesquisas de ordem sociológica, política, 
econômica, filosófica, histórica, etc. Nessa perspectiva, o investigador 
preocupa-se em ampliar as dimensões do fenômeno, estudando-o em pro-
fundidade, sem limitar-se aos problemas relativos à decisão dos conflitos 
sociais, políticos, econômicos. Ou seja, pode encaminhar a sua investigação 
para os fatores reais do poder que regem uma comunidade, para as bases 
econômicas e a sua repercussão na vida sociopolítica, para um levantamento 
dos valores que informam a ordem constitucional, para uma crítica ideo-
lógica, sem preocupar-se em criar condições para a decisão constitucional 
dos conflitos máximos da comunidade. Esse descompromissamento com 
a solução dos conflitos torna a investigação infinita, libertando-a para a 
sua especulação.
Como, porém, em toda a investigação zetética alguns pressupostos admiti-
dos como verdadeiros passam a orientar os quadros da pesquisa, é possível 
distinguir limites zetéticos. Assim, uma investigação pode ser realizada no 
nível empírico, isto é, nos limites da experiência, ou de modo que ultrapasse 
esses limites, no nível formal da lógica ou da teoria do conhecimento ou da 
metafísica, por exemplo. Além disso, a investigação pode ter um sentido pu-
ramente especulativo ou pode produzir resultados que venham a ser tomados 
como base para uma eventual aplicação técnica à realidade.
Tendo em vista esses limites, podemos assim falar em zetérica empírica e 
zetética analítica. Tendo em vista os resultados da investigação, falamos em 
zetética pura e aplicada.
A dogmática jurídica6
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É a partir do estudo da zetética que a hermenêutica encontra as suas principais fer-
ramentas. No entanto, seja por intermédio do conhecimento empírico (experiência) 
ou analítico (lógica), a zetética jurídica deve ser aplicada para formar a dogmática 
hermenêutica que se propõe a normatizar o caso concreto a partir da interpretação 
da norma pelo jurista.
Métodos e tipos de dogmáticos 
de interpretação
A hermenêutica é o ramo da ciência responsável pelo desenvolvimento da 
interpretação de conceitos. Esses conceitos, por sua vez, são interpretados 
no campo da investigação zetética a partir de métodos de dialética, entre 
diferentes conceitos e opiniões, para, no campo jurídico, formar um dever–ser 
dogmático.
Essa chamada dogmática hermenêutica se serve de métodos e tipos de 
interpretação. Os primeiros são classificados por Ferraz Junior (2003) pela 
sua amplitude e ferramentais, como: 
  interpretação gramatical, lógica e sistemática; 
  interpretação histórica, sociológica e evolutiva;
  interpretação teleológica e axiológica. 
Já os tipos de interpretação se referem ao grau de liberdade da dogmática 
hermenêutica, sendo eles:
  a interpretação especificadora;
  a interpretação restritiva;
  a interpretação extensiva.
7A dogmática jurídica
C02_Dogmatica_juridica.indd 7 27/03/2018 14:07:16
Quanto ao primeiro grupo, instrui Ferraz Junior (2003, p. 286-287):
Os problemas sintáticos referem-se a questões de conexão das palavras nas 
sentenças (questões léxicas), de conexão de uma expressão com outras ex-
pressões dentro de um contexto (questões lógicas) e de conexão das sentenças 
num todo orgânico (questões sistemáticas).
No tocante às questões gramaticais, o autor exemplifica (FERRAZ JU-
NIOR, 2003, p. 287):
Quando se enfrenta uma questão léxica, a doutrina costuma falar em interpreta-
ção gramatical. Parte-se do pressuposto de que a ordem das palavras e o modo 
como elas estão conectadas são importantes para obter-se o correto significado 
da norma. Assim, dúvidas podem surgir quando a norma conecta substantivos e 
adjetivos ou usa pronomes relativos. Ao valer-se da língua natural, o legislador 
está sujeito a equivocidades que, por não existirem nessas línguas regras de 
rigor (como na ciência), produzem perplexidades. Se a norma prescreve: “a 
investigação de um delito que ocorreu num país estrangeiro não deve levar-se 
em consideração pelo juiz brasileiro”, o pronome “que” não deixa claro se se 
reporta à investigação ou a delito. [...] É óbvio que as exigências gramaticais 
da língua, por si, não resolvem essas dúvidas. A análise das conexões léxicas, 
por uma interpretação dita gramatical, não se reduz, pois, a meras regras da 
concordância, mas exige regras de decidibilidade. Por exemplo, se a norma 
em tela é a cláusula de um contrato, aparecem regras como a que recomenda 
que veja antes a intenção dos contraentes e não a letra da prescrição, que se 
observe a própria conduta dos contraentes, ou seja, o modo como estavam 
executando o pactuado, que, na dúvida, interprete-se em favor de quem se 
obriga e não de quem obriga o outro, etc.
Assim, quando o método interpretativo é adstrito às questões gramaticais, 
o uso de ferramentas de linguagem é capaz de identificar problemas de inter-
pretação literal da norma. No entanto, a resolução para o problema hermenêu-
tico normalmente é heterodoxa, ao remeter-se a regras de interpretação que 
suplementem a gramática, como é o caso da regra da “vontade das partes” 
que se depreende do princípio civil da “autonomia da vontade”.
Já o método interpretativo lógico ocorre quando enfrentamos problemas 
de coerência na norma. Da mesma forma que o método gramatical, conforme 
Ferraz Junior (2003, p. 287),
[...] trata-se de um instrumento técnico, inicialmente a serviço da identi-
ficação de inconsistências. Parte-se do pressuposto de que a conexão de 
uma expressão normativa com as demais do contexto é importante para a 
A dogmática jurídica8
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obtenção do significado correto. [...] Ora, o princípio lógico da identidade 
(A = A) permite mostrar a questão, mas não resolvê-la. As regras da inter-
pretação lógica, recomendações para criar as condições de decidibilidade, 
são, assim, fórmulas quase-lógicas como “o legislador nunca é redundante”, 
“se duas expressões estão usadas em sentidos diversos, é porque uma deve 
disciplinar a generalidade, outra abre uma exceção” ou “deve-se ater aos 
diferentes contextos em que a expressão ocorre e classificá-los conforme 
a sua especificidade, etc.
Finalmente, o método sistemático é o que considera que “[...] a pressuposição 
hermenêutica é a da unidade do sistema jurídico do ordenamento” (FERRAZ 
JUNIOR, 2003, p. 288). Segundo o referido autor:
Há aqui um paralelo entre a teoria das fontes e a teoria da interpretação. 
Correspondentemente à organização hierárquica das fontes, emergem reco-
mendações sobre a subordinação e a conexão das normas do ordenamento 
num todo, que culmina (e principia) pela primeira norma-origem do sistema, 
a Constituição. Para a identificação dessa relação, são nucleares as noções 
discutidas de validade, vigência, eficácia e vigor ou força (FERRAZ JUNIOR, 
2003, p. 288-289). 
Logo, o método sistemático remete à teoria de Kelsen (1999) na sua Teoria 
pura do Direito, em que constrói a hierarquia positiva das normas, devendo 
todas as normas se subordinarem à Constituição, e as normas de hierarquia 
inferior, como atos normativos expedidos pelo Executivo e demais normati-
vas do cotidiano, reportarem-se a legislações em sentido estrito (que foram 
promovidas pelo processo legislativo constitucional). 
Já o segundo grupo, composto pela interpretação histórica, sociológica e 
evolutiva, nas quais, segundo Ferraz Junior (2003, p. 290-291),
[...] podemos distinguir entre a interpretação sociológica e a histórica con-
forme se leve em consideração a estrutura momentânea da situaçãoou a sua 
gênese no tempo. Na prática, porém, é difícil sustentar a distinção. A busca 
do sentido efetivo na circunstância atual ou no momento da criação da norma 
mostra que ambos se interpenetram. Daí que, às vezes, vem a ideia de uma 
interpretação histórico-evolutiva. É preciso ver as condições específicas do 
tempo em que a norma incide, mas não podemos desconhecer as condições 
em que ocorreu a sua gênese.
Assim, como defende o autor (FERRAZ JUNIOR, 2003), os três conceitos 
são passíveis de um amálgama teórico, compondo-se, então, no estudo das 
circunstâncias da norma na sua gênese e as situações fáticas atuais para 
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verificação do seu sentido, no caso concreto. Segundo o autor (FERRAZ 
JUNIOR, 2003):
Para o levantamento de condições históricas, recomenda-se ao intérprete o re-
curso aos precedentes normativos, isto é, de normas que vigoraram no passado 
e que antecederam à nova disciplina para, por comparação, entender os motivos 
condicionantes da sua gênese. [...] Já o levantamento das condições atuais deve 
levar o intérprete a verificar as funções do comportamento e das instituições 
sociais no contexto existencial em que ocorrem. [...] A hermenêutica entende, 
assim, que as atividades humanas têm uma razão prática de existir, donde 
seu sentido em termos de relações numa situação dada. O conceito de função 
permite-lhe, então, uma análise classificatória de fenômenos, uma orientação 
eurística, visando à descoberta de novas relações, um relacionamento causal 
entre eles, o que leva a um desvendamento das estruturas sociais e das suas 
mudanças em termos de processo. O Direito atua sobre eles como regulação 
que permite o seu controle.
Conceitos abertos, como o exemplificado pelo autor, “mulher honesta”, utilizados no 
Direito, que variam conforme as transformações históricas e evolutivas da sociedade, 
podem e devem ser verificados na sua gênese, para que um paralelo seja traçado para 
a aplicação na norma, nas circunstâncias da ocorrência da incidência da norma, de 
forma que não sejam cometidas injustiças de aplicação literal da norma ou de acordo 
com a mens legis à sua época de construção.
Finalmente, o terceiro grupo compõe a interpretação teleológica, que busca 
a finalidade da norma para a sua interpretação e a interpretação valorativa, 
ou axiológica, ambas com intuito de buscar os valores e fins que compõem o 
quadro normativo para a extração do sentido do texto.
O pressuposto e, ao mesmo tempo, a regra básica dos métodos teleológicos é 
de que sempre é possível atribuir um propósito às normas. De fato, isso nem 
sempre é claro e muitas vezes nos levaria a perplexidades. Existem normas 
costumeiras para as quais é difícil encontrar propósitos e finalidades. O longo 
uso com o sentimento da obrigatoriedade instaura uma rede de disciplinas 
sem que possamos encontrar nelas alguma intenção. Apesar disso, para obter 
a neutralização da carga emocional, é preciso encontrar essas finalidades ou, 
ao menos, postulá-las. [...] Em suma, a interpretação teleológica e axiológica 
ativa a participação do intérprete na configuração do sentido. O seu movimento 
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interpretativo, inversamente ao da interpretação sistemática que também 
postula uma cabal e coerente unidade do sistema, parte das consequências 
avaliadas das normas e retorna para o interior do sistema. É como se o intér-
prete tentasse fazer com que o legislador fosse capaz de mover as suas próprias 
previsões, pois as decisões dos conflitos parecem basear-se nas previsões das 
suas próprias consequências. Assim, entende-se que não importa a norma, 
ela há de ter, para o hermeneuta, sempre um objetivo que serve para controlar 
até as consequências da previsão legal (a Lei sempre visa aos fins sociais do 
Direito e às exigências do bem comum, ainda que, de fato, possa parecer que 
eles não estejam sendo atendidos) (FERRAZ JUNIOR, 2003, p. 292-294).
As interpretações teleológica a axiológica, portanto, buscam na previ-
sibilidade das consequências em um legislador histórico quanto à norma 
para que a finalidade hipotética ou clara da norma expressa ou implícita no 
sistema normativo possa qualificar a sua interpretação em um sentido coeso, 
diferenciando-se da interpretação sistemática pela possibilidade de verificação 
da finalidade da norma em relação ao caso concreto (considerando que a 
primeira é restrita ao conjunto de normas enquanto um sistema fechado em 
si mesmo).
Já quanto aos tipos de interpretação, o autor apresenta três conceitos: 
  a interpretação especificadora; 
  a interpretação restritiva; 
  a interpretação extensiva. 
Quanto à interpretação especificadora, Ferraz Junior (2003, p. 294) 
explica que:
Uma interpretação especificadora parte do pressuposto de que o sentido da 
norma cabe na letra de seu enunciado. Tendo em vista a criação de condi-
ções para que os conflitos sejam definíveis com um mínimo de perturbação 
social (questão da decidibilidade), a hermenêutica vê-se pragmaticamente 
dominada por um princípio de economia de pensamento. Postula, assim, 
que para elucidar o conteúdo da norma, não é necessário sempre ir até o fim 
das suas possibilidades significativas, mas até o ponto em que os problemas 
pareçam razoavelmente decidíveis. Era esse, provavelmente, o propósito de 
um famoso aforismo jurídico, hoje menos citado, segundo o qual “in claris 
cessat interpretatio”.
A norma, nesse tipo interpretativo, é suficiente nela mesma, isso quando 
ela é suficientemente clara para extrair o seu sentido, estando em sua litera-
lidade todos os elementos necessários para se extrair a solução do problema 
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jurídico apresentado. É o caso, por exemplo, dos tipos penais, nos quais a 
restrição do sistema à interpretação os leva a uma clareza maior do que em 
outros ramos do Direito. Por exemplo, o art. 121 do Código Penal (BRASIL, 
1940): “Matar alguém — Pena: reclusão, de seis a 20 anos”. A Lei é clara 
sobre quem pode ser recluso de seis a 20 anos, não sendo necessários outros 
métodos interpretativos ou, como resgata o autor, in claris cessat interpretatio 
(FERRAZ JUNIOR, 2003, p. 294).
A interpretação restritiva, no mesmo sentido, porém por diferentes 
motivos:
[...] ocorre toda vez que se limita o sentido da norma, não obstante a ampli-
tude da sua expressão literal. Em geral, o intérprete vale-se de considerações 
teleológicas e axiológicas para fundar o raciocínio. Supõe, assim, que a mera 
interpretação especificadora não atinge os objetivos da norma, pois lhe confere 
uma amplitude que prejudica os interesses ao invés de protegê-los. Assim, por 
exemplo, recomenda-se que toda norma que restrinja os direitos e garantias 
fundamentais reconhecidos e estabelecidos constitucionalmente deva ser 
interpretada restritivamente. O mesmo se diga para as normas excepcionais: 
uma exceção deve sofrer interpretação restritiva. No primeiro caso, o telos 
protegido é postulado como de tal importância para a ordem jurídica na sua 
totalidade que, se limitado por lei, esta deve conter, em seu espírito (mens 
legis), antes o objetivo de assegurar o bem-estar geral sem nunca ferir o direito 
fundamental que a Constituição agasalha. No segundo, argumenta-se que uma 
exceção é, por si, uma restrição que só deve valer para os casos excepcionais. 
Ir além é contrariar a sua natureza (FERRAZ JUNIOR, 2003, p. 296).
Essa restrição normalmente se dá no âmbito do Direito Público, Admi-
nistrativo ou Penal, a fim de restringir a própria ação do Estado em relação 
aos seus súditos. No entanto, é pouco verificada no âmbito Civil, no qual as 
partes normalmente devem criar seu próprio direito.
Por fim, temos a interpretação extensiva, que é capaz de alargar os efei-
tos de determinada norma para irradiar seu conteúdo em outros sistemas 
normativos, pois
[...] trata-se deum modo de interpretação que amplia o sentido da norma para 
além do contido em sua letra. Isso significa que o intérprete toma a mensa-
gem codificada num código forte e a decodifica conforme um código fraco. 
Argumenta-se, não obstante, que desse modo estará respeitada a ratio legis, 
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pois o legislador (obviamente, o legislador racional) não poderia deixar de 
prever casos que, aparentemente, por uma interpretação meramente especi-
ficadora, não seriam alcançados.
Assim, se a mensagem normativa contém denotações e conotações limitadas, 
o trabalho do intérprete será o de torná-las vagas e ambíguas (ou mais vagas 
e ambíguas do que são em geral, em face da imprecisão da língua natural de 
que se vale o legislador) (FERRAZ JUNIOR, 2003, p. 297).
Um exemplo moderno de interpretação extensiva é frequentemente observado 
na aplicação do Código de Defesa do Consumidor (CDC) em relações civis, por ele 
ser considerado um “microssistema” de proteção de direitos coletivos, como é o 
caso do Direito Ambiental, Direitos das Minorias e Classes a partir da objetivação da 
responsabilidade civil, inversão do ônus probatório e outras especificidades da norma, 
alargadas a casos análogos à proteção do consumidor. 
Os diferentes métodos e tipos de interpretação da dogmática hermenêutica 
possuem formas distintas de compreender o sistema normativo, que devem ser 
utilizadas de acordo com as especificidades do sistema jurídico em questão 
(público ou privado, forte ou fraco) e de acordo com a estratégia do jurista 
perante a tese construída. 
BRASIL. Decreto-lei nº. 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Brasília, DF, 1940. Disponível 
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848compilado.htm>. 
Acesso em: 13 mar. 2018.
FERRAZ JUNIOR, T. S. Direito, retórica e comunicação: subsídios para uma pragmática 
do discurso jurídico. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 1997.
FERRAZ JUNIOR, T. S. Introdução ao estudo do Direito: técnica, decisão, dominação. 4. 
ed. São Paulo: Atlas, 2003.
KELSEN, H. Teoria pura do Direito. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
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Dica do professor
A Dogmática Jurídica depende de seus métodos de interpretação para adaptar o texto normativo às 
circunstâncias do caso concreto, servindo-se de elementos zetéticos de investigação. 
 
Nesta Dica do Professor, você vai identificar os métodos Gramatical, Lógico, Sistêmico, Histórico, 
Sociológico, Evolutivo, Teleológico e Axiológico, que compõem o grupo de métodos dogmáticos de 
interpretação. 
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https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/3854ec0dc718e05a3ddc983d22799e93
Exercícios
1) A Zetética é parte do contexto interpretativo da norma. Segundo esse conceito, a norma é:
A) fechada.
B) aberta.
C) abstrata.
D) concreta.
E) alternativa.
2) O que caracteriza a Dogmática Clássica?
A) O sistema normativo fechado.
B) A norma como fato "concreto".
C) A abertura interpretativa.
D) A flexibilidade da aplicação da norma.
E) O uso de princípios para preencher lacunas.
3) A Hermenêutica trata da criação de métodos interpretativos e compõe o campo da:
A) Dogmática.
B) Zetética.
C) Lógica.
D) História.
E) Teleologia.
4) Marque a alternativa que apresenta um método jurídico-dogmático de interpretação.
A) Interpretação livre.
B) Uso de postulados.
C) Choque de princípios.
D) Extensivo.
E) Histórico.
5) Assinale a alternativa que completa a lacuna a seguir. 
A interpretação especificativa trata de relações ___________, como relações de direito privado 
em contraste àquelas relações de direito público, excluídas do conjunto normativo em 
questão.
A) alternativas
B) análogas
C) homólogas
D) paralelas
E) heterodoxas
Na prática
Na prática, os métodos e tipos de interpretação dogmáticos podem ser utilizados de forma 
conjunta para a construção de diferentes teses. No entanto, a aplicação da norma de forma 
restritiva ou extensiva é dada pelo juízo, sendo o papel das partes no processo construir a partir 
desses métodos a interpretação normativa que melhor serve aos fins de seus clientes. 
 
No caso a seguir, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul decide, por meio de ampliação 
zetética, ampliar o alcance de área de Termo de Ajustamento de Conduta firmado em Ação Civil 
Pública a partir de interpretação extensiva do art. 225 da Constituição Federal e do Código de 
Defesa do Consumidor. 
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Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Hermenêutica - interpretação
Com este vídeo, de forma simples, você vai revisar os métodos e tipos de interpretação dogmáticas 
em relação ao conceito de Hermenêutica. Confira.
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Noções Introdutórias de Hermenêutica Jurídica Clássica
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Métodos e tipos de interpretação
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https://ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-126/nocoes-introdutorias-de-hermeneutica-juridica-classica/
https://direito.legal/interpretacao-e-alicacao/51-metodos-e-tipos-de-interpretacao/

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