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2ª EDIÇÃO – REVISTA E ATUALIZADA
2020
N E U Z A I T I O K A
A N A R I B E I R O
T H I A G O B A E T A
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
. 4 . . 5 .
 APRESENTAÇÃO 6
 SOBRE A COLETÂNEA 9
CAP 1 . A BATALHA ESPIRITUAL E A CURA INTERIOR 12 
CAP 2 . O MINISTÉRIO DA CURA INTERIOR 20
CAP 3 . A CONDIÇÃO DA MENTE HUMANA NO PECADO 28
CAP 4 . DISCERNIMENTO ESPIRITUAL E EMOCIONAL 40
CAP 5 . A CURA ATRAVÉS DO PERDÃO GENUÍNO 50
CAP 6 . CURA DOS SENTIMENTOS QUE MATAM 62
CAP 7 . A CURA EMOCIONAL DE QUEM SOFREU DIVERSOS ABUSOS 74
CAP 8 . CURA DO SENTIMENTO DE ORFANDADE 88
CAP 9 . A CURA DAS MEMÓRIAS 102
CAP 10 . CURA DOS COMPLEXOS DA ALMA 114
CAP 11 . A CURA DO MEDO 130
CAP 12 . A CURA DA AUTOIMAGEM 136
CAP 13 . COMO SAIR DA PRISÃO EMOCIONAL E MENTAL? 146
CAP 14 . A GLÓRIA DE DEUS 158
 UMA PALAVRA FINAL 166
 COMPILADO 168
 BIBLIOGRAFIA 172
 SOBRE OS AUTORES 173
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
. 6 . . 7 .
Nós vivemos numa era globalizada, o que nos aponta para um 
avanço tecnológico. As pessoas tornaram-se virtuais, suas emo-
ções trancadas dentro si, onde não há espaço para o arrependimento. 
O que antes pregávamos “arrependimento”, infelizmente 
hoje, alguns têm pregado “relativismo”. Não há relativismo e acompa-
nhamento para hábitos pecaminosos, e sim, a cruz de Cristo. A nossa 
vida emocional está ficando atrofiada, às vezes até culpamos as trevas, 
porém, as escolhas partem do nosso livre arbítrio. 
Precisamos compreender que a vida ressurreta e espiritual 
culmina em sermos conformados com a morte de Jesus. A nossa vida 
espiritual e emocional ficará saudável quando nos rendermos a mor-
te de Cristo; para que o poder da sua Ressurreição venha nos avivar. 
Essa redenção é uma escolha, onde ressurgiremos para mergulhar na 
imagem e semelhança do Criador. Ao entendermos essa verdade, vive-
remos de forma livre diante de Deus. Quem de fato nasceu no Espírito, 
vai entender que a primeira revelação é a do Senhor crucificado, como 
Aquele que carrega os nossos pecados, as nossas abominações, as mal-
dições, as enfermidades emocionais e sentimentais. O resultado desta 
compreensão é a nossa transformação.
Na cruz, morremos para o eu: o orgulho, a confiança própria, 
a justiça própria, morremos para áreas emocionais doentias. 
O resultado dessa morte para o mundo é a manifestação do 
poder da ressurreição de Cristo em nossa vida. Assim veremos Jesus 
vivendo através de nós. 
Em sua aula sobre A Conformidade com a morte de Cristo, a 
Dra. Neuza Itioka diz que através da oração e comunhão com Jesus, 
entenderemos que Ele vence o pecado por nós; é Ele quem vence o dia-
bo por nós; é Ele quem nos afasta das tentações do mundo; é Ele quem 
nos ajuda a manifestar o caráter de Deus Pai, e a mansidão; é Ele quem 
nos faz reconhecer o pecado e nos quebranta de verdade.
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
. 8 . . 9 .
Quando nós compreendemos e vivemos a conformidade 
da morte de Cristo, de forma contínua, a verdadeira vida renasce. 
As nossas emoções e pensamentos serão sadios e vivos. Como funcio-
na na prática? – Simples, uma vida voltada à direção das coisas do alto, 
onde Jesus vive, nos fará compreender e entender sobre essa morte. 
Morrer para si: negar as coisas que mais gostamos, apreciamos e ama-
mos, quando Deus pedir.
A Batalha Espiritual não desqualifica a obra da Cruz, e nem 
da ênfase nas obras das trevas como eixo da existência humana, pelo 
contrário, essa Batalha é real, o Evangelho de Cristo tem um inimigo 
que nos persegue 24h por dia, sem parar, ele tenta nos tragar. Os pri-
meiros apóstolos alertavam sobre este inimigo, o diabo. Infelizmente, 
ele é real, e tentará nos destruir, minando a nossa fé, usurpando as 
nossas emoções. No entanto, o Evangelho de Cristo anuncia a derro-
ta deste inimigo – e, quando vivemos centrados na Pessoa de Cristo, 
compreenderemos que a graça do nosso Senhor e Salvador muda to-
das as coisas. Timothy Keller diz que a graça muda desde o coração do 
homem até o mundo inteiro, e que a graça é o fator da cura do coração 
do homem. Por isso, devemos colocar toda a nossa estrutura emocio-
nal aos pés de Cristo, e compreender que não existem fórmulas para 
sermos curados, a não ser pela obra de Jesus!
Thiago Baeta Corrêa
Jornalista e editor-chefe
Editora AMAR
SOBRE A COLETÂNEA
“BATALHA ESPIRITUAL”
A coletânea Batalha Espiritual terá dois volu-
mes, o primeiro volume é sobre Cura Interior, 
o segundo será Como Manter a Libertação. Essa 
coletânea foi escrita pela Dra. Neuza Itioka, 
junto com a professora e teóloga Ana Ribeiro, 
e o jornalista e editor-chefe, Thiago B. Corrêa. 
O nosso desejo é que o Espírito Santo traga 
um novo conhecimento sobre o assunto, para 
que a multiforme sabedoria do Pai seja reve-
lada a todos nós. Jesus pode curar as nossas do-
res mais íntimas, Ele é soberano!
No final do livro, no COMPILADO, você 
poderá ver a distribuição dos estudos, como 
também a organização de cada capítulo 
deste volume.
Equipe Editorial AMAR
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
. 10 . . 11 .
“Às vezes, é uma palavra ou uma obra 
específica de Jesus que penetra no 
coração e começa a despedaçar a dureza 
que obstrui a luz da beleza de Cristo.”
John Piper
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
. 12 . . 13 .
CAPÍTULO 1
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
. 14 . . 15 .
Nunca é demais considerar o significado da cruz, o poder do san-
gue do Cordeiro derramado na cruz do Calvário, testemunhan-
do, com a sua boca essa vitória (Ap 12.11). Assim, a pessoa precisa assu-
mir sua posição de filho de Deus, recebendo e exercendo a autoridade 
de Cristo contra os demônios (Ef 6.11); e precisa aprender a resistir a 
satanás, humilhando-se na presença de Deus (Tg 4.7).
Precisamos ter alguns princípios para o ministério de cura in-
terior. Jesus Cristo veio para libertar os cativos de Satanás. Milhares 
de pessoas, que caíram no engodo do inimigo merecem saber da boa 
nova, merecem experimentar a liberdade em Cristo. Ele é o mais inte-
ressado em pôr em liberdade os capturados pelo inimigo. A Igreja de 
Jesus precisa colocar o seu amor e o seu poder à disposição dos que 
estão desesperadamente oprimidos e não têm nenhuma outra alterna-
tiva para se tornarem livres do cativeiro espiritual, emocional e físico 
de um guardião terrível e inescrupuloso. 
O Senhor Jesus veio para destruir a obra do diabo. Ele é o li-
bertador por excelência, e outorgou à sua Igreja o mesmo direito e au-
toridade para lidar com as questões que envolvem o ser humano: bio, 
psico e social, para exercer o papel profético e sacerdotal de libertar os 
oprimidos. Que a igreja possa crescer na percepção do mundo espiritual 
e emocional e aprender a lidar com o poder e a autoridade do Senhor.
“O Espírito do Senhor, está sobre mim, pelo que me ungiu 
para evangelizar aos pobres; enviou-me para proclamar libertação aos 
cativos e restauração da vista aos cegos; para pôr em liberdade os opri-
midos, e apregoar o ano aceitável do Senhor.” (Lc 4.18-19)
O ministério de libertação não consiste em apenas expulsar 
demônios, mas sim curar a pessoa na sua totalidade emocional, espi-
ritual e física, reintegrando-a na vida da sociedade, através da comu-
nidade cristã. A libertação deve acontecer no contexto da cura total 
do indivíduo, significando a sua recuperação e reintegração integral. 
O objetivo final da cura é a inteireza, ou totalidade, em Cristo, uma 
pessoa preenchida em relação a Deus e aos outros. À vista disso, o 
ministério de libertação e cura interior deve ser realizado em etapas de 
aconselhamento, de cura das memórias, de expulsão de espíritos, e de 
discipulado intenso, no conhecimento da Palavra.
Na minha experiência, há mais de 30 anos atuando neste mi-
nistério, observei alguns princípios, e quero compartilhar com vocês.
O Senhorio de Jesus Cristo
Uma clara orientação básica do senhorio de Jesus Cristo é im-
prescindível. O entendimento emocional de que somos desafiados a 
descobrir a glória de estar debaixo de outro tipo de senhorio, deal-
guém que nos amou tanto, a ponto de morrer por nós, é colocar em 
ordem a nossa vida interior. 
Por muito tempo o indivíduo desenvolveu um padrão de sub-
missão em que foi reduzida e extinta a sua mente e a sua vontade. Por 
longo momento a mente do indivíduo não esteve acostumada a pensar 
por si, pois ele havia se tornado um mero instrumento nas mãos de um 
outro, seja um líder (cristão ou não), chefe, mentor (cristão ou não), na-
morado (a), pais e irmãos. Nós precisamos descobrir o que Deus quer 
que pensemos, e tratar de colocar dentro de nós esses pensamentos.
Nós devemos encher a nossa mente de coisas produtivas, sem-
pre compreender que apesar das aflições da vida, Deus sempre dese-
jará o nosso melhor. Os seus pensamentos para nós, são pensamentos 
de paz, e não de mal. Deus torna real cada pensamento que temos a 
respeito dele, desde que estejam de acordo com o seu caráter e Palavra. 
Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o 
que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se 
há algum louvor, nisso pensai.1
A imagem de Deus que consiste em desenvolver a vontade 
e a liberdade humana precisa ser redescoberta, como dons de Deus, 
e a pessoa deve perceber a importância e a sublimidade da vontade 
#1 . A BATALHA ESPIRITUAL E A CURA INTERIOR
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
. 16 . . 17 .
humana aos olhos de Deus e dos outros seres humanos. Deve aprender 
a interagir saudavelmente com o Senhor, no exercício da sua vontade. 
O fatalismo e a nulificação da vontade própria do antigo padrão de 
pensamento devem ser combatidos e substituídos por uma nova per-
cepção, a de um Senhor que nos trata como filho. 
Direitos e Privilégios de um Filho
Os direitos e privilégios de um filho de Deus, a nova posição 
diante de Deus, dos principados e potestades, de si mesmo e diante da 
nova comunidade; a autoridade espiritual de que ele agora está inves-
tido em Cristo Jesus, assentado com o Senhor (Ef 2.6); os direitos do 
filho de usar o nome do Filho, Jesus Cristo, como herdeiro de Deus e 
coerdeiro juntamente com Cristo, devem ser entendidos e exercitados 
na vida prática (Rm 8.12-17). Isto vai ajudá-lo na descoberta da nova 
identidade em Cristo. 
O Plano de Deus para o Homem como um Todo
As questões básicas da vida cristã e o lugar da Bíblia e seu 
uso devem ser compartilhados tão logo quanto possível. O estudo da 
Palavra, juntamente com sua meditação e memorização é uma área 
que a pessoa precisa desenvolver para disciplinar a mente. O conhe-
cimento da doutrina básica do Cristianismo – a vida de Jesus, a vida 
cristã, a pessoa do Espírito Santo – será fundamental para que tenha 
um quadro completo do significado da nova vida em Cristo. Um bom 
treinamento nas perspectivas bíblicas ajudará a completar a cura nas 
áreas de pensamento e fantasia que tenham sido atingidas pelas pra-
ticas dos pecados. 
A memorização das Escrituras vai ajudá-lo no exercício de 
destruir as fortalezas e os sofismas que a mente dominada por outro 
senhor costumava construir (2Co 10.4).
Caráter e Fruto do Espírito Santo
Outro ponto é aprender a refletir a vida de Cristo, o seu cará-
ter como a manifestação do fruto do Espírito Santo. 
Algumas áreas de nossas vidas não poderão ficar sob controle 
do Espírito Santo de um dia para outro; levará algum tempo. E não 
acontecerá apenas pelo exercício da vontade própria e pela determi-
nação humana. O mais importante é a pessoa experimentar o poder 
do Espírito Santo de Deus intervindo na sua vida por completo. Nada 
é pela nossa força, tudo é pela graça. Precisará lembrar que Jesus veio 
fazer por nós o que não podíamos fazer com nossas forças (Rm 8.3-4).
Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da 
lei do pecado e da morte. Porquanto o que era impossível à lei, 
visto como estava enferma pela carne, Deus, enviando o seu 
Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado conde-
nou o pecado na carne; Para que a justiça da lei se cumprisse 
em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o 
Espírito. Porque os que são segundo a carne inclinam-se para 
as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito para as 
coisas do Espírito. Porque a inclinação da carne é morte; mas 
a inclinação do Espírito é vida e paz. Porquanto a inclinação 
da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de 
Deus, nem, em verdade, o pode ser. Portanto, os que estão na 
carne não podem agradar a Deus. Vós, porém, não estais na 
carne, mas no Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em 
vós. Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal 
não é dele.2
Ética Sexual Bíblica
Para quem viveu uma vida promíscua de imoralidade, somen-
te o entendimento de um plano superior que Deus traçou, desenhando 
e delineando na própria natureza humana, poderá ajudar a recuperar 
#1 . A BATALHA ESPIRITUAL E A CURA INTERIOR
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
. 18 . . 19 .
uma visão saudável de si e dos outros nessa área. Há uma distorção de 
valores, da imagem do homem e da mulher, quer seja por pecado ou 
pela cruel humilhação sofrida na área sexual, física e psicológica.
Essa área que foi “abusada” terá de ser recuperada, através 
da compreensão do plano de Deus para o ser humano, criado como 
homem e mulher à semelhança e imagem de Deus; plano de Deus que 
criou homem e mulher para desfrutar o sexo dentro dos padrões por 
Ele traçados. Eu escrevi um livro sobre Restauração Sexual3, onde trago 
uma abordagem sobre a sexualidade diante dos olhos de Deus.
O Entendimento Apropriado do Poder
Este poder consiste em colocar-se diante de Deus, como ser 
humano em obediência, para glorificá-lo. É um poder para morrer para 
os intentos pecaminosos do ser humano e descobrir o lugar próprio 
para servir a Deus e à sua Igreja.
A pessoa, o fruto do Espírito Santo e seus dons devem ser clara-
mente ensinados, e a busca de mais excelentes dons deve ser encorajada. 
Entendimento:
Nós vivemos num mundo de conflitos, uma intensa bata-
lha é travada em nosso interior. Estamos inseridos nas tentações de 
um mundo doentio, ao mesmo tempo, temos a promessa de estar-
mos inseridos na família de Deus. Em seu livro sobre mentalidade4, 
Thiago Baeta mostra que é através de uma mentalidade curada, pelo 
Espírito Santo, que o nosso homem interior compreenderá a maravi-
lhosa graça, por intermédio do Senhorio de Jesus, e o seu plano de nos 
salvar do diabo e de nós mesmos. 
Além das hostes espirituais da maldade, nós temos hostes 
dentro do nosso interior, que sairão através do arrependimento e mu-
dança de hábito. Éramos inimigos de Deus, do seu plano original de 
amor, mas, Jesus não teve nojo, Ele quis conhecer a humanidade, e nos 
resgatou. Antes de tudo, havia a Palavra, a Palavra presente em Deus, 
Deus presente na Palavra, a Palavra era Deus. Jesus é a Luz encarnada, 
a Luz que direciona à Vida. A Luz estava no mundo, e o mundo não a 
acolheu. Jesus veio para o seu povo (mundo), mas eles não o quiseram. 
Mas, os que o aceitaram de verdade, pela sua graça são chamados de 
filhos de Deus (Jo 1). 
E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados. 
Em que noutro tempo andastes segundo o curso deste mun-
do, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que 
agora opera nos filhos da desobediência. Entre os quais to-
dos nós também antes andávamos nos desejos da nossa 
carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e 
éramos por natureza filhos da ira, como os outros também. 
Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito 
amor com que nos amou. Estando nós ainda mortos em nos-
sas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça 
sois salvos). E nos ressuscitou juntamente com ele e nos fez 
assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus. Para mos-
trar nos séculos vindouros as abundantes riquezas da sua 
graça pela sua benignidade para conosco em Cristo Jesus. 
Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem 
de vós, é dom de Deus.5– x –
1. Filipenses 4.8
2. Romanos 8.2-9
3. ITIOKA, Neuza. Restauração Sexual, São Paulo (SP), Editora AMAR, 2016.
4. BAETA, Thiago. Mente Profética, São Paulo (SP), Editora AMAR, 2018.
5. Efésios 2.1-8
#1 . A BATALHA ESPIRITUAL E A CURA INTERIOR
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
. 20 . . 21 .
CAPÍTULO 2
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
. 22 . . 23 .
O Espírito do Senhor DEUS está sobre mim; porque o 
SENHOR me ungiu, para pregar boas novas aos mansos; 
enviou-me a restaurar os contritos de coração, a proclamar 
liberdade aos cativos, e a abertura de prisão aos presos. 
A apregoar o ano aceitável do Senhor e o dia da vingança do 
nosso Deus; a consolar todos os tristes. A ordenar acerca dos 
tristes de Sião que se lhes dê glória em vez de cinza, óleo de 
gozo em vez de tristeza, vestes de louvor em vez de espírito 
angustiado; a fim de que se chamem árvores de justiça, plan-
tações do Senhor, para que ele seja glorificado.1
O ministério de cura interior está relacionado em proclamar 
a obra redentora de Jesus Cristo. Apenas os mansos e humildes pode-
rão receber a cura celestial (Mt 11.28-29). A restauração para o coração 
doente vem da vingança do Senhor contra os inimigos de nossa alma. 
Por meio da sua glória, o Senhor nos cura, tira a poeira de morte, e nos 
coroa com a sua Vida (Is 61.3). Toda angústia é transformada em ado-
ração, pois, entenderemos os propósitos do Senhor. 
Mas como poderemos entender essa verdade espiritual, se a 
Igreja de Jesus está inserida dentro de uma sociedade feiticeira e idóla-
tra; permissiva; e corrupta?
Para que possamos ordenar acerca dos tristes que lhes dê glória 
em vez de cinza, óleo de gozo em vez de tristeza, vestes de louvor em vez de 
espírito angustiado; a fim de que se chamem árvores de justiça, plantações do 
Senhor, para que ele seja glorificado; o cristão deve atuar como luz, com 
uma vida integra e verdadeira para que a sua autoridade seja autêntica.
Jesus é a maior autoridade tanto na questão divina, quanto 
na esfera terrena, e essa autoridade Ele entregou aos seus seguidores. 
Quando os onze discípulos partiram para a Galileia e foram 
ao monte que Jesus havia indicado, ao verem Jesus Ressurreto, o ado-
raram. Porém, alguns dos discípulos duvidaram. Jesus se aproximou 
deles e disse: “Toda autoridade no céu e na terra me foi dada”.2 
#2 . O MINISTÉRIO DE CURA INTERIOR
Às vezes como discípulos de Jesus, nós podemos duvidar 
dessa autoridade espiritual, nesta dúvida, nós abrimos espaço para os 
demônios agirem. Nós somos provados ao longo do caminho, a nossa 
situação psicológica e espiritual enfrenta um conflito. Com o auxílio 
do Espírito Santo, nós precisamos buscar colocar em ordem o nosso 
mundo interior: mente, coração e alma. A partir deste eixo, com o agir 
do Espírito Santo dentro de nós, poderemos ver de forma clara e viva 
o Senhor mover o mundo exterior que estamos inseridos e vivemos. 
O mundo atual é dominado por conflitos, o que já havia sido 
profetizado por Jesus “No mundo terei aflições, mas tende bom ânimo, 
pois, eu venci o mundo”.3 
O segredo de vencermos as mazelas que encontramos numa 
era dominada pelas trevas, é focarmos a nossa atenção em Jesus. 
Acima das aflições: físicas, emocionais e espirituais, precisamos ter a 
mente firme em Cristo. Dessa forma, as hostes espirituais da maldade 
não poderão nos afligir, porque estaremos unidos com Jesus. Como um 
bom brasileiro, eu amo café. Certo dia estava no escritório da Editora 
AMAR, e fui levado pelo Senhor a ler o que estava escrito na emba-
lagem da lata do café. Observei no rótulo a palavra ALMA, e o sig-
nificado estava escrito -- “A palavra alma vem do latim “Animu”, ou 
aquilo que nos anima. Quando fazemos algo com alma, despertamos 
o que nós temos de mais inspirador”. Conforme acabei de ler o signifi-
cado de alma, o Espírito Santo ministrou em meu coração - “Filho, foi 
isso que Jesus disse: tende alma, pois eu venci. A sua alma será curada 
quando ela olhar para Jesus, e não para as aflições do mundo que Ele 
já venceu”. 
Enquanto estava na terra, Jesus convidou e chamou os seus 
discípulos para: conviver, andar; orar; chorar; ministrar; enfrentar pro-
blemas e ouvir o Pai com Ele. Além disso, Jesus também os ensinou: a 
perdoar, a suportar e a crer. Dentro do ministério de libertação e cura 
interior, nós precisamos compreender que o discipulado faz parte do 
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
. 24 . . 25 .
processo do Reino. E que também teremos que auxiliar, pela ajuda do 
Espírito Santo, os nossos irmãos que sofrem na área emocional. Os dis-
cípulos na convivência com Jesus, foram desafiados:
• Se conhecerem mutuamente.
• Se perdoarem mutuamente.
• Se suportarem mutuamente.
• A levarem a carga uns dos outros.
Para que possamos viver de forma sobrenatural e física, deve-
mos compreender que esse desafio apresentado por Jesus, serve para 
nós também. Contudo, precisamos ter a nossa vida emocional curada, 
e testemunhar essa cura interior. Assim, saberemos que amar não é 
competir, e sim, colaborar, respeitar e doar. Viveremos numa comu-
nidade sadia e avivada. Quando estamos emocionalmente saudáveis, 
iremos orar, crescer e edificar ao próximo. A edificação não vem pelo 
conhecimento humano, mas, através do amor que tudo suporta – 
“O saber ensoberbece e o amor edifica”.4 
Acima da Fraqueza Emocional
Em seus estudos sobre o Evangelho de João, a Dra. Neuza 
Itioka analisa que a vida do filho de Deus, deve refletir a glória do Pai. 
Essa era a obra de Jesus, revelar a Glória do Pai. Um cristão que não 
tem sua vida interior em ordem, não poderá viver a plenitude da glória 
de Deus. Apenas aquele que nasceu de novo, que é cheio do Espirito 
Santo, maduro na vida espiritual e emocional, poderá ser aberto à vida 
que Deus nos propõe, por meio de Jesus Cristo.
O diabo pode nos tentar, o adversário de Deus atacará as nos-
sas fraquezas. O príncipe do mal tentou Jesus. 
Em sua vida na terra, Jesus foi tentado a cair, a pecar contra 
Deus. Após um período de jejum, Jesus esteve vulnerável, e na sua 
fraqueza, o diabo questionou a identidade do Filho de Deus. Todavia, 
Jesus tinha a convicção de quem era (Mt 4.1-11). 
É importante que nossas fraquezas estejam escondidas em 
Deus. Jesus foi tentado em tudo, porém, Ele não pecou (Hb 4.14-16). 
A identidade está relacionada com as nossas emoções também, e, 
uma vida emocional. E, uma vida emocionalmente ferida nunca com-
preenderá o real amor de Deus.
O Homem Interior
O nosso homem interior precisa fugir da aparência do mal: 
dinheiro, poder e vida depravada. Não podemos desistir, porém, 
resistir e fugir do mal. Ainda que por fora (homem natural) pareça 
que tudo está se acabando, por dentro, onde Deus está criando uma 
nova vida (homem interior), a sua graça é revelada. É dentro da nos-
sa casa interior que Jesus disse “não deis lugar ao diabo”. É de den-
tro para fora que o Espírito Santo age revelando a sua maravilhosa 
Presença. – “Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso ho-
mem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em 
dia. Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós 
um peso eterno de glória mui excelente”.5 Devemos nos renovar in-
teriormente – viver uma vida santa e coerente, viver o perdão, ora 
perdoando, ora sendo perdoado.
Um Discípulo Maduro 
A maturidade é para todas as áreas: emocional, espiritual 
e física. Emocionalmente devemos ter a consciência de que a cura 
não está em nossas qualidades e faculdades intelectuais, pelos nossos 
esforços e virtudes humanas, muito menos pelas nossas experiências 
e estudos, e sim, que a cura vem da cruz. É a partir do verdadeiro ar-
rependimento dos nossos pecados, que encontraremos o Reino apre-
sentado por Jesus.
Através de uma consciência espiritualmente madura, sabe-
remos que Deus nos usa apesar de nossas falhas, pela sua graça 
e misericórdia.
#2 . O MINISTÉRIO DE CURA INTERIOR
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
. 26 . . 27 .
Um verdadeiro discípulode Jesus, com seu emocional cura-
do, não busca a sua própria glória, não crê que seja mais espiritual do 
que o próximo, mas, consegue amar sem vaidade. O discípulo que tem 
a sua identidade firmada na Rocha (Jesus), não se enfurece quando 
é acusado injustamente, nem se ira quando é tratado de forma cruel. 
A sua carne e o seu ego são crucificados.6 
A vida interior do discípulo maduro, tem a consciência de que 
depende do Espírito Santo, que a sua confiança está nele, e que a sua 
vida e ministério aqui na terra é cooperar com o Pai. O filho ouve a voz 
do Pai, como também, a voz do Bom Pastor, e é guiado por Ele.
A graça é o meio que o Espírito Santo usa para nos curar, a sua 
paciência em nos amar e desenvolver em nós o que havíamos perdido 
como filhos segundo à imagem e à semelhança de Deus Pai. A graça é 
o vínculo com a cruz de Cristo que nos conduz a consciência de que o 
pecado nos afasta da presença de Deus. Através da Palavra de Deus, 
nós podemos ter uma ideia de como devemos pensar, o que devemos 
sentir e cultivar dentro de nós – alegria, mansidão, amor, paz, pureza, 
domínio próprio e vida. A cura interior é um meio para compreender-
mos o que Jesus faz com o nosso homem interior, cura e transforma, 
para que possamos alcançar a sua plenitude de glória em glória. 
Os lugares escuros do nosso mundo interior podem ser vi-
sitados pela Luz. Quando nos abrimos para Jesus, Ele pode trazer à 
tona tudo aquilo que escondemos do mundo exterior. Quando o Es-
pírito Santo coloca em ordem o nosso mundo interior, a nossa ótica a 
respeito do agir de Deus no mundo exterior é alterada para o louvor 
da sua glória.
Entendimento:
A cura interior começa pelo arrependimento. Quando confes-
samos os nossos pecados, o apóstolo Tiago ensina que somos curados.7 
Não é possível uma cura completa na área emocional e mental caso 
não reconheçamos a nossa necessidade da obra de Cristo. A verdadeira 
cura vem quando nos relacionamos com Deus, é a partir desse rela-
cionamento que a nossa verdadeira identidade fluirá. Pois, viemos de 
Deus, e para Ele, restaurados em Cristo, voltaremos. 
Na cura interior quem trabalha é a Graça de Deus, e não quem 
ministra. Quanto mais nos relacionamos com Deus, mais viveremos de 
forma sadia e madura. 
Quando nos humilhamos debaixo das poderosas mãos de 
Deus, a humilhação vira honra, pois, reconheceremos a Soberania do 
Senhor8. Quando vivemos de forma dependente de Deus, a sua mão 
cuida de nós. A sua mão esmaga o nosso orgulho. A nossa dependência 
de Deus lança fora todo medo e preocupação. Como filhos saberemos 
que Ele cuida de nós.
– x –
1. Isaías 61.1-3
2. Mateus 28.19
3. João 16.33
4. 1 Coríntios 8.1-3
5. 2 Coríntios 4.16-17
6. 1Coríntios 3.1-9, Gálatas 2:19-20, Gálatas 5.24, Gálatas 6.14. 
7. Tiago 5.16
8. 1 Pedro 5.6-7
#2 . O MINISTÉRIO DE CURA INTERIOR
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
. 28 . . 29 .
CAPÍTULO 3
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
. 30 . . 31 .
Após a sua Queda, o ser humano ficou suscetível ao erro e a uma 
mentalidade maldosa, tudo que era contra Deus e a sua Glória o 
homem e a mulher começaram a pensar. Quando a raça humana come-
çou a aumentar em número, nasciam cada vez mais filhas (mulheres), 
e os filhos de Deus perceberam que as filhas dos homens eram bonitas. 
Então, passaram a prestar atenção nelas e a escolher àquelas mulheres 
como esposas. Deus disse “Por causa da malignidade do ser humano mor-
tal, o Espírito que lhe dei não permanecerá nele para sempre; portanto, ele não 
viverá além dos cento e vinte anos”. (Gênesis 6.3 BKJ).
Deus viu que a maldade do homem estava fora de controle, 
o ser humano estava entregue a uma mentalidade depravada e escu-
ra, pois, ele não caminhava mais com Deus para extrair dele a vida. 
Os pensamentos sujos tomaram conta do coração humano. “Contudo, 
o Senhor observou que a perversidade do ser humano havia crescido muito na 
terra e que toda a motivação das ideias que provinham das suas entranhas era 
sempre e somente inclinada à prática do mal.” (Gênesis 6.5 BKJ).
Paulo nos expõe a sua ideia sobre essa condição da mente 
humana: “porquanto, mesmo havendo conhecido a Deus, não o glorificaram 
como Deus, nem lhe renderam graças; ao contrário, seus pensamentos passa-
ram a ser levianos, imprudentes, e o coração insensato deles tornou-se trevas”. 
(Romanos 1.21 BKJ).
O que Paulo mostra é que a razão da loucura da mente hu-
mana está voltada pela sua desobediência a Deus, e que toda a huma-
nidade é indesculpável sobre a revelação da Soberania de Deus e os 
seus atributos revelados na criação. E que Deus trouxe o juízo para o 
homem e sua pecaminosidade, o entregando aos seus próprios dese-
jos: “Além do mais, considerando que desprezaram o conhecimento de Deus, 
Ele mesmo os entregou aos ardis de suas próprias mentes depravadas, que os 
conduz a praticar tudo que é reprovável”. (Romanos 1.28 BKJ).
A mente humana sem a revelação de Deus está inserida na es-
curidão, no caos completo, sem forma e sem vida. O Espírito Santo tem 
o papel de iluminar a nossa mente para que possamos experimentar a 
boa, a perfeita e a agradável vontade de Deus em todos os sentidos de 
nossas vidas. 
Não adianta brigarmos para que o ser humano venha aceitar a 
Cristo, se ele não for convencido do seu pecado, ou seja, da sua própria 
vontade e desejo de estar no barro. Para Deus existem somente dois 
tipos de seres: os “vivos” e os “mortos”. Aqueles que estão no barro 
sem o fôlego de vida, e os que aceitaram a Vida. 
Não fazemos ideia do que se passa na mente de cada ser hu-
mano, até que nos deparemos com a Mensagem do Evangelho, que nos 
transforma de dentro para fora. 
A Condição da Mente Humana no Pecado
“Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus”. 
(Romanos 3.23 ACR).
A condição do ser humano é o pecado, isto é pela escolha da 
sua natureza. Além de compreendermos quem é Jesus de Nazaré, pre-
cisamos entender quem nós somos. 
Jesus de Nazaré é apontado como o Senhor do céu (divindade), 
mas também é reconhecido como o Salvador dos pecadores. O que nos 
revela a sua totalidade como Deus e como homem. A missão de Jesus 
foi realizar sinais e maravilhas a favor de pessoas necessitadas por um 
Caminho de Verdade, como de Vida. 
John Stott diz que “Somente depois de contemplarmos claramente 
quem somos teremos condições de perceber a beleza do que Ele fez por nós e 
está pronto a nos oferecer”1.É fato, precisamos compreender quem nós 
somos, para que tenhamos uma ação de transformação. A realidade 
humana é pecaminosa, não podemos fugir dessa condição, a não ser 
reconhecer a dependência de um Salvador.
#3 . A CONDIÇÃO DA MENTE HUMANA NO PECADO
https://www.bibliaonline.com.br/acf/rm/3/23
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
. 32 . . 33 .
O pecado é uma realidade presente na vida do homem, des-
de a sua queda, o ser humano está entrelaçado a nascer no pecado e 
iniquidade. O rei Davi escreveu uma oração, reconhecendo a sua limi-
tação, quando o profeta Natã o confrontou, depois que o rei cometeu 
adultério com Bate-Seba. Davi orou: “Reconheço que sou pecador desde o 
meu nascimento. Sim, desde que me concebeu minha mãe”2. 
A nossa mente está sujeita ao pecado, devemos entender 
que tanto a nossa mente como coração precisam da obra de Cristo. 
Não adianta pensarmos nas coisas do alto, se o nosso coração não esti-
ver também lá. O nosso íntimo não tem força para lutar contra o peca-
do, somente pela graça de Deus, encarnada em Cristo. Davi continuou 
a sua oração “Pois no meu íntimo reconheço as minhas transgressões, e trago 
sempre presente o horror do meu pecado”3. 
Quando reconhecemos a nossa condição e dependência de 
um Salvador, o véu é tirado da nossa mente e coração, e assim clama-
remos pela graça de Deus, que é a nossa força contra o mal que está 
dentro de nós. 
Davi reconheceu a sua condição “pequei contra ti, contra ti so-
mente, e pratiquei o mal que tanto reprovas”4. Por mais que ele tenha sido 
conhecido como o homem segundo o coraçãoe Deus, Davi teve de se 
humilhar, para ter a presença de Deus novamente. O pecado nos leva 
a ofender a Deus, como também ao próximo. O que Deus mais deseja 
é a verdade de dentro para fora.
R. C. Sproul expõe que; “Quando contemplarmos a face de 
Deus, todas as memórias de dor e sofrimento desaparecerão. Nossas 
almas serão totalmente curadas”. Nós fomos criados num mundo onde 
tudo parece ser sobre nós, pois, focamos tanto em nossos problemas, 
dores, passado e pensamentos ansiosos, que não compreendemos a be-
leza da cura, por meio de Cristo, que tudo é sobre Ele, e não sobre nós. 
O deus deste mundo nada tinha em Cristo, porque o tudo de Cristo 
estava na Glória de Deus Pai.
O Homem e o seu Pecado
Pela aceleração da ciência e da tecnologia, nós podemos ver 
que a abertura ao conhecimento presente tem apontado para muitos 
que o problema do mal da sociedade está no próprio homem, e não 
somente na sociedade que o homem vive. 
O pecado é algo universal, quase todos os escritores dos livros 
da Bíblia apontaram esse fato. O rei Salomão disse: “Na verdade que não 
há homem justo sobre a terra, que faça o bem, e nunca peque”5. O apóstolo 
João nos ensinou: “Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós 
mesmos, e não há verdade em nós”6. 
Da mesma forma que Davi sabia sobre a maldade que havia 
dentro da natureza humana, Jesus declarou que somente Deus (o Divino) 
era bom. Jesus lhe disse: “por que me chamas bom? Ninguém é bom, senão 
um, que é Deus”7. Mesmo sendo homem-Deus, Jesus apresentou a sua 
condição humana, sabendo que estava dentro de uma esfera terrena, e 
que por conta disso, estava sujeito à tentação, como ao pecado. Porém, 
Ele tinha sua mente e coração voltados ao Pai. 
Não temos um Sacerdote que não experimentou fraqueza e 
provações, pelo contrário, Jesus conheceu a nossa realidade humana, 
Ele viveu entre os pecadores e doentes, e disse que para esses Ele se fez 
carne, para salvá-los de sua realidade humana. “Pois não temos um sumo 
sacerdote que não seja capaz de compadecer-se das nossas fraquezas mas temos 
o Sacerdote Supremo que, à nossa semelhança, foi tentado de todas as formas, 
porém sem pecado algum”. (Hebreus 4.15 BKJ).
“E Jesus, passando adiante dali, viu assentado na alfân-
dega um homem, chamado Mateus, e disse-lhe: Segue-me. 
E ele, levantando-se, o seguiu. E aconteceu que, estando ele 
em casa sentado à mesa, chegaram muitos publicanos e peca-
dores, e sentaram-se juntamente com Jesus e seus discípulos. 
E os fariseus, vendo isto, disseram aos seus discípulos: 
Por que come o vosso Mestre com os publicanos e pecadores? 
#3 . A CONDIÇÃO DA MENTE HUMANA NO PECADO
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
. 34 . . 35 .
Jesus, porém, ouvindo, disse-lhes: Não necessitam de médico 
os sãos, mas, sim, os doentes”. (Mateus 9.9-12 ACR)
Jesus mostrou que veio oferecer misericórdia aos pecadores 
de fora, pois, os fariseus já conheciam a religião, e tampavam a sua na-
tureza pecaminosa com o conhecimento arrogante da Lei. Jesus disse: 
“Portanto, ide aprender o que significa isto: “Misericórdia quero, e não sacri-
fícios”. Pois não vim resgatar justos e sim pecadores”8. 
Jesus estava trazendo uma nova forma de pensar, sem barrei-
ras e demagogias, Ele estava revelando sobre uma mentalidade sem 
preconceitos e julgamento, pois, todos os homens estavam debaixo da 
mesma forma de vida “pecaminosa”. O teólogo Eugene H. Peterson 
transcreveu algo interessante que Jesus disse, no livro de Mateus 7.1-5:
“Não bombardeiem de críticas as pessoas quando elas come-
tem um erro, a menos que queiram receber o mesmo trata-
mento. O espírito crítico é como um bumerangue. É fácil ver 
uma mancha no rosto do próximo e esquecer-se do feio riso 
de escárnio no próprio rosto. Vocês têm o cinismo de dizer: 
‘Deixe-me limpar o seu rosto’, quando o rosto de vocês está 
distorcido pelo desprezo?”. 
O que é Pecado?
Precisamos entender que no panorama bíblico existem três eras: 
• QUEDA: o afastamento do homem da presença de Deus, 
e abertura ao pecado na vida humana. Onde inclui nossa 
esfera biológica, psicológica e social. O que hoje reflete o 
distanciamento de uma vida sadia e equilibrada. Concen-
trando em Deus a inspiração de existência, e a sua comu-
nhão em nosso cotidiano.
• RECONCILIAÇÃO: O ponto de início da obra de Cristo, 
onde Deus se fez homem, e através da sua obra reconci-
liou com Ele todas as coisas, entre o Céu e a Terra, as esfe-
ras visíveis e invisíveis, sejam tronos ou soberanias. Tudo 
foi reconciliado na cruz.
• REDENÇÃO: Onde o homem vive com Cristo, a partir do 
momento que ele aceita crer no Filho de Deus, é batizado 
e tem uma vida separada da pecaminosidade. O homem 
recebe o Espírito da Verdade, que testifica dentro dele que 
é filho de Deus. E que toda sua vida humana está sendo 
restaurada através da redenção de Jesus o Cristo.
Para que tudo isso fique claro, o homem que ainda não está 
em Cristo, e não tem o seu entendimento renovado e vivificado, não 
poderá compreender a sua condição de pecador.
A palavra “pecado”, na Bíblia, tem uma característica negati-
va, segundo John Stott – Quando considerado de forma negativa, o pecado 
é entendido como falha ou defeito, identificado por algumas palavras como 
lapso, deslize ou erro. Também é retratado como fracasso ou falha ao tentar 
atingir um alvo. Outras vezes na Bíblia, a palavra pecado é identifica-
da como maldade que vem de dentro, Sott diz “uma disposição interna 
para o mal”9. 
O pecado é transgressão, o que pode ser descrito como o ato 
de transpor um limite, transgredir a lei ou violar a justiça. Foi esse ato 
que Adão pecou, Deus disse: “Eis que agora o ser humano tornou-se como 
um de nós, conhecendo o bem e o mal. Não devemos permitir que ele também 
estenda a sua mão e tome do fruto da árvore da vida e comendo o possa viver 
para sempre”10. 
Para que tudo isso fique claro, o homem que 
ainda não está em Cristo, e não tem o seu 
entendimento renovado e vivificado, não poderá 
compreender a sua condição de pecador.
#3 . A CONDIÇÃO DA MENTE HUMANA NO PECADO
https://www.bibliaonline.com.br/acf/mt/9/9-12
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
. 36 . . 37 .
Aquele que sabe fazer o bem, mas não o faz, é pecador! Um dos 
exemplos de transgredir é quando quebramos os mandamentos, mes-
mo que resumidos por Jesus. Quando Jesus estava ensinando, alguns 
líderes religiosos estavam observando o seu discurso. E um deles fez 
uma pergunta: “Qual é o mais importante de todos os mandamentos?”. 
Jesus de prontidão respondeu: “O primeiro mandamento é: Ame o Senhor 
seu Deus com toda a paixão, toda a fé, toda a inteligência e todas as forças. 
O Segundo é: Ame o próximo como a você mesmo”11.
Jesus nos mostrou a importância de vivermos nesses manda-
mentos. A transgressão de amar a Deus é quando colocamos algo ou 
alguém em primeiro lugar em nossos pensamentos e em nossos cora-
ções, em vez do Senhor. John Stott resume que “pecado é fundamental-
mente a exaltação do eu à custa de Deus”12. 
John Stott instrui que Jesus prezou em nos conduzir a guardar 
esse mandamento de amar a Deus acima de todas as coisas, com todo o 
nosso coração, com toda a nossa alma e com todo o nosso entendimen-
to, para que a sua vontade fosse o nosso guia e a sua glória o nosso alvo 
de estar. Colocar Deus em primeiro lugar em nossos pensamentos, pa-
lavras e atos; no trabalho e nos prazeres da vida, como na amizade e 
relacionamento, no uso dos recursos financeiros, em nosso tempo e 
gasto de talentos, é amá-lo. Para nós que somos seres limitados é di-
fícil, porém para Jesus Cristo de Nazaré era prazeroso. Em tudo que 
fazia, Jesus incluía Deus, e Deus incluía Jesus nos resultados.
Mas, com a nossa mente focada nas coisas da terra, no coti-
diano e suas dificuldades, acabamos transgredindo contra Deus, no 
sentido de amá-lo. A quebra desse mandamento nos levará a praticar 
algo que Deus abomina: a idolatria de imagens de esculturas. 
A Idolatria Mental
Muitos de nós nunca fizemos imagens para adoração, po-
rém,por não dependermos de Deus, a nossa mente projeta em quem 
colocaremos a nossa confiança. Então, quantas imagens a nossa mente 
não acumula? A idolatria brota na corrupção do nosso interior, o após-
tolo Paulo escreveu em suas cartas aos Romanos: “Trocaram a glória 
do Deus imortal por imagens confeccionadas conforme a semelhança do ser 
humano mortal, bem como de pássaros, quadrúpedes e répteis”13. 
Recentemente escrevi um livro sobre a aceleração da porno-
grafia dentro da Igreja cristã contemporânea, com o título “Da Cultura 
Pornográfica à Alegria da Salvação”, e tenho recebido alguns convi-
tes para palestrar nas igrejas sobre o tema; infelizmente jovens, adul-
tos, solteiros, casados, homens, mulheres e crianças têm projetado a 
imoralidade sexual como fuga. É o pecado silencioso, que muitos in-
titularam: “Mas não tem problema, é uma coisa que está no mundo”. 
Pois então, este é o fato, a pornografia virou padrão mundano de se 
pensar. As imagens ficam registradas em nosso campo de memória, 
e somos levados a pecar mentalmente, com os pensamentos impuros. 
Por conta da idolatria a si mesmo e ao próximo, o espírito de 
prostituição e fornicação tem entrado nas mentes, e tirado a atenção 
de pensarmos em Deus. Paulo argumentou sobre a decadência huma-
na, que o fato estava na ira de Deus, pelo abandono do homem à sua 
vontade: “Por esse motivo, Deus entregou tais pessoas à impureza sexual, 
segundo as vontades pecaminosas do seu coração, para a degradação de seus 
próprios corpos entre si. Porquanto trocaram a verdade de Deus pela mentira, 
e adoraram objetos e seres criados, em lugar do Criador, que é bendito para 
sempre. Amém!”14.
A nossa imaginação faz parte de uma das faculdades do nosso 
campo mental, e se não voltarmos a pensar nas coisas que são do alto, 
seremos conduzidos ao padrão de um mundo sem Deus. Paulo escre-
veu um alerta aos romanos: “E não vos moldeis ao sistema deste mundo, 
mas sede transformado pela renovação das vossas mentes”15.
#3 . A CONDIÇÃO DA MENTE HUMANA NO PECADO
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
. 38 . . 39 .
Mente em Deus
Como cristãos e filhos de Deus, precisamos compreender que 
a nossa caminhada com Ele é um processo. Não adianta escondermos 
das pessoas, e abafarmos a nós mesmos, tentando crer que não temos 
pecado, seremos mentirosos. O amor de Deus precisa penetrar os cam-
pos da nossa alma e mente, para que possamos experimentar a sua 
boa, agradável e perfeita vontade. 
Deus nos revela o seu amor, que traz vida em sua totalidade. 
O nosso maior campo de batalha é a nossa mente, que nos conduz às 
vontades contaminadas pela maldade da Queda. Não será do dia para 
a noite que essa transformação virá, no entanto, é uma transformação 
gradativa, de glória em glória, em nossa caminhada diária. 
Por mais que estejamos rodeados de problemas, não podemos 
entregar a nossa mente a isso – por mais que não saibamos o que fazer 
e como fazer, a nossa obrigação como filhos de Deus é de entregarmos 
a situação atual que vivemos nas mãos do Pai, e crermos que Ele não 
nos abandonou. Podemos cair, mas não ficarmos prostrados, e nem 
permitir que o diabo e suas hostes da maldade nos arrastem para a 
margem daquilo que o Pai tem para nós. 
“Mas todos nós, que com a face descoberta contemplamos, 
como por meio de um material espelhado, a glória do Senhor, 
conforme a sua imagem estamos sendo transformados com 
glória crescente, na mesma imagem que vem do Senhor, que 
é o Eterno”. (2 Coríntios 4.18 BKJ).
Há muito mais do que podemos ver, o que poderá nos levar a 
crer que “aquele que iniciou a boa obra em vós, há de conclui-la até o Dia de 
Cristo Jesus”16.
Nós vivemos numa esfera de enfermidade emocional, mental 
e espiritual, que nos aterroriza de forma gritante; à vista disto, não 
devemos andar como se não tivéssemos foco, pois cremos que na cruz 
Deus iniciou uma obra de restauração que é gradativa. Caso a nossa 
mente nos conduza para níveis marginais, temos de olhar para cima, 
de onde vem a Salvação. 
O rei Davi em suas guerras e angustias, sabia que a sua Sal-
vação vinha do alto, ele não olhava para o terror das batalhas, mas 
mantinha a sua mente e olhos em Deus:
“Levantarei os meus olhos para os montes, de onde vem o 
meu socorro. O meu socorro vem do Senhor que fez o céu e a 
terra. Não deixará vacilar o teu pé; aquele que te guarda não 
tosquenejará”. (Salmo 121:1-3 ACR)
– x –
1. STOTT, John. Cristianismo básico. Viçosa (MG): Ed. Ultimato, 2007. p. 7
2. Salmo 51.5 BKJ
3. Salmo 51.3 BKJ
4. Salmo 51.4 BKJ
5. Eclesiastes 7.20 ACR
6. 1 João 1.8 ACR
7. Lucas 18.19 ACR
8. Mateus 9.13 BKJ
9. Ibd., p. 83.
10. Gênesis 3.23 BKJ
11. Marcos 12.30-31 MENSAGEM
12. Ibd., p. 85.
13. Romanos 1.23 BKJ
14. Romanos 23-25 BKJ
15. Romanos 12.2 BKJ
16. Filipenses 1.16 BKJ
#3 . A CONDIÇÃO DA MENTE HUMANA NO PECADO
https://www.bibliaonline.com.br/acf/sl/121/1-3
https://www.bibliaonline.com.br/acf/ec/7/20
https://www.bibliaonline.com.br/acf/1jo/1/8
https://www.bibliaonline.com.br/acf/lc/18/19
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
. 40 . . 41 .
CAPÍTULO 4
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
. 42 . . 43 .
O ministério de cura interior precisa ser acompanhado do dom de 
discernimento espiritual, pois, as hostes espirituais do mal sem-
pre tentarão nos enganar. 
Neste capítulo, nós veremos a definição e a necessidade 
desse dom, ainda mais, porque vivemos num país dominado pela 
prática mística. 
No livro “Deuses da Umbanda-implicações teológicas e pas-
torais”1, a Dra. Neuza Itioka traz um estudo mais profundo, neste 
momento, vamos apenas mostrar a importância de pedirmos este 
dom a Deus.
Discernimento: Definição e Necessidade
Tanto o povo hebreu no Antigo Testamento quanto a igreja 
primitiva nos dias dos doze apóstolos tiveram de estar atentos para 
discernir as fontes dos milagres. 
A igreja primitiva vivia num contexto místico e mágico, a 
presença dos espíritos imundos era algo comum; milagres e profecias 
faziam parte da sua vida. Assim, essa igreja tinha de desenvolver o 
discernimento para julgar o verdadeiro do falso. O exercício da habili-
dade de discernimento pela comunidade era algo fundamental para a 
sua sobrevivência.
Era muito importante a igreja andar harmoniosamente com o 
Espírito Santo. Para considerar o discernimento, temos de estabelecer 
alguns postulados. De acordo com a cosmovisão bíblica, estamos pres-
supondo o reconhecimento da existência de um mundo espiritual que 
interfere na nossa vida cotidiana. Isto é, vivemos num mundo anima-
do, de anjos (Hb 2.14) e espíritos malignos, todos eles, em última ins-
tância, sujeitos a Jesus Cristo (Cl 2.10), bem presente e atuante através 
do Espírito Santo.
Outro pressuposto importante é o reconhecimento de que os 
milagres acontecem, como nos dias da igreja primitiva, e a Igreja de 
Jesus Cristo é chamada para reproduzir o seu ministério de ensino, de 
pregação, bem como de cura (Mc 3.14-15; Mt 10.1).
O Antigo Testamento usa a palavra discernimento em deter-
minadas ocasiões. Uma delas é quando Salomão ora a Deus pedindo 
capacidade para julgar o povo – Dá, pois, ao teu servo coração compreen-
sivo para julgar a teu povo, para que prudentemente discirna entre o bem 
e o mal; pois quem poderia julgar a este grande povo? (1Rs 3.9 – grifo 
da editora)
O texto de Isaías 11.3 fala sobre a qualidade de discernimento 
ou capacidade de julgamento do rebento de Jessé, Jesus Cristo, que – 
deleitar-se-á no temor do Senhor; não julgará segundo a vista dos seus 
olhos, nem repreenderá segundo o ouvir dos seus ouvidos. A tradução 
“deleitar-se-á” é bastante diferente do original, pois o seu significado é 
“o fará sagaz” no temor do Senhor, isto é, “ter capacidade aguçada em 
cheirar ou perceber”.
Essa capacidade pode incluir dons espirituais. Este propósito 
é peculiarmente aplicável à pessoa de Jesus, a saber, muito além do que 
o religioso ou pio (piedoso) fosse capaz de conceber, Ele é dotado de 
discernimento perspicaz para governar o seu povo.O autor de Hebreus 
afirma que a capacidade de discernimento é para os adultos na fé:
“Mas o alimento sólido é para os adultos, para aqueles que, 
pela prática, têm as suas faculdades exercitadas para discer-
nir não somente o bem, mas também o mal.”2
Então o discernimento tem a ver com saber fazer diferença 
entre o que é certo e o que está errado. É perceber o sacrifício verdadei-
ro e agradável a Deus. É saber fazer uma escolha correta, tomar uma 
decisão sábia. Colocar em ordem as emoções e sentimentos, à luz da 
Palavra de Deus, para que o mal não encontre espaço para distorce a 
nossa realidade interior.
#4 . DISCERNIMENTO ESPIRITUAL E EMOCIONAL
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
. 44 . . 45 .
Paulo, além de apresentar o dom de discernir em 1 Corín-
tios 12.8-11, em sua lista de dons espirituais, em outro trecho dessa 
carta ele também emprega o verbo “discernir” – Ora, o homem natural 
não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não 
pode entendê-las porque elas se discernem espiritualmente3. 
O Interpreter’s Bible4 diz que o verbo “discernir”, aqui, além 
de significar “julgar”, também significa “examinar” ou “investigar”. 
O homem natural não pode discernir os dons do Espírito, pois ele não 
é habitado pelo mesmo doador para fazê-lo entender.
O Espírito Santo desempenha um papel importantíssimo para 
capacitar o cristão a lidar com a esfera espiritual e física. Jesus confron-
tou-se com o diabo e começou o seu ministério ensinando, curando e 
expulsando demônios, somente após ser cheio do Espírito Santo (Mt 4; 
Lc 4; Mc 1). Jesus teve autoridade tanto no âmbito espiritual, quanto 
no âmbito físico, com suas emoções e convicções alicerçadas na Pala-
vra de Deus.
Os Dons do Espírito Santo
Embora os próprios dons do Espírito Santo tenham de ser 
provados e testados, eles podem fazer parte dos critérios de discerni-
mento. Devem estar dentro do contexto do discernimento que leva em 
conta a Trindade. Os nove dons alinhados no capítulo 12 da primeira 
epístola aos Coríntios podem ser classificados como: 
• Dons de revelação (palavra de sabedoria, palavra de co-
nhecimento e discernimento de espíritos); 
• Dons de poder (fé, milagres e curas); 
• Dons de inspiração (profecia, diversidade de línguas e in-
terpretação de línguas).
Lembremo-nos de que os dons do Espírito Santo são muito 
mais do que esses que acabei de citar. Contudo, para o estudo sobre 
o discernimento, que estamos fazendo aqui, vamos analisar apenas 
alguns deles.
Os dons podem ser entendidos como a capacidade sobrena-
tural, concedida por Deus, para ministrar o Corpo de Cristo, seja para 
encorajar, exortar, curar, interceder, liderar, socorrer, pregar, profetizar 
e diferenciar os espíritos. Os dons de revelação operam muitas vezes 
juntos, tendo uma íntima conexão, completando um ao outro, para 
cumprir o propósito de Deus na vida do Corpo de Cristo.
James Dunn5 diz que, quando Paulo usa a palavra “revela-
ção”, ele aponta para o evento escatológico de Cristo, revelando o 
mistério do propósito final de Deus (Rm 16.25ss; Ef 3.3ss; Cl 1.26). 
Isso não se relaciona apenas com Jesus no seu passado histórico, mas 
em todas as vezes em que Ele se revela e esteja presente na atualida-
de. Todos os dons apontam, em última instância, para Cristo, por ser 
ELE o mistério a ser revelado e apresentado à humanidade como o 
plano salvífico de Deus.
Os cristãos de Corinto orgulhavam-se de ter um tipo especial 
de conhecimento e sabedoria para alcançar a salvação, como se ela fos-
se algo a ser atingido através do conhecimento (gnose) e da sabedoria 
(sophia), fruto do esforço humano – ao que Paulo se opôs veemente. 
Todos os dons têm de apontar para Jesus Cristo, e assim acontece com 
o próprio dom de discernir espíritos, distinguindo as fontes da origem 
da inspiração.
Gordon Lindsay6 diz que o dom de discernir espíritos possui 
um campo de atuação muito maior do que geralmente a ele se atribui. 
Um dos propósitos desse dom, diz ele, é capacitar os servos de Deus a 
perceber o mundo espiritual, além de discernir os espíritos imundos, o 
mal e a hipocrisia no meio do povo de Deus.
Outro propósito desse dom é discernir os espíritos maus do 
Espírito Santo de Deus, e dos anjos do Senhor. Os espíritos sedutores 
muitas vezes estão no meio do povo de Deus, fazendo-se passar como 
#4 . DISCERNIMENTO ESPIRITUAL E EMOCIONAL
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
. 46 . . 47 .
Espírito Santo. De acordo com Gordon Lindsay, Jesus enfrentou espí-
ritos imundos que tentaram passar por bons espíritos, pretendendo 
adorá-lo para poderem permanecer na pessoa onde habitavam, por 
muito tempo. Mas Jesus, sendo portador de todos os dons do Espírito, 
os desmascarava e os expulsava. O dom de discernir espíritos nos 
habilita a detectar instantaneamente a presença de um espírito enga-
nador e sedutor.
Caso uma pessoa não tenha passado pelo novo nascimento, 
ela poderá ser influenciada pelo mal, toda a sua parte emocional estará 
sujeita aos espíritos malignos, pois, não se abriu para que Jesus pu-
desse curá-la. Os filhos de Deus precisam sujeitar todas as suas áreas 
interiores ao Senhorio de Jesus!
Motivações Doentes
No Novo Testamento, o apóstolo Pedro usará desse dom. 
Um homem chamado Ananias, com a conivência da esposa, Safira, 
vendeu uma propriedade e guardou parte do valor da venda para si. 
Em seguida, entregou o restante aos apóstolos, como oferta. Mas, ines-
peradamente, Pedro lhe disse: “Ananias, como você permitiu que Satanás 
o levasse a mentir ao Espírito Santo, escondendo parte do dinheiro da venda 
da propriedade? Antes de vendê-lo tudo era seu; depois que a vendeu, poderia 
ter gastado o dinheiro como quisesse. Como foi cair nessa armadilha? Você não 
mentiu aos homens, mas a Deus”.7
Pedro detectou que a motivação do casal estava enferma. 
Que por conta disso, Satanás os conduziu ao engano. Foi assim com o 
primeiro casal da história, Adão e Eva. O adversário de Deus poderá 
nos levar à mentira, destruindo a nossa área emocional, e se não hou-
ver uma intervenção direta de Deus, cairemos no engano. 
Outro aspecto do dom de discernimento é detectar a fonte de 
milagres. Tomemos como exemplo a capacidade profética, cujo propó-
sito é exortar, confortar e edificar o povo de Deus. A profecia pode ser 
de origem divina, genuinamente inspirada pelo Espírito Santo, mas 
também pode ser psicológica (fruto da alma humana), e pode ter ori-
gem demoníaca. Muitas das condenações das palavras proféticas do 
Antigo Testamento não eram endereçadas contra as profecias demoní-
acas, mas, sim, contra as profecias provenientes da alma, do subcons-
ciente, tentando agradar os ouvintes.
As nossas emoções precisam estar alinhadas ao propósito de 
Deus, para que não erremos no uso dos dons. 
Frutos do Espírito e a Maturidade em Cristo
Os frutos do Espírito descritos em Gálatas 5.22 – amor, ale-
gria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, man-
sidão e domínio próprio – são considerados qualidades pessoais da 
pessoa do Senhor Jesus Cristo. Pois ninguém jamais foi tão cheio do 
Espírito como Jesus foi. Ele era tão pleno do Espírito que os frutos do 
Espírito eram uma expressão natural do seu ser.
Jesus restaurou toda à nossa maneira de sentir, amar e viver. 
Além de nos abrir o Caminho para um relacionamento vivo com o Pai. 
O nosso caráter será transformado, a partir do momento que a nossa 
relação com Deus for autêntica.
Não estaria Mateus 7.15-23 considerando que os verdadeiros 
discípulos de Jesus Cristo reproduziriam o seu caráter, isto é, os frutos 
do Espírito, pelo conhecimento e pela comunhão que teriam desenvol-
vidos com o seu Senhor? Que, por conhecer o Senhor e desenvolver 
uma comunhão com Ele, os cristãos devem reproduzir as qualidades 
pessoais de Jesus? 
O fruto do Espírito é o resultado natural da presença do 
Espírito Santo na vida da pessoa, mas os dons são dados. O fruto do 
Espírito dá testemunho e prova a presença inegável da terceira pessoa 
da Trindade, masnem sempre os “dons” são uma prova segura e ine-
gável da presença do Espírito Santo. Os dons podem ser contrafeitos 
#4 . DISCERNIMENTO ESPIRITUAL E EMOCIONAL
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
. 48 . . 49 .
e imitados por Satanás, mas o fruto nunca será, pela sua natureza in-
trínseca de reproduzir o próprio caráter de Deus, de Jesus Cristo e do 
Espírito Santo. 
Uma pessoa que não tem suas emoções no centro da vonta-
de de Deus, não poderá ter suas emoções curadas. Ela será imatura e 
doente, o que poderá ser um caos para a comunidade que faz parte. 
Pessoas com suas emoções transtornadas pelo diabo, serão usadas 
para o mal, e não para o bem. Onde a Presença de Deus está, existe 
maturidade nos relacionamentos e vida.
As organizações e as lideranças que não apresentam os aspec-
tos que caracterizam o fruto do Espírito devem ser seriamente questio-
nadas, pois isso significa que a pessoa mais importante está ausente, 
isto é, Jesus Cristo, através do Espírito Santo. 
O fruto do Espírito Santo está intimamente ligado com a ma-
turidade cristã, maturidade esta compreendida como um estágio de 
comunhão, conhecimento, crescimento e aprofundamento nos valores 
do Reino de Deus. Não depende do tempo de fé, pois muitos perma-
necem na infantilidade por muito tempo. Ela depende da devoção e 
do compromisso com os valores do Reino de Deus, pois os neófitos, 
apesar do zelo e do entusiasmo, podem estar sujeitos ao erro e à falta 
de discernimento, por sua pouca experiência. 
A fé testada e provada trará perseverança, e a perseverança 
deve ter ação completa para que os cristãos sejam perfeitos, íntegros e 
em nada deficientes, conforme diz Tiago (1.2-4). O tempo, a provação, 
a experiência são importantes ingredientes de uma maturidade cristã. 
A oração do apóstolo Paulo pelos efésios foi que Cristo habitasse no 
coração deles, que eles fossem tomados da plenitude de Cristo. Paulo 
desejava ardentemente que aqueles cristãos estivessem arraigados em 
amor, e que pudessem compreender a largura, o comprimento, a altura 
e a profundidade do amor de Deus (Ef 3.17-19), porque o apóstolo que-
ria que aqueles cristãos crescessem e se tornassem maduros em Cristo.
A maturidade do cristão está intimamente ligada com o co-
nhecimento do caráter de Deus, através da vida de comunhão e expe-
riência com Ele. Se falamos do Espírito Santo, não podemos deixar de 
considerar os seus dons. 
Entendimento: 
Watchaman Nee disse que sobretudo, no final dos tempos, as 
forças malignas redobrarão seus esforços para impedir que os crentes 
sirvam ao Senhor, fazendo-os estar angustiados e aflitos com muitas coi-
sas. Isso tem a ver com nossas emoções. Nesses últimos tempos, as tre-
vas têm trazido uma onda de destruição mental e emocional. Precisamos 
agir dependentes do Espírito Santo, para que não sejamos enganados. 
A Igreja de Jesus precisa caminhar de forma urgente para um 
novo nível de maturidade não mais conduzida pelo príncipe deste mun-
do, e sim, pelo Príncipe da Paz que coloca em ordem a nossa vida espiri-
tual e emocional. 
– x –
1. ITIOKA, Neuza. Deuses da Umbanda-implicações teológicas e pastorais, 
São Paulo (SP), Editora AMAR, 2016.
2. Hebreus 5.14
3. 1 Coríntios 2.14
4. BUTTRICK, George A. The interpreter’s dictionary of the Bible. 
Nova York: Abingdon Press, 1962.
5. DUNN, James D. G. Jesus and the spirit. Philadelphia: 
The Westminster Press, 1975.
6. GUILLET, Jacques. Discernment of spirits. (S. L.): Liturgical Press, 1983.
7. Atos 5.3-4
#4 . DISCERNIMENTO ESPIRITUAL E EMOCIONAL
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
. 50 . . 51 .
CAPÍTULO 5
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
. 52 . . 53 .
Jesus apresenta um segredo importante sobre o perdão. Deus apre-
senta determinadas condições e espera o nosso posicionamento 
e ações para Ele agir a nosso favor. Jesus nos ensina que não haverá 
perdão para nós, se não perdoamos os nossos ofensores e devedores. 
Nós temos de obedecer às suas leis e os seus mandamentos, do contrá-
rio, estaremos separados de Deus – “e perdoa-nos as nossas dívidas, assim 
como nós perdoamos aos nossos devedores; e não nos conduzas à tentação; 
mas livra-nos do mal; porque teu é o reino, e o poder, e a glória, para sempre. 
Amém. Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai 
celestial vos perdoará a vós; se, porém, não perdoardes aos homens as suas 
ofensas, também vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas”1. 
Pessoas que foram humilhadas, abusadas e envergonhadas 
em todos os níveis, terão que passar pelo processo de perdão. Além 
de terem que trilhar o caminho do arrependimento genuíno, essas pes-
soas precisam viver a decisão de perdoar. O Evangelho de Cristo é 
uma cultura constante sobre o perdão. Deus nos perdoou em Cristo, e 
através de Cristo, nós podemos perdoar e sermos perdoados. 
O que Significa Perdão
No original hebraico e grego, temos três palavras que signifi-
cam perdão:
Nasa = este termo significa levantar. 
O sentido de perdoar, neste contexto, é tirar da pobreza e le-
vantar à riqueza: “Assim direis a José: Perdoa, rogo-te, a transgressão de 
teus irmãos, e o seu pecado, porque te fizeram mal; agora, pois, rogamos-te que 
perdoes a transgressão dos servos do Deus de teu pai. E José chorou quando 
eles lhe falavam”. (Gn 50:17,18)
Buscar o perdão para permanecer com vida e ter a graça de 
Deus, no entendimento de se levantar a favor: “Pelo que o Faraó convo-
cou a toda pressa Moisés e Arão e declarou: Pequei contra, o Senhor, vosso 
Deus, e contra vós. Mas agora perdoai-me ainda esta vez o meu pecado, e 
orai ao Senhor, vosso Deus que leve esta praga mortal para longe de mim e 
do meu povo”. (Êx 10.16-18).
Interceder a favor do perdão. Para que Deus pudesse levantar 
o seu povo da escravidão e da pobreza à riqueza e prosperidade das 
bênçãos de Deus: “E disse Moisés ao Senhor: Assim os egípcios o ouvi-
rão; porquanto com a tua força fizeste subir este povo do meio deles”. 
“Perdoa, pois, a iniquidade deste povo, segundo a grandeza da tua miseri-
córdia; e como também perdoaste a este povo desde a terra do Egito até aqui. 
E disse o Senhor: Conforme à tua palavra lhe perdoei”. (Nm 14:13,19,20)
Kaphar = Este termo significa cobrir. 
“Bem-aventurado aquele cuja transgressão é perdoada, e cujo 
pecado é coberto. Bem-aventurado o homem a quem o Se-
nhor não imputa maldade, e em cujo espírito não há engano. 
Confessei-te o meu pecado, e a minha maldade não encobri. 
Dizia eu: Confessarei ao Senhor as minhas transgressões; e 
tu perdoaste a maldade do meu pecado”. (Sl 32.1-5)
Reconhecer a condição de pecador, confessando as transgres-
sões para ser perdoado: “Perdoaste a iniquidade do teu povo; cobriste todos 
os seus pecados”. (Sl 85.2) 
Aphíemi = Este termo significa deixar ir.
Deixar partir e libertar: “E depois foram Moisés e Arão e disseram 
a Faraó: Assim diz o SENHOR Deus de Israel: Deixa ir o meu povo, para que 
me celebre uma festa no deserto”. (Êx 5.1)
Libertar, fazer levantar e sair: “E aconteceu que, quando Faraó 
deixou ir o povo, Deus não os levou pelo caminho da terra dos filisteus, que 
estava mais perto; porque Deus disse: Para que porventura o povo não se arre-
penda, vendo a guerra, e volte ao Egito”. (Êx 13:17)
Soltar e deixar sair: “Por isso o reino dos céus pode comparar-se 
a um certo rei que quis fazer contas com os seus servos; E, começando a fazer 
#5 . A CURA ATRAVÉS DO PERDÃO GENUÍNO
https://www.bibliaonline.com.br/acf/nm/14/13
https://www.bibliaonline.com.br/acf/ex/5/1
https://www.bibliaonline.com.br/acf/ex/13/17
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
. 54 . . 55 .
contas, foi-lhe apresentado um que lhe devia dez mil talentos; E, não tendo ele 
com que pagar, o seu senhor mandou que ele, e sua mulher e seus filhos fossem 
vendidos, com tudo quanto tinha, para que a dívida se lhe pagasse. Então 
aquele servo, prostrando-se, o reverenciava, dizendo: Senhor, sê generoso para 
comigo, e tudo te pagarei. Então o Senhor daquele servo, movido de íntima 
compaixão, soltou-oe perdoou-lhe a dívida”. (Mt 18.23-27)
A Importância do Perdão
Não haverá libertação e cura interior sem o perdão. É impos-
sível acontecer libertação presos nas pessoas que nos feriram e nos 
ofenderam. Jesus nos ensina muito sobre o perdão. Perdoar significa 
que a pessoa se arrependeu da mágoa, ressentimento, acusação aos 
ofensores; se dispuser a abrir o coração para permitir Deus, através do 
Espírito Santo capacitar a perdoar os devedores. É tirar a água suja e 
deixar o rio do Espírito fluir do nosso interior. Perdoar é uma escolha, 
assim como amar! 
O ser humano não tem capacidade de perdoar, sem a ajuda 
de Deus; sem a ação do Espírito Santo. “E, quando ele vier, convencerá o 
mundo do pecado, e da justiça e do juízo”2.
Quem é capaz de perdoar? Aquele que é cheio do Espírito 
Santo. Como filhos de Deus, criados à sua imagem e semelhança, 
devemos pedir para que tenhamos o mesmo coração dEle, compas-
sivo e misericordioso – “Bem aventurados os misericordiosos, porque 
alcançarão misericórdia”3. 
Nós, cristãos, só podemos declarar uma nova vida, pelo per-
dão de Cristo que nos resgatou, nos levantou, cobriu os nossos pecados 
e nos livrou do opressor “diabo”. O perdão é a justificação da nossa fé. 
Perdão é um mandamento de Jesus: “Porque, se perdoardes aos 
homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós; se, 
porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai vos não 
perdoará as vossas ofensas”4.
Quem perdoa, recebe o favor de Deus. Jesus foi o único ho-
mem a revelar a importância do perdão, e do amor a Deus. Ele se preo-
cupou com o nosso bem-estar social e emocional. O perdão abre espaço 
para a manifestação do Reino de Deus.
A Bíblia apresenta o pecado como: quebra de uma lei, um des-
vio, uma falta, rebeldia, errar o alvo e sujeira. Tudo isso estava em nós, 
era a nossa divida para com Deus, e Jesus nos perdoou. Por esta razão, 
nós também devemos perdoar. “E perdoa-nos as nossas dívidas, assim 
como nós perdoamos aos nossos devedores”5. 
Somos Pecadores Perdoados
Jesus intercedeu por nós na cruz, assim como Moisés interce-
deu para o povo de Israel. Fomos reconciliados com Deus, por causa 
do perdão dos nossos pecados – Porque todos pecaram e destituídos estão 
da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente por sua graça, median-
te a redenção que há em Cristo Jesus. Deus o ofereceu como sacrifício para 
propiciação por meio da fé, pelo seu sangue, proclamando a evidência da sua 
justiça. Por sua misericórdia, havia deixado impunes os pecados anteriormen-
te cometidos; mas, no presente, demonstrou a sua justiça, a fim de ser justo e 
justificador daquele que deposita toda a sua fé em Jesus6.
Por que devemos confessar os nossos pecados, se Jesus já os 
venceu na cruz? Quando confessamos os nossos pecados, nossas dores 
emocionais e mentais, estamos expressando o nosso arrependimen-
to, diante de Deus. Estamos recebendo o sacrifício de Jesus por nós. 
O verdadeiro arrependimento traz a mudança integral.
A Consequência da Falta de Perdão
Jesus foi bem claro nessa questão, que a falta de perdão con-
duz à tentação:
“E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos 
aos nossos devedores; e não nos conduzas à tentação; mas 
livra-nos do mal”. (Mt 6.12,13)
#5 . A CURA ATRAVÉS DO PERDÃO GENUÍNO
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https://www.bibliaonline.com.br/acf/mt/6/12,13
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
. 56 . . 57 .
Logo após orar a frase sobre perdão, Jesus segue com a ideia da 
tentação. A oração do Pai Nosso percorre uma ordem, apontando a vida 
cristã como uma conduta que expressa intimidade e comunhão com 
Deus. O perdão é uma chave mestra para a conduta cristã. Jesus ensinou 
o caminho para não cairmos em tentação: perdoa-nos as nossas dívidas, 
assim como nós perdoamos os nossos devedores, e não nos conduza a tentação, 
mas livra-nos do mal. Devemos observar claramente os aspectos até Jesus 
falar tentação e livramento do mal, o segredo está antes “perdoa-nos e 
perdoamos”. Os demônios são agentes do mal para nos atormentar a 
mente, quando não perdoamos de fato uma pessoa, ficamos cativos nos 
aspectos: espiritual, emocional e físico. Dessa forma, seremos conduzi-
dos para o mal, pois, não cumpriremos aquilo que Jesus ensinou...
Fatos reais: 
Em uma ministração de libertação e cura interior; eu esta-
va orando por uma pessoa e ela não sabia o motivo de suas quedas. 
Todos os dias ela caia no vício do pecado sexual. Estávamos cansados 
de orar e nada acontecer. Até que o Espírito Santo nos ministrou sobre 
o perdão e a tentação. Então, disse para o irmão orar, pedindo perdão 
pelos seus pecados e em seguida para ele orar liberando perdão para 
as pessoas de quem ele tinha magoa e a quem ele havia ferido. Ele fez 
uma lista com doze nomes, e depois outra com dezoito nomes. O resul-
tado foi imediato. Jesus entrou nas cenas tirando esse irmão dos ciclos 
de pecados sexuais.
Assim, ministrei outras vidas que estavam presas no ciclo de 
pecados sexuais, e não conseguiam fugir da tentação, utilizamos a re-
velação do Espírito Santo, e houve cura e libertação. Pastores e líderes 
foram libertos e curados. Glória a Deus!. 
A falta de perdão conduz à enfermidade:
Muitas doenças físicas e psicológicas são causadas pela amar-
gura, que resultam da falta de perdão. 
O ser humano é composto por corpo, alma e espírito. Os três 
podem ficar enfermos por causa do pecado, que é o que traz a decom-
posição do homem.
“Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e não te esqueças de 
nenhum de seus benefícios. Ele é o que perdoa todas as 
tuas iniquidades, que sara todas as tuas enfermidades, que 
redime a tua vida da perdição; que te coroa de benignidade 
e de misericórdia”.7 
Não confessando os nossos pecados e não perdoando os ou-
tros, Deus permite que o mal venha sobre nós, pois estaremos longe 
da sua graça. O rei Davi sabia disso – Bem-aventurado aquele cuja trans-
gressão é perdoada, e cujo pecado é coberto. Bem-aventurado o homem a quem 
o Senhor não imputa maldade, e em cujo espírito não há engano. Quando eu 
guardei silêncio, envelheceram os meus ossos pelo meu bramido em todo o dia. 
Porque de dia e de noite a tua mão pesava sobre mim; o meu humor se tornou 
em sequidão de estio. Confessei-te o meu pecado, e a minha maldade não enco-
bri. Dizia eu: Confessarei ao Senhor as minhas transgressões; e tu perdoaste a 
maldade do meu pecado. (Sl 32:1-5)
Quando guardamos em silêncio os nossos pecados, o peso e o 
jugo pesado vão exigir de nós a enfermidade nos nossos ossos. Para o 
rei Davi, a única solução seria confessar as suas transgressões e faltas, 
pois a mão do Senhor esmaga as regiões que o pecado atua. O nosso 
humor também fica seco, pois, carregamos a culpa do pecado. 
A artrose: A artrose, conhecida também como osteoartrite, é 
uma doença que ataca as articulações originando o desgaste da cartila-
gem que recobre as extremidades dos ossos, que também danifica ou-
tros componentes articulares como os ligamentos entre diversas partes. 
A cartilagem articular tem por função promover o deslizamento, sem 
atrito, entre duas extremidades ósseas durante o movimento de uma 
articulação. Seu comprometimento pode gerar dor, inchaço e limitação 
#5 . A CURA ATRAVÉS DO PERDÃO GENUÍNO
https://www.bibliaonline.com.br/acf/sl/32/1-5
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
. 58 . . 59 .
funcional. Embora possa danificar qualquer junta do corpo, a artrose 
afeta mais comumente as articulações das mãos, da coluna, dos joelhos 
e quadris. A artrose piora gradativamente com o tempo e não tem cura.
Ao confessarmos os nossos pecados, recebemos o perdão de 
Deus, e a sua graça vem sobre nós.
O apóstolo Tiago entendeu a importância do perdão e nos ins-
trui – Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e orem 
sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor; e a oração da fé salvará o 
doente, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão per-
doados. Confessai as vossasculpas uns aos outros, e orai uns pelos outros, para 
que sareis. A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos. (Tg 5:14-16)
A confissão dos pecados traz a cura e o jugo é quebrado pela 
unção – E acontecerá, naquele dia, que a sua carga será tirada do teu ombro, e o 
seu jugo do teu pescoço; e o jugo será despedaçado por causa da unção. (Is 10:27)
Fatos reais: 
Um rapaz tinha sérios problemas nos ossos e nas juntas. Uma 
forte dor em seu joelho pelo desgaste na cartilagem. Ele não sofreu ne-
nhum acidente ou lesão, e os médicos não sabiam do motivo. O rapaz 
sofria sozinho, desejos compulsivos e perversos, ele precisava confes-
sar para alguém sem ser julgado. Passou muito tempo ocultando seus 
pecados. Ele era filho de líderes, sua família era muito influente na 
igreja, por isso carregava o medo da reação dos seus pais. Após confes-
sar seu pecado, ele prontamente aceitou conversar com seus pais. Jesus 
entrou de fato na vida desse irmão. Hoje ele está liberto e curado. É um 
homem de Deus!
Deus continua a nos revelar que a falta de perdão acu- 
mula enfermidades.
“Tenha já fim a malícia dos ímpios; mas estabeleça-se o 
justo; pois tu, ó justo Deus, provas os corações e os rins”. 
“Examina-me, Senhor e prova-me; esquadrinha os meus rins 
e o meu coração”. (Sl 26:2)
“Assim o meu coração se azedou, e sinto picadas nos meus 
rins”. (Sl 73:21)
Vesícula e Rins: doenças como cólica renal e pedra nos rins e na 
vesícula estão ligadas com a emoção, onde a raiva e o ódio ficam alojados. 
Devemos estar limpos por dentro e por fora. Sabemos da im-
portância do bom funcionamento dos rins, porque eles são os que filtram 
todas as impurezas e as eliminam através da urina. Devemos nos dispor 
para sermos examinados, ter uma vida saudável por dentro e por fora. 
Fatos reais:
Uma mulher estava agoniada porque descobriu que havia pe-
dras em seus rins. Os médicos a deixaram assustada. Em uma reunião 
de oração, o seu filho estava presente e pediu oração pela mãe. Assim 
fizemos. Passaram-se uns dias, descobri que ela tinha raiva acumulada 
por diversas traições em sua vida, e que após liberar perdão, ela foi 
totalmente curada!
O Processo Perdão
Não podemos enganar a Deus – Nada, em toda a criação, está 
oculto aos olhos de Deus. Tudo está descoberto e exposto diante dos olhos da-
quele a quem havemos de prestar conta8. Deus nos sonda completamente, 
Ele sabe quando perdoamos de verdade ou fingimos que perdoamos 9. 
Nós precisamos compreender que algumas pessoas terão di-
ficuldades em perdoar, caso o fator que a deixou magoada ainda esteja 
latente em sua vida. A pessoa precisará ter em sua consciência:
• Eu preciso perdoar. Mas, não consigo.
• Preciso da ajuda de Deus. Eu escolho perdoar. 
Eu quero perdoar.
#5 . A CURA ATRAVÉS DO PERDÃO GENUÍNO
https://www.bibliaonline.com.br/acf/tg/5/14-16
https://www.bibliaonline.com.br/acf/is/10/27
https://www.bibliaonline.com.br/acf/sl/26/2
https://www.bibliaonline.com.br/acf/sl/73/21
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
. 60 . . 61 .
• Se Jesus estivesse no meu lugar, o que ele diria? 
Faço o mesmo.
• Depois, eu tomo posse do que declarei. 
Níveis de Falso Perdão
• O da justiça: Perdoei, mas Deus é justo, creio que o fula-
no (a) pagará por isso!
• Perdão por fachada: Diz que perdoou, mas ainda tem má-
goa e rancor. Não liberou a pessoa, e fica pensando no pro-
blema o tempo todo. Ficou preso!
• O perdão perdoado: A pessoa diz “Eu no meu canto, e a 
pessoa no canto dela”. Isso mostra que não houve perdão. 
Ainda está presa. 
• O perdão todos saberão: Esse é o tipo de perdão que a 
pessoa precisa contar para todo mundo o que aconteceu, e 
depois falar “Mas, eu perdoei, é lógico”. 
• O perdão em trocas: A pessoa não perdoou no passado, 
mas sente remorso quando fere alguém no presente. Por 
isso, ela dá presentes para “retribuir” os seus erros. Dizen-
do que somente o perdão poderá curá-la.
• O perdão e a culpa: A pessoa perdoa a situação, porém, 
ela mesma não consegue se perdoar. Isso traz vergonha e 
raiva de si mesma. Não podemos nos sentir superiores a 
Deus, pois Ele nos perdoou primeiro, e devemos nos per-
doar também.
Ministrar o perdão: Somente quem perdoa é perdoado. Apren-
demos com Jesus que devemos nos dispor a perdoar a todos os nossos 
devedores e ofensores. Isso não é por obras, mas por meio da fé.
Entendimento:
Arrependimento: mudança de atitude, clamar por miseri-
córdia e perdoar. Trocar o coração de pedra pelo coração de carne e 
permitir que o Espírito Santo venha ministrar. Os que vivem o perdão 
de Deus devem imitá-lo.
Passos para o Perdão:
• Pedir para Deus trazer à memória as partes da vida que a 
pessoa viveu um trauma.
• Orar saindo de cada área do trauma.
• Falar sobre a dor que sentiu e ainda sente.
• Expor os sentimentos presentes.
• Liberar perdão para o agressor, abusador, pessoas que fe-
riram entre outras.
• Se esvaziar da dor, assim como Jesus se esvaziou de si.
• Promover a cura pelo ato da cruz.
• Reconciliação.
• Orar para que o fluir das águas limpas possam fluir 
do interior.
• Encher-se do Espírito Santo.
– x –
1. João 16.8
2. Mateus 5.7
3. Mateus 6.14-15
4. Mateus 6.12
5. Romanos 3.23-26
6. Salmos 103.2-4
7. Hebreus 4.13
8. Salmos 139
#5 . A CURA ATRAVÉS DO PERDÃO GENUÍNO
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
. 62 . . 63 .
CAPÍTULO 6
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
. 64 . . 65 .
Sentimentos venenosos que nosso coração é capaz de abrigar podem 
nos matar emocionalmente.
Deus nos fez com sentimentos e emoções. E tudo que o Senhor 
faz é bom. Mas, com a queda do homem, nossos sentimentos ficaram 
susceptíveis a contaminações. 
Naturalmente nascemos com o desejo de sentir felicidade, 
pois esse foi o desejo de Deus desde o momento em que fomos con-
cebidos. Cada um de nós é a expressão do carinho de Deus. Na infi-
nita criatividade divina fomos feitos seres únicos, com características 
próprias que se revelam em nossa personalidade e temperamento. 
O pecado afetou o equilíbrio dessas características, e por isto muitos de 
nós não conseguem sentir a plenitude de vida, a alegria de viver. 
Somos diferentes uns dos outros, tanto no físico quanto no 
temperamento e na personalidade. Embora haja outras linhas de estu-
do sobre o tema, adotei aqui a teoria apresentada por Hipócrates1 para 
falar um pouco sobre temperamentos.
Algumas pessoas têm o temperamento introvertido, outras 
são extrovertidas. Todo temperamento tem qualidades e defeitos, e 
quando dirigidos pelo Espírito Santo, são bênçãos, fazem da pessoa 
um verdadeiro portal para a entrada do Rei da Glória (Sl 24.7).
Meu objetivo é falar dos sentimentos nocivos. Os autores 
COELHO (2001), LAHAYE (1978) e SIQUEIRA (s.d.) falam detalhada-
mente sobre os temperamentos, em seus livros você poderá encontrar 
ricas informações.
De um modo geral, podemos dizer que certo tipo de tempe-
ramento leva as pessoas a sentirem ira e raiva com mais intensidade 
que outras pessoas. Há tipos de temperamento cuja intensidade emo-
cional está fixada no medo e insegurança. Vemos essas características 
se manifestarem tanto nos temperamentos extrovertidos quanto nos 
introvertidos, porém, de forma diferente. 
Somente o Espírito Santo é capaz de transformar efetivamente 
nossos pensamentos e sentimentos, e impactar nosso temperamento e 
personalidade, imprimindo neles Sua marca.
Quando Paulo nos diz para renovarmos a nossa mente 
(Rm 12.2), nos faz entender que essa renovação deve abranger o inte-
lecto, a emoção e os sentimentos também.
Entendo que os principais sentimentos que adoecem o indiví-
duo, levando-o a um caminho de morte, são a ira e o medo. Desses dois 
sentimentos muitos outros derivam. 
Portanto, para prosseguirmos obedecendo os princípios eter-
nos que levam à vida abundante, precisamos deixar sob controle esses 
sentimentos.
IRA
“Quando vocês ficarem irados, não pequem”. Apaziguem a 
sua ira antes que o sol se ponha.” (Ef 4.26)
O Senhor já sabia que seríamos expostos a situações que nosprovocariam a ira. A ira é um sentimento, não um pecado. Mas é um 
sentimento perigoso, que pode nos levar a pecar.
A ira é um sentimento intenso de ódio e rancor. A Palavra de 
Deus nos aconselha a abandonarmos esse sentimento, pois quando ali-
mentado, nos leva à ruína.
“Evite a ira e rejeite a fúria; não se irrite: isso só leva ao mal.” 
(Sl 37.8)
“Quem facilmente se ira fará doidices; mas o homem discreto 
é paciente;” (Pv 14.17, versão RA)
O desejo daquele que está irado, quando baseado no egoísmo, 
é de vingança. O ódio se volta contra a pessoa e não contra o que a 
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CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
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pessoa fez. Por isto esse sentimento pode se tornar pecaminoso. A ira 
pecaminosa faz barreiras para o perdão não ser liberado. Geralmente, 
é respaldada na justiça própria. 
Na mesma raiz do sentimento de ira estão inveja, ciúme, falta de 
compaixão, rancor, rebeldia e maledicência2, dentre outros sentimentos. 
A expressão da ira pode levar o iracundo a ferir o outro com 
comportamento agressivo e com palavras de maldição e humilhação. 
Em caso extremo, a pessoa descontrolada chega a desejar a morte do 
outro. Se a ira é contra si mesma, pode desejar se matar. A ira provem 
do egoísmo.
Segundo alguns especialistas, o físico pode sofrer reações por 
causa da ira, tais como úlceras, dores de cabeça, insônia, dor nos mús-
culos e taquicardia. A alma também sofre severas consequências, como 
depressão e falta de paz.
O espírito perde a comunhão com Deus. A ira entristece o 
Espírito Santo. 
“Não entristeçam o Espírito Santo de Deus, com o qual vocês 
foram selados para o dia da redenção.” (Ef 4.30)
Além da ira matar o relacionamento com o próximo, ela 
mata o relacionamento com Deus. Essa é a pior parte. Quando o 
Espírito Santo é entristecido, Ele deixa de falar conosco. Ficamos à de-
riva de nossa própria sabedoria contaminada. Passamos a andar er-
rantes, e a morte começa a deixar sua marca nos nossos ministérios, 
projetos, relacionamentos e sonhos. 
Muitos buscam aconselhamento e ministrações por causa da 
ira, que nem sempre é o problema consciente, mas que na verdade é a 
causa das angústias e dos truncamentos nas relações. 
A ira humana geralmente tem motivos egoístas, e por isto leva 
ao pecado. 
“Meus amados irmãos, tenham isto em mente: Sejam todos 
prontos para ouvir, tardios para falar e tardios para irar-se, 
pois a ira do homem não produz a justiça de Deus. Portanto, 
livrem-se de toda impureza moral e da maldade que prevale-
ce, e aceitem humildemente a palavra implantada em vocês, a 
qual é poderosa para salvá-los.” (Tg 1.19-21)
Todo sentimento de ira deve ser confessado ao Senhor. Ele é 
poderoso para nos ajudar em nossas fraquezas e nos livrar dos laços 
que esses sentimentos podem fazer para nos derrubar. 
Deus é soberano, Ele é justo juiz de nossas causas. O que de-
vemos fazer é esperar Nele, e liberarmos perdão para aquele que nos 
provocou a ira. O juízo do Senhor é para vida, tanto a nossa quanto a 
do próximo. 
A ira de Deus é justa, sempre baseada no amor (Gn 18.25; Rm 3.6).
“Amados, nunca procurem vingar-se, mas deixem com Deus 
a ira, pois está escrito: “Minha é a vingança; eu retribui-
rei”, diz o Senhor. Pelo contrário: “Se o seu inimigo tiver 
fome, dê-lhe de comer; se tiver sede, dê-lhe de beber. Fazen-
do isso, você amontoará brasas vivas sobre a cabeça dele”. 
Não se deixem vencer pelo mal, mas vençam o mal com o bem.” 
(Rm 12.19-21)
Nossos sentimentos mudam quando usamos os princípios de 
Deus. O desejo de vingança dá lugar à compaixão. Foi assim que Deus 
nos tratou, assim devemos manifestar o amor Dele.
MEDO
“No amor não há medo; pelo contrário o perfeito amor ex-
pulsa o medo, porque o medo supõe castigo. Aquele que tem 
medo não está aperfeiçoado no amor.” (1Jo 4.18)
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O medo é um sentimento que por si só não é pecado. Aliás, 
sentir medo tem a ver com o desejo de preservação da vida. Diante do 
perigo iminente, nosso corpo e nossa mente emitem sinais de alerta, e 
nos levam a decisões e comportamentos que podem salvar nossa vida. 
Esse medo está relacionado com a adrenalina.
Há, porém, outro tipo de medo, que está relacionado com a fé, 
ou melhor, com a incredulidade.
O medo formado pela falta de fé nos leva a pecar. Pode nos 
levar à morte, da mesma forma que a ira. Morte nos projetos, nos rela-
cionamentos, e na comunhão com Deus.
“Quando chegar a hora da batalha, o sacerdote virá à frente 
e dirá ao exército: ‘Ouça, ó Israel. Hoje vocês vão lutar con-
tra os inimigos. Não se desanimem nem tenham medo; não 
fiquem apavorados nem aterrorizados por causa deles, pois o 
Senhor, o seu Deus, os acompanhará e lutará por vocês con-
tra os inimigos, para lhes dar a vitória’.” (Dt 20.2-4)
Em todas as situações narradas na Bíblia em que a ordem era 
para avançar, porque o Senhor estava dando a vitória, quando o povo 
de Israel não obedecia por causa do medo, perdiam a bênção. A gera-
ção que saiu do Egito foi impedida de entrar na terra prometida por 
causa do medo; morreram no deserto.
“Cuidado, irmãos, para que nenhum de vocês tenha cora-
ção perverso e incrédulo, que se afaste do Deus vivo. Pelo 
contrário, encorajem-se uns aos outros todos os dias, du-
rante o tempo que se chama “hoje”, de modo que nenhum 
de vocês seja endurecido pelo engano do pecado, pois pas-
samos a ser participantes de Cristo, desde que, de fato, nos 
apeguemos até o fim à confiança que tivemos no princípio. 
Por isso é que se diz: “Se hoje vocês ouvirem a sua voz, não 
endureçam o coração, como na rebelião”. Quem foram os que 
ouviram e se rebelaram? Não foram todos os que Moisés tirou do 
Egito? Contra quem Deus esteve irado durante quarenta anos? 
Não foi contra aqueles que pecaram, cujos corpos caíram 
no deserto? E a quem jurou que nunca haveriam de entrar 
no seu descanso? Não foi àqueles que foram desobedientes? 
Vemos, assim, que foi por causa da incredulidade que não 
puderam entrar.” (Hb 3.12-19)
O medo faz a pessoa morrer no deserto, por não crer na bon-
dade e cuidado de Deus. Perde a família, o ministério; não chega a ver 
os milagres que o Senhor havia preparado.
Em Hebreus lemos a exortação para que não haja coração in-
crédulo e perverso; por causa da incredulidade o povo não alcançou a 
bênção, pois não creu no amor, na fidelidade e bondade de Deus. 
O medroso não vive o hoje, está sempre preocupado com o 
que poderá acontecer amanhã, desobedecendo a palavra do Mestre, 
que diz para não ficarmos ansiosos (Mt 6.34).
As variações do sentimento de medo são insegurança, ansie-
dade, indecisões, timidez, preocupações, covardia, pessimismo, triste-
za, agressividade e depressão3.
O medo extingue o Espírito Santo (1Ts 5.19). 
O medo se instala por causa do egoísmo, assim como a ira. 
Esse pecado faz a nossa visão de mundo ser sempre a partir de nós 
mesmos, sentados no trono, no centro do universo. Deixamos Deus 
de lado, e passamos a usurpar um lugar que não é nosso, é Dele, por 
direito de criação e de redenção.
O medo mata nosso relacionamento com o Pai. Atrai sobre 
nós maldições, pois devemos temer a Deus e não a homens. Devemos 
amar e tratar com dignidade o próximo, e temer o Senhor Deus, o 
Criador, o Autor da vida.
#6 . CURA DOS SENTIMENTOS QUE MATAM
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
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“Honrai a todos. Amai aos irmãos. Temei a Deus. Honrai ao 
rei.” (1Pe 2.17)
RAIZ DE AMARGURA
A ira e o medo, bem como suas variantes, nutrem amargu-
ra em nosso coração. A Bíblia fala do perigo de deixarmos a raiz de 
amargura brotar. Além de nos envenenar, ela contamina os que estão 
à nossa volta.
Depois Moisés conduziu Israel desde o mar Vermelho até 
o deserto de Sur. Durante três dias caminharam no deser-
to sem encontrar água. Então chegaram a Mara, mas não 
puderam beber das águas de lá porque eram amargas... Em 
Mara o Senhor lhes deu leis e ordenanças, e os colocou à pro-va, dizendo-lhes: ‘Se vocês derem atenção ao Senhor, ao seu 
Deus e fizerem o que ele aprova, se derem ouvidos aos seus 
mandamentos e obedecerem a todos os seus decretos, não tra-
rei sobre vocês nenhuma das doenças que eu trouxe sobre os 
egípcios, pois eu sou o Senhor que os cura’. Depois chegaram 
a Elim, onde havia doze fontes de água e setenta palmeiras; e 
acamparam junto àquelas águas.” (Ex 15.22-27).
Os israelitas estavam num lugar em que só havia águas amar-
gas, águas que não podiam saciar a sede. Bem naquele lugar Deus entre-
gou a eles as leis e ordenanças sobre como deveriam viver, exortando-os 
a que obedecessem, e dessa forma não ficariam doentes. Em seguida, o 
Senhor os conduziu a doze fontes de águas em que se podia beber. 
Essa passagem nos leva à reflexão sobre amargura. Tem a ver 
com desobediência, com não dar lugar ao Espírito Santo. Jesus disse 
à mulher samaritana que rios de águas vivas fluiriam de seu coração 
quando ela buscasse saciar sua sede Nele.
Alguns cristãos têm águas amargas dentro de si, que precisam 
ser tocadas pelo poder de Deus.
Alguns sinais de amargura são: Falar mal dos outros; murmura-
ção; intransigência; ausência de misericórdia; agressividade, pessimismo.
O amargurado sempre está se sentindo infeliz, não consegue 
se contentar com nada. Vive uma constante insatisfação.
Amargura traz tristeza, solidão e angústia; excesso 
de sofrimento. 
Aqueles sentimentos provocados pela ira ou pelo medo le-
vam à amargura. Sentimentos como inveja, desejo de vingança, rancor, 
incredulidade e orgulho são nutrientes para a raiz de amargura. 
Deus mostrou a Moisés uma árvore, e ele lançou aquela árvo-
re nas águas amargas, e veio doçura sobre aquelas águas. 
Temos uma “árvore” que Deus deixou para lançarmos sobre 
as águas amargas de nosso coração, a Cruz de Jesus. A amargura deve 
ser levada à cruz. Jesus já providenciou doçura para nosso viver. 
O AUXÍLIO DO ESPÍRITO SANTO
O Espírito Santo nos ajuda em nossas fraquezas. Tanto os sen-
timentos de ira quanto de medo, podem ser controlados por Ele. 
Devemos confessar nosso egoísmo a Deus, e pedir a Ele para 
nos encher com o Seu Espírito.
O Espírito Santo nos dá vida abundante. Em lugar de senti-
mentos de morte, em Cristo temos sentimentos de vida, e podemos 
contagiar aqueles que estiverem em nossa volta.
“Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, 
amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio pró-
prio. Contra essas coisas não há lei. Os que pertencem a 
Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e os 
#6 . CURA DOS SENTIMENTOS QUE MATAM
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
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seus desejos. Se vivemos pelo Espírito, andemos também pelo 
Espírito. Não sejamos presunçosos, provocando uns aos ou-
tros e tendo inveja uns dos outros.” (Gl 5.22-26)
– x –
1. A teoria dos temperamentos apresentada por Hipócrates (460 – 370 a.C.), os divi-
diu em colérico, melancólico, fleumático e sanguíneo. O autor cristão, Tim LaHaye, 
baseou-se nessa teoria para discorrer a respeito da transformação que nosso tem-
peramento pode ter a partir do Espírito Santo.
2. LAHAYE, Tim. Temperamento controlado pelo Espírito Santo: resumo; elabora-
do por Maria Regina G. Disponível em: http://semeadoresdapalavra.queroumfo-
rum.com. Acesso em: 22 mar. 2016.
3. LAHAYE, Tim. Temperamento controlado pelo Espírito Santo: resumo; elabora-
do por Maria Regina G. Disponível em: http://semeadoresdapalavra.queroumfo-
rum.com. Acesso em: 22 mar. 2016.
http://semeadoresdapalavra.queroumforum.com
http://semeadoresdapalavra.queroumforum.com
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CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
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CAPÍTULO 7
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
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Quando ministramos alguém que foi vítima de abusos como: ver-
bal, sexual e espiritual, é comum ver, em muitas ocasiões, que a 
dor, a vergonha e a humilhação foram tão grandes que a pessoa pre-
fere abordar esse ponto superficialmente, e dizer que está tudo bem. 
Temos assim que discernir a situação, para não deixarmos passar um 
caso desses sem ser corretamente tratado.
Pois se o tratamento dessas feridas não for feito, os sinto-
mas negativos persistirão na vida de quem foi abusado. A pessoa 
continuará tendo medo de se relacionar profundamente com pes-
soas do sexo oposto, terá falta de confiança, ficará incapaz de receber 
amor e de amar profundamente o próximo, e terá baixa autoestima. 
Também permanecerá com dúvida quanto ao amor de Deus, crendo 
que Deus pode amar a todos, mas a ela não, julgando-se suja e culpada 
de tantas coisas. E não deixará de ser um terreno propício para Satanás 
e seus demônios continuarem agindo e humilhando-a.
Na ótica de nosso ministério, todos que sofreram abuso preci-
sam, de fato, de libertação e uma cura profunda em Cristo. Tenhamos em 
mente, entretanto, que, dependendo do caso, a ministração poderá levar 
tempo. Muito mais do que se espera. Em determinados casos, necessita-
rá de ajuda profissional.
Cada caso deve ser estudado cuidadosamente, diagnostican-
do seus efeitos de maneira completa, valendo-nos da graça de Deus, 
antes de iniciar a parte de libertação e cura propriamente dita.
Os especialistas no tratamento do abuso sexual são unânimes 
em dizer que leva um longo tempo para o tratamento e a recuperação 
dessas vítimas. Dependendo da gravidade e do tipo de abuso que 
a pessoa sofreu, pode levar anos. Claro que, em meio a esses casos, 
podemos ter restaurações sobrenaturais, com curas rápidas, mas es-
sas são exceções. São situações em que há uma direta intervenção de 
Deus. Creio de fato nessa possibilidade e espero que isso aconteça 
mais e mais.
Há ainda casos em que o trauma ocorrido não foi profundo, 
principalmente quando foi um abuso acidental, que não deixou seque-
las profundas. Estes são mais fáceis de serem tratados. Mas, em muitos 
casos, o problema não é superficial, e, portanto, bastante complexo, en-
tão é necessário ter muita paciência, tanto por parte de quem ministra, 
como também do ministrado.
Ocorre também que muitas vítimas escondem o fato de te-
rem sido abusadas. Pedem para ser ministradas em relação a outros 
aspectos de sua vida, mas não expõem o abuso sofrido, porque só lem-
brar já é doloroso. Muitos o jogam no subconsciente ou no inconsciente 
(abismo do esquecimento), para nunca mais voltar a se lembrar e ter 
de tocar no assunto.
Nas ministrações pessoais de irmãos que foram vítimas de 
uma conduta vil e devastadora, que foram massacrados e destruídos 
pelo inimigo, tenho, não obstante, visto a superabundante graça de 
Deus operando sobre eles.
Isso me deixa admirada, fazendo-me curvar diante da sabe-
doria e do poder inigualável de Deus. 
Apresento agora os passos que o ministrador de libertação 
poderá dar no caso do abuso, e aquilo que não está ao seu alcance fazê-
-lo. Quero ressaltar, porém, que nem tudo está solucionado e resolvido. 
Não podemos afirmar que temos todas as respostas para ministrar as 
vítimas e os predadores. Precisamos aprender ainda muito mais.
Sem desconsiderar a contribuição de homens e mulheres de 
Deus que já caminharam à nossa frente, ajudando a Igreja nessa área, 
quero ressaltar que, em todo o tempo, o Espírito Santo tem sido o nos-
so mentor, guia e orientador. Livros de autores e terapeutas cristãos 
também nos têm ajudado bastante nesta área. Mas creio que estamos 
apenas iniciando no entendimento de como ministrar as pessoas que 
foram abusadas sexualmente.
#7 . A CURA EMOCIONAL DE QUEM SOFREU DIVERSOS ABUSOS
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
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Oito passos, porém, são importantes na ministração.
1. Arrependimento
A libertação começa com o arrependimento de pecados, e 
precisa ser um arrependimento verdadeiro. Aqui nos deparamos com 
uma situação diferente porque, nesse caso, a pessoa terá que pedir 
perdão também por pecados que não cometeu (os abusos que sofreu). 
Mas é necessário ser retiradoo direito legal dado ao diabo pelo abuso.
O pecado não é da vítima e, sim, do abusador. Diante de 
Deus, no mundo espiritual, alguém terá de confessar esse pecado. Se 
a pessoa que estamos ministrando, a vítima, não tiver condições de 
pedir que Deus perdoe o abusador, o ministrador, ou o intercessor, 
poderá fazê-lo.
Contudo, a vítima do abuso deve arrepender-se da reação 
terrível e violenta ao ato que sofreu, ou seja, arrepender-se de ter nu-
trido sentimentos de ódio, raiva, medo, acusação, desespero, culpa e 
rejeição. Dependendo do caso, a pessoa passou por uma experiência 
quase de morte.
Em reação ao abuso, e no desespero em meio à dor e à vergo-
nha, a vítima pode ter criado em seu interior falsos absolutos, que pas-
saram a governar a sua vida: “O sexo é sujo”, “tenho medo do sexo”, 
“nunca terei contatos sexuais”, “jamais vou me casar!” Nesse caso, es-
sas palavras (ou outras semelhantes) precisarão ser quebradas.
2. Lista dos predadores
Fazer uma lista que contenha os nomes dos predadores, in-
cluindo os abusos, os molestamentos, os assédios com os olhos, toda 
exposição a material pornográfico, os casos de masturbação mútua, e 
assim por diante. E realizar o desligamento de alma com as pessoas 
relacionadas, declarando:
“Em nome de Jesus Cristo de Nazaré, eu me desligo no físico, 
na alma e no espírito desses que me molestaram, me abusa-
ram e me exploraram, aproveitando-se da minha ingenuida-
de, usando de força física e manipulação verbal.”
3. Lista das pessoas com quem se relacionou sexualmente
O abuso leva ou à promiscuidade ou à fuga total de contatos 
sexuais. No primeiro caso, a vítima provavelmente terá também uma 
lista de pessoas com quem se tornou uma só carne através do namoro 
impuro, da fornicação, do adultério, do incesto, da pedofilia, do les-
bianismo, do homossexualismo, da orgia sexual, do voyeurismo, do 
exibicionismo, etc. Da mesma forma, declarar: 
“Em nome de Jesus Cristo, eu me desligo de cada um desses 
nomes no físico, na alma e no espírito, com os quais me tornei 
uma só carne.”
4. Tratamento da alma fragmentada
Orar trazendo de volta para o abusado às partes da sua alma 
que haviam permanecido com os abusadores e com outros parceiros, 
uma vez que ela foi fragmentada pelas uniões sexuais e pelos abusos 
que aconteceram.
O contato sexual com várias pessoas traz uma implicação bem 
mais séria do que se possa a princípio imaginar. Pois quem praticou 
sexo com vários parceiros também entrou em contato com as contami-
nações que esses parceiros receberam no passado de pessoas contami-
nadas por outros, e assim por diante.
O efeito é exponencial, pois as contaminações espirituais acu-
muladas são transmitidas em cada relação sexual. Orar:
“Em nome de Jesus, trago de volta para mim as partes da mi-
nha alma que deixei nesses parceiros sexuais, quando me uni 
com eles: de todos que me abusaram, dos que me forçaram e me 
#7 . A CURA EMOCIONAL DE QUEM SOFREU DIVERSOS ABUSOS
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
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exploraram, e também daqueles com quem me permiti relacionar. 
E devolvo-lhes as partes de alma deles, que não me pertencem, 
juntamente com as contaminações desses parceiros, que vie-
ram para mim.”
5. Identificar os espíritos
Os espíritos (podem ser muitos) que se alojaram na pessoa 
devem ser expulsos. Declarar que eles não têm mais legalidade alguma 
de permanecerem em sua vida, pela redenção feita por Cristo na cruz, 
e expulsá-los:
“Em nome de Jesus Cristo, eu amarro e amordaço os espíritos 
de: impureza, lascívia, perversão, imoralidade, rejeição, in-
ferioridade, traição, autorrejeição, medo, morte, culpa, tris-
teza, depressão, acusação, condenação, solidão, isolamento, 
dificuldade de comunicação, crise de personalidade, confusão 
mental, frustração, negatividade, desespero, violência, raiva, 
ódio, ira, agressividade, humilhação, sensação de perdição, 
frustração, vergonha, e os expulso da minha vida, do meu cor-
po, da minha alma, do meu espírito, das minhas cãs, do meu 
ministério, do meu casamento – e declaro que não tenho parte 
com nenhum deles.”
6. As reações precisam ser tratadas
Em decorrência do abuso, normalmente a pessoa reage com sen-
timentos violentos, que precisam ser tratados. Os mais comuns são raiva, 
ódio, violência, inconformismo, morte, negação, esquecimento, apatia.
A vítima pode ter “assassinado” mental, emocional e psicolo-
gicamente diversas vezes o seu agressor. Cada uma das reações deve 
ser lidada com muito cuidado. Em especial o ódio, um dos elementos 
cruciais, precisa ser tratado.
O ódio corrói a vítima por dentro e a envenena emocional-
mente, criando um sentimento de amargura. A dor terá de ser revivida.
Como o abusado sofreu traição, e a violação de sua fé nas pes-
soas, ele deixou de acreditar em toda palavra de elogio. Passou a ficar 
sempre “com um pé atrás”, e não acredita mais em elogios, mesmo 
quando são palavras sinceras de apreciação. Acha que todos o tratam 
com “segundas intenções”. Isso constitui uma fortaleza mental, criada 
pelo sofrimento e pelas desilusões, que precisa ser eliminada através 
da cura interior.
Para a cura, em primeiro lugar, a pessoa precisa reconhecer, 
admitir e confessar que esses sentimentos são reais e que um ódio mor-
tal ainda está presente.
Uma vez admitido, deve pedir perdão e ajuda a Deus, confes-
sando a sua incapacidade de resolver a situação, pois se transformou 
numa presa desses sentimentos violentos, que agora renuncia. Se eles 
foram nutridos por muito tempo, é possível que tenham aberto bre-
chas para os espíritos de ódio, amargura, medo, e outros mais.
Assim, se faz necessária a cura interior para uma completa 
libertação. E, muitas vezes, a vítima está também como que espiritual-
mente aprisionada ao lugar onde aconteceu o abuso.
Ela precisa ser retirada de onde se aprisionou. Este é o 
passo seguinte.
7. Tirar a vítima de aprisionamentos espirituais
É necessário tirar a vítima dos locais onde aconteceram os 
abusos e os traumas. Muitas vezes a pessoa ficou presa espiritualmente 
no local da dor e do trauma do abuso.
Pode ser no quarto, na sala, no banheiro da casa. Pode ter 
acontecido há muitos anos numa cama, num sofá, debaixo da mesa, 
no mato, no jardim. Até mesmo o colo do pai, se foi ali que o abuso 
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CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
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aconteceu, pode tornar-se uma prisão espiritual. O local do abuso tor-
na-se uma prisão espiritual.
Mas Jesus, o Ungido pelo Espírito Santo, é aquele que tira a 
pessoa de qualquer prisão. Na grande maioria das vezes, a vítima sabe 
onde ficou aprisionada espiritualmente.
Algumas pessoas emocionam-se ao saírem, e choram. 
Outras recebem uma palavra de profecia do próprio Espírito Santo. 
Outras sentem dificuldade e não conseguem, por si mesmas, sair da 
prisão (neste caso precisamos ajudá-las).
8. Analisar o Contexto Familiar
Quando o abuso acontece, geralmente já houve um caso na 
família. Pode ter acontecido entre os familiares ou nos antepassados 
a prática do sexo ilícito ou pervertido, pois qualquer grau de perver-
são pode levar a uma expressão de um tipo de sexo ilícito: incesto, 
homossexualismo, lesbianismo, pedofilia. Se descobrirmos estes tipos 
de pecados presentes na família, ou nos antepassados, devemos que-
brar as maldições de família e trazer libertação da linhagem familiar.
A CURA INTERIOR E EMOCIONAL
São vários os pontos a serem tratados:
REJEIÇÃO
Um dos traços mais marcantes de quem sofreu abuso sexual é 
a rejeição. Certamente a pessoa carrega um sentimento de menosprezo 
e sente-se marginalizada, ferida, odiada, desprezada, desrespeitada e 
massacrada. Sente-se rejeitada por causa do abuso. 
Como já foi destacado, o abuso é uma das experiências mais 
arrasadoras, pois é a expressão de uma traição. A vítima do abuso 
sempre se sentirá traída, e isso faz com que não tenha mais confiança 
nas pessoas. 
Para que ela venha a sentir de volta o amor, a aceitação e a 
dignidade, elaprecisará ser ministrada em cura interior. 
AUTORREJEIÇÃO
Um dos sentimentos mais comuns que tenho presenciado en-
tre os que foram abusados é também o pensamento de que há algo 
errado consigo, por causa daquele horrível acontecimento. 
A pessoa se culpa e se acha responsável por tudo que aconte-
ceu. Assim, a autorrejeição a leva a uma tristeza extrema, à autoconde-
nação, à depreciação de si mesma.
É, portanto, importante tratar de sua autoimagem distorcida, 
que foi estragada pela rejeição, pelo sofrimento, pela traição, pela dor, 
pela culpa, pela decepção, pelo nojo, pelo medo, pela inferioridade, 
pela acusação. Neste ponto um grande enfoque deve ser dado ao gran-
de amor de Deus para com a pessoa. 
DEPRESSÃO
Alguns entram em depressão, pois a mensagem é: “Você não 
merece viver, é melhor morrer. Esta é a única solução para a pessoa do 
seu tipo”. 
Sugerimos esta oração: 
“Senhor, eu quero declarar em nome de Jesus, que NÃO SOU 
O CULPADO, nesta história do abuso! O culpado é fulano 
de tal, que aproveitando da sua superioridade em idade, em 
tamanho, força, experiência, abusou de mim, para se esti-
mular sexualmente”. 
Continua a oração:
“O verdadeiro culpado é aquele que sempre quis me destruir, 
satanás e seus demônios; eu declaro que vocês são os culpa-
dos. Ouçam bem, pois a minha culpa, Jesus já levou na cruz 
#7 . A CURA EMOCIONAL DE QUEM SOFREU DIVERSOS ABUSOS
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
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do calvário, tirou e a destruiu ali, mas as suas, vocês vão ter 
que carregar para o inferno. Vocês (espíritos imundos) me 
acusam que sou sujo, mas eu declaro que a minha sujeira, mo-
ral, mental, emocional, espiritual e intelectual, Jesus levou na 
cruz do Calvário e me purificou, mas as suas vocês terão de 
levá-las para o inferno”. 
Para finalizar, declarar:
“Dizem que eu sou burro, mas eu declaro que sou a expressão 
da pessoa mais sábia, inteligente sobre a face da terra, Jesus 
Cristo de Nazaré. Não sou inferior, e também não tenho de 
ser superior, pois sou especial, para o meu Senhor e Salvador. 
Vocês querem que eu me sinta horroroso, feio, e eu declaro que 
sou a expressão do mais formoso dos filhos dos homens, e, Ele 
me chama de lindo. Eu sou formoso aos olhos Dele. Isto é o 
que me importa de verdade”. 
A CURA EMOCIONAL ESTÁ LIGADA A IDENTIDADE
Afirmar Sua Identidade em Cristo
Podemos pedir para que a pessoa repita as seguintes declara-
ções bíblicas, com muita convicção:
• Sou filho de Deus1; 
• posso chamar o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo de ‘Aba 
Pai’, que quer dizer ‘papai’2. 
• Sou escolhido desde antes da fundação do mundo3; 
• Sou amado do Senhor 4; 
• Sou exaltado e glorificado em Cristo Jesus5; 
• Fui perdoado e remido dos meus pecados6; 
• Fui predestinado para o louvor da sua glória7; 
• Não há nenhuma condenação para mim, pois estou em 
Cristo Jesus8; 
• Estou assentado nos lugares celestiais9; 
• Já fui abençoado com todas as bênçãos espirituais nos lu-
gares celestiais10; 
• Sou selado no Espírito Santo11; 
• Fui reconciliado com Deus mediante Jesus Cristo12; 
• Eu sujeito e coloco debaixo de meus pés os principados 
e potestades13; 
• Sou herdeiro de Deus e coerdeiro juntamente com 
Cristo Jesus14; 
• Sou assistido e protegido pelos anjos15; 
• Sou habitação do Espírito Santo16; 
• Tenho autoridade sobre os demônios17; 
• O Senhor permanece fiel ainda que eu seja infiel18.
Liberar Perdão
Diante do problema do abuso, as pessoas que se convertem a 
Jesus enfrentam um problema e um conflito terríveis: precisarem per-
doar aqueles que mais as prejudicaram, aqueles que foram a causa da 
sua extrema tristeza e desgraça, os grandes traidores.
Esse esforço é sobre-humano. O predador ou o agressor é al-
guém que a vítima gostaria que, na realidade, desaparecesse. O ódio 
que nela se despertou e que ela alimentou por algum tempo, foi algo 
profundo e consumidor.
Mas a pessoa depara-se com o ensino de Jesus de que deve 
liberar o perdão, e essa exigência é desafiadora. Se não perdoa, sente 
a sua salvação questionada. Desse modo, para o verdadeiro discípulo, 
#7 . A CURA EMOCIONAL DE QUEM SOFREU DIVERSOS ABUSOS
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
. 86 . . 87 .
o desejo de cumprir a lei e obedecer a Palavra o conduz a tentar fazer 
de tudo para liberar o perdão. Mesmo assim, muitas vezes o resultado 
desse esforço é um perdão superficial. 
Portanto, o abuso é um caso em que o perdão se torna muito 
difícil, quase impossível, devido ao envolvimento que trouxe uma dor 
profunda, também ódio, raiva, vergonha, medo e nojo. Na verdade, 
a vítima chega a desejar intensamente a morte do predador. Pois ele 
transformou sua vida num inferno, roubou-lhe a inocência, a pureza, 
a confiança na vida, no próximo e até em Deus. O abusado passou por 
um processo terrível de depreciação de si mesmo, carregando senti-
mentos de medo, culpa e morte.
Entendimento:
Mas a libertação e a cura só serão completas quando a pessoa 
for capaz de perdoar o predador. Por isto, a liberação do perdão deve 
ser feita no final da ministração, quando todos os sentimentos de ódio, 
medo e violência já foram tratados. Ainda que a pessoa não tenha toda 
a capacidade e a disposição de liberar o perdão — e até mesmo diga 
que não consegue fazê-lo — na verdade ela, por ter nascido de novo, 
tem vontade de perdoar o seu agressor.
Se existe o desejo de perdoar, já é um ponto favorável. 
A pessoa deu um grande passo. Assim, posso afirmar que, realmente, 
ela se tornará, naquela hora, os lábios de Jesus para liberar o perdão.
– x –
1. João.1:12; 
2. Romanos.8:15. 
3. Efésios.1:4; 
4. 2 Tessalonicenses.2:16; 
5. Romanos.8:30; 
6. Efésios.1:7; 
7. Efésios.1:11-12; 
8. Romanos.8:1; 
9. Efésios.2:6; 
10. Efésios.1:3; 
11. Efésios.1:13; 
12. Romanos.5:10; 2Coríntios.5:18; 
13. Salmos.44:5; Lucas.10:19; 
14. Romanos.8:17; 
15. Hebreus.1:14; 
16. 1 Coríntios.3:16; 
17. Marcos.3:15; 
18. 2 Timoteo.2:13.
#7 . A CURA EMOCIONAL DE QUEM SOFREU DIVERSOS ABUSOS
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
. 88 . . 89 .
CAPÍTULO 8
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
. 90 . . 91 .
Ao ouvimos histórias de pessoas magoadas contra os pais, mesmo 
crentes que procuram ter uma vida cristã exemplar, que procu-
ram trabalhar para o Senhor, encontramos corações feridos por causa 
de atitudes erradas que seus pais tiveram com relação a elas. Essas ati-
tudes as levaram a condutas de desonra aos pais. 
Infelizmente muitos pais não deram ouvidos às instru-
ções bíblicas:
”Pais, não irritem seus filhos; antes criem-nos segundo a 
instrução e o conselho do Senhor.” (Ef 6.4, destaque da autora)
Muitos pais foram criados fora dos princípios bíblicos, e 
quando tiveram seus filhos, reproduziram o mesmo tipo de criação 
que receberam.
A Bíblia diz que o temor do Senhor é o princípio da sabedoria:
“O temor do Senhor é o princípio da sabedoria, e o conheci-
mento do Santo é entendimento.” (Pv 9.10)
Por falta do temor do Senhor e por falta de buscar conhe-
cer a Deus, nossos antepassados erraram feio conosco, deixando feri-
das emocionais profundas, que dificultaram nossa aproximação com 
Deus Pai.
Muitos se convertem ao Senhor Jesus Cristo, recebem-no como 
Salvador e Senhor, mas não conseguem receber Deus como Pai. 
Por abandono físico ou emocional, rejeição, atitudes injustas, a 
pessoa fica com a sensação de estar só no mundo, sem pai. Então, uma 
mentalidade de órfão é forjada. Esse sentimento de orfandade é trans-
ferido para o seu relacionamento com Deus.
Porém, os erros dos pais não dão direito aos filhos de deson-
rá-los. A desonra aos pais leva à desonra a Deus, e, consequentemente, 
a uma vida de solidão, derrota e sem direção.
Não podemos mudar o passado. Os erros que cometeram con-
tra nós nos feriram, nos adoeceram, mas ficaram no passado. Tão pou-
co podemos mudar nossos pais. Então o que nos resta é a mudança de 
nós mesmos, e retomarmos nossa posição de filhos de Deus, se quiser-
mos ter uma plena comunhão com oSenhor e uma vida vitoriosa.
Oséias diz que o povo foi destruído por falta de conhecimento 
(Os 4:6). Por falta de conhecimento das verdades espirituais e dos me-
canismos de manipulação emocional, muitos estão sendo destruídos 
em seus propósitos de vida, em seus ministérios e relacionamentos.
Vamos procurar entender como a mentalidade de órfão é for-
mada e como ela vê o mundo, e a partir daí, levarmos essa mentalidade 
ao pleno conhecimento de Deus para ser transformada.
Nosso nascimento foi fruto da vontade do Pai, muito antes da 
vontade (ou contra vontade) de nossos pais terrenos. 
Deus deu a cada um de nós características únicas. Assim 
como nossa impressão digital é única, temos também uma identidade 
especial e única. 
Por causa das feridas, muitos não conseguem perceber essa 
singularidade, não conseguem se ver como filhos e não conseguem 
atingir a plenitude de seu chamado ministerial. Passam a vida agindo 
como se Deus fosse somente o Senhor, assentado num alto e sublime 
trono, bem distante, inacessível, como se Ele não fosse Pai. 
A mentalidade de órfão é formada a partir das experiências 
traumáticas que tivemos com os nossos pais ou autoridades que esta-
vam nesse papel. Essa mentalidade deve ser destruída, pois é maligna, 
falsa e rouba a nossa comunhão com Deus e com os irmãos.
Nós, os brasileiros, temos em nosso DNA uma contaminação 
com o espírito de orfandade. Lemos na história do Brasil que o povo 
brasileiro é resultado de uma mistura de povos indígenas, africanos e 
europeus. Infelizmente, essa mistura, por vezes, não foi estabelecida a 
#8 . CURA DO SENTIMENTO DE ORFANDADE
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
. 92 . . 93 .
partir de alianças de casamento, e sim de abusos de escravas e índias, 
tendo como resultado, o nascimento de crianças em ambiente de 
bastardia, desafetos, mágoas e revoltas. Muitas foram criadas sem pai, 
vivendo como órfãos.
Durante a colonização muitos homens vieram para cá, mas 
havia poucas mulheres. Decidiram então, enviar de Portugal meninas 
órfãs, e estas chegavam aqui e eram distribuídas entre os homens, para 
lhes servirem de mulher e gerarem filhos. Muitas vieram à força, cau-
sando-lhes mágoas e tristezas profundas que entraram na genética do 
povo brasileiro (o filme “Desmundo”1 retrata essa dura realidade). 
Dr. Fábio Pestana Ramos2 (RAMOS, 2008) e o jornalista e es-
critor Eduardo Bueno3 (BUENO, 2000), nos relatam que nos navios que 
vinham para cá, muitas crianças entre 10 e 14 anos eram exploradas 
para trabalhos dentro do navio. Eram destratadas de todas as formas. 
A nossa história é manchada com situações de abusos, promiscuidade, 
uniões ilícitas, gerando um grande número de casos de bastardia e de 
órfãos. Esse contexto histórico trouxe maldições e traumas na mentali-
dade do povo brasileiro. 
Boa parte das crianças que nascem hoje são frutos de relacio-
namentos fora do casamento. Geralmente o bastardo (na Bíblia, é assim 
chamado o que nasce fora da aliança de casamento) sofre rejeição, além 
de ser perseguido por espírito de imoralidade. O sentimento de rejei-
ção o leva a ter uma mentalidade de órfão. 
A maldição que o espírito de orfandade carrega é a falta 
de identidade.
A identidade é revelada pelo pai. Entre o povo judaico, o nome 
da criança era escolhido geralmente pelo pai. No nome havia a iden-
tidade daquela criança, e profeticamente apontava para o seu destino.
Esse hábito nos mostra a realidade espiritual de que só conhecemos 
nossa verdadeira identidade quando ouvimos o Pai Celestial, e enten-
demos qual é o nosso nome.
Há esperança para todos que se aproximam de Deus. As men-
tiras são denunciadas, e a verdade é acompanhada pela vida, vida 
abundante. Ainda que a nossa história enquanto nação, ou enquanto 
indivíduos, tenha sido tenebrosa, é possível restauração e cura. Não 
precisamos nos prender ao sentimento de orfandade. 
Vamos ver como age o sentimento de orfandade, e a partir 
daí, vamos desmascará-lo, assumindo nossa verdadeira identidade de 
filhos de Deus.
ORFANDADE
Segundo os dicionários, orfandade é o estado daquele que é 
órfão. Órfão é aquele que perdeu os pais, ou somente o pai, ou somente 
a mãe, por falecimento ou abandono.
Esse conceito abrange a esfera social, mas não trata da orfan-
dade de alma, a emocional. E é sob esse aspecto que quero falar.
Está escrito:
“Ouça, ó Israel: O SENHOR, o nosso Deus, é o único 
SENHOR. Ame o SENHOR, o seu Deus, de todo o seu cora-
ção, de toda a sua alma e de todas as suas forças.” (Dt 6.4-5)
Devemos amar o Senhor Deus com todo o nosso ser, e isto 
inclui a nossa alma. Porém, quando nossa alma está doente, ela fica blo-
queada; ficamos impedidos de sentir amor profundo pelo nosso Deus, 
ainda que creiamos Nele, e O recebamos como Senhor e Salvador de 
nossa vida. O sentimento de orfandade que muitos carregam na alma 
é um desses bloqueios. 
Mas, graças a Deus, não precisamos carregar dentro de nós 
fortalezas malignas, todas elas, todos os pensamentos enganosos po-
dem ser destruídos pelo poder da Palavra do Senhor.
#8 . CURA DO SENTIMENTO DE ORFANDADE
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
. 94 . . 95 .
CAUSAS E SINTOMAS DA ORFANDADE EMOCIONAL
Deus deixou a família como um instrumento para nos fazer 
entender o caráter de Deus. Cada pessoa da família mostra uma verda-
de acerca do Senhor. 
Quando a família não tem sua base em Cristo, ela se desestru-
tura. Isso compromete a identidade dos filhos, pois ela será formada com 
base em mentiras e distorções do propósito para o qual Deus os criou.
Em um lar onde o pai não manifesta o caráter de Deus, onde 
não há manifestação de amor e de pertencimento, um sentimento de 
orfandade invade o coração dos filhos. 
A orfandade emocional é aquela formada pelo sentimento de 
abandono dos pais, que pode ser físico ou pela ausência de diálogo, 
de manifestação de afeto e de cuidados. Ou seja, a pessoa pode sen-
tir-se órfã, mesmo com os pais vivos. 
Famílias cujos componentes atuam com inversão de papéis, 
cujos pais existem, porém não tratam seus filhos com dignidade, não 
suprem as necessidades da criança, tais como disciplina, orientação, 
proteção e afirmação, terão filhos com graves problemas emocionais. 
Essas crianças crescerão com sentimento de rejeição, abandono, des-
valia, solidão, insegurança, inferioridade e inadequação. Serão adultos 
cheios de carência afetiva.
A mentalidade órfã não tem clareza sobre sua real identidade 
de filho e de seu valor. Uma pessoa assim, torna-se presa fácil de ma-
nipuladores e usurpadores (inclusive de demônios), que determinarão 
por ela quem ela é, utilizando-se de mentiras e interesses obtusos. 
O desejo de aceitação, de ser valorizada e reconhecida fará 
com que suas ações sejam para agradar pessoas, e quando se converter, 
continuará a agir assim, pensando em agradar a homens em primeiro 
lugar, depois a Deus. Terá sentimentos imaturos que a levarão a com-
portamentos imaturos, ou de rebeldia, ou de rejeição.
Essas famílias geralmente são formadas por pais que também 
vieram de lares caóticos, e acabaram reproduzindo os erros de seus 
pais. Eles reproduzem nos filhos as feridas que sofreram. Ao que pa-
rece, as pessoas abusadas absorvem a identidade de seus abusadores. 
As feridas que levam uma pessoa a sentir-se órfã são abertas 
pelos sentimentos de:
• Abandono – gera sentimento de solidão profunda e medo 
de ser abandonada em novos relacionamentos;
• Desprezo – criança que foi rejeitada por algum motivo 
sente-se desprezada. A identidade da criança é formada a 
partir das conclusões que ela tira de suas observações de 
como as pessoas a consideram. Quando ela se sente des-
prezada, ela entenderá que não tem valor. Provavelmente 
terá autorrejeição e ódio de si mesma;
• Desonra – crianças querem ser honradas. Quando são hu-
milhadas com críticas, não conseguem entender se aquela 
crítica é pertinente ou não, e tomam por verdade aquilo que 
os pais dizem. Com isso, se o pai a chama de “burra” por-
que errou um exercício de matemática,ela acreditará que é 
burra, mesmo indo bem em outras matérias. A humilhação 
deixa marcas profundas na autoimagem. Essas crianças po-
dem se transformar em adultos que também humilharão 
outras pessoas, repetindo o comportamento que aprende-
ram, ou poderão tornar-se retraídas e inseguras.
• Desilusões – a criança naturalmente crê naquilo que os 
pais dizem. A formação da fé começa no relacionamento 
entre pais e filhos. Quando esses pais não cumprem com 
a palavra dita, entra o espírito de desconfiança e incredu-
lidade. Futuramente, no relacionamento com Deus, essa 
pessoa terá dificuldade em crer no Senhor. 
#8 . CURA DO SENTIMENTO DE ORFANDADE
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
. 96 . . 97 .
• Tratamento injusto – há pais que tratam injustamente 
seus filhos, dão preferências para um determinado filho, 
tratando-o de modo diferente dos seus irmãos; ou exigem 
da criança que faça coisas que sua idade não permite; ou, 
ainda, culpam a criança de algo que ela não fez. Esse sen-
timento de ter sido injustiçada pelos pais será transferido 
depois para o relacionamento com Deus, considerando-o 
injusto quando algo ruim lhe acontecer.
CONSEQUÊNCIAS DA ORFANDADE EMOCIONAL
Como podemos ver, os pais exercem um papel muito impor-
tante na formação da identidade do filho. Essa identidade pode ser 
marcada por perfil de orfandade ou de filho amado.
A família é um meio que Deus deixou aqui na Terra para nos 
ensinar a respeito de Seu caráter e de Seu amor.
Quando um pai ama seu filho, dando a ele segurança emo-
cional, está ensinando a essa criança sobre o amor do Pai Celestial. 
Quando ela chegar à idade de entendimento, ela receberá no coração o 
amor de Deus como algo plenamente natural e até mesmo óbvio. Será 
uma pessoa segura, não terá dificuldades em receber e dar amor. Seu 
relacionamento com Deus não terá barreiras de comunicação, e seu re-
lacionamento para com o próximo será livre para aceitação mútua. 
Essa criança se tornará um adulto confiante em Deus, en-
tenderá as direções para seus caminhos, saberá ouvir a voz do 
Espírito Santo.
Há poder nas palavras dos pais. Até mesmo Jesus recebeu pa-
lavras de afirmação vindas do Pai, antes de começar o Seu ministério:
“e o Espírito Santo desceu sobre ele em forma corpórea, como 
pomba. Então veio do céu uma voz: “Tu és o meu Filho 
amado; em ti me agrado.” (Lc 3:22, destaque da autora)
A criança precisa ouvir de seu pai palavras de afirmação. Essas 
palavras geram segurança, sentimento de aceitação e pertencimento.
Muitos que se convertem, chegam com o coração destruído 
porque nunca ouviram de seus pais uma palavra de afirmação, um 
elogio ou uma palavra de aprovação; só ouviram palavras de destrui-
ção, que trouxeram sobre eles maldição. Tornam-se pessoas cheias de 
complexos de inferioridade e rejeição, sentem-se inadequadas e inse-
guras. Mas o pior é que esses sentimentos afetam o relacionamento 
delas com Deus.
Essas pessoas terão dificuldades de ver Deus como Pai, terão 
dificuldades de confiar Nele, pois foram traídas por aqueles que de-
viam apresentar o Senhor a elas, por meio de suas atitudes.
A Verdade nos liberta de qualquer trauma emocional. Se pe-
las palavras negativas dos pais entraram as doenças emocionais, pelas 
palavras benditas de Deus entrará a saúde emocional. A cura e restau-
ração se fará pela Palavra do Pai Celestial. 
Essa restauração requer postura. Requer a busca da mudança 
de mente. A mudança de mente acontece quando nos aproximamos 
de Deus. Quanto maior for a intimidade que desenvolvermos com Ele, 
mais seremos semelhantes a Ele. A nossa identidade será restaurada à 
medida que essa semelhança se estabelecer.
Desconhecer a própria identidade nos leva a caminhos de 
morte. Satanás foi expulso da Presença de Deus por não reconhecer 
sua identidade; ele quis ser quem ele não era, ele quis ser um deus, mas 
não foi para isto que o Senhor o criou.
Autorrejeição nos leva a um caminho de rebelião contra Deus. 
Muitos estão na igreja, verdadeiramente receberam o Senhor 
com Salvador e único Deus, mas ainda não entenderam o que significa 
ser filho de Deus, por causa da mentalidade de órfão, que não foi con-
vertida segundo a mente de Cristo. 
#8 . CURA DO SENTIMENTO DE ORFANDADE
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
. 98 . . 99 .
Quando Jesus ouviu as murmurações dos fariseus, contou 
a eles a parábola do filho pródigo (Lc 15:1-2,11-32). A mensagem para 
aqueles fariseus estava ilustrada no personagem do filho mais velho, 
aquele que ficou em casa. Ao que parece, os fariseus não viam Deus 
como Pai, embora conhecessem profundamente as Escrituras (dizima-
vam a hortelã e o cominho!!! – Mt 23:23), se viam como servos, apenas. 
Estavam na casa do Pai, mas o consideravam como um patrão. Jesus 
estava mostrando a eles que Deus queria um relacionamento de Pai 
para filhos, cheio de amor, com direito a herança e bênçãos próprias 
de filhos. Mas, a cegueira espiritual fez com que condenassem Jesus 
justamente pela identidade de Jesus: Filho de Deus.
O coração órfão não recebe amor do Pai, e não consegue amar 
o irmão. Sabe ver os erros do povo da igreja, sabe criticar e julgar, mas 
não consegue ter compaixão. As mágoas gritam dentro de seu coração, 
ele quer desesperadamente ser amado e aceito como filho, mas sem 
liberar perdão aos pais que o feriram jamais conseguirá uma plena co-
munhão com Deus. Passará a vida achando que Deus ama mais os ou-
tros que a ele. Torna-se religioso, incansável no trabalho da Igreja, mas 
não sabe reclinar a cabeça no colo do Pai. Não entende que trabalha na 
seara do Senhor, mas que é herdeiro e não mero empregado.
Aquele que é curado, que tem a mente renovada, que se apro-
pria de sua identidade de filho, trabalha na seara do Senhor, mas sua 
motivação é o amor ao Pai; essa pessoa tem a consciência de que faz 
parte do reino do Pai, é herdeiro. Consegue ter intimidade com o Pai.
“Não os deixarei órfãos; voltarei para vocês.” (Jo 14:18)
Jesus cumpriu essa promessa nos enviando o Espírito Santo. 
Ele ensina a andarmos na dimensão da realidade de sermos filhos de 
Deus, independente das experiências amargas que porventura tivemos 
com os nossos pais.
VIVENDO COM A IDENTIDADE DE FILHOS
“No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o 
Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as 
coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se 
fez. Nele, estava a vida e a vida era a luz dos homens; e a luz 
resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam. 
Houve um homem enviado de Deus, cujo nome era João. Este 
veio para testemunho para que testificasse da luz, para que 
todos cressem por ele. Não era ele a luz, mas veio para que 
testificasse da luz. Ali estava a luz verdadeira, que alumia a 
todo homem que vem ao mundo, estava no mundo, e o mundo 
foi feito por ele e o mundo não o conheceu. Veio para o que 
era seu, e os seus não o receberam. Mas a todos quantos o 
receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus: 
aos que crêm no seu nome, os quais não nasceram do sangue, 
nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de 
Deus. E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a 
sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça 
e de verdade.” (Jo 1.1-14, versão RC)
Deus nos deu o poder de sermos feitos filhos de Deus. Jesus 
trouxe de volta nossa real identidade; anulou a separação que havia 
entre nós e Ele. 
O Espírito Santo testifica ao nosso espírito que somos filhos. 
Pela meditação da Palavra de Deus nós derrubamos fortalezas cons-
truídas pelo sentimento de orfandade.
Quando temos contato com essa realidade, de sermos filhos de 
Deus, começamos a entender também qual é a nossa identidade minis-
terial. Entramos numa dimensão de vida plena, pois passamos a fazer 
exatamente aquilo para o qual o Senhor nos trouxe aqui neste planeta.
#8 . CURA DO SENTIMENTO DE ORFANDADE
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
. 100 .
A Verdade nos liberta, o pecado só é rei no meio de mentiras 
e ignorância.Mas, os filhos de Deus são guiados pelo Espírito Santo 
(Rm 8.14).
A mentalidade renovada reconhece que é filho amado e cui-
dado, que não está só; não dá espaço para complexos de rejeição nem 
inferioridade, pois sabe que tem valor.
Aquele que entra nessa dimensão espiritual viverá, de fato, a 
vida abundante (Jo 10:10). Terá maturidade, dará frutos, levará outros 
ao Senhor Jesus.
Precisamos nos ver como Deus nos vê. Precisamos receber o 
amor do Pai. Quando temos esse amor, conseguimos amar o nosso pró-
ximo também.
A chave para prosseguirmos em uma vida transformada e vi-
toriosa está no perdão àqueles que nos deformaram. Também é preciso 
aceitar o perdão do Pai Celestial. 
Estaremos honrando nossos pais quando olharmos para eles 
como pessoas carentes da misericórdia de Deus, pessoas feridas, que 
talvez não tivessem tido acesso ao conhecimento que Deus está nos 
dando hoje. 
Depois, é só olhar para a frente, deixar o passado no passado, 
e prosseguir pelo caminho que o Pai Celestial nos propôs. 
“Pelo que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coi-
sas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.” (2Co 5.17)
– x –
1. Filme brasileiro, dirigido por Alain Fresnot, com Simone Spoladore, Osmar Pra-
do e Caco Ciocler.
2. Professor e doutor em História Social, pela USP. 
3. Jornalista, tradutor e escritor brasileiro.
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
. 102 . . 103 .
CAPÍTULO 9
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
. 104 . . 105 .
O ministério de libertação inclui a cura das memórias (cura inte-
rior), o discipulado intenso e o aconselhamento. Isto é funda-
mental para que o ministério de libertação ocorra bem, pois através 
das sessões de aconselhamento podemos diagnosticar o problema. 
A cura das memórias deve acontecer no processo desse ministério de 
libertação, de tal forma a completá-lo, pois a libertação situa-se no con-
texto da cura e da recuperação da totalidade da pessoa. 
A CURA 
Podemos afirmar, sem nenhum exagero, que todos os seres 
humanos necessitam da cura das memórias, necessitam da cura in-
terior. Alguns a recebem no processo de crescimento, ao desenvolver 
um relacionamento significativo de amor e aceitação; outros, atra-
vés da experiência espiritual da conversão; e outros, ainda, através 
do crescimento da vida cristã e a convivência com cristãos maduros 
e conselheiros, que entendem os segredos da alma humana à luz da 
Palavra de Deus. 
Definição
Cura das memórias é também chamada de cura da alma ou 
cura interior. 
A necessidade da cura da alma tem sido dramática e enorme-
mente reconhecida nesses últimos anos. Ela é chamada de cura das me-
mórias, pois são as memórias que constituem os elementos que estru-
turam o consciente e o inconsciente para determinar, de certa forma, o 
comportamento e a reação saudável, ou não, das emoções. A memória 
está nas raízes das reações humanas.
Alguém já disse que o inferno será a prisão da memória: das 
lembranças doloridas, impossíveis de serem esquecidas, que estarão 
sempre à volta, reavivando sofrimentos, remorsos, culpas e vergonhas, 
numa exposição interminável de humilhação. O ministério da cura das 
memórias focaliza as memórias doloridas, que aprisionam as emoções, 
impedindo que a pessoa tenha uma visão adequada de Deus, de si e 
do mundo.
Se num contingente natural o ser humano é vítima de rejeição, 
de falta de amor, de perdas, e se os efeitos dessas experiências podem 
paralisar o desenvolvimento de uma personalidade saudável, o que se 
poderia imaginar de pessoas que tenham sido vítimas de caprichos de 
uma personalidade cruel e déspota, que tenha se assenhoreado delas?
Memórias dolorosas são experiências comuns na vida de mui-
tos, tais como imoralidades, perversidades, exigências nojentas e expe-
riências traumáticas com que são obrigados a conviver, de acordo com 
Georgina Aragão, citada por Mclister¹. 
Frequentemente o ser humano projeta uma imagem errô-
nea de Deus como Pai Celestial, tomando por base o pai terrestre. 
Quem teve um bom pai, amoroso, sensível e carinhoso, geralmente 
tem uma visão positiva do Pai Celestial. 
As memórias doloridas do passado, especialmente as que são 
relacionadas com a infância - traumas, desastres, calamidades, rejei-
ção, sofrimento intenso e outras - não apenas são razões e motivos de 
grande dificuldade nos relacionamentos da vida adulta, mas também 
podem ser causas da própria invasão de espíritos, em razão da amar-
gura e do ódio acalentados. Assim, há um duplo prejuízo emocional.
O resultado de toda essa situação geralmente é a rejeição pró-
pria, o ódio de si mesmo e para com os outros, e a incapacidade de se 
perdoar e de perdoar os outros; ou então uma postura inversa a esta: 
o engrandecimento próprio, o egocentrismo, o mau temperamento, o 
hipercritiquíssimo, a depressão, a rejeição, complexos de inferioridade, 
de culpa, de perseguição, e vários problemas sexuais.
#9 . CURA DAS MEMÓRIAS
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
. 106 . . 107 .
Como se processa a cura das memórias?
Jesus Cristo é aquele que cura por excelência, e Ele o faz atra-
vés do Espírito Santo. De acordo com Mattew e Dennis Linn2 , existe 
uma memória que podemos chamar de “memória base”, que está na 
raiz das nossas reações negativas. 
A cura não consiste em cavar os acontecimentos passados 
para verificar se encontra algo, mas sim:
“... é permitir que o Espírito Santo traga à nossa consciência 
as memórias doloridas que Ele deseja curar. Às vezes o Espírito nos 
mostra uma “memória base” como a raiz que nos fará conscientes de 
quando começaram a agir daquela forma... outras vezes Ele nos mostra 
um padrão de ações de desamor; por exemplo, a nossa impaciência... 
ou Ele pode falar-nos de outros que nos trataram com o mesmo desa-
mor. O que quer que seja, ou quando quer que for, devemos atender no 
que Ele nos revelar acerca da memória que ainda nos controla.”3
O autor citado continua dizendo que temos a tendência de 
temer que o Espírito Santo nos faça lembrar daquelas memórias tão 
penosas que sepultamos com todo o cuidado. Mas, precisamente essas 
lembranças sepultadas é que são as causadoras dos problemas.
Na perspectiva de Linn, o Senhor quer curar as memórias e 
emoções negativas que têm paralisado o desenvolvimento salutar da 
pessoa, para que assim possa relacionar-se positivamente com suas cir-
cunstâncias. Nesse sentido, Rita Bennet afirma que “a cura interior é 
simplesmente a cooperação com o Senhor, para que Ele venha curar e 
remover da nossa natureza psicológica tudo que esteja bloqueando o 
fluir do Espírito Santo.”4
Por isso, os momentos de sofrimento devem ser relembrados 
diante de Deus, pedindo que Jesus Cristo venha ministrar a área da 
dor e do sofrimento, sendo a pessoa renovada no perdão e na aceitação 
por Deus. Quem consegue receber e experimentar o amor perdoador 
de Deus está no processo da cura interior. 
A BASE DA CURA DAS MEMÓRIAS
A cura das memórias inicia-se quando a pessoa começa a re-
ceber e a experimentar o perdão e o amor de Deus em sua plenitude. 
E, para que seja efetiva, esse perdão terá de estender-se ao ofensor. 
Este nunca é um processo fácil de acontecer: as memórias da dor e do 
sofrimento sempre voltam. Voltam em estágios diferentes, como Linn 
diz:5 estágio de negação, de raiva e ódio, de negociação, de depressão 
e de aceitação. E esse processo toma tempo, pois o ser humano não é 
uma máquina, pois terá de elaborar os problemas dentro de si, experi-
mentar a dor e sair desse processo.
• No primeiro estágio, o de negação, conscientemente a pessoa 
dirá: “Não foi nada. Está tudo bem. Eu não fui atingida”. 
• No segundo estágio, o de raiva, dirá: “O culpado é a mi-
nha mãe, é o meu chefe que me feriu, que me humilhou”. 
• O terceiro estágio é o da negociação: “Eu perdoaria se ele 
não tivesse sido tão cruel; eu aceitaria a situação se ela 
tivesse usado outros meios para conseguir... “. 
• O quarto estágio é de depressão: “Por que fui cair nessa? 
Como me aventurei e deixei que me ferisse?”• O quinto estágio é de aceitação: “Sim, fui ferido, mas que-
ro superar isso. Deus pode transformar isso num meio 
para o meu crescimento.”
Esses são estágios de um longo processo de perdão: receber o 
perdão de Deus, perdoar a si mesmo e aos outros. Como esse processo 
não acontece de um dia para o outro, pode parecer interminável, e a 
pessoa sente como se estivesse sempre no mesmo ponto. Mas ela está 
#9 . CURA DAS MEMÓRIAS
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
. 108 . . 109 .
no processo, se o Espírito Santo estiver operando através da oração da 
cura interior.
Rita Bennet diz que a oração da cura interior consiste em “en-
sinar a pessoa a praticar a presença de Jesus no seu passado, no seu 
presente e no seu futuro; ajudá-la a perdoar todos os seus ofensores, 
libertá-la para viver no dia de hoje com toda a sua potencialidade.”6
O AMOR INCONDICIONAL DE DEUS
O maior remédio para a cura de uma imagem distorcida, do 
sentimento de inferioridade, do senso de indignidade própria, é o 
amor de Deus, o amor incondicional demonstrado por Jesus Cristo.
Quando o Espírito Santo começa a revelar quem é Jesus, 
que tipo de amor Deus ofereceu através dele, esse amor está tão fora 
dos conceitos humanos, que passa a ser difícil ser entendido e aceito. 
O grande problema do homem está em aceitar o grande dom de Deus, 
por estar bloqueado no seu entendimento.
David Seamands7 diz que o mundo foi feito para o perdão, 
para a graça e para o amor; mas o poder do pecado que tudo corrompe 
transformou o homem de tal forma que ele não consegue aceitar esses 
dons: o perdão, a graça e o amor.
A alma natural do ser humano não consegue captar essas ideias 
básicas, por isso precisamos da ajuda do Espírito Santo. A graça de Deus 
trabalha para aplicar o grande amor de Deus na vida dos pecadores.
Assim, a cura e a recuperação da alma humana começam 
quando o amor de Deus é aplicado e atualizado na vida da pessoa.
Muitos demônios manifestam-se no gabinete de aconselha-
mento quando a pessoa começa a contar suas experiências de sofri-
mento, quando as feridas escondidas ou ocultas por anos começam a 
ser reveladas e confessadas. 
Como vimos, com a confissão e o perdão, os demônios per-
dem o “seu lugar de aconchego”. Veja o que diz Linn:
“A grande maioria dos endemoninhados tem uma porta 
aberta devido a dores profundas na vida, que os dificultam apro-
ximarem-se de Jesus. Aqueles que voltam diversas vezes, é porque 
precisam de cura interior. As dores profundas, as memórias feridas 
e as emoções desordenadas precisam do toque do amor de Jesus. 
O maligno somente irá abandonar, fácil e totalmente, quando todas 
as feridas forem curadas.”8
Quando as feridas e memórias doloridas forem enfrentadas 
com o amor de Jesus Cristo, é mais provável que os demônios se ma-
nifestem para abandonar a pessoa. Vou agora citar alguns casos de 
minha experiência. Estes casos são citados no meu livro “Deuses da 
umbanda – implicações teológicas e pastorais”. 
Maria foi oferecida aos espíritos desde o ventre. Sua mãe pro-
meteu consagrar a filha em troca da cura do marido. Desde o berço, 
sendo uma menina destinada a ser chefe de um espaço de ocultismo, 
Maria foi tratada de modo diferente. Até os seus pratos, copos e talhe-
res eram especiais, e assim atraiu ira, ódio e ressentimento dos irmãos. 
Podemos imaginar quantos problemas de relacionamento com eles ela 
enfrentou. Ela foi alvo de ciúme, inveja e ódio. Sua infância foi cheia de 
sofrimento. Vivendo entre a casa da mãe biológica e a da sua mentora 
“mãe espiritual”, Maria foi abusada sexualmente por um dos líderes.
Aos doze anos já ajudava a fazer os trabalhos nas matas vir-
gens, à meia-noite, fazendo sacrifícios aos espíritos. Sua mente estava 
cheia de memórias terríveis, recordando as cenas em que um industrial 
famoso, bebendo sangue vivo de uma galinha, transformou-se numa 
figura horrenda diante de seus olhos de menina-moça. Sua adolescên-
cia tinha muitas recordações que ela gostaria de esquecer. Aos deze-
nove anos ela deveria assumir um espaço de práticas ocultas. Com 
18 anos, porém, Maria converteu-se a Jesus Cristo. Nunca mais sua 
#9 . CURA DAS MEMÓRIAS
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
. 110 . . 111 .
mentora espiritual pisou em sua casa. A conversão a Jesus trouxe-lhe 
uma alegria e paz que ela nunca havia experimentado.
Com Jesus ela experimentou o perdão e era quase inacreditá-
vel ser recebida como filha de Deus, através de Jesus Cristo, apesar de 
todo o seu passado. Era maravilhoso poder desfrutar dos privilégios 
de ser filha de Deus; mas ela enfrentava muitas lutas... Sua mente es-
tava cheia de memórias do passado, e precisava ser curada. Uma por 
uma, a lembrança de cada situação foi apresentada diante de Jesus. 
Confessados foram os pecados, tendo sido perdoados. Maria também 
liberou perdão às pessoas que a tinham prejudicado, que dela abusa-
ram e que a feriram. O poder perdoador de Jesus operou no sentido de 
curá-la, libertando-a da culpa, desfazendo os traumas e fazendo desa-
parecer as terríveis memórias, substituindo-as com a presença de Jesus 
em cada cena apresentada diante de Deus.
O Espírito Santo aplicou o poder do perdão de Jesus em vá-
rias fases da sua vida, libertando-a da escravidão dos espíritos. 
Um rapaz, chamado Francisco confessou que estava envolvi-
do com homossexualidade. Será que a causa do seu comportamento 
poderia ser psicológica? Seria um problema de formação? Logo desco-
brimos que ele estivera pesadamente envolvido com os espíritos da per-
versão sexual. Sua infância foi marcada pela rejeição e pelo desprezo. 
Era filho natural, porém nunca reconhecido pelo pai. Nunca viu sua 
mãe sendo bem tratada, o que aumentava mais ainda a sua tristeza 
e revolta. O sentimento de rejeição gerava um sentimento de inade-
quação, uma imagem própria profundamente negativa, e inseguran-
ça. Ainda que convertido, Francisco não tinha o senso de dignidade 
própria. O incesto abrira portas para outras imoralidades sexuais na 
sua adolescência. Envolvido com o ocultismo, ele vivia invocando o 
espírito da imoralidade sexual, sem saber que tipo de vida esses espí-
ritos poderiam trazer a ele. Para uma libertação efetiva e verdadeira, 
as memórias e feridas do passado desse jovem tinham de ser colocadas 
na presença do Senhor. 
Sua conversão não trouxe automaticamente a solução para 
todos os problemas. Suas feridas de alma, as memórias do passado, 
tiveram de ser colocadas, uma por uma, diante de Deus. O perdão de 
Deus através de Jesus Cristo foi renovado, mas também ele teve que 
voluntariamente perdoar as pessoas que o tinham ferido e prejudica-
do. Era quase que impossível fazer isto. Mas o Espírito Santo veio em 
sua ajuda para fazer o que era difícil para as forças humanas. Suas 
lutas não desapareceram de uma vez. Foi um longo processo, mas que 
se iniciou pelo Médico dos médicos, que um dia aperfeiçoará e com-
pletará em seu filho tudo que iniciou. 
Entendimento:
O ministério de libertação não consiste em apenas expulsar 
demônios, mas sim curar a pessoa na sua totalidade emocional, espiri-
tual e física, reintegrando-a na vida da sociedade. 
O objetivo final da cura interior é a inteireza, ou totalidade, 
em Cristo, uma pessoa integrada em relação a Deus e aos outros. Por 
isso o ministério de cura interior deve ser realizado em etapas de acon-
selhamento, de cura das memórias, de expulsão de espíritos, e de dis-
cipulado intenso, no conhecimento da Palavra.
É essencial desenvolver um programa de comunhão diária 
com o Senhor, começando a viver a vida do corpo de Cristo, desenvol-
vendo os dons e o fruto do Espírito Santo. 
Esse ministério só tem efeito se for realizado dentro do contexto 
de uma vida comunitária dentro do corpo de Cristo, que venha a aceitar 
a pessoa tal qual ela é, num relacionamento que se baseie no amor frater-
nal, no encorajamento e na edificação mútua, no confessar, no perdoar e 
no orar um pelo outro, no estímulo e no suporte recíprocos.
– x –
#9 . CURA DAS MEMÓRIAS
CURAINTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
. 112 .
1. MCALISTER, Robert. Mãe de santo. Rio de Janeiro: Empreendimentos Evangé-
licos, 1963. 
2. LINN, Dennis e Matthew. Healing life hurts. Nova York (USA): Paulist Press, 
1978.
3. LINN, op. cit., p. 25.
4. BENNET, Rita. How to pray for inner healing. Eastbourne: KIngsway Pub., 1984. 
5. LINN, op. cit.
6. BENNET, op. cit. 
7. SEAMANDS, David. Healing for damaged emotions. Wheaton (IL – USA): Victor 
Books, 1985.
8. LINN, op. cit., p.162.
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
. 114 . . 115 .
CAPÍTULO 10
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
. 116 . . 117 .
“Assim seus irmãos tiveram ciúmes dele; o pai, no entanto, 
refletia naquilo... ‘Lá vem aquele sonhador!’, diziam uns aos 
outros. ‘É agora! Vamos matá-lo e jogá-lo num destes poços, e 
diremos que um animal selvagem o devorou...’.” (Gn 37.11,19)
Essa passagem bíblica faz parte de um triste episódio da his-
tória de Israel. José era, sem disfarces, o filho preferido de Jacó. Isto 
gerou um ambiente de mágoa, de ciúme e ira entre ele e seus irmãos.
Esse ódio chegou ao extremo, e assim planejaram dar um fim 
naquele irmão indesejado.
Os irmãos de José tinham ciúmes. Sentiam-se ameaçados por 
José. O amor do pai já era dele, e além disso, pelas revelações dos so-
nhos, ele estaria um dia acima de seus irmãos.
As ações deles foram construídas com mentiras. Mas a 
mentira começou na mente deles, na alma deles, desde o momento 
que começaram a se comparar com José, e não entenderem que cada 
um deles era especial, e cada um tinha o seu próprio ministério, e 
todos, igualmente, eram filhos de Jacó. Viram-se em posição de re-
jeição e inferioridade.
Todo complexo é formado a partir de pensamentos e ideias 
fortemente afetadas pelas emoções. 
Complexos fazem a pessoa ver tudo sob o ponto de vista sub-
jetivo, formado pelas emoções que aquelas ideias provocam.
Os complexos determinam consciente ou inconscientemente 
as ações do indivíduo.
Geralmente pessoas que sofrem complexos de inferioridade 
ou de rejeição, passam a ser intolerantes ou injustas com elas mesmas 
e com as outras pessoas. Falsos testemunhos são levantados contra os 
outros por causa de ódio, rejeição e inferioridade.
O complexo de inferioridade é formado quando não temos 
uma visão correta de quem somos.
Geralmente as distorções começam com comparações com os 
outros, o que pode levar a sentimentos de inadequação (não seria o caso 
dos irmãos de José, com relação ao pai deles?), inferioridade e rejeição.
Os complexos podem também ser resultados de sentimentos 
de culpa ou de experiências traumáticas vividas, como relacionamen-
tos conturbados entre pais e filhos.
Todo complexo de inferioridade ou de rejeição afeta a au-
toimagem e a autoestima. Tanto a autoimagem quanto a autoestima 
são formadas principalmente na infância (entre 0 a 6 anos mais ou me-
nos), período em que se dá o crescimento físico, o amadurecimento do 
cérebro, a capacidade de aprendizado e a iniciação social e afetiva.
Quando a criança cresce em ambiente de críticas, de falta de 
expressão de afeto, com castigos exagerados, ou diálogos deprecia-
tivos, que denigrem a sua integridade, ela provavelmente formará 
emoções conflituosas, levando-a a complexos de rejeição, de culpa 
e de inferioridade, pois ela não tem capacidade intelectual ou emo-
cional para julgar se aqueles julgamentos são corretos ou não, suas 
conclusões são intuitivas. 
A alma cujo complexo de rejeição e inferioridade dominam, 
sofre danos em seus relacionamentos. A pessoa não terá paz e seguran-
ça interior, terá dificuldade para confiar em Deus; será propensa a sen-
tir ciúmes e a criticar os outros; poderá ter depressão; terá dificuldades 
para se relacionar com os outros, e muitas vezes terá ódio de si mesma.
Os conflitos interiores tornam-se tão intensos, que para sobre-
viver socialmente (afinal, “ninguém é uma ilha”), a pessoa fará uso de 
máscaras, irá viver uma mentira, ainda que inconsciente, e isto a levará 
para longe de Deus, para longe de uma vida plena.
#10 . CURA DOS COMPLEXOS DA ALMA
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
. 118 . . 119 .
Os complexos transformam-se em verdadeiras fortalezas, 
intransponíveis. Somente o poder de Deus é que nos livra deles.
“As armas com as quais lutamos não são humanas; pelo contrá-
rio, são poderosas em Deus para destruir fortalezas.” (2Co 10.4)
Fortalezas
Podemos imaginar uma fortaleza (construção fortificada para 
defender uma cidade ou região), construída durante anos. Pedra por 
pedra foi colocada ali até se transformar numa edificação inabalável.
Geralmente, as fortalezas da Antiguidade serviam para guar-
dar armas, mantimento e preciosidades, e ali também era um lugar 
para tratar assuntos administrativos. 
Da mesma forma, as nossas fortalezas mentais guardam ar-
mas (nossas defesas contra qualquer pessoa que possa nos ferir), man-
timento (nossos pensamentos, críticas, sentimentos e ações) e preciosi-
dades (afetos e desafetos). 
Satanás colabora para edificação de fortalezas na mente da-
queles que estão aprisionados por complexos de inferioridade ou re-
jeição. Ele sempre usará a mentira para essa edificação, a mentira faz 
parte da sua índole.
“...Ele foi homicida desde o princípio e não se apegou à ver-
dade, pois não há verdade nele. Quando mente, fala a sua 
própria língua, pois é mentiroso e pai da mentira.” (Jo 8.44)
Diante de conflitos com os pais ou com pessoas importantes 
de sua vida, a pessoa começa a tirar conclusões sobre si baseadas em 
conceitos envenenados:
• Ninguém me ama;
• Sou inútil;
• Não tenho sorte na vida;
• Não faço nada certo;
• Sou burro;
• Não valho muita coisa;
• As pessoas querem me prejudicar.
Mas, Jesus é o Caminho, a Verdade e a Vida (Jo 14:6). A verdade 
de Deus nos liberta (Jo 8:32). O poder para libertar está em Jesus (1Jo 3.8).
Os pensamentos mentirosos nos aprisionam, mas os pensa-
mentos reais nos libertam.
Como o apóstolo Paulo disse, precisamos usar as armas espi-
rituais, e não as carnais, para destruir as fortalezas. 
Para derrubar uma fortaleza é preciso destruir a sua base, que 
são as crenças internas, construídas a partir de mentiras. 
Portanto, a cura vem quando confrontamos nossas crenças 
internas com a verdade que nos liberta, que está na Palavra de Deus.
A formação dos complexos tem suas primeiras edificações a 
partir de:
• Relacionamentos com pessoas que nos prejudicaram, que 
desejaram nosso fracasso;
• Humilhações;
• Desprezos;
• Traições; 
• Palavras de maldição;
• Abandono.
Os complexos de inferioridade e de rejeição são formados a 
partir das conclusões tiradas das experiências amargas, das críticas e 
injustiças vivenciadas.
#10 . CURA DOS COMPLEXOS DA ALMA
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
. 120 . . 121 .
Depois de formados, todas as reações e relacionamentos esta-
rão sob influências daqueles complexos. Comprometem a construção 
do nosso caráter. 
O modo com que reagimos é reflexo daquilo que está dentro 
de nós.
A Rejeição
Podemos dizer que rejeição é o “não amor”. Amor é aceitação, 
e rejeição é não aceitação. É o oposto do amor. Então, é possível ima-
ginar o sofrimento de uma pessoa que se sente rejeitada. Deus é Amor 
(1Jo 4:8), não há felicidade sem a Presença de Deus.
A rejeição é uma das armas mais poderosas que satanás usa 
para destruir uma pessoa. Com essa arma ele constrói prisões espiri-
tuais terríveis.
Deus nos fez para sermos amados, e quando não recebemos 
esse amor, toda nossa estrutura emocional é abalada. Mesmo o cristão 
fiel pode acabar abandonando a fé, quando está acorrentado por com-
plexo de rejeição. 
O complexo de rejeição é formado em qualquer fase da vida, 
embora seu maior poder de destruição vem quando ele é formado na 
infância, no meio familiar. 
O relacionamento com os pais colabora para formar o senti-
mento de aceitação ou não aceitação. Ausência de diálogo, de pala-
vras de afirmação, de atenção, de expressão de carinho, ausência física 
dos pais, levam acriança a sentir-se rejeitada. Quando na família só se 
ouve críticas, ou exigências incabíveis, xingamentos ou sarcasmos, o 
indivíduo cresce com déficit de amor. 
Uma das consequências mais graves se refere ao relaciona-
mento com Deus. Geralmente a criança que se sente rejeitada pelos 
pais, não conseguirá estabelecer um bom relacionamento com Deus, 
não conseguirá receber o amor do Pai. Ela se sentirá rejeitada por Deus.
O complexo de rejeição pode se instalar também durante a 
fase estudantil. Na escola o estudante poderá sofrer injustiças por par-
te dos professores, bullying, discriminações, apelidos depreciativos. 
Socialmente, preconceitos raciais, sociais e religiosos poderão 
adoecer o indivíduo também. 
Satanás se aproveita das circunstâncias ruins para envenenar 
as mentes fragilizadas. Ele tenta roubar a nossa identidade em Cristo. 
O pecado também é uma fonte de rejeição. A culpa do peca-
do faz o homem se distanciar de Deus, e acaba sentindo-se rejeitado 
pelo Senhor.
Características de uma pessoa com complexo de rejeição, den-
tre outras:
• Imaturidade emocional e espiritual;
• Dependência emocional;
• Busca de alegria em vícios;
• Solidão;
• Autoimagem negativa;
• Autoestima baixa. 
Aquele que não for curado do complexo de inferioridade, per-
manecerá escravo dos próprios sentimentos. Correrá o risco de cair em 
idolatria por alguém ou alguma coisa, ou de odiar a todos, não conse-
guindo se relacionar com ninguém. Um sentimento de inadequação 
estará sempre presente. 
Buscando aceitação, muitas vezes usará máscaras, tentando 
ser alguém que supostamente é aceito pelo grupo, sua identidade pró-
pria se destrói. Aí está a brecha de engano e mentira que poderá des-
truir o indivíduo. 
#10 . CURA DOS COMPLEXOS DA ALMA
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
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No relacionamento com Deus, não consegue sentir-se amado, 
então tenta “comprar” afetos do Senhor. Tenta fazer coisas, supondo 
que dessa forma o Senhor o amaria mais. Acaba relacionando-se com 
Deus pelas obras, pelo ativismo, sem intimidade de Pai com filho. Não 
entende o amor incondicional de Deus. 
A rejeição mina a fé. 
A CURA PARA REJEIÇÃO
O caminho de cura é retornar à imagem e semelhança de 
Deus. À imagem de filho de Deus. Entregar-se ao amor de Deus, pois o 
amor é a base para todos os demais relacionamentos (1Jo 4:7-21).
Buscar o Espírito Santo, pois em Seu fruto há amor. Com esse 
amor, perdoar a si mesmo e aos outros. O Espírito Santo arranca as 
raízes de rejeição. 
Deve entregar todo sentimento de rejeição a Jesus, pois Ele 
já levou na Cruz. Ele foi rejeitado para nos curar da rejeição. (Is 53:3).
Renunciar as mentiras de satanás. A verdade é que somos espe-
ciais, somos amados por Deus. Somos propriedade do Senhor (Ef 2:10). 
A Inferioridade
“Como imagina em sua alma, assim ele é.” (Pv 23.7 – versão RA)
Complexo de rejeição anda de mãos dadas com complexo de 
inferioridade e de culpa.
A autorrejeição provoca sentimentos de inferioridade. A sen-
sação de inferioridade pode se instalar por causa de problemas físicos, 
nível social e econômico, ou por causa de palavras e atitudes que de-
nigrem a imagem.
Geralmente, a pessoa que se sente inferior, é tímida, ou se es-
conde; age com uma modéstia exagerada, ou então, de forma a mostrar 
o oposto daquilo que sente a seu próprio respeito, exagerando na esté-
tica, ou tentando ser o melhor em tudo.
Provoca insegurança, medo, solidão, raiva, preocupação, den-
tre outros sentimentos.
O complexo de inferioridade paralisa nosso potencial, nos 
faz sentir inseguros quanto à nossa capacidade. Afeta a confiança em 
Deus, o coração fica incrédulo quanto ao que o Senhor pode fazer atra-
vés de nossa vida. 
Em certo sentido, o complexo de inferioridade camufla or-
gulho, pois se o cristão considera suas próprias capacidades para fa-
zer a obra do Senhor, não lembrando que é Deus quem o capacita 
(1Co 1.26-31), então quando o sucesso chega, a glória é para ele, por 
ter sido “capaz”!? Ouvimos muitas vezes pessoas dizerem: “Não te-
nho competência para fazer o que a Igreja me pede para fazer... não 
sei falar...” 
É preciso tirar a máscara da falsa modéstia, do engano, e re-
conhecer que por trás desse discurso aparentemente humilde, há um 
outro implícito, dizendo que não é Deus quem faz as coisas acontece-
rem, e sim o homem. Se olharmos com os olhos espirituais, veremos 
que nenhum de nós é capaz de coisa alguma sem a manifestação do 
Espírito de Deus. Somos dependentes do Senhor. 
 Temos limitações de fato, mas devemos buscar aperfei-
çoamento para desenvolver o dom e o ministério que Deus coloca em 
nossas mãos.
 Porém, com toda capacitação adquirida, com todo estu-
do e conhecimento, ainda assim, não podemos fazer nada sem Deus. 
Ele é quem faz tudo; não oferecemos a ninguém nada que antes não 
tenhamos recebido do próprio Senhor. Ele quer corações voluntários, 
#10 . CURA DOS COMPLEXOS DA ALMA
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
. 124 . . 125 .
que não olham para suas deficiências, mas olham para a eficiência Dele 
manifestando-se em nós. Isto é humildade, não se trata de inferiorida-
de, ou de modéstia. 
Mas o que tem complexo de inferioridade tem uma visão de 
mundo distorcida. Está sempre se comparando com os outros. Sempre 
valorizando o outro pelo que tem ou faz, e não pela essência do que é: 
um ser humano.
A libertação do complexo de inferioridade nos dá senso de va-
lor próprio, real, não pelo que fazemos, mas por quem somos. Somos 
filhos de Deus.
A autodepreciação traz amargura; também pode trazer a sen-
sação de ser injustiçado por Deus, como vemos no diálogo de Gideão 
com Deus: “Se o Senhor está conosco, por que aconteceu tudo isso?” (Jz 6.13)
CURA PARA A INFERIORIDADE
Gideão foi curado pela Palavra de Deus. A Palavra de Deus é 
poderosa para criar novos pensamentos e sentimentos. Com a Palavra, 
Deus criou o mundo. Ele pode recriar nosso mundo interior também.
Devemos renovar a nossa mente (Rm 12.2), tirando os pa-
drões mentais mundanos e colocando o padrão de pensamento do 
reino de Deus.
Precisamos caminhar pelo que a Palavra de Deus diz, não 
pelo que sentimos. As emoções enganam (Pv 23.7). 
Nosso olhar deve ser sempre sob o ponto de vista de Deus. Os 
israelitas se viram como gafanhotos perante o inimigo, e isto os derro-
tou (Nm 13.30-33). Davi, olhou sob o ponto de vista de Deus e venceu 
o gigante Golias (1Sm 17.48-50).
Também é necessário repreender e expulsar de nossa alma 
todo espírito de mentira e pensamento mentiroso. Aquelas sentenças 
negativas devem ser expulsas, pois elas não vieram de Deus, e se não 
vieram de Deus, nada valem. Vale o que Deus fala a nosso respeito.
Nossa mente deve estar repleta dos pensamentos do Senhor.
Pois nada podemos contra a verdade, mas somente em favor 
da verdade.” (2Co 13.8)
O Sentimento de Culpa
“Como é feliz aquele que tem suas transgressões perdoadas e 
seus pecados apagados! Como é feliz aquele a quem o Senhor 
não atribui culpa e em quem não há hipocrisia! Enquanto 
escondi os meus pecados, o meu corpo definhava de tanto 
gemer. Pois de dia e de noite a tua mão pesava sobre mim; 
minha força foi se esgotando como em tempo de seca. Então 
reconheci diante de ti o meu pecado e não encobri as minhas 
culpas. Eu disse: ‘Confessarei as minhas transgressões ao 
Senhor’, e tu perdoaste a culpa do meu pecado.” (Sl 32.1-5)
Sentimento de culpa se vincula aos complexos de inferiorida-
de e de rejeição. 
Quando sentimos que desapontamos alguém, ou que erramos 
com alguém ou mesmo conosco, ficamos com um sentimento de culpa 
que nos tortura.
Precisamos lembrar, contudo, que assim como os complexos 
de rejeição e inferioridade são contaminados por mentira e engano, a 
culpa também pode ser contaminada.
A culpa verdadeira é a culpa do pecado, ela surge quando 
quebramos os princípios estabelecidos por Deus. Essa culpa nos leva 
ao arrependimento e à confissão, e ao abandono daquilo que estava 
errado. O Espírito Santo nos dá convicção de pecadoe nos ajuda a en-
direitar nossos caminhos. 
#10 . CURA DOS COMPLEXOS DA ALMA
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
. 126 . . 127 .
A culpa doentia, a falsa culpa, não encontra um motivo espe-
cífico para justificar-se. A pessoa se sente culpada, mas na realidade 
não quebrou nenhum princípio divino.
Há pessoas que se sentem culpadas por terem nascido; geral-
mente são pessoas que vieram de gravidez indesejada ou foram aban-
donadas pelos pais. 
Sentimento de culpa pode também se instalar em casos de 
divórcio. A pessoa se sente totalmente culpada pela separação, mas 
quando vamos verificar o caso, vemos que a culpa era de ambos, não 
apenas dela.
O espírito de religiosidade pode plantar no coração uma falsa 
culpa. A religiosidade olha para os rituais, para os objetos de culto e 
não propriamente para Deus; com isso, o religioso começa a estabele-
cer princípios de bem e mal que não têm fundamentos na Palavra de 
Deus; esses princípios o escravizam, fazendo-o sentir-se culpado ao 
menor deslize, ainda que o Espírito Santo não esteja apontando culpa.
Outro fator que leva ao sentimento de culpa é o perfeccionis-
mo, pois o perfeccionista nunca consegue chegar nas metas irreais im-
postas por ele mesmo. Esse quadro leva o indivíduo a um esgotamento 
emocional, ou até mesmo à depressão.
A culpa real é oposta à falsa culpa. A culpa verdadeira quando 
tratada traz saúde para o espírito e alma:
“Agora, porém, me alegro, não porque vocês foram entristeci-
dos, mas porque a tristeza os levou ao arrependimento. Pois 
vocês se entristeceram como Deus desejava, e de forma alguma 
foram prejudicados por nossa causa. A tristeza segundo Deus 
produz um arrependimento que leva à salvação e não remorso, 
mas a tristeza segundo o mundo produz morte. Vejam o que 
esta tristeza segundo Deus produziu em vocês: que dedica-
ção, que desculpas, que indignação, que temor, que saudade, 
que preocupação, que desejo de ver a justiça feita! Em tudo vocês 
se mostraram inocentes a esse respeito.” (2Co 7.9-10)
Arrependimento e confissão de pecado nos libera da culpa 
verdadeira. A culpa falsa, porém, permanece, pois não há do que se 
arrepender, nem pecado a confessar. É um estado doentio da alma, que 
precisa ser levado à Cruz de Cristo.
Devemos repreender e renunciar toda falsa culpa que nossos 
sentimentos ou o próprio satanás tem colocado para nos aprisionar e 
escravizar com tormentos emocionais. Satanás é acusador (Ap 2:10) e 
mentiroso. Aquilo que de fato somos culpados, o sangue de Jesus tem 
poder para pagar e apagar, e já não ficamos mais debaixo de acusações.
Discernindo a Culpa Verdadeira e a Culpa Falsa
Quando o Espírito Santo confronta nosso pecado, Ele trata de 
fatos pontuais, específicos; e quando reconhecemos esses erros, nos ar-
rependemos, os confessamos, e ficamos bem, livres, sem mal-estar.
Quando é falsa culpa, há uma voz de acusação contra a 
pessoa, e não contra o fato: “Você não presta”, “você não tem jeito”. 
O sentimento é de uma culpa generalizada, sem motivo específico.
Não encontramos paz, mesmo quando oramos: “Senhor, per-
doa todos os meus pecados”, porque na verdade não sabemos qual 
pecado é, e o sentimento de culpa continua. 
A falsa culpa gera ansiedade, depressão e estresse. Sua vítima 
passa a usar máscaras de defesa emocional, sempre tentando se justificar.
A falsa culpa faz a pessoa olhar para si mesma em vez de 
olhar para Deus.
Quando nos sujeitamos a Deus, temos autoridade para resistir 
ao diabo e suas acusações (Tg 4.7). Devemos renunciar todo espírito de 
engano e mentira, em nome de Jesus.
#10 . CURA DOS COMPLEXOS DA ALMA
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
. 128 .
Vencendo os Complexos
O Espírito Santo nos ajuda em nossas fraquezas e nos fortale-
ce. Devemos olhar para Ele, e não para nós mesmos.
Tudo que passamos deve ser visto sob o ponto de vista de 
Deus, devemos andar pela fé e não pelos sentimentos.
Devemos levar cativo ao Senhor Jesus Cristo nossa mente, 
emoções, nossos conceitos e sentimentos. Ouvir e aprender com Ele, 
arrancar todo lixo emocional que foi plantado ali.
Para sermos libertos dos complexos, precisamos deixar o pas-
sado e viver o presente. Perdoar os que nos feriram. É preciso nos apro-
priarmos do que está escrito a nosso respeito, nas Escrituras Sagradas.
Andar em oração, guardando o coração e glorificando a Deus.
Todos os dias devemos pedir pela plenitude do Espírito San-
to. Nele está nossa transformação.
– x –
1. Essa expressão foi criada por Alfred Adler (1870-1937), médico e psicólogo aus-
tríaco, fundador da psicologia do desenvolvimento individual.
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
. 130 . . 131 .
CAPÍTULO 11
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
. 132 . . 133 .
O Rei David vivia dentro de um conflito de guerras, por conta dis-
so, ele proclamava que não deveria temer, pois, Deus era a sua 
salvação – O Senhor é a minha luz e a minha salvação; de quem terei medo? 
O Senhor é a fortaleza da minha vida; a quem temerei? Quando malfeitores 
me sobrevêm para me destruir, meus opressores e inimigos, eles é que tropeçam 
e caem. Ainda que um exército se acampe contra mim, não se atemorizará o 
meu coração; e, se estourar contra mim a guerra, ainda assim terei confiança1. 
O MEDO
O que é medo? É um sentimento de grande inquietação dian-
te de um perigo real ou imaginário; diante de uma ameaça; susto. Ele 
pode se tornar pavor, terror e pânico. Até um certo ponto, o medo nos 
ajuda a nos proteger. O medo do perigo faz com que nos cuidemos e 
evitemos fazer loucura; de nos atirarmos do sétimo andar de um pré-
dio. Dentro do sistema humano, existe o medo natural. Temos medo 
do desconhecido; medo do escuro, medo de bancarrota, medo de per-
der filhos, esposa, medo de doença, medo de morrer, diversos tipos de 
medo estão ao nosso derredor.
Em toda Bíblia existem 365 frases “NÃO TEMAS”, ou “NÃO 
TENHA MEDO”. Deus se levanta para tirar o medo do seu povo – 
“Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu 
Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel.”2 
O próprio Jesus procurava tirar o medo dos seus discípulos, 
através da fé. O medo é o contrário da fé, a fé está acima da nossa 
faculdade emocional e mental, ela é espiritual. Jesus consolou e con-
fortou Jairo, quando ele recebeu a notícia de que sua filha já esta-
va morta. Não mais adiantava amolar o mestre, por que ela já havia 
morrido. Mas Jesus, ouvindo isto, lhe disse: Não temas, crê somente, 
e ela será salva3. 
O medo é uma prisão espiritual, muitas pessoas que já fo-
ram abusadas, violentadas, sofreram bullying, podem ter uma mente 
atrofiada, uma vida emocionalmente doentia e complicada. Mas, Jesus 
pode curar todas elas!
Em pleno século 21, a mensagem de Jesus continua a mesma 
para nós: “Não temas, crê somente, a tua situação será resolvida. Eu te 
salvarei da perda, da vergonha.” 
O nosso Salvador diz: “Não temas, não tenhas medo, crê so-
mente, confia em mim.” 
A Origem do Medo 
Quando o homem pecou, entrou o medo na vida dele e 
no universo. 
Quando ouviram a voz do Senhor Deus, que andava no jar-
dim pela viração do dia, esconderam-se da presença do Se-
nhor Deus, o homem e sua mulher, por entre as árvores do 
jardim. E chamou o Senhor Deus ao homem e lhe perguntou: 
Onde estás? Ele respondeu: Ouvi a tua voz no jardim, e, 
porque estava nu, tive medo, e me escondi.4 
O medo pode nos afastar de Deus, mas qual tipo de medo nos 
afasta da sua Presença? O medo de confessar nossos pecados, isso gera 
uma prisão de outros tipos de medo, vergonha, isolamento, a nossa 
vida fica exposta – Abriram-se, então, os olhos de ambos; e, percebendo que 
estavam nus, coseram folhas de figueira e fizeram cintas para si5. A desobe-
diência aos princípios de Deus, abre espaço para o medo. 
O Medo Paralisa, Distorce a Realidade 
O que aconteceu com os discípulos que estavam remando e 
enfrentando as ondas, no meio da tempestade? Eram eles inexperien-
tes pescadores? Não, eram velhos marujos, acostumadoscom as águas, 
conheciam muito bem o mover das águas, conheciam os movimentos 
das ondas. Jesus tinha subido ao monte para orar, sozinho e havia 
#11 . A CURA DO MEDO
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
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compelido os discípulos a entrarem no barco para atravessar o mar. 
E veio o vento. Na quarta vigília da noite, Jesus foi ter com eles, andando 
por sobre o mar. E os discípulos, ao verem-no andando sobre as águas, ficaram 
aterrados e exclamaram: É um fantasma! E, tomados de medo, gritaram6. 
O Medo pode ser Causado por um Espírito 
Quando um pecado é repetido, abrimos a porta para o espírito. 
A emoção chamada medo, curtida por muito tempo pode dar lugar ao 
espírito de medo. Qualquer pecado cometido repetidamente abre as 
portas e brechas para a entrada de espíritos. 
O Medo pode nos Aprisionar 
A experiência de pavor pode nos empurrar para os aprisiona-
mentos espirituais. 
Como por exemplo, o medo da perda e da separação pela 
morte. Muitos entram no caixão com o defunto, junto com o morto. 
Como Enfrentar e Resolver o Problema do Medo? 
• Enfrentando com a Palavra e confiando em Deus.7 
• Confiando em Deus. Ele nunca nos abandona e nunca nos 
deixará a sós. Buscar conhecer a sua Pessoa, ter uma expe-
riência íntima com Deus.8 
• Ter a convicção de que somos amados por Ele, e não há 
espaço para o medo.9
• Desfrutando do amor do Pai. Ele não nos rejeitou, pelo 
contrário, Ele nos amou.10
Entendimento
Nós podemos desfrutar do amor de Deus, ao invés do medo. 
Deus nos revela que nos ama, e por Ele, restaurados a sua imagem, 
podemos nos amar também. O medo de pecar, de pensar, e de sentir, 
perderão espaço quando o verdadeiro amor florescer dentro de cada 
um de nós. 
Deus é amor, e a partir do momento que passamos a habitar 
e viver neste amor, nós passaremos a viver em Deus, e Ele viverá em 
nós. O amor de Jesus terá o controle das nossas vontades, emoções e 
sentimentos, iremos amadurecer. O amor lança fora todo medo11. 
O medo causa uma vida paralisada, sem expectativa, cheia de 
temores, medo de tudo. O amor de Deus abre espaço para a vida, e não 
para a morte, seja ela, morte emocional, espiritual ou física.
– x –
1. Salmos 27.1-3
2. Isaías 41.10
3. Lucas 8. 50 
4. Gênesis 3.8-10
5. Gênesis 3.7
6. Mateus 14.26
7. Deuteronômio 20.1-5, Lucas 10.19 
8. Colossenses 3.15
9. Marcos 1.11 
10. Isaías 4.9-13
11. 1 João 4.18
#11 . A CURA DO MEDO
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
. 136 . . 137 .
CAPÍTULO 12
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
. 138 . . 139 .
Em meu livro “Restauração Sexual”, trago um capítulo específico 
sobre a questão da perversão sexual, e como ela é tratada e expos-
ta biblicamente. E, um dos fatores sobre a restauração do homem e da 
mulher que estavam envolvidos com essa prática, é a distorção da sua 
imagem. Porém, não são apenas eles, e sim, pessoas que na vida sem 
Deus, se entregou à imoralidade sexual, através do adultério, fornica-
ção, prostituição, incesto, abuso sexual, entre outras formas de depra-
vação. A cura da autoimagem é de extrema importância. 
Às vezes seremos destruídos por palavras que nos arrastarão 
para um nível de isolamento. Deus nos fez à sua imagem, e isso quer 
dizer que somos reflexo da sua glória. A cura interior trabalha na res-
tauração da imagem do indivíduo. Jesus restaurou a nossa humanida-
de na cruz, o que significa que a nossa imagem deverá voltar à origem, 
a semelhança de um Deus vivo e maravilhoso. Não somos o que as 
pessoas dizem a nosso respeito, a nossa imagem é construída em nossa 
comunhão com Deus. 
Após pecarem, Adão e Eva viram que estavam nus, o pecado 
revela a nossa humanidade depravada, mas, a Presença de Deus ma-
nifesta a sua beleza.
A Palavra de Deus diz que o homem é o que ele pensa ser: 
“Porque, como imagina na sua alma, assim ele é.” (Pv.23:7)
Toda pessoa tem de saber quem é. Entretanto, é incrível que 
alguns não saibam quem são. Conforme crescemos, precisamos ter 
consciência da nossa masculinidade ou da nossa feminilidade, e temos 
de assumi-la como pessoas. Isso faz parte do processo de crescimento 
emocional para que alcancemos a maturidade. A falha na educação e 
a ausência do pai podem trazer, tanto para o rapaz como para a moça, 
problemas na sua identidade sexual.
O Dr. Hans Bürki da Suíça, que foi Secretário Geral sem pasta 
por muitos anos da CIEE (Comunidade Internacional de Estudantes 
Evangélicos),1 veio, num período de onze anos seguidos, ajudar-nos 
#12 . A CURA DA AUTOIMAGEM
na Aliança Bíblica Universitária no Brasil, quando nela eu servia como 
obreira, assessora e, posteriormente, Secretária Geral. Ele nos ensinou 
nos cursos para líderes, que o homem tem 25% de hormônios femini-
nos e 75% de hormônios masculinos. O equilíbrio na ação desses hor-
mônios é importante para definir e afirmar a sexualidade da pessoa.
Assim, uma pessoa pode enfrentar um problema de crise de 
identidade sexual, especialmente na juventude, por falta de afirmação 
emocional e sexual. Se uma pessoa não tem a sua identidade sexual 
definida, não significa que ela seja homossexual ou lésbica.
A ausência do pai, tanto por não estar presente como também 
pela simples falta de uma palavra de incentivo, de afirmação, pode 
trazer dificuldades para o filho homem assumir a sua identidade se-
xual, ainda que queira. Ou, conforme alguém se expressou, o filho 
pode passar a procurar satisfazer numa imagem masculina a carência 
decorrente da falta do pai, e assim confundir-se como apaixonado por 
um homem, e crer que é homossexual.
Quando o pai, apesar de estar fisicamente presente, é alguém 
totalmente dominado pela esposa (de personalidade forte), ao ponto 
de sua palavra não ter peso, e de que ele seja constantemente anulado, 
pode também criar muitos problemas de identidade sexual nos filhos. 
Ou pode acontecer que o pai seja alguém muito bravo e agressivo, e 
mostre rejeição ao filho, o que também pode criar problemas na iden-
tidade do rapaz.
Imagem Inadequada de Si Mesmo
A falta de afirmação dos pais, e também a falta de encoraja-
mento, de ânimo, de desafios, de amor e, principalmente, da bênção do 
pai podem realmente confundir a identificação e a aceitação do rapaz 
como homem em sua integridade.
No meu livro “Restauração Sexual”, conto o caso de Manoel. 
Ele era filho de um casal com muitos problemas: o pai havia passado 
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
. 140 . . 141 .
pela prisão e era uma pessoa extremamente violenta, autoritária e 
cruel para com ele; tinha ainda um temperamento forte e contraditório. 
Por isso, criava muita confusão na mente de Manoel, que não sabia 
como se comportar diante do pai, pois este, além de usar uma lingua-
gem abusiva, frequentemente o surpreendia com uma surra.
A mãe, em razão de sua cultura, era condicionada a ser ex-
cessivamente submissa ao marido, e desenvolveu um padrão de com-
portamento caracterizado pelo medo, pois não conseguia defender-se 
diante da violência dele contra ela. Quando estava grávida de Manoel, 
teve que conviver com um sentimento de culpa profunda, pois carre-
gava dentro de si uma criança indesejada. O marido não queria o filho, 
e por isso o bebê, depois do nascimento, foi oferecido para ser adotado.
Mas ninguém o recebeu, e então ele veio de volta para casa. 
A criança serviu sempre como desculpa para os maus tratos do marido. 
Com a sua emoção em frangalhos, a mãe não pôde exercer, de modo 
apropriado, o papel de mãe para o filho. Ela era alguém que, por tanto 
ter se acostumado a anular-se, havia perdido a sua personalidade.
A única coisa que Manoel gostava de fazer, quando criança, 
era jardinagem. Quando criou um jardim e plantou flores, seu pai — 
num daqueles dias de raiva e violência — foi contra ele e destruiu 
todo o seu trabalho, ferindo profundamente o coração de Manoel. 
Isso se tornou uma de suas memórias mais doloridas, que necessitava 
de cura. Um dia sua mãe foi abandonada pelo marido, e ela então fez 
do menino um apoio, como se ele lhe fosseuma muleta. Não havia 
outra forma de sobreviver.
Manoel vivia muito solitário, pois, não lhe era permitido ter 
amigos nem na escola nem fora dela. Ele estava com doze anos quan-
do teve um encontro com Jesus, mas na sua adolescência continuou a 
viver em solidão.
A figura de sua mãe não o ajudava, pois ele se envergonhava 
dela porque ela não falava bem e ainda por causa da forma desajeitada 
com que ela se comportava. Manoel não conseguia ter uma postura 
positiva para com sua mãe, e tinha ainda um enorme sentimento de 
culpa, pois seus pensamentos em relação a ela não eram dos melhores.
O que ele desejava intensamente, mais do que qualquer coisa, 
era o amor do pai. Sempre esperou por uma palavra de aprovação ou 
ânimo da parte dele, mas só recebeu desaprovação e crítica. Sem ter 
um modelo saudável de masculinidade, o qual deveria ter recebido de 
seu pai, Manoel sofreu muito em razão disso, e ficou com uma grande 
carência de amor paterno.
A presença de um modelo saudável de masculinidade é fun-
damental para o desenvolvimento sadio dos jovens. Assim como, a 
presença amorosa e os carinhos da mãe nos primeiros meses e anos da 
vida, são cruciais para o desenvolvimento saudável, de igual modo, a 
presença do pai é importante durante e depois da adolescência. Ainda 
que a mãe se esforce, por mais capacitada e melhor que venha a ser, 
nunca poderá compensar a brecha da ausência e do vácuo que o pai 
distante possa causar no adolescente. Ela simplesmente não poderá 
contribuir para a formação de um filho, ou de uma filha, da maneira 
como um pai verdadeiro pode fazer.
A tragédia do divórcio e da separação reside aí. Os filhos per-
dem a presença amorosa e animadora do pai. Com raras exceções, o 
padrasto não substitui o lugar do verdadeiro pai.
Hoje, mais do que nunca, a igreja terá de prover, através do 
Espírito Santo, a maneira de curar os jovens que, tais como Manoel, 
sofreram a falta do pai. Somente a figura do Pai celestial poderá curar 
esta falha, nesses homens e mulheres que se sentem órfãos.
Manoel não se desenvolveu como pessoa; foi alguém que se 
perdeu em algum estágio da evolução da sua vida emocional e afetiva, 
e nunca alcançou a verdadeira maturidade, pois não se desprendeu do 
seu estágio narcisista para tornar-se um homem plenamente desenvolvi-
do, capaz de esquecer-se de si mesmo, e assim poder amar de verdade.
#12 . A CURA DA AUTOIMAGEM
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
. 142 . . 143 .
Desse modo, Manoel foi tratado como um apêndice da vida 
de seu pai, o que ele odiou profundamente. Seu pai nunca lhe foi um 
modelo de masculinidade adequado. O sentimento que Manoel desen-
volveu durante toda a vida foi negativo: “Não sou nada, não mereço 
nada, não sou capaz”. Ele se conformava, dizendo: “Nada posso fazer 
para mudar as circunstâncias da minha vida. Estou condenado a ser 
alguém sem importância”.
O inadequado comportamento do pai para com Manoel, con-
tribuiu ainda mais para a distorção da sua identidade: Sempre que es-
tava presente, ele provocava muito medo no filho. O modo hostil e o 
autoritarismo insuportável com que o tratava tornaram-se um instru-
mento para suprimir a masculinidade do filho.
O conflito que Manoel vivia era algo profundo, e ele continua-
mente se condenava. Como poderia sentir tais tentações, desejos e com-
pulsões homossexuais, uma vez que se considerava cristão e seguidor de 
Jesus? Como poderia sentir-se até mesmo “apaixonado” por um homem?
Em primeiro lugar, era necessário que ele fosse curado da sua 
autorrejeição, e também perdoar-se; e perdoar os outros e entender pro-
fundamente quem é Deus, aprendendo a receber o seu amor. Manoel 
teria que ser reintegrado como pessoa. Outro aspecto importante foi 
revelado quando lhe foi feita a seguinte pergunta: “O que você mais 
admira na vida deste homem por quem você crê estar apaixonado”?
Ao responder, ele começou descrever a pessoa por quem ele 
se sentia profundamente atraído: a sua beleza física, o seu intelecto, o 
seu sucesso em várias áreas da vida. Por incrível que pareça, eram as-
pectos que o próprio Manoel possuía. Essas qualidades eram negadas 
por ele mesmo, pois não conseguia aceitá-las devido à visão errada e 
distorcida de si mesmo e por causa da sua baixa autoestima.
A consciência de se sentir atraído por outro homem foi iden-
tificada como um anseio sincero de ser tal como ele, pois, ele sim, ti-
nha todos os traços que Manoel admirava e ansiava profundamente. 
Essa necessidade demonstrou-se de maneira incrivelmente clara em 
seus sonhos. Manoel sonhava em relacionar-se sexualmente com aquele 
por quem estava apaixonado.
Nos momentos em que oramos por sua cura, foi revelado cla-
ramente tudo de que ele tinha sido privado, e também a sua autorre-
jeição. Consequentemente, para ser curado e restaurado, ele teria que 
aceitar-se a si mesmo.
O desejo e o sonho homossexual de Manoel, que o fazia tre-
mer pelas bases, de fato eram expressões de algo positivo, e era a sua 
inconsciente tentativa de reintegrar o que ele tinha perdido - mas isso 
ele buscava de um modo errado. Sua autorrejeição e sua visão errada o 
incapacitavam a admitir que esses traços, que tanto ele admirava, eram 
seus próprios traços, que ele os possuía.
Por trás da sua compulsão homossexual estava o fato de ter 
sido ele dolorosamente desintegrado, separado de aspectos da sua per-
sonalidade. Esses atributos nunca tinham sido afirmados nele pelos 
pais, isto é, essas partes não integradas da sua personalidade se refe-
riam, em grande parte, à sua habilidade artística e profissional, que 
fora recentemente descoberta e reconhecida pelos outros.
O rapaz por quem ele se apaixonou, e que tanto admirava, na 
realidade era apenas um símbolo dos atributos e capacidades da sua 
própria pessoa. Assim, na hora da ministração de cura, a oração foi 
especificamente para que ele viesse a reconhecer e aceitar a presença 
desses traços em si mesmo: um Manoel simpático, intelectual, cheio de 
sucesso que nunca foi reconhecido e afirmado por seus pais.
Essa oração de cura destruiu o poder que havia por trás da 
compulsão homossexual. Quando Manoel entendeu o que estava 
acontecendo dentro de si, ele ficou extremamente ansioso para aceitar 
esses seus atributos, que ele projetava no outro. De fato, a oração que 
foi feita destruiu o poder e a prisão que o sujeitavam, que lhe faziam 
ter atitudes homossexuais.
#12 . A CURA DA AUTOIMAGEM
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
. 144 . . 145 .
Isso foi apenas o passo inicial de uma grande e profunda cura, 
que ele precisava alcançar, que o capacitaria a aceitar-se plenamente, 
pois ele desconhecia a verdadeira condição de si mesmo — como uma 
pessoa digna, como homem. Dentro dele estavam essas identidades 
nunca antes afirmadas. Mas era tarde demais para os pais contribuí-
rem para uma cura profunda, num sentido significativo.
Neste ponto, ele não necessitaria nem de seu pai, nem de sua 
mãe, ele teria que enfrentar uma solidão interior, com Deus. A cura 
total viria conforme ele aprendesse a esperar e ouvir na presença de 
Deus. Conversando com Deus, viria a sua plena superação. 
Manoel teve que perdoar o pai e a mãe, perdoar a si mesmo 
e descobrir quem ele era realmente. Sua personalidade desintegrada 
teria que ser reintegrada.
Entendimento
A cura da autoimagem faz parte da obra completa e redentora 
de Jesus Cristo, em sua morte e ressurreição na cruz. Deus pode curar 
nossas dificuldades mais íntimas. Se uma pessoa nasceu novamente, 
ela adquire uma imagem e natureza pura, e a suas ações serão confor-
me a sua nova natureza, a sua imagem refletirá pureza em todos os 
seus atos. A imagem da pessoa restaurada em Cristo, entenderá que a 
cruz e a santidade de Deus são o fio condutor para a sua integridade. 
A nossa imagem refletirá a santidade de Deus – “Porquanto está escrito: 
Sede santos, porque eu sou santo”.3 A nossa autoimagem refletirá a 
Presença de Deus, e toda a nossa plenitude humana, a nossa constru-
ção mental será transformada, comodisse o apóstolo Paulo4.
– x – 1. Ou I.F.E.S. (International Fellowship of Evangelical Students), à qual é filiada a 
Aliança Bíblica Universitária do Brasil.
2. ITIOKA, Neuza. Restauração Sexual. São Paulo, Brasil: Editora AMAR, 2017, p.128
3. 1 Pedro 1.16
4. Romanos 12.1-2.
#12 . A CURA DA AUTOIMAGEM
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
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CAPÍTULO 13
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
. 148 . . 149 .
Em nosso ministério, normalmente, a retirada de alguém de uma 
prisão espiritual ou emocional acontece no contexto de uma mi-
nistração de libertação e cura. E, para que a pessoa seja ministrada, ela 
tem de ser seguidora de Jesus e precisa querer, de fato, libertar-se e sair 
das prisões que tem enfrentado.
“Eu, o Senhor, te chamei em justiça ... para abrires os olhos 
aos cegos, para tirares da prisão o cativo e do cárcere, os que 
jazem em trevas” (Is 42.1a,2).
Fica claro, mais uma vez, que um dos ministérios outorgados 
a nós por Jesus é abrir a prisão espiritual e tirar da prisão os cativos e 
libertar os que jazem nas trevas. Existem prisões emocionais também, e 
precisamos agir com sabedoria e discernimento para agir dependente 
do Espirito Santo.
Quando vamos tirar alguém de uma prisão, é preciso que, an-
teriormente, a pessoa já tenha feito uma confissão realmente profunda 
e caprichada, na presença de Deus, de todos os seus envolvimentos re-
lacionados com os locais onde se acha aprisionada, pedindo perdão, e 
apresentando um espírito de quebrantamento e arrependimento, dian-
te do Pai, do filho e do Espírito Santo. 
E, é claro, pela direção do Espírito, tendo em conta os fatos e 
os sintomas apresentados pela pessoa, podemos ter o discernimento 
dos locais de sua prisão.
Conforme vimos anteriormente, os seguintes aspectos mere-
cem nossa análise e especial atenção: 
• Rejeição profunda (especialmente no ventre materno); 
• Vítima da tentativa de aborto, abandono, bastardia;
• Abuso físico, emocional, verbal e sexual, estupro, sofri-
mento causado por perdas (morte, separação, bens); 
• Por terror e pavor;
• Doenças prolongadas; (a pessoa fica presa espiritualmente 
e emocionalmente na dependência de outros);
• Palavras de condenação, de acusação, de maldição (pelos 
pais e por líderes eclesiásticos).
A pessoa pode apresentar os sintomas de aprisionamento des-
critos nos diversos casos, entre os quais a incapacidade de sentir Deus, 
sentir-se sempre fora do lugar, não pertencer a ninguém, não sentir 
o que os outros sentem, não ter prazer sexual (sendo casada), não se 
realizar em nada.
Então, apresentamos perante Deus a situação em que a pes-
soa se encontra, e o provável local de sua prisão, pedindo que Deus 
venha confirmar.
Normalmente, somos direcionados nessa hora a pedir que 
a pessoa feche os olhos. Deus pode operar de tal forma a nos dar 
visão ou percepção sobrenatural, ou mostrar à própria pessoa onde 
ela está aprisionada.
Identificamos, então, os espíritos que ficam no lugar da prisão 
(os guardiães), que estão atuando na vida da pessoa, trazendo chagas 
emocionais e espirituais, como:
• Amarrando, impedindo, ameaçando, provocando rejeição; 
• Trazendo sentimento de abandono, esquecimento, auto-
depreciação, inferioridade, oportunidades perdidas, por-
tas fechadas, acusação, julgamento;
• Pensamentos e sentimentos de lascívia, impureza e pros-
tituição, vício, raiva, ódio, violência, agressividade, ira, e 
assim por diante.
Uma vez que a legalidade dos guardiães tenha sido quebrada, 
com o pedido de perdão a Deus e arrependimento, chega o momento de 
amarrarmos e imobilizarmos todos esses demônios, mandando-os embora.
#13 . COMO SAIR DA PRISÃO EMOCIONAL E MENTAL?
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
. 150 . . 151 .
Declaramos que Jesus é a chave, e que nós, como ministrado-
res, temos a autoridade de usá-la, e, assim, abrimos a prisão e pedimos 
a Deus que o anjo do Senhor tome a mão da pessoa e saia com ela da-
quele lugar; ou pedimos isso ao próprio Senhor Jesus.
Usamos como modelo essa oração:
“Senhor, não é teu propósito para a minha vida que eu permaneça 
neste lugar de prisão. Estou saindo da prisão do vício do alcoolismo, da lascí-
via e da sensualidade, da violência e da ira, da inveja, do inferno, da morte, da 
região da sombra a morte. Não permito que nenhuma parte da minha alma, 
emoções e vontades, como também meu espírito fique aprisionado. Transfiro a 
minha intuição, o meu discernimento, as minhas capacidades físicas mentais 
e espirituais para a presença de Deus”. Faço a pessoa declarar convicta – 
Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que 
nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente 
com Cristo, – pela graça sois salvos, e, juntamente com ele, nos ressuscitou, 
e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus; para mostrar, nos 
séculos vindouros, a suprema riqueza da sua graça, em bondade para conosco, 
em Cristo Jesus. Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem 
de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie. Pois somos 
feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão 
preparou para que andássemos nelas.
E, assim, a pessoa sai da prisão espiritual em que se encontra-
va. Algumas vezes, imediatamente ocorre um alívio, e a pessoa chega a 
sentir uma grande alegria. Sempre, porém, o resultado é uma transfor-
mação real, que a pessoa vai sentindo conforme os dias vão passando. 
Tenho constatado isso, vez após vez. 
Exemplo de uma Libertação
Veja o caso desta mulher que foi ministrada pelo Espírito Santo, 
enquanto eu ministrava um grupo de pessoas numa aula do Curso de 
Libertadores. Foi em minha aula sobre prisões espirituais.
Depois de ser liberta, e de ter dado verbalmente o seu testemu-
nho naquela hora, ela me enviou tudo por escrito. Do seu testemunho 
você poderá verificar como os passos acima mencionados têm efeito na 
vida de quem está sendo ministrado.
Assim ela escreveu:
Enquanto eu ouvia a palestra sobre aprisionamento espiri-
tual, fui me identificando com as várias situações relacionadas com o 
meu problema: prisão espiritual. O interessante é que não era apenas 
uma ou outra situação, mas eram várias. Quase todas as reações e os 
consequentes sintomas explanados pela pastora Neuza Itioka estavam 
presentes na minha vida.
Eu vinha enfrentando as seguintes situações, que muito 
me marcaram:
(1) Quando meu pai faleceu, eu quis morrer junto dele; qua-
se me joguei sobre o caixão dele no dia do enterro, obrigando as pes-
soas a me segurarem. Sempre desejei morrer. Muitas vezes, cheguei 
a ficar imaginando como seria se eu morresse: como ficariam meus 
pais e amigos, quem sentiria a minha falta, quem choraria por mim 
e iria ao meu enterro, o que fariam com as minhas coisas. Em minha 
imaginação, eu ia ao meu próprio enterro para ficar observando quem 
realmente gostava de mim. Cheguei até a fazer um tipo de testamento. 
(2) Também imaginei que ficaria viúva cedo.
(3) Eu tinha tendência ao isolamento, inclusive passei a minha 
infância sozinha.
(4) Sempre me senti fora de lugar, não pertencendo a nenhum 
grupo; não conseguia sentir o que os outros sentiam, nem me integrar 
com o grupo; não conseguia viver na plenitude das coisas. Realmente, 
eu não sentia prazer na vida, nada me alegrava. Eu apenas deixava os 
dias passarem, um após o outro.
#13 . COMO SAIR DA PRISÃO EMOCIONAL E MENTAL?
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
. 152 . . 153 .
(5) Para mim, a Bíblia não fazia sentido, e eu também não con-
seguia sentir Deus.
(6) Acontecia de me rebelar contra Deus, ofendendo-o com 
descrença e dúvidas.
(7) Havia ainda um aprisionamento em minha memória, de 
fatos e de pessoas que facilmente eu esquecia.
(8) Sendo solteira, idolatrava o casamento, achando que só se-
ria feliz quando me casasse. Tinha grande insatisfação sexual.
(9) A vida não progredia, apesar de me considerar inteligente.
(10) Eu sempre estava aflita, sentindo-me perseguidae com 
medos inexplicáveis.
Naquela hora da ministração coletiva sobre prisões espiri-
tuais, pensei ainda, comigo mesma: “Meu Deus! É muita coisa! Como 
vou me livrar de tudo isso?” E, para não esquecer nada, comecei a 
anotar. Surgiram em minha mente até mesmo coisas esquecidas, situa-
ções que eu nem lembrava que haviam acontecido, e ainda fatos que 
antes eu não havia compreendido e que se revelavam como sintomas 
de aprisionamento. Chegou um momento em que a ministrante disse 
que ia orar para que todos saíssem da prisão. Então pensei:
“Já passei por diversas ministrações e orações de libertação 
em diversas igrejas; acho impossível que numa ministração coletiva, 
como esta, eu seja liberta. Sou muito fraca espiritualmente e não vou 
conseguir libertar-me de nada. Ainda bem que fiz essas anotações, pois 
vou poder conversar com o pastor posteriormente. Mas vou orar mes-
mo assim, quem sabe?...”
Logo que abaixei a cabeça e comecei a orar, tive a visão de uma 
cena que eu já tinha visto, anteriormente, numa ministração de libertação.
Naquela ocasião, o pastor, apesar de muita oração, não conse-
guiu livrar-me da minha prisão.
Tive a seguinte visão: Eu estava num quarto subterrâneo, to-
talmente escuro, onde havia um caldeirão grande, fervendo, cheio de 
dejetos (fezes). Esse lugar tinha piso de chão batido e estava cheio de 
demônios, que pulavam ao meu redor e me cutucavam com lanças 
pontiagudas. Eu sentia as pontadas no meu próprio corpo e me enco-
lhia toda na cadeira, tremendo de medo. 
Eu estava totalmente presa, imobilizada, com os braços para 
cima, pendurados. Havia grilhões, algemas, de ferro, como as dos es-
cravos, por todo o meu corpo, literalmente por todo o corpo. Havia 
grilhões grossos nos pulsos, por onde eu estava pendurada, e na gar-
ganta, nos tornozelos presos ao chão, e até nas pontas dos dedos havia 
cones de ferro, como garras pontiagudas. Na cabeça eu tinha um capa-
cete de ferro e uma máscara de ferro que cobria todo o meu rosto. Todo 
o resto do meu corpo estava coberto por uma armadura de ferro! Até 
mesmo nos órgãos sexuais havia algemas, cadeados. Também interna-
mente, nos órgãos, algumas coisas me prendiam. Só sei que eu estava 
totalmente imobilizada e numa situação horrível.
Quando a pastora disse para deixar Jesus entrar, eu pensei: 
“Duvido que Jesus entre aqui para me tirar.” Eis que, de repente, 
não é que eu vi Jesus entrando naquele quarto escuro e vindo em 
minha direção?
A palavra da pastora, que nos orientava em oração, conti-
nuou, e então ela disse que Jesus estava nos libertando. Eu me lembrei 
de quando ela mencionou que Jesus era a chave que abria todas as por-
tas para a salvação. E eu vi Jesus ali comigo, com uma chave nas mãos, 
abrindo cadeado por cadeado, algema por algema, grilhão por grilhão. 
Não consegui ver tudo, pois o tempo era curto.
Ele estava tirando aquela armadura que estava sobre o meu 
corpo, tirando o capacete que fechava a minha mente e a minha per-
cepção, libertando os meus braços e pernas, e finalmente tirando a 
máscara que estava sobre o meu rosto.
#13 . COMO SAIR DA PRISÃO EMOCIONAL E MENTAL?
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
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Quando Jesus tirou a máscara de ferro, o meu rosto estava em 
carne viva, cheio de feridas. Eu parecia um monstro horroroso! Eu me 
assustei e disse, em desespero: “Não, Jesus! Eu não posso ficar assim!” 
Imediatamente, Jesus recolocou a máscara sobre o meu rosto. Então 
olhei para Jesus e Ele retirou novamente a máscara, e qual não foi a 
minha maravilhosa surpresa, quando vi meu rosto lindo, muito lindo, 
brilhando e sorrindo feliz, resplandecente! Aleluia, Jesus!
A pastora Neuza, nesta ministração coletiva, então ordenou 
que pegássemos nas mãos de Jesus, e eu dei a minha mão direita 
para Ele.
O estranho é que eu estava tão acostumada a estar naquele 
lugar que, quando a pastora Neuza disse para sair e seguir a Jesus, eu 
não conseguia me mexer. Sair do lugar? Eu não acreditava que real-
mente conseguiria sair de lá; tinha medo de me mexer, de pisar no 
chão, de andar. 
Naquela hora, verifiquei que várias pessoas também esta-
vam com dificuldades para sair de suas prisões. A pastora Neuza in-
sistiu para que saíssemos daquele lugar, e eu resolvi acreditar e dei o 
primeiro passo.
Mas o chão estava cheio dos grilhões caídos e de demônios, e 
eu tinha muito medo; não queria pisar no chão. Naquele instante, me 
veio à mente um poema chamado “Pegadas na Areia”, que nos diz 
que, nos momentos mais difíceis, Jesus nos carrega no colo. Então pedi 
a Jesus que me carregasse, pois eu estava com medo e não conseguia 
andar. Senti, não sei como, que Jesus me olhou e respondeu, com mui-
to carinho: “Não, minha filha, você precisa andar sozinha, com seus 
próprios pés.” 
Então criei coragem e entreguei a minha outra mão a Jesus e, 
como uma criancinha aprendendo a caminhar, fui andando devagar, 
sendo segurada por Jesus.
O interessante é que os meus pés não tocavam o chão; eu anda-
va a alguns centímetros do solo e não pisava em nada; eu “levitava” ...
A pastora Neuza foi apressando a saída, e mais rapidamente 
eu fui saindo daquele quarto escuro, entrando numa escada estreita, 
não tão escura. 
Num determinado momento, vi um demônio querendo subir 
ao meu lado, mas logo ele sumiu e foi substituído por um anjo, com 
asas brancas.
Jesus ia subindo comigo, com um braço ao meu redor, ampa-
rando-me. Eu sentia um imenso carinho de Jesus por mim.
Finalmente chegamos ao fim da escada onde havia uma porta, 
que foi aberta. Da abertura surgiu uma enorme luminosidade, imensa; 
eu não conseguia enxergar nada. Só sabia que estava no céu, e Jesus 
continuava abraçado a mim. Caminhamos um pouco e não vi nada, só 
luz e Jesus. Naquele momento acabou a oração.
Uma alegria e uma paz indescritíveis nasceram dentro de mim. 
Chorando de emoção, pensei: “Eu estou com Jesus! Meu Deus, eu estou 
realmente com Jesus! E Jesus me ama! Jesus me ama, de verdade!”
Quando fui contar o meu testemunho, todo o meu corpo tre-
mia; minhas mãos formigavam, e eu estava leve, leve como nunca ti-
nha me sentido, em toda a minha vida. E com uma paz, uma certeza, 
uma tranquilidade também nunca sentidas antes!
Louvo a Jesus pela minha salvação! Aleluia!
PASSOS IMPORTANTES PARA A CURA INTERIOR 
NA SAÍDA DAS PRISÕES
1 Reconhecer o Senhor como aquele que abre a prisão dos 
aprisionados (Is 61.1).
#13 . COMO SAIR DA PRISÃO EMOCIONAL E MENTAL?
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
. 156 .
2 Amarrar os guardiães demoníacos, que estão vigiando a pri-
são. Geralmente, são aqueles que estão ligados com o proble-
ma da pessoa. Como sentimentos e emoções de medo, mor-
te, mentira, culpa, destruição, paralisação. Esses sentimentos 
poderão fortalecer a entrada de espíritos atormentadores.
3 Assim, usando a chave que é o nome de Jesus, podemos 
abrir a porta e convidar a pessoa a sair dos seus traumas 
emocionais, confessando os pecados a Jesus. 
4 Um outro jeito de fazer é convidar Jesus a entrar na prisão 
para tomar a mão da pessoa aprisionada para sair.
5 Último passo: Recolocar a pessoa conscientemente nos lu-
gares celestiais: as parte que foram fragmentadas e con-
taminadas por sofrimento, injustiça, dor, e pactos com o 
diabo e com demônios.
Entendimento
Jesus abriu todas as nossas prisões espirituais, mentais e emo-
cionais. Mas, existem muitos filhos de Deus que ainda são prisioneiros 
em certos pensamentos, hábitos e impulsos. Para tais, essas prisões são 
confortáveis. Não existe uma prisão mais dolorosa que a prisão do pe-
cado. O pior é quando ela se torna confortável. 
O lugar mais sublime e alto para nós, é aos pés da cruz, a mor-
te de Jesus é a chave para a nossa ressurreição para a verdadeira vida. 
Quando pecamos, e vivemos na prática do pecado, é uma ma-
neira sutil de dizer que Deus não é soberano sobre nós. É uma mentira 
criada em nossas emoções e pensamentos, que nós mesmo criamos.
– x –
1. Efésios 2. 4-10
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
. 158 . . 159 .
CAPÍTULO14
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
. 160 . . 161 .
A finalização deste livro não poderia ser diferente, enfatizar que 
todas as coisas são para a Glória de Deus. O Senhor sonha com 
a restauração da humanidade, com o sua Glória invadindo a terra. 
Filhos curados podem testemunhar que Jesus cura, e levar essa cura às 
nações. O homem foi criado para glorificar a Deus. Num certo sentido 
ele é a glória de Deus, pois ele é a expressão do amor, da sabedoria, 
da genialidade de Deus. O apóstolo Paulo diz que os seguidores de 
Cristo foram planejados para serem o momento da sua glória, ou seja 
– “o louvor da glória de sua graça”1. O ser humano é genuinamente 
isso quando demonstra quem é Deus, através do seu ser e através de 
suas realizações. Quando um ser humano deixa de honrar, de exaltar a 
Deus, ele está negando a sua própria natureza.
Deus não divide a sua glória com ninguém. Uma atitude que 
está entre as mais perigosas para os cristãos é confundir os critérios do 
Reino de Deus com os deste mundo. Deus fica escondido e relegado a 
um segundo plano, quando o homem, a sua inteligência, a sua sabe-
doria, o seu ativismo, a sua entrega e dedicação recebem toda a glória.
A questão da glória de Deus está relacionada com o orgulho 
humano, que continua apresentando o mesmo perigo de tentação, e 
que está ligado diretamente com a nossa “carne”, com o nosso “eu”, 
com a tendência do egoísmo, do engrandecimento próprio. A natureza 
humana, corrupta como é, segue a mesma linha demoníaca, de roubar 
a glória de Deus. O orgulho está na raiz do pecado. Um dos critérios de 
discernimento consiste em testar se o fato, o acontecimento, glorifica a 
Deus colocando-o no seu devido lugar e posicionando o homem como 
herdeiro de Deus e coerdeiro com Cristo. A pergunta própria é: existe, 
consciente ou inconscientemente, uma busca de engrandecimento do 
homem, das realizações e da organização humana, da tecnologia ou da 
instituição humana – ou se está buscando a glória de Deus?
O ministério de sucesso aos olhos humanos, seja na área do 
ensino, da evangelização, da cura, dos milagres ou da libertação de 
demônios pode tornar-se um meio para o homem roubar a glória de 
Deus. Um ministério, que começa com muita bênção de Deus, pode 
chegar a um fim estranho, exatamente porque o primeiro intento de 
dar toda a glória a Deus sobre todas as coisas foi perdido ou distorcido. 
A busca do engrandecimento próprio, da instituição, ou de uma orga-
nização, atrai “espíritos estranhos”, pois não é mais Deus sendo cul-
tuado e glorificado, mas, sim, o homem, um líder, uma organização 
que se coloca no lugar de Deus e começa a funcionar como um ídolo. 
Não é a egolatria a pior forma de idolatria? Já foi visto que os ídolos 
se transformam em lugar de habitação de espíritos imundos. Não é de 
se admirar quando verificamos tantos líderes espirituais que, tendo 
começado bem, desviaram-se do caminho; começando a glorificar e a 
adorar a si mesmos, caíram na sedução de Satanás. Equacionando as 
suas palavras com a palavra de Deus, proclamaram a sua infalibilidade 
como profeta do século. É o resultado do culto do “eu”, do absolutismo 
de uma pessoa, buscando glória para si, e os seus adoradores passam a 
assemelhar-se ao objeto da adoração, com a sua loucura. 
Isso causa um dano espiritual e emocional, pois, a medida que 
vamos nos afastando de Deus, nos tornamos semelhantes as espécies 
que adoramos. Não somos completados pela Glória da Eternidade, e 
sim, pelo pecado. Quando Jesus vem nos curar, Ele cura por completo, 
e restaura em nós a semelhança de Deus. 
O CARÁTER DE DEUS
Quando falamos em discernimento, é imprescindível consi-
derar a natureza e o caráter de Deus. A verdade é que não o conhe-
cemos suficientemente. Muitas vezes projetamos nele a imagem dos 
nossos pais terrestres e vivemos uma vida cristã miserável, longe dos 
padrões que Deus tem planejado para nós. Sem o conhecimento do 
caráter amoroso, cheio de compaixão por seus filhos, é impossível um 
verdadeiro discernimento. As seduções em que muitos caem são frutos 
#14 . A GLÓRIA DE DEUS
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
. 162 . . 163 .
do desconhecimento do caráter e da natureza de Deus. Quanto fata-
lismo, imposição, acusação, falta de respeito e violência são atribuí-
dos a Deus, quando na realidade essas coisas têm vindo dos espíritos 
enganadores, que estão em ação para enganar o povo que está bus-
cando a verdade.
Ter uma visão correta de Deus, conhecê-lo em sua intimida-
de é fundamental para a cura interior do homem. Esse “conhecimento 
de Deus” não vem apenas por meio de informações teológicas, mas, 
sim, pela convivência em amor e obediência a Deus. Somente quando 
a nossa mente e o nosso coração estiverem em sintonia com o caráter 
amoroso de Deus é que nós, seguidores de Jesus Cristo, poderemos 
crescer no amadurecimento emocional verdadeiro.
Um grupo de cristãos estava buscando a plenitude do Espírito 
Santo e orava para a sua manifestação. 
O conhecimento do caráter e da natureza de Deus também 
implica em andar em comunhão com Ele. É nesta comunhão íntima, 
que somos restaurados, em Deus nós somos completos. A nossa vida 
interior entra em ordem. 
A vida cristã não consiste apenas em aceitar uma declaração 
de fé, nem um corpo de doutrina supostamente ortodoxa. Há muita 
ortodoxia estéril e morta. A vida cristã consiste numa vida de relacio-
namento amoroso e obediente com um Deus vivo e que tem o maior 
prazer em interagir com o seu povo e fazê-lo feliz. A cura interior faz 
parte da restauração do homem.
O conteúdo da sua fé, em forma de doutrina ou de verdades 
elaboradas ou escritas, deve ser vivido e confirmado como fruto de uma 
interação dos cristãos com as Escrituras e com a ação do Espírito Santo. 
A nossa fé não é manipulativa, para fazer de Deus o nosso 
“menino de recados” para nos servir e conseguirmos os nossos objeti-
vos egoístas. A vida em Cristo é uma vida centralizada nele e consiste 
em viver uma vida de amor, de confiança e dedicação, uma entrega 
irrestrita ao Senhor, que nos deu a vida.
O Ser Humano foi Criado à Imagem de Deus
Conhecendo o caráter de Deus, conheceremos também o 
propósito de Deus para com o ser humano. Deus não criou o homem 
para ser um autômato ou robô. Deus deu ao homem a razão para 
ser exercitada, a vontade para ser usada e a emoção para ser sentida. 
A contrafação demoníaca muitas vezes vem suprimir essas qualidades 
mais básicas e bonitas que Deus deu ao homem. Portanto, quando um 
“líder espiritual” começar a advogar a supressão da razão, ordenando 
que ela não seja usada, temos um bom indicativo de que esse não é o 
método de Deus. Passividade da consciência, da vontade e da mente 
que certos líderes exigem de seus seguidores, na realidade constituem 
um convite para a invasão de demônios. Analisando movimentos e 
seitas heréticos, como os seguidores do Rev. Moon (Igreja da Unificação), 
os meninos de Deus, os Hare Krishna, os centros de espiritismo, de 
budismo, e os grupos de Meditação Transcendental, vemos que todos 
têm como objetivo, o “esvaziamento da mente”, a “passividade” in-
telectual. Jesus diria que desse modo a casa fica vazia e com a porta 
escancarada, convidando qualquer espírito a nela penetrar. Às vezes 
a nulificação da razão e da vontade parecem soar muito “espiritual”, 
mas é uma contrafação satânica. 
Deus quer que a nossa mente pense e raciocine com Ele, e, 
com uma vontade livre, tendo todas as possibilidades (Lc 14.28-33).
O Valor do Homem
O valor e a singularidade do ser humano como pessoa é um 
outro aspecto que emerge da imagem de Deus no homem. Quando 
Deus criou o homem, Ele o criou com uma singularidade sem igual. 
Cada ser humano é uma obra de arte de Deus, é um poema2, com o 
sentido, no grego, de uma obra de arte. Não há duas pessoas que sejam 
#14 . A GLÓRIA DE DEUS
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
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iguais; as combinações de genes, as circunstâncias, a cultura, a educa-
ção, a herança social, o tempo,a nação, os hormônios, os temperamen-
tos misturam-se numa infinita possibilidade, para criar uma pessoa 
única e diferente de todas as demais. Deus não “massificou” o homem, 
não o criou em série.
A sociedade, porém, com traços demoníacos, tem despersona-
lizado e “massificado” o homem. Deus, porém, criou cada ser humano 
com carinho e cuidado, e Ele planejou que o homem vivesse uma vida 
singular. Isso é uma das maravilhas da criação. Um dos aspectos mais 
belos do ser humano é que ele pode ser ele mesmo, com a sua identida-
de, suas habilidades, cor, etnia. Não há necessidade de copiar nem imi-
tar ninguém. Pois Deus deseja que cada um seja exclusivo, ele mesmo. 
Autenticidade na singularidade é uma boa maneira para des-
crever a pessoa humana. Em Cristo, a pessoa pode ser ela mesma, des-
frutar da sua singularidade, aceitando-se, amando-se tal como é. Infe-
lizmente, em certos círculos que se dizem cristãos, temos observado o 
comportamento, o procedimento, a linguagem padronizada, repetida, 
copiada; a personalidade é suprimida, para tornar-se amorfa, anônima 
nas mãos de um líder ou guia inescrupuloso. Deus faz exatamente o 
contrário. Quanto mais uma pessoa se coloca nas mãos de Deus, mais 
a sua singularidade se torna evidente, com a sua personalidade, sua 
beleza, sua autoridade espiritual, seus dons e seus talentos. E toda a 
sua potencialidade é colocada para desenvolver-se. Há vida, liberdade 
e beleza autênticas. A razão disso é a presença inconfundível do Es-
pírito Santo, que realça a personalidade, não em busca de uma glória 
própria, mas para dar glória a Deus.
O oposto de tudo isso é a imitação. Como vimos, Satanás é 
um grande imitador. Ele não pode ser autêntico, pois ele possui uma 
natureza corrompida e é um dos maiores, se não o maior, “odiador de 
si mesmo”. Ele não é apenas egoísta, mas é ególatra, adorador de si 
mesmo, e quer que a humanidade o adore. Ele não se ama, odeia-se. 
A maior prova disso é que ele nunca deseja ser ele mesmo, com sua 
tendência doentia de ser como Deus, cobiçando o lugar de Deus. A psi-
cologia humana já disse, há muito tempo, que aquele que não se aceita, 
não se ama, sempre está olhando para o outro, fazendo comparações, 
querendo ser como o outro.
A verdadeira presença de Deus dá à pessoa o contentamento 
e a satisfação própria. Mas a presença do espírito falso e sedutor lhe 
trará insatisfação, numa penosa busca de imitação dos outros, caracte-
rizada como inveja, ciúme, porfia e dissensão.
Entendimento:
A liberdade é também uma das qualidades que Deus dispôs 
aos homens como expressão da sua imagem. Quando dizemos “obe-
diência ao Senhor”, isso significa a livre obediência e não a compulsão. 
Deus criou o homem por amor, para usufruir da sua companhia e ami-
zade. Deus quer que o seu povo o ame em verdade, mas também em 
liberdade. Automatismo, compulsão, violência, capitulação são pala-
vras desconhecidas no verdadeiro relacionamento entre Deus e o ho-
mem. Por isso, como povo de Deus, se alguém está sendo levado a fa-
zer coisas, mesmo a “obedecer” numa compulsão, devemos perguntar 
se algo não está errado. 
A liberdade de escolha, da obediência, o livre exercício da 
vontade humana é algo fundamental que Deus requer do seu povo. 
Claro que o homem, por si, não chegará a tomar esse tipo de decisão. 
Deus respeita tanto a nossa decisão que, no seu plano amoroso, Ele nos 
dá tempo para ponderar e decidir.
– x –
1. Efésios 1.6,12,14
2. Efésios 2.10
#14 . A GLÓRIA DE DEUS
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
. 166 . . 167 .
Jesus é a encarnação dos atributos de Deus: amor, graça, verdade, 
vida, misericórdia e eternidade.
A partir da revelação da verdadeira graça, nós podemos com-
preender quem Deus nos chamou para ser filhos. A libertação é um dos 
frutos da graça, assim como a cura interior, toda obra de Jesus foi pela 
manifestação da Graça. 
Quando cremos e descansamos na obra de Jesus, ela transforma 
instantaneamente nossa posição diante de Deus, passamos a estar “nele”. 
O Evangelho de Cristo aponta a cura dos enfermos, como tam-
bém a libertação aos cativos. É o que precisamos compreender de fato, 
que todos nós pecamos, e estávamos destituídos da Glória de Deus. 
Precisamos da cura, da libertação, e das boas novas. O ministério de 
Cura Interior não diz respeito ao que fazemos, mas ao que foi feito por 
nós, através da obra de Cristo. 
A Cura Interior faz parte do Evangelho, não é algo novo, ape-
nas o resultado da morte e ressurreição de Jesus. É a compreensão de 
que o Evangelho é a boa notícia de que Deus consumou nossa salvação 
por nós, por meio de Cristo, para nos levar a um relacionamento res-
taurado com ele e, por fim, destruir todos os efeitos do pecado.
Permita que o Espírito Santo, por meio das Escrituras, revele 
a vontade de Deus para a sua vida. Não seja apenas um ouvinte ou lei-
tor, e sim, um filho que deseja ir além de um simples sobreviver, para 
viver as maravilhas que a graça de Jesus nos proporciona. A nossa cura 
e libertação estão no CONHECER AO FILHO DE DEUS, e desfrutar 
de todo o seu amor derramado gratuitamente por nós, através da sua 
obra redentora na cruz.
Mesmo neste século XXI, precisamos voltar as nossas emo-
ções, sexualidade, pensamentos e vontades aos pés da cruz, para co-
nhecermos a vida que Jesus conquistou para nós. Não é algo pesado, 
apenas a MARAVILHOSA GRAÇA!
Thiago Baeta Corrêa
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
. 168 . . 169 .
OBRAS COMPILADAS
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
. 170 . . 171 .
ESTUDOS DESENVOLVIDOS
Ana Ribeiro
• CURA DOS SENTIMENTOS QUE MATAM
• CURA DO SENTIMENTO DE ORFANDADE
• CURA DOS COMPLEXOS DA ALMA
Neuza Itioka 
• DISCERNIMENTO ESPIRITUAL E EMOCIONAL
• A CURA EMOCIONAL DE QUEM 
SOFREU DIVERSOS ABUSOS
• A CURA DAS MEMÓRIAS
• A CURA DA AUTOIMAGEM
• COMO SAIR DA PRISÃO EMOCIONAL E MENTAL?
• A GLÓRIA DE DEUS
Thiago Baeta 
• O MINISTÉRIO DA CURA INTERIOR
• A CONDIÇÃO DA MENTE HUMANA NO PECADO
• A CURA ATRAVÉS DO PERDÃO GENUÍNO
Neuza Itioka e Thiago Baeta Corrêa
• A BATALHA ESPIRITUAL E A CURA INTERIOR
• A CURA DO MEDO 
Este volume “Cura Interior e Batalha Espiritual” é um compilado das 
obras dos autores da Editora AMAR, que trabalham com a visão da 
libertação e cura interior. 
RIBEIRO, Ana. Fontes para o equilíbrio emocional, 2ª Edição, São Paulo 
(SP), Editora AMAR, 2018
ITIOKA, Neuza. Restauração Sexual, 4ª Edição, São Paulo (SP), Editora 
AMAR, 2017.
ITIOKA, Neuza. Deuses da Umbanda-implicações teológicas e pastorais, 
São Paulo (SP), Editora AMAR, 2016.
ITIOKA, Neuza. Libertando-se de prisões espirituais, 2ª Edição, São Paulo 
(SP), Editora AMAR, 2016.
ITIOKA, Neuza. Deus se move através da oração, 2ª Edição, São Paulo 
(SP), Editora AMAR, 2018
CORRÊA, Thiago Baeta. Mente Profética, São Paulo (SP), Editora 
AMAR, 2018.
#COMPILADO
CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
. 172 . . 173 .
BIBLIOGRAFIA
BUTTRICK, George A. The interpreter’s dictionary of the Bible. Nova 
York: Abingdon Press, 1962.
DUNN, James D. G. Jesus and the spirit. Philadelphia: The Westmin-
ster Press, 1975.
GUILLET, Jacques. Discernment of spirits. (S. L.): Liturgical Press, 
1983.
MCALISTER, Robert. Mãe de santo. Rio de Janeiro: Empreendimen-
tos Evangélicos, 1963. 
LINN, Dennis e Matthew. Healing life hurts. Nova York (USA): Pau-
list Press, 1978.
BENNET, Rita. How to pray for inner healing. Eastbourne: KIngsway 
Pub., 1984.
SEAMANDS, David. Healing for damaged emotions. Wheaton (IL – 
USA): Victor Books, 1985.
CITAÇÕES BÍBLICAS
NVI (Nova Versão Internacional)
RA (Revista e Atualizada)
ACF (Almeida Corrigida Fiel)
BKJ (Bíblia King James)
VM (Versão Mensagem)
SOBRE OS AUTORES
NEUZA ITIOKA – Bacharel e Doutora
Formada em Pedagogia pela USP, Bacharel em Teologia (Faculdade Me-
todista Livre), e doutora em Missiologia pelo Seminário Teológico Fuller.
Consagrada ao ministério apostólico em agosto de 2002, Dra. Neuza 
Itioka atua desde 1988 nos campos de Libertação, Cura Interior e Bata-
lha Espiritual, tempo em que fundouo Ministério Ágape Reconciliação.
A Dra. Neuza Itioka faz parte do Conselho Apostólico Brasileiro, e da 
Coalizão Apostólica Profética Brasileira e é uma das diretoras da Rede 
Apostólica de Ministérios Cristãos.
ANA RIBEIRO – Teóloga e Bibliotecária
Paulistana, é formada em Biblioteconomia, Teologia e Letras. Pós-gra-
duada em Aconselhamento Cristão, com pós-graduação em Terapia 
Familiar Sistêmica. 
Desde 1999 tem dedicado sua vida na edificação da Igreja, atuando 
como professora de seminários, palestrante, conselheira, além de ser 
revisora de publicações.
THIAGO BAETA CORRÊA – Jornalista e Missionário
Atualmente trabalha como editor chefe na Editora AMAR, onde está 
ligada na transformação e capacitação de líderes do Brasil, como de 
outros países, na educação cristã. É estudante de Teologia na FLAM.
Professor de Missão, Arte e Cultura, onde desenvolve projetos mis-
sionários, e, editorais. Palestra aulas em cursos e seminários prepa-
ratórios para líderes, ensinando sobre a influência de uma geração 
na contemporaneidade.
Thiago tem viajado pelo Brasil, e alguns países, para testemu-
nhar sobre a Mensagem. Ele é líder fundador juntamente com a 
Dra. Neuza Itioka, do movimento RUAH (Missão, Arte & Cultura), 
que procura incentivar o discipulado entre jovens e universitários.
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©2020 Editora AMAR
A CURA INTERIOR E A BATALHA ESPIRITUAL
Texto original: Neuza Itioka, Ana Ribeiro e Thiago Baeta Corrêa
Todos os direitos reservados.
1ª Edição – 2019
2ª Edição – Revista e Atualizada – 2020
Diretora Editorial: Neuza Itioka
Editor Chefe: Thiago Baeta Corrêa
Gestor executivo editorial: Thiago Eráclito Freitas
Preparação dos originais: Thiago Baeta Corrêa 
Revisão: Equipe Editorial AMAR
Equipe editorial: Igor Cabianca, Vinícius Mendes e Raul Vinícius
Capa, Projeto Gráfico e Diagramação: AgnelloVieira.ART.br
Data do fechamento da edição: Fev/20
A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na 
Lei n. 9.610/98 e punido pelo art. 184 do Código Penal. 
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por 
qualquer meio ou forma sem a prévia autorização da Editora AMAR.
ISBN 978-65-80407-00-2
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