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8
UNIVERSIDADE PAULISTA-UNIP
GUSTAVO MIGLIARI
O impacto pós pandemia na performance financeira das empresas
SÃO PAULO
2024
O impacto pós pandemia na performance financeira das empresas
Resumo
A propagação global da COVID-19, originada pelo coronavírus SARS-CoV-2, desencadeou uma série de medidas de controle em escala mundial. Essas ações tiveram um impacto significativo nas economias globais, resultando em recessão e desemprego em larga escala, sobretudo nos setores do turismo e varejo. Uma análise bibliométrica recente buscou explorar a produção científica relacionada à pandemia e seu efeito nas empresas. Descobriu-se que nos últimos três anos, houve a publicação de 47 artigos sobre o tema, com um pico de publicações em 2022. Esses estudos bibliométricos desempenham um papel crucial na síntese do conhecimento existente, ajudando os pesquisadores a compreender o estado atual da pesquisa em um determinado assunto.
Palavras- chave: Pandemia. Covid. Performance Financeira. Empresas
1. Introdução 
Diante do contexto pandêmico, compreender os efeitos da doença e os padrões de comportamento humano em vários setores é essencial para mitigar a propagação e evitar crises econômicas (Baloch et al., 2020; Bish & Michie, 2010). A pandemia mais recente, a COVID-19, causada pelo surgimento do SARS-CoV-2, gerou uma resposta global urgente, envolvendo governos, organizações e indivíduos em todo o mundo (Baloch et al., 2020; Bergeri et al., 2022; Lewis et al., 2022).
	Identificado inicialmente em Wuhan, China, em dezembro de 2019, o vírus foi declarado uma pandemia pela OMS em março de 2020 (OMS, 2023). Medidas como fechamento de fronteiras, restrições de viagens e distanciamento social foram implementadas para conter a disseminação do vírus (Gullo, 2020; Kiyota, 2022; Xu & Jin, 2022), impactando profundamente a vida cotidiana e gerando implicações econômicas significativas em vários setores (Xu & Jin, 2022).
	A economia global sofreu uma recessão, resultando em desemprego em massa e instabilidade financeira, especialmente em setores como turismo, aviação, varejo e hospitalidade (Kiyota, 2022). Segundo o FMI, a produção econômica global caiu 3,1% em 2020, com o comércio de bens e serviços sofrendo uma queda superior a 8,0% (FMI, 2022; Kiyota, 2022). No Brasil, cerca de 9,7 milhões de pessoas perderam suas fontes de renda durante o período de confinamento (IBGE, 2020a).
	Nesse cenário, líderes empresariais enfrentaram desafios inesperados e tiveram que adotar medidas para minimizar os danos (Gomes & Lopes, 2022). A análise bibliométrica emergiu como uma ferramenta crucial para compreender o impacto da pandemia na performance das empresas, permitindo mapear e interpretar as contribuições científicas nesse domínio específico (Guedes & Borschiver, 2005; Quevedo-Silva et al., 2016).
	Portanto, este estudo propõe uma análise das consequências da pandemia de COVID-19 nas empresas em diferentes países, visando examinar os artigos publicados e suas relações com revistas e países de origem. 
2 Referencial Teórico 
2.1 Contextualização da Pandemia e suas consequências
	De acordo com a Fundação Oswaldo Cruz (2019), uma pandemia refere-se à disseminação de uma nova doença em escala global, com a história registrando várias pandemias ao longo dos tempos, incluindo a peste do Egito em 430 A.C., a peste negra em 1300 e a gripe espanhola (H1N1) em 1918, sendo a mais recente conhecida como COVID-19 (2019). A pandemia de COVID-19, causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, teve um impacto sem precedentes em escala global. Investigações conduzidas pela OMS indicam que o surto teve origem em uma transmissão zoonótica em dezembro de 2019, na China (OMS, 2020), e rapidamente se espalhou pelo mundo, resultando em uma crise de saúde pública. A rápida disseminação do vírus foi impulsionada por sua alta transmissibilidade e pela presença de casos assintomáticos, o que tornou o controle da propagação ainda mais desafiador (Gullo, 2020; Tay et al., 2020).
	Diante da necessidade de uma resposta coordenada e global, países em todo o mundo implementaram medidas de saúde pública, como distanciamento social, uso de máscaras, restrições de viagem e lockdowns, visando conter a propagação do vírus e reduzir o impacto nos sistemas de saúde e na economia (Gullo, 2020). Essas medidas tiveram impactos significativos na vida cotidiana, na economia e nas atividades empresariais, embora sua eficácia tenha variado em diferentes regiões, resultando em diferentes impactos econômicos (Hale et al., 2021).
	As restrições e medidas de contenção adotadas levaram a interrupções nas cadeias de suprimentos, fechamentos temporários e permanentes de negócios, além de uma queda acentuada na demanda por produtos e serviços (Nicola et al., 2020; United Nations, 2022). Setores como turismo, aviação, hotelaria, varejo físico e eventos foram particularmente afetados, enfrentando desafios operacionais e financeiros significativos (Nicola et al., 2020; United Nations, 2022).
	Além disso, a incerteza econômica e a volatilidade dos mercados financeiros levaram a uma diminuição da confiança dos investidores e à instabilidade financeira, com empresas enfrentando dificuldades para obter financiamento, resultando em problemas de liquidez e aumento do endividamento (Tay et al., 2020). Muitas organizações precisaram implementar medidas de redução de custos, como demissões, cortes salariais e redução de investimentos, para preservar suas operações e sobreviver à crise (Baker et al., 2020). Por exemplo, nos EUA, o desemprego em fevereiro de 2020 atingiu o nível mais alto dos últimos 67 anos, com mais de dez milhões de americanos solicitando seguro-desemprego no mesmo ano (Baker et al., 2020).
	Durante o período de isolamento social, vários setores econômicos foram afetados negativamente pela diminuição do consumo, exacerbando a queda do Produto Interno Bruto (PIB) (IPEA, 2020). No Brasil, o setor de serviços, que representa cerca de 70% do PIB nacional, foi especialmente afetado, resultando em um aumento significativo do desemprego nos primeiros quatro meses da pandemia, de acordo com dados do IBGE (2020c). Esses eventos tiveram um impacto considerável na economia do país, agravando os desafios enfrentados pelos setores empresariais durante a crise (Baker et al., 2020).
	Em uma pesquisa realizada pelo IBGE (2020b), intitulada "Pulso Empresa", que visava estimar os impactos da pandemia de COVID-19 na economia brasileira, foram investigados dados representativos das atividades industriais, comerciais, de construção e comércio.
Conforme evidenciado, o maior impacto ocorreu no primeiro mês de pandemia, em decorrência do fechamento generalizado de estabelecimentos comerciais, tanto grandes quanto pequenos. No entanto, observou-se que os setores de serviços e industriais apresentaram um efeito reduzido ou até mesmo inexistente em relação à pandemia no mês de agosto. Isso foi associado à flexibilização das medidas de proteção em alguns estados, além da escassez de certos produtos, o que aumentou a demanda por esses recursos (IBGE, 2020b).
	Nos Estados Unidos, 90% dos funcionários do setor aéreo foram demitidos, e os hotéis operaram com apenas 20% da capacidade normal (Bagnera & Steinberg, 2020). Na China, os efeitos da pandemia foram mais significativos, com uma queda drástica nas exportações do país, resultando em grandes prejuízos para a economia chinesa (Rababah et al., 2020). A revista Fortune 1000, que classifica as maiores empresas americanas, relatou que 94% delas foram afetadas devido às interrupções na cadeia de suprimentos (Jin et al., 2022). No Vietnã, Ngo e Tran (2021) mostraram que as medidas agressivas adotadas pelo país permitiram que ele fosse um dos poucos capazes de conter o avanço da pandemia. Eles observaram que o aumento na retenção de caixa reduziu os impactos para as empresas mais vulneráveis, minimizando a necessidade de refinanciamento.
	De maneira geral, as restrições impostas às atividades econômicas resultaram em uma desaceleração global do crescimento,causando um impacto negativo mais amplo nas operações das empresas em comparação com epidemias anteriores, principalmente devido à interrupção na cadeia de oferta e demanda (Jin et al., 2022).
2.2 Performance Financeira 
	A performance financeira de uma empresa refere-se à sua capacidade de gerar lucro, alcançar resultados positivos e manter suas operações de forma sustentável (Abdel-Basset et al., 2020). Esse indicador é fundamental para avaliar a eficiência econômica da empresa, sua capacidade de cumprir obrigações financeiras e proporcionar retorno aos investidores (Abdel-Basset et al., 2020). A avaliação da performance financeira envolve a análise de diversas métricas, agrupadas em quatro categorias principais: índices de liquidez, índices de alavancagem, índices de cobertura e índices de lucratividade, que são essenciais para medir a eficiência operacional, rentabilidade, liquidez e solvência da empresa (Rezaie et al., 2014).
	Por meio da análise desses indicadores, gestores e analistas podem avaliar o desempenho da empresa ao longo do tempo, identificar tendências, tomar decisões estratégicas embasadas em dados concretos, monitorar a eficácia das estratégias adotadas, avaliar a saúde financeira da empresa e comparar seu desempenho com concorrentes do setor (Rezaie et al., 2014). Além disso, a performance financeira influencia a capacidade da empresa de atrair investimentos, obter financiamento e garantir sua sustentabilidade a longo prazo (Rezaie et al., 2014; Abdel-Basset et al., 2020).
	Assim, a avaliação financeira durante e após o período pandêmico permite estimar os danos enfrentados pelas empresas. Isso é alcançado por meio da análise do desempenho financeiro (Makki & Alqahtani, 2023). Portanto, por meio do uso da bibliometria, espera-se obter insights da produção científica sobre a pandemia de COVID-19 e o impacto enfrentado pelas empresas em todo o mundo (Makki & Alqahtani, 2023).
	A avaliação da performance financeira das empresas é uma área crucial da gestão empresarial e da análise de investimentos. Ela fornece uma visão abrangente da saúde financeira de uma organização, permitindo que gestores, investidores e outras partes interessadas entendam como a empresa está operando e como ela está se saindo em termos de rentabilidade, eficiência e capacidade de cumprir suas obrigações financeiras.
	Essa avaliação envolve a análise de quatro categorias principais de indicadores de desempenho financeiro. Os índices de liquidez medem a capacidade de uma empresa de cumprir suas obrigações de curto prazo utilizando seus ativos líquidos, como o índice de liquidez corrente e o índice de liquidez imediata.
	Os índices de alavancagem avaliam o nível de endividamento de uma empresa em relação aos seus ativos e patrimônio líquido, indicando o grau de risco financeiro associado à empresa. Exemplos incluem o índice de endividamento total e o índice de cobertura de juros.
	Já os índices de cobertura mostram a capacidade de uma empresa de cumprir suas obrigações financeiras de longo prazo, como pagamento de juros e reembolso de empréstimos. Exemplos de índices de cobertura incluem o índice de cobertura de juros e o índice de cobertura do serviço da dívida.
	Por fim, os índices de lucratividade avaliam a eficiência operacional e a rentabilidade da empresa, indicando sua capacidade de gerar lucro a partir de suas operações e utilizar recursos de forma eficaz. Exemplos incluem a margem de lucro líquido, o retorno sobre o investimento (ROI) e o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE).
Conclusão
	Os dados bibliométricos coletados revelaram um aumento significativo nas publicações acadêmicas relacionadas à pandemia do COVID-19, contudo, há uma lacuna considerável quanto à abordagem do impacto dessas pandemias na performance das instituições. Durante os anos de 2021 a 2023, foram identificados 47 artigos, destacando-se o ano de 2022 com o maior pico de publicações e um total de 127 autores envolvidos.
	Essa análise permitiu observar que, apesar da mobilização global em resposta à pandemia, as empresas enfrentaram uma variedade de impactos em diferentes regiões do mundo. A análise da nuvem de palavras revelou que o termo mais frequente nos artigos foi "impacto". Além disso, países como Estados Unidos e China foram os mais prolíficos na produção de artigos, refletindo também os países mais afetados pela pandemia.
	Assim, o estudo bibliométrico proporcionou uma visão abrangente e fundamentada sobre o tema, oferecendo insights valiosos para pesquisadores e interessados em compreender os desafios enfrentados pelas organizações durante crises. No entanto, a pesquisa também revelou uma limitação significativa: o número limitado de publicações sobre o tema. Portanto, há uma necessidade clara de mais estudos para preencher essa lacuna e fornecer uma compreensão mais aprofundada dos impactos da pandemia na performance empresarial.
Referências
ABDEL-BASSET, M.; DING, W.; MOHAMED, R.; METAWA, N. An integrated plithogenic MCDM approach for financial performance evaluation of manufacturing industries. Risk Management, v. 22, n. 3, p. 192–218, 2020. 
BAGNERA, S.; STEINBERG, M. Sanitized practices for human resources in a COVID-19 environment. Boston Hospitality Review, v. Special Ed, p. 1–8, 2020.
LEWIS, H. C.; MARCATO, A. J.; MEAGHER, N.; VALENCIANO, M.; et al. Transmission of SARS-CoV-2 in standardised first few X cases and household transmission investigations: A systematic review and meta-analysis. Influenza and other Respiratory Viruses, v. 16, n. 5, p. 803–819, 2022. 
MAKKI, A. A.; ALQAHTANI, A. Y. Capturing the Effect of the COVID-19 Pandemic Outbreak on the Financial Performance Disparities in the Energy Sector: A Hybrid MCDMBased Evaluation Approach. Economies, v. 11, p. 61–82, 2023.
GOMES, S.; LOPES, J. M. Consequences of the Pandemic Constraints on the Supply Chain of Companies: an Exploratory Approach. Polish Journal of Management Studies, v. 26, n. 2, p. 162–171, 2022. 
GUEDES, V. L. S.; BORSCHIVER, S. Bibliometria: Uma ferramenta estatística para a gestão da informação e do conhecimento, em sistemas de informação, de comunicação e de avaliação 27 científica e tecnológica. CINFORM - Encontro Nacional de Ciência da Informação, p. 1– 18, 2005. 
GULLO, M. C. R. The economy in pandemic Covid-19: some considerations. Revista Rosa dos Ventos - Turismo e Hospitalidade, v. 12, n. Especial, p. 1–8, 2020. 
UNITED NATIONS. The Covid 19 Pandemic Impact on Micro, Small and Medium Sized Enterprises Policy. [s.l: s.n.]55 p. XU, J.; JIN, Z. Exploring the Impact of the COVID-19 Pandemic on Firms’ Financial Performance and Cash Holding: New Evidence from China’s Agri-food Sector. Agronomy, v. 12, p. 1951–1964, 2022.

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