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GUIA DE BOAS PRÁTICAS PARA O RESGATE E ABRIGO Lentes de Gênero, Sexualidade e Parentalidade Rede Anthera* Em 08/05/2024 Este guia de boas práticas visa oferecer aos voluntários e servidores públicos envolvidos no resgate e acolhimento de pessoas em situações de emergência recomendações de práticas que fortaleçam a proteção e o cuidado das necessidades de crianças, adolescentes, mulheres e suas famílias. Nem todas as pessoas são iguais em suas necessidades e vulnerabilidades: mulheres, pessoas trans e crianças e adolescentes são especialmente vulneráveis em situações de emergência e qualquer ação deve levar em conta as lentes de gênero, sexualidade e da parentalidade. Por isso, o guia está organizado em dicas e informações que podem ser aplicados no dia a dia do trabalho de resgate e acolhimento em situações de emergência. P R E V E N Ç Ã O D E V I O L Ê N C I A C O N T R A C R I A N Ç A E ADOLESCENTE - A criança/adolescente deve ficar entre a família, principalmente ao dormir. - Não deixe a criança/adolescente sem monitoramento da família ou voluntário identificado, preferencialmente do mesmo gênero e principalmente nas idas ao banheiro. - Usar pulseiras de identificação nas crianças/adolescentes, com nome e nome do responsável. - Nas brinquedotecas, registrar todas as crianças/adolescentes que entram e saem; as saídas devem ser acompanhadas por familiar e/ou responsável. - Trate a criança/adolescente com respeito, não a obrigue a ficar com pessoas com que ela apresente desconforto. - Toque o corpo da criança/adolescente apenas se necessário e sempre pedindo a permissão para isso. - Utilize linguagem adequada para a idade da criança/adolescente e respeite o ritmo com que realizam os relatos. - Faça contato rápido com o Conselho Tutelar para crianças/adolescentes que estejam sozinhas. - A entrega de crianças e adolescentes desacompanhados somente deve ser feita mediante a comprovação do parentesco. Na dúvida, contate o Conselho Tutelar. Rede Internacional de Pesquisa Sobre Família e Parentesco - A criança/adolescente desacompanhado deve ser levado para o Centro de Triagem Geraldo Santana (Rua Luiz de Camões, 337, Bairro Santo Antônio, POA/RS), onde há Plantão do Conselho Tutelar. RESGATE E ABRIGO COM LENTES DE GÊNERO, SEXUALIDADE e PARENTALIDADE - Se possível, avaliar a possibilidade de criação de áreas protegidas nos abrigos para mulheres e crianças (maternidade solo), famílias e parentalidade LGBTQIAP+. Acolha de forma protegida as pessoas trans. - Seja respeitoso e gentil no atendimento de mulheres acompanhadas de crianças/adolescentes, pois este pode ser mais longo em função da sua interação com os filhos. - Trate a pessoa de acordo com o gênero com que se apresenta e no caso de dúvida pergunte “qual seu nome”? ou como a pessoa gostaria de ser chamada ou tratada. O uso do nome social é um direito e deve ser respeitado, independentemente da sua alteração no documento de identidade. - Impeça a entrada de pessoas não cadastradas no espaço em que as mulheres, crianças/adolescentes e suas famílias estão no abrigo e o registros de foto/ vídeo não autorizados previamente. - Identifique a presença e proteja as necessidades de mulheres e pessoas trans que possuem medida protetiva contra qualquer agressor. Atenda com atenção para minimizar os danos decorrentes das situações de violência e/ou abuso. - Verifique a presença e a necessidade de crianças e adolescentes, mulheres e pessoas trans que porventura tenham vivenciado a situação de rua e atente ao fato de que devem ser atendidas mesmo que não possuam endereço fixo. Neste caso, assim como para as demais pessoas atendidas, identifique a situação de saúde e a necessidade de uso de medicamentos que possam ter sido eventualmente perdidos durante a emergência. - Respeite a diversidade étnico-racial, de gênero, de sexualidade, de nacionalidade, de religião e esteja atento/a ao combate ao etarismo e ao capacitismo (discriminação contra pessoas com deficiência), coibindo toda forma de discriminação e inibindo quaisquer mecanismos, gestões e atitudes que favoreçam o assédio moral e sexual. Telefones Úteis: - Conselho Tutelar (Plantão): (051) 99158-1348 - Ministério Público: (051) 99562-6647 - Tribunal de Justiça: (051) 99946-7885 (WhatsApp) - Defensoria Pública: (051) 98594-8784 - Prefeitura de Porto Alegre: 156 - Polícia Militar: 190 * Sobre a Rede Anthera: A Rede Anthera é uma rede internacional de pesquisas antropológicas sobre família e parentesco, que tem como sede principal a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PPGAS/UFRGS) e, como sedes regionais, as universidades parceiras: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e a Universidade Federal de Alagoas (UFAL). As pesquisadoras e pesquisadores da Rede ANTHERA desenvolvem pesquisas relacionadas à governança reprodutiva e aos diversos arranjos das parentalidades contemporâneas (pluriparentalidades). ESTE DOCUMENTO FOI CONSTITUÍDO PELA INSPIRAÇÃO, COMPILAÇÃO E RESUMO DAS SEGUINTES FONTES: DINIZ, Débora. Desastres e emergências exigem respostas com lentes de gênero. Postagem no Instagram. Disponível em: https://www.instagram.com/ p/C6t7BVPNcHI/ Consulta em 08/05/2024. GUIA DE BOAS PRÁTICAS DE EQUIDADE DE GÊNERO NA GESTÃO PÚBLICA. SECRETARIA DE FAZENDA DE NITERÓI. (2021). Disponível em: https:// fazenda.niteroi.rj.gov.br/site/wp-content/uploads/2021/04/GUIA-DE-BOAS- PRATICAS-DE-EQUIDADE-DE-GeNERO-NA-GESTAO-PUBLICA.pdf. Consulta em 09/05/2024. GUIA DE BOAS PRÁTICAS EM IGUALDADE DE GÊNERO DA ANAFE. (2022). Disponível em: https://anafe.org.br/wp-content/uploads/2022/11/ Guia-Igualdade-de-Genero-V5.pdf Consulta em 09/05/2024. RANGEL R.G., CHOTGUES, J.O., PIGATTO, V.M. , PIRES, M.O, SERVINO, L.L., SILVA, V.C.V, MOTTA, L.O., ARNOUD, T.C.J., FONSECA, M.T.P., & HABIGZANG, L.F. (2024). Identificação e Manejo de Situações de Violência no Contexto de Desastre no Rio Grande do Sul. Porto Alegre, PUCRCS. https://www.instagram.com/p/C6t7BVPNcHI/ https://www.instagram.com/p/C6t7BVPNcHI/ https://fazenda.niteroi.rj.gov.br/site/wp-content/uploads/2021/04/GUIA-DE-BOAS-PRATICAS-DE-EQUIDADE-DE-GeNERO-NA-GESTAO-PUBLICA.pdf https://fazenda.niteroi.rj.gov.br/site/wp-content/uploads/2021/04/GUIA-DE-BOAS-PRATICAS-DE-EQUIDADE-DE-GeNERO-NA-GESTAO-PUBLICA.pdf https://fazenda.niteroi.rj.gov.br/site/wp-content/uploads/2021/04/GUIA-DE-BOAS-PRATICAS-DE-EQUIDADE-DE-GeNERO-NA-GESTAO-PUBLICA.pdf https://anafe.org.br/wp-content/uploads/2022/11/Guia-Igualdade-de-Genero-V5.pdf https://anafe.org.br/wp-content/uploads/2022/11/Guia-Igualdade-de-Genero-V5.pdf https://anafe.org.br/wp-content/uploads/2022/11/Guia-Igualdade-de-Genero-V5.pdf
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