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Psicoterapia Cognitiva Profa Dra Keila Evangelista março 2023 Princípios da terapia cognitiva Objetivos da aula - Breve histórico da terapia cognitiva de Beck - Os dez princípios da Terapia Cognitiva - Os estágios do desenvolvimento do bom terapeuta cognitivo- comportamental (TCC) Leitura obrigatória BECK, J. S. Terapia Cognitivo-Comportamental. Teoria e Prática. 2ª edição. Porto Alegre: Artmed, 2013. Capítulo 1. Breve histórico da terapia cognitiva de Beck A Terapia Cognitiva foi desenvolvida por Aaron Beck no início dos anos de 1960, como uma psicoterapia breve, estruturada, orientada ao presente, inicialmente para depressão, direcionada a resolver problemas atuais e a modificar os pensamentos e os comportamentos disfuncionais. Breve histórico da terapia cognitiva de Beck Em todas as TCC existentes o tratamento se baseia na formulação/conceituação cognitiva, nas crenças e estratégias comportamentais de dado transtorno. Breve histórico da terapia cognitiva de Beck Primeiro, f izeram observações c l ín icas sobre o transtorno; - descreveram os fatores de manutenção e as principais cognições (pensamentos e crenças subjacentes, emoções e comportamentos). Depois disso, testaram suas teorias, adaptaram o tratamento e realizaram ensaios clínicos controlados randomizados. A terapia cognitiva de Beck Os dez princípios da Terapia Cognitiva Princípios centrais para entender as dificuldades dos pacientes, planejar o tratamento e conduzir as sessões de terapia Os dez princípios da Terapia Cognitiva 1) Formulação do problema em termos cognitivos 2) Aliança terapêutica segura 3) Colaboração e participação ativa 4) Orientada em meta e focada em problemas 5) Enfatiza o presente 6) É educativa 7) Tempo limitado 8) Sessões estruturadas 9) Identificar, avaliar e responder PA/CC/etc... 10 ) Utiliza várias técnicas- P, H e C Os dez princípios da Terapia Cognitiva 1) Formulação do problema em termos cognitivos A partir da formulação cognitiva (as crenças básicas e os padrões comportamentais), associada ao diagnóstico do paciente. Você levantará hipóteses a respeito do desenvolvimento do transtorno do paciente. Os dez princípios da Terapia Cognitiva 1) Formulação do problema em termos cognitivos O caso Sally Solteira, universitária, 18 anos Deprimida, ansiosa nos últimos 4 meses Dificuldades na vida diária Os dez princípios da Terapia Cognitiva 1) Formulação do problema em termos cognitivos O caso Sally Pensamento atual: eu sou um fracasso Comportamentos problemáticos: isolar-se, não pedir ajuda Fatores desencadeadores: crença de incompetência, solidão Os dez princípios da Terapia Cognitiva 1) Formulação do problema em termos cognitivos O caso Sally Eventos chave dos padrões de interpretação: atribuir à sorte suas conquistas e suas perdas, ao seu verdadeiro eu Os dez princípios da Terapia Cognitiva 1) Formulação do problema em termos cognitivos Formulo minha conceituação cognitiva na formulação cognitiva da depressão. Ajudo Sally a examinar sua experiência por meio do modelo cognitivo. Ex.: identificar seus PA´s associados a ansiedade e avaliar respostas mais adaptativas ao seu pensamento Os dez princípios da Terapia Cognitiva 2) “ A terapia cognitivo-comportamental requer uma aliança terapêutica sólida” Demonstro meu interesse por Sally fazendo comentários empáticos, ouvindo com atenção, resumindo seus pensamentos e sentimentos. Destaco seus sucessos (< e >) e mantenho um ponto de vista realisticamente otimista e bem-humorado Pedir feedback no fim de cada sessão: se sente compreendida e positiva em relação à sessão de hoje Os dez princípios da Terapia Cognitiva Princípio nº 3: “A terapia cognitivo-comportamental enfatiza a colaboração e a participação ativa” Eu encorajo Sally a encarar a terapia como um trabalho em equipe; Co-terapeuta, decidindo sobre quais problemas falar, identificando as distorções no seu pensamento, resumindo pontos importantes e planejando a prescrição dos exercícios para casa. Os dez princípios da Terapia Cognitiva Princípio nº 4. “A terapia cognitivo-comportamental é orientada para os objetivos e focada nos problemas”. Em nossa primeira sessão, peço a Sally para enumerar seus problemas e estabelecer objetivos específicos, de modo que ela e eu compartilhemos o entendimento de para onde estamos nos dirigindo. Os dez princípios da Terapia Cognitiva Sally menciona na sessão de avaliação que se sente isolada. Define um objetivo em termos comportamentais: começar novas amizades e passar mais tempo com os amigos atuais. Ajudo-a a avaliar e responder aos pensamentos que interferem em seu objetivo, tais como: “os meus amigos não vão querer sair comigo.” Os dez princípios da Terapia Cognitiva Avaliar a validade dos seus pensamentos por meio de um exame das evidências. Sally testa seus pensamentos por meio de experimentos comportamentais, em que toma a iniciativa de fazer planos com os amigos. Reconhecer e corrigir a distorção em seu pensamento: Sally se beneficia c/solução objetiva e direta do problema para reduzir seu isolamento. Os dez princípios da Terapia Cognitiva Princípio nº 5. “A terapia cognitivo-comportamental enfatiza inicialmente o presente” O tratamento da maioria dos pacientes envolve um foco intenso nos problemas atuais e em situações específicas que são angustiantes para eles. Os dez princípios da Terapia Cognitiva Por exemplo, volto-me brevemente para o passado na metade do tratamento a fim de ajudar Sally a identificar um conjunto de crenças que aprendeu quando criança: “Eu a auxilio a avaliar a validade dessas crenças, tanto no passado quanto no presente”. Os dez princípios da Terapia Cognitiva Princípio nº 6. A terapia cognitivo-comportamental é educativa, tem como objetivo ensinar o paciente a ser seu próprio terapeuta e enfatiza a prevenção de recaída. Os dez princípios da Terapia Cognitiva Educo Sally quanto à natureza e ao curso do seu transtorno, sobre o processo da terapia cognitivo-comportamental e sobre o modelo cognitivo “Eu não só ajudo Sally a definir objetivos, identificar e avaliar pensamentos e crenças e a planejar a mudança comportamental, mas também a ensino como fazer.” Os dez princípios da Terapia Cognitiva Princípio nº 7. A terapia cognitivo-comportamental visa ser limitada no tempo. Dependendo da rigidez da crença disfuncional (6-14 meses), ver tabela de prognóstico Os objetivos do terapeuta são promover o alívio dos sintomas, facilitar a remissão do transtorno, ajudar o paciente a resolver seus problemas mais urgentes e ensinar habilidades para evitar a recaída. Os dez princípios da Terapia Cognitiva Indicadores de bom prognóstico com a TCC Os dez princípios da Terapia Cognitiva Princípio nº 8. As sessões de terapia cognitivo-comportamental são estruturadas. Parte introdutória: o antes e a pauta Parte intermediária: a pauta e o depois- dever de casa, etc.. Parte final: feedback da sessão Os dez princípios da Terapia Cognitiva Princípio nº 9. A terapia cognitivo-comportamental ensina os pacientes a identificar, avaliar e responder aos seus pensamentos e crenças disfuncionais. Po r m e i o d o p ro c e s s o d a d e s co b e r ta g u i a d a , u s a n d o o questionamento para avaliar seu pensamento (em vez da persuasão, do debate ou do convencimento). Os dez princípios da Terapia Cognitiva Cria experiências: experimentos comportamentais, para que o pac iente teste d i retamente seu pensamento- empir i smo colaborativo Os dez princípios da Terapia Cognitiva Princípio nº10. A terapia cognitivo-comportamental usa uma variedade de técnicas para mudar o pensamento, o humor e o comportamento. Por exemplo, usei técnicas inspiradas na Gestalt para ajudar Sally a entender como sua família contribuiu para o desenvolvimentoda sua crença de que era incompetente. Como se tornar um terapeuta eficaz? Os estágios do desenvolvimento do bom terapeuta cognitivo- comportamental (TCC) Terapeutas experientes conceituam o caso, desenvolvem o rapport, familiarizam e educam o paciente, identificam problemas, coletam dados, testam hipóteses e fazem resumos periódicos Como se tornar um terapeuta eficaz? Os iniciantes devem primeiro aprender a habilidade de desenvolvimento da relação terapêutica, a habilidade de conceituação e as técnicas da terapia cognitivo-comportamental; todas elas serão mais bem realizadas se feitas gradualmente. Como se tornar um terapeuta eficaz? H a b i l i d a d e s b á s i c a s : e s c u ta , e m p a t i a , preocupação, respeito e autenticidade, bem como compreensão adequada, reflexão e capacidade de resumir. Como se tornar um terapeuta eficaz? No Estágio 1 você aprende as habilidades básicas de conceituação de caso em termos cognitivos com base na avaliação inicial e em dados coletados na sessão. Você também aprende a estruturar a sessão, a usar sua conceituação do paciente para planejar o tratamento e ajudá-lo a resolver problemas e a encarar seus pensamentos disfuncionais de forma diferente. Você também aprende a usar técnicas cognitivas e comportamentais básicas. Como se tornar um terapeuta eficaz? No Estágio 2, você se torna mais proficiente na integração da sua conceituação ao seu conhecimento das técnicas. Você fortalece sua habilidade para compreender o fluxo da terapia. Passa a identificar com maior facilidade os objetivos principais do tratamento e torna-se mais hábil na conceituação dos pacientes, aprimorando sua conceituaçãopara tomar decisões quanto às intervenções. Você amplia seu repertório de técnicas e torna-se mais proficiente na seleção, identificação do momento adequado e implementação de técnicas apropriadas. Como se tornar um terapeuta eficaz? No Estágio 3, você integra mais automaticamente os dados novos à conceituação. Você aperfeiçoa sua habilidade de formulação de hipóteses para confirmar ou corrigir sua visão do paciente. Quando necessário, varia a estrutura e as técnicas da terapia cognitivo- comportamental básica, particularmente no caso de pacientes com transtornos da personalidade e outros transtornos e problemas difíceis. Como se tornar um terapeuta eficaz? No Estágio 4, você continua a aprender TCC pelo resto da sua vida profissional. “Sou uma terapeuta muito melhor hoje do que era cinco anos atrás. E espero ser uma terapeuta melhor daqui a cinco anos. Espero que você adote uma at itude semelhante em relação à importância da aprendizagem permanente.” (Ver ficha de supervisão do terapeuta) Referências Básica BECK, J. S. Terapia Cognitivo-Comportamental. Teoria e Prática. 2ª edição. Porto Alegre: Artmed, 2013. Capítulo 1. Complementar Obrigada! keila.evangelista@docente.unip.br