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Criminologia: Conceitos e Escolas

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PDF SINTÉTICO
CRIMINOLOGIA
Livro Eletrônico
Presidente: Gabriel Granjeiro
Vice-Presidente: Rodrigo Calado
Diretor Pedagógico: Erico Teixeira
Diretora de Produção Educacional: Vivian Higashi
Gerência de Produção de Conteúdo: Magno Coimbra
Coordenadora Pedagógica: Élica Lopes
Todo o material desta apostila (incluídos textos e imagens) está protegido por direitos autorais 
do Gran. Será proibida toda forma de plágio, cópia, reprodução ou qualquer outra forma de 
uso, não autorizada expressamente, seja ela onerosa ou não, sujeitando-se o transgressor às 
penalidades previstas civil e criminalmente.
CÓDIGO:
230815583359
MARIANA BARREIRAS
Servidora pública federal desde 2009. Graduada em Direito e Mestre em Direito 
Penal e Criminologia pela Universidade de São Paulo (USP). Professora de Legislação 
de Interesse da Atividade de Inteligência, Direito Penal e Criminologia em cursos 
preparatórios para concurso público. Autora do livro “ABIN - Legislação de Inteligência 
Sistematizada e Comentada”, publicado pela editora JusPodivm. Foi Assessora 
Técnica da Comissão Nacional da Verdade da Presidência da República (2012 a 2014). 
Foi Agente de Promotoria do Ministério Público do Estado de São Paulo (2006-
2009). Lecionou as disciplinas Direito Penal e Criminologia na Faculdade de Direito 
da USP, dentro do Programa de Aperfeiçoamento do Ensino. Foi membro de diversas 
coordenações do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais, tendo orientado pesquisas 
do Laboratório de Iniciação Científica. Coautora do livro “Criminologia e os problemas 
da atualidade” e autora de artigos nos temas de Direito Penal e Criminologia.
 
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para dominique portellada - 53299913824, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
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 PDF SINTÉTICO
 Criminologia
Mariana Barreiras
SUMÁRIO
Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
PDF Sintético – Criminologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1. Criminologia: Conceito, Objetos, Métodos, Funções . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1.1. Conceito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1.2. Diferenciação da Criminologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
1.3. Métodos: Empirismo, Indução e Interdisciplinaridade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
1.4. Objetos da Criminologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
1.5. Funções da Criminologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
1.6. Criminologia e Direito Penal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
1.7. Criminologia e Política Criminal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2. Nascimento da Criminologia: Escolas Clássica, Positivista e Intermediárias . . . 15
2.1. Iluminismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
2.2. Escola Clássica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
2.3. Escola Positivista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
2.4. Escolas Intermediárias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
3. Escolas Sociológicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
3.1. Classificações das Escolas Sociológicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
3.2. Teorias do Consenso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
3.3. Teorias do Conflito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
4. Prevenção do Delito. Teorias da Pena . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
4.1. Prevenção Delitiva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
4.2. Teorias da Pena . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
5. Modelos de Reação ao Delito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
6. Vitimologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76
6.1. Principais Nomes da Vitimologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76
6.2. Consolidação da Vitimologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80
 
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 PDF SINTÉTICO
 Criminologia
Mariana Barreiras
6.3. Cifras da Criminalidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80
6.4. Pesquisa de Vitimização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81
6.5. Classificações da Vitimização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82
6.6. Vitimologia Clássica x Vitimologia Solidarista ou Humanitária . . . . . . . . . . 83
6.7. Vitimodogmática . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86
6.8. Síndromes Relacionadas à Vitimização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87
6.9. Declaração da ONU . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88
7. Correntes de Política Criminal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90
7.1. Abolicionismo Penal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90
7.2. Minimalismo Penal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91
7.3. Direito Penal Máximo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95
7.4. Realismo Criminológico de Esquerda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100
7.5. Velocidades do Direito Penal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102
8. Sistema de Justiça Criminal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102
8.1. Sistema de Justiça Criminal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102
9. Racismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 121
Questões de Concurso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 130
Gabarito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 149
Gabarito Comentado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .151
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 191
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 PDF SINTÉTICO
 Criminologia
Mariana Barreiras
APRESENTAÇÃOAPRESENTAÇÃO
Escrever um livro é algo desafiador. Porém, escrever para o público concurseiro torna 
a tarefa ainda mais árdua.
Afinal, há candidatos com diferentes níveis de conhecimento, estudando para seleções 
de áreas variadas.
No entanto, existe algo em comum entre aqueles que se preparam para um concurso 
público: todos querem a aprovação o mais rápido possível e não têm tempo a perder!
Foi pensando nisso que esta obra nasceu.
Você tem em suas mãos um material sintético!
Isso porque ele não é extenso, para não desperdiçar o seu tempo, que é escasso. De 
igual modo, não foge da batalha, trazendo tudo o que é preciso para fazer uma boa prova 
e garantir a aprovação que tanto busca!
Também identificará alguns sinais visuais, para facilitar a assimilação do conteúdo. Por 
exemplo, afirmações importantes aparecerão grifadas em azul. Já exceções, restrições ou 
proibições surgirão em vermelho. Há ainda destaques em marca-texto. Além disso, abusei 
de quadros esquemáticos para organizar melhor os conteúdos.
Tudo foi feito com muita objetividade, por alguém que foi concurseiro durante 
muito tempo.
Para você me conhecer melhor, comecei a estudar para concursos ainda na adolescência, 
e sempre senti falta de ler um material que fosse direto ao ponto, que me ensinasse de um 
jeito mais fácil, mais didático.
Enfrentei concursos de nível médio e superior. Fiz desde provas simples, como recenseador 
do IBGE, até as mais desafiadoras, sendo aprovado para defensor público, promotor de 
justiça e juiz de direito.
Usei toda essa experiência de 16 anos como concurseiro e de outros tantos ensinando 
centenas de milhares de alunos de todo o país para entregar um material que possa 
efetivamente te atender.
A Coleção PDF Sintético era o material que faltava para a sua aprovação!
Aragonê Fernandes
APRESENTAÇÃO DO PROFESSOR
Sinto verdadeiro orgulho – e, por que não, alívio – ao apresentar para você este PDF 
Sintético de Criminologia. Nele você vai encontrar os principais temas, em linguagem clara, 
sem rodeios, com tabelas, listas e recursos de memorização. Nem se trata de um material 
tão conciso a ponto de prejudicar a compreensão, nem de algo tão extenso apto a consumir 
mais tempo de que o leitor dispõe para esta matéria.
 
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 PDF SINTÉTICO
 Criminologia
Mariana Barreiras
Um aviso: desenvolva alguma estratégia para memorizar as informações – que não são 
poucas – sobre as escolas e teorias criminológicas, localizadas, sobretudo, nos capítulos 2 
e 3. Basicamente, é preciso saber: quando surgiram; quem são os principais autores; e qual 
a ideia-chave. Nesses tópicos, te entrego vários recursos de memorização (frases, músicas, 
imagens, associações de ideias...), mas caso eles não funcionem para você, não deixe, por 
favor, de desenvolver os seus – a não ser que você seja um gênio.
Agora o alerta mais relevante: a Criminologia é tão fascinante quanto o seu objeto de 
estudo. Entender o crime e o que fazer com ele nos desafia e nos desperta a mais intensa 
curiosidade. Permita-se sentir isso! Mas se a paixão não aparecer, tudo bem, apenas 
compreenda a matéria, e sua prova será, igualmente, um passeio.
Espero, de coração, ouvir em breve a notícia da sua aprovação. Mas, mais do que isso, 
espero que, daqui a alguns anos, você me conte o quanto ter estudado Criminologia te 
ajudou a ser um servidor público inequivocamente comprometido com uma análise crítica 
do sistema (de justiça?) criminal.
Bons estudos! Que o seu futuro seja lindo!
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 PDF SINTÉTICO
 Criminologia
Mariana Barreiras
PDF SINTÉTICO – CRIMINOLOGIAPDF SINTÉTICO – CRIMINOLOGIA
1 . CRIMINOLOGIA: CONCEITO, OBJETOS, MÉTODOS, 1 . CRIMINOLOGIA: CONCEITO, OBJETOS, MÉTODOS, 
FUNÇÕESFUNÇÕES
1 .1 . CONCEITO1 .1 . CONCEITO
A Criminologia é uma ciência autônoma. Trata-se de ciência interdisciplinar, indutiva e 
empírica, que se ocupa do estudo do crime, do criminoso, da vítima e dos mecanismos de 
controle social. Ela se aproxima do fenômeno criminal com o intuito de entender muitos 
de seus aspectos: sua origem, suas causas – individuais e sociais –, sua prevenção, suas 
consequências, o funcionamento das instâncias de controle, as técnicas de intervenção 
positiva no delinquente e os diversos modelos ou sistemas de resposta ao delito.
CIÊNCIA CRIMINOLÓGICA
OBJETOS MÉTODOS FUNÇÕES NASCIMENTO
Crime Empirismo Fornecer um diagnóstico 
s o b r e o p r o b l e m a 
criminal com o intuito 
de compreender suas 
origens, as estratégias 
de prevenção, de reação 
e de intervenção positiva 
no delinquente.
Século XIX
Cesare Lombroso
“ O H o m e m 
Delinquente”, 1876
Criminoso Indução
Vítima Interdisciplinaridade
Controle Social
Trata-se de uma ciência relativamente nova, que nasceu no final do século XIX, com a 
obra “O Homem Delinquente”, escrita por Cesare Lombroso, em 1876.
O termo Criminologia foi utilizado pela primeira vez por Paul Topinard, em 1879.
O Direito Penal valora a sociedade, dizendo o que pode e o que não pode ser feito e 
prevendo a aplicação de sanções para o descumprimento das normas. Trata, portanto, do 
“dever-ser”. A Criminologia cuida do “ser”, pois observa a realidade, encara o fenômeno de 
forma objetiva, sem conotação valorativa, sem mediação, sem julgamentos.
A Criminologia analisa, por exemplo, as razões do crime (etiologia criminal); como funciona 
a polícia; por que um tipo específico de delito está em ascensão; as estatísticas criminais 
e os crimes não reportados; como cuidar das vítimas; como funciona o sistema carcerário.
Etiologia é o estudo das causas da criminalidade.
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 PDF SINTÉTICO
 Criminologia
Mariana Barreiras
CRIMINOLOGIA GERAL X CRIMINOLOGIA CLÍNICA
A Criminologia Clínica consiste na aplicação dos conhecimentos teóricos para o tratamento 
dos criminosos. Esse ramo analisa os presos, na tentativa de compreender os indivíduos 
e grupos que se envolveram com a delinquência; de estudar a instituição prisional; e de 
desenvolver estratégias de intervenção que promovam a reinserção social dos internos.
Já a Criminologia Geral consiste no estudo mais genérico de todos os objetos da ciência: 
delito, delinquente, vítima e controle social. Edifica-se com a construção de teorias a partir 
da sistematização, comparação e classificação dos resultados obtidos em todas as ciências 
que se debruçam de alguma maneira sobre a questão criminal.
MACROCRIMINOLOGIA X MICROCRIMINOLOGIAA Microcriminologia analisa o autor do delito, seja individualmente, seja levando em 
consideração o grupo social onde vive. Já a Macrocriminologia se ocupa da análise estrutural 
da sociedade onde o delito ocorre.
Alguns manuais e bancas de concurso, como é o caso da Vunesp, consideram que 
Microcriminologia e Criminologia Clínica são sinônimos, pois ambas se debruçam sobre o 
delinquente. A Macrocriminologia, por sua vez, guardaria conexão com a Criminologia Geral.
1 .2 . DIFERENCIAÇÃO DA CRIMINOLOGIA1 .2 . DIFERENCIAÇÃO DA CRIMINOLOGIA
CRIMINOLOGIA X CRIMINALÍSTICA
A Criminalística se dedica a elucidar os crimes. Na Criminalística ocorre a busca por 
vestígios que levem à identificação do criminoso ou ao seu modus operandi. Ocupa-se 
de localizar e fornecer provas para embasar a investigação e o processo penal. Trata de 
esclarecer materialidade e autoria.
CRIMINOLOGIA X MEDICINA LEGAL
Medicina Legal é o emprego dos conhecimentos da Medicina para o esclarecimento de 
fatos de interesse da justiça.
1 .3 . MÉTODOS: EMPIRISMO, INDUÇÃO E INTERDISCIPLINARIDADE1 .3 . MÉTODOS: EMPIRISMO, INDUÇÃO E INTERDISCIPLINARIDADE
Os principais métodos empregados pela Criminologia são:
• empirismo;
• indução;
• interdisciplinaridade.
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 PDF SINTÉTICO
 Criminologia
Mariana Barreiras
EMPIRISMO
Uma ciência empírica se baseia na experiência, na observação de um fenômeno. 
As teorias criminológicas devem ser formuladas e explicadas a partir da observação do 
mundo, da verificação dos crimes concretamente ocorridos num grupo social. Empírico 
é o conhecimento obtido pelos sentidos humanos. No empirismo, a experiência humana 
sensorial é a base para a compreensão do mundo.
A Criminologia estuda o crime, o criminoso, as vítimas e as instâncias de controle social 
do modo como se apresentam diante do pesquisador. A Criminologia parte do caso concreto, 
dos crimes que ocorrem, das vítimas que existem em um dado grupo social. Exatamente por 
isso, por ser uma ciência do “ser”, dizemos que ela é uma ciência zetética e não dogmática.
A Criminologia é uma ciência empírica, mas não necessariamente experimental, pois o 
método experimental não é o único método empírico. O objeto da investigação pode tornar 
inviável ou ilícita a experimentação. É impensável que o criminólogo realize experimentos 
no sentido de provocar a repetição de atos criminosos para poder observá-los. Assim, na 
Criminologia, o empirismo está mais relacionado com a observação dos fenômenos do 
que com a experimentação propriamente dita, isto é, do que com a repetição controlada 
desses fenômenos.
INDUÇÃO
No método indutivo, o raciocínio parte de dados particulares (fatos observados 
empiricamente) e chega a regras ou conceitos mais gerais (teorias). O raciocínio indutivo 
é aquele que, após considerar um número suficiente de casos particulares, conclui uma 
verdade geral. Nesse método, os fatos prevalecem sobre as teorizações.
Contrariamente, no método dedutivo do Direito Penal parte-se de uma premissa geral (lei) 
que deve ser aplicada a uma premissa particular (caso concreto ao qual a lei deve ser aplicada).
• Criminologia: Indução → Parte-se do caso concreto com o intuito de chegar a regras genéricas.
• Direito Penal: Dedução → Parte-se de regras genéricas, formulações abstratas, que 
devem ser aplicadas aos casos concretos.
INTERDISCIPLINARIDADE
Como decorrência da interdisciplinaridade, a Criminologia se realiza com a cooperação de 
várias disciplinas. A Sociologia, a Psicologia, a Medicina, o Direito, a Biologia, a Antropologia, 
a Estatística, a Assistência Social são alguns dos campos do saber que fornecem ferramentas 
úteis para a compreensão do fenômeno criminal.
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 PDF SINTÉTICO
 Criminologia
Mariana Barreiras
PRINCIPAIS MÉTODOS DA CRIMINOLOGIA
Empirismo Indução Interdisciplinaridade
Observação da realidade, 
experimentação
Utilização de dados concretos 
com o intuito de chegar a 
conceitos genéricos (teorias)
Contribuição de diversos ramos 
do saber para a construção da 
Criminologia
RESUMO DA ÓPERA: a Criminologia é humana, empírica, interdisciplinar, indutiva, do 
“ser”. A Criminologia NÃO é exata, normativa, dogmática, dedutiva, jurídica, valorativa, 
axiológica, teorética, abstrata, do “dever-ser”.
CrimINologia: IN: INDUTIVA, INTERDISCIPLINAR, “IMPÍRICA”
MÉTODOS BIOLÓGICO E SOCIOLÓGICO
A Criminologia utiliza ainda os métodos biológicos e sociológicos. Ao utilizar o método 
biológico, a Criminologia procura, nos corpos dos delinquentes, explicações para o fenômeno 
criminal. Ao se valer do método sociológico, a Criminologia parte do pressuposto que o crime 
é um fenômeno não apenas individual, mas também social. Quando emprega o método 
sociológico, as explicações para o fenômeno criminal e a análise da prevenção e da reação 
ao delito são feitas considerando as características do grupo social onde ocorre o crime, e 
daí a imprescindibilidade da Sociologia Criminal.
1 .4 . OBJETOS DA CRIMINOLOGIA1 .4 . OBJETOS DA CRIMINOLOGIA
São quatro os seus objetos da Criminologia: o crime, o criminoso, a vítima e o controle 
social. Há, desde o surgimento da ciência até os dias atuais, um progressivo aumento 
dos objetos.
CRIME
O delito (ou crime) é objeto de estudo desde a fase pré-científica da Criminologia, no 
século XVIII. É o primeiro objeto de estudo.
O conceito de delito ou crime para a Criminologia não é o mesmo conceito utilizado pelo 
Direito Penal. Juridicamente, crime é o fato típico, ilícito e culpável. Para a Criminologia, 
no entanto, os requisitos a serem preenchidos para que uma conduta seja considerada 
criminosa são:
• Incidência massiva na população: não devem ser consideradas criminosas as condutas 
isoladas, que não se reiteram.
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 PDF SINTÉTICO
 Criminologia
Mariana Barreiras
• Incidência aflitiva: crime é algo que causa dor. Não devem ser previstas como crimes 
condutas que não causem sofrimento.
• Persistência espaço-temporal: se a conduta não se distribui por nosso território ao 
longo de um certo tempo, ela não deve ser criminalizada.
• Inequívoco consenso social: é necessário que haja inequívoco consenso social sobre 
a razoabilidade de se criminalizar a conduta.
Crime para a Criminologia Crime para o Direito Penal
Incidência massiva na população Tipicidade
Incidência aflitiva Ilicitude (Antijuridicidade)
Persistência espaço-temporal
Culpabilidade
Inequívoco consenso social
Atualmente, a Criminologia compreende que o crime não é um acontecimento somente 
individual. Ele é um fenômeno individual (há autores e vítimas concretas, há motivações 
individuais), mas, ao mesmo tempo, é um fenômeno social, que decorre da vida em 
sociedade, que tem impacto em todo o grupo social. Assim, a comunidade onde o crime 
ocorre é considerada, ao lado do delinquente e da vítima, importante protagonista do delito.
CRIMINOSO
A Criminologia passa a estudar o delinquente a partir da segunda metade do século XIX, 
com o advento da filosofia positivista. Ou seja, quando a Criminologianasce como ciência – com 
os positivistas Topinard, Lombroso ou Garofalo – ela está se dedicando a estudar o criminoso.
Opondo-se ao racionalismo dos clássicos ( juristas que partiam de leis genéricas para 
serem aplicadas ao caso concreto), os positivistas defendiam a observação dos fenômenos 
criminais, com primazia para a experiência sensitiva humana. A ideia era aplicar, nas ciências 
humanas, métodos de observação oriundos das ciências naturais, como a biologia, a 
medicina. Como não era possível realizar essa aplicação em relação às normas – construções 
abstratas que não podem ser observadas –, começa-se a estudar o próprio delinquente, 
cuja conduta é observável.
VÍTIMA
A vítima somente passa a ser objeto da Criminologia após a 2º Guerra Mundial, momento 
em que nasce a Vitimologia. Mas os estudos criminais em relação à vítima, de maneira geral, 
passaram por três grandes momentos.
• Idade de ouro da vítima: perdura desde os primórdios da civilização até o fim da Alta 
Idade Média. Nessa época havia a possibilidade de autotutela, ou seja, de fazer justiça 
pelas próprias mãos. Durante essa era se desenvolveu o processo penal acusatório, em 
que as funções de acusar, julgar e defender estavam em mãos de pessoas distintas.
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• Neutralização do poder da vítima: essa fase tem início com a adoção do processo 
penal inquisitivo, no século XII. Em oposição ao processo acusatório, o processo 
inquisitivo concentra tanto as funções de acusar e como de julgar nas mãos do juiz. 
Nessa fase de neutralização, a vítima perdeu, portanto, o poder de reação ao fato 
delituoso, que passou para as mãos da administração pública.
• Revalorização do poder da vítima: essa fase tem início no século XVIII e perdura até 
os dias atuais. Percebe-se que a vítima havia sido esquecida pelo processo criminal e 
que é necessário recuperar certa parcela de seu protagonismo. Esse discurso se verifica 
de maneira pronunciada com Benjamim Mendelsohn, advogado israelita que utiliza 
o termo Vitimologia em 1947, no contexto pós 2ª Guerra Mundial, para descrever o 
sofrimento dos judeus nos campos de concentração da Alemanha nazista.
CONTROLE SOCIAL
Controle social é o conjunto de meios de intervenção acionados por cada sociedade 
ou grupo social a fim de induzir os próprios membros a se conformarem às normas. São, 
portanto, os freios que a sociedade apresenta aos indivíduos que almejam a prática de 
alguma conduta antissocial.
CONTROLE SOCIAL FORMAL X INFORMAL
O controle social formal é aquele exercido pelo Estado, do qual pode decorrer uma 
sanção penal. Já o controle social informal é exercido de maneira difusa pela sociedade.
Como exemplos de freios sociais informais podem ser citados a família, a vizinhança, 
o trabalho, a igreja, a opinião pública, os clubes, as associações, os meios de comunicação 
de massa e, na atualidade, as redes sociais.
Já os agentes de controle social formal são a Polícia, o Ministério Público, o Poder 
Judiciário, a Administração Penitenciária, o sistema penal etc.
A Criminologia deu seus primeiros passos para incluir o controle social entre seus objetos 
de estudo no começo do século XX. Isso se deu com a Escola de Chicago, formulada a partir 
da década de 1920 nos Estados Unidos, que analisaremos mais adiante. Essa escola se 
propôs a discutir múltiplos aspectos da vida humana, todos relacionados com a vida na 
cidade de Chicago. Nessa Escola, as instâncias de controle social, sobretudo as informais, 
como a vizinhança, a opinião pública e a família, começaram a ser estudadas como fatores 
que influenciam a criminalidade de um determinado local.
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O estudo das agências de controle social formal somente viria a ter lugar algumas 
décadas mais tarde, sobretudo a partir dos anos de 1960, também nos Estados Unidos, 
com o Labelling Approach, também conhecido como Teoria do Etiquetamento, Teoria da 
Rotulação Social, Teoria da Reação Social ou Teoria Interacionista, que também analisaremos 
detidamente no momento oportuno. O Labelling entendia que estudar a realidade social 
implicava analisar os processos de interação ocorridos no seio da própria sociedade. Para 
estudar um fenômeno social, como o crime, não era possível olhar para ele isoladamente. 
Seria necessário analisar as interações humanas, as ações e reações. Ou seja, não se pode 
compreender o crime abrindo mão de entender a própria reação social ao crime. É decisivo, 
então, para compreender o delito, entender como funcionam os mecanismos sociais 
– instâncias de controle social formal – que atribuem o status, ou seja, a etiqueta de 
delinquente a alguém.
EXEMPLOS DE MECANISMOS DE CONTROLE SOCIAL
INFORMAL FORMAL
Família Polícia
Vizinhos Ministério Público
Amigos Poder Judiciário
Trabalho Defensoria Pública
Redes Sociais Administração Penitenciária
Clubes Guarda Civil
Associações
1 .5 . FUNÇÕES DA CRIMINOLOGIA1 .5 . FUNÇÕES DA CRIMINOLOGIA
Uma das principais funções da Criminologia reside no fornecimento de informações 
confiáveis para que o fenômeno criminal seja compreendido e para que possam ser 
realizadas intervenções preventivas. A ideia é poder compreender cientificamente o problema 
criminal, para pensar suas causas, sua prevenção, as estratégias de reação e de intervenção 
eficaz na pessoa do delinquente.
A Criminologia tem por função conhecer quais os crimes que vêm sendo praticados, 
a razão do seu cometimento, o impacto deles na sociedade e nas vítimas específicas do 
caso, a consequência das penas para aqueles delinquentes, o funcionamento das esferas 
de repressão penal etc.
A Criminologia, para cumprir sua função, pode tentar compreender as causas do crime, 
ou seja, sua etiologia. No desempenho dessa função etiológica, deve-se considerar que o 
crime, na maioria das vezes, terá causas multifatoriais. Assim, não se trata da existência 
de apenas uma causa para o crime, mas sim da coexistência dinâmica de fatores sociais, 
biológicos, psíquicos etc.
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Outra função importante da Criminologia é fazer com que o Direito Penal dialogue com 
as demais ciências que tratam do fenômeno criminal. O crime é, sempre, um fenômeno 
complexo, resultado da interação entre humanos em sociedade.
Ao ter os mecanismos de controle social como objeto de estudo, algumas escolas 
criminológicas desempenham outra importante função: a de demonstrar a ineficácia do 
Direito Penal. A Criminologia, especialmente a Criminologia da reação social e a Criminologia 
crítica, que analisaremos mais adiante, mostra que a prevenção criminal não é efetiva, que 
o sistema penal é estigmatizante, seletivo e discriminatório. Nessa função, a Criminologia 
demonstra que a seleção pelos mecanismos penais não apenas é ineficaz como ainda tem 
o condão de acelerar uma carreira criminal, consolidar o “status” de desviado, aprofundas 
as desigualdades e gerar, em algunscasos, mais violência do que se pretendia eliminar.
Em boa síntese:
Cabe definir a Criminologia como ciência empírica e interdisciplinar, que se ocupa do estudo do 
crime, da pessoa do infrator, da vítima e do controle social do comportamento delitivo, e que 
trata de subministrar uma informação válida, contrastada, sobre a gênese, dinâmica e variáveis 
principais do crime – contemplando este como problema individual e como problema social –, 
assim como sobre os programas de prevenção eficaz do mesmo e técnicas de intervenção positiva 
no homem delinquente e nos diversos modelos ou sistemas de resposta ao delito1.
Funções da Criminologia
• Compreensão e explicação do fenômeno criminal.
• Fornecimento de informações para intervenções preventivas (prevenção do delito).
• Compreensão da etiologia do crime ou criminogênese.
• Intervenção no criminoso.
• Crítica do Direito Penal.
• Avaliação dos diferentes modelos de resposta ao crime.
 
1 .6 . CRIMINOLOGIA E DIREITO PENAL1 .6 . CRIMINOLOGIA E DIREITO PENAL
Enquanto a Criminologia é uma ciência zetética, o Direito Penal é uma ciência dogmática. 
As ciências dogmáticas apontam para a solução de problemas com base na adesão a dogmas, 
que são as normas e princípios.
1 . GARCÍA-PABLOS DE MOLINA, Antonio; GOMES, Luis Flávio. Criminologia: introdução a seus fundamentos teóricos. 5. ed. 
São Paulo: RT, 2006, p. 33.
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Diferentemente, o saber zetético, como é o caso da Criminologia, é mais orientado para a 
busca de perguntas do que de respostas. Não há premissas rígidas, como os dogmas. Há, ao 
contrário, espaço para uma especulação progressiva. A Criminologia, como ciência zetética 
que é, possui uma função primordial cognitiva: ela pretende compreender o fenômeno 
criminal e não aplicar uma pena.
Ou seja, Criminologia e Direito Penal são ciências autônomas interdependentes que 
possuem o objetivo comum de analisar a realidade criminal. A Criminologia tem, entre seus 
objetos, os mecanismos de controle social. Logo, a Criminologia estuda as agências que 
aplicam o Direito Penal, não sendo mais uma ciência puramente explicativa das causas do 
delito. E a Criminologia não apenas estuda o Direito Penal, como também propõe alterações 
das normas e procedimentos. Fazendo essa ponte entre a Criminologia e o Direito Penal 
está a Política Criminal.
1 .7 . CRIMINOLOGIA E POLÍTICA CRIMINAL1 .7 . CRIMINOLOGIA E POLÍTICA CRIMINAL
Entre a Criminologia e o Direito Penal se interpõe a Política Criminal, que transforma 
os conhecimentos da Criminologia em opções concretas de atuação para controle da 
criminalidade. A Política Criminal recepciona as investigações empíricas da Criminologia 
e transforma esse conhecimento em ações concretas para a melhoria do cenário. Política 
Criminal é, portanto, a escolha de estratégias de controle social ( jurídicas ou não, penais ou 
extrapenais) para a proteção de um bem jurídico, para a manutenção das taxas criminais 
em níveis aceitáveis.
Criminologia Tem função cognitiva. É zetética. Fornece o substrato empírico.
Direito Penal Tem função valorativa e punitiva. É dogmático. Tipifica condutas e estabelece penas.
Política Criminal
Faz a ponte entre a Criminologia e o Direito Penal. Apresenta estratégias e meios de 
controle social da criminalidade
2 . NASCIMENTO DA CRIMINOLOGIA: ESCOLAS CLÁSSICA, 2 . NASCIMENTO DA CRIMINOLOGIA: ESCOLAS CLÁSSICA, 
POSITIVISTA E INTERMEDIÁRIASPOSITIVISTA E INTERMEDIÁRIAS
A partir de agora, vamos iniciar o estudo das principais escolas criminológicas. É 
importante, em relação a elas, que saibamos: Quando, Quem e O Quê. Ou seja, precisamos 
saber quando surgiram, quem são os principais expoentes e qual a ideia-chave de cada 
escola ou teoria. E não se preocupe em diferenciar “escola” de “teoria”. Em geral, emprega-
se o termo escola para algo mais abrangente, uma linha de pensamento formada por mais 
de um teórico. Mas não é incomum que as bancas utilizem os termos indistintamente.
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2 .1 . ILUMINISMO2 .1 . ILUMINISMO
A Europa, nos séculos XV a XVIII, vivenciou o Antigo Regime, em que a figura do rei era 
sagrada e incontestável e a visão teocêntrica do mundo, amplamente dominante. O sistema 
penal era caótico, cruel e arbitrário.
No século XVIII, surgiu o Iluminismo, movimento filosófico que exaltou o poder da 
razão em detrimento do poder da religião. O ser humano e sua racionalidade passam a 
ocupar o centro do sistema. Ideologias absolutistas e religiosas foram substituídas pelo 
conhecimento racional do mundo. Com a visão contratualista, passa-se a defender que as 
pessoas depositavam apenas uma parcela de sua liberdade no cofre estatal, logo deveria 
haver limites ao poder punitivo.
2 .2 . ESCOLA CLÁSSICA2 .2 . ESCOLA CLÁSSICA
A Escola Clássica, do século XVIII, teve na Itália seu epicentro. Foi a primeira a empregar 
os postulados Iluministas para analisar o crime. Mas não se trata, ainda, de uma teoria 
criminológica. O mais adequado é chamá-la de Escola Clássica do Direito Penal (mas tudo 
bem se a sua prova falar em Escola Clássica da Criminologia, ou seja, não considere errada 
uma alternativa somente por isso!). Como Escola jurídica, enxergava o crime como um 
ente jurídico e aplicava o método dedutivo, de subsunção do fato à norma preexistente 
e tomada como ponto de partida. Novos códigos penais entraram em cena, com técnicas 
mais humanas e racionais de punição. Nascia, então, um Direito Penal como conhecemos 
hoje, com elaboradas racionalizações e construções dogmáticas. O alemão Paul Johann 
Anselm von Feuerbach, ou simplesmente Feuerbach, é considerado o fundador da moderna 
dogmática penal.
Os autores clássicos reconhecem que as pessoas possuem livre-arbítrio, ou seja, podem 
fazer escolhas. Para eles, o criminoso é considerado uma pessoa como outra qualquer, um 
pecador que escolheu o mal quando poderia e deveria ter escolhido o bem.
A questão central para os clássicos foi a de responder ao delito com uma pena justa, 
proporcional, humana e útil. Para os clássicos, a pena é retribuição, castigo pela escolha 
da conduta contrária às normas. Essa Escola não se ocupou de tentar compreender outras 
variáveis, como, por exemplo, as razões que levam alguém a cometer um delito. Ou seja, a 
etiologia criminal não era objeto de atenção dos pensadores clássicos.
Os principais autores clássicos são Marquês de Baccaria, Feuerbach, Franceso Carrara 
e Giovani Carmignani.
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CESARE BONESANA, O MARQUÊS DE BECCARIA
Cesare Bonesana, também conhecido como Marquês de Beccaria, é considerado o 
principal expoente da Escola Clássica.
Sua obra Dos Delitos e das Penas, de 1764, serviu de base para a valorização da dignidade 
das pessoas e para a consequente humanização das penas. As leis, para Beccaria, devem 
ser simples, conhecidas pelo povo. As penas devem estar previstas em leis.
Beccaria argumentava queas penas deveriam prezar pela moderação, já que sua intenção 
não é torturar e tampouco desfazer um crime que já está praticado: seria necessário, então, 
escolher os meios que devem provocar no espírito público a impressão mais eficaz e mais 
durável e, igualmente, menos cruel no corpo do culpado.
Preocupava-se com a situação deplorável das prisões e defendia a necessidade de provas 
robustas para a condenação de alguém.
RESUMO DA ÓPERA:
PALAVRAS-CHAVE SOBRE A ESCOLA CLÁSSICA
Século XVIII
Marquês de Beccaria – Cesare Bonesana – Dos Delitos e das Penas
Feuerbach
Francesco Carrara
Giovani Carmignani
Crime é ente jurídico: infração à lei
Livre-arbítrio
Delinquente e não-delinquente são essencialmente iguais
Preocupação com penas justas, proporcionais e previstas em lei
Método dedutivo e abstrato
Política criminal baseada em princípios como legalidade, humanidade e dignidade
Pena – sobretudo como retribuição
Pena – baseada na responsabilidade moral
Para ouvir música CLÁSSICA (Escola Clássica), precisamos ESCOLHER (livre-arbítrio, escolha) 
um local CLASSUDO, em que toque BACH (Feuerbach), que tenha parede de mármore 
CARRARA (Francesco Carrara). Para esse local, temos que ir bem-vestidos, ou seja, na BECA 
(Beccaria), como andava a CARMINHA (Carmignani) da novela Avenida Brasil.
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2 .3 . ESCOLA POSITIVISTA2 .3 . ESCOLA POSITIVISTA
Opondo-se ao racionalismo dedutivo dos clássicos, os positivistas defendiam a observação 
dos fenômenos criminais. A ideia era aplicar, nas ciências humanas, métodos oriundos das 
ciências naturais. Como não era possível realizar essa observação em relação às normas (grande 
objeto de estudo dos penalistas clássicos), começou-se a estudar o próprio delinquente.
No Positivismo, não há grande preocupação com a definição legal de crime, como ocorria 
na era clássica. Até mesmo porque, para a Escola Positiva, o crime existe ontologicamente, 
ou seja, por si próprio, independentemente de definições legais. O que importa, agora, é 
saber por que alguém comete crimes. Há, nessa Escola, muito interesse pelo estudo da 
etiologia do delito. Ou seja, com o positivismo, a Criminologia passa a tentar entender 
a razão pela qual uma pessoa comete um crime. A Criminologia nasce como uma ciência 
causal-explicativa da criminalidade.
Com o positivismo nasce, verdadeiramente, a Criminologia como ciência. Afinal, é nesse 
momento que a Criminologia começa a se valer do método indutivo, empírico e interdisciplinar.
Para os positivistas, o livre-arbítrio era uma ilusão. O delinquente era escravo do 
determinismo biológico ou do determinismo social. No determinismo biológico, acreditava-
se que diferenças genéticas entre os indivíduos os tornavam mais propensos ao crime. No 
determinismo social, eram as características do ambiente social que levavam um indivíduo 
ao crime. Em ambos os casos, não há espaço para a escolha do indivíduo.
Os autores positivistas foram bastante influenciados pelo pensamento evolucionista 
de Charles Darwin, que acreditava que alguns seres eram mais evoluídos que outros. As 
ideias de Darwin e de Herbet Spencer influenciaram bastante os positivistas, para quem os 
indivíduos não eram todos iguais. O criminoso era considerado um doente, um selvagem, 
um primitivo, um ser não evoluído. 
É típica do pensamento clássico a adoção de penas proporcionais ao mal causado. É 
característica do pensamento positivista a adoção de medidas de segurança com finalidade 
curativa, pelo tempo em que persistisse a patologia. A medida de segurança é uma medida 
de defesa social (defesa da sociedade) contra o criminoso, que será sempre psicologicamente 
anormal. Priorizam-se, assim, no positivismo, os interesses da sociedade, em detrimento, 
por exemplo, dos direitos e garantias dos delinquentes.
Essa necessidade de diferenciação entre criminosos e não criminosos fez com que a 
Escola Positivista guardasse intrínseca relação com as teorias racistas dominantes no 
século XIX. O critério racial ajudava a traçar essa linha divisória, associando os não europeus 
a criminosos. A Criminologia nasceu com fundamentos racistas e suas hipóteses e pontos 
de chegada reforçaram práticas de discriminação. Cesare Lombroso relacionou o tipo racial 
e o tipo criminoso, sobretudo em sua obra “O Homem Branco e o Homem de Cor”.
Vamos, agora, analisar o pensamento dos principais autores positivistas e suas três 
fases principais: antropológica (de Cesare Lombroso), jurídica (de Raffaele Garofalo) e 
sociológica (de Enrico Ferri).
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CESARE LOMBROSO
Foi antropólogo e autor da célebre obra O homem delinquente, de 1876, um dos marcos 
do nascimento da Criminologia. É considerado o pai da Criminologia. Foi responsável por 
desenvolver a fase antropológica do Positivismo.
Lombroso é o pai. Ele é o cara. Ele é O HOMEM, escreveu O HOMEM DELINQUENTE. E a Escola 
Positivista debruçava-se sobre o criminoso, ou seja, sobre O HOMEM DELINQUENTE.
Lombroso também era médico e estudou profundamente os caracteres físicos e 
fisiológicos dos criminosos, para tentar estabelecer uma correlação entre as características 
corporais e as tendências delitivas. Várias características corporais das pessoas eram 
analisadas, tais como estrutura do tórax, tamanho da mandíbula, das mãos e das pernas, 
quantidade de cabelo, altura, peso, barba, rugas, tamanho da cabeça, etc.
Para Lombroso, o crime era um fenômeno biológico, e não um ente jurídico: o delinquente 
era um selvagem que já nascia criminoso por ser possuidor de algum tipo de epilepsia. Por 
isso, utilizou amplamente o conceito de criminoso nato. Havia, portanto, forte negação 
do livre-arbítrio, já que o criminoso era um ser moralmente inferior, um louco moral2, com 
evidências de atavismo. O ser atávico é aquele que reapresenta características hereditárias 
existentes em ascendentes distantes. O criminoso nato seria portador de estigmas, isto é, 
sinais anatômicos, psicológicos, comportamentais que denotariam seu status de criminoso, 
tais como: fronte esquiva e baixa, sobrancelhas salientes, mandíbulas volumosas, assimetrias 
cranianas, forte vaidade, grande número de tatuagens, pouca sensibilidade à dor, fraca 
acuidade visual, canhotismo, ausência de sentimento de compaixão, indiferença ao perigo 
e à própria morte etc.3
Lombroso era, em realidade, um evolucionista: ele entendia que algumas pessoas seriam 
menos evoluídas e, por isso, eram dotadas de uma predisposição primitiva para a delinquência. 
Pessoas mais “evoluídas”, mais distantes de seus antecessores primitivos, não seriam 
criminosas por não serem portadoras dessas características inatas que levavam ao crime.
As grandes categorias de criminoso para Lombroso são:
• o criminoso nato (subespécie do tipo humano, selvagem, primitivo, atávico, degenerado, 
portador de instinto criminoso e estigmas, produto da não-evolução ou regressão 
das espécies);
2 . Nas primeiras edições de O Homem delinquente, Lombroso traça uma distinção entre o criminoso nato, o louco moral 
e o epilético, mas com a evolução de seus estudos, ele chega à conclusão de que criminalidade nata, loucura moral e 
epilepsia se confundem e se fundem.
3 . LOMBROSO, Cesare. O homem delinquente. São Paulo: Ícone, 2016.
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• o criminoso louco (perverso, alienado mental, que deve permanecer em manicômios);
• o criminoso ocasional (pseudocriminoso, que possui uma predisposição hereditária, 
mas realiza a prática criminal influenciado pelas oportunidades que aparecem, pelas 
circunstâncias da ocasião);
• e o criminoso passional (age movido pela necessidade de solucionar alguma questão 
passional, é nervoso, exaltado, inconsequente4).
RAFFAELE GAROFALO
Jurista italiano, Raffaele Garofalo, em sua obra Criminologia, de 1885, dizia que o crime 
é a revelação de uma natureza degenerada.
Para Garofalo, os criminosos podiam ser divididos em quatro categorias:
• Assassinos (egoístas, selvagens, que seguem o apetite instantâneo);
• Criminosos violentos (também chamados de enérgicos, possuem escassa compaixão, 
apesar de terem o senso moral preservado);
• Ímprobos (por exemplo, ladrões, falsificadores, que também possuem o senso moral 
preservado, mas contam com escassa probidade);
• Criminosos lascivos (criminosos sexuais), também chamados de cínicos5.
Desenvolveu o conceito de temibilidade (temeridade ou periculosidade), que consiste 
na perversidade constante e ativa do delinquente e a quantidade do mal que se deve 
temer desse criminoso. Esse conceito foi importante para a proposta dos positivistas de 
aplicação de medida de segurança, espécie de sanção penal com finalidade curativa que, 
diferentemente da pena, não deve ter prazo, mas sim ser aplicada pelo tempo por que 
persista a patologia. A finalidade da medida de segurança, como o próprio nome já diz, é 
tratar o criminoso e proteger a sociedade.
ENRICO FERRI
Enrico Ferri foi genro e sucessor de Lombroso. Em sua obra Sociologia criminal, de 1900, 
defendia, assim como o sogro, que o livre-arbítrio era uma ficção. Acreditava, no entanto, 
que a antropologia criminal não era um ponto de chegada, mas um ponto de partida, a partir 
do qual deve ser analisada a influência do ambiente físico e social onde a pessoa vive.
Tendo falado por primeira vez em Sociologia dentro das ciências criminais, Ferri é 
considerado o principal expoente da fase sociológica do Positivismo. E, mais do que é isso, 
Ferri, é considerado o pai da Sociologia criminal.
4 . PENTEADO Filho, Nestor Sampaio. Manual Esquemático de Criminologia. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2017. p. 103.
5 . GAROFALO, Raffaele. Criminology. Boston: Little, Brown and Company. 1914. p. 311; PENTEADO Filho, Nestor Sampaio. 
Manual Esquemático de Criminologia. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2017. p. 103-104.
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Ele defendia a existência cinco categorias de criminosos:
• Criminoso nato: tem uma predisposição congênita para o crime. É vítima de uma neurose 
criminal, muito análoga à neurose epilética, mas as manifestações criminais concretas 
dependem do ambiente que o direciona para o delito. É impulsivo e incorrigível, agindo 
de maneira desproporcional aos motivos da ação.
• Criminoso louco: é levado ao crime por uma alienação mental e pela atrofia da moral.
• Criminoso habitual: é um delinquente urbano, criado em um ambiente de miséria, 
que começa com leves faltas e incorre numa escalada rumo aos crimes graves. 
Adquire esse hábito em virtude da ineficiência das medidas preventivas e repressivas 
empregadas pela sociedade.
• Criminoso ocasional: pratica delitos insignificantes, apresenta menor periculosidade, 
maior possibilidade de ser readaptado socialmente e é condicionado por fatores 
ambientais, como provocação, necessidades, facilidades, sem os quais a delinquência 
não se verificaria.
• Criminoso passional: age impelido por alguma paixão pessoal, política ou social6.
A principal diferença nas categorias de criminosos de Lombroso e Ferri reside na 
presença da categoria de criminoso habitual na tipologia de Ferri, tipo ausente na listagem 
de Lombroso.
É POSITIVO (positivismo) andar de FERRARI (Ferri), ser campeão numa corrida e estourar 
uma GARRAFA (Garófalo) de LAMBRUSCO (Lombroso).
É HABITUAL (criminoso habitual) o concurseiro se FERRAR (Ferri).
CATEGORIAS DE CRIMINOSOS NO POSITIVISMO ITALIANO
Fase Antropológica Fase Sociológica Fase Jurídica
Lombroso Ferri Garofalo
Criminoso nato Nato Assassinos
Louco Louco Violentos
Ocasional Ocasional Ímprobos
Passional Passional Lascivos
Habitual
6 . FERRI, Enrico. Criminal Sociology. [S.l]: Jefferson Publication, 2015. p. 16 e ss.
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 Criminologia
Mariana Barreiras
NINA RODRIGUES
Médico maranhense radicado na Bahia, Nina Rodrigues foi um dos principais nomes do 
positivismo no Brasil. Sua obra contém nítidos contornos racistas. Ele negou o livre-arbítrio 
invocando a heterogeneidade da cultura mental dos brasileiros em As raças humanas e a 
responsabilidade penal no Brasil, de 1894, e em Os Africanos no Brasil. Chegou a afirmar que 
os índios e os negros eram raças inferiores.
Antevia, com pessimismo, um futuro africano e indígena para o Brasil. Para ele, a 
mestiçagem gerava um equilíbrio mental instável na população, mas, ao mesmo tempo, 
podia ser concebida como método de dominação, de desarticulação das raças inferiores. 
Acreditava na impossibilidade de o índio “domesticado” e o negro submetido à escravidão 
serem passíveis de civilização. Logo, já que eles não eram “civilizáveis”, a violência podia ser 
empregada de forma mais intensa para aqueles que se aproximassem dos tipos raciais puros.
AFRÂNIO PEIXOTO
Médico e professor de Criminologia na Faculdade de Direito da Universidade do Rio de 
Janeiro, Afrânio Peixoto foi, no Brasil, o defensor da eugenia (eu: boa; genus: geração). Em 
seu livro Criminologia, de 1933, defendeu que a disposição ao crime é hereditária e que, 
por isso, é necessário fazer uma seleção das pessoas que queremos em nossa sociedade. 
Partindo de premissas polêmicas, entendia que apenas as pessoas biologicamente dignas 
devem prosperar, e que seria a realização de um sonho impedir a procriação de doentes, 
loucos, degenerados.
palavras-chave sobre a ESCOLA POSITIVISTA
Século XIX
Cesare Lombroso – Fase antropológica – “O Homem Delinquente”, 1876
Raffaele Garofalo – Fase jurídica – “Criminologia”, 1885
Enrico Ferri – Fase Sociológica – “Sociologia Criminal”, 1900
Nascimento da Criminologia como ciência
Criminoso como principal objeto
Crime existe ontologicamente
Determinismo
Delinquente é doente, anormal
Método indutivo, empírico e interdisciplinar
Medida de segurança com finalidade curativa
Periculosidade
Nina Rodrigues
Afrânio Peixoto
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 Criminologia
Mariana Barreiras
2 .4 . ESCOLAS INTERMEDIÁRIAS2 .4 . ESCOLAS INTERMEDIÁRIAS
Sem envolvimento direto no embate entre clássicose positivistas, e muitas vezes 
realizando a conjugação dos saberes dessas vertentes, as escolas intermediárias também 
possuíram conhecimentos relevantes para a Criminologia.
CORRECIONALISMO
Para a visão correcionalista, o criminoso é um fraco, uma pessoa cuja vontade deve ser 
direcionada. O delinquente não é capaz de dirigir a sua vida, sendo necessária a intervenção 
do Estado, que deve adotar postura pedagógica e de piedade.
Os postulados da Escola Correcionalista podem ser sintetizados em:
ESCOLA CORRECIONALISTA
Século XIX
Criminoso é um fraco
Estado deve adotar postura pedagógica e de piedade
ESCOLA DE LYON
Também conhecida como Escola Antropossocial ou Criminal-Sociológica, a Escola de Lyon 
soma, à predisposição pessoal para a delinquência, as influências do meio social. Possui 
como expoentes Alexandre Lacassagne e Gabriel Tarde. Para essa Escola, a sociedade abriga 
em seu seio uma série de micróbios, que são os delinquentes, que não se desenvolvem se o 
meio não é adequado. Assim, para Lacassagne, cada sociedade tem o criminoso que merece. 
Para Gabriel Tarde, a escola do crime era a praça, a rua. Ele propugnava a existência de 
três leis da imitação:
• o indivíduo, em contato próximo com outros, imita-os na proporção direta do contato 
que mantêm entre si;
• o inferior imita o superior, os jovens imitam os mais velhos, os pobres imitam os ricos etc.;
• se duas modas se sobrepõem, a mais nova substitui a mais antiga.
Imagine uma praça (a escola do crime é a PRAÇA), à tarde (GABRIEL TARDE) com uma 
escultura de leão (LYON).
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 PDF SINTÉTICO
 Criminologia
Mariana Barreiras
ESCOLA DE LYON
Escola Antropossocial ou Criminal-Sociológica
Alexandre Lacassagne
Gabriel Tarde
Crime é soma de predisposição pessoal com influências do meio social
Cada sociedade tem o criminoso que merece
Escola do crime é a rua, a praça
Crime se baseia em imitação
ESCOLA ALEMÃ DE MARBURGO
Também conhecida como Escola Sociológica Alemã, Escola Moderna Alemã ou Jovem 
Escola Alemã de Política Criminal, conferia decisiva importância à Política Criminal dentro 
do Direito Penal. Para essa Escola, encabeçada por Franz Von Liszt, o crime é um fenômeno 
humano, social e jurídico. Por isso, nela, defendia-se a necessidade de investigações 
sociológicas e antropológicas, com emprego do método indutivo-experimental.
Em síntese, essa escola postulava: análise científica da realidade criminal, dirigida à 
busca das causas do crime (etiologia), em vez de contemplação filosófica ou jurídica; e 
compatibilização das penas com as medidas de segurança, com distinção dos imputáveis 
e inimputáveis. Com essa diferenciação, foi possível superar o monismo (escolha entre um 
sistema com penas ou com medidas de segurança).
Liszt defendia que a pena justa é a pena necessária e que a finalidade preventiva da 
pena se cumpre dependendo do tipo de criminoso:
• para o criminoso ocasional (que não necessita ser ressocializado), a pena é uma 
intimidação (prevenção geral negativa, como veremos mais adiante);
• para o criminoso corrigível, a pena deve ter o fim de ressocializar (prevenção especial positiva);
• para o criminoso habitual (que não é passível de ressocialização), a pena deve servir 
como neutralização, isolamento que o impeça de cometer novos crimes (prevenção 
especial negativa).
Von Liszt defendia a ciência total do Direito Penal, da qual deveriam fazer parte 
o Direito, a Antropologia, a Psicologia, a Estatística, a Criminologia, a Política Criminal. 
Para Liszt, o Código Penal era a carta magna do delinquente e o Direito Penal, a barreira 
intransponível da Política Criminal. Ou seja, o código penal existia para defender os criminosos 
dos abusos estatais.
As ideias de Von Lizst ficaram bastante claras no Programa de Marburgo, que foi 
apresentado em sua aula inaugural da escola de Criminologia de Marburgo, da qual foi 
fundador em 1882. Ali surgiram algumas das primeiras manifestações contrárias às penas 
privativas de liberdade de curta duração.
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 Criminologia
Mariana Barreiras
Memorize o nome da Escola como Escola de PoLISZTica CriminALEMANHA
ESCOLA ALEMÃ DE MARBURGO
Escola Sociológica Alemã, Escola Moderna Alemã ou Jovem Escola Alemã de Política Criminal
Integração da Política Criminal ao Direito Penal
Crime como fenômeno humano, social e jurídico
Diferenciação entre imputáveis e inimputáveis
Pena – como prevenção, sobretudo prevenção especial (dirigida ao delinquente)
Eliminação das penas privativas de liberdade de curta duração
Pena – justa é a pena necessária
Franz Von Lizst
Emprego da Criminologia, Antropologia, Sociologia, etc., com o método indutivo-experimental
ESCOLA TÉCNICO-JURÍDICA
Nasceu na Itália, em 1910, em uma aula magna proferida por Arturo Rocco. Ele 
criticou os métodos que vinham sendo empregados e que, por um lado, buscavam 
um Direito racional ou ideal; por outro, traziam para o Direito discussões políticas, 
sociais, morais ou psicológicas. Ele defendia o retorno do Direito Penal ao campo 
estritamente jurídico, e uma análise que se limitasse ao Direito Penal positivado (ou 
seja, às leis penais existentes).
Para seus defensores, a ciência penal era autônoma e não deveria se confundir com 
outras ciências filosóficas, estatísticas, explicativas (Criminologia) ou políticas (Política 
Criminal). Para essa Escola, o delito é pura relação jurídica.
Outro grande expoente da Escola Técnico-Jurídica foi o jurista alemão Karl Binding, com 
sua obra As normas e sua contravenção, em que desenvolveu a Teoria das Normas.
ESCOLA TÉCNICO-JURÍDICA
Arturo Rocco
Retorno do Direito Penal ao campo estritamente jurídico
Estudo dogmático
Análise do Direito Penal positivado
Delito é pura relação jurídica
Karl Binding: Teoria das Normas
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 Criminologia
Mariana Barreiras
TERZA SCUOLA
A Terza Scuola italiana, também chamada de Positivismo Crítico, ou Escola Eclética, 
realizou uma tentativa de harmonizar os postulados do positivismo com os dogmas clássicos. 
Seus principais representantes foram Bernardino Alimena, Manuel Carnevale e Giovanni 
(João) Battista Impallomeni. O nome da escola se deve ao artigo Una terza scuola di Diritto 
Penale in Italia, escrito em 1892 por Carnevale. Eles possuíam afinidade com o pensamento 
da Escola Alemã de Marburgo.
Para a Terza Scuola, o delito é produto de uma pluralidade muito complexa de fatores 
endógenos e exógenos. Seus autores conservaram a importância da Antropologia e da 
Sociologia Criminal, mas acreditavam que era necessário separar as disciplinas empíricas 
das disciplinas normativas, já que as primeiras usavam método experimental, e as segundas, 
método abstrato e dedutivo. Há, portanto, uma conciliação de métodos, resultando em 
grande versatilidade.
A Terza Scuola postulava a substituição da tipologia positivista (criminoso nato, criminoso 
louco, criminoso habitual etc.) por outra mais simplificada, que distinguia os delinquentes 
em ocasionais, habituais e anormais. Não aceitavama categoria de criminoso nato pela 
fatalidade (determinismo) que ela trazia consigo.
Os autores da Terza Scuola adotaram a divisão dos criminosos em imputáveis e 
inimputáveis, e a consequente possibilidade de emprego de pena e medida de segurança, 
a depender do caso, na mesma linha da Escola de Política Criminal Alemã.
• Manuel Carnevale
• Bernardino Alimena
• Giovanni Impallomeni
• Imputáveis e inimputáveis
Na terça (TERZA SCUOLA) de carnaval (CARNEVALE), alguns ficam IMPUTÁVEIS, outros 
INIMPUTÁVEIS. Os IMPUTÁVEIS se alimentam (ALIMENA), ao menos (IMPALLOMENI).
TERZA SCUOLA
Positivismo Crítico ou Escola Eclética
Bernardino Alimena
Manuel Carnevale
Giovanni (João) Battista Impallomeni
Dualidade de métodos (lógico-jurídico para o Direito Penal e empírico, experimental para as demais 
ciências penais)
Distinção entre imputáveis e inimputáveis
Crime como fenômeno individual e social
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 Criminologia
Mariana Barreiras
ESCOLA DE DEFESA SOCIAL
Existem várias vertentes de Defesa Social, mas a ideia central em que devemos pensar 
ao falar dessa Escola é a necessidade de defender a sociedade frente à periculosidade 
do delinquente. A Criminologia costuma distinguir entre a Ideologia de Defesa Social e o 
Movimento ou Escola de Defesa Social. A Ideologia de Defesa Social é aquela que coloca a 
defesa da sociedade contra o crime como valor soberano.
A primeira formulação sobre a Defesa Social se dá com Adolf Prins, no livro A defesa social 
e as transformações do Direito Penal, de 1910. Prins foi, ao lado de Van Hammel (professor 
da Universidade de Amsterdã) e Von Liszt, um dos fundadores da União Internacional de 
Direito Penal em 1889. Ele defendia que era o Direito Penal deveria se encarregar da proteção 
da segurança e moralidade coletivas, e lutar contra a periculosidade criminal.
Terminada a Segunda Guerra, com o cenário de desolação, mortes e fome, ocorre 
a consolidação da Escola de Defesa Social. Nasce formalmente, em 1949, a Sociedade 
Internacional de Defesa Social (SIDS) e surgem, dentro do movimento, duas grandes 
tendências: uma tendência radical e uma tendência moderada.
DEFESA SOCIAL RADICAL
A tendência radical decorre do pensamento do italiano Filippo Gramatica. Ele desenvolveu 
a teoria de que era necessário empregar o Direito Penal Subjetivo e, idealmente, substituir 
o Direito Penal por um Direito de Defesa Social. A responsabilidade penal pelo dano causado 
deveria ser substituída pela categoria de antissocialidade subjetiva. Não deveria haver uma 
pena para cada delito, mas sim uma medida para cada pessoa.
Trata-se de uma teoria que se vale de critérios muito subjetivos e perigosos, como a 
antissocialidade subjetiva, a necessidade de socializar os delinquentes, o prolongamento 
das medidas até a cura do indivíduo, a desnecessidade de previsão da pena de cada delito. 
Por isso, é uma corrente que facilmente poderia dar margem à prática de abusos penais7.
DEFESA SOCIAL MODERADA
Também conhecida como Nova Defesa Social, a Defesa Social moderada tem no magistrado 
francês Marc Ancel seu principal expoente. Ele foi um dos redatores do Programa Mínimo, 
um conjunto de regras aprovadas em 1954 por criminalistas da Sociedade Internacional 
de Defesa Social.
Nessa nova orientação, a Defesa Social não se ocupa somente de defender a sociedade dos 
criminosos, mas também de defender o criminoso do crime, de afastá-lo da reincidência. 
A ideia aqui, não é acabar com o Direito Penal, mas sim individualizar ao máximo a resposta 
punitiva, para potencializar a ressocialização do indivíduo.
7 . VIANA, Eduardo. Criminologia. 6. ed. Salvador: JusPodivm, 2018. p. 107.
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 PDF SINTÉTICO
 Criminologia
Mariana Barreiras
NOVÍSSIMA DEFESA SOCIAL
Em 1985, o Programa Mínimo foi acrescido de um Adendo. Decidiu-se que era necessário 
revisar o Programa Mínimo para incluir grandes transformações sociais e ideológicas com 
caráter universal (acima das peculiaridades das legislações nacionais).
Seus principais postulados são:
• permanente exame crítico das instituições penais vigentes, buscando sua reforma 
ou abolição – daí falar-se que é um movimento “preterpenal”8, e que uma de suas 
características é a mutabilidade;
• vinculação do Direito Penal a todos os ramos de conhecimento humano – e daí decorre 
o antidogmatismo do movimento;
• enxugamento da legislação penal, com a descriminalização de delitos de pequena monta;
• promoção da criminalização de infrações contra a economia e infrações estatais 
(corrupção, abuso de poder, crime do colarinho branco etc.);
• desenvolvimento de atividades socializadoras que ajudem o condenado a não reincidir; e
• promoção da reforma penitenciária9.
CRÍTICAS À DEFESA SOCIAL
Antes de se firmar como movimento político-criminal, a Defesa Social foi, e segue sendo, 
uma ideologia empregada para justificar o Direito Penal. Ela é, portanto, racionalizadora 
ou racionalizante do sistema penal, e por isso muito condenada pelos criminólogos críticos, 
que fazem a crítica do Direito Penal. É, por exemplo, o caso de Alessandro Baratta, para quem 
tanto a Escola Clássica quanto a Escola Positivista valeram-se da Ideologia de Defesa Social 
como nó teórico. Trata-se, em sua visão, de uma ideologia calcada nos seguintes princípios:
• Princípio de legitimidade: o Estado está legitimado para reprimir a criminalidade por 
meio das instâncias de controle social formal;
• Princípio do bem e do mal: o delito é um dano para a sociedade e o delinquente, um 
elemento disfuncional e negativo do sistema social;
• Princípio de culpabilidade: o crime é expressão de uma atitude interior reprovável;
• Princípio da finalidade ou da prevenção: a pena não tem, ou não tem somente, a 
função de retribuir, mas de prevenir o crime;
• Princípio de igualdade: a lei penal é igual para todos;
• Princípio do interesse social e do delito natural: os crimes tipificados pelas nações 
civilizadas representam ofensa a interesses sociais fundamentais, essenciais à 
existência de toda sociedade.
8 . Segundo o Dicionário Aulete Digital, o prefixo “preter” é elemento de formação de algumas palavras, às quais dá a ideia 
de distanciamento, ultrapassamento, excesso. F. lat. Praeter (além de).
9 . VIANA, Eduardo. Criminologia. 6. ed. Salvador: JusPodivm, 2018. p. 109.
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 PDF SINTÉTICO
 Criminologia
Mariana Barreiras
Salo de Carvalho, criminólogo crítico brasileiro, é muito crítico do caráter universalista, 
totalizante do programa repressivo do Movimento de Defesa Social, para o qual seria 
possível estabelecer modelos universais de reforma das instituições e leis penais, já que o 
fenômeno criminal é humano e desconhece fronteiras.
DEFESA SOCIAL
Defesa da sociedade contra o crime como valor preponderante
Adolph Prins: primeiro ciclo
Sociedade Internacional de Defesa Social (SIDS), 1949
Defesa Social Radical: Filippo Gramatica. Antissociabilidade subjetiva.
Defesa Social Moderada: Marc Ancel. Programa Mínimo, 1954.
Novíssima Defesa Social: Adendo aoPrograma Mínimo, 1984.
Crítica: Defesa Social é racionalizante do Direito Penal
3 . ESCOLAS SOCIOLÓGICAS3 . ESCOLAS SOCIOLÓGICAS
As escolas sociológicas ocupam, sobretudo a partir do século XX, importância central 
na Criminologia, partindo do pressuposto de que o crime é um fenômeno social, que não 
pode ser analisado sem que analise a sociedade onde está inserido.
3 .1 . CLASSIFICAÇÕES DAS ESCOLAS SOCIOLÓGICAS3 .1 . CLASSIFICAÇÕES DAS ESCOLAS SOCIOLÓGICAS
TEORIAS DO CONSENSO E DO CONFLITO
As teorias sociológicas se dividem em Teorias do Consenso e Teorias do Conflito.
As Teorias do Consenso partem do pressuposto de existência de objetivos comuns a 
todos os cidadãos, que aceitam as regras vigentes. Esse grupo de teorias também é chamado 
de integralista, funcionalista ou estrutural funcionalista, pois compreende-se que a sociedade 
é uma estrutura relativamente estável de elementos, bem integrada e que todo elemento em 
uma sociedade possui uma função, contribuindo para a manutenção do sistema.
Ralf Dahrendorf explica que as Teorias do Consenso se baseiam em quatro teses:
• toda sociedade é um sistema relativamente constante e estável de elementos (tese 
da estabilidade);
• toda sociedade é um sistema equilibrado de elementos (tese do equilíbrio);
• cada elemento dentro da sociedade contribui para o seu funcionamento (tese 
do funcionalismo);
• cada sociedade se mantém graças ao consenso dos seus membros sobre determinados 
valores comuns (tese do consenso).10
10 . DAHRENDORF, Ralf. Sociedad y Libertad: hacia un análisis sociológico de la actualidad. Madri: Tecnos, 1971. p. 190.
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 Criminologia
Mariana Barreiras
As principais teorias do consenso são:
• Escola de Chicago;
• Teoria da Anomia;
• Teoria da Subcultura Delinquente;
• Teoria da Associação Diferencial.
Vamos utilizar um recurso mnemônico para memorizar essas quatro principais. Precisamos 
da primeira letra da palavra principal de cada teoria:
CONSENSO
Chicago
Anomia
Subcultura
Associação
É CONSENSO que todo mundo quer CASA
 
As Teorias do Conflito, por outro lado, partem do pressuposto de que há força e 
coerção na sociedade. Somente existe ordem porque há dominação de uns e sujeição de 
outros. A produção legislativa serviria para assegurar o triunfo da classe dominadora. A 
sociedade está sempre sujeita a processos de mudança e cada elemento da sociedade 
contribui, de certa forma, para sua desintegração. Para essas teorias o crime faz parte da 
luta pelo poder. Assim, tem-se uma visão de cunho argumentativo (de que o crime é fruto 
do embate entre as classes).
Dahrendorf, ao tentar simplificar as teorias do conflito, elenca os seguintes postulados:
• toda sociedade – e cada um dos seus elementos – está a todo tempo submetida à 
mudança (tese da historicidade);
• toda sociedade é um sistema de elementos contraditórios em si e explosivos (tese 
da explosividade);
• cada elemento dentro da sociedade contribui para a sua mudança (tese da 
disfuncionalidade e da produtividade);
• toda sociedade se mantém graças à coação que alguns dos membros exercem sobre 
os demais (tese da coação).11
11 . DAHRENDORF, Ralf. Sociedad y Libertad: hacia un análisis sociológico de la actualidad. Madri: Tecnos, 1971, p. 190.
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 Criminologia
Mariana Barreiras
Para Dahrdendorf, aliás, a tese da coação é a mais apropriada para explicar os conflitos 
sociais que são, no limite, conflitos que repousam sobre a desigualdade de divisão de poder 
entre os membros da sociedade.
As principais teorias do conflito são:
• Teoria do Labelling Approach, também chamada de teoria da reação social, interacionista, 
teoria da rotulação ou do etiquetamento;
• Teoria Crítica (também chamada de dialética, radical).
Vamos precisar, novamente, das primeiras letras das teorias. Vamos usar o CR de crítica. 
Para encaixar o Labelling Approach, vamos pegar as primeiras letras de outros nomes 
usados para essa teoria: IS de Interacionismo Simbólico e E de etiquetamento (labelling em 
português). Com essas iniciais (CR, IS, E) formamos a palavra CRISE.
CONFLITO
Crítica
Interacionismo Simbólico ou Etiquetamento
É CONSENSO que todo mundo quer CASA
O CONFLITO é que estamos em CRISE
 
MODELO TEÓRICO POSITIVISTA X MODELO DA REAÇÃO SOCIAL
Há explicações sociológicas mais preocupadas com a etiologia do crime. Essas teorias, 
na classificação de García-Pablos de Molina, inserem-se no modelo teórico positivista 
(mais amplo do que a Escola Positivista), que busca explicações, causas para a prática 
delitiva. Pode-se dizer, igualmente, que essas teorias seguem o paradigma etiológico. Elas 
coincidem, em geral, com as teorias do consenso, que não se preocupam com as dinâmicas 
de dominação da estrutura social. Ou seja, nas primeiras teorias sociológicas, o paradigma 
etiológico ainda era dominante.
Outras correntes sociológicas, surgidas a partir da década de 1960, criticam o próprio 
modo de organização da sociedade. Em vez de procurarem uma explicação sobre a razão 
por que alguém comete um delito (etiologia criminal), questionam, por exemplo, o modo 
de atuação e a própria legitimidade das agências de controle social formal que atribuem 
a etiqueta de criminoso a alguém. Essas escolas se inserem no modelo teórico da reação 
social, precisamente porque analisam como operam as instâncias de reação ao delito. 
Coincidem, de maneira geral, com as teorias do conflito. Nessas escolas, o paradigma 
etiológico é substituído pelo paradigma da reação social.
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 Criminologia
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3 .2 . TEORIAS DO CONSENSO3 .2 . TEORIAS DO CONSENSO
TEORIA DA ANOMIA
O termo anomia tem origem grega e significa ausência de leis. É comum que se empregue 
o termo Teoria Estrutural-Funcionalista como sinônimo de Teoria da Anomia. Vamos analisar 
a Teoria da Anomia predominantemente sob a ótica de dois grandes nomes: Émile Durkheim 
e Robert Merton. Acrescentaremos, ao final, algumas palavras sobre o pensamento de 
Talcott Parsons.
ÉMILE DURKHEIM
Émile Durkheim foi um sociólogo francês do final do século XIX. Ele é considerado um 
dos principais teóricos da anomia. Sua teoria sociológica considera que um ser vivo só pode 
ser feliz e até mesmo viver se suas necessidades forem compatíveis com os meios para 
satisfazê-las. No ser humano, a maioria das necessidades não depende do corpo. Afinal, 
além do mínimo necessário para a sobrevivência, existe o desejo de conforto, de condições 
melhores, de situações de bem-estar. Esse apetite por conforto em algum momento tem 
que encontrar limites e a força reguladora externa ao indivíduo, que limita os desejos, é 
a sociedade, único poder moral superior ao indivíduo. Ela determina o que cada indivíduo 
pode alcançar.
Há momentos em que a sociedade atravessa transformações. Nesses transtornos, a 
sociedade perde a capacidade de exercer seu papel de freio moral. As condições de vida 
mudam e a escala segundo a qual as necessidades eram reguladas já não pode permanecer

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