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politicas educacionais

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1
EDUCAÇÃO 
ESPECIAL E AS 
POLÍTICAS 
EDUCACIONAIS 
INCLUSIVAS
Prof. Dr. Carlos Eduardo Candido Pereira
Profª. Me. Elisia Maria de Jesus Santos
2
EDUCAÇÃO ESPECIAL E AS 
POLÍTICAS EDUCACIONAIS 
INCLUSIVAS 
PROF. DR. CARLOS EDUARDO CANDIDO PEREIRA
PROFª. ME. ELISIA MARIA DE JESUS SANTOS
3
 Diretor Geral: Prof. Esp. Valdir Henrique Valério
 Diretor Executivo: Prof. Dr. William José Ferreira
 Ger. do Núcleo de Educação a Distância: Profa Esp. Cristiane Lelis dos Santos
Coord. Pedag. da Equipe Multidisciplinar: Profa. Esp. Gilvânia Barcelos Dias Teixeira
 Revisão Gramatical e Ortográfica: Profa. Esp. Izabel Cristina da Costa
 Profa. Esp. Imperatriz Matos
 Revisão técnica: Profa. Ph.D Fabiana Grecco
 
 Revisão/Diagramação/Estruturação: Bruna Luíza mendes Leite 
 Maria Eliza P. Campos 
 Prof. Esp. Guilherme Prado 
 
 Design: Aline De Paiva Alves
 Bárbara Carla Amorim O. Silva 
 Élen Cristina Teixeira Oliveira 
 Taisser Gustavo Soares Duarte
© 2021, Faculdade Única.
 
Este livro ou parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem Autoriza-
ção escrita do Editor.
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Melina Lacerda Vaz CRB – 6/2920.
4
EDUCAÇÃO ESPECIAL E AS 
POLÍTICAS EDUCACIONAIS 
INCLUSIVAS 
1° edição
Ipatinga, MG
Faculdade Única
2021
5
 Educação Escolar na área de Política e 
Gestão Educacional (FCLAr/UNESP/SP). Mes-
trado em Educação Escolar na linha Formação 
de Professores, Trabalho Docente e Práticas Pe-
dagógicas (FCLAr/UNESP/SP). Graduado em Li-
cenciatura em Pedagogia (FCLAr/UNESP/SP). É 
docente substituto no curso de graduação em 
Pedagogia do Instituto Federal de Goiás(IFG) 
– Campus Goiânia Oeste se dedica ao estudo/
pesquisa/extensão nas seguintes áreas: Políti-
cas Educacionais, Organização da Educação, 
Gestão Educacional, Educação Especial e In-
clusiva, Formação de Professores e Práticas de 
Ensino e, Educação a Distância (EAD). Atua na 
Educação a Distância, na prestação de serviços 
como tutor e professor, bem como, na criação 
de cursos online, elaboração de guias de es-
tudo, desenvolvimento de banco de questões 
e leitura crítica (revisão/curadoria) para cursos 
de formação, capacitação e especialização para 
instituições / grupos de ensino. Em sua trajetó-
ria profissional já esteve em funções como as 
de Coordenador Pedagógico do Ensino Funda-
mental e Médio. Professor Conteudista EAD
CARLOS EDUARDO CANDIDO 
PEREIRA
Para saber mais sobre a autora desta obra e suas quali-
ficações, acesse seu Curriculo Lattes pelo link :
http://lattes.cnpq.br/7698913311024550
Ou aponte uma câmera para o QRCODE ao lado.
6
 Possui graduação em Ciências Sociais pela 
Universidade Federal da Bahia (2008) e mestra-
do na pós - graduação de Ciências Sociais na 
Universidade Federal da Bahia. Orientada por 
Miriam C.M. Rabelo, com concentração da pes-
quisa na área da Sociologia da Religião. Tem se 
dedicado ao estudo de questões sócio-culturais 
e raciais relativas à religião e educação, desen-
volvendo pesquisas sobre as relações entre reli-
gião, práticas corporais e modos de tratamento 
no contexto do candomblé e pentecostalismo. 
Tem interesse especial no desenvolvimento de 
abordagens fenomenológico no campo das ci-
ências sociais, particularmente nas discussões 
contemporâneas sobre corporeidade, experiên-
cia e vida cotidiana. É pesquisadora do Núcleo 
de Estudos em Ciências Sociais e Saúde (ECSAS) 
da Universidade Federal da Bahia. Atualmente 
está cursando sua segunda graduação em His-
tória e desenvolve materiais pedagógicos para 
FTC e UNYLEYA, além de ser professora e tutora 
destas duas instituições.
ELISIA MARIA DE JESUS SANTOS
Para saber mais sobre a autora desta obra e suas quali-
ficações, acesse seu Curriculo Lattes pelo link :
http://lattes.cnpq.br/0039721705011949
Ou aponte uma câmera para o QRCODE ao lado.
7
LEGENDA DE
Ícones
Trata-se dos conceitos, definições e informações importantes nas 
quais você precisa ficar atento.
Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do 
conteúdo aplicado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones 
ao lado dos textos. Eles são para chamar a sua atenção para determinado 
trecho do conteúdo, cada um com uma função específica, mostradas a 
seguir:
São opções de links de vídeos, artigos, sites ou livros da biblioteca 
virtual, relacionados ao conteúdo apresentado no livro.
Espaço para reflexão sobre questões citadas em cada unidade, 
associando-os a suas ações.
Atividades de multipla escolha para ajudar na fixação dos 
conteúdos abordados no livro.
Apresentação dos significados de um determinado termo ou 
palavras mostradas no decorrer do livro.
 
 
 
FIQUE ATENTO
BUSQUE POR MAIS
VAMOS PENSAR?
FIXANDO O CONTEÚDO
GLOSSÁRIO
8
UNIDADE 1
UNIDADE 2
UNIDADE 3
UNIDADE 4
SUMÁRIO
1.1 Introdução ............................................................................................................................................................................ ..............................................................................................................1
0
1.2 Diferenciação entre ética e moral .....................................................................................................................................................................................................................................10
1.3 Estigma e preconceito ...............................................................................................................................................................................................................................................................13
1.4 Deficiência ou deficiente? ......................................................................................................................................................................................................................................................14
FIXANDO O CONTEÚDO .................................................................................................................................................................................................................................................................17
2.1 Introdução ..........................................................................................................................................................................................................................................................................................21
2.2 Breve percurso histórico sobre a deficiência ............................................................................................................................................................................................................21
2.3 A pessoa com deficiência século XX ..............................................................................................................................................................................................................................23
2.4 A pessoa com deficiência século XXI ............................................................................................................................................................................................................................26
FIXANDO O CONTEÚDO ...............................................................................................................,................................................................................................................................................29
3.1 Introdução .........................................................................................................................................................................................................................................................................................333.2 Paradigmas (segregação, integração e inclusão) .................................................................................................................................................................................................33
3.3 Barreiras de inclusão .................................................................................................................................................................................................................................................................36
3.4 Direito da pessoa com deficiência .................................................................................................................................................................................................................................38
FIXANDO O CONTEÚDO .................................................................................................................................................................................................................................................................41
CONCEPÇÕES SOBRE A DIFERENÇA ENTRE AS PESSOAS
HISTÓRIA DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
DEFICIÊNCIA, INCLUSÃO E DIREITOS HUMANOS
4.1 Introdução ........................................................................................................................................................................................................................................................................................45
4.2 Educação Especial .....................................................................................................................................................................................................................................................................45
4.3 Educação Inclusiva ....................................................................................................................................................................................................................................................................48
4.4 Recursos de acessibilidade em educação ................................................................................................................................................................................................................49
FIXANDO O CONTEÚDO ................................................................................................................................................................................................................................................................52
EDUCAÇÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA E ACESSIBILIDADE
5.1 Introdução .........................................................................................................................................................................................................................................................................................56
5.2 Formação de professores ......................................................................................................................................................................................................................................................56
5.3 Relação entre escola, professor e família no atendimento educacional ..............................................................................................................................................57
5.4 Adaptações Curriculares .......................................................................................................................................................................................................................................................59
FIXANDO O CONTEÚDO ..............................................................................................................................................................................................................................................................62
O ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO - AEE
UNIDADE 5
6.1 Introdução ........................................................................................................................................................................................................................................................................................67
6.2 Mercado de Trabalho ................................................................................................................................................................................................................................................................67
6.3 Cultura e lazer ...............................................................................................................................................................................................................................................................................69
6.4 Turismo ..............................................................................................................................................................................................................................................................................................70
FIXANDO O CONTEÚDO.................................................................................................................................................................................................................................................................72
A REALIDADE DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA EM OUTROS CONTEXTOS SOCIAIS
UNIDADE 6
9
UNIDADE 7
UNIDADE 8
UNIDADE 9
UNIDADE 10
SUMÁRIO
7.1 A História Dos Direitos Humanos ......................................................................................................................................................................................................................................79
7.2 A Construção Da Cidadania E Dos Movimentos Sociais ..................................................................................................................................................................................83
7.3 O Desenvolvimento Das Políticas Públicas ..............................................................................................................................................................................................................84
FIXANDO O CONTEÚDO ................................................................................................................................................................................................................................................................86
8.1 A Construção Dos Direitos Humanos Na Atualidade ..........................................................................................................................................................................................91
8.2 A Cultura E Identidade No Século XXI ..........................................................................................................................................................................................................................92
8.3 A Globalização Da Cultura E A “Dromocracia” ........................................................................................................................................................................................................95
FIXANDO O CONTEÚDO ...............................................................................................................,..............................................................................................................................................100
9.1 Análise Sobre Corpo, Sexualidade E Gênero ...........................................................................................................................................................................................................104
9.2 Cultura, Identidade E Alteridade Nas QuestõesDe Gênero E Sexualidade .....................................................................................................................................106
9.3 Diversidade: Raça, Gênero, Desvios E Desafios Na Perspectiva Descolonial ...................................................................................................................................106
FIXANDO O CONTEÚDO ..............................................................................................................................................................................................................................................................109
DIREITOS HUMANOS
DIREITOS HUMANOS NA ATUALIDADE
HISTÓRIA DA CONSTRUÇÃO DO GÊNERO E DA SEXUALIDADE
10.1 Gênero, Configurações Familiares E Parentalidade .........................................................................................................................................................................................114
10.2 As Abordagens Religiosas Sobre Gênero ................................................................................................................................................................................................................116
10.3 A Cultura E Suas Construções De Gênero ..............................................................................................................................................................................................................117
FIXANDO O CONTEÚDO ...............................................................................................................................................................................................................................................................119
GÊNERO E SUAS CONFIGURAÇÕES
11.1 Um Aprofundamento Na Identidade Cultural E Multiculturalismo .......................................................................................................................................................124
11.2 Os Movimentos Sociais E O Reconhecimento Identitário ...........................................................................................................................................................................129
11.3 Algumas Reflexões Sobre Parâmetros De Identificação De Gênero ....................................................................................................................................................132
FIXANDO O CONTEÚDO ...............................................................................................................................................................................................................................................................135
IDENTIDADE, RELAÇÕES DE GÊNERO E DIREITOS HUMANOS
UNIDADE 11
12.1 Gênero E Violência Contra A Mulher .........................................................................................................................................................................................................................140
12.2 Gênero E Sexualidades No Ambiente Escolar .....................................................................................................................................................................................................146
12.3 Gênero, Raça/Etnia E Feminismos ..............................................................................................................................................................................................................................148
FIXANDO O CONTEÚDO...............................................................................................................................................................................................................................................................151
RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO......................................................................................................................................................................................................................155
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................................................................................................................................................................................157
GÊNERO, DIVERSIDADE E DIREITOS HUMANOS
UNIDADE 12
10
O
N
FI
R
A
 N
O
 L
I
C
V
RO
UNIDADE 1
Dentro do tema Concepções Sobre A Diferença Entre As Pessoas será compreendida 
a diferenciação entre ética e moral. O estigma e preconceito, bem como, a deficiência 
ou deficiente.
UNIDADE 2
Por meio desta unidade será compreendida a História Da Pessoa Com Deficiência. 
Para isso, será estudado um breve percurso histórico sobre a deficiência e, no avanço 
da linha do tempo serão estudadas as condições da pessoa com deficiência no 
século XX e XXI.
UNIDADE 3
Nesta unidade sobre Deficiência, Inclusão E Direitos Humanos. Serão tratados 
assuntos conceituais como os paradigmas (segregação, integração e inclusão), as 
barreiras de inclusão e o direito da pessoa com deficiência.
UNIDADE 4
A quarta unidade é sobre a Educação da Pessoa Com Deficiência e a Acessibilidade. 
Compõe este tópico a Educação Especial, a Educação Inclusiva e os Recursos de 
Acessibilidade em Educação.
UNIDADE 5
A quinta unidade tem por tema o Atendimento Educacional Especializado (AEE) 
focado na formação de professores, na relação entre a família e a escola no AEE e as 
adaptações curriculares.
UNIDADE 6
A última unidade versa sobre a Realidade da Pessoa com Deficiência em outros 
contextos sociais, como: mercado de trabalho, cultura e lazer e turismo.
11
UNIDADE 7
Esta unidade introdutória está dividida em três tópicos: 1- A História dos Direitos 
Humanos; 2- A construção da cidadania e dos Movimentos sociais e; 3- O 
desenvolvimento das Políticas Públicas. Nela, iremos abordar as dimensões históricas 
e os principais conceitos relacionados ao tema geral, além de pontuar questões 
atuais e pertinentes ao nossos estudos.
UNIDADE 8
Esta unidade esta organizada em três tópicos: 1- A construção dos direitos humanos 
na atualidade; 2- A cultura e identidade no século XXI e; 3- A globalização da cultura 
e a “dromocracia”. Nela, aprofundaremos os nossos estudos com perspectivas 
críticas acerca dos Direitos Humanos no contexto global atual, além de abordar o 
conceito de dromocracia, relacionado às tecnologias.
UNIDADE 9
Esta unidade esta dividida em três tópicos: 1- Análise sobre corpo, sexualidade e 
gênero; 2- Cultura, identidade e alteridade nas questões de gênero e sexualidade 
e; 3- Diversidade: raça, gênero, desvios e desafios na perspectiva descolonial. Nela 
iremos estudar as perspectivas críticas relacionadas ao grande tema de gênero e 
sexualidade, com ênfase nas suas especificidades. As categorias cultura, identidade, 
raça e colonialidade serão abordadas.
UNIDADE 10
Esta unidade esta organizada em três tópicos: 1- Gênero, configurações familiares 
e parentalidade; 2- As abordagens religiosas sobre gênero e; 3- A cultura e suas 
construções de gênero. Nela iremos estudar as perspectivas críticas relacionadas 
ao grande tema de gênero e suas configurações, com destaque nos aspectos da 
cultura, da instituição família e as noções de parentalidade.
UNIDADE 11
Esta unidade esta organizada em três tópicos: 1- Um aprofundamento na Identidade 
cultural e Multiculturalismo; 2- Os movimentos sociais e o reconhecimento 
identitário e; 3- Algumas reflexões sobre parâmetros de identificação de gênero. 
Iremos abordar a temática das identidades e as relações de gênero na perspectiva 
dos Direitos Humanos, será pertinente abordar a organização dos movimentos 
sociais com reivindicações identitárias.
UNIDADE 12
Esta unidade esta organizada em três tópicos: 1- Gênero e violência contra mulher; 
2- Gênero e sexualidades no ambiente escolar e; 3- Gênero, raça/etnia e feminismos.Iremos tratar a temática de gênero com aprofundamento na categoria de raça e 
feminismos, no plural, indicando a diversidade de vertentes e discussões, além da 
abordagem do tema nas escolas. 
O
N
FI
R
A
 N
O
 L
I
C
V
RO
12
CONCEPÇÕES SOBRE 
A DIFERENÇA 
ENTRE AS PESSOAS
13
1.1 INTRODUÇÃO
 Prezado estudante, você já parou para pensar que existe no mundo bilhões de 
pessoas e, por mais que sejam parecidas, elas não são idênticas ou iguais? Essa diferença, 
entretanto, nem sempre tem a mesma compreensão no que concerne a grupos ou 
mesmo à sociedade. Assim, ao se fazer referência sobre o brasileiro em um pais no 
exterior, talvez, pela referência sobre carnaval ou futebol, poder-se-iam expressar que 
todas as pessoas do país soubessem jogar futebol ou mesmo dançar samba. A realidade, 
todavia, pode ser diferente, pois não é possível aplicar isso a todas as pessoas do Brasil, 
uma vez que, nem todos realizam tais ações. Na verdade, o samba e o futebol são aspectos 
da cultura nacional que criam uma imagem, mas não que, necessariamente, seja algo 
comum a todos.
 Por outro lado, expressões como “direitos para todos” são derivadas de organizações 
sociais e políticas. Quando as pessoas se agrupam em um território, ali se relacionam e 
buscam atingir no mínimo seus objetivos humanos (comer, dormir, descansar etc.) e 
criam regras. Por consequência, ao longo dos anos, pensar nas formas de viver bem 
coletivamente com interpretações sobre o que é ou não é possível remete às formas de 
organizações sociais cujos filósofos da Grécia Antiga explicam por meio dos conceitos 
como ética e moral.
 Tais conceitos também permitem pensar, dentro de uma sociedade, as razões 
sobre a ocorrência do estigma e do preconceito, já que a organização da sociedade se 
traduz em aspectos comuns a todos os membros que a ela pertencem. Assim, a diferença 
aparece como algo que foge aos padrões, caso das pessoas com deficiência.
Sobre este público, o cuidado conceitual também se torna objeto de muito cuidado 
para não se cair em situações pejorativas ou mesmo discriminatórias. Então, deficiente 
e deficiência são conceitos próximos, mas não sinônimos. 
Todos estes temas e suas particularidades serão mais compreendidos nos tópicos que 
compõem esta unidade. 
 Bons estudos!!!
 Estes dois conceitos são pertencentes à Filosofia pois derivam desde Sócrates, 
Platão e Aristóteles nos longínquos séculos III a V a.C. Vale relembrar que esta ciência 
(Filosofia) trouxe à humanidade os primeiros registros sobre o conhecimento de mundo 
e sociedade e se dividia, por exemplo, em: metafísica, epistemologia, ética, estética, 
história, lógica e política. 
1.2 DIFERENCIAÇÃO ENTRE ÉTICA E MORAL
Saiba mais sobre a filosofia e conceitos filosóficos ao acessar a biblioteca virtual 
Pearson: 
Mattar, J. Introdução à Filosofia. Editora Pearson, 2010.
Disponível em: https://bit.ly/3K7P0M3. Acesso em: 15 set. 2021. 
BUSQUE POR MAIS
14
 Com o passar dos anos a Filosofia foi sendo desdobrada em outros ramos de 
conhecimento dando o surgimento a outras ciências, como a Sociologia, Psicologia e 
outras mais. Mas qual a importância da filosofia e dos conceitos de moral e ética?
 De modo a se situar na história, na época dos filósofos da Grécia Antiga, a ideia 
de cidade (pólis) foi sendo desenvolvida, bem como, da política. Essa organização se 
dava de maneira crescente, uma vez que, com o aumento das cidades e das pessoas 
que nela viviam também cresciam o choque de interesses entre todos os residentes. 
Basta transpor essa linha de raciocínio para a atualidade e expandir o pensamento. Por 
consequência, seria possível perguntar: todas as pessoas podem fazer o que quiserem 
na minha cidade, no meu prédio, na minha casa? A resposta seria um efetivo: não! Afinal, 
na atualidade há regras para se ouvir som alto até determinada hora em um condomínio 
residencial. As pessoas não podem ofender umas às outras em espaços coletivos (em 
alguns casos a ofensa é considerada crime). Os fumantes só podem fazê-lo em espaço 
público reservado para isso, bem como outras regras sociais existentes.
 Assim posto, na concepção de cidade, as pessoas que nela vivem e sua organização 
vão demandar meios de se pensar em regras para o bem-estar e o bem viver entre todos. 
Logo, não se podendo fazer tudo o que se quer ou da forma que se deseja se aplicam aí 
os conceitos de ética e moral.
 A ética (ethos) e a moral (morale) são conceitos derivados do grego e são pensados 
por vários filósofos ao longo da história. Na obra Ética e Nicômacode Aristóteles, o filosofo 
mostrou ter observado o próprio pai e com ele verifica as virtudes de um homem com 
bom comportamento e, por assim ser, pensa numa concepção prática deste tipo de 
conduta como sendo algo positivo e amistoso nas relações humanas. Essa percepção do 
bem-viver coletivo leva ao desenvolvimento humano e é a raiz do conceito de ética. 
 Quando, então, se observa a expressão “tal pessoa é muito ética”, significa que 
essa tem um bom comportamento reconhecido pelos demais.
Nesta direção, com vistas a racionalidade do comportamento entre os homens na pólis, 
Chauí (2002) aponta que o conceito de ética para Aristóteles se torna algo prático porque: 
[...] deve definir a felicidade, a natureza humana como 
ethos e as virtudes, ou, como diz Aristóteles, um trata-
do de filosofia prática não pretende apenas conhecer o 
que é o bem, mas visa, sobretudo, saber como nos tor-
namos bons (CHAUÍ, 2002, p. 441).
 Por essa razão, a ética permite os homens viverem bem na relação com os demais 
membros da sociedade. Assim, na relação com o outro, se pode buscar a virtude e a 
felicidade. A ética, de acordo Buckingham (2011) pode ser definida como:
Ramo da filosofia que trata as questões sobre como 
devemos viver e, portanto, sobre a natureza de certo e 
errado, bem e mal, dever, obrigação e outros conceitos 
(BUCKINGHAM, 2011, p. 341).
 No que tange ao conceito de moral, por vezes, na linguagem popular se ouve falar: 
“certa pessoa não tem moral para isso” ou mesmo se ouve em letras de música, como a 
da banda Jota Quest o refrão: “Na moral, na moral, só na moral”.
 No primeiro caso, a expressão diz respeito a uma pessoa que aparentemente não 
15
tem honra ou mesmo caráter para falar ou executar algo. Já a segunda palavra, pela letra 
da canção seria possível explicar e identificar que alguns comportamentos como o certo 
ou errado, estão previstos dentro de um nível de aceitabilidade social. 
 A própria canção reafirma essa ideia quando num dos trechos se identifica o 
texto: “Vivendo de folia e caos. Quebrando tudo, para variar. Vivendo entre o sim e o não. 
Levando tudo na moral.”. Isso significa dizer que algumas regras são feitas para se seguir, 
mas algumas delas, dentro do considerado anormal, podem ser aceitáveis. 
 Ainda sobre a moral na filosofia, Agostinho e Aquino, tinham cuidado em zelar 
pela moral da igreja (cristianismo) por meio da integridade do homem enquanto um ser 
justo e temente as leis de Deus. Observa-se que a moral tem relação com um conjunto de 
regras que são aceitáveis ou não pelos sujeitos de uma determinada cultura ou sociedade, 
assim como, impactam a forma de pensar do homem, pois pode ser socialmente aceito 
ou não ou numa perspectiva cristã pode ser do agrado ou desagrado (pecado) de Deus. 
A moral refere-se ao conjunto de normas e regras baseadas na cultura e nos costumes de 
determinado grupo social. Já a ética é o estudo e reflexão sobre a moral.
FIQUE ATENTO
 Assim sendo, cabe destacar que ética e moral parecem ser a mesma coisa, 
pois tratam o comportamento e o desenvolvimento humano. Todavia, ética se 
preocupa com o comportamento humano e a moral com as regras que condicionam o 
comportamento humano. 
 Em termos de política, é possível aproximar as leis da moral, pois são um conjunto 
de regras consideradas importantes por uma determinada sociedade. Assim, em 
sociedade, é possível definir o que é certo ou errado, o que cabe ou não punição, o que 
pode e o que nãopode fazer.
 Por tudo isso, quando se pensa na ética e na moral ligadas à educação, para além 
da expressão “a escola deve formar cidadãos”, a ética e a moral, por vezes, são ensinadas 
por meio de valores.
 Cabe destacar valor como sendo a relação entre o que o indivíduo precisa para 
viver (comer, respirar, relacionar etc.) e o que pode utilizar enquanto objeto da natureza 
humana (comer) ou social (relacionar). Os valores são conceitos ligados a ética. Assim, 
para além do conteúdo escolar, os valores que a escola amplia ao que o estudante traz 
do seio familiar é uma função inerente no desenvolvimento e no trabalho pedagógico 
da ética e da moral. Valores como: respeito, honestidade, tolerância, caridade, igualdade 
são apenas alguns de outros tantos que se somam a formação humana.
 No que tange a pessoa com deficiência sabe-se que assim como outros grupos 
(como do movimento afro, LGBTQI+ ou indígena) existe um certo preconceito pela 
sua condição dadas diferenças observadas por condições físicas e sensoriais. Isso é 
caracterizado por uma cultura de desconhecimento de potencialidades e por questões 
culturais e socioeconômicas. 
 Dentro do campo da moral há a tendência do exercício do direito e do dever ao 
público com deficiência por meio das leis e, por outro lado, a ética deve levar em conta 
16
a melhor forma de lidar com questões de desrespeito a esses grupos tendo instituições 
como família e a escola a incumbência de educar e ensinar os homens por meio da ética.
Por último, destaca-se que ética e moral são conceitos relevantes que possuem uma 
história bem antiga, sendo objeto de estudo de vários filósofos e pensadores, como: 
Aristóteles, Aquino, Agostino e Kant. No Brasil, no tema, destacam-se alguns filósofos 
como: Marilena Chauí, Leandro Karnal, Mario Sérgio Cortella e Clóvis de Barros Filho. 
Para além deles e de tais conceitos, o próximo tópico vai apontar mais dois conceitos 
importantes em que será possível adentrar ao universo da pessoa com deficiência: 
estigma e preconceito.
1.3 ESTIGMA E PRECONCEITO
 Como verificado no tópico anterior os valores são construídos com base na 
relação entre a ética e moral. Cabe a questão: e quando tais valores são complexos? Para 
compreender isso, pense na seguinte situação: dentro dos valores de nossa sociedade, 
um jogador de futebol é “bom” porque faz muitos gols pelo seu clube/seleção. Todavia, 
esse mesmo profissional, fora de campo é uma pessoa completamente antissocial, 
omissa de opinião e não gosta de conversar com seus fãs ou admiradores. Em alguns 
casos é flagrado “batendo boca” com as pessoas. Reflita: esse mesmo jogador pode ser 
considerado bom? Repare que temos um jogador bom na profissão que escolheu, mas 
não é tão bom assim no relacionamento com as pessoas que o admiram. Daí aparece 
um paradoxo: como ele pode ser bom, se nem sempre é bom? 
A generalização quando relacionada a pessoas pode ter significado de tornar algo comum 
a todos. Assim, dizer que todo brasileiro gosta de futebol pode desconsiderar outras possi-
bilidades.
FIQUE ATENTO
 Posto dessa maneira, é possível tratar o conceito de generalização que significa a 
propagação de uma ideia aceita pela maioria. Com isso, ao se referir a uma pessoa com 
deficiência, ainda é comum, se ter uma perspectiva diminuída de sua participação na 
sociedade. O fato é que as pessoas nascem, crescem e se desenvolvem de maneiras 
diferentes entre si. Todavia, algumas delas, fogem ao padrão de normalidade estabelecido 
pela cultura. 
 Para compreender este padrão de sociedade, basta imaginar, por exemplo, 
a situação seguinte: se numa torcida de futebol todos vestem branco e este é um 
comportamento aceitável, e se de repente aparece uma pessoa vestida de grená? Como 
esta diferença poderia ser enfrentada? Em adendo a essa reflexão, se, numa escola, os 
comportamentos de um estudante são considerados destoantes dos demais ou se um 
aluno se mostra com dificuldade de aprendizagem ou mesmo extrema facilidade de 
aprendizagem, o que isso pode significar? Superdotação? Dificuldade de aprendizagem? 
Deficiência? Outra situação: se existisse uma sociedade composta apenas por pessoas 
com deficiência, uma pessoa sem limitações inserida neste contexto seria considerada 
17
normal ou diferente? O mesmo raciocínio se aplica na lógica inversa, pois as vivências em 
nossa sociedade, na sua maioria, são compostas por pessoas sem deficiência e quando 
se nota alguém fora do padrão, tal diferença é destacada e ressaltada (e aqui vale incluir 
outras condições como obesidade, gênero sexual, questões raciais etc.).
 Por isso a generalização de ideias deve ser tratada de maneira ética, sendo a escola 
uma instituição que deve estar atenta a sua função social, pois do contrário se acentua 
comportamentos de discriminação, sendo as pessoas com deficiência um dos públicos-
alvo desta falta de conhecimento geral.
 Expressões como: “mudinho, ceguinho, aleijado, mongol” estão culturalmente 
presentes em nossa sociedade, mas, são de teor altamente pejorativo. Isso explica o 
conceito de estigma. Para Goffman (2004): 
Os gregos, que tinham bastante conhecimento de re-
cursos visuais, criaram o termo estigma para se referi-
rem a sinais corporais com os quais se procurava evi-
denciar alguma coisa de extraordinário ou mau sobre 
o status moral de quem os apresentava. Os sinais eram 
feitos com cortes ou fogo no corpo e avisavam que o 
portador era um escravo, um criminoso ou traidor uma 
pessoa marcada, ritualmente poluída, que devia ser evi-
tada; especialmente em lugares públicos. Mais tarde, na 
Era Cristã, dois níveis de metáfora foram acrescentados 
ao termo: o primeiro deles referia-se a sinais corporais 
de graça divina que tomavam a forma de flores em 
erupção sobre a pele; o segundo, uma alusão médica a 
essa alusão religiosa, referia-se a sinais corporais de dis-
túrbio físico. Atualmente, o termo é amplamente usado 
de maneira um tanto semelhante ao sentido literal ori-
ginal, porém é mais aplicado à própria desgraça do que 
à sua evidência corporal. (GOFFMAN, 2004, p. 4)
 Dado o exposto, o estigma é uma marca social aplicada à pessoa com deficiência 
em vista daquilo que sinaliza a sua limitação sensorial, física ou ambas. 
 O estigma, às vezes, é confundido com a noção de estereótipo, porém, este 
conceito destaca apenas os pontos negativos das pessoas com deficiência. Trata-se de 
um conhecimento de opinião das pessoas (senso comum) sem que, necessariamente, 
estas conheçam, se relacionem ou mesmo compreendam o que é a deficiência. Alguns 
exemplos de estereótipos comuns voltados as pessoas com deficiência são descritos a 
seguir:
I. São pessoas que sofrem pela sua condição
II. Desenvolvem outras habilidades para compensar suas limitações.
III. São como seres infantis, divinos ou angelicais.
IV. Dependem sempre de outras pessoas, políticas e governo.
V. São pessoas revoltadas, egoístas, exigentes.
VI. São pessoas incapacitadas de aprender, ir à escola, namorar, casar, trabalhar, passear, 
dirigir etc.
18
 Essa lista de estereótipos poderia ser somada a outros equívocos conceituais. Por 
sua vez, a concepção de preconceito sugere por si a seguinte ideia: pré-conceito, ou seja, 
fazer juízo de valor antes de se ter mais informações ou conhecer a realidade. Assim, o 
pré-julgamento pode influenciar o comportamento ético e moral para com a pessoa 
com deficiência, seja no sentido de destacar suas qualidades ou mesmo em ampliar seus 
estigmas, seus estereótipos e assim promovendo a discriminação. Com efeito didático, o 
quadro a seguir faz uma síntese destes conceitos:
Conceito Característica
Estigma Marca social dada a pessoa ou grupo por conta de um pa-
drão socialmente estabelecido. 
Estereótipo Atributo negativo e discriminativo.
Preconceito Juízo de valor pautado em opinião de senso comum, sem 
qualquer conhecimento técnico ou cientifico.
Generalização Propagação de uma ideia defendida pela maioria.
Quadro 1: Síntese conceitual
Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)Por último, com relação aos conceitos apontados no quadro, é importante 
ressaltar que, por vezes não se tem consciência da conduta que se adota dia a dia. Isso 
não significa que se é uma pessoa antiética ou desumana no caso de uma expressão 
indesejada. Infelizmente, pode ser comum se expressar ou manifestar comportamentos 
de preconceito ou estereótipo. Todavia, admitir que isso é algo inapropriado é o primeiro 
passo superar a cultura da discriminação, da exclusão ou do termo mais recente 
“cancelamento” das pessoas na sociedade.
Este tema é muito bem abordado por Júlio Groppa Aquino, o que você pensa de 
colocar uma indicação de leitura PARA SABER MAIS? Segue a referência. AQUI-
NO, J. G.(Org.) Diferenças e Preconceito na Escola: alternativas teóricas e práticas. 
São Paulo: Summus, 1998.Disponível em: https://bit.ly/3NMtL4r. Acesso em: 15 set. 
2021. 
BUSQUE POR MAIS
1.4 DEFICIÊNCIA OU DEFICIENTE?
 Os conceitos de deficiência e deficiente dizem respeito a práticas sociais. Logo, 
para Sassaki (1999) compreender conceitos são fundamentais para o entendimento de 
tais práticas.
 O conceito de deficiência no senso comum pode ser entendido como falta, falha 
ou mesmo fraqueza, já deficiente diz respeito a algo que pode não ser o suficiente e 
do ponto de vista quantitativo, bem como, pode significar algo incompleto. Logo, as 
ciências utilizam este termo para tratar temas como: deficiência nutricional, deficiência 
na coagulação sanguínea, deficiência de vitamina, dentre outros. 
 Assim, no trabalho escolar, é necessário trabalhar tais conceitos, uma vez que, é 
19
uma instituição formativa com necessidade de atuar de modo social. 
 O conceito mais indicado para trabalhar este termo é o de “necessidades especiais”, 
pois é um termo mais amplo. Isso se explica porque em algum momento da escolarização, 
qualquer pessoa pode vir a ter dificuldades na aprendizagem. Isso não quer dizer que 
tais dificuldades signifiquem limitação ou deficiência. Por isso, o termo mais indicado 
seria “necessidades educacionais especiais”. Este conceito pode ser utilizado de maneira 
ampla e em várias circunstâncias.
O Bullying surge neste contexto como sendo a prática de atos violentos, repetidos e com 
a intenção de diminuir uma pessoa indefesa. Isso pode ocasionar à vítima danos físicos e 
psicológicos.
VAMOS PENSAR?
 O mesmo poderia ser aplicado ao tratamento à pessoa com deficiência. Tratar essa 
pessoa como “deficiente” é muito constrangedor, por isso, pessoas com necessidades 
especiais é bem diferente. Faça uma reflexão: você sendo ou não uma pessoa com 
deficiência, gostaria de ser chamado por “deficiente”? O mesmo poderia ser aplicado no 
caso de algum apelido indesejável. Consegue perceber a deselegância no tratamento?
 De acordo com Sassaki (1999, p. 15), o autor aponta que na literatura, em palestras 
e conversas informais pode ser encontrado algumas expressões que são mais bem 
utilizadas em comparação a outras como exibido no quadro 2.
Expressão mais convencionais Expressões menos convencionais
Pessoas portadoras de necessidades especiais Pessoas portadoras de deficiência 
Pessoas com necessidades especiais Pessoa com deficiência
Portadores de necessidades especiais Portadores de deficiências
Quadro 2: Uso de expressões sobre necessidades especiais
Fonte: Adaptado de Sassaki (1999)
 Para Sassaki (1999), o termo “necessidades especiais” também não significa 
“deficiências”. Somado a isso, seria interessante evitar o uso da palavra “deficiência” pois 
soa desagradável ou pejorativa. Isso não significa que a palavra seja equivocada, pois, 
por exemplo, a maioria da legislação brasileira trata o termo “pessoa com deficiência” 
com efeito de fazer definições e direcionamento. Assim, a legislação não usa o termo 
“deficiência” como vocábulo (deficiente), mas sim como substantivo para o contexto 
explicativo. Somado a isso o termo “portador” dá a ideia de posse, ou seja, a pessoa 
portaria algo, como um objeto e isso não se aplica as pessoas.
 Por último, é importante compreender o conceito de pessoa com deficiência 
segundo a legislação brasileira. Assim, o Estatuto da Pessoa com Deficiência (BRASIL, 
2015) no seu artigo 2º descreve:
Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem 
impedimento de longo prazo de natureza física, mental, 
intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma 
ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena 
e efetiva na sociedade em igualdade de condições com 
as demais pessoas. (BRASIL, 2015)
20
FIXANDO O CONTEÚDO
1. (ENADE-2014). Descrevo a ética, é o humano, enquanto humano. Penso que a ética não 
é uma invenção da raça branca, da humanidade que leu os autores gregos nas escolas e 
que seguiu certa evolução. O único valor absoluto é a possibilidade humana de dar, em 
relação a si, prioridade ao outro. Não creio que haja uma humanidade que possa recusar 
este ideal, mesmo que se deva declará-lo ideal de santidade. Não digo que o homem é 
um santo, digo que é aquele que compreendeu que a santidade era incontestável. É o 
começo da filosofia, é o racional, é o inteligível.
(LÉVINAS, E. Entre nós – Ensaios sobre a alteridade. Petrópolis: Vozes, 1997, p. 149-150 
Adaptado).
Considerando o texto acima, avalie as afirmações a seguir:
I. O humano está além da inteligibilidade fundada no logos.
II. A pessoalidade do humano é algo único, inscrevendo-se no universo do ser e na 
generalidade de uma espécie.
III. Os pilares da fundação grega da ética inauguraram uma tradição de pensamento 
voltada para "o humano enquanto humano".
IV. A prioridade dada ao outro marca um horizonte de inteligibilidade do homem 
constituído fundamentalmente pela ética.
É correto apenas o que se afirma em: 
a) I e II
b) I e IV
c) II e III
d) I, III e IV
e) II, III e IV
2. Metafísica, epistemologia, ética, estética, história, lógica e política são campos de 
conhecimento ligados ao que está na alternativa:
a) Filosofia
b) Sociologia
c) Pedagogia
d) Artes
e) Biologia
3. Qual das alternativas a seguir apresenta os termos ética e moral de acordo com a 
etimóloga grega?
a) Pólis e Ethos
b) Ethos e Sophia
c) Ethos e Morale
21
d) Pólis e Morale
e) Morale e Sophia
4. O excerto a seguir refere-se ao conceito de:
Ramo da filosofia que trata as questões sobre como 
devemos viver e, portanto, sobre a natureza de certo e 
errado, bem e mal, dever, obrigação e outros conceitos.
(BUCKINGHAM, 2011, p. 341).
a) Ética
b) Estigma
c) Preconceito
d) Deficiência
e) Moral
5. O estigma, às vezes, é confundido com a noção de estereótipo, que destaca apenas os 
pontos negativos das pessoas com deficiência. Trata-se de um conhecimento de opinião 
das pessoas (senso comum) sem que, necessariamente, estas conheçam, se relacionem 
ou mesmo compreendam o que é a deficiência. Com base nisso observe as frases a 
seguir:
I. São pessoas que sofrem pela sua condição
II. Desenvolvem outras habilidades para compensar suas limitações.
III. São como seres infantis, divinos ou angelicais.
IV. Dependem sempre de outras pessoas, políticas e governo.
V. São pessoas revoltadas, egoístas, exigentes.
VI. São pessoas incapacitadas de aprender, ir à escola, namorar, casar, trabalhar, passear, 
dirigir etc.
O estereótipo à pessoa com deficiência está corretamente identificado na alternativa:
a) I apenas.
b) I, II e III apenas.
c) I, V e VI apenas.
d) I, II, V e VI apenas.
e) Todas as alternativas,
6. Conecte corretamente o conceito representado pela coluna com os números I, II e III 
com seu respectivo significado na coluna com as letras A, B e C:
Conceito Característica
I. Generalização A) Preocupa-se com o comportamento humano. 
II. Ética B) Propagação de uma ideia defendida pela maioria..
III. Moral C) Preocupa-se com as regras que condicionam o 
comportamento humano.
22
a) I-A, II-B, III-C.
b) I-B, II-A , III-C. 
c) I-B, II-C, III-A.
d) I-C, II-B, III- A.
e) I-C, II-A , III-B.
7. Conecte corretamente o conceito representado pela coluna com os números I, II e III 
com seu respectivo significadona coluna com as letras A, B e C:
Conceito Característica
I. Estigma A)Juízo de valor pautado em opinião de senso comum, sem 
qualquer conhecimento técnico ou cientifico
II. Estereótipo B) Atributo negativo e discriminativo.
III. Preconceito C) Marca social dada a pessoa ou grupo por conta de um pa-
drão socialmente estabelecido. .
a) I-A, II-B, III-C.
b) I-B, II-A , III-C.
c) I-B, II-C, III-A.
d) I-C, II-B, III- A.
e) I-C, II-A , III-B.
8. Complete as lacunas com as palavras correspondentes:
“[...] seria interessante evitar o uso da palavra “_____” pois soa desagradável ou _____. Isso 
não significa que a palavra seja equivocada, pois, por exemplo, a maioria da legislação 
brasileira trata o termo “_____ com deficiência” com efeito de fazer definições e 
direcionamento.
a) deficiente pejorativa, pessoa.
b) deficiente, ilustrativa, pessoa.
c) estigma, pejorativo, público.
d) preconceito, conotativo, público.
e) preconceito, pejorativa, pessoa.
23
HISTÓRIA DA PESSOA 
COM DEFICIÊNCIA 
24
2.1 INTRODUÇÃO
 Compreender todos os fatos da história seria tarefa complexa dado as várias 
interpretações que são dadas pelos eventos históricos por visões totalmente distintas. 
Basta imaginar narrar um fato da história de sua família, você explicaria de uma maneira 
e outra pessoa de outro modo. Assim sendo, a história narra um fato e a cada informação 
nova, busca-se situar e contextuar todas as etapas na compreensão de um assunto ou 
fenômeno. 
 O filósofo político Edmund Burke dizia: “Um povo que não conhece a sua história 
está condenado a repeti-la”. Em outras palavras, conhecer a história significa evitar 
cometer erros do passado e construir um futuro mais virtuoso.
Dado isso, a história da pessoa com deficiência tem uma narrativa de muita dor e solidão. 
Foi preciso muitos séculos para que se pudesse dedicar a ela um olhar mais integrativo 
na sociedade.
 Nesta unidade você verá, no primeiro tópico, um pouco desta historicidade desde 
os primeiros registros no ocidente advindos da Grécia Antiga e com a progressiva 
extensão até a Idade Média e o início do século XX.
 No século XX, segundo tópico de estudo, será estudado a concepção da deficiência 
sofre influencias do modelo médico em vista de experiências europeias. Neste contexto, 
no Brasil, aumentam-se as instituições especializadas, sobretudo aquelas que se dedicam 
em nível educacional.
 O último tópico, em referência ao século XXI verifica-se o alcance da legislação e 
a política em prol da pessoa com deficiência. Nesta época consolida-se a compreensão 
de sua condição na sociedade, assim como, se inicia os debates sobre a igualdade e 
inclusão social. Para isso, verificara algumas leis que são direcionadas a tal público, em 
especial, na educação.
2.2 BREVE PERCURSO HISTÓRICO SOBRE A DEFICIÊNCIA
 Tratar a história da pessoa com deficiência é um exercício constante de situar a 
própria história humana e, doravante a isso, a história de vida de cada pessoa. Assim, 
com as várias possíveis linhas do tempo a serem construídas paralelamente também é 
possível situar aquela referente ao das pessoas com deficiência em âmbito nacional e 
mundial.
 Para iniciar observe a seguinte figura:
Figura 1: Leito de Procusto
Fonte: Daiponível em: https://bit.ly/3x3yEQQ. Acesso em: 15 set. 2021.
25
 Essa figura trata a cena da mitologia grega denominada leito de pro custo. 
Segundo a mitologia, pro custo era um bandido que vivia numa floresta e ele tinha uma 
cama grande. Quando ele sequestrava e saqueava as pessoas levava todas até a cama 
em seu esconderijo. Assim, colocava-as no móvel e, para aquelas que tinha as pernas e 
braços maior do que a cama, os membros eram cortados e as que tinham tais membros 
pequenos eram esticados (cena da figura 1). Em outras palavras, a cama (leito) era a 
medida certa. 
 Com essa cena mitológica os primeiros relatos sobre a história da pessoa com 
deficiência, na Grécia Antiga, revelam que as crianças, ao nascer “eram medidas no 
leito de pro custo” e, mediante o padrão estabelecido, eram consideradas aptas para a 
sociedade ou, caso contrário, eram eliminadas.
 A percepção da deficiência se altera muito ao longo da história, pois da Grécia 
Antiga até o contexto vigente é possível tratar a questão dos direitos e dos deveres, bem 
como, trazer aspectos do desenvolvimento da ciência em prol do auxílio a tal público. 
 O fato é que muito se desconhecia sobre a saúde e a própria deficiência e o 
estigma, dessa maneira, prevaleciam sobre outros tantos aspectos. Assim, nas guerras do 
passado, o soldado que tinha algum membro amputado ou tinha uma perda sensorial 
era considerado inválido e, em certos casos, ele dava cabo da própria vida com a intenção 
de não sofrer ou se tornar um desafio para a família.
 Na Idade Média (476 d.C. a 1453) consolidou-se na Europa o feudalismo, que foi 
o sistema econômico predominante. Em paralelo houve o advento do cristianismo 
e com ele, por meio de estudiosos (no geral os padres) houve o desenvolvimento da 
moral religiosa e outras explicações sobrenaturais sobre o funcionamento da vida e da 
sociedade. Por assim ser, a diferença entre algumas pessoas eram atribuídas a causa 
divina, como sendo um castigo ou mesmo uma possessão demoníaca. No período da 
inquisição , por exemplo, as pessoas desviantes do padrão eram mortas na fogueira. 
 Por se tratar de uma época em que a concepção religiosa predominou, uma 
contradição do cristianismo passou a ganhar força: a caridade. Ela tinha por essência o 
amor ao próximo, assim, o comportamento desviante passou a ser considerado como 
condição de santificação. Somado a isso, para Mendes (2009):
Com o desenvolvimento da ciência, descobriu-se que as 
pessoas muito diferentes haviam tido um histórico de 
alguma doença que deixará sequelas. Começaram, en-
tão, as descobertas e classificações das deficiências em 
função da área de habilidade perdida – visual, auditiva, 
motora, intelectual etc. a partir daí a deficiência começa 
a ser uma área de domínio e tratamento da medicina, 
e as pessoas com deficiências passaram a ser conside-
radas doentes, sendo institucionalizadas em hospitais, 
hospícios, sanatórios etc. (MENDES, 2009, p. 25)
 TCom a ciência, seu desenvolvimento e a criação de tecnologias percebeu-se que 
as pessoas com deficiência podiam aprender e se beneficiar da Educação. Daí deriva 
algumas possibilidades de atendimento educacional com a criação de instituições 
para internato, sanatórios, manicômios, hospitais, escolas especializadas e até mesmo 
métodos pedagógicos. Alguns nomes surgem neste contexto como sendo referências 
aos trabalhos na Educação e Educação Especial.
26
 Em alguns casos, foram os primeiros a desenvolver estudo na área de alguma 
deficiência ou mesmo criar um instituto para essas pessoas. 
 O Quando 3 a seguir exibe algumas informações:
Cientista Ano/local Tipo de produção Tipo de deficiência
Jean-Paul 
Bonet
1620 – França Livro: Redação das Letras e Ar-
tes de Ensinar os Mudos a Falar.
Auditiva
Chales M. 
Eppée
1776 - França Livro: A Verdadeira Maneira de 
Instruir Surdos-Mudos
Auditiva
Valentin 
Hauy
1784 - França Criou o Instituto Nacional dos 
Jovens Cegos
Visual
Louis Braille 1829 – França Criador do sistema braile Visual
Jean Marc 
Itard
1801 - França Livro: Da Educação do Homem 
Selvagem
Intelectual
Edward 
Seguin
1846 - França Livro: Traitement Moral, Hygiè-
ne et Éducations des Idiots 
Intelectual
Maria 
Montessori
Século XVIII
Século XIX
Criou o método da 
autoeducação
Intelectual
Quadro 3: Síntese de autores da história da deficiência
Fonte: Adaptado de Mazzota (2005)
 Do que foi exposto, é notório perceber que as primeiras experiências de atendimento 
educacional as pessoas com deficiência se realizaram no continente europeu. Isso se 
explica porque foi lá que ocorreu o desenvolvimento cientifico. 
 No Brasil, por sua vez, com um certo atraso na linha temporal, as experiências 
concretizadas na Europa caracterizaram-se como iniciativas do período monárquico ,por 
meio de iniciativas oficiais e particulares que ocorriam de maneira isolada, em especial, 
nas santas casas de misericórdia. Por fim, o atendimento às pessoas com deficiência, 
com destaque ao campo educacional, passou a ser objeto de política pública no pais a 
partir do século XX. 
2.3 A PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO SÉCULO XX
 No século XX, o desenvolvimento das ciências propiciou mudanças significativas 
na compreensão das condições de deficiência. Para além da Europa, os Estados Unidos 
da América se configura como um polo importante no desenvolvimento de estudos e 
pesquisas. Parte disso se explica mediante a fuga dos cérebros da Europa para aquele 
país durante o período de vigência das duas guerras mundiais e o seu fortalecimento 
enquanto potência bélica.
 No que tange a aspectos econômicos, este século consolidou as Revoluções 
Industriais e iniciou uma expansão da rede de comunicação jamais visto na história da 
humana com o advento da internet. 
 As mudanças causadas por tais avanços trouxeram outros dilemas sociais como 
aumento de acidentes (por guerra, trânsito ou terrorismo) que ampliou, como exemplo, 
a oferta de serviços para pessoas com deficiência física. 
 Ainda no início do século XX, a educação das pessoas com deficiência acontecia em 
27
instituições especificas. Destaca-se duas delas, da época do império: o Imperial Instituto 
dos Meninos Cegos, que mudou de nome em 1890 para Instituto Nacional dos Cegos 
e, no ano seguinte passando a ter a nomenclatura Instituto Benjamim Constant (IBC) 
presente até a atualidade na cidade do Rio de Janeiro e o Instituto Nacional de Educação 
dos Surdos (INES) que obteve essa nomenclatura após cem anos de sua fundação (em 
1957), sendo o nome original Imperial Instituto dos Surdos-Mudos. 
 Na época do surgimento do INES e o IBC, de acordo com Mazzota (2005), o ensino 
era voltado para a educação literária e o ensino profissionalizante. Esta última modalidade 
pode ser explicada pela entrada dos modelos de produção fabril no Brasil, onde a mão-
de-obra era escassa e a pessoa com deficiência passou a ser vista como um potencial 
econômico de: a) ou baixo preço para atuar no desenvolvimento de funções básicas ou 
b) de preço alto, no caso dos acidentes de trabalho e as lutas dos sindicatos para defesa 
dos interesses dos trabalhadores. Vale ressaltar que o próprio processo de escolarização 
não era expandido para toda população.
 Em vista do modelo médico, no início do século XX a deficiência era tida causa 
sanitária e o surgimento de algumas ciências, como a Psicologia, passou a buscar 
compreender os fenômenos de comportamento humano. Em vista disso, a deficiência 
intelectual passou a ser alvo de muitos estudos e pesquisas. Todavia, até os anos 1950 
o Brasil não teve muitos avanços nos estudos das pessoas com deficiência ou mesmo 
em políticas educacionais, salvo pela criação de várias instituições de internação com 
desenvolvimento de propostas de ensino. Por sinal, por falta do conhecimento sobre a 
deficiência e por falta da modalidade de educação especial causava a separação entre 
estudantes com ou sem deficiência nas escolas regulares. 
 O Quadro 4 exibe algumas destas instituições que realizaram atendimento escolar 
por tipo de deficiência:
Instituição Ano/Local de criação Tipo de deficiência 
Instituto Benjamin Constant 1890 – Rio de Janeiro/
RJ
Visual
Instituto de Cegos Padre Chico 1928 – São Paulo/SP Visual
Fundação para o livro do Cego no 
Brasil (Fundação Dorina Nowill)
1946 – São Paulo/SP Visual
Instituto Santa Terezinha 1929 – Campinas/SP Auditivo
Escola Municipal Helen Keller 1951 – São Paulo/SP Auditivo
Instituto Educacional de São 
Paulo
1954 – São Paulo/SP Auditivo
Santa Casa de Misericórdia de São 
Paulo
1931 – São Paulo/SP Física
Lar-Escola São Francisco 1943 – São Paulo/SP Física
Associação de Assistência à Crian-
ça Defeituosa (AACD)
1950 – São Paulo/SP Física
Instituto Pestalozzi de Canoas 1927 – Canoas/RS Mental
Sociedade Pestalozzi de Minas 
Gerais
1935 – Belo Horizonte/
MG
Mental
28
Sociedade Pestalozzi do Estado 
do Rio de Janeiro
1948 – Rio de Janeiro/
RJ
Mental
Sociedade Pestalozzi de São Pau-
lo
1952 – São Paulo/SP Mental
Associação de Pais e Amigos dos 
Excepcionais – APAE – Rio de 
Janeiro
1954 – Rio de Janeiro/
RJ
Mental
Associação de Pais e Amigos dos 
Excepcionais – APAE – São Paulo
1961 – São Paulo/SP Mental
Quadro 4: Instituições para a educação de pessoas com deficiência 1900-1950
Fonte: Adaptado de Mazzota (2005)
 É possível observar que essas são algumas das instituições que ganharam 
notoriedade no contexto nacional. O trabalho de algumas delas foi relevante para 
o debate de questões políticas envolvendo as pessoas com deficiência no Brasil. 
Portanto, a segunda metade do século XX, se destaca pelos movimentos de igualdade e 
reconhecimento de direitos nas políticas públicas.
 De acordo com Mazzota (2005) em 1960 a Sociedade Pestalozzi e a APAE 
influenciaram junto ao Ministério da Educação e Cultura uma campanha denominada 
Campanha Nacional de Educação e Reabilitação de Deficientes Mentais (CADEME) 
que tinha a finalidade de promover em território nacional a educação, treinamento, 
reabilitação e assistência educacional das crianças com deficiência intelectual em todas 
as faixas etárias, independente do gênero.
 A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional em 1971, em seu artigo 9º deu um 
avanço ao prever na escola básica “tratamento especial aos excepcionais”, mas como se 
sabe, a cultura não era de inclusão e as instituições especializadas tinham preferência de 
atendimento na opinião popular. 
 Em 1973, no período da ditadura militar, foi criado o Centro Nacional de Educação 
Especial (CENESP) que em 1983 foi transformado em Secretaria de Educação Especial 
(SESPE), órgão que passou a responder pelas políticas sobre pessoas “excepcionais”. 
 De volta ao período democrático, a Constituição Federal de 1988, no seu artigo 
art. 206, §1º, estabeleceu a igualdade de condições de acesso e permanência na escola 
como um dos princípios para o ensino e garante, como dever do Estado, a oferta do 
atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino. 
(BRASIL, 1988).
 Em 1990, com a reestruturação do Ministério da Educação a SESPE é extinta 
e é criado o Departamento de Educação Supletiva e Especial (DESE) que dura até a 
saída do presidente Fernando Collor de Melo em 1992, sendo posterior a isso uma nova 
reorganização do MEC com o reaparecimento da Secretaria de Educação Especial SEESP 
onde estava contida a Coordenadoria Nacional Para a Integração da Pessoa Portadora 
de Deficiência (CORDE), órgão este que promoveu até a primeira década dos anos 2000 
várias políticas e orientações à sociedade brasileira.
A Educação Básica contempla três etapas escolares, a primeira conhecida como Educa-
ção Infantil, o Ensino Fundamental para crianças de seis a quatorze anos e o Ensino Médio 
VAMOS PENSAR?
29
que contempla a escolarização de jovens entre quinze e dezoito anos de idade. Em todas 
estas etapas a Educação Especial atua de modo paralelo, inclusive, no Ensino Superior.
2.4 A PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO SÉCULO XXI
 O início de um novo século e de um novo milênio colocou a pessoa com deficiência 
em um patamar jamais visto na história. Tal público, após um século de muito debates 
e lutas passaram a ser consideradas como cidadãos de direitos e deveres em âmbito 
mundial e nacional. Isso se explica, de acordo com Pereira (2010) em vista do jusnaturalismo 
que fez avançar o reconhecimento das particularidades e especificidades das pessoas 
com deficiência.
O jusnaturalismo é um conceito que deriva do direito e reconhece as especificidades políti-
cas e de direito de grupos minoritários, caso das pessoas com deficiência
FIQUE ATENTO
 Para além disso, ainda na primeira década houve muitos avanços ao direito da 
educação e ao avanço da educação especial. Se antes a escolarização ocorria apenas 
em instituições especializadas,a partir de então, ela passa ocorrer também nas escolas 
regulares sob a égide da inclusão e por meio das políticas públicas. O quadro 5 aponta 
algumas das principais legislações que garantem direito da escolarização à pessoa com 
deficiência. 
Lei Título Característica
Resolução CNE/CEB nº 
2/2001
Diretrizes Nacionais 
para a Educação Espe-
cial na Educação Básica
Amplia o caráter da educação es-
pecial para realizar o atendimento 
educacional especializado comple-
mentar ou suplementar à escolari-
zação
Resolução CNE/CP nº 
1/2002
Diretrizes Curriculares 
Nacionais para a Forma-
ção de Professores da 
Educação Básica
As instituições de ensino superior 
devem prever, em sua organização 
curricular, formação docente vol-
tada para a atenção à diversidade 
e que contemple conhecimentos 
sobre as especificidades dos alunos 
com necessidades educacionais 
especiais
Lei nº 10.436/2002 LIBRAS Reconhece a Língua Brasileira de 
Sinais – Libras como meio legal de 
comunicação e expressão
Portaria nº 2.678/2002 Braille Trata as diretrizes e normas para o 
uso, o ensino, a produção e a difu-
são do sistema Braille em todas as 
modalidades de ensino, compre-
endendo o projeto da Grafia Braille 
para a Língua Portuguesa.
30
Resolução CNE/CEB n° 
4/2009
Atendimento Educacio-
nal Especializado
Complementar ou suplementar 
a formação do aluno por meio da 
disponibilização de serviços, recur-
sos de acessibilidade e estratégias 
que eliminem as barreiras para sua 
plena participação na sociedade e 
desenvolvimento de sua aprendiza-
gem.
Lei Federal n.º 
13.005/2014
Plano Nacional de Edu-
cação 2014-2024
A Meta 4 aponta a intenção de uni-
versalizar, para a população de 4 a 
17 anos com deficiência, transtornos 
globais do desenvolvimento e altas 
habilidades ou Superdotação, o 
acesso à educação básica e ao aten-
dimento educacional especializado, 
preferencialmente na rede regular 
de ensino, com a garantia de siste-
ma educacional inclusivo, de salas 
de recursos multifuncionais, classes, 
escolas ou serviços especializados, 
públicos ou conveniados
Quadro 5: Principais legislações no âmbito educacional para as pessoas com deficiência
Fonte: Adaptado de Mazzota (2005)
 Vale ressaltar mais duas conquistas. A Política Nacional de Educação Especial na 
Perspectiva da Educação Inclusiva de 2008 que considerando uma modalidade de ensino 
que perpassa todos os níveis, etapas e modalidades, realiza o atendimento educacional 
especializado, disponibiliza os serviços e recursos próprios desse atendimento e orienta 
os alunos e seus professores quanto a sua utilização nas turmas comuns do ensino 
regular.
O Estatuto da Pessoa Com Deficiência é um documento que deve ser conhecido, 
estudado e promovido socialmente. Disponível em: https://bit.ly/3NI4NU1. Acesso 
em: 15 jun. 2021.
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 Por último, a maior conquista, até o momento para a pessoa com deficiência é a 
Lei Federal n. º 13.146/2015, conhecido como Estatuto da Pessoa com Deficiência. Trata-
se de uma legislação que atende a vários temas requeridos pelos movimentos em prol 
da pessoa com deficiência desde o século XX. A legislação trata temas como: igualdade 
e não discriminação, atendimento prioritário, direitos fundamentais (vida, trabalho, 
reabilitação, saúde, moradia, transporte), dentre outros. No que tange a Educação sinaliza 
para sistemas de ensino inclusivo durante toda trajetória escolar. Ela também define a 
pessoa com deficiência como aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza 
física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, 
pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições 
com as demais pessoas. (BRASIL, 2015)
31
 Vale apontar que, mesmo diante de várias legislações e políticas públicas que 
no contexto atual protegem as pessoas com deficiência, na prática, ainda é preciso 
mudar um pouco a cultura que ainda carece de exemplos e modelos. De todo modo, 
a sociedade brasileira está em uma crescente de maturidade e exemplo disso são os 
ídolos que surgem nos esportes paraolímpicos que mostra o potencial e as histórias de 
vida que inspiram, bem como a participação de tal público nos meios de comunicação 
e redes sociais como influenciadores digitais.
32
FIXANDO O CONTEÚDO
1. (UFSC–2018). Sobre a história da educação especial, indique se as afirmativas abaixo 
são verdadeiras (V) ou falsas (F) e assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
( ) Atualmente considera-se que o termo mais adequado para se referir aos estudantes 
com alguma deficiência é “portador de deficiência”.
( ) A educação especial sempre se caracterizou e se organizou em uma perspectiva 
inclusiva. 
( ) A história da educação das pessoas com deficiência no Brasil mostra que o poder 
público assumiu integralmente o atendimento educacional dessas pessoas desde o 
período imperial.
( ) Por muito tempo a educação especial foi ofertada como atendimento educacional 
especializado, substitutivo ao ensino comum, em instituições especializadas, escolas 
especiais e classes especiais. 
a) F – V – V – F 
b) V – F – F – V 
c) F – F – F – V 
d) V – V – F – F
e) V – F – V – F
2. (UFSC-2018). Na Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação 
Inclusiva (2008), a educação especial é: 
a) uma modalidade de educação escolar oferecida, preferencialmente, na rede regular 
de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais.
b) uma modalidade que deve, no que for possível, enquadrar-se no sistema geral de 
educação, a fim de integrar os alunos com deficiência na comunidade. 
c) uma modalidade de ensino que perpassa todos os níveis, etapas e modalidades, realiza 
o atendimento educacional especializado, disponibiliza os serviços e recursos próprios 
desse atendimento e orienta os alunos e seus professores quanto a sua utilização nas 
turmas comuns do ensino regular. 
d) específica para atender crianças e jovens que apresentem deficiências físicas 
ou mentais, os que se encontrem em atraso considerável quanto à idade regular de 
matrícula e os superdotados. 
e) específica para crianças e jovens com deficiência que possuem condições de 
acompanhar e desenvolver as atividades curriculares programadas do ensino comum, 
no mesmo ritmo que os alunos ditos normais. 
3. (UFSC-2018) 21) De acordo com a Lei n. 13.146/2015 (Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa 
com Deficiência), a pessoa com deficiência é aquela que apresenta: 
a) perda ou anormalidade de uma estrutura ou função psicológica, fisiológica ou 
33
anatômica que gere incapacidade para o desempenho de atividade, dentro do padrão 
considerado normal para o ser humano. 
b) impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o 
qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e 
efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas. 
c) déficit de atenção, hiperatividade, transtornos globais do desenvolvimento ou altas 
habilidades e dificuldades de aprendizagem, não correspondendo aos padrões de ritmo 
e aprendizagem referentes à maioria das pessoas da mesma idade. 
d) limitações de participação na sociedade e de desenvolvimento em função de sua 
condição orgânica que causem impedimentos permanentes. 
e) deficiência física ou mental, ou que se encontra em atraso considerável quanto à 
idade regular de matrícula.
4. A Resolução CNE/CEB n. 4/2009 institui que o Atendimento Educacional Especializado 
(AEE) tem como função: 
a) substituir a formação do aluno em sala de aula comum pela disponibilização, em Salas 
de Recursos Multifuncionais, de serviços, recursos de acessibilidade e estratégias que 
eliminem as barreiras para sua plena participação na sociedade e para o desenvolvimento 
de sua aprendizagem. 
b) complementar ou suplementar a formação do aluno por meio da disponibilização 
de serviços, recursos de acessibilidade e estratégias que eliminem as barreiras para sua 
plena participação nasociedade e desenvolvimento de sua aprendizagem. 
c) reforçar os conteúdos trabalhados na sala de aula comum. 
d) promover adaptações curriculares para os alunos com deficiência, transtornos globais 
do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação. 
e) garantir condições de igualdade no acesso ao conhecimento por parte dos alunos com 
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação.
5. (UFSC-2018). Assinale a alternativa que completa corretamente a lacuna da frase 
abaixo. A Lei nº 13.146/2015 (Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência) indica 
que a educação constitui direito da pessoa com deficiência, assegurado ___________ em 
todos os níveis e aprendizado ao longo de toda a vida, de forma a alcançar o máximo 
desenvolvimento possível de seus talentos e habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e 
sociais, segundo suas características, interesses e necessidades de aprendizagem. 
a) aulas de reforço escolar 
b) escolas especializadas 
c) classes especiais 
d) segundo professor 
e) sistema educacional inclusivo
6. No leito de pro custo, se constatado que a pessoa não possuía os padrões esperados 
ou mesmo possuía algum tipo de deficiência, o resultado era o que está na alternativa:
a) Encaminha a especialistas da área da saúde.
b) Eliminada ou morta. 
34
c) Devolvida aos pais/responsáveis com orientações sanitárias
d) Sacrificada em nome dos deuses em rituais religiosos.
e) Queimada na fogueira pela inquisição religiosa.
7. No Brasil Império foram criadas duas instituições voltadas, uma para o atendimento 
de pessoas com deficiência visual e outros para deficiência auditiva. No momento de sua 
fundação foram fundados, respectivamente com o nome Instituto Nacional dos Cegos 
(1854) e Imperial Instituto dos Surdos-Mudos (1857) que existem até os dias atuais, na 
cidade do Rio de Janeiro, porém, com uma nova nomenclatura que esta corretamente 
apresentada na alternativa: com os nomes que estão na alternativa:
a) Associação de Assistência à Criança Defeituosa (AACD) e Sociedade Pestalozzi de São 
Paulo.
b) Instituto Benjamim Constant (IBC) e Instituto Nacional de Educação dos Surdos (INES).
c) Sociedade Pestalozzi de São Paulo e Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – 
(APAE)
d) Associação de Assistência à Criança Defeituosa (AACD) e Instituto Benjamim Constant 
(IBC) e Instituto Nacional de Educação dos Surdos (INES)
e) Instituto Nacional de Educação dos Surdos (INES) e Associação de Assistência à Criança 
Defeituosa (AACD)
8. Em vista do modelo médico, no início do século XX a deficiência era tida causa sanitária 
e, graças aos avanços de estudos sobre o tema, houve o surgimento de algumas ciências. 
Uma delas, em especial, passou a buscar compreender os fenômenos de comportamento 
humano. Em vista disso, a deficiência intelectual passou a ser alvo de muitos estudos e 
pesquisas. A ciência referida no excerto está corretamente apresentada na alternativa:
a) Psicologia.
b) Pedagogia. 
c) Sociologia
d) Educação Especial.
e) Fisioterapia.
35
DEFICIÊNCIA, INCLUSÃO 
E DIREITOS HUMANOS 
36
 Nesta unidade você vai estudar a consolidação dos direitos e da inclusão da pessoa 
com deficiência na sociedade. Tal processo, não foi tão simples e mudanças significativas 
na cultura ou no paradigma da deficiência só foram conquistadas por meio de muitas 
formas de se conhecer as especificidades de tal público.
 Dentro dos paradigmas, você verá que a segregação perdurou por muito tempo e 
as pessoas com deficiências eram colocadas à parte da sociedade. Na integração, grosso 
modo, este público era moldado ao contexto da sociedade e, na inclusão, a sociedade é 
que se molda às especificidades da deficiência.
 Já na perspectiva da sociedade inclusiva verifica-se a existência de algumas 
barreiras que impedem a participação ativa das pessoas com deficiência na sociedade. 
Todavia, em vista de leis que regulam os direitos a este público, verifica-se que a 
participação efetiva ainda depende de sintonia entre os diferentes atores.
 Sobre o direito das pessoas com deficiência você verificará alguns instrumentos 
de ordem mundial e nacional que permitiram garantir direitos e deveres a este público 
como parte de movimentos que lutaram pela igualdade.
3.1 INTRODUÇÃO
3.2 PARADIGMAS (SEGREGAÇÃO, INTEGRAÇÃO E INCLUSÃO)
 O conceito de paradigma, dentre as mais variadas definições pode ser compreendido 
como um modelo ou um padrão a ser seguido. Como estudado anteriormente os 
conceitos de estigma e preconceito constroem na cultura um imaginário de padrão 
ideal. Por causa disso, o objeto desviante, ou seja, algo identificado como diferente ou 
incomum pode ser destacado de maneira positiva ou negativa. Como sabido, no caso 
das pessoas com deficiência, houve no passado a cultura do estranhamento de maneira 
mais evidente em comparação aos dias atuais.
 Por essa razão, a quebra de paradigma, ou mesmo, a mudança de cultura sobre 
determinado aspecto é uma ação construída em prol dos oprimidos e que demanda 
muito tempo e muito trabalho de mudança de pensamento. Na história da pessoa com 
deficiência, a mudança de paradigma ocorreu em vários momentos. Para compreender 
isso, de acordo com Sassaki (1999) tais etapas de mudança de paradigma podem ser 
explicadas pelos conceitos pré-inclusivistas e pelos conceitos inclusivistas.
Você pode conferir um exemplo ilustrativo de como se configurava o tipo de vida 
da pessoa com deficiência segregada no (1974) ” filme: “O Enigma de Kaspar 
Hauser”. Você pode obter mais informações no artigo:
SABOYA, M. C. L. O ENIGMA DE KASPAR HAUSER (1812?-1833): UMA ABORDAGEM 
PSICOSSOCIAL. Psicologia USP [online]. 2001, v. 12, n. 2 [Acessado 17 Fevereiro 2022] 
, pp. 105-117. Disponível em: https://bit.ly/3K8CThv. Acesso em: 15 set. 2021
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37
 Antes, porém, é importante relembrar que do início da história até o século XIX 
a pessoa com deficiência era segregada, ou seja, era afastada da convivência com 
outras pessoas. Na Grécia Antiga, por exemplo, era colocada à própria sorte. Na Idade 
Média poderia ser compreendida como detentora de possessão demoníaca e poderia 
ser queimada na fogueira pela inquisição, mas, ainda nesta época, passou por uma 
mudança de paradigma (também dada pela religião) que passou a compreender ela 
como um ser humano comum a todos os outros e que deveria ser considerada enquanto 
um ser que merece o mesmo amor que Jesus amou aos homens. Com isso, relatos 
históricos apresentam que eram colocadas em instituições, manicômios ou sanatórios. 
Tal fato permitiu desenvolver algumas ciências que passou a estudar a condição de tais 
impedimentos e limitações, fato que culmina com o primeiro conceito pré-inclusivista, o 
modelo médico.
 De acordo com Sassaki (1999) os principais conceitos pré-inclusivistas são:
• Modelo médico da deficiência.
• Integração social
• Normalização
• Mainstreaming
 O modelo médico da deficiência considerava a pessoa com deficiência como 
doentes, incapazes e os considerava dependentes. Na sociedade contemporânea, o 
efeito deste tipo de modelo é responsável pela manutenção deste tipo de paradigma na 
cultura, bem como, cria resistências, no caso da educação inclusiva. Afinal, para Sassaki 
(1999):
É sabido que a sociedade sempre foi, de um modo geral, 
levada a acreditar que, sendo a deficiência um proble-
ma existente exclusivamente na pessoa com deficiente, 
bastaria prover-lhe algum tipo de serviço para solucio-
ná-lo. (SASSAKI, 1999, p. 29).
 Por meio desta percepção foi possível observar o aumento no número de 
instituições especializadas às pessoas com deficiência no século XX, bem como, os 
centros de reabilitação. O modelo médico, em sua essência “tenta melhorar” tal público 
para que elas possam se adequar à sociedade.
 A integração social é um conceito que surgiu para combater a secular exclusão 
à pessoa com deficiência. Desde a segunda metade do século XX, após o surgimento 
de instituições oriundas do modelo médico, houve um aumento considerável

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