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DIREITO 
PENAL IV 
Anna Carolina Gomes dos Reis
Dos crimes contra a 
administração da justiça
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Definir os crimes de denunciação caluniosa e comunicação falsa de 
crime ou contravenção.
  Explicar os crimes de falso testemunho e falsa perícia.
  Analisar os crimes de exercício arbitrário das próprias razões, fraude 
processual e favorecimento pessoal e real. 
Introdução
A justiça é um dos princípios basilares de qualquer Estado pautado pela 
democracia, constitucionalidade e legalidade de seus atos. Assim, cons-
titui-se como um dos principais mecanismos de aplicação e preservação 
dos direitos fundamentais de um povo.
Neste capítulo, você vai ler sobre os crimes que protegem a admi-
nistração de justiça e a eficácia dos instrumentos jurídicos colocados 
à disposição pelo Estado, como processos judiciais e administrativos, 
inquéritos e todos os elementos que envolvem a integridade e a eficácia 
de tais procedimentos. Assim, você vai ler sobre os delitos de denunciação 
caluniosa, comunicação falsa de crime ou contravenção, falsa perícia, 
falso testemunho, corrupção ativa de testemunha ou perito, exercício 
arbitrário das próprias razões, fraude processual, favorecimento real e 
favorecimento pessoal. 
1 Denunciação caluniosa
O crime de denunciação caluniosa encontra-se tipifi cado no art. 339 do Código 
Penal (BRASIL, 1940, documento on-line):
Art. 339 Dar causa à instauração de investigação policial, de processo judicial, 
instauração de investigação administrativa, inquérito civil ou ação de improbi-
dade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o sabe inocente:
Pena — reclusão, de dois a oito anos, e multa.
§ 1º A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve de anonimato 
ou de nome suposto.
§ 2º A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de contravenção.
O objetivo do delito é tutelar a autoridade da administração da justiça e a 
honra da pessoa física ou jurídica cujo crime é falsamente imputado. O sujeito 
ativo do crime pode ser qualquer pessoa (crime comum), quando o crime ou 
a contravenção, objeto da imputação, couber ação pública incondicionada; 
ou pode ter como sujeito ativo exclusivamente o ofendido ou o Ministro da 
Justiça (crime próprio), quando ao crime ou à contravenção objeto da impu-
tação couber ação pública condicionada à representação. O sujeito passivo é o 
Estado e secundariamente a pessoa prejudicada com a denunciação caluniosa. 
O objeto material é a instauração de:
  investigação policial;
  processo judicial;
  instauração de investigação administrativa;
  inquérito civil;
  ação de improbidade administrativa.
O verbo nuclear da conduta é “dar causa”, o que significa provocar o início 
dos procedimentos previstos no caput do art. 339 do Código Penal, objeto 
material desse delito (BRASIL, 1940).
O § 1º do art. 339 dessa norma apresenta uma causa de aumento de pena, 
que determina o aumento de sua sexta parte se o agente se valer do anonimato 
ou de nome falso (suposto). O § 2º do art. 339 refere-se à forma privilegiada da 
denunciação caluniosa, nos casos em que o delito falsamente imputado é uma 
contravenção. Nesse caso, a pena será diminuída pela metade (BRASIL, 1940). 
O elemento subjetivo é o dolo direto, uma vez que o agente deve “imputar 
o crime de que o sabe inocente”. O delito não admite culpa. A consumação 
vai ocorrer no momento em que a investigação policial, o processo judicial, 
Dos crimes contra a administração da justiça2
a investigação administrativa, o inquérito civil ou a ação de improbidade 
administrativa são iniciados contra alguém que o sabe inocente, imputando-lhe 
falsamente crime ou contravenção. A tentativa é admitida, pois esse delito 
permite fracionamento do iter criminis.
O delito previsto no art. 339, caput e § 1º, do Código Penal é considerado 
de elevado potencial ofensivo e não permite os benefícios da Lei nº. 9.099, 
de 26 de setembro de 1995 (BRASIL, 1940; 1995). Por outro lado, a figura 
privilegiada prevista no § 2º é classificada como médio potencial ofensivo e 
admite, apenas, a suspensão condicional do processo. A ação penal é pública 
incondicionada. Segundo a doutrina, o crime de denunciação caluniosa é 
classificado como (BRASIL, 1940):
  pluriofensivo;
  comum ou próprio (conforme o caso);
  material;
  de dano;
  de execução livre;
  comissivo (regra);
  instantâneo;
  unissubjetivo;
  plurissubsistente.
2 Comunicação falsa de crime ou contravenção
O crime de comunicação falsa de crime ou contravenção encontra-se tipifi cado 
no art. 340 do Código Penal (BRASIL, 1940, documento on-line): “Art. 340 
Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de 
contravenção que sabe não se ter verifi cado: Pena — detenção, de um a seis 
meses, ou multa”. O objetivo do delito é tutelar a autoridade da administração 
da justiça, em particular, seu patrimônio, que é desperdiçado com persecução 
de crime falsamente noticiado. O sujeito ativo do crime pode ser qualquer 
pessoa (crime comum). O sujeito passivo é o Estado. O objeto material, segundo 
Masson (2018, p. 735), é a “[...] ação da autoridade ilegalmente provocada pela 
conduta criminosa”. O verbo nuclear da conduta é provocar, o que signifi ca 
dar causa a um procedimento. O agente pode se valer de meios orais, por 
escrito, de forma identifi cada ou anônima.
3Dos crimes contra a administração da justiça
A principal diferença entre o crime de comunicação falsa de crime ou contravenção 
é que, na denunciação caluniosa, o agente acusa alguém certo e determinado, que 
sabe não ter cometido crime algum; já na comunicação falsa não existe um sujeito, 
apenas a falsa existência do crime (CUNHA, 2018).
 O elemento subjetivo do crime é o dolo com a finalidade de provocar 
indevidamente a ação de autoridade pública. O crime não admite culpa. 
A consumação vai ocorrer no momento em que a autoridade policial dá início 
ao procedimento decorrente da comunicação falsa. A tentativa é admitida, 
pois esse delito permite fracionamento do iter criminis.
O delito previsto no art. 340 do Código Penal é considerado de menor 
potencial ofensivo e permite os benefícios da Lei nº. 9.099/1995 (BRASIL, 
1940; 1995). A ação penal é pública incondicionada. Segundo a doutrina, o 
crime de comunicação falsa de crime ou contravenção é classificado como 
(BRASIL, 1940):
  simples;
  comum;
  material;
  de dano;
  de execução livre;
  comissivo (regra);
  instantâneo;
  unissubjetivo;
  plurissubsistente. 
3 Falso testemunho ou falsa perícia
O crime de falso testemunho encontra-se tipifi cado no art. 342 do Código 
Penal (BRASIL, 1940, documento on-line):
Art. 342 Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, 
perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, 
inquérito policial, ou em juízo arbitral:
Dos crimes contra a administração da justiça4
Pena — reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
§ 1º As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é praticado 
mediante suborno ou se cometido com o fim de obter prova destinada a produzir 
efeito em processo penal, ou em processo civil em que for parte entidade da 
administração pública direta ou indireta.
§ 2º O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que 
ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade.
O objetivo do delito é tutelar a autoridade da administração da justiça, 
em particular, a veracidade da produção de provas. O sujeito ativo do crime 
é a pessoa indicada para ser testemunha, os peritos e os intérpretes (crime 
próprio). O sujeito passivo é o Estado e secundariamente a pessoa prejudicada 
com o falso testemunho/perícia. O objeto material é o depoimento prestado, 
no caso do falso testemunho, ou o laudo, cálculo, entre outros, elaborados por 
peritos, intérpretes e tradutores, se for falsa perícia. Como condutas
nucleares, 
temos os atos de:
  fazer afirmação falsa; ou seja, mentir diante da autoridade a respeito 
de um fato; 
  negar a verdade, que é a recusa de confirmar a veracidade sobre algum fato;
  calar a verdade, que nada mais é do que fazer silêncio quando deveria 
pronunciar-se sobre determinado fato.
O elemento subjetivo é dolo. O crime não admite culpa. A consumação 
vai ocorrer no momento do encerramento do depoimento (falso testemunho) 
ou da entrega do laudo (falsa perícia). A tentativa, segundo entendimento 
majoritário, não é admitida. O art. 342, § 1º, prevê três causas de aumento da 
pena (BRASIL, 1940): 
  crime praticado mediante suborno, que é a promessa de pagamento ou 
qualquer recompensa em troca do falso testemunho/perícia;
  se cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em 
processo penal; 
  em processo civil em que a parte for entidade da Administração Pública 
direta ou indireta. 
Nas causas de aumento da pena, a pena será aumentada em um sexto. 
O art. 342, § 2º, impõe a exclusão da pena nos casos em que o agente, antes da 
sentença, no processo em que ocorreu o falso testemunho ou perícia, retrate-se 
ou declare a verdade (BRASIL, 1940).
5Dos crimes contra a administração da justiça
O delito previsto no art. 342 do Código Penal é considerado de médio 
potencial ofensivo e permite a suspensão condicional do processo se o agente 
cumprir os requisitos do art. 89 da Lei nº. 9.099/1995 (BRASIL, 1940, 1995). 
A ação penal é pública incondicionada. Segundo a doutrina, o crime de falso 
testemunho é classificado como (BRASIL, 1940):
  simples;
  mão própria;
  formal; 
  de dano; 
  de execução livre; 
  comissivo ou omissivo; 
  instantâneo; 
  unissubjetivo;
  plurissubsistente ou unissubsistente.
Ainda relacionado ao falso testemunho e à falsa perícia, temos o delito do 
art. 343 do Código Penal (BRASIL, 1940, documento on-line), que é chamado 
por alguns juristas de corrupção ativa de testemunha ou perito:
Art. 343 Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer outra vantagem a 
testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete, para fazer afirmação 
falsa, negar ou calar a verdade em depoimento, perícia, cálculos, tradução 
ou interpretação:
Pena — reclusão, de três a quatro anos, e multa.
Parágrafo único. As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime 
é cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo 
penal ou em processo civil em que for parte entidade da administração pública 
direta ou indireta.
O objetivo do delito é tutelar a autoridade da administração da justiça, em 
particular, a probidade da prestação jurisdicional. O sujeito ativo do crime 
pode ser qualquer pessoa (crime comum). O sujeito passivo é o Estado e se-
cundariamente a pessoa prejudicada com a corrupção de testemunha, peritos, 
intérpretes, tradutores e contadores. 
Os objetos materiais podem ser testemunhas, peritos, intérpretes, tradutores 
e contadores, cuja vantagem indevida é entregue, oferecida ou prometida. 
Como verbos nucleares da conduta, temos os atos de dar, prometer e ofere-
Dos crimes contra a administração da justiça6
cer dinheiro ou qualquer vantagem, seja de natureza material ou imaterial. 
O elemento subjetivo é o dolo com a finalidade de efetuar suborno. O crime 
não admite culpa.
A consumação vai ocorrer no momento em que o suborno for oferecido, 
prometido ou entregue para testemunha, peritos, intérpretes, tradutores ou 
contadores. A tentativa é admitida nos casos de fracionamento do iter criminis 
ou quando for praticado na forma escrita. O art. 343, § 1º, prevê três causas 
de aumento da pena (BRASIL, 1940): 
  crime praticado mediante suborno, que é a promessa de pagamento ou 
qualquer recompensa em troca do falso testemunho/perícia; 
  se cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em 
processo penal; 
  processo civil em que for parte entidade da administração pública 
direta ou indireta. 
Nas causas de aumento da pena, a pena será aumentada em um sexto 
(CAPEZ, 2018). O delito previsto no art. 343 do Código Penal é conside-
rado de elevado potencial ofensivo e não permite os benefícios da Lei nº. 
9.099/1995 (BRASIL, 1940; 1995). A ação penal é pública incondicionada. 
Segundo a doutrina, o crime de corrupção ativa de testemunho ou perito é 
classificado como (BRASIL, 1940):
  simples; 
  comum; 
  formal; 
  de dano; 
  de execução livre; 
  comissivo (regra); 
  instantâneo; 
  unissubjetivo; 
  unissubsistente ou plurissubsistente.
7Dos crimes contra a administração da justiça
4 Exercício arbitrário das próprias razões 
O crime de exercício arbitrário das próprias razões encontra-se tipifi cado no 
art. 345 do Código Penal (BRASIL, 1940, documento on-line):
Art. 345 Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora 
legítima, salvo quando a lei o permite:
Pena — detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena corres-
pondente à violência.
Parágrafo único. Se não há emprego de violência, somente se procede me-
diante queixa.
O objetivo do delito é tutelar a autoridade da administração da justiça, 
em particular, a autoridade do Estado em solucionar conflitos. O sujeito 
ativo do crime pode ser qualquer pessoa (crime comum). O sujeito passivo 
é o Estado.
O objeto material é a coisa ou pessoa sobre quem é exercida a arbitrarie-
dade. O verbo nuclear da conduta é fazer justiça com as próprias mãos, 
em vez de direcionar ao Poder Judiciário. O elemento subjetivo é o dolo com 
a finalidade de satisfazer pretensão pessoal legítima. O crime não admite 
culpa. A consumação vai ocorrer no momento em que o agente inicia os 
meios de execução para satisfazer a sua pretensão. A tentativa é admitida.
O delito previsto no art. 345 do Código Penal é considerado de menor po-
tencial ofensivo e permite os benefícios da Lei nº. 9.099/1995 (BRASIL, 1940; 
1995). A ação penal como regra é privada, mas, se houver uso de violência, a 
ação será pública incondicionada. Segundo a doutrina, o crime de exercício 
arbitrário das próprias razões é classificado como (BRASIL, 1940):
  simples; 
  comum; 
  formal; 
  de dano; 
  de execução livre; 
  comissivo (regra); 
  instantâneo;
  unissubjetivo;
  plurissubsistente. 
Dos crimes contra a administração da justiça8
5 Fraude processual 
O crime de fraude processual encontra-se tipifi cado no art. 347 do Código 
Penal (BRASIL, 1940, documento on-line):
Art. 347 Inovar artificiosamente, na pendência de processo civil ou admi-
nistrativo, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de induzir a 
erro o juiz ou o perito:
Pena — detenção, de três meses a dois anos, e multa.
Parágrafo único. Se a inovação se destina a produzir efeito em processo penal, 
ainda que não iniciado, as penas aplicam-se em dobro.
O objetivo do delito é tutelar a autoridade da administração da justiça, em 
particular, a legalidade dos atos praticados no âmbito processual. O sujeito 
ativo do crime pode ser qualquer pessoa (crime comum), ainda que não tenha 
interesse no processo. O sujeito passivo é o Estado.
O objeto material é a pessoa, coisa ou lugar que será instrumento da fraude 
processual. O verbo nuclear da conduta é o ato de inovar, cujo sentido é a 
modificação sobre algo. Tal inovação deve ter natureza de artifício.
O elemento subjetivo é o dolo com a finalidade de induzir juiz ou perito a 
erro. O crime não admite culpa. A consumação vai ocorrer no momento em 
que o agente faz uso da fraude para induzir a erro o juiz ou perito. A tentativa 
é admitida, pois esse delito permite fracionamento do iter criminis.
O delito previsto no art. 347, caput, do Código Penal é considerado de 
menor potencial ofensivo e permite os benefícios da Lei nº. 9.099/1995 (BRA-
SIL, 1940; 1995). Por outro lado, a hipótese prevista no art. 347, parágrafo 
único, é classificada como de médio potencial ofensivo, admitindo apenas 
a suspensão condicional do processo se o agente cumprir os requisitos do
art. 89 da lei. A ação penal é pública incondicionada. Segundo a doutrina, 
o crime de fraude processual é classificado como (BRASIL, 1940):
  simples; 
  comum; 
  formal; 
  de dano; 
  de execução livre; 
  comissivo;
  instantâneo;
  unissubjetivo;
  plurissubsistente.
9Dos crimes contra a administração da justiça
6 Favorecimento pessoal
O crime de favorecimento pessoal encontra-se tipifi cado no art. 348 do Código 
Penal (BRASIL, 1940, documento on-line):
Art. 348 Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de crime a 
que é cominada pena de reclusão:
Pena — detenção, de um a seis meses, e multa.
§ 1º Se ao crime não é cominada pena de reclusão:
Pena — detenção, de quinze dias a três meses, e multa.
§ 2º Se quem presta o auxílio é ascendente, descendente, cônjuge ou irmão 
do criminoso, fica isento de pena.
O objetivo do delito é tutelar a autoridade da administração da justiça, 
em particular, seu patrimônio, que é desperdiçado com persecução de crime 
falsamente noticiado. O sujeito ativo do crime pode ser qualquer pessoa (crime 
comum). O sujeito passivo é o Estado.
O objeto material, segundo Masson (2018, p. 735), é a “[...] ação da 
autoridade ilegalmente provocada pela conduta criminosa”. O verbo nuclear 
da conduta é “provocar”, o que significa dar causa a um procedimento. 
O agente pode se valer de meios orais, por escrito, de forma identificada 
ou anônima.
O elemento subjetivo é o dolo com a finalidade de auxiliar um agente 
criminoso a escapar das autoridades públicas. Não admite culpa. A consu-
mação vai ocorrer no momento em que a ajuda ao criminoso é efetivada, 
deixando-o fora do alcance das autoridades públicas, ainda que por um 
período curto. A tentativa é admitida.
O art. 348, § 2º, do Código Penal trata de uma escusa absolutória, cuja pena é excluída 
em razão de imunidade penal material e absoluta tida por ascendentes, descendentes 
e cônjuges em face dos laços de afeto e proteção que familiares possuem entre si. 
Dos crimes contra a administração da justiça10
O delito previsto no art. 348 do Código Penal é considerado de menor 
potencial ofensivo e permite os benefícios da Lei nº. 9.099/1995 (BRASIL, 
1940; 1995). A ação penal é pública incondicionada. Segundo a doutrina, o 
crime de favorecimento real é classificado como (BRASIL, 1940):
  simples; 
  comum; 
  material; 
  de dano; 
  de execução livre; 
  comissivo;
  instantâneo; 
  unissubjetivo;
  plurissubsistente.
7 Favorecimento real
O crime de favorecimento real encontra-se tipifi cado no art. 349 do Código 
Penal (BRASIL, 1940, documento on-line): “Art. 349 Prestar a criminoso, fora 
dos casos de co-autoria ou de receptação, auxílio destinado a tornar seguro o 
proveito do crime: Pena — detenção, de um a seis meses, e multa”. 
O objetivo do delito é tutelar a autoridade da administração da justiça, em 
particular, a recuperação de patrimônio perdido em decorrência de ato delituoso. 
O sujeito ativo do crime pode ser qualquer pessoa (crime comum). Os sujeitos 
passivos são o Estado e a vítima do crime (anterior) cujos bens foram alvo 
de conduta criminosa. O objeto material é a vantagem material ou imaterial 
decorrente de um crime cometido antes do favorecimento real. O verbo nuclear 
da conduta é “prestar”, que possui um sentido de ajuda ou assistência prestada 
a um criminoso com o intuito de garantir o proveito de um delito.
O elemento subjetivo é o dolo com a finalidade de tornar seguro o proveito 
de um crime cometido por outrem. Não admite culpa. A consumação vai 
ocorrer no momento em que o agente auxilia o criminoso para tornar vantajoso 
o delito cometido por este. A tentativa é admitida, pois esse delito permite o 
fracionamento do iter criminis.
O delito previsto no art. 349 do Código Penal é considerado de menor 
potencial ofensivo e permite os benefícios da Lei nº. 9.099/1995 (BRASIL, 
11Dos crimes contra a administração da justiça
1940; 1995). A ação penal é pública incondicionada. Segundo a doutrina, o 
crime de favorecimento real é classificado como (BRASIL, 1940): 
  pluriofensivo; 
  comum; 
  de forma; 
  de dano; 
  de execução livre; 
  comissivo; 
  instantâneo;
  unissubjetivo;
  plurissubsistente.
BRASIL. Decreto-Lei nº. 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Código Penal. Diário Ofi-
cial da União, 31 dez. 1940. Disponível em: http://www2.camara.leg.br/legin/fed/
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html. Acesso em: 12 fev. 2020.
BRASIL. Lei nº. 9.099, de 26 de setembro de 1995. Dispõe sobre os Juizados Especiais 
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nível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9099.htm. Acesso em: 12 fev. 2020.
CAPEZ, F. Curso de Direito Penal. 26. ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2019.
CUNHA, S. R. Manual de Direito Penal: parte especial. 10. ed. Salvador: Editora JusPO-
DIVM, 2018. 1.024 p.
MASSON, C. R. Direito Penal: parte especial. 10. ed. São Paulo: Editora Método, 2018. v. 3.
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a 
rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de 
local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade 
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
Dos crimes contra a administração da justiça12

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