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CRIMES AMBIENTAIS E LEGISLAÇÃO

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CAPÍTULO
6CRIMES AMBIENTAIS 
E LEGISLAÇÃO
–CRIMES AMBIENTAIS E LEGISLAÇÃO–
112
Diante da ausência de um Código Ambiental, as leis de 
cunho ambiental, no Brasil, se apresentam de forma esparsa, 
isto é, difundida em várias leis.
A Lei dos Crimes Ambientais teve por mérito dispor 
sobre as sanções penais e administrativas derivadas das con-
dutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente, o 
que, em termos práticos, significa afirmar que, em um único 
diploma legislativo, passamos a ter disciplinados os crimes 
contra o meio ambiente de forma sistematizada.
A Lei dos Crimes Ambientais ou LCA (Lei 9.605/98) foi 
dividida em diferentes seções, as quais estipularam os crimes 
contra a fauna, flora, contra o ordenamento urbano e cultu-
ral, além dos crimes de poluição e outros crimes ambientais.
A LCA ainda pune a ação e a omissão em relação ao dano 
ambiental. Entenda-se, pune aquele que sabendo da conduta 
criminosa de outrem não impede sua prática, quando podia 
agir para evitar o fato.
A LCA prevê tantos tipos penais apenados a título de 
dolo quantos tipos penais aonde a modalidade culposa é 
admitida.
Em vários tipos penais presentes na LCA, optou o 
Legislador por utilizar a norma penal em branco, de modo 
que a conduta proibida está vagamente prevista, isto é, pen-
dente de uma complementação por outros dispositivos legais 
ou atos normativos.
Podem ser ainda os crimes ambientais classificados em 
crimes de perigo, bastando a existência da mera probabilidade 
do dano para que o mesmo seja configurado; em crimes de 
–CRIMES AMBIENTAIS E LEGISLAÇÃO–
113
mera conduta, para os quais a consumação se dará com a 
simples ação ou omissão, não sendo necessário a ocorrência 
de nenhum resultado naturalístico da ação.
Mas, não restam dúvidas de que a grande polêmica da 
LCA diz respeito à inclusão da pessoa jurídica como sujeito 
ativo do crime ambiental, atacando frontalmente o princípio 
clássico de direito penal, “societas delinquere non potest”1, 
ou seja, a Lei dos Crimes Ambientais fez surgir uma nova 
mentalidade incriminadora, que rompeu com os clássicos 
esquemas jurídicos penais e passou a julgar as infrações am-
bientais sobre a ótica especialíssima da educação ambiental, 
como forma de prevenção aos abusos e usos indiscriminados 
e incorretos dos bens ambientais.
6.1 Crimes Contra Fauna
A fauna é o conjunto de animais que vivem em seu 
hábitat natural, em liberdade e compõem o ecossistema do 
planeta. Nos termos da referida Lei 5.197/97, artigo 1º: “Os 
animais de qualquer espécie, em que qualquer fase de seu 
desenvolvimento e que vivem naturalmente fora do seu cati-
veiro, constituindo a fauna silvestre, bem como seus, ninhos, 
abrigos e criadouros naturais, são propriedade do Estado, 
sendo proibido a sua utilização, perseguição, destruição, 
caça ou apanha”.
1 Societas delinquere non potest é uma expressão latina que significa 
«a sociedade não pode cometer um crime», usada no direito penal para 
se referir a um princípio clássico sobre a responsabilidade criminal das 
pessoas jurídicas.
–CRIMES AMBIENTAIS E LEGISLAÇÃO–
114
A lei protetora à fauna está definida na Lei protetora 
nº 5.197/67, pela qual explicita em seu artigo 36, o Conselho 
Nacional de Proteção à Fauna.
Assim, é evidente que a fauna tem fundamental impor-
tância para a biodiversidade e para os ecossistemas de nosso 
planeta. Segundo a revista Isto É de 18 de abril de 2001, o 
tráfico de animais movimenta cerca de U$10 bilhões por ano 
no extermínio de várias espécies, entre elas o papagaio-da-
-cara-roxa. (Isto É, nº 1.646, 2001, p.80- 83).
Portanto, em resposta à revogação do Código de Caça de 
1943 pela Lei 5.197/67, com a finalidade de proteção à fauna, a 
União estabelece normas gerais e os Estados e Distrito Federal 
estabelecem normas suplementares. Sendo previsto no artigo 
23, VIII, CF, reconhecendo competência concorrente dos 
entes federativos, para preservar as florestas, fauna, pesca.
O artigo 225, § 1 º, VII, quando inclui entre os meios 
de assegurar a efetividade do direito ao meio ambiente equi-
librado a “proteção da fauna, vedando-se, na forma da lei, 
as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, 
provoquem a extinção ambientais de espécies ou submetam 
os animais à crueldade.”
Portanto com relação à Constituição Federal (artigo 
225) e o Código de Defesa do Consumidor (artigo 81, §úni-
co, I), temos que os chamados bens públicos, mas sim como 
sendo bens difusos. As condutas referentes aos crimes contra 
a fauna estão previstas nos artigos 29 a 37 da Lei 9.605/98, 
podendo ser praticadas por qualquer pessoa.
As condutas infracionais consistem em:
–CRIMES AMBIENTAIS E LEGISLAÇÃO–
115
Artigo 29 - Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar 
espécies as faunas silvestres, nativos ou em rota migratórias, 
sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade 
competente, ou em desacordo com a obtida;
Artigo 30 - Exportar peles e couro de anfíbios e rép-
teis em bruto, sem autorização da autoridade ambiental 
competente.
Artigo 31 - Introduzir espécies de animal no País, 
sem parecer técnico oficial favorável; e licença expedida por 
autoridade ambiental competente. Artigo 32 - Praticar ato 
de abuso, maus tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, 
domésticos, nativos ou exóticos;
Artigo 33 - Provocar, pela emissão de efluentes ou 
carreamento de matérias, o perecimento de espécies da fauna 
aquática existentes em rios, lagos, açudes, lagoas, baias ou 
águas jurisdicionais brasileiras;
Artigo 34 - Pescar no período no qual a pesca seja 
proibida ou em lugares interditados por órgãos compete;
Artigo 35 - Pescar mediante a utilização de explosivos, 
ou substâncias que, em contato com a água, produzam efeitos 
semelhante-substâncias tóxicas, ou outro meio proibido pela 
autoridade competente.
6.2 Crimes Contra a Flora
Flora é o conjunto de plantas de uma região e de um 
país. Elas interagem com outros seres vivos, denominando-se 
ecossistema sustentado. Podemos salientar que toda a comu-
nidade de seres vivos –vegetais ou animais – interage com 
–CRIMES AMBIENTAIS E LEGISLAÇÃO–
116
o meio circundante, com o qual estabelece um intercâmbio 
recíproco, continuo ou não, durante determinado período 
de tempo, de tal forma que ‘um fluxo de energia produza 
estruturas bióticas claramente definidas e uma ciclagem de 
materiais entre as partes vivas e não - vivas’.
Esse conjunto de fatores, respectivamente denominados 
biocenose e biótopo, dão origem a um complexo que recebe o 
nome de ecossistema sustentado graças às constantes trocas 
de matérias e energia, responsáveis por seu equilíbrio.
Tendo em vista a proteção da flora, ao bem jurídico 
ambiental, a atual Lei 9.605/98, dispõe em seu artigo 38, 
“destruir ou danificar floresta considerada de preservação 
permanente, mesmo que em formação, ou utilizá-la com 
infringência das normas de proteção: Pena – detenção, de 
um a três anos, ou multa, ou ambas as penas cumulativa-
mente. Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será 
reduzida à metade.”
Assim explica a doutrina:
 ◦ Sujeito ativo é qualquer pessoa imputável, inclu-
sive o proprietário, possuidor direto ou indireto, 
administrador, caseiro, arrendatário ou parceiro. 
A pessoa jurídica também pode ser responsabi-
lizada criminalmente;
 ◦ Sujeito passivo, a coletividade, e indiretamente 
o proprietário ou possuidor da área que sofrer o 
dano ambiental;
 ◦ Objeto jurídico: A preservação do meio am-
biente, das florestas, das áreas de preservação 
–CRIMES AMBIENTAIS E LEGISLAÇÃO–
117
permanente, sendo de suma importância para 
proteção dos rios e da fauna;
 ◦ Elemento subjetivo: É o dolo, que consiste na 
livre e consciente prática de uma conduta descrita 
no tipo. Existem três modalidades de condutas: 
destruir, danificar e utilizar.
O crime ambiental consuma-se conforme artigo 38 
da Lei nº 9.605/98, quando o agente “destruir ou danificar 
floresta considerada de preservação permanente, mesmo 
que em formação, ouutilizá-la com infringência das normas 
de proteção”.
A tentativa só se admite na modalidade dolosa, quan-
do um terceiro impede o agente de praticar o referido cri-
me descrito acima. Conforme artigo 26 da Lei dos Crimes 
Ambientais, nas infrações penais prevista nesta Lei, a ação 
penal é pública incondicionada, e a competência será em 
razão do lugar em que foi cometida a infração.
Nos crimes ambientais de menor potencial ofensivo, a 
proposta de aplicação imediata de pena restritiva de direitos 
ou multa, prevista no artigo 76 da Lei nº 9.099/95, somen-
te poderá ser formulada desde que tenha havido a previa 
composição do dano ambiental, de que trata o artigo 74 da 
mesma Lei, salvo em caso de comprovada impossibilidade”.
Como também a possibilidade da suspensão condicional 
do processo, no referido artigo da Lei nº 9.099/95, que assim 
dispõem, “Nos crimes em que a pena mínima cominada for 
igual ou inferior a 1 (um) ano, abrangidas ou não por esta lei, 
o ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor 
–CRIMES AMBIENTAIS E LEGISLAÇÃO–
118
a suspensão do processo por 2 (dois) anos a 4 (quatro) anos, 
desde que o acusado não esteja sendo processado ou não 
tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais 
requisitos que autorizam a suspensão condicional da pena 
(artigo 77 do Código Penal).
Transcrevemos os artigos abaixo para citar as infrações 
penais referentes a Lei dos Crimes Ambientais contra a flora:
Artigo 38 - Destruir ou danificar floresta considerada 
de preservação permanente, mesmo que em formação, ou 
utiliza-la infringindo normas de proteção;
Artigo 39 - Cortar árvores em consideradas de preser-
vação permanente, sem permissão da autoridade competente;
Artigo 40 - Causar dano direto ou indireto às Unidades 
de Conservação e às áreas de que se trata o artigo 27 do 
decreto 99.274/90, independentemente de sua localização;
Artigo 41 - Provocar incêndio em mata ou floresta;
Artigo 42 - Fabricar, vender, transportar ou soltar 
balões que possam provocar incêndios nas florestas e demais 
formas de vegetação, em áreas urbanas ou qualquer tipo de 
assentamento humano.
6.3 Poluição e outros Crimes Ambientais
Os principais tipos de poluição são as atmosféricas, 
hídricas, sonoras ou visuais. O crime exige que a poluição 
tenha potencialidade de lesão à saúde humana ou que efe-
tivamente cause a morte de animais ou vegetais. Pune-se a 
forma dolosa (caput) ou culposa (§1º) conforme artigo:
–CRIMES AMBIENTAIS E LEGISLAÇÃO–
119
Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em ní-
veis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde 
humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a 
destruição significativa da flora. Se o crime:
I. tornar uma área, urbana ou rural, imprópria para 
a ocupação humana;
II. causar poluição atmosférica que provoque a re-
tirada, ainda que momentânea, dos habitantes 
das áreas afetadas, ou que cause danos diretos à 
saúde da população;
III. causar poluição hídrica que torne necessária a 
interrupção do abastecimento público de água de 
uma comunidade;
IV. dificultar ou impedir o uso público das praias;
V. ocorrer por lançamento de resíduos sólidos, líqui-
dos ou gasosos, ou detritos, óleos ou substâncias 
oleosas, em desacordo com as exigências estabe-
lecidas em leis ou regulamentos.
A pena aplicada será de reclusão, de um a cinco anos, 
sendo que, crimes qualificados pelo resultado mais graves 
podem ser dolosos ou culposos.
Art. 58. Nos crimes dolosos previstos nesta Seção, as 
penas serão aumentadas:
I. de um sexto a um terço, se resulta dano irreversível 
à flora ou ao meio ambiente em geral;
–CRIMES AMBIENTAIS E LEGISLAÇÃO–
120
II. de um terço até a metade, se resulta lesão corporal 
de natureza grave em outrem;
III. até o dobro, se resultar a morte de outrem.
Parágrafo único. As penalidades previstas neste artigo 
somente serão aplicadas se do fato não resultar crime mais 
grave.
Pode haver aplicação da suspensão condicional da pena, 
tendo em vista a condenação à pena privativa de liberdade não 
ultrapassar o limite máximo de três anos previsto no artigo 
16 da Lei 9.605/98. É cabível ainda a suspensão condicional 
do processo (artigo 89 da Lei 9.099/95), pois a pena mínima 
abstratamente cominada é inferior a um ano.
A realização de atividade poluidora sem autorização 
está prevista no artigo 60:
“Art. 60. Construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer 
funcionar, em qualquer parte do território nacional, estabele-
cimentos, obras ou serviços potencialmente poluidores, sem 
licença ou autorização dos órgãos ambientais competentes, 
ou contrariando as normas legais e regulamentares perti-
nentes.” Podemos destacar:
• Conduta típica é a falta de licença ou autorização 
para obra que tem potencialidade de poluir o meio 
ambiente;
• É crime de mera conduta, consuma-se com o ato de 
construir reformar etc., não sendo necessário que 
haja efetiva poluição;
–CRIMES AMBIENTAIS E LEGISLAÇÃO–
121
• Havendo a poluição responde também pelo crime 
do Art. 54.
A pena pode ser detenção, de um a seis meses, ou multa, 
ou ambas as penas cumulativamente.
A Lei de Crimes Ambientais tutela o meio ambiente 
ameaçado pela extração ilícita de recursos minerais:
Art. 55. Executar pesquisa, lavra ou extração de recursos 
minerais sem a competente autorização, permissão, conces-
são ou licença, ou em desacordo com a obtida. Trata-se de 
crime comum, de mera atividade, de ação múltipla, de forma 
livre, comissivo ou omissivo (parágrafo único do art. 55), 
admitindo-se a tentativa. A Lei 9.605/98 estabelece ainda 
as causas de aumento de pena.
Importante mencionar que o referido crime é de ação 
penal pública incondicionada (art. 26) e que a competên-
cia para processo e julgamento é dos Juizados Especiais 
Criminais, estaduais ou federais (art. 61 da Lei 9.099/95 e 
art. 2° da Lei 1 0.259/01).
Vale observar que a extração de recursos minerais de-
pende, normalmente, tanto de consentimento estatal de cará-
ter ambiental (cujo intuito é proteger o meio ambiente, bem 
de caráter difuso) quanto de outro de caráter econômico (cujo 
intuito é proteger os bens minerais de domínio da União).
Sob o enfoque econômico, dispõe a Constituição Federal 
de 1988 que a pesquisa e a lavra de recursos minerais somente 
poderão ser efetuadas mediante autorização ou concessão 
da União, no interesse nacional, por brasileiros ou empresa 
–CRIMES AMBIENTAIS E LEGISLAÇÃO–
122
constituída sob as leis brasileiras e que tenha sua sede e 
administração no País.
A autorização de pesquisa é dada mediante alvará de 
autorização do Diretor-Geral do Departamento Nacional de 
Produção Mineral - DNPM - e configura-se como título mi-
nerário que outorga o direito de realizar a pesquisa mineral. 
Aquele que explora recurso mineral pertencente à União, 
sem autorização legal ou em desacordo com as obrigações 
impostas pelo título autorizativo, comete crime previsto no 
artigo 2°da Lei 8.1 76/91, diploma que define crimes contra 
a ordem econômica.
Nada obstante, e com o objetivo de proteger o meio am-
biente, a Resolução CONAMA 237/97 e a Lei Complementar 
140, de 08 de dezembro de 2011 (que regulamentam os as-
pectos do licenciamento ambiental), determina que a loca-
lização, a construção, a instalação, a ampliação, modificação 
e operação de empreendimentos utilizadores de recursos 
naturais capazes de causar degradação ambiental dependerão 
de prévio licenciamento do órgão ambiental competente.
As atividades minerárias, normalmente potencialmente 
causadoras de significativo impacto ambiental, devem obter 
o licenciamento ambiental para iniciar e desenvolver suas 
atividades regularmente.
Como se vê, executar pesquisa, lavra ou extração de re-
cursos m inerais sem a competente licença ambiental, ou em 
desacordo com a obtida, também configura crime, tipificado 
no artigo 55 da Lei de Crimes Ambientais.
–CRIMES AMBIENTAIS E LEGISLAÇÃO–
123
6.4 Crimes Contra o Ordenamento Urbano e o 
Patrimônio Cultural
Destruir, inutilizar,deteriorar, alterar o aspecto ou es-
trutura (sem autorização), pichar ou grafitar bem, edificação 
ou local especialmente protegido por lei, ou ainda, danificar, 
registros, documentos, museus, bibliotecas e qualquer outra 
estrutura, edificação ou local protegidos quer por seu valor 
paisagístico, histórico, cultural, religioso, arqueológico e etc. 
Também é considerado crime a construção em solo não edifi-
cável (por exemplo áreas de preservação), ou no seu entorno, 
sem autorização ou em desacordo com a autorização concedida.
6.5 Crimes Contra a Administração Ambiental
Os crimes contra a administração incluem afirmação 
falsa ou enganosa, sonegação ou omissão de informações e 
dados técnico-científicos em processos de licenciamento ou 
autorização ambiental; a concessão de licenças ou autoriza-
ções em desacordo com as normas ambientais; deixar, aquele 
que tiver o dever legal ou contratual de fazê-lo, de cumprir 
obrigação de relevante interesse ambiental; dificultar ou 
obstar a ação fiscalizadora do Poder Público.
6.6 Sanções Penais
Ao se referir às sanções penais, a Lei 9.605, de 
12.02.1998, no que concerne às sanções penais, procurou 
adaptar-se às diretrizes que vem sendo traçadas pela políti-
ca criminal e ambiental de nosso País. Trata-se de alcançar 
–CRIMES AMBIENTAIS E LEGISLAÇÃO–
124
formas alternativas de impor sanção ao condenado, mas 
evitando, dentro do possível, seu encarceramento e o contato 
com outros presos.
No âmbito específico do Direito Ambiental há o princípio 
da prevenção, uma das vigas mestras do Direito Ambiental. 
O legislador levou em consideração tal circunstância, procu-
rando, além do caráter de retribuição e de castigo das penas, 
dar ênfase ao seu caráter preventivo.
Nos dias atuais, a tutela penal do meio ambiente con-
tinua sendo uma necessidade indispensável, especialmente 
quando as medidas nas esferas administrativa e civil não 
surtirem efeitos desejados. A medida penal tem por escopo 
prevenir e reprimir condutas praticadas contra a natureza.
Na verdade, a garantia do meio ambiente saudável 
transcende o que está nas leis, parecendo próxima do direito 
natural do ser humano. Atenta a isso, nossa Lei Maior, em 
seu art. 225, § 3º, estabeleceu que “as condutas e atividades 
consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infra-
tores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e, admi-
nistrativas, independentemente da obrigação de reparar os 
danos causados”.
Assim sendo, quando houver indícios da ocorrência de 
uma determinada conduta, que o direito penal qualifica como 
criminosa, o hermeneuta, à luz do princípio da intervenção 
mínima, deverá avaliar as circunstâncias do caso concreto 
e a efetiva periculosidade da situação que se lhe apresenta, 
antes de, pretender simplesmente enquadrá-la na lei.
A repressão às infrações penais ambientais são:
–CRIMES AMBIENTAIS E LEGISLAÇÃO–
125
a) Pena privativa de liberdade
As penas privativas de liberdade para os ilícitos penais 
praticados pelas pessoas físicas são as tradicionais reclu-
são e detenção, para os crimes, e prisão simples, para as 
contravenções.
Cabe ressaltar, que a maioria das novas infrações pe-
nais, pela quantidade da pena cominada, enseja a aplicação 
dos institutos da transação penal, suspensão do processo e 
suspensão condicional da pena.
b) Restritivas de direito
Com os olhos postos no perfil do delinquente comum 
ambiental, cujo encarceramento não é aconselhável, possibi-
litou o legislador a aplicação de penas restritivas de direitos 
em substituição às privativas de liberdade.
Nesse sentido, a Lei 9.605 (BRASIL, 1988) dispõe que 
as penas restritivas de direitos são autônomas e substituem 
as penas privativas de liberdade nos casos em que se tratar 
de crime culposo, ou for aplicada pena privativa de liberdade 
inferior a quatro anos, ou, ainda, a culpabilidade, os ante-
cedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, 
bem como os motivos e as circunstâncias do crime indicarem 
que a substituição seja suficiente para efeitos de reprovação 
e prevenção do crime (artigo 7º, I e II).
As penas restritivas de direitos, que terão a mesma dura-
ção da pena privativa de liberdade substituída, compreendem:
I – Prestação de serviços à comunidade
–CRIMES AMBIENTAIS E LEGISLAÇÃO–
126
II – Interdição temporária de direitos
III – Suspensão parcial ou total de atividades
IV – prestação pecuniária
V – recolhimento domiciliar.
Anote-se, ainda, a possível conversão da pena restritiva 
de direitos em privativa de liberdade, em caso de descumpri-
mento injustificado da restrição imposta ou de superveniente 
condenação a pena privativa de liberdade, por outro crime, 
conforme o disposto no artigo 44, §§ 4º e 5º do Código Penal 
(BRASIL, 1940), com a redação dada pela lei 9.714 de 1998 e 
diante da subsidiariedade da lei penal comum expressamente 
prevista no artigo 79 da Lei 9.605 de 1998.
c) Pena de multa
A pena de multa, instrumento tradicional de exigir ações 
socialmente corretas para que mantenha força retributiva, 
será calculada segundo os critérios do Código Penal; se reve-
lar ineficaz, ainda que aplicada no valor máximo, poderá ser 
aumentada até três vezes, tendo em vista o valor da vantagem 
econômica auferida.
6.6.1 Penas aplicáveis às pessoas jurídicas
Às pessoas jurídicas, as penas aplicáveis, isolada, cumu-
lativa ou alternativamente, de acordo com o disposto no 
artigo 3º, são: multa, restritivas de direitos e prestação de 
serviços à comunidade.
–CRIMES AMBIENTAIS E LEGISLAÇÃO–
127
A pena de multa aplicada à pessoa jurídica não terá efei-
to direto na reparação do dano cometido contra o meio am-
biente, pois o dinheiro será destinado ao fundo penitenciário.
Tendo em vista ser uma sanção penal que merece prio-
ridade no combate à delinquência ambiental praticada pelas 
corporações, trata-se de uma pena inofensiva, pelo seu in-
significante valor.
Estão previstos três tipos de penas de restrição de direi-
tos cominada à pessoa jurídica: suspensão parcial ou total de 
atividades; interdição temporária de estabelecimento, obra 
ou atividade; proibição de contratar com o Poder Público, 
bem como dele obter subsídios, subvenções ou doações.
A prestação de serviços à comunidade, na verdade, é es-
pécie do gênero “restritivas de direitos”, como, aliás, aparece 
no artigo 8º, I, da Lei 9.605/1998, e também no artigo 43, IV, 
do Código Penal, com redação que lhe deu a Lei 9.714/1998.
Com relação às penas restritivas de direitos aplicáveis 
à pessoa jurídica, temos:
I. suspensão parcial ou total de atividades: “a sus-
pensão de atividades será aplicada quando estas 
não estiverem obedecendo às disposições legais 
ou regulamentares, relativas à proteção do meio 
ambiente.” (art. 22, I e § 1o)
II. interdição temporária de estabelecimento, obra 
ou atividade: “a interdição será aplicada quando o 
estabelecimento, obra ou atividade estiver funcio-
nando sem a devida autorização, ou em desacordo 
–CRIMES AMBIENTAIS E LEGISLAÇÃO–
128
com a concedida, ou com violação de disposição 
legal ou regulamentar.” (art. 22, II e § 2o)
III. proibição de contratar com o Poder Público, bem 
como dele obter subsídios, subvenções ou doações: 
“a proibição de contratar com o Poder Público e dele 
obter subsídios, subvenções ou doações não poderá 
exceder o prazo de dez anos.” (art. 22, III e § 3o)
IV. prestação de serviços à comunidade (por força do 
art. 43, IV, do Código Penal, deve ser entendida 
como espécie do gênero “restritivas de direitos”), 
que consistirá em: “custeio de programas e de pro-
jetos ambientais, execução de obras de recupera-
ção de áreas degradadas, manutenção de espaços 
públicos e contribuições a entidades ambientais 
ou culturais públicas.” (art. 23)
Vale ressaltar que, para alguns ambientalistas, a liqui-
dação forçada, prevista no art. 24 da lei, também é tida como 
uma sanção penal aplicável exclusivamente para a pessoa 
jurídica, mas não para aquela que eventualmente cometa 
esse delito, e sim para aquelaque tenha como atividade 
preponderante a prática de crimes ambientais, por exemplo: 
madeireira clandestina, pesqueiro ilegal.
Como consequência, a liquidação forçada gera a extin-
ção da pessoa jurídica, porque todo o seu patrimônio será 
considerado como instrumento de crime e, consequentemen-
te, confiscado para o Fundo Penitenciário Nacional.
Apesar da Lei 9.605, que criminalizou a conduta das 
pessoas jurídicas, ser de 1998, não existem muitas decisões 
–CRIMES AMBIENTAIS E LEGISLAÇÃO–
129
judiciais a respeito da matéria. O que ocorre é que a maioria 
absoluta dos crimes ambientais admite transação ou suspen-
são do processo, na forma dos artigos 76 e 89 da Lei 9.099/95.
Assim, uma enorme quantidade de acordos vem sendo 
realizados em varas de todo o Brasil, sem que disto haja regis-
tros ou estatísticas. Quanto aos poucos casos que chegaram 
à segunda instância da justiça federal e dos Estados, o que 
se nota é que a jurisprudência ainda não está bem definida.
A eficácia poderia ser maior por parte da reprimenda 
penal, tendo em vista a versatilidade e aumentando o leque 
de penalidades adaptáveis às necessidades ambientais e aos 
crimes cometidos, inserindo outras penas, como foram no 
artigo 72 da Lei 9.605/98, referente às sanções administra-
tivas: destruição ou inutilização do produto; suspensão de 
venda e fabricação do produto; demolição de obra; suspensão 
de registro.
6.7 Ineficácia das Penas da Lei 9.605/1998
Se a quase exclusiva utilização de sanções cíveis e ad-
ministrativas como forma de repressão ao ilícito ambiental 
não se tem revelado suficiente para reprimir as agressões ao 
meio ambiente, o Direito Penal há de ser usado com rigor, 
com efetividade, sob pena de transformar-se em aliado de 
pouco fôlego para o enfrentamento do problema.
Tendo em vista o caráter global e a dimensão plane-
tária que assumem as graves e crescentes perturbações do 
equilíbrio ecológico, é que, na Declaração do Rio sobre Meio 
Ambiente e Desenvolvimento (1992), se inseriu, no Princípio 
–CRIMES AMBIENTAIS E LEGISLAÇÃO–
130
11, recomendação segundo a qual “os Estados adotarão legis-
lação ambiente eficaz (...)”, na mesma linha, aliás, da Agenda 
21 que, no seu Capítulo 39, buscou incentivar a formulação de 
propostas para o aperfeiçoamento da capacidade legislativa 
dos países em desenvolvimento.
Por estas razões, a Lei de Crimes Ambientais brasileira 
é ineficiente, avaliam pesquisadores do Instituto de Pesquisa 
Econômica Aplicada (Ipea), em relatório publicado. O pró-
prio Poder Judiciário também é apontando como um dos 
grandes responsáveis pela precariedade na aplicação da Lei. 
A burocracia excessiva e a morosidade fazem com que perca 
a credibilidade. “Assim, o próprio desempenho do judiciário 
acaba por desestimular as condutas, frustrando expectativas 
e contribuindo para a ineficácia da legislação ambiental”, 
concluem.
A criminalização das condutas ambientais é adequada à 
realidade brasileira. O Brasil é um país de imenso território 
e com uma fiscalização ambiental fragilizada pela falta de 
estrutura. Há poucos funcionários para áreas imensas, prin-
cipalmente na região Norte. Além disso, por vezes, recebem 
vencimentos inadequados e são assediados por propostas de 
suborno e até ameaças.
Soa estranho, realmente, que um bem tão importante 
para a sobrevivência do homem – “bem de uso comum do 
povo”, conforme fala a Constituição Federal (artigo 225, 
caput, da CF) – tenha que merecer a tutela do Direito para 
ser respeitado. Mas, como se faz necessário, a superação do 
–CRIMES AMBIENTAIS E LEGISLAÇÃO–
131
quadro de degradação ambiental não pode prescindir do 
socorro da lei.
Não se acredita que os novos crimes e o sistema penal 
a ser aplicado serão suficientes e eficazes para disciplinar os 
grupos nacionais e estrangeiros em atividade nessas áreas. 
Ainda que as contravenções penais relativas à proteção da 
flora em sua maioria tenham sido transformadas em crimes, 
áreas como a Amazônia, o Pantanal e a Mata Atlântica deve-
riam ter sido protegidas penalmente de forma mais eficiente.
Conforme pesquisa, os processos na Justiça Federal 
eram demorados e poucos foram concluídos ou estavam a 
caminho da efetiva responsabilização dos infratores.
Em 91% dos casos judiciais, o Ministério Público Federal 
propôs acordos de transação penal. Até março de 2003, de 55 
casos, apenas um caso foi concluído e seu processo durou 522 
dias úteis. Outros 18% estavam cumprindo transação penal, 
mas 70% desses casos estavam com atraso no cumprimento 
do acordo. Ainda um caso – ou 2% do total – aguardava 
suspensão processual.
Em 62% dos casos a Justiça Federal não encontrou 
os acusados, principalmente devido à suposta mudança de 
endereço dos mesmos. Além disso, 10% dos processos aguar-
davam despacho inicial do juiz para proceder a citação e 
agendamento da audiência e 6% dos casos aguardavam a 
solução de problema processuais, como conflito de compe-
tência entre Justiça Federal e Estadual para julgamentos de 
crimes ambientais.
–CRIMES AMBIENTAIS E LEGISLAÇÃO–
132
Ainda em pesquisa realizada entre 2007 e 2008, de-
monstrou-se, segundo os dados do Poder Judiciário, que a 
maior parte dos processos criminais ambientais tiveram como 
resultado a aplicação de transação penal na modalidade de 
prestação pecuniária. Ou seja, para quem cometeu um crime 
ambiental, foi proposta a aplicação imediata de prestação 
pecuniária e nenhuma transação penal foi na modalidade 
de prestação de serviço à comunidade, o que poderia ser de 
maior relevância.
Utilizando-se de estruturas formais para ilustrar o 
descompasso na implementação da legislação ambiental, 
pode-se, ainda, perguntar: por que deve o Ministério Público 
estar sobrecarregado com aproximadamente 96% de todas as 
ações civis públicas propostas no país, quase um monopólio 
de implementação ambiental? Pesquisa realizada por ocasião 
da Rio 92 junto a 100 comarcas do Estado de São Paulo mos-
trou que, de 444 ações propostas para a defesa ambiental, a 
sociedade civil participou com a mínima parcela de 4,05%, 
ficando para o Ministério Público o encargo do ajuizamento 
das demais, isto é, 95,95%.
Essa situação não parece ter mudado muito nos dias que 
correm. E onde estão os recursos (financeiros, administra-
tivos, técnicos e outros) necessários à eficácia dessas ações? 
Esses números chocam, especialmente porque se sabe que 
o Ministério Público, pelo menos na Constituição e nas leis, 
reparte sua legitimidade para agir com outras instituições e 
entidades, como as associações ambientalistas.
–CRIMES AMBIENTAIS E LEGISLAÇÃO–
133
No que concerne à gestão ambiental, o tema da imple-
mentação das leis e políticas oficiais está a exigir tratamento 
urgente – inadiável, mesmo – da parte do Poder Público e da 
sociedade, visto que ambos são igualmente responsabilizados 
pela Constituição Federal.
É oportuno recordar que a preocupação maior deve ser 
com o cumprimento da lei e não tão somente com a repressão 
e reparação dos comportamentos desconformes. Não esperar 
que o dano ocorra, mas, ao revés, a ele se antecipar.
A norma perde eficácia quando lhe faltam elementos 
essenciais para a sua implementação. Por isso, o Direito do 
Ambiente, em reconhecimento e aceitação dos seus limites 
numa problemática complexa, não pode dispensar subsídios 
de outras fontes.
Todavia, sua ação chega até onde a Constituição e a 
legislação infraconstitucional lhe permitem; vale lembrar 
que essa legislação não apenas “permite”, mas, ainda, lhe dá 
força e lhe confere eficácia normativa.
Se ele se defronta com questões fora da sua alçada e 
competência científica, deve socorrer-se de outros instru-
mentos e saberes que lhe acrescem, ademais, eficácia técnica, 
uma vez que atua munido de parâmetros técnico-científicos 
que vêm de fora e se lhe agregam. Esta, por sua vez, lhes 
transmite legitimidade na aplicação em face da coisa pública 
e do bem comum.
Neste contexto, é preciso que a Justiça e as leis se ade-
quem a essa criminalidade,tratando os criminosos com 
maior rigidez, garantindo a sua efetividade e assegurando a 
–CRIMES AMBIENTAIS E LEGISLAÇÃO–
134
aplicação da justiça ambiental, ao alcançar uma justa solução 
ao caso concreto e também produzindo efeitos para reprimir 
futuros crimes.
Faz-se necessário, então, uma revisão da legislação 
brasileira para que se atenda a demanda ambiental nacional 
sem que seja desrespeitado o regime federativo constitu-
cional, estabelecendo normas de cooperação entre os entes 
federados para que possam atuar em conjunto na proteção 
do meio ambiente, como determina o artigo 23, incisos VI e 
VII da Constituição Federal, acabando com os sérios danos 
e desastres ambientais em um país em que uma de suas 
maiores riquezas são seus recursos naturais.
–CRIMES AMBIENTAIS E LEGISLAÇÃO–
135
QUESTÕES DE APRENDIZAGEM 
UNIDADE 3
Questão 1
Sobre a temática da infração administrativa ambiental 
e as sanções cominadas na Lei n. 9.605/98, assinale a opção 
correta:
a) A multa administrativa é de natureza subjetiva, in-
dependentemente de culpa ou dolo.
b) A multa diária será aplicada somente quando for 
comprovado o dolo.
c) O pagamento de multa imposta pelos Estados, 
Municípios, Distrito Federal ou Territórios substitui a multa 
federal na mesma hipótese de incidência.
d) A celebração do termo de compromisso de reparação 
ou cessação de danos não encerra a multa diária.
e) A multa será fixada com base na diferença entre o 
maior e o menor salário mínimo vigente.
Questão 2
Nos crimes ambientais de menor potencial ofensivo:
a) Não se admite a proposta de aplicação de medida 
alternativa restritiva de direitos ou multa.
–CRIMES AMBIENTAIS E LEGISLAÇÃO–
136
b) A proposta de aplicação imediata de medida alter-
nativa restritiva de direitos ou multa, prevista na Lei dos 
Juizados Especiais Criminais, poderá ser formulada, inde-
pendentemente da recuperação do dano ambiental.
c) A proposta de aplicação imediata de medida alter-
nativa restritiva de direitos ou multa, prevista na Lei dos 
Juizados Especiais Criminais, fica a critério do representante 
do Ministério Público, em face da extensão do dano.
d) A proposta de aplicação imediata de medida alter-
nativa restritiva de direitos ou multa, prevista na Lei dos 
Juizados Especiais Criminais, somente poderá ser formu-
lada desde que tenha havido a prévia composição do dano 
ambiental, salvo em caso de comprovada impossibilidade.
e) Admite-se a aplicação imediata de medida alternativa 
restritiva de direitos e multa, prevista na Lei dos Juizados 
Especiais Criminais, desde que o acusado apresente plano 
de recuperação do dano ambiental.
Questão 3
Um Banco recebe pedido de financiamento da Empresa 
Mascas e Mascotes Ltda., representada por seu sócio-ge-
rente, o Sr. Empédocles. Realizando diligências quanto à 
regularidade cadastral do proponente, o Banco verifica a 
existência de processos criminais por infração a normas pe-
nais que tratam da proteção ao meio ambiente. As anotações 
indicam a persecução penal à pessoa jurídica, bem como ao 
–CRIMES AMBIENTAIS E LEGISLAÇÃO–
137
sócio-gerente. Indagado sobre as anotações, o Sr. Empédocles 
informa que, segundo seu advogado, a pessoa jurídica está 
infensa da responsabilidade penal e, quanto à pessoa física, 
ainda não existe condenação, estando os fatos em fase de 
apuração judicial. Alega que ingressou na empresa em data 
posterior aos fatos narrados como ilícitos.
A partir do caso exposto, conclui-se que:
a) no sistema pátrio não há responsabilização criminal 
de pessoa jurídica.
b) nos crimes ambientais sempre haverá concurso de 
agentes, incluindo pessoa física sócia e pessoa jurídica.
c) os crimes ambientais permitem a responsabilidade 
criminal da pessoa jurídica.
d) a responsabilidade da pessoa física por crimes am-
bientais é objetiva.
e) a pessoa física é a quem cabe somente responder 
pelos crimes ambientais praticados.
Questão 4
A pena de multa nos crimes ambientais poderá ser 
aumentada até:
a) quatro vezes, ainda que aplicada no valor máximo, 
em virtude da situação econômica do réu.
b) cinco vezes, ainda que aplicada no valor máximo, 
tendo em vista o valor da vantagem econômica auferida.
–CRIMES AMBIENTAIS E LEGISLAÇÃO–
138
c) três vezes, ainda que aplicada no valor máximo, tendo 
em vista o valor da vantagem econômica auferida.
d) três vezes, se não aplicada no valor máximo, em 
virtude da situação econômica do réu.
e) cinco vezes, ainda que aplicada no valor máximo, 
em virtude da situação econômica do réu.
Questão 5
Considerando a Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 
9.605/98), assinale a alternativa correta.
a) O crime de destruição de floresta de preservação 
permanente não admite modalidade culposa.
b) Perseguir espécimes da fauna silvestre sem permis-
são, licença ou autorização da autoridade competente é ca-
racterizado como crime contra o meio ambiente.
c) Aquele que pratica experiências para fins didáticos ou 
científicos com animais não incorre, em nenhuma hipótese, 
na pena prevista para o crime de maus tratos aos animais.
d) A liberação da balões de festa junina capazes de pro-
vocar incêndios não caracteriza crime contra a fora.
e) A alteração do aspecto de edificação protegida — isto 
é, tombada em função de seu valor histórico ou cultural — 
caracteriza infração administrativa e enseja a responsabili-
dade civil para reparação do dano, mas não configura delito 
de natureza criminal.
–CRIMES AMBIENTAIS E LEGISLAÇÃO–
139
Questão 6
A Lei de Crimes Ambientais estabelece a responsabi-
lização na esfera cível, penal e administrativa, em caso de 
infração cometida em face do meio ambiente. A respeito de 
crimes ambientais, assinale a opção correta:
a) Em matéria ambiental, o julgamento pelo cometi-
mento de crimes comuns é de competência da justiça estadual 
comum.
b) A responsabilização do poluidor pela indenização ou 
reparação dos danos causados ao meio ambiente e a terceiros 
afetados por sua atividade exige comprovação de culpa.
c) O poder de polícia exercido pela administração públi-
ca em matéria ambiental, desempenhado por profissionais e 
técnicos de formação civil, tem caráter unicamente repressivo.
d) Processo em matéria ambiental, se administrati-
vo, deve ser conduzido harmonicamente, considerando as 
garantias constitucionais; contudo, não deve prender-se à 
razoabilidade e proporcionalidade, pois estas são exigências 
dos processos judiciais.
e) Em um acidente nuclear, na manipulação de orga-
nismos geneticamente modificados ou até na devastação de 
uma floresta, a cobrança da responsabilização ambiental tem 
o caráter exclusivo de reparação do dano produzido.
–CRIMES AMBIENTAIS E LEGISLAÇÃO–
140
Questão 7
Consoante dispõe o Código de Obras e Edificações de 
Florianópolis (LC nº 60/2000), todas as obras de construção, 
reconstrução, ampliação, reforma, trasladação e demolição 
de qualquer edificação, ou alteração de uso, e ainda as obras 
de movimento de terra, como cortes, escavações e aterros, 
deverão ser precedidas dos seguintes atos administrativos:
a) licenciamento ambiental e alvará de autorização.
b) aprovação de projeto e licenciamento da obra.
c) autorização de obra e licenciamento ambiental.
d) alvará urbanístico e licenciamento ambiental.
e) licenciamento ambiental e aprovação urbanística.
Questão 8
O licenciamento ambiental é realizado quando:
a) houver instalação, ampliação e operação de empre-
endimentos ou atividades utilizadoras dos recursos naturais 
consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras.
b) a Prefeitura do Município onde se implantará o em-
preendimento utilizador de recursos naturais julgar neces-
sária a realização desse procedimento.
c) o Ministério Público de Meio Ambiente determinar 
tal procedimento, independentemente de o empreendimento 
ou a atividade ser considerada perigosa.
–CRIMES AMBIENTAIS E LEGISLAÇÃO–
141
d) a atividade ou o empreendimento que, sob qualquer 
forma possa causar degradação ambiental, sofre alteração de 
projeto social etrabalhista.
e) ocorrer a implantação de todo e qualquer tipo de 
empreendimento ou atividade em área urbana com população 
acima de 100000 habitantes.
Questão 9
Em relação ao estudo prévio de impacto ambiental e 
licenciamento ambiental é correto afirmar:
a) Nos processos de licenciamento ambiental dos em-
preendimentos de carcinicultura na zona costeira, o órgão 
licenciador deverá exigir do empreendedor, obrigatoriamente, 
a destinação de área correspondente a, no mínimo, 50% da 
área total do empreendimento, para preservação integral.
b) A instalação de obra ou atividade potencialmente 
causadora de significativa degradação do meio ambiente, 
como a construção das hidrelétricas no Rio Parnaíba (PI), 
necessitam da realização de estudo prévio de impacto am-
biental, não sendo, todavia, necessário dar publicidade a esse 
estudo, por se tratar de obras de relevante interesse nacional.
c) Nos casos de licenciamento ambiental de empreendi-
mentos de significativo impacto ambiental, assim considerado 
pelo órgão ambiental competente, com fundamento em estudo 
de impacto ambiental e respectivo relatório - EIA/RIMA, o 
–CRIMES AMBIENTAIS E LEGISLAÇÃO–
142
empreendedor é obrigado a apoiar a implantação e manutenção 
de unidade de conservação do Grupo de Proteção Integral.
d) A supressão de vegetação secundária do Bioma Mata 
Atlântica, em estágio avançado e médio de regeneração, para 
fins de atividades minerárias, será admitida mediante adoção 
de medida compensatória que inclua a recuperação de área 
equivalente à área do empreendimento, procedimento que 
substitui a realização de estudo prévio de impacto ambiental/ 
relatório de impacto ambiental (EIA/RIMA).
e) No que diz respeito à aquicultura, o órgão ambiental 
licenciador não poderá exigir do empreendedor a adoção de 
medidas de prevenção e controle de fuga das espécies culti-
vadas, como condicionantes das licenças emitidas, já que o 
licenciamento se refere tão somente a própria atividade da 
aquicultura.

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