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LEIS ESPECIAIS
Legislação penal especial
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Sumário
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1.1 Aspectos iniciais .................................................................................................................................................................. 3
Legislação penal especial  3
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Legislação penal especial
1. Lei de drogas – nº 11�343/2006
1.1 Aspectos iniciais
Introdução
Fundamento constitucional Art� 5º, inciso XLIII, da Constituição Federal:
ART. 5º (...)
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito 
de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os 
mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;
ATENÇÃO: Tráfico de drogas se qualifica como equiparado à hediondo, assim como a tortura e o terrorismo.
Aprende-se em Direito Constitucional que, todas as normas devem encontrar o seu fundamento de validade na 
Constituição Federal. E a lei de drogas não é diferente, não só neste dispositivo (acima colacionado) como em 
outros.
Evolução legislativa (é importante saber, pois ter esse conhecimento vai te ajudar a melhor discernir outras questões 
da lei, que tem maior incidência em provas de concursos públicos):
1º) Lei n. 6.368/1965: Antiga lei de drogas. Trazia regulamentação penal/material, ou seja, os crimes e penas relacionadas 
ao objeto material droga. Esta lei vigorou por 30 anos, até que foi revogada em 2006, com a publicação da atual lei de 
drogas (objeto desta aula).
2º) Lei n. 10.409/2002: Inicialmente, a lei foi criada com regulamentação penal e processual. Porém, o Presi-
dente da República, à época, vetou a parte penal/material da lei, de modo que apenas estou em vigor a parte 
que abarcava as normas processuais.
Note que, após o ano de 2002, nós tínhamos duas leis regulamentando a temática envolvendo o objeto material 
“droga”: uma penal (material) e outra processual.
3º) Lei n. 11.343/2006: Esta lei revogou as duas leis anteriores, de modo que, a partir deste ano (2006), tanto a 
parte penal (material) quanto a processual estão abarcadas pela Lei 11.343/06.
• ATENÇÃO: É possível ainda a aplicação subsidiária das disposições do Código de Processo Penal e Código Penal 
às disposições da Lei 11.343/06.
Esquema básico:
- A lei é composta de um total de 75 artigos;
- Tais dispositivos estão divididos em 6 títulos.
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• Para fins de provas de careiras policiais, os destaques são para os títulos III e IV, que engloba os artigos 27 a 53 
da Lei n. 11.343/2006.
• A parte administrativa da lei é menos cobrada, mas tem certos artigos, como o art. 19, que merecem uma leitura 
atenta (já foi cobrado).
Objetos: jurídico e material
Objeto jurídico: sinônimo de bem jurídico, isto é, valor fundamental que a norma buscou proteger quando criminalizou 
determinadas condutas.
- No caso da lei de drogas, o principal objeto/bem jurídico é a SAÚDE PÚBLICA. Isso porque, imagine só, uma droga 
circulando sem controle estatal gera a possibilidade de dano/lesão (ou perigo de, no mínimo) à coletividade num todo, 
coloca em risco a saúde pública.
- Como dito, o principal bem jurídico é o acima citado, mas, é importante ter ciência que, em determinados casos (tipos 
penais), outros bens podem vir a ser objetivados. Um exemplo disso, é o crime de associação para o tráfico (Art. 35 da 
lei), que protege a paz social (pública). Outro exemplo, é o crime do artigo 39 (condução de embarcação ou aeronave 
expondo a dano potencial), tendo como bem jurídico a segurança dos meios de transporte aéreo e marítimo.
Objeto material: é a pessoa ou coisa sob a qual recai a conduta do agente.
- No caso da lei de drogas, o objeto material é a droga! Mas, o que é considerado droga?
• ATENÇÃO: Não é a lei n. 11.343/2006 que regulamenta o que (qual substância) é considerado droga. Isso foi 
delegado por esta lei, por meio dos artigos 1º, parágrafo único e 66, para a Portaria nº 344/1998 da ANVISA. Essa 
portara traz um rol de substâncias consideradas drogas e que, portanto, podem vir a ser objeto da presente lei (se 
estiver contida na portaria, a substância será considerada “droga” para os fins da Lei 11.343/06).
• Se, num dado momento, houver a retirada de uma determinada substância da portaria, ocorre abolitio criminis. 
Em resumo, não mais serão considerados crimes as condutas (posse, porte, transporte, etc.) que envolverem a 
substância que foi retirada.
NORMA PENAL EM BRANCO: É aquela cuja definição da conduta criminosa precisa ser complementada em outra 
norma, para que tenha sentido completo. É o que ocorre na maioria dos crimes da lei de drogas.
Aprofundando, temos na lei normas penais em branco HETEROGÊNEAS/ EM SENTIDO ESTRITO, que é quando 
a norma complementadora (no nosso caso a Portaria 344/1998 da ANVISA) é editada por um poder distinto da 
norma a ser complementada.
Veja: A lei de drogas (norma a ser complementada) foi editada pelo poder legislativo. A portaria da ANVISA (norma 
complementadora) foi editada pelo poder executivo.
Cloreto de Etila – Lança perfume:
- 07.12.2000: O Diretor – Presidente da ANVISA, por meio de uma resolução, promoveu a exclusão dessa substância 
da portaria da ANVISA, ou seja, isso não era mais considerado droga. Mas, saibam que essa decisão, para se tornasse 
permanente, precisava ser ratificada (confirmada) pelos demais diretores da ANVISA. Essa análise foi feita em 15.12.2000 
e, nesta data, decidiram por não ratificar a retirada, ou seja, o cloreto de etila passa a integrar novamente o rol de subs-
tâncias consideradas como droga.
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- Diante disso, houve o seguinte questionamento (que chegou ao STF): esse período compreendido entre 07.12.2000 até 
15.12.2000 configurou abolitio criminis? O Supremo Tribunal entendeu que SIM! Isso significa dizer que de 07�12�2000 
até 15�12�2000, o porte, a posse ou condutas relacionadas ao cloreto de etila não configuraram crime em razão da 
supressão da substância.
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