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Impacto do Uso do Solo em Aranhas

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III CONGRESSO DE ENTOMOLOGIA DO PIAUI 
 “Expandindo fronteiras e construindo redes” 19 a 22 de março de 2024– Floriano (PI) 
 
ALTERAR O HABITAT REDUZ A UNIFORMIDADE DAS COMUNIDADES DE ARANHAS CERRADO 
Giselle Oliveira do Nascimento¹, Marcos Gabriel Furtado Costa¹, Guilherme Santana Lustosa¹, Daniel Silas Veras dos Santos²
¹Instituto Federal do Maranhão, Campus Caxias, Laboratório de Ecologia de Comunidades, Caxias, Maranhão. 
²Universidade Federal do Pará, Laboratório de Ecologia e Conservação, Belém, Pará.
*Autor de contato: ogiselle@acad.ifma.edu.br
No leste maranhense, o avanço da última fronteira agrícola do Brasil, conhecida como MATOPIBA, tem sido marcado por uma intensificação na remoção da cobertura do solo. Essa prática, além de impactar a estrutura de diversos habitats, também influencia a composição das assembleias de aranhas, podendo afetar aspectos como a disponibilidade de nichos. Diante desse cenário, torna-se imperativo aplicar instrumentos de avaliação para mensurar os impactos das mudanças no uso do solo nas comunidades de aranhas, visando preservar a biodiversidade e manter o equilíbrio dos ecossistemas. Nesse estudo comparamos modelo de distribuição de abundância da comunidade de aranhas entre área conservadas e alteradas no Cerrado. Foram realizadas coletas em 24 matas ciliares de riachos de 1°, 2° e 3° ordem entre setembro de 2021 e maio de 2022, localizados nas bacias do Itapecuru e do Parnaiba em Caxias, Maranhão. A coleta de dados ambientais considerou cobertura de dossel, medida por fotografia direcionada para cima usando o aplicativo CanopyApp, índice de integridade de hábitat (IIH) através do app IIH mobile e volume da serapilheira, medida com uma régua próxima às armadilhas. A captura das aranhas foi realizada utilizando armadilhas de queda (pitfalls), as quais foram implantadas em 24 áreas ribeirinhas. Para a construção das armadilhas, empregamos copos plásticos de 500 milímetros, pratos plásticos e palitos de madeira. Em cada ponto de coleta, três armadilhas foram dispostas formando um triângulo, com uma distância de 5 metros entre elas. Cada ponto de coleta estava separado por uma distância de 250 metros. Instalamos até quatro pontos de coleta em cada área ribeirinha. Dentro das armadilhas, uma solução de álcool, sal e água foi utilizada para preservar os espécimes. As armadilhas permaneceram no campo por 4 dias, após os quais os espécimes foram coletados e identificados em laboratório até o nível de família, com o auxílio de uma chave taxonômica. No total, foram coletados 90 espécimes, representando 12 famílias. Utilizamos o padrão da distribuição das unidades amostrais na PCA para categorizar as áreas coletas em alteradas (associadas a menor IIH, cobertura de dossel e volume de serrapilheira) e conservadas (associadas a maior IIH, cobertura de dossel e volume de serrapilheira), as categorias foram confirmadas pela PERMANOVA (R2=0,282: F=8,663; p<0,05. ). Ao avaliar modelos de distribuição de abundância: Broken-Stick, Preemption, Log-Normal, Zipf e Zipf-Mandelbrot. Observamos que para ambientes de áreas conservadas o SAD que estrutura a comunidade de aranhas é o modelo nulo (Deviance=0,658; AIC=25,24), enquanto, para a área alterada o modelo Zipf (Deviance=0,496; AIC=38,38) é o que melhor de ajusta. Nesse contexto, espécies com maior cobertura dos nichos disponíveis são mais abundantes, indicando uma competição pela ocupação desses nichos, com uma pequena parcela disponível para outras espécies até que não haja mais espaço. Conclui-se que as modificações na estrutura do ambiente têm o potencial de afetar significativamente a composição e o equilíbrio das comunidades de aranhas, promovendo a predominância de espécies dominantes em detrimento de uma distribuição uniforme. Esse desequilíbrio pode representar uma séria ameaça para as espécies raras, elevando consideravelmente o risco de sua extinção.
PALAVRAS - CHAVE: Aracnídeos; Bioindicadores; Usos do solo.
FINANCIADORA: FAPEMA.
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