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MANUAL DO CADERNO MEDICINA II 2 F R E N T E PORTUGUÊS Caro(a) leitor(a), Este manual é uma importante ferramenta para a utilização dos cadernos de sala do Sistema de Ensino Poliedro, voltados para as turmas de 3ª série do Ensino Médio e Pré-vestibular. Nele, descrevemos a estrutura e as seções dos cadernos, fornecendo observa- ções que auxiliam no trabalho a ser desenvolvido em cada disciplina. Apresenta- mos, também, as resoluções das questões presentes na seção “Exercícios de sala” e dos possíveis exercícios opcionais – os quais servem como uma oportunidade de aprofundar e complementar o tempo despendido para as aulas. Os cadernos possibilitam uma prática efetiva do aprendizado em sala e, quando utilizados em consonância com a fundamentação teórica contida nos livros de teo- ria, oferecem uma formação ainda mais ampla e completa. Os temas de abertura dos capítulos e os textos da seção “Texto complementar” dos livros podem ser usados como ponto de partida para discussões em aula e como fonte de conhecimento e curiosidades acerca dos assuntos da teoria. Indicamos, também, o acesso a diversos recursos disponíveis no portal do Siste- ma Poliedro (<www.sistemapoliedro.com.br>), os quais complementam o caderno e ampliam as possibilidades de aprendizado, tais como: • Resoluções das questões dos livros; • Informativo mensal Leia Agora; • Balcão de Redação PV; • Balcão de Redação Enem; • Banco de Questões Enem (para professores); • Videoaulas dos autores; e • Aulas-dica do Zoom Poliedro. Todas essas ferramentas buscam garantir a formação do aluno e o rigor acadê- mico almejado pelas escolas parceiras. Vale ressaltar que o professor se mantém como principal protagonista da prática pedagógica, tendo total autonomia na utili- zação dos recursos oferecidos. Esperamos que se explore todo o material disponibilizado e estamos à disposi- ção para quaisquer esclarecimentos. Sistema de Ensino Poliedro MANUAL DO CADERNO MEDICINA II2 SUMÁRIO Estrutura geral dos cadernos ....................................................................... 4 Estrutura das aulas ....................................................................................... 6 Exercícios de sala ......................................................................................... 7 Guia de estudo ............................................................................................. 8 Orientações específicas ............................................................................... 9 Orientações: Aula 19 Resoluções .......................................................................................... 12 Orientações: Aula 20 Resoluções .......................................................................................... 16 Orientações: Aula 21 Resoluções .......................................................................................... 20 Orientações: Aula 22 Resoluções .......................................................................................... 25 Orientações: Aula 23 Resoluções .......................................................................................... 30 Orientações: Aula 24 Resoluções .......................................................................................... 35 Orientações: Aula 25 Resoluções .......................................................................................... 39 Orientações: Aula 26 Resoluções .......................................................................................... 43 Orientações: Aula 27 Resoluções .......................................................................................... 47 Orientações: Aula 28 Resoluções .......................................................................................... 51 Orientações: Aula 29 Resoluções .......................................................................................... 56 Orientações: Aula 30 Resoluções .......................................................................................... 61 Orientações: Aula 31 Resoluções .......................................................................................... 65 Orientações: Aula 32 Resoluções .......................................................................................... 70 Orientações: Aula 33 Resoluções .......................................................................................... 74 Orientações: Aula 34 Resoluções .......................................................................................... 79 Orientações: Aula 35 Resoluções .......................................................................................... 83 Orientações: Aula 36 Resoluções .......................................................................................... 87 MANUAL DO CADERNO MEDICINA II 3 MANUAL DO CADERNO MEDICINA II4 ESTRUTURA GERAL DOS CADERNOS Os cadernos de sala, usados em conjunto com os livros de teoria, sintetizam e facilitam a compreensão dos assuntos estudados. Todas as aulas apresentam os principais tópicos de cada tema abordado e oferecem exercí- cios que permitem enriquecer a discussão em sala de aula e contribuir para a fixação do aprendizado. Assim como nos livros, as disciplinas nos cadernos são divididas em frentes, que devem ser trabalhadas pa- ralelamente. Essa divisão não só facilita a organização dos estudos, mas também permite uma visão ainda mais sistêmica dos tópicos abordados em cada disciplina. > 2018 > PRÉ-VESTIBULAR > CADERNOS DE SALA > CADERNO 1 > MEDICINA 1 / LARGURA: 205 / ALTURA: 275 / ESPIRAL / PAGINAS: 432 / WELLINGTON.PAULO / 11-10-2017 (08:49) > 2018 > PRÉ-VESTIBULAR > CADERNOS DE SALA > CADERNO 1 > MEDICINA 1 / LARGURA: 205 / ALTURA: 275 / ESPIRAL / PAGINAS: 432 / WELLINGTON.PAULO / 11-10-2017 (08:49) > 2018 > PRÉ-VESTIBULAR > CADERNOS DE SALA > CADERNO 1 > MEDICINA 1 / LARGURA: 205 / ALTURA: 275 / ESPIRAL / PAGINAS: 432 / WELLINGTON.PAULO / 11-10-2017 (08:49) > 2018 > PRÉ-VESTIBULAR > CADERNOS DE SALA > CADERNO 1 > MEDICINA 1 / LARGURA: 205 / ALTURA: 275 / ESPIRAL / PAGINAS: 432 / WELLINGTON.PAULO / 11-10-2017 (08:49) MANUAL DO CADERNO MEDICINA II 5 PORTUGUÊS INTERPRETAÇÃO DE TEXTO Prof.: Aula Estudo Aulas 1 e 2 ................ 46 Aulas 3 e 4 .................. 49 Aula 5 ....................... 51 Aulas 6 a 8 .................. 53 Aulas 9 e 10 ................ 57 Aulas 11 e 12 .............. 59 Aulas 13 e 14 .............. 62 Aulas 15 e 16 ............ 65 Aulas 17 e 18 .............. 68 Prof.: Aula Estudo Aula 1 ....................... 72 Aula 2 ....................... 75 Aula 3 ....................... 78 Aula 4 ....................... 83 Aula 5 ....................... 87 Aula 6 ....................... 91 Aula 7 ....................... 95 Aula 8 ....................... 99 Aula 9 ....................... 104 1 2Prof.: Aula Estudo Aulas 1 e 2 ................ 8 Aulas 3 e 4 .................. 11 Aulas 5 e 6 ................ 16 Aulas 7 e 8 .................. 21 Aula 9 ....................... 25 Aula 10 ....................... 28 Aulas 11 e 12 .............. 31 Aulas 13 e 14 ............ 34 Aula 15 ....................... 37 Aula 16 ..................... 40 Aulas 17 e 18 .............. 42 Fr en te 1 Fr en te 2 Fr en te Ú ni ca Matemática e suas Tecnologias MATEMÁTICA Prof.: Aula Estudo Prof.: Aula Estudo Prof.: Aula Estudo Aulas 1 e 2 ................ 108 Aulas 3 e 4 .................. 110 Aulas 5 e 6 ................ 113 Aulas 7 e 8 .................. 116 Aulas 9 e 10 .............. 119 Aulas 11 e 12 ............ 123 Aulas 13 e 14 .............. 126 Aulas 15 e 16 ............ 130 Aulas 17 e 18 ............ 133 Aulas 1 e 2 ................ 136 Aulas 3 e 4 .................. 138 Aulas 5 e 6 ................ 140 Aulas 7 e 8 .................. 143 Aulas 9e 10 .............. 146 Aulas 11 e 12 ............ 149 Aulas 13 e 14 .............. 152 Aulas 15 e 16 ............ 154 Aulas 17 e 18 ............ 157 Aulas 1 e 2 ................ 162 Aulas 3 e 4 .................. 164 Aulas 5 e 6 ................ 166 Aulas 7 e 8 .................. 168 Aulas 9 e 10 .............. 170 Aulas 11 e 12 ............ 173 Aulas 13 e 14 .............. 176 Aulas 15 e 16 ............ 179 Aulas 17 e 18 ............ 182 Fr en te 1 Fr en te 2 Fr en te 3 Linguagens, Códigos e suas Tecnologias ROTEIRO DO ALUNO MEDICINA PDF FINAL / CONFIGURAÇÕES DO DOCUMENTO ATUAL / KLEBER / 10-01-2017 (08:50) Aula Estudo HISTÓRIA Prof.: Aula Estudo Prof.: Aula Estudo Aulas 1 e 2 ................ 186 Aula 3 ....................... 189 Aulas 4 e 5 ................ 191 Aula 6 ....................... 197 Aulas 7 e 8 .................. 199 Aula 9 ....................... 202 Aula 10 ....................... 205 Aula 11 ..................... 207 Aula 12 ..................... 210 Aulas 13 e 14 .............. 213 Aula 15 ..................... 217 Aula 16 ..................... 220 Aulas 17 e 18 .............. 222 Aulas 1 e 2 ................ 226 Aula 3 ....................... 230 Aula 4 ....................... 233 Aula 5 ....................... 236 Aula 6 ....................... 239 Aula 7 ....................... 241 Aula 8 ....................... 244 Aula 9 ....................... 247 Aula 10 ..................... 250 Aula 11 ..................... 253 Aula 12 ..................... 255 Aula 13 ..................... 257 Aula 14 ..................... 259 Aula 15 ..................... 261 Aula 16 ..................... 264 Aula 17 ..................... 266 Aula 18 ..................... 268 Fr en te 1 Fr en te 2 GEOGRAFIA Prof.: Aula Estudo Prof.: Aula Estudo Aulas 1 e 2 ................ 272 Aulas 3 e 4 .................. 277 Aulas 5 e 6 ................ 281 Aulas 7 e 8 .................. 286 Aulas 9 e 10 .............. 290 Aulas 11 e 12 ............ 294 Aulas 13 e 14 .............. 299 Aulas 15 e 16 ............ 301 Aulas 17 e 18 ............ 305 Aulas 1 e 2 ................ 310 Aulas 3 e 4 .................. 313 Aulas 5 e 6 ................ 317 Aulas 7 e 8 .................. 320 Aulas 9 e 10 .............. 324 Aulas 11 e 12 ............ 328 Aulas 13 e 14 .............. 331 Aulas 15 e 16 ............ 335 Aulas 17 e 18 ............ 340 Fr en te 1 Fr en te 2 Ciências da Natureza e suas Tecnologias FÍSICA Prof.: Aula Estudo Prof.: Aula Estudo Prof.: Aula Estudo Prof.: Aula Estudo Aulas 1 a 3 ................ 476 Aulas 4 a 6 .................. 478 Aulas 7 a 9 ................ 480 Aulas 10 a 12 .............. 483 Aulas 13 e 14 ............ 486 Aulas 15 e 16 ............ 489 Aulas 17 e 18 .............. 492 Aulas 1 a 4 ................ 496 Aulas 5 e 6 .................. 500 Aulas 7 e 8 ................ 504 Aulas 9 a 12 .............. 507 Aulas 13 e 14 .............. 510 Aulas 15 e 16 ............ 513 Aulas 17 e 18 ............ 517 Aulas 1 e 2 ................ 520 Aulas 3 e 4 .................. 522 Aulas 5 e 6 ................ 525 Aulas 7 a 10 ................ 528 Aulas 11 e 12 ............ 531 Aulas 13 e 14 .............. 534 Aulas 15 e 16 ............ 537 Aulas 17 e 18 ............ 539 Aulas 1 a 5 ................ 544 Aulas 6 a 9 ................ 547 Fr en te 1 Fr en te 2 Fr en te 3 Fr en te 4 BIOLOGIA Prof.: Aula Estudo Prof.: Aula Estudo Prof.: Aula Estudo Prof.: Aula Estudo Aulas 1 a 4 ................ 344 Aulas 5 e 6 .................. 352 Aulas 7 a 9 ................ 356 Aulas 10 e 11 .............. 360 Aulas 12 a 15 ............. 364 Aulas 16 a 18 ............. 370 Aula 1 ....................... 378 Aula 2 ....................... 381 Aula 3 ....................... 385 Aulas 4 a 6 .................. 389 Aulas 7 e 8 ................ 396 Aulas 9 e 10 .............. 400 Aulas 11 e 12 .............. 405 Aulas 13 e 14 ............ 409 Aulas 15 e 16 ............ 413 Aulas 17 e 18 ............ 418 Aula 1 a 3 .................. 424 Aulas 4 a 6 .................. 428 Aula 7 e 8 .................. 436 Aula 9 ....................... 439 Aulas 10 e 11 .............. 442 Aulas 12 a 18 ............. 447 Aulas 1 e 2 ................ 458 Aulas 3 e 4 .................. 461 Aulas 5 e 6 ................ 465 Aulas 7 a 9 ................ 469 Fr en te 1 Fr en te 2 Fr en te 3 Fr en te 4 QUÍMICA Prof.: Aula Estudo Prof.: Aula Estudo Prof.: Aula Estudo Prof.: Aula Estudo Aulas 1 a 3 ................ 552 Aulas 4 a 6 .................. 555 Aulas 7 e 8 .................. 559 Aulas 9 a 11 .............. 563 Aulas 12 a 14 ............. 566 Aulas 15 e 16 ............ 570 Aulas 17 e 18 ............ 575 Aulas 1 a 3 ................ 580 Aulas 4 a 6 ................ 583 Aulas 7 a 9 .................. 586 Aulas 10 e 11 ............ 589 Aulas 12 e 13 .............. 592 Aulas 14 a 16 ............. 594 Aulas 17 e 18 ............ 597 Aulas 1 a 4 ................ 600 Aulas 5 a 7 ................ 603 Aulas 8 a 10 .............. 606 Aulas 11 a 13 ............. 608 Aulas 14 a 16 ............. 610 Aulas 17 e 18 ............ 612 Aulas 1 e 2 ................ 616 Aulas 3 a 5 ................ 618 Aulas 6 e 7 ................ 621 Aulas 8 e 9 ................ 623 Fr en te 1 Fr en te 2 Fr en te 3 Fr en te 4 Ciências Humanas e suas Tecnologias PDF FINAL / CONFIGURAÇÕES DO DOCUMENTO ATUAL / FRANCISCO.SILVA / 28-10-2016 (10:28) O sumário conta com um controle no qual o aluno pode organizar sua rotina de aulas e estudos, tendo uma visualização rápida de seu avanço pelos tópicos estudados. Controle para anotar as aulas já dadas e o estudo já realizado ESTRUTURA GERAL DOS CADERNOS Os cadernos de sala, usados em conjunto com os livros de teoria, sintetizam e facilitam a compreensão dos assuntos estudados. Todas as aulas apresentam os principais tópicos de cada tema abordado e oferecem exercí- cios que permitem enriquecer a discussão em sala de aula e contribuir para a fixação do aprendizado. Assim como nos livros, as disciplinas nos cadernos são divididas em frentes, que devem ser trabalhadas pa- ralelamente. Essa divisão não só facilita a organização dos estudos, mas também permite uma visão ainda mais sistêmica dos tópicos abordados em cada disciplina. > 2018 > PRÉ-VESTIBULAR > CADERNOS DE SALA > CADERNO 1 > MEDICINA 1 / LARGURA: 205 / ALTURA: 275 / ESPIRAL / PAGINAS: 432 / WELLINGTON.PAULO / 11-10-2017 (08:49) > 2018 > PRÉ-VESTIBULAR > CADERNOS DE SALA > CADERNO 1 > MEDICINA 1 / LARGURA: 205 / ALTURA: 275 / ESPIRAL / PAGINAS: 432 / WELLINGTON.PAULO / 11-10-2017 (08:49) > 2018 > PRÉ-VESTIBULAR > CADERNOS DE SALA > CADERNO 1 > MEDICINA 1 / LARGURA: 205 / ALTURA: 275 / ESPIRAL / PAGINAS: 432 / WELLINGTON.PAULO / 11-10-2017 (08:49) > 2018 > PRÉ-VESTIBULAR > CADERNOS DE SALA > CADERNO 1 > MEDICINA 1 / LARGURA: 205 / ALTURA: 275 / ESPIRAL / PAGINAS: 432 / WELLINGTON.PAULO / 11-10-2017 (08:49) ESTRUTURA DAS AULAS RESUMO TEÓRICO Respeitando o Planejamento de aulas disponibilizado no Portal Edros, todas as aulas apresentam um resumo esquemático do tópico trabalhado no livro, sintetizando os principais conhecimentos estudados. A organização das atividades foi elaborada para aumentar a eficiência do trabalhoem sala. PORTUGUÊS | MEDICINA I 21 Aulas 7 e 8 Frente 1 Aulas 7 e 8 Frente 1 E�������� � �������� �� �������� Trata-se da segunda parte da morfologia. Estudo dos mor- femas – elementos que constituem o vocábulo – e de um dos processos de formação de palavras – a derivação (prefixal, su- fixal e parassintética). Para os exames modernos, o destaque é para o emprego dos neologismos (palavras inventadas), sua formação e funcio- nalidade para o texto. (Sua presença é marcante no Modernis- mo brasileiro.) Morfemas Além das desinências, do radical, da vogal temática, te- mos como morfemas os afixos (prefixo e sufixo); são eles que possibilitam a formação de novas palavras (morfemas deri- vacionais). Os afixos que se antepõem ao radical chamam-se prefixos; os que se pospõem denominam-se sufixos; os afixos possuem uma significação maior que as desinências. Já a vogal de ligação e a consoante de ligação são morfemas insignifica- tivos, servem apenas para evitar dissonâncias (hiatos, encon- tros consonantais), sequências sonoras indesejáveis. Veja: Re fazer Prefixo Radical Cinz eiro Radical Sufixo Cant a r Radical Vogal temática Desinência Cha l eira Radical Consoante de ligação Sufixo Quando um grupo de palavras possui o mesmo radical, diz-se que o grupo é formado de palavras cognatas (pedra/ pedreiro/pedreira); quando as palavras irmanam-se pelo sentido, temos a série sinonímica, a família ideológica: casa, moradia, lar, mansão, habitação etc. Radical O radical é a base significativa da palavra; raiz é o morfe- ma originário que contém o núcleo significativo comum a uma família linguística. Prefixo Os prefixos de nossa língua são de origem latina ou grega. Alguns apresentam alteração em contato com o radical. As- sim, o prefixo an, indicador de privação, transforma-se em a diante de consoante. Ex.: amoral, anaeróbico. Os prefixos possuem mais independência que os sufixos, pois se originam, em geral, de advérbios ou preposições, que têm ou tiveram vida independente. Sufixo Os sufixos podem ser nominais, verbais ou adverbiais. Formam, respectivamente, nomes (substantivos, adjetivos), verbos e advérbios (a partir de adjetivos). Ex.: anarquismo, malufar, rapidamente. Derivação • Derivação prefi xal: cria-se uma palavra derivada a parti r de um prefi xo. Ex.: disenteria. • Derivação sufi xal: cria-se uma palavra derivada a parti r de um sufi xo. Ex.: doutorado. • Derivação parassintéti ca: cria-se uma palavra derivada por meio do acréscimo simultâneo de um prefi xo e um sufi xo. Se reti rarmos qualquer um dos afi xos, não tere- mos palavra. Ex.: adoçar. • Derivação prefi xal e sufi xal: acréscimo não simultâneo de prefi xo e sufi xo. Reti rando-se um dos afi xos (ou os dois), ainda teremos palavra. Ex.: deslealdade. Obs.: Alguns lin- guistas não consideram esse ti po de derivação. ► Texto para a questão 1. Você conseguiria ficar 99 dias sem o Facebook? Uma organização não governamental holandesa está propondo um desafio que muitos poderão considerar im- possível: ficar 99 dias sem dar nem uma “olhadinha” no Facebook. O objetivo é medir o grau de felicidade dos usuá- rios longe da rede social. O projeto também é uma resposta aos experimentos psicológicos rea lizados pelo próprio Facebook. A diferença EXERCÍCIOS DE SALA PDF FINAL / CONFIGURAÇÕES DO DOCUMENTO ATUAL / KLEBER / 10-10-2016 (17:44) PDF FINAL / CONFIGURAÇÕES DO DOCUMENTO ATUAL / KLEBER / 10-10-2016 (17:44) PORTUGUÊS | MEDICINA I 21 é a base significativa da palavra; raiz é o morfe- ma originário que contém o núcleo significativo comum a uma Os prefixos de nossa língua são de origem latina ou grega. Alguns apresentam alteração em contato com o radical. As- , indicador de privação, transforma-se em a diante de consoante. Ex.: amoral, anaeróbico. Os prefixos possuem mais independência que os sufixos, pois se originam, em geral, de advérbios ou preposições, que têm ou tiveram vida independente. Os sufixos podem ser nominais, verbais ou adverbiais. Formam, respectivamente, nomes (substantivos, adjetivos), verbos e advérbios (a partir de adjetivos). Ex.: anarquismo, . • Derivação prefi xal: cria-se uma palavra derivada a parti r de um prefi xo. Ex.: disenteria. • Derivação sufi xal: cria-se uma palavra derivada a parti r de um sufi xo. Ex.: doutorado. • Derivação parassintéti ca: cria-se uma palavra derivada por meio do acréscimo simultâneo de um prefi xo e um sufi xo. Se reti rarmos qualquer um dos afi xos, não tere- adoçar. • Derivação prefi xal e sufi xal: acréscimo não simultâneo de prefi xo e sufi xo. Reti rando-se um dos afi xos (ou os dois), ainda teremos palavra. Ex.: deslealdade. Obs.: Alguns lin- guistas não consideram esse ti po de derivação. possível: ficar 99 dias sem dar nem uma “olhadinha” no Facebook. O objetivo é medir o grau de felicidade dos usuá- rios longe da rede social. O projeto também é uma resposta aos experimentos psicológicos rea lizados pelo próprio Facebook. A diferença MATEMÁTICA | MEDICINA I108 Aulas 1 e 2 Frente 1 Aulas 1 e 2 Frente 1 I��������� � ������ ��� ��������� Conceitos básicos da teoria dos conjuntos Os entes primitivos da teoria dos conjuntos são: o ele- mento, o conjunto e a relação de pertinência. O diagrama a seguir representa uma situação em que x1 é elemento do conjunto A, mas x2 não é. A x1 ∈A x2 ∉A x1 x2 O conjunto vazio é aquele que não possui elementos: A = ∅ ⇔ n(A) = 0. O conjunto universo é aquele que possui todos os ele- mentos que podem estar relacionados a um determinado conjunto A, tanto aqueles que pertencem ao conjunto A quanto aqueles que não pertencem a ele. Para diferenciar o conjunto universo dos demais conjuntos em um diagra- ma, usamos a figura de um retângulo. Esse retângulo deve cercar completamente tanto o conjunto A quanto todos os demais conjuntos que possam ser estabelecidos em um determinado problema. Feito isso, a região exterior ao con- junto A passa a representar o conjunto complementar de A. Há várias opções para a representação do complemen- tar de um conjunto A em relação ao conjunto universo. Todas elas designam o conjunto dos elementos que não pertencem ao conjunto A. A A x U x Ac U A= = = = ∈ ∉{ }A , | A A U n(A) + n(A) = n(U) Interseção e diferença entre conjuntos Indicada por A ∩ B, a interseção entre os conjun- tos A e B é o conjunto formado apenas pelos elementos que pertencem simultaneamente aos dois conjuntos, A e B. Indicamos por A – B o conjunto dos elementos de A que não pertencem ao conjunto B, e por B – A o conjunto dos elementos de B que não pertencem ao conjunto A. A B A – B B – AA ∩ BU n(A – B) = n(A) – n(A ∩ B) n(B – A) = n(B) – n(A ∩ B) Observação: dois conjuntos A e B são chamados de disjuntos quando A ∩ B = ∅. União de conjuntos Indicada por A ∪ B, a união dos conjuntos A e B é o conjunto formado por todos os elementos de A e todos os elementos de B. A B A ∪ BU n(A ∪ B) = n(A) + n(B) – n(A ∩ B) PDF FINAL / CONFIGURAÇÕES DO DOCUMENTO ATUAL / FRANCISCO.SILVA / 21-10-2016 (10:52) PDF FINAL / CONFIGURAÇÕES DO DOCUMENTO ATUAL / FRANCISCO.SILVA / 21-10-2016 (10:52) Nome da aula Disciplina e caderno Frente e número de aula Cada disciplina tem marcação em uma posição para melhor manuseio do material MANUAL DO CADERNO MEDICINA II6 Além das questões do livro, é apresentada uma seção de exercícios específicos sobre o assunto das aulas, os quais possibilitam a fixação dos conteúdos estudados e oferecem preparação adicional aos alunos. Em cada aula, há a proposta de o professor resolver as questões com toda a classe ou pedir aos alunos que as respondam individualmente. Nesse momento, aspectos relevantes da aula são retomados, dando oportunidade ao professor e aos alunos de discutirem possíveis dificuldades. Todos os exercícios têm sua resolução apresentada neste manual. EXERCÍCIOS DE SALA As questões são de importantes exames vestibulares de todo o Brasilou autorais, em momentos nos quais a explicação exige. EXERCÍCIOS DE SALA ESTRUTURA DAS AULAS RESUMO TEÓRICO Respeitando o Planejamento de aulas disponibilizado no Portal Edros, todas as aulas apresentam um resumo esquemático do tópico trabalhado no livro, sintetizando os principais conhecimentos estudados. A organização das atividades foi elaborada para aumentar a eficiência do trabalho em sala. PORTUGUÊS | MEDICINA I 21 Aulas 7 e 8 Frente 1 Aulas 7 e 8 Frente 1 E�������� � �������� �� �������� Trata-se da segunda parte da morfologia. Estudo dos mor- femas – elementos que constituem o vocábulo – e de um dos processos de formação de palavras – a derivação (prefixal, su- fixal e parassintética). Para os exames modernos, o destaque é para o emprego dos neologismos (palavras inventadas), sua formação e funcio- nalidade para o texto. (Sua presença é marcante no Modernis- mo brasileiro.) Morfemas Além das desinências, do radical, da vogal temática, te- mos como morfemas os afixos (prefixo e sufixo); são eles que possibilitam a formação de novas palavras (morfemas deri- vacionais). Os afixos que se antepõem ao radical chamam-se prefixos; os que se pospõem denominam-se sufixos; os afixos possuem uma significação maior que as desinências. Já a vogal de ligação e a consoante de ligação são morfemas insignifica- tivos, servem apenas para evitar dissonâncias (hiatos, encon- tros consonantais), sequências sonoras indesejáveis. Veja: Re fazer Prefixo Radical Cinz eiro Radical Sufixo Cant a r Radical Vogal temática Desinência Cha l eira Radical Consoante de ligação Sufixo Quando um grupo de palavras possui o mesmo radical, diz-se que o grupo é formado de palavras cognatas (pedra/ pedreiro/pedreira); quando as palavras irmanam-se pelo sentido, temos a série sinonímica, a família ideológica: casa, moradia, lar, mansão, habitação etc. Radical O radical é a base significativa da palavra; raiz é o morfe- ma originário que contém o núcleo significativo comum a uma família linguística. Prefixo Os prefixos de nossa língua são de origem latina ou grega. Alguns apresentam alteração em contato com o radical. As- sim, o prefixo an, indicador de privação, transforma-se em a diante de consoante. Ex.: amoral, anaeróbico. Os prefixos possuem mais independência que os sufixos, pois se originam, em geral, de advérbios ou preposições, que têm ou tiveram vida independente. Sufixo Os sufixos podem ser nominais, verbais ou adverbiais. Formam, respectivamente, nomes (substantivos, adjetivos), verbos e advérbios (a partir de adjetivos). Ex.: anarquismo, malufar, rapidamente. Derivação • Derivação prefi xal: cria-se uma palavra derivada a parti r de um prefi xo. Ex.: disenteria. • Derivação sufi xal: cria-se uma palavra derivada a parti r de um sufi xo. Ex.: doutorado. • Derivação parassintéti ca: cria-se uma palavra derivada por meio do acréscimo simultâneo de um prefi xo e um sufi xo. Se reti rarmos qualquer um dos afi xos, não tere- mos palavra. Ex.: adoçar. • Derivação prefi xal e sufi xal: acréscimo não simultâneo de prefi xo e sufi xo. Reti rando-se um dos afi xos (ou os dois), ainda teremos palavra. Ex.: deslealdade. Obs.: Alguns lin- guistas não consideram esse ti po de derivação. ► Texto para a questão 1. Você conseguiria ficar 99 dias sem o Facebook? Uma organização não governamental holandesa está propondo um desafio que muitos poderão considerar im- possível: ficar 99 dias sem dar nem uma “olhadinha” no Facebook. O objetivo é medir o grau de felicidade dos usuá- rios longe da rede social. O projeto também é uma resposta aos experimentos psicológicos rea lizados pelo próprio Facebook. A diferença EXERCÍCIOS DE SALA PDF FINAL / CONFIGURAÇÕES DO DOCUMENTO ATUAL / KLEBER / 10-10-2016 (17:44) PDF FINAL / CONFIGURAÇÕES DO DOCUMENTO ATUAL / KLEBER / 10-10-2016 (17:44) MATEMÁTICA | MEDICINA I108 Aulas 1 e 2 Frente 1 Aulas 1 e 2 Frente 1 I��������� � ������ ��� ��������� Conceitos básicos da teoria dos conjuntos Os entes primitivos da teoria dos conjuntos são: o ele- mento, o conjunto e a relação de pertinência. O diagrama a seguir representa uma situação em que x1 é elemento do conjunto A, mas x2 não é. A x1 ∈A x2 ∉A x1 x2 O conjunto vazio é aquele que não possui elementos: A = ∅ ⇔ n(A) = 0. O conjunto universo é aquele que possui todos os ele- mentos que podem estar relacionados a um determinado conjunto A, tanto aqueles que pertencem ao conjunto A quanto aqueles que não pertencem a ele. Para diferenciar o conjunto universo dos demais conjuntos em um diagra- ma, usamos a figura de um retângulo. Esse retângulo deve cercar completamente tanto o conjunto A quanto todos os demais conjuntos que possam ser estabelecidos em um determinado problema. Feito isso, a região exterior ao con- junto A passa a representar o conjunto complementar de A. Há várias opções para a representação do complemen- tar de um conjunto A em relação ao conjunto universo. Todas elas designam o conjunto dos elementos que não pertencem ao conjunto A. A A x U x Ac U A= = = = ∈ ∉{ }A , | A A U n(A) + n(A) = n(U) Interseção e diferença entre conjuntos Indicada por A ∩ B, a interseção entre os conjun- tos A e B é o conjunto formado apenas pelos elementos que pertencem simultaneamente aos dois conjuntos, A e B. Indicamos por A – B o conjunto dos elementos de A que não pertencem ao conjunto B, e por B – A o conjunto dos elementos de B que não pertencem ao conjunto A. A B A – B B – AA ∩ BU n(A – B) = n(A) – n(A ∩ B) n(B – A) = n(B) – n(A ∩ B) Observação: dois conjuntos A e B são chamados de disjuntos quando A ∩ B = ∅. União de conjuntos Indicada por A ∪ B, a união dos conjuntos A e B é o conjunto formado por todos os elementos de A e todos os elementos de B. A B A ∪ BU n(A ∪ B) = n(A) + n(B) – n(A ∩ B) PDF FINAL / CONFIGURAÇÕES DO DOCUMENTO ATUAL / FRANCISCO.SILVA / 21-10-2016 (10:52) PDF FINAL / CONFIGURAÇÕES DO DOCUMENTO ATUAL / FRANCISCO.SILVA / 21-10-2016 (10:52) Nome da aula Disciplina e caderno Frente e número de aula Cada disciplina tem marcação em uma posição para melhor manuseio do material MANUAL DO CADERNO MEDICINA II 7 GUIA DE ESTUDO Química | Livro 1 | Frente 3 | Capítulo 3 I. Leia as páginas de 282 a 284. II. Faça os exercícios 5 e 6 da seção “Revisando”. III. Faça os exercícios propostos 38, de 40 a 42 e de 44 a 46. Ao final de cada aula, o caderno de sala oferece um guia que orienta o aluno para os estudos que serão reali- zados em casa. A seção “Guia de estudo” direciona a leitura, no livro de teoria, dos assuntos que foram tratados e indica exercícios pertinentes a serem resolvidos, visando consolidar o conhecimento adquirido em sala. Levando em conta que o tempo de estudo em casa deve ser cumprido de forma satisfatória, esse guia é pensa- do com bastante cuidado. Ao especificar o número de exercícios a serem feitos, consideram-se o tempo destinado à leitura da teoria e também o tempo que será despendido para a resolução das questões. Assim, o resultado é a satisfação do aluno, que consegue cumprir suas metas diárias de estudo em um tempo possível. GUIA DE ESTUDO 1 3 2 1 32Indicação de disciplina, livro, frente e capítulo correspondente à aula. Localização das páginas do livro com a teoria estudada. Seleção de exercícios. GUIA DE ESTUDO Português | Livro 1 | Frente 1 | Capítulo 1 I. Leia as páginas de 7 a 15. II. Faça os exercícios de 1 a 3 da seção “Revisando”. III. Faça os exercícios propostos de 4 a 9 GUIA DE ESTUDO Geografia | Livro 1 | Frente 1 | Capítulo 1 I. Leia as páginas de 12 a 18. II. Faça os exercícios 10 e 11 da seção “Revisando”. III. Faça os exercícios propostos 48, 56, 70, 71, 78, 80, 81 e 83. GUIA DE ESTUDO História | Livro 1 | Frente 2 | Capítulo 3 I. Leia as páginas de 131 a 134. II. Faça o exercício 2 da seção “Revisando”. III. Faça os exercícios propostos 10, 12, 14, 16 e 19. GUIA DE ESTUDO Biologia | Livro 1 | Frente 2 | Capítulo3 I. Leia as páginas de 117 a 120. II. Faça os exercícios 1 e de 3 a 5 da seção “Revisando”. III. Faça os exercícios propostos de 5 a 10. MANUAL DO CADERNO MEDICINA II8 GUIA DE ESTUDO Química | Livro 1 | Frente 3 | Capítulo 3 I. Leia as páginas de 282 a 284. II. Faça os exercícios 5 e 6 da seção “Revisando”. III. Faça os exercícios propostos 38, de 40 a 42 e de 44 a 46. Ao final de cada aula, o caderno de sala oferece um guia que orienta o aluno para os estudos que serão reali- zados em casa. A seção “Guia de estudo” direciona a leitura, no livro de teoria, dos assuntos que foram tratados e indica exercícios pertinentes a serem resolvidos, visando consolidar o conhecimento adquirido em sala. Levando em conta que o tempo de estudo em casa deve ser cumprido de forma satisfatória, esse guia é pensa- do com bastante cuidado. Ao especificar o número de exercícios a serem feitos, consideram-se o tempo destinado à leitura da teoria e também o tempo que será despendido para a resolução das questões. Assim, o resultado é a satisfação do aluno, que consegue cumprir suas metas diárias de estudo em um tempo possível. GUIA DE ESTUDO 1 3 2 1 32Indicação de disciplina, livro, frente e capítulo correspondente à aula. Localização das páginas do livro com a teoria estudada. Seleção de exercícios. GUIA DE ESTUDO Português | Livro 1 | Frente 1 | Capítulo 1 I. Leia as páginas de 7 a 15. II. Faça os exercícios de 1 a 3 da seção “Revisando”. III. Faça os exercícios propostos de 4 a 9 GUIA DE ESTUDO Geografia | Livro 1 | Frente 1 | Capítulo 1 I. Leia as páginas de 12 a 18. II. Faça os exercícios 10 e 11 da seção “Revisando”. III. Faça os exercícios propostos 48, 56, 70, 71, 78, 80, 81 e 83. GUIA DE ESTUDO História | Livro 1 | Frente 2 | Capítulo 3 I. Leia as páginas de 131 a 134. II. Faça o exercício 2 da seção “Revisando”. III. Faça os exercícios propostos 10, 12, 14, 16 e 19. GUIA DE ESTUDO Biologia | Livro 1 | Frente 2 | Capítulo 3 I. Leia as páginas de 117 a 120. II. Faça os exercícios 1 e de 3 a 5 da seção “Revisando”. III. Faça os exercícios propostos de 5 a 10. O ensino de Língua Portuguesa, como um todo, vem sofrendo paulatina revolução em sua abordagem. Começa-se a polêmica a partir de uma pergunta: como chamar o trabalho do professor de Português de “ensino” quando seus alunos já a possuem como língua ma- terna e, linguisticamente, são competentes para se comunicar em português? A resposta a essa pergunta vem com uma nova abordagem em relação à língua. Não mais a ensinamos, e sim a sistematizamos; nós a aplicamos nos mais diversos contextos comunicativos e, aí sim, ensinamos nossos alunos a como lidar com o texto: seja verbal, visual, musical ou sincréti- co. Daí o porquê de lidar com a Língua Portuguesa como integrante de um universo maior, chamado Linguagens e Códigos. Mas o que é, afinal, linguagem? Linguagem não se resume a determinada língua na- tural (no caso, o Português), mas a qualquer meio sistemático capaz de comunicar ideias, valores e discursos por meio de signos verbais, gestuais, sonoros, gráficos etc. Ou seja, lin- guagens geram textos. Texto é qualquer todo de sentido – texto é aquilo que significa. Não é de se espantar que, não raro, ultimamente, são cobradas comparações entre pinturas e textos literários; gráficos e matérias jornalísticas; propagandas e atualidades. Tudo isso é texto. Tudo isso significa, e cabe ao aluno/candidato ser capaz de acessar tal significação. O material do Sistema de Ensino Poliedro vem ao encontro dessa nova tendência, com uma proposta metodológica capaz de responder a contento os questionamentos da nova forma de se abordar a linguagem e propiciar o desenvolvimento das competências neces- sárias para o estudo de Linguagens e Códigos. Dividido em duas frentes, o livro de Português do Sistema de Ensino Poliedro traz a gramática, contemplada na Frente 1, contextualizada, não mais desenvolvida em sistema de exercícios maçantes e fora da realidade do aluno e dos vestibulares. Morfologia, sintaxe, or- tografia e demais conteúdos tradicionais são introduzidos de maneira inovadora, em abor- dagem teórica afinada aos mais modernos arcabouços teóricos do estudo da linguagem. ORIENTAÇÕES ESPECÍFICAS MANUAL DO CADERNO MEDICINA II 9 PORTUGUÊS | MEDICINA II42 Aula 19 Frente 2 Aula 19 Frente 2 A ����� ������������� �� J��� �� A������: � ������� ���������� � ���� ������ • José de Alencar é um dos principais nomes do Roman- tismo brasileiro, tanto pelo alcance da sua produção, que ajudou a popularizar o romance no Brasil, quanto pelo comprometimento com a construção da identida- de nacional. • Alencar compôs, por meio de sua ficção, diferentes re- tratos do país. Essa ficção pode ser dividida em três fases: primitiva, relacionada às tradições, às lendas e aos mitos indígenas; histórica, voltada para a valoriza- ção do solo nativo e para o período de invasão da terra americana pelo europeu; e pós-independência polí- tica, empenhada na busca dos traços marcantes que distinguem a nossa nacionalidade. • Destaca-se do trabalho literário de Alencar a forma como consolidou a figura do índio enquanto herói nacional, imprimindo-lhe traços idealizadores ao res- saltar, no indígena, características nobres, embora a construção literária da imagem desses seres míticos das matas exuberantes do passado histórico não fosse condizente com a vida diária. • Na ficção de Alencar, o auge do heroísmo do índio está na integração com o homem branco, destacando as melhores qualidades do nativo, dotando-lhe de habi- lidades impossíveis para um homem comum, de valor reconhecido quando batizado na fé cristã introduzida pelos portugueses no Brasil. • O romance indianista Iracema foi concebido como uma narrativa lendária, com o objetivo de contribuir com a formação da identidade brasileira. Iracema tem uma alta carga simbólica; narrado em terceira pessoa, o ro- mance pode ser considerado uma prosa poética pelo lirismo, pelas inúmeras figuras de linguagem e pela es- colha e organização lexical. • Outro romance indianista de Alencar, O guarani, conta a história do índio Peri, um “selvagem” com caracterís- ticas morais e comportamentais dignas de um cavalei- ro medieval da Idade Média europeia, extremamente devotado a uma branca, Cecília (Ceci). Esse romance apresenta longas descrições da natureza e da cor local brasileira, em um retrato minucioso da fauna e da flora. Jo sé M ar ia d e M ed ei ro s/ W ik im ed ia C om m on s (D om ín io p úb lic o) José Maria de Medeiros, Iracema, 1884, óleo sobre tela, Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro, Brasil. PDF FINAL / CONFIGURAÇÕES DO DOCUMENTO ATUAL / ELIZETE.FERREIRA / 24-01-2018 (08:43) PDF FINAL / CONFIGURAÇÕES DO DOCUMENTO ATUAL / ELIZETE.FERREIRA / 24-01-2018 (08:43) MANUAL DO CADERNO MEDICINA II10 PORTUGUÊS | MEDICINA II 43 Aula 19 19 EXERCÍCIOS DE SALA GUIA DE ESTUDO Português | Livro 2 | Frente 2 | Capítulo 6 I. Leia as páginas de 107 a 111. II. Faça os exercícios de 1 a 3 da seção “Revisando”. III. Faça os exercícios complementares 1 e 2. 1 Ufal a) Considerando-se o modo pelo qual Gonçalves Dias e José de Alencar retrataram a figura do índio em suas obras, é possível afirmar que estavam sendo fiéis aos valores do Romantismo? Por quê? b) Qual a relação que se pode estabelecer entre a valo- rização do indianismo, em Gonçalves Dias e José de Alencar, e o período histórico em que viveram? 2 PUC-SP 2017 Verdes mares bravios de minha terra natal, onde canta a jandaia na fronde da carnaúba; Verdes mares que brilhais como líquida esmeralda aos raios do sol nascente, perlongando as alvas praias ensom- bradas de coqueiros; Serenai, verdes mares, e alisai docemente a vaga im- petuosa para que o barco aventureiro manso resvale à flor das águas. O trecho acima integra o romance Iracema, sobre o qual Machado de Assis se referiu como um verdadeiro poema em prosa. Indique, nas alternativas a seguir,aquela que se mostra errada quanto ao texto em pauta. A Evidencia um proposital trabalho de linguagem, mar- cada por significativo uso de figuras de estilo, entre as quais se põe a comparação. B Apresenta musicalidade, ritmo e cadência que o apro- ximam da poesia metrificada de extração popular. C Faz aflorar no tecido poético a força da função conativa como apelo para abrandar os elementos e as forças da natureza. D Utiliza apenas a construção anafórica para dar força ao texto, não se valendo de outras figuras que poderiam potencializar sua dimensão poética. PDF FINAL / CONFIGURAÇÕES DO DOCUMENTO ATUAL / ELIZETE.FERREIRA / 24-01-2018 (08:43) PDF FINAL / CONFIGURAÇÕES DO DOCUMENTO ATUAL / ELIZETE.FERREIRA / 24-01-2018 (08:43) MANUAL DO CADERNO MEDICINA II 11 1 a) Ambos retrataram a figura do índio de modo idealizado e exaltaram a pátria. A natureza, em suas obras, ganha valor em suas descrições. Os autores tinham um conhecimento da tradição, dos costumes e da língua dos nativos, o que contribuiu com as cenas descritas. b) Pode-se afirmar que Gonçalves Dias – participante da primeira geração do Romantismo no Brasil – atinge o máximo de sua arte no indianismo. Seus versos desenham um índio portador de sentimentos e de atitudes artificiais, extremamente europeizado. Ainda assim, o índio de Gonçalves Dias está mais próximo da realidade do que o índio de José de Alencar. Este escreveu três obras: O guarani, Iracema e Ubirajara, tornando o índio um símbolo nacional, o herói da pátria e o elemento formador de um Novo Mundo. Embora idealizado, Alencar faz questão de firmar o índio como representante de nosso passado histórico. 2 Alternativa: D. O romance é repleto de figuras de linguagem, tais como metáforas e comparações, que potencializam sua dimensão poética. No trecho destacado, por exemplo, podemos ver a comparação do brilho dos verdes mares com a “líquida esmeralda aos raios do sol nascente”. ANOTAÇÕES Orientações Demonstrar, por meio de trechos das narrativas românticas consolidadas no período, o caráter do romance indianista de José de Alencar e o compromisso de reconstituir o nosso passado histórico. Mostrar como Alencar elevou o índio ao status de herói nacional para destacar a nobreza e a coragem do povo original brasileiro. Comprovar isso fazendo a abordagem de um dos romances analisados no capítulo 6 – Iracema ou O guarani. RESOLUÇÕES | EXERCÍCIOS DE SALA MANUAL DO CADERNO MEDICINA II12 ANOTAÇÕES MANUAL DO CADERNO MEDICINA II 13 PORTUGUÊS | MEDICINA II44 Aula 20 Frente 2 Aula 20 Frente 2 A ����� ������������� �� J��� �� A������: � ������� ������ � � ������� ������������ • Os romances urbanos e regionalistas de José Alencar eram publicados em folhetins, ou seja, nos jornais. Duas técnicas de escrita foram postas em prática para vincular fortemente os leitores às narrativas: o suspen- se ao final de cada capítulo os trechos que relembra- vam episódios anteriores (flashbacks). • O romance urbano dava destaque às personagens femininas e ressaltava a dimensão humana de forma leve, retratando mulheres puras e inocentes. O senti- mentalismo amoroso era enfatizado para promover a identificação das leitoras com os perfis das heroínas apresentadas nas obras. Em alguns romances, entre- tanto, foram expostas personagens femininas fortes, altivas e donas do seu destino. • Esses romances retrataram a elite burguesa do Se- gundo Reinado, com enredos que envolviam amores e segredos. Em alguns, é possível afirmar que existe, de certa forma, uma crítica à hipocrisia, à ambição e à desigualdade social. • No romance regionalista (ou sertanista), Alencar de- monstrava seu interesse pelas regiões mais afastadas do Brasil, distantes da influência europeia que predo- minava na Corte fluminense. Seu objetivo era aliar a beleza natural e exótica das terras brasileiras aos cos- tumes da vida no campo e à cultura popular. • As obras sertanistas alencarianas pouco revelam sobre a linguagem das pessoas do interior, pois o texto foi todo escrito no padrão culto urbano. Entre os roman- ces regionalistas de Alencar, podemos destacar O ser- tanejo, Til e O gaúcho. • A condução das personagens, a descrição dos espaços e a caracterização do tempo são instâncias narrativas, exemplarmente dominadas por Alencar, que colabo- ram para a evolução do enredo. co m m on s. w ik im ed ia .o rg Almeida Júnior, Leitura, 1892, óleo sobre tela, 95 x 141 cm, Pinacoteca do Estado, São Paulo, Brasil. PDF FINAL / CONFIGURAÇÕES DO DOCUMENTO ATUAL / ELIZETE.FERREIRA / 24-01-2018 (08:43) PDF FINAL / CONFIGURAÇÕES DO DOCUMENTO ATUAL / ELIZETE.FERREIRA / 24-01-2018 (08:43) MANUAL DO CADERNO MEDICINA II14 PORTUGUÊS | MEDICINA II 45 Aula 20 20 EXERCÍCIOS DE SALA GUIA DE ESTUDO Português | Livro 2 | Frente 2 | Capítulo 6 I. Leia as páginas de 111 a 113. II. Faça o exercício 5 da seção “Revisando”. III. Faça os exercícios propostos 13 e 14. 1 UPE 2016 Observe as imagens e relacione-as aos roman- ces de José de Alencar, conforme os temas sugeridos pelos elementos verbais e visuais. Imagem 1 Imagem 3 Imagem 5 Imagem 2 Imagem 4 Analise as afirmativas a seguir e coloque V nas Verdadeiras e F nas Falsas. As cinco imagens se relacionam, na sequência, com os seguintes temas desenvolvidos por José de Alencar em seus romances: indianista, histórico, urbano, sertanista e de perfil feminino. As imagens 4 e 5 apresentam a mesma temática dos romances Senhora e As Minas de Prata, ao passo que a imagem 1 retrata os primitivos habitantes do Brasil, o que a aproxima dos romances O Guarani, Iracema e Ubirajara. Os temas das imagens 2 e 3 relacionam-se às histórias contidas nos romances urbano e sertanista ou ruralista do escritor cearense, enquanto a imagem 4 não se as- socia a qualquer um dos romances de José de Alencar. Os romances Lucíola, Senhora e Diva são denominados romances urbanos de perfis femininos. Pode-se afir- mar, então, que se relacionam às imagens 2 e 4. Cinco Minutos, A Viuvinha e A Pata da Gazela são tex- tos em que Alencar, no seu projeto de desenvolver te- mas que cobrissem toda realidade cultural nacional, traz à tona aspectos urbanos que se fazem presentes nas imagens 1, 2 e 3. Assinale a alternativa que contém a sequência correta. A V - V - V - F - F B V - F - F - V - F C F - V - F - V - F D V - V - F - F - V E V - V - V - F - V 2 UFRGS 2014 Assinale a alternativa que preenche corre- tamente as lacunas do enunciado abaixo, na ordem em que aparecem. O projeto literário de __________ consistia em “radiogra- far” o Brasil em sua totalidade. Assim, narrou o passado indígena, em __________, a sociedade burguesa flumi- nense do século XIX, em __________, e o mundo rural em __________. A José de Alencar – A Moreninha – Til – Iracema B Joaquim Manuel de Macedo – Iracema – Senhora – A Moreninha C Joaquim Manuel de Macedo – Iracema – A Moreninha – Til D José de Alencar – Til – A Moreninha – Senhora E José de Alencar – Iracema – Senhora – Til PDF FINAL / CONFIGURAÇÕES DO DOCUMENTO ATUAL / ELIZETE.FERREIRA / 24-01-2018 (08:43) PDF FINAL / CONFIGURAÇÕES DO DOCUMENTO ATUAL / ELIZETE.FERREIRA / 24-01-2018 (08:43) MANUAL DO CADERNO MEDICINA II 15 1 Alternativa: C. I. Incorreta. As imagens fazem menção a romances, respectivamente: 1 indianista; 2 urbano; 3 regionalista; 4 perfil feminino e urbano; 5 histórico. II. Correta. A imagem 1 faz referência aos romances indianistas de José de Alencar: O guarani, Iracema e Ubirajara; a imagem 4 está relacionada ao romance Senhora, no qual Aurélia tem sua história apresentada; a imagem 5 pode fazer referência a As Minas de Prata, romance histórico cuja ação se passa no Brasil Colônia.III. Incorreta. A imagem 4 faz nítida referência a obras voltadas ao perfil feminino, uma das temáticas que mais alcançou sucesso entre os leitores de José de Alencar; merecem destaque Senhora, Lucíola, Diva. IV. Correta. Os três romances citados voltam-se a protagonistas mulheres cujas ações se desenvolvem no meio urbano. V. Incorreta. As obras citadas realmente são consideradas romances urbanos, portanto as imagens 1 e 3 não estão relacionadas a elas. 2 Alternativa: E. A obra de José de Alencar pretende representar a cultura e os costumes de sua época e da história do Brasil, em busca de uma identidade nacional através de romances indianistas, urbanos e rurais, como Iracema, Senhora e Til. ANOTAÇÕES Orientações Comprovar, pela leitura de alguns trechos dos romances urbanos de Alencar, como o escritor cria heroínas modelares e, ao mesmo tempo, expõe críticas aos costumes sociais. É recomendável a leitura de um trecho do romance Senhora, analisado no capítulo 6. Esclarecer a intenção dos romances regionalistas do autor: mostrar a unidade do país, os aspectos geográficos e os da vida regional, bem como o homem rural brasileiro heroicizado como bravo e valente. RESOLUÇÕES | EXERCÍCIOS DE SALA MANUAL DO CADERNO MEDICINA II16 ANOTAÇÕES MANUAL DO CADERNO MEDICINA II 17 PORTUGUÊS | MEDICINA II46 Aula 21 Frente 2 Aula 21 Frente 2 R��������� � ������ ������ • A importância do Romantismo para a literatura brasi- leira se deu, entre outros motivos, por ter sido um mo- mento determinante para o processo de formação de nossa identidade cultural. O período foi muito fecundo e lançou vários escritores para a carreira literária. Além disso, propiciou o surgimento de um verdadeiro públi- co leitor. • Joaquim Manuel de Macedo (1820-1882) foi um dos escritores mais populares do século XIX; é dele o primeiro romance urbano do Brasil (A moreninha, de 1844). Os ingredientes romanescos que atraíam os lei- tores se repetiam nas obras de Macedo: personagens do dia a dia, um cenário urbano, o namoro impossível e um final revelador, tudo isso escrito em linguagem simples, quase coloquial. • Visconde de Taunay (1843-1899) foi um dos principais escritores representantes do regionalismo romântico, junto com Bernardo Guimarães e Franklin Távora. Seu principal romance, de 1872, é Inocência; escrito com simplicidade e refinamento, alcançou grande sucesso. O enredo é centrado na história de uma jovem de 18 anos, moradora de uma fazenda no interior do Mato Grosso do Sul, que vive um amor proibido escondido do pai rígido e violento. O romance promove reflexões acerca das questões econômicas e sociais que se concretizavam como problemáticas no interior do país. • O escritor Bernardo Guimarães (1825-1884) é o autor que publicou o primeiro romance regionalista brasilei- ro, O ermitão de Muquém, embora sua obra de maior destaque seja A escrava Isaura, na qual desenvolveu, em alguma medida, o tema da escravidão. No entanto, ainda que fale sobre a escravidão, devemos conside- rar como temática central do romance o amor, bem ao gosto do leitor da época. H en ry K os te r/ In te rn et A rc hi ve s (D om ín io p úb lic o) Henry Koster, A Lady going to visit, 1816, gravura. In: Travels in Brazil. Londres: Longman, Hurst, Rees, Orme and Brown, 1816. p. 188. PDF FINAL / CONFIGURAÇÕES DO DOCUMENTO ATUAL / ELIZETE.FERREIRA / 24-01-2018 (08:43) PDF FINAL / CONFIGURAÇÕES DO DOCUMENTO ATUAL / ELIZETE.FERREIRA / 24-01-2018 (08:43) MANUAL DO CADERNO MEDICINA II18 PORTUGUÊS | MEDICINA II 47 Aula 21 EXERCÍCIOS DE SALA 21 1 Enem PPL 2016 Estas palavras ecoavam docemente pe- los atentos ouvidos de Guaraciaba, e lhe ressoavam n’alma como um hino celestial. Ela sentia-se ao mesmo tempo en- ternecida e ufana por ouvir aquele altivo e indômito guer- reiro pronunciar a seus pés palavras do mais submisso e mavioso amor, e respondeu-lhe cheia de emoção: — Itajiba, tuas falas são mais doces para minha alma que os favos da jataí, ou o suco delicioso do abacaxi. Elas fazem-me palpitar o coração como a flor que estremece ao bafejo perfuma- do das brisas da manhã. Tu me amas, bem o sei, e o amor que te consagro também não é para ti nenhum segredo, embora meus lábios não o tenham revelado. A flor, mes- mo nas trevas, se trai pelo seu perfume; a fonte do deserto, escondida entre os rochedos, se revela por seu murmúrio ao caminhante sequioso. Desde os primeiros momentos tu viste meu coração abrir-se para ti, como a flor do manacá aos primeiros raios do sol. B. Guimarães. O ermitão de Muquém. Disponível em: <www.dominiopublico.gov.br>. Acesso em: 7 out. 2015. O texto de Bernardo Guimarães é representativo da esté- tica romântica. Entre as marcas textuais que evidenciam a filiação a esse movimento literário está em destaque a A referência a elementos da natureza local. B exaltação de Itajiba como nobre guerreiro. C cumplicidade entre o narrador e a paisagem. D representação idealizada do cenário descrito. E expressão da desilusão amorosa de Guaraciaba. ►Texto para a questão 2. Nos poemas indianistas, o heroísmo dos indígenas em ne- nhum momento é utilizado como crítica à colonização eu- ropeia, da qual a elite era a herdeira. Ao contrário, pela resistência ou pela colaboração, os indígenas do passado colonial, do ponto de vista dos nossos literatos, valoriza- vam a colonização e deviam servir de inspiração moral à elite brasileira. [...] Já o africano escravizado demorou para aparecer como protagonista na literatura romântica. Na segunda metade do século XIX, Castro Alves, na poesia, e Bernardo Guimarães, na prosa, destacaram em obras suas o tema da escravidão. Marcos Napolitano; Mariana Villaça. História para o ensino médio. São Paulo: Atual Editora, 2013, p. 436-37. (Adapt.). 2 Puccamp 2016 Passagens muito representativas da ten- dência literária da segunda metade do século XIX, referida no texto, encontram-se em obras de Castro Alves e de Ber- nardo Guimarães, respectivamente A nos versos ríspidos das Cartas chilenas e no prefácio a Iracema. B nas sátiras contra a aristocracia baiana e nos Contos fluminenses. C nos versos em tom épico de Os escravos e no romance A escrava Isaura. D nas estrofes líricas de Espumas flutuantes e nos contos de Noite na taverna. E nos poemas de feição neoclássica e no romance Casa de pensão. GUIA DE ESTUDO Português | Livro 2 | Frente 2 | Capítulo 6 I. Leia as páginas de 113 a 116. II. Faça os exercícios 1, 2 e 5 da seção “Revisando”. III. Faça os exercícios propostos 1, 2, 16 e 17. PDF FINAL / CONFIGURAÇÕES DO DOCUMENTO ATUAL / ELIZETE.FERREIRA / 06-02-2018 (11:17) MANUAL DO CADERNO MEDICINA II 19 Orientações Definir, comentando e analisando alguns exemplos de narrativa romântica, as características temáticas marcantes das narrativas dos seguintes autores: Joaquim Manuel de Macedo e o seu romance honrado, modelador de comporta- mentos; Visconde de Taunay e o romance do patriarcado, no qual o homem ainda se orienta por práticas sociais que remontam à época colonial; e Bernardo Guimarães e a receita de sucesso do folhetim regionalista romântico. 1 Alternativa: A. A estética romântica valoriza os elementos naturais que adquirem significação poética ao associar os estados de espírito do personagem à paisagem que o rodeia. As comparações presentes em “tuas falas são mais doces para minha alma que os favos da jataí, ou o suco delicioso do abacaxi” ou “como a flor do manacá aos primeiros raios do sol” exemplificam essa característica romântica. 2 Alternativa: C. As obras mencionadas nas alternativas a, b, c, d e e pertencem, respectivamente, a: Tomás Antônio Gonzaga e José de Alencar; Gregório de Matos e Machado de Assis;Castro Alves e Álvares de Azevedo; o Arcadismo e Aluísio de Azevedo. ANOTAÇÕES RESOLUÇÕES | EXERCÍCIOS DE SALA MANUAL DO CADERNO MEDICINA II20 ANOTAÇÕES MANUAL DO CADERNO MEDICINA II 21 PORTUGUÊS | MEDICINA II48 Aula 22 Frente 2 Aula 22 Frente 2 R���������: � ������� �������� �� M����� A������ �� A������ � � ������� �� �������� �� M������ P��� • Manuel Antônio de Almeida (1831-1861) produziu, aos 21 anos, um único livro: o romance urbano Me- mórias de um sargento de milícias. A obra revela uma observação da vida comum de um grupo popular da sociedade e suas relações, em um momento específico da história. • Almeida utiliza uma linguagem simples e direta e tem um olhar atento e desencantado, tendo desenvolvido seu ro- mance com frieza, imparcialidade, cinismo e ironia. • Dentre os principais aspectos estruturais do romance, destaca-se a construção de personagens que são mais importantes como tipos sociais do que como persona- lidades. Sua narrativa tem movimento constante: é um conjunto de cenas e acontecimentos que revelam os costumes da época. • Observemos que o eixo estrutural da obra está na osci- lação das personagens entre os universos da “ordem” e da “desordem”, pois frequentemente cometem atos ilícitos com naturalidade, vivendo em um mundo sem culpa. Essa banalização do erro das personagens, prin- cipalmente do protagonista Leonardo, é o que permite entender o caráter “malandro” do livro. • O teatro do Romantismo expressa o desejo romântico de forjar e caracterizar uma arte autônoma que contri- bua para a consolidação do teatro brasileiro. As comé- dias de costumes de Martins Pena, como O noviço e O juiz de paz da roça, deram vigor à nossa dramaturgia e, ainda hoje, são frequentemente encenadas. Au gu st us E ar le , E dw ar d Fr an ci s Fi nd en /L ib ra ry o f C on gr es s (D om ín io p úb lic o) Desenho de Augustus Earle, gravura de Edward Francis Finden, Slave market at Rio Janeiro [sic], c. 1824, gravura. In: Journal of a voyage to Brazil. Londres: Longman, Hurst, Rees,Orme, Brown, and Green and J. Murray, 1824, pl. 23. PDF FINAL / CONFIGURAÇÕES DO DOCUMENTO ATUAL / ELIZETE.FERREIRA / 31-01-2018 (11:27) MANUAL DO CADERNO MEDICINA II22 PORTUGUÊS | MEDICINA II 49 Aula 22 EXERCÍCIOS DE SALA 22 1 Leia o fragmento a seguir. XXV – Conclusão feliz A comadre passou com a viúva e sua tia quase todo o tempo do nojo, e acompanhou-as à missa do sétimo dia. O Leonardo compareceu também nessa ocasião, e levou a família à casa depois de acabado o sacrifício. Aquele aperto de mão que no dia do enterro de seu marido Luisinha dera ao Leonardo não caíra no chão a D. Maria, assim como também lhe não escaparam muitos outros fatos consecutivos a esse. O caso é que não lhe parecia extravagante certa ideia que lhe andava na mente. Muitas vezes, ao cair de ave-maria, quando a boa da velha se sentava a rezar na sua banquinha em um canto da sala, entre um padre nosso e uma ave-maria do seu ben- dito rosário, vinha-lhe à ideia casar de novo a fresca viuvi- nha, que corria o risco de ficar de um momento para outro desamparada num mundo em que maridos, como José Manuel, não são difíceis de aparecer, especialmente a uma viuvinha apatacada. Ao mesmo tempo que lhe vinha esta ideia lembra- va-se do Leonardo, que amara a sua sobrinha no tempo da criançada, e que era, apesar de extravagante, um bom moço, não de todo desarranjado, graças à benevolência do padrinho barbeiro. Manuel Antônio de Almeida. Memórias de um sargento de milícias, v. 2. Assinale a alternativa correta. A A “ideia extravagante” a que se refere o fragmento é casar Luisinha com um homem de posses, bem mais velho do que ela, preferencialmente Leonardo Pataca. B “A boa velha” a que se refere o texto é a comadre que gostaria de ver casado com a sobrinha de dona Maria seu afilhado, o Leonardo Pataca, meirinho e pai de Leonardinho. C “A boa velha” a que se refere o texto é dona Maria, tia de Luisinha, que a queria casada com um homem sério, e Leonardo, após a morte de José Manuel, não parecia ser uma boa escolha para a jovem viúva. D A “ideia extravagante” a que se refere o fragmento é casar Luisinha com Leonardo, agora soldado das milí- cias, o que o narrador enfatiza posteriormente no texto ser “coisa de meter medo”. E A “ideia extravagante” da tia de Luisinha era casá-la com o compadre, o barbeiro, já que ele tinha uma pe- quena fortuna, embora advinda de comportamento escuso (o que, no romance, aparece sob o título “O arranjei-me do compadre”). PDF FINAL / CONFIGURAÇÕES DO DOCUMENTO ATUAL / ELIZETE.FERREIRA / 24-01-2018 (08:43) PDF FINAL / CONFIGURAÇÕES DO DOCUMENTO ATUAL / ELIZETE.FERREIRA / 24-01-2018 (08:43) MANUAL DO CADERNO MEDICINA II 23 PORTUGUÊS | MEDICINA II50 Aula 22 GUIA DE ESTUDO Português | Livro 2 | Frente 2 | Capítulo 6 I. Leia as páginas de 116 e 117. II. Faça os exercícios de 6 a 8 da seção “Revisando”. III. Faça o exercício proposto 40. IV. Faça os exercícios complementares 31 e 32. Aula ►Texto para as questões 2 e 3. Leia a cena IX da comédia O Juiz de paz da roça, do escritor Martins Pena (1815-1848), para responder às questões. Cena IX Sala em casa do Juiz de paz. Mesa no meio com papéis; cadeiras. Entra o Juiz de paz vestido de calça branca, roda- que de riscado, chinelas verdes e sem gravata. Juiz: Vamo-nos preparando para dar audiência. (arranja os papéis) O escrivão já tarda; sem dúvida está na venda do Manuel do Coqueiro… O último recruta que se fez já vai me fazendo peso. Nada, não gosto de presos em casa. Podem fugir, e depois dizem que o Juiz rece- beu algum presente. (batem à porta) Quem é? Pode entrar. (entra um preto com um cacho de bananas e uma carta, que entrega ao Juiz. Juiz, lendo a carta) “Ilmo. Sr. – Muito me alegro de dizer a V. Sa. que a minha ao fazer desta é boa, e que a mesma desejo para V. Sa. pelos circunlóquios com que lhe venero”. (deixando de ler) Circunlóquios… Que nome em bre- ve! O que quererá ele dizer? Continuemos. (lendo) “Tomo a liberdade de mandar a V. Sa. um cacho de bananas-maçãs para V. Sa. comer com a sua boca e dar também a comer à Sra. Juíza e aos Srs. Juizinhos. V. Sa. há de reparar na insignificância do presente; porém, Ilmo. Sr., as reformas da Constituição per- mitem a cada um fazer o que quiser, e mesmo fazer presentes; ora, mandando assim as ditas reformas, V. Sa. fará o favor de aceitar as ditas bananas, que diz minha Teresa Ova serem muito boas. No mais, receba as ordens de quem é seu venerador e tem a honra de ser – Manuel André de Sapiruruca.” – Bom, tenho bananas para a sobremesa. Ó pai, leva estas bananas para dentro e entrega à senhora. Toma lá um vintém para teu tabaco. (sai o negro) O certo é que é bem bom ser Juiz de paz cá pela roça. De vez em quando temos nossos presentes de galinhas, bananas, ovos, etc., etc. (batem à porta) Quem é? Escrivão (dentro): Sou eu. Juiz: Ah, é o escrivão. Pode entrar. Comédias (1833-1844), 2007. 2 Unesp 2017 Nesta cena, verifica-se alguma contradição na conduta do Juiz de paz? Justifique sua resposta, com base no texto. 3 Unesp 2017 Quais personagens participam da cena? A que personagem se refere o pronome “teu” em “Toma lá um vintém para teu tabaco.”? Qual a finalidade da carta en- viada por Manuel André da Sapiruruca? PDF FINAL / CONFIGURAÇÕES DO DOCUMENTO ATUAL / ELIZETE.FERREIRA / 24-01-2018 (08:43) PDF FINAL / CONFIGURAÇÕES DO DOCUMENTO ATUAL / ELIZETE.FERREIRA / 24-01-2018 (08:43) MANUAL DO CADERNO MEDICINA II24 Orientações Fazer uma abordagem do romance Memórias de um sargento de milícias e comentar o perfil de sociedaderetratada no livro, demarcando a diferença entre o romance urbano de Almeida e os dos demais autores. Discutir a consolidação do teatro brasileiro no período romântico, destacando a contribuição de Martins Pena e o modo como o dramaturgo utiliza-se do texto teatral para promover reflexões e críticas acerca de comportamentos comuns à sociedade brasileira. 1 Alternativa: D. Dona Maria, após refletir sobre o destino da viuvinha a quem deixaria sua fortuna, acredita que Leonardo, agora integrado às milícias de Vidigal, seja uma boa escolha, posto que ambos estiveram apaixonados no passado. Além disso, nos capítulos posteriores, o narrador enfatiza que ser das milícias era coisa de meter medo, ou seja, de grande importância (imaginar autoridade) na época. 2 A conduta contraditória do Juiz de paz revela-se quando o magistrado aceita um presente de um terceiro – no caso, um cacho de bananas oferecido por Manuel André de Sapiruruca –, sendo que, na realidade, por ter o dever de ser imparcial, um juiz não deveria aceitar agrados. Além disso, logo no início da cena, o Juiz afirma não gostar de ter presos em sua casa porque “podem fugir, e depois dizem que o Juiz recebeu algum presente”. Ou seja, para ele, o problema é as pessoas interpretarem essa fuga como uma consequência de suborno, algo que o Juiz não quer que pensem a seu respeito. Apesar disso, ao final da cena, o magistrado aceita com satisfação o agrado de Manuel André de Sapiruruca. 3 Da cena, participam o Juiz de paz, um homem preto, que entrega ao Juiz um cacho de bananas, e um escrivão. Em “Toma lá um vintém para teu tabaco.”, o pronome “teu” refere-se ao homem preto. Quanto à finalidade da carta, pode-se afirmar que seu remetente objetiva informar ao Juiz sua veneração (“a mesma [alegria] desejo para V. Sa. pelos circunlóquios com que lhe venero” e “receba as ordens de quem é seu venerador e tem a honra de ser”) e persuadi-lo a aceitar o modesto presente, por meio de uma argumentação apoiada na Constituição (“ora, mandando assim as ditas reformas [da Constituição], V. Sa. fará o favor de aceitar as ditas bananas”). Observação: O contexto sugere que o agrado é uma forma de agradecimento de Manuel por um possível favorecimento que lhe fora concedido por parte do Juiz: I. A conduta contraditória do Juiz, que, inicialmente, revela não gostar de que pensem que ele recebe presentes de presos foragidos, mas que, depois, aceita o agrado de Manuel. II. O substantivo “circunlóquio” (do trecho “Muito me alegro de dizer a V. Sa. que a minha ao fazer desta é boa, e que a mesma desejo para V. Sa. pelos circunlóquios com que lhe venero”) faz referência a um discurso verborrágico, isto é, um discurso em que há uso excessivo de palavras e que, portanto, não chega a ser claramente expresso (no português espontâneo, “encher linguiça”). Ora, se o remetente da carta venera o Juiz por seus circunlóquios, é provável que o Juiz o tenha favorecido de alguma forma, por exemplo, fazendo uso de discursos vazios e evasivos, o que vai de encontro a uma postura ética e correta que se espera de um magistrado. ANOTAÇÕES RESOLUÇÕES | EXERCÍCIOS DE SALA MANUAL DO CADERNO MEDICINA II 25 ANOTAÇÕES MANUAL DO CADERNO MEDICINA II26 PORTUGUÊS | MEDICINA II 51 Aula 23 Frente 2 Aula 23 Frente 2 R������� �� P������� • A estética do Realismo preconizava uma literatura que fosse engajada nas questões sociais e nos instrumen- tos de transformação da realidade. As questões con- cretas passaram a ser abordadas sob a ótica dos méto- dos científicos de observação das coisas e dos fatos. • O contexto em que se desenvolve o Realismo coincide com o avanço da industrialização, a consolidação do es- tilo de vida burguês e as transformações sociais e ideo- lógicas ao longo de todo o século XIX. O cientificismo e o laicismo deram ensejo ao surgimento de teorias como o racionalismo, o positivismo e o determinismo. • Os princípios gerais que orientam o estilo realista são: objetividade, contemporaneidade, retrato de pessoas comuns, determinismo, lei da causalidade e linguagem cotidiana. • O escritor francês Gustave Flaubert (1821-1880) foi quem consolidou os elementos da estética realista na Europa. Foi a partir da publicação de seu romance Ma- dame Bovary (1857) que o Realismo passou a ganhar adeptos por vários países da Europa e das Américas. • O Realismo em Portugal ganhou força com o grupo conhecido como “Geração de 70”, encabeçado pelos jovens acadêmicos de Coimbra. O movimento buscava o despertar da consciência entre os portugueses, cri- ticando a elite letrada e sua cegueira diante dos pro- blemas sociais e combatendo as atitudes arraigadas na cultura nacional, que eles acreditavam ser o entrave ao progresso do país. Entre os principais doutrinários do Realismo em Portugal estão os escritores Antero de Quental, Ramalho Ortigão e Cesário Verde. • A Questão Coimbrã (1865) foi um embate literário- -ideológico que colocou os velhos e consagrados escri- tores românticos de um lado e os jovens e polêmicos escritores realistas portugueses de outro. Dessa forma, os românticos insistiam em defender um modelo de “perfeição poética”, enquanto os realistas eram a favor de uma literatura voltada para os problemas sociais e de uma escrita com a língua viva do falar cotidiano. • Eça de Queirós (1845-1900) foi o grande nome do Re- alismo português. Prosador, escreveu romances e con- tos que determinaram os traços próprios dessa escola literária, ao debater as questões mais cotidianas do povo português, sempre com um certo realismo sar- cástico e zombeteiro, denunciando os “falsos valores” protegidos pelo Estado. • O primo Basílio é a obra mais conhecida de Eça de Queirós. Nesse romance, o escritor critica um dos valores mais arraigados na sociedade portuguesa do século XIX: a criação romântica das moças. Outros ro- mances de destaque do autor são: – O crime do Padre Amaro, narrativa que desenvolve a tese de que o catolicismo é uma das causas da decadência dos povos peninsulares; – A cidade e as serras, romance em que a temática “cidade x campo” é abordada ao revés. An tó ni o Ca rv al ho d a Si lv a Po rt o (D om ín io p úb lic o) António Carvalho da Silva Porto, Volta do mercado, 1886, óleo sobre tela, Museu Nacional do Chiado, Lisboa, Portugal. PDF FINAL / CONFIGURAÇÕES DO DOCUMENTO ATUAL / ELIZETE.FERREIRA / 24-01-2018 (08:43) PDF FINAL / CONFIGURAÇÕES DO DOCUMENTO ATUAL / ELIZETE.FERREIRA / 24-01-2018 (08:43) MANUAL DO CADERNO MEDICINA II 27 PORTUGUÊS | MEDICINA II52 Aula 23Aula 1 Leia o texto a seguir e responda ao que se pede. Tese e antítese I Já não sei o que vale a nova ideia, Quando a vejo nas ruas desgrenhada, Torva no aspecto, à luz da barricada, Como bacante após lúbrica ceia... Sanguinolento o olhar se lhe incendeia; Respira fumo e fogo embriagada: A deusa de alma vasta e sossegada Ei-la presa das fúrias de Medeia! Um século irritado e truculento Chama à epilepsia pensamento, Verbo ao estampido de pelouro e obus... Mas a ideia é num mundo inalterável, Num cristalino céu, que vive estável... Tu, pensamento, não és fogo, és luz! Antero de Quental. a) O texto que você acabou de ler é de Antero de Quen- tal, poeta português participante da Questão Coimbrã, e que deu ensejo ao aparecimento das primeiras rea- ções realistas em Portugal. Trata-se de um soneto, for- ma pela qual o autor se notabilizou; é preciso que se diga que possui algumas vertentes que o ligam a um comportamento de época (a vertente metafísica é um exemplo disso), enquadrando-se notadamente como realista. Com base em seu conteúdo, aponte dois as- pectos que indiquem tal definição. b) Trace uma comparação opositiva entre as palavras “ideia” e “pensamento”com base nos versos do sone- to “Tese e antítese”, de Antero de Quental. torva: que apresenta aspecto sombrio; de ar pesado e tristonho; pelouro: bala de ferro ou de pedra, esférica, empregada anti gamente em peças de arti lharia; obus: pequeno objeto de arti lharia usado para lançar. EXERCÍCIOS DE SALA PDF FINAL / CONFIGURAÇÕES DO DOCUMENTO ATUAL / ELIZETE.FERREIRA / 24-01-2018 (08:43) PDF FINAL / CONFIGURAÇÕES DO DOCUMENTO ATUAL / ELIZETE.FERREIRA / 24-01-2018 (08:43) MANUAL DO CADERNO MEDICINA II28 PORTUGUÊS | MEDICINA II 53 Aula 23 23 GUIA DE ESTUDO Português | Livro 2 | Frente 2 | Capítulo 7 I. Leia as páginas de 147 a 155. II. Faça os exercícios de 1 a 3 da seção “Revisando”. III. Faça os exercícios propostos 4 e 5. 2 Fuvest 2016 Leia este texto. Mas o meu novíssimo amigo, debruçado da janela, batia as palmas como Catão para chamar os servos, na Roma sim- ples. E gritava: — Ana Vaqueira! Um copo de água, bem lavado, da fonte velha! Pulei, imensamente divertido: — Oh Jacinto! E as águas carbonatadas? E as fosfatadas? E as esterilizadas? E as sódicas?... O meu Príncipe atirou os ombros com um desdém sober- bo. E aclamou a aparição de um grande copo, todo embaciado pela frescura nevada da água refulgente, que uma bela moça trazia num prato. Eu admirei sobretudo a moça... Que olhos, de um negro tão líquido e sério! No andar, no quebrar da cinta, que harmonia e que graça de ninfa latina! E apenas pela porta desaparecera a esplêndida aparição: — Oh Jacinto, eu daqui a um instante também quero água! E se compete a esta rapariga trazer as coisas, eu, de cinco em cinco minutos, quero uma coisa!... Que olhos, que corpo... Caramba, menino! Eis a poesia, toda viva, da serra... O meu Príncipe sorria, com sinceridade: — Não! Não nos iludamos, Zé Fernandes, nem façamos Arcádia. É uma bela moça, mas uma bruta... Não há ali mais poesia, nem mais sensibilidade, nem mesmo mais beleza do que numa linda vaca turina. Merece o seu nome de Ana Va- queira. Trabalha bem, digere bem, concebe bem. Para isso a fez a Natureza, assim sã e rija [...]. Eça de Queirós, A cidade e as serras. a) No período em que Jacinto passa a viver na serra, tor- nam-se relativamente frequentes, no romance, as refe- rências à cultura da Antiguidade Clássica. Consideradas no contexto da obra, o que conotam as referências que o narrador, no excerto, faz a aspectos dessa cultura? b) Considerando-a no contexto em que aparece, explique a expressão “nem façamos Arcádia”, empregada por Jacinto. ► Texto para a questão 3. Então o meu príncipe, sucumbido, arrastou os passos até ao seu gabinete, começou a percorrer todos os aparelhos complementadores e facilitadores da Vida – o seu telégrafo, o seu telefone, o seu fonógrafo, o seu radiômetro, o seu gra- fofone, o seu microfone, a sua máquina de escrever, a sua máquina de contar, a sua imprensa elétrica, a outra magné- tica, todos os seus utensílios, todos os seus tubos, todos os seus fios... Assim um suplicante percorre altares donde espe- ra socorro. E toda a sua suntuosa mecânica se conservou rí- gida, reluzindo frigidamente, sem que uma roda girasse, nem uma lâmina vibrasse, para entreter o seu senhor. 3 Fac. Albert Einstein 2016 O trecho acima é da obra A cidade e as serras, de Eça de Queirós, escrita em 1901 e que integra a fase pós-realista da produção do autor. Deste romance é correto afirmar que A compõe um conjunto de obras batizado pelo autor de “Cenas da vida portuguesa”, caracterizando um vasto painel da sociedade lisboeta, retratada em seus múlti- plos aspectos. B analisa a corrupção e a depravação dos costumes numa cidade provinciana fortemente influenciada pelo Clero, assim como critica a pequena e média burguesia locais. C retrata a sociedade de Lisboa, ou seja, a alta burgue- sia, a aristocracia, a diplomacia, artistas e jornalistas, criando um quadro da vida romântica como sinônimo de comportamento burguês. D engendra uma oposição entre a industrializada Paris e uma pequena aldeia portuguesa, concluindo que a verdadeira felicidade só pode ser encontrada na vida pura do campo. PDF FINAL / CONFIGURAÇÕES DO DOCUMENTO ATUAL / ELIZETE.FERREIRA / 24-01-2018 (08:43) PDF FINAL / CONFIGURAÇÕES DO DOCUMENTO ATUAL / ELIZETE.FERREIRA / 24-01-2018 (08:43) MANUAL DO CADERNO MEDICINA II 29 Orientações Chamar a atenção dos alunos para as imagens que ilustram o capítulo e compará-las com as que estampam os refe- rentes ao Romantismo, demonstrando os novos encaminhamentos temáticos e estilísticos nas pinturas de cada período. Propor-lhes a elaboração de um esquema em que sejam pontuados os seguintes tópicos de estudo do Realismo em Portugal: contexto histórico, características do estilo de época e de cada autor (recorrendo aos conceitos no capítulo 1, aula 2) e correntes filosóficas e científicas que orientaram o pensamento do período. Explicar em que consistiu a Questão Coimbrã e apontar quais foram os seus desdobramentos. Fazer a leitura oral de um trecho do romance O primo Basílio e sintetizar os aspectos da obra analisados no capítulo 7. 1 a) Basta que se leia o título do poema “Tese e antítese“ (raciocínio tipicamente científico-filosófico) e o último verso “Tu, pensamento, não és fogo, és luz!”. O pensamento representa os lugares-comuns, luz que ilumina, que faz crescer e compreender e que se converte em conhecimento humano. Esse texto está distanciado dos temas metafísicos da busca de Deus ou, como em princípio, do elogio aos sentimentos, como amor e desejo. b) Para o poeta, a ideia é “deusa de alma vasta e sossegada”, algo cristalizado pelas fúrias de Medeia; o poeta critica o século que habita, que confunde “ideia” e “pensamento”; o último terceto, no entanto, esclarece: ideias são para estabilidades, mas pensamento é luz absoluta: não consome como o fogo, apenas ilumina os caminhos de quem quer/ deseja seguir adiante. 2 a) Zé Fernandes busca aproximar a vida nas serras de um ideal de civilidade aristocrático e simples, entendido como preocupação com o que há de essencial à vida humana. No trecho, essa essência é representada pela água “da fonte velha” da serra (por oposição às águas refinadas que consumia em Paris), que, “como Catão”, Jacinto pede aos servos, e pela beleza da empregada que os atende, associada pelo narrador a uma “ninfa latina”. O trecho também nos remete ao bucolismo do locus amoenus. b) Jacinto, ao mencionar “Arcádia”, em seu comentário ao deslumbrado Zé Fernandes, remete-nos ao Neoclassicismo, um movimento de inspiração clássica, e à idealização das mulheres que grassa nas produções poéticas desse movimento literário. Seu companheiro, fascinado com a beleza de Ana Vaqueira, encontra nela ares de “ninfa latina”, “a poesia, toda viva, da serra”. Jacinto contraria esse engrandecimento da figura feminina e dissipa qualquer bruma de mulher idealizada. Ainda que lhe reconheça alguns predicados, afirma que “não há ali [nela] mais poesia, nem mais sensibilidade, nem mesmo mais beleza do que numa linda vaca turina”, desconstruindo o ideal com o peso do material, do natural. 3 Alternativa: D. A temática campo versus cidade é recorrente na obra do autor. Em A cidade e as serras, Eça de Queirós expõe a futilidade reinante em Paris, satirizando as ideias positivistas que deslumbravam a juventude intelectual da época e contrapondo essa realidade com a da vida pura do campo e uma consequente preservação das suas tradições, que promoveriam o equilíbrio necessário à verdadeira felicidade. ANOTAÇÕES RESOLUÇÕES | EXERCÍCIOS DE SALA MANUAL DO CADERNO MEDICINA II30 ANOTAÇÕES MANUAL DO CADERNO MEDICINA II 31 PORTUGUÊS | MEDICINA II54 Aula 24 Frente 2 Aula 24 Frente 2 R�������
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