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Missiologia - Logos

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Instituto de Teologia Logos – “Preparando cristãos para a defesa da fé!” 
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MISSIOLOGIA 
 
 
 
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INSTITUTO DE TEOLOGIA LOGOS 
PREPARANDO CRISTÃOS PARA A DEFESA DA FÉ 
CURSOS DE TEOLOGIA 100% Á DISTÂNCIA 
 
 
 
 
 DISCIPLINA. 
MISSIOLOGIA 
(Organizado pelo Setor Acadêmico do ITL) 
 
 
 
 
BRASIL, MA 
Versão 2021 
 
 
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Pesquisa e Organização do Conteúdo: 
Instituto de Teologia Logos, EA 
Gráficos, Edição e Finalização: 
Instituto de Teologia Logos, EEG 
 
 
 
 
DADOS DE CATALOGAÇÃO INTERNA DA PUBLICAÇÃO – DCIP 
CÓDIGO DCIP: 001-021-2021-1 
CÓDIGO DISCIPLINA: ITLON21 
 
LOGOS, Instituto de Teologia (ORG). MISSIOLOGIA. 
MARANHÃO: PUBLICAÇÕES ITL, 2021. 107 pgs. 
 
 
 
 
Instituto de Teologia Logos – Diretoria de Ensino 
Barra do Corda - MA - Brasil - 65950-000 
(99) 98433-5387 | institutodeteologialogos@hotmail.com 
 
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SUMÁRIO 
 
1 - MISSIOLOGIA E TEOLOGIA .................................................................................................... 9 
1.1. CONCEITUANDO A MISSÃO........................................................................................................ 10 
1.2. DEFINIÇÕES GENERALIZADAS DE MISSÕES .................................................................................... 11 
1.3. UM DEFINIÇÃO DE MISSÕES ...................................................................................................... 12 
1.4. O CONCEITO DE MISSÕES NA CONFISSÃO DE FÉ DE WESTMINSTER ................................................... 12 
1.5. O CONCEITO DE MISSÕES EM JOÃO CALVINO ............................................................................... 14 
1.6. CONCEITUANDO EVANGELIZAÇÃO ............................................................................................... 15 
1.7. OS MOTIVOS PARA MISSÕES..................................................................................................... 16 
1.8. ETIMOLOGIA DE MISSIOLOGIA.................................................................................................... 17 
1.9. QUADRO ETIMOLÓGICO............................................................................................................ 18 
1.10. APLICAÇÃO DA MISSIOLOGIA ..................................................................................................... 18 
1.11. DONALD MC GAVRAN-O PAI DA MISSIOLOGIA ............................................................................. 18 
2 - A BÍBLIA E AS MISSÕES ....................................................................................................... 21 
2.1. A BÍBLIA NA EVANGELIZAÇÃO DO MUNDO ................................................................................... 21 
2.2. O MANDATO DA EVANGELIZAÇÃO MUNDIAL ................................................................................ 21 
2.3. A MENSAGEM DA EVANGELIZAÇÃO MUNDIAL............................................................................... 22 
2.4. O PODER PARA A EVANGELIZAÇÃO MUNDIAL ............................................................................... 22 
2.5. ANÁLISE EXEGÉTICA ................................................................................................................. 23 
2.6. DIFERENÇA ENTRE MISSÃO CENTRÍPETA E MISSÃO CENTRÍFUGA ....................................................... 24 
2.7. PRINCÍPIOS GERAIS DE MISSÕES ................................................................................................. 26 
2.8. EXTENSÃO DO PLANO DE MISSÕES.............................................................................................. 27 
3 - AS MISSÕES E SEU PROPÓSITO DE GLORIFICAR A DEUS ...................................................... 29 
3.1. O AMOR DE DEUS É A BASE PARA O NOSSO AMOR ........................................................................ 30 
3.2. A CENTRALIDADE DE DEUS NA VIDA DA IGREJA.............................................................................. 31 
3.3. A GLORIFICAÇÃO DE DEUS É O ALVO DE MISSÕES .......................................................................... 32 
4 - HISTÓRIA DE MISSÕES ........................................................................................................ 35 
4.1. COMEÇA O TRABALHO MISSIONÁRIO .......................................................................................... 35 
4.2. O PRIMEIRO DECLÍNIO MISSIONÁRIO .......................................................................................... 36 
4.3. O PRIMEIRO DESPERTAMENTO MISSIONÁRIO ............................................................................... 36 
4.4. SURGEM NOVAS IGREJAS MISSIONÁRIAS ...................................................................................... 38 
4.5. AS 10 ONDAS DE PERSEGUIÇÕES ................................................................................................ 38 
4.6. O SEGUNDO DECLÍNIO MISSIONÁRIO .......................................................................................... 38 
4.7. O SEGUNDO DESPERTAMENTO MISSIONÁRIO ............................................................................... 41 
4.8. O PAPEL DA IGREJA MORAVIANA ............................................................................................... 42 
4.9. O TERCEIRO DECLÍNIO MISSIONÁRIO........................................................................................... 42 
 
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MISSIOLOGIA 
 
 
 
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4.10. PRINCIPAIS SOCIEDADES E SEUS MISSIONÁRIOS ............................................................................. 43 
4.11. PREOCUPAÇÃO SOCIAL OCUPA O LUGAR DE MISSÕES ..................................................................... 44 
4.12. O TERCEIRO DESPERTAMENTO MISSIONÁRIO ................................................................................ 45 
4.13. CONFERÊNCIAS NACIONAIS E MUNDIAIS ...................................................................................... 46 
5 - A NATUREZA DA TAREFA MISSIONÁRIA ............................................................................. 48 
5.1. TERRITÓRIOS NÃO-ALCANÇADOS OU POVOS NÃO-ALCANÇADOS ...................................................... 48 
5.2. DEFINIÇÃO DE POVOS NÃO-ALCANÇADOS .................................................................................... 49 
5.3. A ESPERANÇA DO ANTIGO TESTAMENTO: TODAS AS FAMÍLIAS SERÃO ABENÇOADAS ............................ 49 
5.4. A PRIORIDADE DE PAULO POR POVOS NÃO-ALCANÇADOS .............................................................. 51 
5.5. A VISÃO DE JOÃO SOBRE A TAREFA MISSIONÁRIA .......................................................................... 52 
5.6. COMO A DIVERSIDADE MAGNÍFICA A GLÓRIA DE DEUS ................................................................... 53 
6 - A NECESSIDADE DAS MISSÕES ............................................................................................ 56 
6.1. INCLUSIVISMO ........................................................................................................................ 56 
6.2. PERSEVERANÇA DIVINA ............................................................................................................ 57 
6.3. EXCLUSIVISMO (RESTRITIVISMO) ................................................................................................57 
6.4. HÁ NECESSIDADE DE CONSCIÊNCIA DA FÉ EM CRISTO? ................................................................... 59 
6.5. A NECESSIDADE DA REDENÇÃO DE CRISTO PARA A SALVAÇÃO .......................................................... 60 
6.6. “ABAIXO DO CÉU NÃO EXISTE NENHUM OUTRO NOME” ................................................................ 61 
6.7. COMO CRERÃO NELE? ............................................................................................................. 63 
7 - MISSÕES TRANSCULTURAIS ................................................................................................ 66 
7.1. O QUE É CULTURA? ................................................................................................................. 66 
7.2. TRANSCULTURAÇÃO ................................................................................................................. 67 
7.3. ETNOCENTRISMO .................................................................................................................... 67 
7.4. ACULTURAÇÃO........................................................................................................................ 67 
7.5. CHOQUE CULTURAL ................................................................................................................. 71 
7.6. O MISSIONÁRIO TRANSCULTURAL E O SEU PREPARO ...................................................................... 72 
7.7. TIPOLOGIA DA EVANGELIZAÇÃO .................................................................................................. 74 
7.8. A TEORIA DO EVANGELISMO DE VIZINHANÇA ................................................................................ 75 
7.9. A RELAÇÃO ENTRE CRISTO E A CULTURA ...................................................................................... 76 
8 - ANTROPOLOGIA MISSIONÁRIA .......................................................................................... 81 
8.1. DEFININDO ANTROPOLOGIA ...................................................................................................... 81 
8.2. ANTROPOLOGIA FÍSICA ............................................................................................................. 81 
8.3. ANTROPOLOGIA CULTURAL ....................................................................................................... 81 
8.4. O QUE A ANTROPOLOGIA NOS ENSINA? ...................................................................................... 82 
8.5. A CULTURA E SUAS DIVISÕES ..................................................................................................... 82 
8.6. O PROBLEMA DO RELATIVISMO CULTURAL ................................................................................... 85 
9 - JANELA 10/40 ..................................................................................................................... 87 
9.1. CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES ................................................................................................. 87 
 
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9.2. RAZÕES PARA FOCALIZARMOS A JANELA 10/40 ............................................................................ 87 
9.3. DEFINIÇÕES IMPORTANTES ........................................................................................................ 88 
9.4. “OS TRÊS MUNDOS” ............................................................................................................... 89 
9.5. TRADUÇÃO DA BÍBLIA – UM GRANDE DESAFIO! ............................................................................ 90 
10 - O DESAFIO DAS MISSÕES URBANAS ............................................................................... 92 
10.1. CARACTERÍSTICAS DO HOMEM URBANO ...................................................................................... 92 
10.2. PROBLEMAS DO HOMEM URBANO ............................................................................................. 93 
10.3. OBSTÁCULOS PARA O CRESCIMENTO DAS IGREJAS URBANAS ............................................................ 95 
10.4. ESTRATÉGIAS DE EVANGELIZAÇÃO URBANA ................................................................................ 101 
10.5. A MOTIVAÇÃO PARA AS MISSÕES URBANAS............................................................................... 104 
10.6. DECISÕES IMPORTANTES PARA A IGREJA .................................................................................... 105 
10.7. PRINCÍPIOS RELEVANTES A MISSIOLOGIA URBANA ....................................................................... 106 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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APRESENTAÇÃO 
 
Seja bem-vindo(a), caro(a) aluno(a)! 
Parabéns pela sua decisão de transformação, pois isso também 
mostra o quanto você está compromissado em contribuir com a 
transformação da igreja e da sociedade onde você está inserido. 
O Instituto de Teologia Logos estará acompanhando você durante 
todo este processo, pois “os homens se educam juntos, na transformação 
do mundo”. 
Os materiais produzidos oferecem linguagem simples, completa e de 
rápida assimilação, contribuindo para o seu desenvolvimento bíblico, 
teológico e ministerial, para desenvolver competências e habilidades e 
aplicar os conceitos, fundamentos e prática na sua área ministerial, 
possibilitando você atuar em favor do Reino de Deus com mais excelência. 
Nosso objetivo com este material é levar você a aprofundar-se no 
conteúdo, possibilitar o desenvolvimento da sua autonomia em busca de 
outros conhecimentos necessários para a sua formação bíblica, teológica 
e ministerial. 
Portanto, nossa distância nesse processo de crescimento e 
construção do conhecimento deve ser apenas geográfica. Utilize todos os 
materiais didáticos e recursos pedagógicos que disponibilizamos para 
você. Acesse regularmente a Área do Aluno, participe no grupo online 
com o tutor online que se encontra disponível para sanar suas dúvidas e 
auxiliá-lo(a) em seu processo de aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar 
com tranquilidade e segurança sua trajetória acadêmica. 
 
 
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AULA 
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1 - MISSIOLOGIA E TEOLOGIA 
Quando olhamos para a Igreja Evangélica Brasileira e o movimento missionário atual, 
percebemos como ao longo dos anos teologia e missão tem andado por caminhos 
diferentes, completamente divorciados. Trata-se de uma dicotomia que precisa ser 
corrigida. Nós precisamos das duas: Precisamos da teologia, pois ela nos dá o 
embasamento para a tarefa missionária, e é especialmente importante por causa da 
dependência que a igreja tem dela para medir os nossos esforços com o padrão divino. E 
precisamos da missiologia pois ela é o meio pelo qual Deus faz nascer a Igreja, ela é 
resultado da ação não somente de Deus ao enviar seu Filho ao mundo como também do 
esforço de irmãos que divulgam o Evangelho de Cristo. 
Missiologia é a soma de duas palavras: do latim, “missione” significando função ou 
poder que se confere a alguém para fazer algo, encargo, incumbência; e do grego, “logia”, 
que significa estudo, conhecimento. Portanto, podemos definir Missiologia como a ciência 
queestuda os diferentes aspectos da missão que Deus deu ao homem. 
Carlos Del Pino, em seu artigo "Missiologia e Educação Teológica", diz que a “nossa 
educação teológica não tem se preocupado com o aspecto missiológico e missionário na 
formação dos nossos alunos", reforçando o fato de que existe, mesmo que inconsciente, 
uma tentativa de divorciar a Missiologia da Teologia. 
Esta dicotomia trás algumas implicações para a vida da igreja: 
 Dificuldades para identificar de maneira global a "obra de Deus", que acaba 
sendo confundida com a manutenção do status quo, dando a entender que o 
Reino de Deus está contido em uma estrutura eclesiástica. 
 As prioridades ministeriais são via de regra, voltadas para dentro, a fim de 
satisfazer todas as necessidades que foram criadas “em nome de Deus” dentro 
das estruturas eclesiásticas, em prejuízo da missão integral. 
 O treinamento dos líderes sempre se torna diferenciado, pastores e missionários 
não tem a mesma excelência em seu preparo acadêmico. 
Com o objetivo de romper com este dualismo entre teologia e missiologia, vamos 
abordar o tema sob 5 perspectivas: 
1. Perspectiva Teológica: Estudaremos a conceituação da tarefa missionária da 
Igreja e os fundamentos teológicos, abordando os diversos pressupostos que 
sustentam uma teologia reformada de missões. 
2. Perspectiva Cultural: É praticamente impossível transmitir uma mensagem do 
evangelho que faça sentido em situações transculturais sem que seus 
 
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comunicadores conheçam os receptores da mensagem em seu ambiente cultural 
e histórico e sem que conheçam a si mesmos. Portanto, nossa proposta aqui 
objetiva mostrar a importância em se determinar os pontos de tensão cultural a 
partir de uma abordagem natural (não crítica) dos costumes, cosmologias e 
cosmovisões comuns em diferentes povos. 
3. Perspectiva Urbana: Nesta parte do curso, estudaremos as cidades e seus 
desafios para as missões; desafiando os alunos a desenvolve ruma estratégia para 
o ministério urbano, focalizando os desafios sociais e espirituais que o ambiente 
provoca. Examina diversos modelos de ministérios urbanos, inclusive através de 
estudos de campo, e fornece critérios para a elaboração de um ministério bíblico 
de impacto na cidade. 
4. Perspectiva Bíblica: Nosso objetivo aqui é estudar de maneira panorâmica as 
bases bíblicas do Antigo e Novo Testamentos de Missões. A matéria apresenta a 
Bíblia como o relato da "história da salvação" e como inspirada por Deus para o 
desempenho da Igreja no mundo. 
5. Perspectiva Histórica: Analisaremos o desenvolvimento e a expansão da fé cristã 
ao longo dos séculos, compreendendo os seus principais personagens, métodos e 
povos alcançados. 
1.1. Conceituando a Missão 
A questão da definição e conceituação da missão, há muito tem sido uma das 
questões mais discutidas no estudo da missiologia. Nem sempre tem havido consenso 
sobre o que se deve entender por missões. O que é missão? Qual é a sua natureza? Quais 
os objetivos das missões cristãs? A considerar os diferentes pressupostos teológicos, uma 
gama muito grande de respostas pode ser dada a estas questões. 
Não obstante, este ser um assunto controvertido, ele é também muito importante 
para a igreja e para os cristãos individuais. Como pode a igreja ser o que deve ser e fazer o 
que deve fazer se não tiver uma clara compreensão acerca do seu propósito na sociedade 
e no mundo? 
Desde o começo da História da Igreja muitas derivações de termos têm aparecido nas 
traduções latinas procedentes do verbo grego ‘apostolein’, significando ‘a arte de exercer 
o apostolado, o ofício de um apóstolo’. As palavras mais usadas são: Missio e Missiones. A 
terminologia ‘Missio’ somente veio a aparecer no século XVI quando as ordens de monge 
Jesuítas e Carmelitas enviaram ao novo mundo de então centenas de missionários. Inácio 
de Loyola e Jacob Loyonez consistentemente empregaram o termo ‘Missio’. Eles, os 
jesuitas foram os primeiros a utilizarem a terminologia “Missão”, como a propagação da fé 
 
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Cristã entre os povos não-cristãos, ou seja, a disseminação da fé entre os povos não-
católicos (os protestantes foram vistos como indivíduos a serem alcançados). Este sentido 
estava intimamente associado com a expansão colonial do mundo ocidental aos demais 
povos (atualmente chamado de terceiro mundo). 
Desde meados do século XX, vários sentidos têm sido aplicados ao termo “Missão”, 
alguns mais estreitos, outros, mais amplos. É importante que iniciemos nosso curso de 
missiologia dando alguns conceitos de missão. 
1.2. Definições Generalizadas de Missões 
Em sua obra Mission Theology: An Introduction, o missiólogo Karl Muller apresenta 
uma lista com os seguintes de conceitos: 
1. Missão é o envio de missionários para um designado território; 
2. Missão tem a ver com as atividades realizadas por tais missionários; 
3. Missão é a área geográfica aonde os missionários realizam seus ministérios; 
4. Missão é a agência missionária responsável pela logística e pelo envio dos 
missionários aos seus respectivos campos; 
5. Missão é a propagação do evangelho aos povos não alcançados; 
6. Missão é o centro do qual os missionários irradiam o evangelho; 
7. Missão é uma série de serviços religiosos com o propósito de despertar vocações 
missionárias; 
8. Missão é a propagação da fé Cristã; 
9. Missão é a expansão do reino de Deus; 
10. Missão é a conversão dos povos pagãos; 
11. Missão é a plantação de novas igrejas. 
Dr. Antônio José nos informa que até o século XVI, o termo “Missão”, foi usado 
exclusivamente com referência à doutrina trinitária, isto é, ao papel da trindade na história 
da redenção. O envio do filho pelo Pai, e por sua vez, o envio do Espírito Santo pelo Pai e 
pelo Filho, cuja interpretação missiológica deu origem à doutrina chamada na história de 
“Filioque”. Esta interpretação, contanto que aceita como doutrina básica da Igreja Cristã, 
foi um dos motivos da cisão do Cristianismo medieval no ano de 1054. 
 
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1.3. Um Definição de Missões 
Em seu sentido mais amplo, a missão é tudo o que a igreja faz a serviço do Reino de 
Deus (Missões no plural). Em sentido mais restrito, contudo, a missão refere-se à atividade 
missionária, a pregação do evangelho entre povos e culturas em cujo meio ele não é 
conhecido (Missão no singular). A seguir, duas definições: 
J.H. Bavinck define assim: 
Missões é aquela atividade da igreja, essencialmente nada mais do que a atividade de 
Cristo, realizada por meio da igreja, pela qual a igreja, neste período intermediário, chama 
os povos da terra ao arrependimento e à fé em Cristo, de modo que se tornem seus 
discípulos e, pelo batismo, sejam incorporados a comunhão daqueles que esperam a vinda 
do Reino 
Carlos Del Pino, em artigo publicado diz que “a missão da igreja não pode ser algo 
independente de Deus e de Cristo, como se a igreja pudesse realizá-la por si só”. É 
exatamente este o ponto da definição de Bavinck quando ele diz que “Missões é aquela 
atividade da igreja, essencialmente nada mais do que a atividade de Cristo” 
Bosch nos oferece também uma definição de missão: 
A missão constitui um ministério multifacetado em termos de testemunho e serviço, 
justiça, cura, reconciliação, paz, evangelização, comunhão, implantação de igrejas, 
contextualização, etc..Inlcusive o intentode arrolar algumas dimensões da missão, porém 
está repleto de perigo, porque de novo sugere que nos é possível definir o que é infinito. 
Quem quer que sejamos, espreita-nos a tentação de enclausurar a Missio Dei nos estreitos 
confins de nossas próprias predileções, voltando, necessariamente, à unilateralidade e ao 
reducionismo.” 
Labieno Palmeira dá sua definição de missões: 
Fazer missões é procurar estar em sintonia com Deus, empenhando-se ao máximo 
para ver o que Deus vê, ouvir o que Deus ouve e conhecer como Deus conhece, e não 
apenas isto, é estar disponível para descer onde Deus quer descer, livrar aqueles que Deus 
deseja libertar e fazer subir aqueles que Deus deseja levar para a terra que mana leite e 
mel 
1.4. O Conceito de Missões na Confissão de Fé de 
Westminster 
A Confissão de Fé de Westminster, no seu capítulo XXXV, que trata do “DO AMOR DE 
DEUS E DAS MISSÕES, assim prescreve: 
 
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I. Em seu amor infinito e perfeito - e tendo provido no pacto da graça, pela mediação 
e sacrifício do Senhor Jesus Cristo, um caminho de vida e salvação suficiente e adaptado a 
toda a raça humana decaída como está - Deus determinou que a todos os homens esta 
salvação de graça seja anunciada no Evangelho. (Ref. Jo.3:16; I Tim.4:10; Mc.16:15). - A 
Universalidade do Evangelho (Inclusivista) 
II. No Evangelho Deus proclama o seu amor ao mundo, revela clara e plenamente o 
único caminho da salvação, assegura vida eterna a todos quantos verdadeiramente se 
arrependem e crêem em Cristo, e ordena que esta salvação seja anunciada a todos os 
homens, a fim de que conheçam a misericórdia oferecida e, pela ação do Seu Espírito, a 
aceitem como dádiva da graça. ( ef. Jo.3:16 e 14:6; At.4:12; I Jo.5:12; Mc.16:15; Ef.2:4,8,9.) 
- A Necessidade da Fé Consciente, ou seja, há uma posição restritivista quanto ao 
destino daqueles que nunca ouviram falar de Jesus. 
 III. As Escrituras nos asseguram que os que ouvem o Evangelho e aceitam 
imediatamente os seus misericordiosos oferecimentos, gozam os eternos benefícios da 
salvação: porém, os que continuam impenitentes e incrédulos agravam a sua falta e são os 
únicos culpados pela sua perdição. ( Ref. Jo.5:24 e 3:18.) - A certeza do Sucesso na 
Pregação. 
O ponto aqui é o seguinte: Como pode a igreja em geral, e o cristão individual, estar 
segura de que não está assumindo uma obra que é intrinsecamente impossível de ser 
realizada? W.G.T. Shedd, D.D. (1820 – 1894) diz que “a pregação do evangelho encontra 
sua justificação, sua sabedoria, e seu triunfo, somente na atitude e relação com o infinito e 
todo-poderoso Deus que a sustenta” 
Sobre a certeza do sucesso da Igreja na pregação, Kuiper assim se expressa: 
A fé salvadora não é dom do evangelista ao seu ouvinte não salvo; "é dom de Deus" 
(Efésios 2:8). Nenhum evangelista jamais deu fé em Cristo a uma única alma. Ela é 
produzida nos corações humanos pelo Espírito Santo, pois "ninguém pode dizer: Jesus é o 
Senhor" senão pelo Espírito Santo" (1 Coríntios 12:3). Nenhum pecador jamais foi 
convertido por um evangelista; o autor da conversão é Deus 
IV. A Comissão por Jesus Cristo: Visto não haver outro caminho de salvação a não ser 
o revelado no Evangelho e visto que, conforme o usual método de graça divinamente 
estabelecido, a fé vem pelo ouvido que atende à Palavra de Deus, Cristo comissionou a sua 
Igreja para ir por todo o mundo e ensinar a todas as nações. Todos os crentes, portanto, 
têm por obrigação sustentar as ordenanças religiosas onde já estiverem estabelecidas e 
contribuir, por meio de suas orações e ofertas e por seus esforços, para a dilatação do 
Reino de Cristo por todo o mundo. ( Ref. Jo.14:6; At.4:12; Rom.10:17; Mt.28:19,20; I 
Cor.4:2; II Cor.9:6,7,10. ) 
 
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1.5. O Conceito de Missões em João Calvino 
Veremos um pouco mais adiante e de maneira mais detalhada, a visão que o 
reformador tinha de missões. Por hora, basta apenas uma síntese do seu pensamento 
missionário. Uma crítica que tem sido levantada à Calvino e à outros reformadores, é que 
os mesmos não possuíam uma visão missionária. 
Veja o que Gustav Warneck escreveu: 
Nós perdemos com os Reformadores não apenas a ação missionária, mas mesmo a 
idéia de missões... [em parte] porque perspectivas teológicas fundamentais deles evitaram 
que dessem a suas atividades, e mesmo a seus pensamentos, uma direção missionária. 
Missiólogos mais recentes, como Ralph D. Winter, perpetua o erro de Warneck. Ele 
afirma: 
A despeito do fato de que os protestantes ganharam no fronte político, e, em grande 
medida, alcançaram a capacidade de reformular sua própria tradição cristã, eles nem 
mesmo falaram sobre missões, e aquele período terminou com a expansão católica 
européia nos sete mares, tanto política como religiosa. 
Mas o que realmente querem estes críticos dizer quando afirmam desinteresse dos 
reformadores por missões? Qual conceito tinham eles de missões e por qual padrão 
estavam julgado os reformadores? 
É certo que Calvino não escreveu, entre suas muitas obras teológicas, nenhum 
tratado sobre missões, mas é certo também que ninguém pode afirmar que ele tenha 
escrito algo contra a idéia de missões. O ponto que precisa ser ressaltado aqui é que se 
Calvino não escreveu especificamente um tratado sobre missões, isso não significa dizer 
que ele não possuía visão missionária. 
Entre os Reformadores, nenhum tem falado com mais clareza do que João Calvino a 
respeito de toda a questão do alcance da mensagem da fé cristã. Calvino apela repetidas 
vezes aos crentes a mostrarem interesse por seu próximo descrente. No contexto da época 
(século XVI), descrentes eram as pessoas simples do rebanho católico ou aquele que se 
livrara da dominação romana, mas não aderira à Reforma. As admoestações de Calvino são 
aplicáveis a todas as situações em que o crente se torna vizinho de um descrente. Em um 
sermão sobre 1 Timóteo 2.5,6, Segundo comenta Forbes, Calvino declara: “Quando vemos 
homens destruindo-se, não tendo Deus sido tão gracioso para juntá-los a nós pela fé do 
evangelho, devemos apiedar-nos deles e esforçarnos para trazê-los ao caminho reto.” 
Veja ainda a visão missionária de Calvino em suas palavras lembradas por Forbes: 
Nosso Senhor Jesus Cristo foi feito um como nós, e sofreu a morte para que pudesse 
tornar-se um advogado e mediador entre Deus e nós, e abrir um caminho pelo qual 
 
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MISSIOLOGIA 
 
 
 
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possamos chegar a Deus. Aqueles que não se empenham em trazer seu próximo e 
descrentes ao caminho da salvação mostram abertamente que não têm em conta a honra 
de Deus, e que tentam diminuir o imenso poder de seu império, e estabelecem limites 
para que Ele não possa governar todo o mundo, de igual modo obscurecem a virtude e 
morte de nosso Senhor Jesus Cristo e diminuem a dignidade dada a Ele pelo Pai. 
Em um sermão baseado em I Timóteo 2.3-5, Calvino demonstra a preocupação que 
os cristãos precisam ter com os descrentes. Conforme Forbes, Calvino assim afirma: 
Portanto, podemos estar cada vez mais certos de que Deus nos aceita e fortalece 
dentre seus filhos, se nos empenharmos em trazer aqueles que estão afastados dele. 
Confortemo-nos e tenhamos coragem neste chamado: embora haja nestes tempos um 
grande desamparo, e embora pareçamos ser miseráveis criaturas completamente 
arraigadas e condenadas, ainda assim devemos labutar tanto quanto possível para atrairaqueles que estão afastados da salvação. E, acima de todas as coisas, oremos a Deus por 
eles, esperando pacientemente que Ele se digne mostrar boa vontade para com eles, assim 
como tem mostrado para conosco. 
Calvino ensinou com firmeza que a Salvação é dom de Deus somente para os seus 
eleitos. Não obstante, isto não o impede de insistir para que os membros da igreja 
procurem trazer um grande número de pessoas a Cristo. Parker, elucidando o pensamento 
de Calvino sobre a igreja, registra a seguinte declaração de Calvino em um sermão sobre 
Isaías 53.12: 
Se desejamos pertencer à igreja e ser reconhecidos como rebanho de Deus, devemos 
admitir que isto ocorre porque Jesus Cristo é o nosso Redentor. Não receemos ir a Ele em 
grande número, e cada um de nós traga seu próximo, considerando que Ele é suficiente 
para salvar a todos. 
Calvino entendia que os cristãos têm a grande responsabilidade de espalhar as Boas 
Novas do Evangelho. Ele escreve: “porque é nossa obrigação proclamar a bondade de Deus 
para todas as nações... a obra não pode ser escondida em um canto, mas proclamada em 
todos os lugares”. Deus poderia ter escolhido outros meios, no entanto, ele escolheu 
“empregar a ação de homens” para a pregação do Evangelho. 
1.6. Conceituando Evangelização 
No debate contemporâneo entre missão e evangelização, a maioria dos missiólogos 
sustentam a visão que evangelização é um indispensável componente da missão da igreja. 
Missão, dizem eles, inclui tudo o que a igreja é chamada por Deus para fazer no mundo 
visando a manifestação de sua glória. Evangelização refere-se ao específico processo de 
espalhar as boas novas acerca de Jesus Cristo como a salvação de Deus aos povos. 
 
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MISSIOLOGIA 
 
 
 
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O missiólogo J. D. Douglas em seu livro Let the Earth Hear His Voice apresenta-nos a 
definição do pacto de Lausanne (1974) sobre evangelização: 
Evangelizar é espalhar as boas novas que Jesus Cristo morreu por nossos pecados e 
ressuscitou da morte segundo as Escrituras, e que agora, ele concede perdão dos pecados 
e o Dom do Espírito para todos que se arrependem e crêem. Portanto, evangelização é a 
proclamação do Cristo bíblico e histórico como Salvador e Senhor, com o propósito de 
persuadir as pessoas a vir a Ele pessoalmente e assim ser reconciliado com Deus. Jesus 
continua ainda convidando a todos para seguí-lo, negar a si mesmos, tomar a sua cruz e 
identificar a si mesmos com a comunidade dos remidos. O resultado do evangelismo inclui 
obediência a Cristo, incorporação na vida da igreja, e responsável serviço para o mundo. 
Orlando Costas, conhecido teólogo latino-americano, afirma: 
Evangelizar é participar de uma ação transformadora, isto é, as boas-novas da 
salvação. Neste sentido, a evangelização não é um conceito, mas sim uma tarefa dinâmica, 
encarnada primeiro na vida e ação salvífica de Jesus Cristo. Portanto, ela não pode ser 
reduzida a uma fórmula verbal. Evangelizar é reproduzir pelo poder do Espírito Santo a 
salvação que foi revelada em Jesus Cristo. 
John Stott, em sua obra The Biblical Basis of Evangelism, comenta: 
O tema central dos evangelhos e das cartas apostólicas é a natureza e o significado de 
Jesus Cristo. Ele é o Deus encarnado, o Messias esperado, o Senhor do universo. Através 
dele Deus tem pessoalmente entrado na história e provido salvação 
1.7. Os Motivos Para Missões 
Roger Greenway nos ajuda a entender por que devemos fazer missões. 
Motivos Errados 
Devemos admitir que sempre houve pessoas que ingressaram no trabalho do Senhor 
por razões equivocadas. Até os missionários que têm os motivos corretos podem cometer 
erros. At 13.13, At 15.37-40 e 2Tm 4.10. 
Podem existir motivos errados escondidos nas mentes dos mais sinceros 
missionários. 
 O desejo de ser admirado e louvado por outros 
 A busca por “auto-realização”, sem levar em consideração o esvaziar-se a si 
mesmo (Fp 2.5-7); 
 A busca por aventura e excitação; 
 
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MISSIOLOGIA 
 
 
 
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 A ambição em expandir a glória e influência de uma igreja ou denominação em 
particular, ou mesmo de um país; 
 A fuga das situações desagradáveis do lar; 
 A esperança de sucesso profissional após um curto período de serviço 
missionário. 
 A culpa e o anseio pela paz com Deus por meio do serviço missionário. 
Motivos Corretos 
Os motivos corretos para missões são ensinados na Palavra de Deus e aplicados nos 
corações dos crentes por meio do Espírito Santo. 
 O desejo de que Deus seja adorado e sua glória conhecida entre todos os povos 
da terra: A glória de Deus diz respeito a tudo o que foi revelado sobre ele: seu 
nome, sua santidade, seu poder, seu amor por meio de Jesus Cristo, sua 
misericórdia, sua graça e sua justiça. Entretanto, mais de três bilhões de pessoas 
no mundo não adoram ao verdadeiro Deus. Este pensamento é que inspira os 
missionários! Eles sentem uma divina compulsão em pregar o evangelho 1Co 
9.16. 
 O desejo de obedecer a Deus por amor e gratidão, por meio do cumprimento da 
Comissão de Cristo: “Ide fazei discípulos de todas as nações”. (Mt 28.19): O amor 
genuíno por Deus produz obediência à sua Palavra cf.: Jo 14.15; A obediência 
cristã toma forma e o povo de Deus é ungido com o Espírito Santo a servi-lo 
numa variedade de ministérios 1Co 12.4,5; Ef 3.10. 
 O desejo ardente de usar todos os meios legítimos para salvar os perdidos e 
ganhar não-crentes para a fé em Cristo: A paixão missionária pela glória de Deus 
é acompanhada pela paixão pelas pessoas que, por ignorância e descrença, 
estão morrendo em seus pecados. 
 A preocupação de que as igrejas cresçam e se multipliquem e de que o reino de 
Cristo seja estendido por meio de palavras e ações que proclamem a compaixão 
e a justiça de Cristo a um mundo de sofrimento e injustiça. 
1.8. Etimologia de Missiologia 
Missiologia origina-se dos termos Logia (estudo) e Missio (vem do substantivo 
“missione”), o qual, por sua vez, vem do verbo “mittere” que significa enviar. 
“Enviar” (português) ou “Mittere” (latim) é igual a “Apostellô” (grego). Tanto 
“Mittere” (latim) quanto “Apostellô” significam “Enviar”. 
 
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MISSIOLOGIA 
 
 
 
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O quê significa exatamente o verbo Enviar? 
Enviar é “1. Expedir, remeter; 2. Encaminhar, conduzir; 3. Mandar (alguém) numa 
missão” (Aurélio). 
Apóstolo  Missionário  Enviado 
Grego  Latim  Português 
1.9. Quadro Etimológico 
Língua Verbo Substantivo Significado Equivalente 
Grego Apostellô Apóstolo Enviar Apóstolo 
Latim Mittere Missione Enviar Missio 
Português Enviar Enviado Enviar Missionário 
 
Na Bíblia, o vocábulo Missionário, aparece na forma grega Apóstolo 
1.10. Aplicação da Missiologia 
A missiologia aplica-se ao estudo de missões nos seus mais variados aspectos. A 
saber: Cultura, Geografia, Pesquisar, Estratégias, Análise, Antropologia, Definições, Etc. 
A. Diferença entre Missiólogo e Missionário. 
 Missiólogo. Aquele que copila, organiza, analisa, interpreta a realidade dos 
movimentos de evangelização e cria estratégias e métodos para que o 
mundo seja alcançado pelo Evangelho. Isto é bem mais do que simplesmente 
dizer: “missiólogo é aquele que se aplica ao estudo e pesquisa de missões”. 
 Missionário. Aquele que é enviado para plantar igrejas onde ainda não há 
testemunhas, com todas as suas funções: pregação, ensino, assistência 
social, e adoração; e para tal, ele irá atravessar barreiras lingüísticas, 
culturais e/ou geográficas.1.11. Donald Mc Gavran-O Pai da Missiologia 
Nasceu na Índia em 1897. Filho e neto de missionário, Mc Gravan iniciou sua carreira 
em Harda, na Índia, como Superintendente de uma escola de missões, na Sociedade 
Missionária Cristã Unida. 
 
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Mais tarde serviu em outros cargos como na Educação e Saúde. 
Nos anos 30 voltou para os E.U.A. onde cursou o Doutorado em Filosofia, na 
Universidade de Colúmbia. Mc Gravan percebera de há muito que a obra realizada pelos 
missionários estava seguindo bem pouco do sentido de alcançar o alvo de evangelização 
mundial, e ansiava para que fossem feitas pesquisas a fim de se desenvolver novos 
métodos e estratégias missionárias. 
Em 1961 fundou o Instituto de Crescimento da Igreja. Mc Gravan estudou as 
atividades evangelísticas, a fim de descobrir princípios e metodologias que resultassem no 
melhor crescimento da Igreja. 
Sua tese é que as ciências sociais podem se associar à tarefa missionária. A pesquisa e 
análise têm condições de remover obstáculos ao crescimento da Igreja. 
Para Donald Mc Gravan e seus discípulos, a real incorporação dos convertidos na 
Igreja (e não necessariamente o número de decisões) era o fator-chave na avaliação da 
metodologia missionária. 
Ele definiu 2 Estágios do Cristianismo: 
1. Discipulado. Que abrange os passos a serem dados para a pessoa se tornar 
cristã 
2. Aperfeiçoamento. Sendo o crescimento na vida cristã. 
A pesquisa tornou-se o principal instrumento de Gravan. Baseado nela concluiu que 
os métodos tradicionais de evangelização em massa contribuem muito pouco para o 
crescimento real da Igreja. 
Em virtude de seus escritos e suas idéias inovadoras, Mc Gravan tem estado no 
centro dos debates a respeito da estratégia missionária. 
Ele “perturbou” completamente a antiga, tradicional e grandemente improdutiva 
metodologia missionária que dominou todas as missões, antes de 1955. 
Em muitos aspectos, sua importância não se encontra tanto na exatidão de suas 
respostas, mas nas questões significativas que levantou e na maneira como (mais que 
qualquer outro!) ele levou o estudo das missões de simples cursos introdutórios em 
algumas escolas cristãs para um nível de estudo profissional abrangente, em todo o 
Mundo. 
 
 
 
 
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AULA 
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2 - A BÍBLIA E AS MISSÕES 
2.1. A Bíblia na Evangelização do Mundo 
Sem a Bíblia a evangelização dos povos seria inconcebível. A Bíblia coloca sobre nós a 
responsabilidade de evangelizar o mundo, dá-nos um evangelho a proclamar, diz-nos como 
faze-lo e declara-se o poder de Deus para cada crente. 
Além disso, e fato notável na História, tanto na passada como na contemporânea, 
que o grau de compromisso da igreja com a evangelização do mundo é proporcional ao 
grau de sua convicção sobre a autoridade da Bíblia. 
Sempre que o cristão perde sua confiança na Bíblia, eles também perdem o seu zelo 
pelo evangelismo. Inversamente, sempre que estão convencidos sobre a Bíblia, estão 
determinados sobre o evangelismo. 
Vejamos três razões porque a Bíblia é indispensável à evangelização do mundo. 
2.2. O Mandato da Evangelização Mundial 
Em primeiro lugar a Bíblia nos dá o mandato da evangelização. Há aproximadamente 
4.000 anos atrás, Deus chamou a Abraão e fez uma aliança com ele, prometendo não 
apenas abençoá-lo, mas também abençoar através da sua posteridade, todas as famílias 
da Terra (Gn 12.1-4). Este texto é uma das principais bases da missão cristã; pois os 
descendentes de Abraão (através de quem, todas as famílias da Terra estão sendo 
abençoadas) são: Cristo e o povo de Cristo! Se pela fé pertencemos à Cristo, somos filhos 
espirituais de Abraão (Gl 3.7) e temos uma responsabilidade com a humanidade. Deste 
modo, os profetas vetereotestamentário profetizam como Deus faria deste Cristo, o 
Herdeiro e a Luz das nações (SL 2.8; Is 42.6; 49.6). 
Quando Jesus veio, ele endossou estas promessas. É certo que durante o seu 
ministério terreno ficou restrito às “ovelhas perdidas da casa de Israel” (Mt 10.6; 15.24) 
mas, Ele profetizou que muitos viriam “do Ocidente e do Oriente e tomariam lugares à 
mesa com Abraão, Isaque e Jacó no reino dos céus” (Mt 8.11; Lc 13.29). Mas ainda, em 
antecipação de Sua ressurreição e ascensão Ele fez tremenda reivindicação de que “toda a 
autoridade no céu e na Terra” LHE fora dada (Mt 28.18). Foi em conseqüência de Sua 
autoridade universal que Ele ordeno aos seus seguidores que fizessem discípulos de todas 
as nações, batizando-as em sua nova comunidade e ensinando a todos a Sua doutrina (Mt 
28.19). Isto os cristãos primitivos começaram a fazer depois de o Espírito Santo haver 
descido sobre eles; tornaram-se verdadeiras “testemunhas” de Jesus, entronizando a Sua 
direita e concedendo-lhe a mais alta posição, a fim de que toda a língua confessasse o Seu 
 
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senhorio (Fp 2 ). Eles desejaram que Jesus recebesse a honra devida ao Seu nome. Além 
disso, Ele retornaria em glória, para salvar, julgar e reinar. Portanto, o que deveria 
preencher os espaços em sua vida? A missão mundial da Igreja! O fim da história ao virá 
depois que o Evangelho alcançasse o fim da Terra (Veja Mt 24.14; 28.20; At 1.8). 
2.3. A Mensagem da Evangelização Mundial 
Em segundo lugar, a Bíblia nos dá a mensagem para a evangelização do mundo. 
Evangelizar é divulgar a Boas Novas de que Jesus morreu pelos nossos pecados e 
ressuscitou entre os mortos, segundo as Escrituras. E como Senhor e Rei, Ele oferece 
perdão dos pecados e dom libertador do Espírito a todos que crêem e se arrependem. 
A nossa mensagem vem da Bíblia. Não a inventamos. Ela nos foi confiada como um 
depósito e nós, como bons “despenseiros”, devemos distribuí-la (1 Co 4). 
Os apóstolos expressaram este único evangelho de diversos modos: ora sacrifical (o 
derramamento e a aspersão do sangue de Cristo), ora messiânico (o surgimento do 
governo prometido por Deus), ora legal (o juiz pronunciado a justificação do injusto), ora 
pessoal (o Pai reconciliando seus filhos desviados) e ora salvifico (o libertador celestial 
vindo para resgatar os desamparados). 
Assim como a Ordem, a Mensagem nos foi dada pelo próprio Cristo. Ele nos disse: 
“Ide e pregai o meu evangelho”... 
2.4. O Poder Para a Evangelização Mundial 
Em terceiro lugar, a Bíblia nos dá o Poder para a evangelização do mundo. Leia 
cuidadosamente Lc 24.49 e At 1.8. 
Sabemos que nossos recursos humanos são fracos em comparação com a magnitude 
da Tarefa. Sabemos também, quão blindadas são as barreiras do coração do homem. Pior 
ainda, conhecemos a realidade, a maldade e o poder pessoal do diabo, e dos demônios sob 
seu comando. A Bíblia diz-nos que “o mundo jaz no maligno” (I Jo 5.19), assim, até que 
sejam libertados e transportados para o Seu reino, todos os homens e mulheres são 
escravos de Satanás. Além disso vemos seu poder no mundo contemporâneo-nas trevas da 
idolatria, na devoção de deuses vãos, no materialismo, na violência, agressão, etc... E ainda 
mais, Paulo escrevendo aos Coríntios (II Co 4.4) ele afirma que “o deus deste século cegou 
o entendimento dos incrédulos para que não lhes resplandeça a luz do evangelho da glóriade Cristo, o qual é a glória de Deus”. 
Se Satanás está dominando a mente das pessoas, se as mentes humanas estão cegas 
como poderão chegar à verdade? Somente pela Palavra de Deus! Pois Ele mesmo disse 
 
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que “de trevas resplandecerá a luz” que brilhou em nossos corações para a iluminação do 
conhecimento da glória de Deus na face de Cristo (II Co 4.6). 
Se Satanás cega as mentes das pessoas, e Deus ilumina seus corações, em que 
podemos nós contribuir para esse encontro? Paulo chega a conclusão entre os versículos 4 
e 6 que descrevem as atividades de Deus e de Satanás, o verso 5 descreve a obra do 
evangelista: “pregamos a Cristo Jesus como Senhor”. Considerando que a luz que o diabo 
quer evitar que as pessoas vejam e que Deus faz brilhar nelas é o evangelho, então é 
melhor que preguemos! 
É a pregação do Evangelho o meio estabelecido por Deus para que o príncipe das 
trevas seja derrotado e a luz jorre nos corações das pessoas. Há poder no evangelho de 
Deus! Poder para salvação de vidas. Confira Rm 1.16; 10. 13,14; 
Sem a Bíblia a evangelização do mundo é impossível. Pois, sem a Bíblia não temos 
nenhum evangelho para levar às nações. A Bíblia é a base de missões, assim como missões 
é a base da Bíblia. É a Bíblia Sagrada que nos dá o Mandato, a Mensagem e o Poder que 
precisamos para a evangelização mundial. Leia Mt 28. 18-20; Mc 16.15-18; Lc 24.45-48; At 
1.8; e Jo 15.16; 20.21. 
Façamos nossas as palavras de Paulo: “...ai de mim se não anunciar o Evangelho!” 
2.5. Análise Exegética 
Analisemos Mt 28.19,20 exegeticamente. No original grego estes versículos estão 
assim: poreuthentes oun Matheutésate panta ta ethne. Vejamos agora, os respectivos 
significados destas palavras. 
POREUTHENTES. Deveis ir! Ou Ide! Note o imperativo. É uma ordem. Este é o 
verdadeiro sentido do que lemos. Foi assim que soou aos ouvidos dos discípulos. 
Hoje, porém, muitos tratam estas palavras de Jesus, como se fossem um “pedido de 
favor” que Ele nos fez, ou então, como se estas palavras tivessem importância somente no 
passado, para os primeiros comissionados. É exatamente por isso que a evangelização dos 
povos está tão atrasada. Falta reconhecimento da ordem e pronta obediência! 
Por que os muçulmanos, que começaram a pregar cerca de 600 anos depois do 
Apóstolo Paulo, já alcançaram 1/5 da população mundial, enquanto nós evangélicos, 
temos apenas 550 milhões aproximadamente? Será erro de cálculo? Ou de Estratégia? 
Será falta de dinheiro? 
Não! É falta de Fé! De Amor! De Obediência! De Compromisso com Deus e com Sua 
Palavra. Obediência, vêm antes de estratégias, métodos ou dinheiro. Ao ouvir Jesus falar, 
seus discípulos não receberam suas palavras com o sentido de: “Olha, talvez seja bem que 
 
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vocês comecem a pregar, primeiro em Jerusalém e depois em todo o mundo”. Não! Foram 
palavras fortes como de um general, passando ordens aos seus subalternos, os quais não 
podem questionar, senão simplesmente obedecer. 
Foi assim que Paulo recebeu esta ordem, pois ele respondeu: “Porque, se anuncio o 
Evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é imposta esta obrigação, e ai de mim se 
não anunciar o Evangelho.” (I Co 9.16). 
OUN. Portanto ou Pois. É uma palavra de ligação. 
MATHEUTÉSATE. Fazei discípulos, ou seguidores, ou aprendizes. (Também 
imperativo). 
PANTA–TA. A todos. De modo que, até agora, este versículo fica assim: “Ide, e fazei 
discípulos de todos os ethne”. A palavra ethne merece atenção especial. 
ETHNE. “Nação”. Desde os séc. XV e XVI, a palavra ETHNE vem sendo traduzida para 
algumas línguas ocidentais apenas com o significado de NAÇÃO. O que não é errado. 
Todavia, a palavra ETHNE deriva-se de “ETHNOS”, que é um termo grego usado para 
designar o vocábulo “povo” ou “gente”. 
POVO ou GENTE. O vocábulo Ethne é geratriz da palavra “Etnia”. Etnia é um grupo 
humano que se relaciona entre si por fatores como língua, religião, raça, moradia, 
ocupação, classe social, modo de vida, modo de vestir, ou não. Ou seja, um povo! 
Sendo assim, o versículo fica bem traduzido deste modo: “Ide, pois, e fazei discípulos 
de todos os povos.” 
A origem das raças, deu-se na confusão das línguas na Torre de Babel (Gn 1.7,8). Se o 
propósito de Jesus é restaurar todas as coisas (Cl 1.20); então é natural que a maldição de 
Babel também seja, de certa forma, desfeita espiritualmente. A divisão de raças tem sido 
motivo de orgulho, inimizade e guerras entre os povos. O único caminho para que as 
nações voltem a falar a “mesma língua”, é Jesus, pois, a Palavra de Deus torna-se um 
“idioma Internacional”, uma vez que é um elo de ligação espiritual que rompe os laços de 
divisão e proporciona a verdadeira paz. 
2.6. Diferença entre Missão Centrípeta e Missão Centrífuga 
Existe grande diferença entre os métodos que Deus deu a Israel e os que Ele deu à 
Igreja para o cumprimento de suas respectivas missões. 
A. Missão Centrípeta. Israel devia ser como um “Imã” e atrair para Deus os outros 
povos e nações. Os filhos de Israel deviam ser sacerdotes santos que revelassem Jeová, o 
Único Deus Verdadeiro, a todas as nações, e mediadores que levassem a Deus. Em outras 
 
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MISSIOLOGIA 
 
 
 
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palavras, os povos deveriam se convergir à Israel para conhecerem o seu Deus. A natureza 
da missão de Israel era centrípeta. Observe a figura abaixo. 
 
NAÇÕES NAÇÕES NAÇÕES 
    
NAÇÕES  ISRAEL  NAÇÕES 
    
NAÇÕES NAÇÕES NAÇÕES 
 
B. Missão Centrífuga. A igreja também tem um chamado para o ministério sacerdotal 
(II Co 5.16-19; I Pe 2.9,10). Contudo, a natureza de sua missão é centrífuga. 
Diferentemente de Israel, não se requer da Igreja que esteja parada, quieta, e 
simplesmente “atraia” os outros povos Ao seu Deus. Requer-se que vá a outras gentes e as 
ganhe para Cristo. Depois de ganhas, estas, por sua vez, devem formar extensões da Igreja 
em seu próprio país. A seguir, esse povo mesmo levará a cabo missões centrífugas, saindo 
a pregar. É isto que manda a Grande Comissão. É assim que ensina a Geografia Missionária 
de Jesus. Veja Mt 28.18,19 e At 1.8. Observe o diagrama abaixo: 
 
 
JERUSALÉM 
“Tanto quanto” 
 
  
JUDÉIA 
“Simultaneamente” 
 IGREJA  
SAMARIA 
“Ao mesmo 
tempo” 
  
 
CONFINS DA TERRA 
“Concomitantemente” 
 
 
Antes de ser assenso ao Céu, Jesus disse aos seus discípulos que ele (após receberem 
o Espírito Santo) seriam suas testemunhas tanto quanto em Jerusalém, assim como na 
Judéia, Samaria e nos confins da Terra. Jesus não disse que só depois de alcançarem um 
lugar é que deveriam passar para o outro. Ele disse “tanto quanto”, ou seja, ao mesmo 
tempo; simultaneamente; concomitantemente. 
Esta é uma descrição perfeita da natureza centrífuga da missão da Igreja! 
 
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2.7. Princípios Gerais de Missões 
Missões é tão antiga quanto à existência do homem. Missões nasceu no “coração de 
Deus”. Missões nasceu no ÉDEN. Missões nasceu no AMOR DE DEUS! 
 Deus é amor (1 Jo 4.16); 
 Deus nos ama (Jo 3.16); 
 Deus nos ama porque é sustentador de tudo e de todas as coisas (Sl 42.1,2); 
 Deus nos ama porque é Criador (Gn 1 e 2). 
A. A Origem de Missões. O Jardim do Éden foi o palco da: 
 Criação (Gn 1 e 2). 
 Tentação (Gn 3.1-5). Queda do Homem (Gn 3.6,7). 
 Vergonha e separação (Gn 3.8b) 
 Juízo de Deus (Gn 3.9-23). 
Mas o Éden também foi o palco de: 
 Missões (Gn 3.15) 
O versículo 15 contém a primeira promessa implícita do plano salvífico de Deus para 
a redenção da humanidade. É uma profecia que contém duas predições: 
1. Prediz o conflito espiritual entre a “semente da mulher” (isto é, Jesus Cristo) e a 
“semente da serpente” (isto é, Satanás); Confira em Is 7.14; Mt 1.1-16; Ap 12.9 e 
20.2. Deus promete aqui, que Cristo nasceria de uma mulher; que seria “ferido” 
(ao ser crucificado); mas que ressuscitaria dentre os mortos para destruir 
completamente (“ferir”) a Satanás, o pecado e a morte, bem como, para salvar a 
humanidade (Veja Is 53.5; Mt 1.20-23; Rm 5.18,19; I Jo 3.8 e Ap 20.10). 
2. Prediz a vitória final de Deus (e do povo de Deus!) contra Satanás e o mal (Jo 
12.33; At 26.18; e Rm 16.20). 
Esta promessa de Gn 3.15 é chamada de “Promessa Messiânica”. Aqui está a origem 
de Missões. 
O homem pecou, e conseqüentemente, distanciou-se de Deus. O homem tornou-se o 
“Objeto de Missões”. Para que ele pudesse ser reconciliado novamente com Deus, era 
necessário que Jesus fosse “enviado” ao Mundo. Confira em II Co 5.17; Lc 22.53; Jo 1.1-14; 
3.16; e Hb 2.14,15. 
 
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2.8. Extensão do Plano de Missões 
O ponto culminante do plano salvífico e de redenção é a morte vicária de Cristo, e a 
extensão deste plano é a Grande Comissão. 
Após sua ressurreição, Jesus comissionou seus discípulos (e a nós também!) a 
continuarem a propagação do Evangelho (Jo 20.19-23). Isto é a Grande Comissão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3 - AS MISSÕES E SEU PROPÓSITO DE 
GLORIFICAR A DEUS 
Tendo já conceituado a Missão, precisamos agora tratar da questão sobre a a 
prioridade ou principal missão da igreja. Qual é a Missão principal e última da Igreja? 
Muitos missiólogos afirmam que a prioridade última da igreja é evangelizar e fazer missões 
ao redor do mundo. Quem não ouviu a famosa frase atribuída a Alexandre Duff: “A Igreja 
que não evangeliza não é evangélica”?. Dizer que a tarefa principal da igreja é evangelizar 
não encontra respaldo nas Escrituras e óbviamente, também não encontra eco na teologia 
reformada de missões. Se por “prioridade” queremos dizer “o alvo último” da igreja, nossa 
resposta deve ser “não”. Como reformados entendemos que a obra missionária não é o 
alvo último da igreja. 
Martyn Lloyd-Jones assim se expressa: 
O objetivo supremo desta obra é glorificar a Deus. Esse é o ponto central. Esse ;é o 
objetivo que deve dominar e sobrepujar todos os demais. O primeiro objetivo da pregação 
do evangelho não é salvar almas; É GLORIFICAR A DEUS. Não se tolerará que nenhuma 
outra coisa, por melhor que seja nem por mais nobre, usurpe esse primeiro lugar. 
Neste ponto de nosso curso de missiologia, vamos ver á luz da Palavra de Deus, que é 
o culto a Deus e não a obra missionária, deve ser a preocupação principal da igreja do 
Senhor. Conforme vemos nos argumentos de John Piper, “o desafio missionário existe e 
persiste porque o culto pleno a Deus ainda não existe”. O culto é o alvo último da igreja. O 
culto a Deus deve ter prioridade na igreja, não a obra missionária, porque Deus é último, e 
não o ser humano. 
Quando esta era terminar e representantes de toda raça, tribo e nação se dobrarem 
diante do Cordeiro de Deus, a obra missionária não mais exisitirá na igreja. Mas existirá o 
louvor e a adoração. Permanecerá na igreja o culto. ( Paixão de Deus por sua própria glória 
: Isaías 48:9-11 ). O homem natural busca a sua própria glória, mas Deus, a sua. 
A adoração é o combustível e a meta das missões. É a meta das missões porque nelas 
simplesmente procuramos levar as nações ao júbilo inflamado da glória de Deus. O alvo 
das missões é a alegria dos povos na grandiosidade de Deus. “Reina o Senhor. Regozije-se 
a terra, alegrem-se as muitas ilhas” (Sl 97.1). “Louvem-te os povos, ó Deus; louvem-te os 
povos todos. Alegrem-se e exultem as gentes” (Sl 67.3-4). Quando a chama da adoração 
arder com o calor da verdadeira excelência de Deus, a luz das missões brilhará para os 
povos mais remotos da terra. ( Ef 1:4-6; cf 12-14; Sl 106:7,8; Rm 9:17; Ex. 14:4,17,18; Ez 
36:22,23,32) 
 
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Por mais que queiramos afirmar a prioridade da obra missionária, creio que uma 
análise honesta da revelação bíblica leve à conclusão que o culto é o fim último da igreja e 
o desejo máximo de Deus para toda a humanidade. A primeira pergunta do Catecismo de 
Westminster diz: “Qual é o fim principal do ser humano?” E a resposta acertada é: “O fim 
principal do ser humano é glorificar a Deus e gozá-Lo para sempre.” É dentro desta 
perspectiva reformada e bíblica maior da prioridade última da glória de Deus que nossa 
reflexão a respeito da obra missionária se encontra. 
Missões começam e terminam na adoração. Há alguns pontos a serem destacados 
com relação a isso: 
3.1. O Amor de Deus é a Base Para o Nosso Amor 
A ordem bíblica da evangelização dos povos, precisa ser vista no contexto do deleite 
divino. Não podemos nos esquecer que o motivo por trás de todas as ações deve objetivar 
agradar a Deus (Sl 115:3; Is. 48:9-11). Deus tem prazer nele mesmo. Esta última afirmação 
por nos soar um tanto estranha, mas vamos buscar entender o que isso significa. Deus nos 
ensina que nosso objetivo supremo deve ser amá-lo e glorificá-lo para sempre, como, 
então, isso poderia ser diferente para ele mesmo? O fundamento para nosso deleite em 
ver Deus glorificado é seu próprio deleite em ser glorificado. Deus é central e supremo em 
todas as suas afeições. Não há rivais para a soberania de Deus em seu próprio coração. 
Deus não é um idólatra. 
Isso tudo pode nos parecer um tanto confuso, talvez porque nunca tenhamos parado 
para pensar desse modo. O coração mais apaixonado por Deus em todo o universo é o 
coração do próprio Deus. Essa verdade sela a convicção de que adoração é o combustível e 
o objetivo de missões. O amor de Deus por si mesmo é justo, pois ele é justo, é reto, é 
amor. Podemos ver de modo claro essa paixão da qual estamos falando em Isaías 48.9-11: 
“Por amor do meu nome, retardarei a minha ira e por causa da minha honra me 
conterei para contigo, para que te não venha a exterminar. Eis que te acrisolei, mas disso 
não resultou prata; provei-te na fornalha da aflição. Por amor de mim, por amor de mim, é 
que faço isto; porque como seria profanado o meu nome? A minha glória, não a dou a 
outrem.” 
As expressões desse texto deixam claro que Deus agiu “por amor do seu nome”, por 
amor de si mesmo ele não exterminou o povo de Israel. É isso, também, o que demonstra 
uma série de outros textos. Deus escolheu seu povo para sua glória (Ef 1.46); nos criou 
para sua glória (Is 43.6-7); libertou Israel do Egito para sua glória (Sl 106.7-8); Jesus disse 
que responde às orações para que o nome de Deus seja glorificado (Jo 14.13); Jesus nos 
acolheu para a glória de Deus (Rm 15.7); o plano de Deus é encher a terra com o 
 
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conhecimento da glória do Senhor (Hc 2.14). Esses e tantos outros textos da palavra de 
Deus não deixam dúvida de que Deus ama a si mesmo, e esse deve ser também o nosso 
objetivo e nossa motivação para missões. Por esse motivo é que... 
3.2. A Centralidade de Deus na Vida da Igreja 
Quando as pessoas não estão maravilhadas pela grandiosidade de Deus, como 
poderão ser enviadas para proclamar a mensagem: “grande é o SENHOR e mui digno de 
ser louvado, temível mais que todos os deuses” (Sl 96.4)? É essencial que em missões haja 
centralidade de Deus na vida da igreja. 
A paixão por Deus no culto precede a oferta de Deus na pregação. Não podemos 
pregar com convicção aquilo que não estimamos com paixão. “Quando a chama do culto 
queima com o calor da verdadeira dignidade de Deus, a luz da obra missionária brilhará até 
os povos mais distantes da terra” Quando a paixão por Deus está fraca, o zelo por missões 
certamente será fraco também. As igrejas que não exaltam a majestade e a beleza de Deus 
dificilmente poderão acender um desejo afervescente para “anunciar entre as nações a 
sua glória” (Salmo 96.3). O zelo pela glória de Deus no culto é a grande força motivadora 
para a obra missionária. 
John Piper, cita o seguinte pronunciamento de Andrew Murray há mais que cem 
anos: 
Enquanto buscamos a Deus sobre por que, com tantos milhões de cristãos, o 
verdadeiro exército de Deus que está combatendo os exércitos da escuridão é tão 
pequeno, a única resposta é C falta de coragem e entusiasmo. O entusiasmo pelo reino de 
Deus está faltando. E isto é porque há tão pouco entusiasmo pelo Rei. 
Ninguém poderá se dispor à causa missionária se não experimentar a magnificiência 
de Cristo (Apocalipse 15.3-4; cf. Salmos 9.11; 18.49; 45.17; 57.9; 96.10; 105.1; 108.3; e 
Isaías: 12.4; 49.6; 55.5) 
Quero acrescentar ao que Piper e Carriker já disseram que, Calvino também tem este 
foco em sua teologia de missões. Para ele tudo na vida deve ser vivido para a glória de 
Deus. Para Calvino, o fator que deveria motivar as missões mundiais era a glória de Deus. 
Charles Chaney escreve sobre Calvino: “o fato de que a glória de Deus era o motivo 
primordial nas primeiras missões protestantes e isto ter se tornado, mais tarde, uma parte 
vital do pensamento e atividade missionárias, pode ser traçado diretamente em direção à 
teologia de Calvino.” 
Precisamos nos voltar para o Todo-Poderoso e buscar a sua glorificação em primeiro 
lugar. Deus deve estar no centro de toda e qualquer atividade da igreja. Missões não são o 
 
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primeiro e o último, Deus o é. Essa verdade é a vida da inspiração e da perseverança 
missionária. O missionário William Carey, chamado de “Pai das missões modernas”, foi 
enviado para a Índia em 1793 e expressou assim essa conexão: 
Quando eu deixei a Inglaterra minha esperança na conversão da Índia era muito 
forte, mas, em meio a tantos obstáculos, ela poderia morrer a não ser que fosse 
sustentada por Deus: Eu tenho a Deus e sua palavra é verdadeira. Apesar de as 
superstições dos pagãos serem milhares de vezes mais fortes do que eles e o exemplo dos 
europeus milhares de vezes pior; embora eu tenha sido abandonado e perseguido por 
todos, ainda assim esta é minha Fé, firmada na certeza da palavra, que se elevará acima de 
todos os obstáculos e superará cada provação. A causa de Deus irá triunfar. 
William Carey e milhares como ele têm sido movidos pela visão de um grande e 
triunfante Deus. Isso significa ter Deus no centro da vida. A centralidade de Deus deve ser 
evidente na vida da igreja e isso é motivação para realização de missões. 
3.3. A Glorificação de Deus é o Alvo de Missões 
O culto é o alvo da obra missionária simplesmente porque nosso propósito é levar as 
nações a regozijarem-se em Deus e glorificá-Lo acima de tudo. O alvo da obra missionária é 
a alegria dos povos na grandeza de Deus (Salmo 97.1; 67.3-4; cf. 47.1; 66.1; 72. 11, 17; 
86.9; 102.15; 117.1; e Isaías 25.6-9; 52.15; 56.7; 66.18-19). 
Penso que o culto a Deus como o alvo da obra missionária já se tornou patente como 
decorrente de toda a nossa reflexão até este momento. Mas há um aspecto desta verdade 
que precisamos explorar mais. É o seguinte: O culto a Deus como alvo da obra missionária 
ajuda a entender a própria definição da obra missionária. Pois a obra missionária enfatiza a 
prioridade de alcançar povos, ou etnias não alcançadas. Isto se evidencia na repetida 
descrição bíblica da tarefa missionária em termos de etnias (Mateus 24.14; 28.18-20; 
Romanos 15.19-21). 
Que a estratégia bíblica seja de alcançar especialmente as etnias não alcançadas é 
claro em Romanos 15.19-21. Para muitos cristãos, talvez até a maioria, esta estratégia não 
parece muito lógica. Antes alcançar todos os indivíduos ao nosso alcance e semelhantes 
culturalmente a nós, que procurar alcançar representantes de etnias que podem ser 
geográfica ou culturalmente distantes. Parece uma questão de mordomia de esforços. 
A obra missionária começa e termina com o culto prestado à glória de Deus. Começa, 
porque somente o culto genuíno e profundo pode motivar adequadamente a igreja para 
assumir sua vocação missionária. E termina, porque o alvo último e o fim principal de toda 
humanidade é glorificar a Deus e gozá-Lo para sempre. E na obra missionária, procuramos 
levar as nações à mesma alegria e exaltação que caracteriza o nosso culto a Deus. 
 
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Portanto, quando afirmamos que a obra missionária é a prioridade penúltima na igreja não 
estamos diminuindo a sua importância. Estamos meramente fazendo o que devemos, 
maximizando a tarefa de glorificar a Deus e gozá-Lo para sempre. E assim, enxergamos a 
verdadeira importância da obra missionária, certamente acima de outras atividades na 
igreja, isto é estender e diversificar, e assim intensificar o culto que glorifica e goza Deus 
entre todas as nações da terra (Apocalipse 5.9-10; 7.9-10). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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4 - HISTÓRIA DE MISSÕES 
Na história da Igreja, há uma linha de progressão na atividade missionária que vem 
desde o seu início no ano 30 d.C. Linha esta, que é desenhada pela ausência e presença de 
iniciativas missionárias na Igreja de Cristo na proporção em que o tempo foi de passado. 
4.1. Começa o Trabalho Missionário 
Os dois últimos mandamentos de Jesus aos seus discípulos: a) Ficar em Jerusalém até 
serem batizados no Espírito Santo; b) Ir por todo o mundo pregando o Evangelho. 
Ao colocarem estes mandamentos em práticas, os 120 discípulos que estavam em 
Jerusalém por volta do anos 30 d.C., deram o INÍCIO TERRENAL de Missões, ou seja, o início 
Humano, Histórico e Geográfico. 
O Apóstolo Pedro, após o Pentecostes, evangelizou com poder os estrangeiros que 
estavam na cidade naquele dia (At 2.14); 
João e Pedro, pregaram no Sinédrio e no Templo para todos os religiosos da época e 
às autoridades (At.3.12; 4.8); 
Estevão, um Diácono, também marcou o início daIgreja Primitiva com suas 
poderosas mensagens e os sinais que se seguiam e, principalmente, com o seu testemunho 
face ao martírio a que foi vítima. 
Por fim, a Igreja de modo geral, pregava o Evangelho (At. 6.7); 
A. Resultado do Trabalho. “Alguns dos Pardos, Medas, Elamitas e outros povos que 
viviam para além de Jerusalém, nas terras orientais do Império Romano e que ouviam no 
dia de Pentecostes a primeira mensagem pregada por Pedro, se converteram ao Evangelho 
e levaram as boas novas aos seus conterrâneos. As evidências para que tal tenha ocorrido 
é a constatação de que em períodos posteriores podiam ser encontradas igrejas 
estabelecidas nos lugares de origem daqueles povos (At 2.9, 10, 11 e 41)”. 
“Alguns dos prosélitos, pessoas não descendentes de judeus, mas que renunciavam 
ao paganismo, aceitavam a lei judaica, recebendo o rito da circuncisão e vivendo em 
outras províncias romanas, ouviram e aceitaram a mensagem do Evangelho pregada por 
Pedro e tornaram-se portadores das boas novas entre seus irmãos usando como púlpito a 
sinagoga, principal foco religioso dos judeus fora de Israel (At. 2.14 e 41). 
“Todos estes discípulos fizeram o primeiro instante da atividade missionária da 
Igreja” 
 
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4.2. O Primeiro Declínio Missionário 
Motivo: Falta de zelo missionário. 
Aparentemente estava tudo certo com a primeira igreja. Havia conversões em massa 
Perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações. 
Havia temos em cada crente. Havia sinais e prodígios. (...) A Igreja era respeitada e 
admirada pelo povo. Mas apesar de tudo isso, havia algo errado com a Igreja de Jerusalém: 
“Era poderosa na fé e no testemunho, pura no seu caráter e abundante no amor. 
Entretanto, o seu singular defeito era a falta de zelo missionário. Permaneceu em seu 
território, quando devia ter saído para outras terras e outros povos. Veja At.1.8. 
4.3. O Primeiro Despertamento Missionário 
A. A perseguição leva a Igreja a fazer a Obra Missionária. Ao serem dispersos, os 
cristãos pregavam por todos os lugares que passavam. A dispersão, por causa da 
perseguição, deu-se exatamente, pelos lugares que Jesus falara, ou seja, pela geografia 
missionária de Jesus. 
B. O Resultado do Despertamento. Segundo historiadores, a igreja iniciou realmente 
por Jerusalém, Judéia, Samaria, depois por Cessaréia, etc. Vejamos: 
1. Leste. Foram por Damasco e Edessa, entrando na Mesopotâmia. 
2. Sul. Foram por Bostra e Petra, entrando na Arábia. 
3. Oeste. Foram por Alexandria e Cartago, entrando no Norte da África. 
4. Norte. Foram por Antioquia, entrando na Armênia e Bitina. 
Alcançaram ainda a Espanha, Galácia (sul da França) e Grã-Bretanha e depois os 
confins. 
C. Evidências do Despertamento. “Os novos crentes iam formando igrejas locais e ao 
mesmo tempo tornavam-se missionários entre o seu povo e de outros lugares”. 
A propagação do Evangelho aumentava a cada dia. O total de crentes por volta do 
segundo século é estimado em meio milhão de pessoas. 
A eficácia do trabalho evangelístico se deu a partir de 3 fatores, somados, é claro, 
com o poder do Espírito Santo, a saber: 
1. O testemunho informal. 
2. A capacidade intelectual de alguns crentes. 
3. A morte dos cristãos. 
 
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O testemunho informal se manifesta a partir da vida diária dos crentes, caracterizada 
pelo amor. 
A capacidade intelectual de alguns crentes que defendiam a fé com argumentos 
racionais e bem desenvolvidos foi algo incontestável, pois o Cristianismo não era como as 
demais religiões cheias de ritos e mágicas; é claro, substancial, profundo e tem a ver com a 
realidade existencial do ser humano. Ganham destaque pessoas como Paulo, Orígenes, 
Tertuliano, Justino Mártir e outros. 
A morte de alguns cristãos, praticada pelos imperadores romanos somou para 
aumento do Cristianismo, pois, a coragem dos crentes ante a execução consistia num 
poderoso testemunho Tertuliano disse: “O sangue dos mártires é a semente da Igreja.” 
D. O Trabalho dos Primeiros Missionários. Além de Pedro, Paulo, Apolo, Filipe, 
Barnabé, Silas, Marcos, Lucas e muitos outros crentes que desempenharam atividades 
missionárias, a tradição judaica conta que... 
 Mateus foi para a Etiópia. 
 André, para a região dos citas, ao norte da Europa. 
 Bartolomeu, para a Arábia e Índia. 
 Tomé, para a Índia. 
 Paulo, Barnabé e equipe, foram trabalhar entre os gentios e nos lugares mais 
distantes do império romano como por exemplo Galácia, Macedônia, Acaia e 
Ásia. 
 Edésio e Frumentio (no 4º Séc.), sobreviventes de um naufrágio no Mar 
Vermelho, perto da Etiópia, foram levados escravos para a corte real daquele 
país e logo conseguiram liberdade para pregar o evangelho e houve 
conversões. 
 Gregório (213) evangelizou a Capadócia e se tornou líder da Igreja local 
(dizem que quando assumiu a igreja só havia 17 crentes na cidade, mas 
quando morreu só tinha 17 pagãos!). 
A MORTE DE POLICARPO 
Policarpo, pastor de Esmirna, desenvolveu um ministério evangelístico tão intenso 
que foi acusado de ser “o destruidor dos deuses pagãos”, por isto foi queimado em 
praça pública. Sua igreja constava de escravos, aristocratas locais e membros do 
quadro de assistentes do procônsul. 
 
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A morte de policarpo sensibilizou a sociedade da Ásia Menor a ponto de provocar um 
abrandamento das perseguições por algum tempo, permitindo que os menos 
corajosos declarassem abertamente sua fé em Cristo e os não-crentes se 
convertessem. 
Havia também o trabalho de muitos outros pregadores anônimos que constituíam 
um grande exército que marchavam em todas as direções pregando a Palavra (At. 8.4) 
4.4. Surgem Novas Igrejas Missionárias 
A Igreja de Jerusalém deixou de ser a ÚNICA. Cada nova igreja ou congregação 
formada pelos primeiros missionários, era também uma igreja missionária. Destacamos: 
Antioquia, Éfeso, Roma, Alexandria e Cartago, todavia, há outras. 
4.5. As 10 Ondas de Perseguições 
Era de se esperar que o intenso trabalho missionário resultasse um aumento de 
perseguições. Registramos, dessa época, o mais doloroso período. 
Imperador Época (d.C.) 
Nero 64 
Trajano 64 
Adriano 117-138 
Antônio 138-211 
Marco Aurélio 161-180 
Sétimo Severo 193-211 
Máximo 235-238/9 
Décio 249-251 
Valeriano 253-260 
Diocleciano 234-305 
 
4.6. O Segundo Declínio Missionário 
Motivo: Discussões teológicas, disputas e aceitação do acordo romano. 
Questões doutrinárias existiram na Igreja desde o início. Aconteceram por várias 
razões: por causa de conceitos do judaísmo diferentes do Cristianismo; por causa de 
elementos gregos na Igreja muito voltados à contemplação filosófica, etc. 
 
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A Igreja enredou-se em complicadas questões que obscureciam a simplicidade do 
Evangelho. Os crentes começaram a se ocupar mais com questões doutrinárias e filosóficas 
do que com o Evangelho. A Igreja internamente estava envolvida com discussões 
teológicas e disputas de poder, e ainda vivendo sob um clima de perseguições. 
Enquanto isso, por volta do terceiro séc., o Império Romano começou a declinar. As 
constantes invasões dos povos bárbaros ameaçavam-no em muito. 
Foi dentro deste contexto que em 313 d.C., o Imperador Constantino

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