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Porosidade e Durabilidade do Concreto

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MATERIAIS E 
TÉCNICAS DE 
CONSTRUÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 > Explicar o que é porosidade.
 > Identificar o impacto da porosidade na durabilidade do concreto.
 > Reconhecer o mecanismo de degradação do concreto.
Introdução
Quanto mais poros um concreto apresentar, maior será sua porosidade e, 
consequentemente, maior será sua permeabilidade. A permeabilidade é pro-
veniente da relação água/cimento (a/c) e do grau de hidratação do cimento. 
Quando a relação água/cimento aumenta e o grau de hidratação é baixo, há 
elevação dos poros na pasta de cimento; portanto, ocorre a elevação da per-
meabilidade do concreto.
Neste capítulo, você vai conhecer o conceito de porosidade do concreto e 
suas causas. Além disso, vai ver os impactos da porosidade na durabilidade do 
concreto. Por fim, vai estudar alguns dos principais mecanismos de degradação 
do concreto.
Porosidade do concreto
Antes de entender o que é porosidade do concreto, é preciso definir o que é 
cimento. O cimento (ou cimento Portland) é um material pulverulento cons-
tituído de silicatos e aluminatos complexos que, ao serem misturados com 
Durabilidade 
do concreto
Ronei Tiago Stein
água, hidratam-se e produzem o endurecimento da massa, que então pode 
oferecer elevada resistência mecânica (Petrucci, 1998).
Petrucci (1998) menciona que o cimento Portland resulta da moagem de 
um produto denominado clínquer, que é obtido pelo cozimento até a fusão de 
uma mistura de calcário e argila, convenientemente dosada e homogeneizada 
de tal forma que toda a cal se combine com os compostos argilosos. Após 
a queima, é feita uma pequena adição de sulfato de cálcio, de modo a que 
o teor de SO3 não ultrapasse 3%, a fim de regularizar o tempo de início das 
reações do aglomerante com a água.
Já o concreto, segundo Almeida (2002, p. 3), é:
Um material de construção resultante da mistura, em quantidades racionais, de 
aglomerante (cimento), agregados (pedra e areia) e água. Logo após a mistura, o 
concreto deve possuir plasticidade suficiente para as operações de manuseio, 
transporte e lançamento em formas, adquirindo coesão e resistência com o pas-
sar do tempo, devido às reações que se processam entre aglomerante e água. 
Em alguns casos, são adicionados aditivos que modificam suas características 
físicas e químicas.
Segundo Petrucci (1998), os agregados devem provir de rochas inertes, 
ou seja, sem ação química sobre os aglomerantes e inalteráveis ao ar, à água 
ou às variações de temperatura. Nonat (2014) salienta que a relação água/
cimento e a finura do cimento influenciam a taxa de evolução da resistência do 
concreto. Mehta e Monteiro (2014) mencionam que a resistência aos esforços 
mecânicos e a resistência aos agentes agressivos em relação à durabilidade do 
concreto são as principais propriedades vinculadas à relação água/cimento.
Segundo Ribeiro e Cascudo (2020), apesar da aparente simplicidade do 
concreto, existem várias dificuldades em se entender os mecanismos de 
formação desse material, como o fato de o concreto ter uma estrutura alta-
mente complexa, devido, principalmente, a uma distribuição heterogênea de 
muitos componentes sólidos, além de vazios. Outra dificuldade é a estrutura 
do concreto não ter uma propriedade estática. Além disso, ao contrário do 
que ocorre com materiais entregues em sua forma final, o concreto é fre-
quentemente manufaturado em canteiros de obras.
Durabilidade do concreto2
Para entender sobre a porosidade do concreto, é necessário discutir a 
microestrutura do concreto. Mehta e Monteiro (2014) descrevem que a partícula 
de cimento é um sólido multifásico, com uma grande quantidade de grãos 
de silicatos de cálcio em uma matriz de aluminatos e ferroaluminatos. Dois 
mecanismos de hidratação do cimento Portland são adotados; veja a seguir 
(Mehta; Monteiro, 2014).
 � Hidratação por dissolução-precipitação: ocorre a dissolução do grão 
anidro em meio aquoso, formando espécies químicas diversas. A dis-
solução, ao atingir o nível de saturação, vai formar hidratos em solu-
ção. Devido a sua baixa solubilidade, vai haver a precipitação desses 
hidratos, resultantes da solução supersaturada.
 � Hidratação topoquímica: também chamada de hidratação no estado 
sólido do cimento, na hidratação topoquímica as reações acontecem 
diretamente na superfície dos compostos de cimento anidro, sem que 
os compostos entrem em solução, completando-se com o tempo, desde 
que haja contato do cimento com a água.
Entre os principais compostos resultantes da hidratação do cimento 
Portland destacam-se o silicato de cálcio hidratado (C-S-H), o hidróxido de 
cálcio (CH) e os sulfoaluminatos de cálcio, bem como partículas de clínquer 
não hidratadas.
Como mostra a Figura 1, o mecanismo de hidratação do cimento Portland 
pode ser dividido em cinco etapas distintas: (I) estágio inicial ou período da 
mistura; (II) período de indução ou dormente; (III) período de aceleração ou 
início de pega; (IV) período de desaceleração ou endurecimento; e (V) estágio 
final, também conhecido como período de reação lenta.
Mas o que seria exatamente a definição de porosidade? Segundo Silva 
(1991), porosidade é a propriedade que a matéria tem de não ser contínua, com 
espaço entre as massas, sendo obtida pela relação entre o volume de vazios 
e o volume de sólidos. Mehta e Monteiro (2014) descrevem que o concreto 
é um material naturalmente poroso, visto que não é possível preencher a 
totalidade dos vazios do agregado com pasta de cimento.
Durabilidade do concreto 3
Figura 1. (a) Perfil da curva de evolução da hidratação de um cimento Portland típico. (b) 
Representação esquemática da partícula de cimento anidro e efeito da hidratação após (I) 
10 minutos, (II) 10 horas, (III) 18 horas, (IV) entre 1 e 3 dias e (V) duas semanas.
Fonte: (a) Adaptada de Quarcioni (2008); (b) Adaptada de Kirchheim (2008).
minutos horas
Tempo de hidratação
dias
1º pico
2º pico
3º pico
Ev
ol
uç
ão
 d
o 
ca
lo
r l
ib
er
ad
o Dissolução
e formação
da etringita
Período de
dormência.
Saturação dos
íons cálcio
Formação de
C–S–H e CH
Conversão de
etringita em
monossulfato
Controle de difusão
A
B
(I)
(I)
(II)
(II)
(III)
(III)
Gel
C3A
C4AF
C3S
Etringita C-S-H
externo
C-S-H
internoEtringita
Monosulfato
(IV)
(IV)
(V)
(V)
O desempenho do concreto é altamente dependente da estrutura e da 
distribuição do tamanho de poros, principalmente de sua durabilidade e 
de sua resistência à penetração de agentes agressivos, como os cloretos. 
Segundo Neville (2016), esses caminhos internos podem ser classificados da 
seguinte forma.
 � Caminho condutivo contínuo (CCP): permite a passagem de corrente 
elétrica.
 � Caminho descontínuo (DCP): devido à sua descontinuidade, não há 
passagem de corrente no interior do concreto.
 � Caminho isolante (ICP): dependendo da quantidade de água e dos 
produtos de hidratação no interior dos poros do concreto, pode ou 
não conduzir correntes.
A Figura 2 ilustra a porosidade do concreto.
Durabilidade do concreto4
Figura 2. Propriedades do concreto.
Fonte: Adaptada de Neville (2016).
DCP
DCP
CCP
Ponto descontínuo
Caminho condutivo contínuo (CCP)
Caminho condutivo decontínuo (DCP)
Caminho isolante (ICP)
AgregadoGel
ICP
O volume da porosidade depende da relação água/cimento. Maiores vo-
lumes de água aumentam o espaço inicial entre os grãos de cimento, ge-
rando uma maior porosidade capilar e diminuindo a resistência aos agentes 
agressivos da pasta e do concreto. Se o conjunto da porosidade capilar está 
interconectado, os agentes agressivos externos penetram facilmente no 
material, facilitando a deterioração (Nonat, 2014).
Existem diferentes tipos de poros no concreto. O Quadro 1 apresenta uma 
classificação dos poros quanto ao tamanho e as relações entre a porosidade 
e as propriedades da pasta de cimento hidratado endurecido (PCE).
Durabilidade do concreto 5
Quadro 1. Classificação e características dos poros nas pastas de cimento 
hidratado
Tipo Diâmetro Descrição Funçãoda água
Proprieda-
des afetadas 
(pasta)
Ar incor-
porado 1 a 0,1 mm
Seção 
transversal 
esférica
Livre: conduzir 
volumes
Resistência, 
durabilidade
Poros 
capilares
100 a 
0,05 μm
Capilares 
grandes
Livre: conduzir 
volumes
Resistência, 
permeabilidade
50 a 10 nm Capilares 
médios
Gerar moderadas 
forças de tensão 
superficial
Resistência, 
permeabili-
dade, retração 
em UR elevada
Poros gel
10 a 2,5 
nm
Capilares 
pequenos 
(gel)
Gerar elevadas 
forças de tensão 
superficial
Retração em 
UR = 50%
2,5 a 
0,5 nm Microporos
Fortemente 
adsorvida, não 
forma meniscos
Retração, 
fluência
< 0,5 nm Microporos 
intercamadas
Combinada 
quimicamente
Retração, 
fluência
Fonte: Adaptado de Fornasier (1995).
Os poros gel são os espaços vazios existentes entre os produtos da hidra-
tação. Esses poros ocupam cerca de 28% do volume total do gel, variando para 
cada tipo de cimento, mas em grande parte são independentes da relação 
água/cimento da mistura e do estágio de hidratação, desde que haja água 
suficiente para hidratar completamente o cimento. Já os poros capilares 
têm tamanhos absolutos iguais aos dos grandes poros gel; suas diferenças 
estão somente na origem. Os poros capilares ocupam até 40% do volume da 
pasta, sendo de fundamental importância no estudo da durabilidade e da 
permeabilidade do concreto, pois possibilitam a passagem de fluidos por 
sua seção. Por fim, os microporos consistem nos vazios de ar incorporados 
acidentalmente ou não à massa de concreto, apresentando dimensões em 
média bem maiores do que as dos demais poros. Por confinarem bolhas de 
ar, eles têm forma aproximadamente esférica, não são afetados pela relação 
água/cimento e não são interconectados na sua formação (Fornasier, 1995).
Durabilidade do concreto6
Impacto da porosidade na durabilidade do 
concreto
Para aumentar a durabilidade do concreto, o ideal é que ele tenha poucos 
poros. Quanto maior for a quantidade de poros, maior será a entrada de 
agentes degradantes. No entanto, simplesmente utilizar cimento, areia e 
água não diminui a porosidade. Logo, muitas vezes utiliza-se a microssílica 
(sílica ativa), garantindo uma grande redução na permeabilidade, além de 
aumentar a resistência mecânica do concreto.
Segundo Bauer (2011), os vazios apresentados pelos concretos porosos 
devem observar o intervalo de 15 a 25%. Esse intervalo é considerado o ideal 
para equalizar as características drenantes às resistências mecânicas mínimas 
de trabalho. Existe uma relação direta entre a porosidade e a permeabilidade; 
em contrapartida, há uma relação inversa com as resistências mecânicas.
Leite, Girardi e Hastenpflug (2018) mencionam que a porosidade e a per-
meabilidade são características fundamentais da qualidade do concreto e 
estão relacionadas entre si. A permeabilidade é definida como a capacidade 
com que o fluido pode escoar através de um sólido, e seu grau é determinado 
pelo tamanho e pela continuidade dos poros na estrutura do sólido.
Recena (2014) ressalta que a permeabilidade e a porosidade também 
estão relacionadas com a resistência do concreto a ataques químicos. Um 
concreto que apresenta muitos poros tem maiores chances de penetração de 
água do meio externo. Consequentemente, esse concreto se deteriora mais 
rapidamente, diminuindo a sua durabilidade.
Concretos muitos porosos, com índice de vazios iguais ou superiores a 
25%, tendem a apresentar alta drenabilidade e baixos valores de resistência 
mecânica. Em contrapartida, concretos de baixa porosidade, ou seja, com 
índice de vazios igual ou inferior a 15%, tendem a apresentar baixos índices 
de permeabilidade e valores mais elevados das resistências mecânicas.
Existe uma dosagem ideal, que atende às necessidades de drenagem 
e resiste aos esforços mecânicos solicitados em sua vida útil. Se o 
concreto apresentar porosidade superior a 25%, ele se torna extremamente 
poroso, diminuindo sua resistência. Se for inferior a 15%, pode ocorrer fissuras, 
comprometendo a vida útil do concreto.
Durabilidade do concreto 7
Os concretos de alto desempenho têm uma baixa relação água/cimento 
e, consequentemente, há uma redução de porosidade, o que causa maior 
durabilidade. Para a sua produção, de modo a harmonizar a sua consistência 
e resistência, é necessário o uso de aditivos redutores de água. É uma prática 
comum que parte do cimento seja substituída por adições (pozolanas), pois, 
além de reduzir o custo, os riscos de fissuração térmica são minimizados 
(Mehta; Monteiro, 2014).
Mehta e Monteiro (2014) mencionam que o motivo de a permeabilidade da 
argamassa ou do concreto ser maior do que a permeabilidade da pasta de 
cimento correspondente está nas microfissuras e na pasta do cimento (ou 
seja, o concreto ainda fresco, não endurecido). Petrucci (1998) menciona que a 
qualidade do concreto está diretamente ligada à durabilidade das estruturas. 
O concreto, além de resistir aos esforços de compressão, deve executar de 
maneira aceitável sua função na proteção das armaduras contra os ataques 
externos. Por isso, a porosidade apresenta um papel essencial. Concretos 
muito porosos são mais permeáveis e apresentam menor resistência mecânica.
Quando os elementos de concreto armado estão sujeitos a meios agressi-
vos, é necessário tomar medidas para a redução de porosidade e permeabi-
lidade da mistura. Quanto maior a porosidade do concreto, maior é a chance 
de entrar umidade no material. Para reduzir essa porosidade, é importante 
usar um concreto com baixa relação água/cimento e usar impermeabilizantes 
(produtos que diminuem a permeabilidade e aumentam a resistência do 
material) (Neves, 2021).
O Quadro 2 mostra alguns exemplos de impermeabilizantes rígidos dis-
poníveis no mercado.
Quadro 2. Características de impermeabilizante rígidos disponíveis no 
mercado
Produto Características Aplicabilidade
Cristalizantes O produto é aplicado diretamente 
sobre a estrutura a ser 
impermeabilizada e, ao entrar em 
contato com a água de infiltração, 
cristaliza-se e preenche os poros 
do concreto, criando uma barreira 
impermeável.
Áreas úmidas, 
reservatórios 
enterrados, piscinas, 
entre outros.
(Continua)
Durabilidade do concreto8
Produto Características Aplicabilidade
Cimento 
polimérico
Revestimento impermeabilizante 
semiflexível, aplicado com trincha 
ou broxa. É um sistema composto 
em pó com fibras e componente 
líquido, formando uma pasta 
cimentícea resistente à umidade.
Reservatório 
enterrados, floreiras, 
poço de elevadores, 
muro de arrimo.
Argamassa 
impermeável 
São argamassas de cimento e 
areia que adquirem propriedades 
impermeáveis com a mistura de 
aditivos que repelem a água. Não 
é recomendável aplicar em locais 
com trincas ou fissurações.
Baldrames, piscinas, 
subsolos, pisos 
em contato com o 
solo, argamassa de 
assentamento de 
alvenaria.
Argamassa 
polimérica
Argamassa industrializada 
encontrada no mercado na versão 
bicomponente. Deve ser misturada 
e homogeneizada antes da 
aplicação.
Pisos frios, piscinas 
ou reservatórios 
enterrados, baldrames.
Epóxi Produto impermeável à água e ao 
vapor, com elevada resistência 
mecânica e química. Indicado para 
impermeabilização e proteção 
anticorrosiva de estruturas de 
concreto, metálicas e argamassas.
Tubos metálicos, 
tanques de produtos 
químicos.
Fonte: Adaptado de Ferreira (2012).
Existem diferentes métodos para identificar a porosidade do concreto, 
e eles podem ser divididos em diretos e indiretos. Segundo Fornasier (1995, 
p. 23), os métodos diretos:
Utilizam uma seção plana do material poroso para uma análise óptica, que tem 
sido muito facilitada pela técnica de imagem automática, possibilitando que uma 
grande quantidade de informações seja coletada rapidamente e com precisão, sem 
os elementos subjetivos das antigas técnicas visuais. Frequentemente, a água é 
substituída por um solvente ou adesivo epóxi com corante para garantir melhor 
contraste e visualização da amostra. A determinação das propriedades dos porosobtidos por estes métodos é feita através da utilização de equações, fornecendo 
as melhores informações sobre a forma dos poros acessíveis e tamanho dos poros 
que os outros métodos [...].
(Continuação)
Durabilidade do concreto 9
Os métodos indiretos são aqueles em que a presença dos poros e suas 
propriedades são deduzidas (Fornasier, 1995). O autor descreve os principais; 
veja a seguir.
 � Deslocamento de fluidos: mede o volume (ou massa) do líquido em um 
corpo de prova de material poroso.
 � Curvatura interfacial: mede o ângulo de contato formado entre a in-
terface de um fluido e a parede do poro (conforme for sua dimensão).
 � Absorção: geralmente expressa como o volume para formar uma camada 
de moléculas do material absorvido na superfície do sólido (Fornasier, 
1995, p. 23).
Na próxima seção, você vai estudar o mecanismo de degradação do 
concreto.
Mecanismo de degradação do concreto
Quando falamos de mecanismos de degradação do concreto, estamos falando 
dos agentes relacionados a ações mecânicas, movimentações de origem tér-
mica, impactos, ações cíclicas, retração, fluência e relaxação (para o concreto 
protendido). As movimentações de origem térmica são provocadas pelas 
variações naturais nas temperaturas ambientes, que causam a variação de 
volume das estruturas e fazem surgir esforços adicionais nas estruturas. As 
variações de temperatura também podem ser de origem não natural, como 
as que ocorrem em construções para frigoríficos, siderúrgicas e metalúrgicas 
(p. ex., fornos e chaminés).
As ações cíclicas são aquelas repetitivas, que causam fadiga nos materiais. 
Elas podem ou não variar o esforço de tração para compressão e vice-versa. 
A retração e a fluência são deformações que ocorrem no concreto e levam 
à diminuição do seu volume, o que pode induzir esforços adicionais nas 
estruturas.
Segundo a NBR 6118/2014, os principais mecanismos de deterioração do 
concreto são os seguintes.
 � Lixiviação: por ação de águas puras, carbônicas agressivas ou ácidas 
que dissolvem e carreiam os compostos hidratados da pasta de cimento.
 � Expansão por ação de águas e solos que contenham ou estejam conta-
minados com sulfatos, dando origem a reações expansivas e deletérias 
com a pasta de cimento hidratado.
Durabilidade do concreto10
 � Expansão por ação das reações entre os álcalis do cimento e certos 
agregados reativos.
 � Reações deletérias superficiais de certos agregados decorrentes de 
transformações de produtos ferruginosos presentes na sua constituição 
mineralógica.
Segundo Bruna, Moura e Del Pino (2015), os processos que causam a dete-
rioração do concreto podem ser agrupados em mecânicos, físicos, químicos, 
biológicos e eletromagnéticos. Além disso, a deterioração do concreto ocorre, 
muitas vezes, como resultado de uma combinação de diferentes fatores 
externos e internos.
Ribeiro e Cascudo (2020) mencionam que as ações ambientais geram grande 
interferência na degradação do concreto. Existem diversos fatores que podem 
interagir, ligados tanto ao macroclima quanto às condições microclimáticas lo-
cais que a própria estrutura de concreto pode criar. A agressividade ambiental 
pode ser determinada pelas condições climáticas, que definem as condições 
externas e internas de umidade e temperatura, além da presença ou não de 
substâncias agressivas (p. ex., cloretos e sulfatos contidos na água do mar).
Ribeiro e Cascudo (2020) classificam as condições microclimáticas locais 
que a estrutura de concreto pode criar ou ser exposta em quatro tipos.
1. Condições de concreto seco: nesse caso, o ambiente não é agressivo, 
pois tanto a corrosão das armaduras quanto os fenômenos de de-
gradação do concreto requerem a presença de umidade para poder 
manifestar efeitos significativos.
2. Condições de total e permanente saturação do concreto: nessa situação, 
o ambiente não é agressivo quanto à corrosão das armaduras, já que 
o oxigênio não pode chegar à sua superfície. Entretanto, o concreto 
poderia ser submetido à ação do gelo-degelo ou das substâncias que 
atacam a matriz do cimento (p. ex., os sulfatos).
3. Condições de umidade intermediária do concreto: os elementos estru-
turais podem ser submetidos tanto à corrosão das armaduras quanto 
à degradação direta do concreto. Em geral, os efeitos da degradação 
aumentam quando a temperatura sobe e quando a umidade do con-
creto cresce (apenas no que se refere à corrosão; esses efeitos voltam 
a diminuir à medida que o concreto se aproxima da saturação, graças 
à difusão reduzida do O2 e CO2 através dos poros saturados de água).
Durabilidade do concreto 11
4. Condições em que o concreto sofre ciclos de molhagem e secagem: 
geralmente, essas condições são as mais críticas para a corrosão das 
armaduras, pois permitem, mesmo que em momentos diferentes, a 
penetração tanto de água (e dos sais eventualmente dissolvidos) quanto 
das substâncias em estado gasoso (como o O2 e CO2).
De modo geral, os processos de degradação alteram a capacidade de o ma-
terial desempenhar as suas funções e nem sempre se manifestam visualmente. 
Os principais sintomas que podem surgir isolada ou simultaneamente são: 
fissuração, destacamento, corrosão, oxidação, infiltração e desplacamento 
(Bruna; Moura; Del Pino, 2015).
 � Fissuração: são as rachaduras, aberturas lineares (sem sentido definido 
de direção) que ocorrem por conta da redução de volume causada pela 
diminuição de umidade do concreto.
 � Destacamento e desplacamento: ocorrem quando a relação água/
cimento não é respeitada, afetando a resistência. Logo, pode ocorrer o 
rompimento, a queda ou o colapso do concreto com o passar do tempo.
 � Corrosão: essa patologia acaba determinando o fissuramento do con-
creto, podendo, inclusive, causar o desplacamento, o que faz com que 
a armadura do concreto fique exposta ao ambiente.
 � Oxidação: é quando o líquido existente na composição do concreto 
acaba migrando para a superfície, carregando consigo uma parte do 
concreto. A retração pode gerar fissuras e rachaduras no edifício.
 � Infiltração: é quando a água externa penetra no concreto, podendo 
causar a corrosão das armaduras e/ou outras patologias, bem como 
diminuir a resistência do concreto.
As fissuras são uma patologia de incidência relativamente frequente 
nos concretos, podendo implicar em uma série de danos às edificações. 
Comprometimentos estéticos que transmitem ao usuário a sensação de 
insegurança, infiltrações que colocam em risco a salubridade dos ambientes 
e a redução da durabilidade da estrutura são algumas consequências desse 
problema. Além do próprio risco que trazem para a segurança da edificação, 
as fissuras podem tornar a estrutura mais suscetível a outras patologias, 
como a corrosão das armaduras. A Figura 3 ilustra alguns tipos de fissuras 
que podem ocorrer no concreto.
Durabilidade do concreto12
Figura 3. Vários tipos de fissuras possíveis de ocorrer no concreto.
Fonte: Adaptada de Neville (2016).
Fissuras de
cisalhamentos
Fissuras nas juntas
dos arranques Manchas devidas
à corrosão
Fissuras
de flexão
Topo das
barras de
arranque
A A
B
E
J
K
C N
M
G
H
P I
D
B
B
L
F
Segundo Ribeiro e Cascudo (2020), a corrosão do concreto pode ser definida 
como um processo de deterioração do material devido à ação química ou 
eletroquímica do meio ambiente, resultando na perda de massa do material. 
O processo de corrosão é um processo espontâneo, causado pela necessidade 
do material em atingir o seu estado de menor energia, que é o seu estado 
mais estável.
A maioria dos metais, como ocorre com o ferro, é encontrada na natureza 
na forma de compostos, como óxidos e hidróxidos, já que nessa forma eles 
apresentam um estado mínimo de energia. Quando esses metais são proces-
sados, eles passam a adquirir o estado metálico. No entanto, ao entrarem em 
contato com o meio ambiente, eles passam a reagir espontaneamente com 
o meio, se transformando em composto, que apresenta um menor estado 
de energia. Por exemplo, o ferro, que é o principalcomponente da armadura 
de aço utilizada na estrutura de concreto, reage com o meio ambiente se 
transformando principalmente em Fe2O3 hidratado, conhecido como ferrugem, 
que apresenta um estado de energia menor e, portanto, é mais estável que 
o ferro metálico (Ribeiro; Cascudo, 2020).
Durabilidade do concreto 13
Em um sentido geral, a durabilidade pode ser entendida como a capacidade 
do material de suportar as solicitações para as quais ele foi concebido ao 
longo de um determinado período, em decorrência de um ou mais processos 
patológicos instalados de natureza físico-mecânica, química, biológica ou 
eletroquímica. Os mecanismos de degradação/deterioração ou de envelhe-
cimento comprometem o desempenho do material, do componente ou do 
sistema, reduzindo ou anulando sua aptidão ao uso nas condições de serviço.
Referências
ALMEIDA, L. C. Concreto. 2002. (Apostila da Disciplina Estruturas IV – Concreto Armado, 
Departamento de Estruturas, Faculdade de Engenharia Civil, Universidade Estadual 
de Campinas). Disponível em: http://www.fec.unicamp.br/~almeida/au405/Concreto.
pdf. Acesso em: 24 ago. 2023.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). ABNT NBR 6118:2014. Projeto 
de estruturas de concreto – procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 2014.
BAUER, L. A. F. Materiais de construção. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2011. 2 v.
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