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Marta - Guia Didático 30 11 2021


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Uma Experimentação a partir da Cartografia
GUIA DIDÁTICO
CONSTRUÇÃO DE
PRÁTICAS INTEGRADORAS:
MARTA VERÔNICA SOUZA
 
GUIA DIDÁTICO 
CONSTRUÇÃO DE PRÁTICAS 
INTEGRADORAS: 
 Uma Experimentação a partir da Cartografia 
 
Produto Educacional vinculado à Dissertação de Mestrado intitulada A construção de 
Práticas Integradoras na EPT: contribuições da Cartografia para a práxis 
docente no curso Técnico em Agropecuária – IF Baiano, Campus Catu 
 
Mestrado Profissional em Educação Profissional e Tecnológica (ProfEPT) 
IF Baiano – Campus Catu 
 
AUTORA 
Marta Verônica Correia de Souza 
 
ORIENTADOR 
Prof. Dr. José Rodrigues de Souza Filho 
 
PROFESSORES PARTICIPANTES DA PESQUISA COLABORATIVA 
Prof. Me. Célio José dos Santos 
Prof. Dr. José Augusto Monteiro de Castro Lima 
Prof. Ma. Natália Lídia Garcia de Carvalho 
Prof. Dr. Osvaldo Santos de Brito 
Prof. Dr. Ronaldo Pedreira dos Santos 
 
 
Catu, BA 
2021 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
[A ação pedagógica material corresponde a interesses sociais e, quando] “[...] considerada do 
ponto de vista histórico-social, não é apenas produção de uma realidade material, mas sim 
criação e desenvolvimento incessantes da realidade humana” (VÁZQUEZ, 1968, p. 213). 
 
 
SUMÁRIO 
 
APRESENTAÇÃO _________________________________________________________ 4 
 
 
INTRODUÇÃO ___________________________________________________________ 6 
 
 
PARTE I CAMINHO METODOLÓGICO___________________________________9 
1 O QUE É UMA PRÁTICA PEDAGÓGICA INTEGRADORA? _____________________ 9 
2 COMO CONSTRUIR UMA PRÁTICA PEDAGÓGICA INTEGRADORA? ___________ 9 
2.1 PLANEJAMENTO DE PRÁTICAS INTEGRADORAS: PRIMEIRA VISITA À PRÁTICA SOCIAL DE 
ALUNOS E PROFESSORES ____________________________________________________ 10 
2.2 ABORDAGEM DIDÁTICA __________________________________________________ 12 
2.2.1 ORGANIZAÇÃO DOS TEMPOS DISCIPLINARES E INTERDISCIPLINARES __________________ 12 
3 AVALIAÇÃO E SISTEMATIZAÇÃO DA PRÁTICA INTEGRADORA _____________ 14 
 
 
PARTE II EXPERIMENTAÇÃO A PARTIR DA CARTOGRAFIA_____________15 
1 PLANEJAMENTO _______________________________________________________ 15 
1.1 VISITA À PRÁTICA SOCIAL DE ALUNOS E PROFESSORES DO CURSO DE AGROPECUÁRIA
 ________________________________________________________________________ 15 
2 ABORDAGEM DIDÁTICA ________________________________________________ 18 
2.1 CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO SINTÉTICO A PARTIR DA COMPREENSÃO E 
REPRESENTAÇÃO DO ESPAÇO DO CAMPUS CATU _________________________________ 18 
2.1.1 Tempo de Problematização ______________________________________________ 18 
2.1.2 Tempo de Instrumentalização ____________________________________________ 20 
2.1.2.1 A maquete na construção do conhecimento científico ________________________ 22 
2.1.2.2 Planejamento da maquete ______________________________________________ 23 
2.1.3 Tempo de Experimentação ______________________________________________ 32 
2.1.4 Tempo de Orientação __________________________________________________ 33 
2.1.5 Tempo de Sistematização________________________________________________ 33 
3 AVALIAÇÃO ___________________________________________________________ 34 
3.1 TEMPO DE CONSOLIDAÇÃO _______________________________________________ 34 
3.2 AVALIAÇÃO E SISTEMATIZAÇÃO DA PRÁTICA INTEGRADORA ____________________ 35 
 
 
REFERÊNCIAS __________________________________________________________ 36 
 
 
APÊNDICE – VISÃO GERAL DA PROPOSTA PEDAGÓGICA E SEUS TEMPOS 38 
 
 
4 
APRESENTAÇÃO 
 
Este Guia Didático é um Produto Educacional vinculado à pesquisa de Mestrado 
intitulada A construção de Práticas Integradoras na EPT: contribuições da 
Cartografia para a práxis docente no curso Técnico em Agropecuária – IF 
Baiano, Campus Catu, desenvolvida no âmbito do Programa de Mestrado em Educação 
Profissional e Tecnológica (ProfEPT). O objetivo geral da pesquisa de Mestrado buscou 
compreender de que modo o exercício de construção de uma proposta de prática pedagógica 
integradora, pensada a partir da cartografia, pode contribuir para a práxis docente em uma 
concepção de integração curricular no curso Técnico em Agropecuária Integrado ao Ensino 
Médio, Campus Catu. 
O processo de elaboração deste Guia tem como base a análise das entrevistas e rodas 
de conversas realizadas com professores do referido curso, bem como o referencial teórico 
que orientou o processo de pesquisa. Vale destacar que a pesquisa de Mestrado seguiu os 
procedimentos metodológicos da pesquisa colaborativa, que visa uma aproximação entre 
pesquisadores e professores. 
Quanto à organização, este Guia está dividido em duas partes. A primeira é dedicada à 
reflexão acerca do pensar e do fazer de práticas pedagógicas integradoras no Ensino Médio 
Integrado (EMI), através de um caminho metodológico construído com base nas proposições 
de Araújo (2013; 2014), Araújo e Frigotto (2015), Machado (2010) e Ramos (2014; 2016), 
que elucidam os sentidos e fundamentos da integração curricular no contexto do EMI, 
destacando seus compromissos políticos e sociais com a formação profissional na educação 
básica e propondo meios para a construção de práticas pedagógicas compatíveis com esse 
projeto de formação. 
A segunda parte consiste na experimentação da utilização da Cartografia como 
elemento mediador na coconstrução de uma prática pedagógica integradora com os 
professores participantes da pesquisa. Para tanto, uma primeira possibilidade de trabalho –
provisória – é sugerida: a utilização da linguagem cartográfica como estratégia de integração 
curricular por meio da construção de uma representação tridimensional do Campus Catu. 
Essa proposta considera que a experiência do pensar e do fazer práticas amparadas nos 
princípios da integração é essencial no processo de formalização e consolidação de uma 
proposta de currículo integrado. Isso porque o trabalho coletivo, associado a mudanças 
individuais de postura, é fundamental para tal processo. Desse modo, este Guia não consiste
 
5 
em um sequenciamento de práticas, mas, sim, em um convite à construção dialógica de 
práticas pedagógicas integradoras. 
 
6 
INTRODUÇÃO 
 
O Decreto nº 5.154/2004 (BRASIL, 2004) restabeleceu a oferta de cursos de formação 
profissional integrada à Educação Básica – Ensino Médio Integrado (EMI). Em sua 
concepção, essa proposição pedagógica contempla a ideia de uma educação unitária que busca 
superar as dicotomias – ainda presentes nos espaços escolares – que dissociam conhecimento, 
cultura e saber técnico, os apresentando, em maior ou menor grau de importância, segundo os 
objetivos da formação, o que promove a reprodução da noção de que a formação do 
trabalhador deve ser estritamente técnica e baseada no que o mercado procura em dado 
momento (RAMOS, 2008). No entanto, a proposta de integração ultrapassa a questão da 
forma e da sobreposição de dois currículos. Trata-se da integração como possibilidade de 
formação omnilateral, da indissociabilidade entre Educação Profissional e Educação Básica e 
da integração de conhecimentos gerais e conhecimentos específicos como uma totalidade 
(RAMOS, 2008). 
Nesse viés, as Práticas Integradoras não estão associadas unicamente às soluções 
didáticas (ARAÚJO; FRIGOTTO, 2015). Considerando a importância do processo ensino-
aprendizagem na consolidação da proposta do Ensino Médio Integrado, diferentes caminhos 
podem contribuir para a construção de ações didáticas que priorizem a abordagem relacional 
dos conteúdos e a sua desierarquização, visando à elaboração de planos comuns de trabalho. 
Portanto, a interdisciplinaridade é essencial para a desfragmentação do currículo e 
organização de um cotidiano escolar que contribua para esse processo, por meio da 
harmonização entre pontos de vista e experiências de docentes e discentes, favorecendo a 
interação entreas disciplinas e suas respectivas aplicações na compreensão da realidade. 
Assim, partindo da necessidade de construção de propostas de Práticas Integradoras 
que colaborem para a consolidação do currículo integrado, é urgente o desenvolvimento de 
projetos que visem, diante da realidade de cada instituição e conforme a formação profissional 
oferecida, a construção de práticas e de ferramentas de ensino que auxiliem professores e 
alunos na integração dos conhecimentos técnicos e propedêuticos de forma dialógica. 
No contexto da Educação Profissional e Tecnológica, o conceito de integração 
contempla muitas especificidades, sendo necessária, antes de apresentar uma definição, a 
compreensão dos seus princípios, os quais, segundo Ramos (2014; 2017), se revelam como 
sentidos da integração. São estes: 
 
 
7 
● Sentido Filosófico: A compreensão do ser humano como ser histórico e social, produto 
da realidade por ele também construída; 
● Sentido Político: Indissociabilidade entre Educação Básica e Educação Profissional 
como busca da superação da dualidade educação intelectual/Educação Profissional; 
● Sentido Epistemológico: A integração entre conhecimentos gerais e conhecimentos 
específicos a partir da compreensão da realidade como síntese de múltiplas 
determinações; 
● Sentido Pedagógico: O modo de produção como sentido e fundamento da educação. 
 
Vale enfatizar que o caráter integrador da prática educativa não está diretamente 
atrelado à quantidade de professores que a planejam e aplicam, nem tampouco precisam atuar 
juntos no momento da aplicação. A Prática Integradora também pode ser realizada de forma 
individual, desde que o docente preserve em seu planejamento os princípios da integração. No 
entanto, o trabalho coletivo deve ser priorizado, tendo em vista que ele favorece, entre os 
docentes, a compreensão acerca das múltiplas dimensões que podem ser problematizadas 
durante a análise dos processos ou fenômenos estudados, numa abordagem que promova 
diálogos entre as relações sociais e de produção. 
Assim, partindo da percepção de que não se pode reproduzir a ideia da existência de 
uma hierarquia entre as disciplinas, bem como entre os eixos do currículo, nem mesmo a 
compreensão de que os conteúdos das disciplinas do eixo científico do currículo são “suporte” 
para o desenvolvimento das disciplinas técnicas, a proposta aqui desenhada, por seu caráter 
pontual, dado que se constitui como uma das etapas de uma pesquisa de Mestrado, utiliza 
como chave de estruturação o conhecimento cartográfico. Mas, é preciso destacar, essa 
escolha visa discutir a especificidade desse conhecimento, além de sua historicidade e 
aplicabilidade no contexto da formação do Técnico em Agropecuária, ainda que sem lhe 
conceder exclusividade ou primazia no que se refere à integração curricular. 
É necessário ratificar a urgência na promoção de planejamentos integrados, ou seja, 
espaços e tempos que possibilitem e estimulem o diálogo entre as áreas do conhecimento por 
meio do planejamento coletivo de Práticas Integradoras. Esses espaços de discussão são 
imprescindíveis para a produção e consolidação da identidade da integração no espaço 
escolar. Para tanto, as ferramentas de comunicação on-line podem funcionar como aliadas, 
situação evidenciada durante a pandemia da COVID-19 iniciada no ano de 2020. Nessa 
perspectiva, as reuniões on-line, os grupos de WhatsApp, o Google Drive, entre outros, são 
ferramentas imprescindíveis para a realização de um planejamento colaborativo, pautado no 
 
8 
compartilhamento de ideias e materiais, possibilitando, assim, a construção conjunta de 
atividades, as quais podem ser desde as mais pontuais até projetos mais extensos. 
Como instrumento de planejamento colaborativo das Práticas Integradoras, neste Guia, 
será apresentado um quadro, por meio do qual se desenha uma possibilidade de utilização de 
forma interativa, a fim de que professores e estudantes possam acompanhar a construção da 
prática pedagógica. Essa mediação do professor na proposta aqui exposta terá a elaboração da 
maquete como ação pedagógica que inter-relaciona os conhecimentos cotidianos e os 
conhecimentos científicos, possibilitando a aprendizagem e um novo olhar a respeito da 
prática social. Através dessa prática, busca-se também a construção da integração entre os 
conhecimentos técnicos e científicos, enquanto totalidade. 
Por fim, vale destacar que, através do diálogo com os professores do curso e da 
apresentação de uma proposta inicial de trabalho, foi realizada discussão a respeito da 
importância do domínio dos conhecimentos cartográficos e de sua aplicação nas tomadas de 
decisões, os resultados desse percurso serviram de base para a confecção deste Guia. Dessa 
forma, a opção aqui escolhida, diz respeito à promoção de estratégias de mediação pedagógica 
por meio da representação tridimensional do Campus Catu – a maquete. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
PARTE I 
CAMINHO METODOLÓGICO 
 
1 O QUE É UMA PRÁTICA PEDAGÓGICA INTEGRADORA? 
 
Inicialmente, é preciso pensar sobre a origem da necessidade de que as práticas 
pedagógicas desenvolvidas no Ensino Médio Integrado à Educação Profissional e 
Tecnológica tenham caráter integrador, considerando o que, de fato, se busca integrar por 
meios delas. Nesse sentido, as Práticas Pedagógicas Integradoras são práticas comprometidas 
com os princípios do projeto de Ensino Médio Integrado, sendo um percurso formativo 
emancipador, pois, ao garantir aos sujeitos uma formação crítica, tecnológica e cultural, 
propicia tanto a compreensão quanto a transformação da realidade. Assim, ao buscar garantir 
a formação integral, o desafio é a organização de práticas pedagógicas que integrem: 
 
 Conhecimentos gerais e conhecimentos específicos; 
 Teoria e prática; 
 Formação manual e formação intelectual; 
 Educação e trabalho; 
 Parte e totalidade. 
 
2 COMO CONSTRUIR UMA PRÁTICA PEDAGÓGICA INTEGRADORA? 
 
Não há um caminho único para se pensar a construção de Práticas Integradoras. No 
entanto, algumas escolhas e a presença de alguns elementos favorecem o seu planejamento e 
desenvolvimento enquanto tal. Dentre os elementos, destacam-se estes: 
 
● A interdisciplinaridade; 
● A contextualização; 
● O movimento de reflexão acerca das práticas pedagógicas; 
● O compromisso com a emancipação dos sujeitos; 
● O trabalho coletivo e a comunicação entre os docentes e técnicos; 
● A avaliação como instrumento de análise das ações de ensino e de aprendizagem. 
 
 
10 
Dentre as possibilidades do “como fazer” uma Prática Integradora, merece destaque a 
necessidade do compromisso com os princípios da integração e com o Projeto de Ensino 
Médio Integrado, alcançado por meio do Decreto nº 5.154/2004. Considerando esses 
princípios, a proposta a seguir é uma adaptação do desenho do currículo integrado 
apresentado por Ramos (2014; 2016), através do qual a autora, partindo da proposta didática 
da Pedagogia Histórico-Crítica (PHC), organiza tempos e espaços de modo a promover a 
integração entre os conhecimentos do currículo. Em síntese, essa proposta visa evidenciar no 
planejamento, aplicação e avaliação das práticas docentes os sentidos da integração, advindos 
da compreensão dialética do conhecimento, do homem e da sociedade. 
Assim, a construção da proposta pedagógica apresentada neste documento, que parte 
da compreensão do sentido pedagógico da integração (RAMOS, 2017) e da proposição de 
organização dos tempos e práticas pedagógicas (RAMOS, 2014; 2016), estrutura-se em duas 
etapas, que se relacionam ao longo do seu desenvolvimento. O planejamento entre os 
professores não é tratado, aqui, como um momento isolado que dá início a uma proposta, ou 
convencionalmente estabelecido como atividades que se realizam apenas nas jornadas 
pedagógicas. O planejamento de Práticas Integradoras deve ocorrer de formaconstante e 
interativa, portanto, pautado na comunicação e na colaboração entre a equipe. 
 
2.1 Planejamento de Práticas Integradoras: primeira visita à prática social de alunos e 
professores 
 
Nos espaços de planejamento coletivo (on-line ou presenciais), a sugestão é que os 
docentes tenham “em mãos” planos anuais individuais, por meio dos quais, como ponto de 
partida para o planejamento de uma Prática Integradora, adotem elementos, fenômenos ou 
processos associados à prática social dos estudantes e aos processos de produção ligados à 
área de formação em que estão inseridos. O diálogo entre os docentes nesse momento deve 
considerar o que seus alunos já estejam apresentando como experiências, dificuldades, 
questionamentos e problemas, que não são meramente experiências individuais, mas 
reprodução da condição social por eles vivenciada (GASPARIN, 2012). Da mesma forma, os 
professores constroem uma prática coerente com suas disciplinas, planos de curso, rotinas, 
estrutura física, disponibilidade de recursos materiais, suporte pedagógico, tempo e projeto de 
formação em disputa. 
Nesse momento é importante a contribuição das diferentes áreas do conhecimento para 
que identifiquem situações e explorem as múltiplas dimensões (econômica, histórica, 
 
11 
ambiental, social e cultural). Como meio de trabalhar essas dimensões, sugere-se a elaboração 
de questões que possam estimular o pensamento dos alunos em relação ao tema. Essas 
perguntas precisam atentar à prática social vivenciada pela comunidade escolar, visto que os 
alunos já possuem, em diferentes medidas, conhecimentos prévios em relação à realidade 
social que os envolve. 
Com base nas questões elaboradas, o passo seguinte consiste em identificar as teorias e 
os conceitos necessários ao estudo do objeto a ser problematizado, sistematizando os 
conteúdos a serem trabalhados, a fim de promover a construção das bases conceituais que 
possam responder às questões, para, a posteriori, iniciar o processo de compreensão do objeto 
estudado. Ainda que sejam contemplados mais conteúdos de uma determinada disciplina, é 
preciso deixar claro que o essencial é a apreensão do objeto estudado. 
É importante, também, observar se os conteúdos essenciais para a análise desse objeto 
não foram contemplados nessa etapa, identificando a qual componente curricular esses 
conteúdos estão vinculados no currículo. Essa verificação tem o intuito de reforçar o convite 
aos professores – que inicialmente não aderiram à atividade de planejamento – para 
colaborarem com a abordagem do objeto estudado. Assim, com base nessas questões é que se 
inicia o planejamento da abordagem didática, tendo sempre em vista que essas perguntas 
podem ser reformuladas ou mesmo substituídas, devendo ser, inicialmente, utilizadas para 
suscitar o surgimento das novas questões por parte dos alunos na primeira etapa da 
abordagem didática. 
É necessário, por fim, definir os objetivos gerais e específicos pretendidos com o 
desenvolvimento da prática, a fim de organizar os tempos e espaços da abordagem didática, 
momento de interação com os alunos. Desse modo, é essencial que a comunicação entre os 
participantes seja mantida, e, quando possível, que haja um articulador, alguém responsável 
por mediar alguns processos, marcar encontros, gerir e organizar, quando necessário, os 
horários, arquivos, espaços e materiais para a operacionalização do plano. 
Esse modelo visa suprir a dificuldade de planejamentos mais colaborativos, o que 
ocorre devido à incompatibilidade de horários entre os docentes e à exaustiva carga horária 
dos alunos, dentre outras questões sinalizadas como dificuldades no 
planejamento/desenvolvimento de práticas educativas. Portanto, podem ser utilizados os 
tempos de aulas convencionais, desde que os objetivos traçados no planejamento e a 
comunicação entre os envolvidos sejam mantidos. As questões selecionadas podem ser 
apresentadas por um ou mais professores e problematizadas a partir das dimensões que mais 
se relacionem com o componente curricular lecionado. 
 
12 
A seguir são apresentadas as etapas de desenvolvimento do planejamento com os 
alunos, organizadas em tempos
1
 disciplinares ou interdisciplinares mediados por ações 
integradas que possibilitam o diálogo entre as áreas do conhecimento. 
 
2.2 Abordagem Didática 
 
2.2.1 Organização dos tempos disciplinares e interdisciplinares 
 
● Tempos de problematização: Questionando a prática social 
 
Neste momento, é explorada a necessidade de se construir uma análise acerca do 
objeto de estudo
2
. As questões elaboradas durante o planejamento docente são apresentadas 
por meio de um diálogo que busca promover a contextualização dos temas que serão 
abordados, indicando aos alunos que eles não se encontram deslocados da realidade e sim 
condicionados por determinações históricas, econômicas, ambientais, culturais e históricas. 
Nesse sentido, o professor empenha-se em motivar os alunos a questionar a realidade, ao 
mesmo tempo em que destaca a relevância dos conteúdos na resolução desses 
questionamentos. Nesse diálogo é possível identificar o que os estudantes já sabem e o que 
gostariam de saber, sendo que essas dúvidas devem ser expostas como questões a serem 
acrescentadas às elaboradas pelos professores durante o planejamento. 
Este tempo pode ser identificado como um momento de diagnóstico, durante o qual os 
professores utilizam os resultados para retomar a lista de conteúdos construída, tornando 
possível a reformulação, de acordo com a realidade observada nesta etapa. 
 
● Tempos de Instrumentalização 
 
O tempo de instrumentalização consiste em um conjunto de ações para a construção 
do conhecimento. Os estudantes passam a se relacionar com o tema de estudo, percebendo-o 
como objeto a ser compreendido, ciente de que esse caminho será construído a partir da 
mediação do professor. Os três elementos do processo pedagógico passam a interagir de 
forma dialógica por meio de ações e instrumentos pedagógicos que possibilitam a 
 
1
 Entendido como momentos não sequenciados de forma linear, mas como exercícios necessários à construção 
do conhecimento sob a perspectiva apresentada neste material. 
2
 Processo, fenômeno, problema ou fato escolhido como ponto de partida para a prática educativa. 
 
13 
incorporação dos conhecimentos científicos que permitem responder às questões não mais sob 
a perspectiva de sua experiência empírica, mas de sua incorporação aos conhecimentos 
científicos. Assim, este tempo pode ser organizado em formato de oficinas ou como 
exposições orais, saídas de campo, visitas técnicas, leituras, exposição de vídeos e filmes, 
produção textual, pesquisas, entre outras, não perdendo de vista os princípios da integração, 
base para o desenvolvimento das práticas pedagógicas integradoras. 
 
● Tempos de experimentação 
 
Não se imagina aqui um momento de avaliação, ou que esteja na aplicação imediata 
do conhecimento a resolução de problemas práticos. Ao contrário, é na experiência dos alunos 
com situações que os desafiam a integrar seus conhecimentos, na busca de soluções para 
problemas da sua prática social, que está o sucesso desta proposta. 
Os estudantes são desafiados diante de situações práticas, preferencialmente, a 
experimentar os conhecimentos que lhes foram apresentados anteriormente, a fim de 
identificar se eles são suficientes para a compreensão da situação dada. Diante dessa 
oportunidade, alunos e professores diagnosticam como se dará a próxima etapa, ou seja, se 
será necessário trabalhar novos conhecimentos ou retornar aos anteriores, visando vencer os 
limites identificados ao longo desta etapa. Além disso, consiste também em uma oportunidade 
de reflexão por parte do docente, que pode avaliar se o caminho traçado durante a etapa de 
instrumentalização alcançou o(s) objetivo(s)definido(s). 
 
● Tempo de Orientação 
 
Diante do “diagnóstico” realizado na etapa anterior, o tempo de orientação representa 
a possibilidade de estabelecer um espaço de diálogo entre alunos e professores. Neste 
momento, ambos já identificaram algumas necessidades em relação ao processo de ensino- 
aprendizagem. Portanto, o passo seguinte é abrir o espaço para que os alunos apresentem suas 
dúvidas, associando-as à situação proposta. Nesse contexto, o professor precisará organizar 
meios para orientá-los, individualmente ou em grupo, no intuito de efetivar o processo de 
elaboração de conhecimentos na busca por respostas às questões levantadas. 
 
 
 
 
14 
● Tempos de sistematização – Síntese/revisão de questões, de conteúdos e de relações 
 
Este momento consiste em uma etapa disciplinar, em que o professor retomará a lista 
de conteúdos selecionados durante o planejamento e os utilizará como subsídios ao processo 
de compreensão do objeto estudado pelos alunos. Embora possa se tratar de uma questão 
prática, os alunos não a compreenderão apenas pelo contato e vivência com a situação ou 
questão, por isso será necessário que os conteúdos dos diferentes campos da ciência sejam 
apreendidos por eles. Esta etapa visa assegurar que houve a aquisição do conhecimento de 
cada área do saber. 
 
● Tempos de Consolidação – Avaliação com finalidades formativas 
 
Neste modelo de prática pedagógica ocorrem vários momentos que permitem 
identificar como está se desenvolvendo o processo de ensino-aprendizagem, e se os alunos 
estão conseguindo avançar de acordo com os objetivos traçados pelo(s) docente(s). Portanto, 
o processo avaliativo é contínuo. A consolidação, em suma, consiste em verificar, por meio de 
desafios, o desenvolvimento ocorrido ao longo da atividade, ou seja, identificar de forma 
sistematizada como os conteúdos e experiências concretizaram-se em conhecimento. Para 
tanto, a sugestão é que as avaliações envolvam os conteúdos e as situações trabalhadas, e que, 
preferencialmente, esta etapa contemple os princípios da interdisciplinaridade e da 
contextualização. 
 
3 AVALIAÇÃO E SISTEMATIZAÇÃO DA PRÁTICA INTEGRADORA 
 
Concluídas as etapas de planejamento e abordagem didática, é necessária a promoção 
de espaços para que os professores envolvidos possam refletir coletivamente acerca da 
experiência, a fim de que sejam analisados os meios de sistematização das atividades em 
forma de projeto de ensino, projeto integrador ou plano de aula, a serem utilizados em outros 
momentos ou tomados como ponto de partida para o planejamento de outras práticas. 
 
 
 
 
 
 
15 
PARTE II 
EXPERIMENTAÇÃO A PARTIR DA CARTOGRAFIA 
 
Apresentamos a seguir a proposta de Prática Integradora construída em colaboração 
com os professores do Curso Técnico em Agropecuária Integrado ao Ensino Médio, Campus 
Catu. O processo de reflexão e construção desta proposta ampara-se no caminho 
metodológico e nos princípios analisados na Parte I deste Guia. Desse modo, nesta Parte II, o 
objetivo consiste em exemplificar uma forma possível de promover um planejamento que 
contemple o trabalho colaborativo entre os docentes, a interdisciplinaridade e a 
contextualização como métodos, e o ensino e a aprendizagem dos conteúdos científicos como 
meio de transformar a realidade social. 
 
1 PLANEJAMENTO 
 
1.1 Visita à Prática Social de Alunos e Professores do Curso de Agropecuária 
 
Não há aqui o intuito de narrar todo o processo de planejamento e a experiência vivida 
em contato e diálogo com os professores que participaram da construção desta proposta 
pedagógica, busca-se, sim, enfatizar que o proposto na Parte I como caminho metodológico 
para o planejamento de Práticas Integradoras foi contemplado em sua maior parte, pois, como 
já se espera, a realidade (re)constrói os caminhos. Assim, a ideia é que vários outros possíveis 
caminhos sejam apresentados pelos que se dedicarem à efetivação de práticas pedagógicas 
integradoras, por meio dessa e de outras propostas, visando à construção de uma cultura de 
integração. 
Dito isso, apresenta-se a alternativa encontrada para possibilitar o diálogo e a 
colaboração entre os participantes, pensada como possibilidade inicial para aplicação desta 
proposta. O caminho metodológico apresentado na Parte I está disposto em um quadro 
elaborado no Excel e apresentado aos professores com alguns direcionamentos iniciais. Este 
quadro, compartilhado via Google Drive, debatido em reuniões virtuais, compartilhado via 
endereço eletrônico, via WhatsApp, dialogado em ligações telefônicas, edificou-se como uma 
ferramenta de planejamento colaborativo. Estes quadros serão apresentados ao longo desta 
parte do Guia, preenchidos com a proposta desenvolvida pelos professores, sendo que alguns 
 
16 
quadros não estarão preenchidos, pois são ferramentas para registro e compartilhamento de 
informações ao longo do desenvolvimento da prática pedagógica com os alunos. 
 
Quadro 1 – Planejamento colaborativo com professores participantes 
 
SENSIBILIZAÇÃO 
Componentes 
curriculares 
Agricultura II, Geografia, Zootecnia, Mecanização Agrícola, Topografia e 
Construções Rurais. 
Tema 
O conhecimento cartográfico na compreensão da espacialização e organização 
do uso e ocupação do solo e suas influências no desenvolvimento da prática 
profissional do Técnico em Agropecuária no IF BAIANO, Campus Catu 
COPROBLEMATIZAÇÃO 
Questões iniciais 
elaboradas em 
momento 
colaborativo com 
os professores 
Quais os setores produtivos do Campus? 
Como estão especializados os setores produtivos no Campus? 
Quais os critérios utilizados para a alocação dos setores produtivos? 
Como se deu o processo de implantação deste espaço como espaço produtivo? 
Como espaço do Campus Catu vem sendo utilizado ao longo do tempo e quais as 
principais finalidades e impactos socioculturais desses usos? 
Quais os impactos ambientais identificados no Campus estão associados ao uso 
incorreto das características físico ambientais desse espaço? 
A alocação dos setores produtivos e seus usos atendem à legislação ambiental 
vigente? 
Como e onde são descartados os dejetos da produção? 
A topografia do campus foi considerada na alocação das construções, levando em 
consideração o período em que foram planejadas? 
A posição dos setores produtivos é adequada? 
Como as características do relevo influenciam na localização das construções e 
no desenvolvimento das atividades no Campus Catu? 
Como a prática profissional dos técnicos em agropecuária podem favorecer a 
preservação dos recursos ambientais do campus? 
Quais critérios devem ser considerados durante o planejamento dos setores 
produtivos? 
De que forma a orientação (localização e posição) das instalações rurais 
influencia no seu funcionamento? 
Quais os fatores são determinantes para o melhor funcionamento das construções 
rurais? 
Quais instrumentos e produtos cartográficos podem auxiliar o técnico em 
agropecuária no desenvolvimento de sua prática profissional? 
Qual a localização das áreas de vegetação nativa 
Qual a relação entre relevo e a intensidade da mecanização? 
Existe regulamentação e fiscalização em relação aos usos produtivo e não 
produtivos no entorno do campus? 
Quais os impactos ambientais identificados no Campus resultantes das 
atividades agrícolas e não agrícolas das áreas internas e limítrofes do Campus? 
Quais aspectos cartográficos (localização e orientação) interferem no 
planejamento e funcionamento de instalações rurais? 
Como as características do relevo/declividade podem influenciar no aporte de 
gases de efeito estufa/pegada ecológica quando são mecanizados. 
Qual a importância das características do relevo (elementos e formas) na 
formação e distribuição de solos na paisagem? 
De que forma a correta espacialização dos setores produtivos pode contribuir 
 
17 
para o aumento de sua produtividade?Como as características do relevo/declividade podem influenciar no custo e 
rendimento das máquinas/operações, lavouras e criatórios? 
Como o espaço do Campus Catu vem sendo utilizado ao longo do tempo e quais 
as principais finalidades e impactos sócio - culturais desses usos? 
Quais consequências do planejamento inadequado? 
Como o relevo pode influenciar no bem-estar das fêmeas bovinas em produção 
de leite? 
O relevo do campus influencia a produtividade das vacas em lactação? 
De qual forma o relevo influencia a produção de forrageiras para alimentação dos 
bovinos? 
Como o relevo influencia a ação dos animais sobre os mananciais? 
De que forma o relevo influencia o pastejo dos animais no campus? 
De que forma o relevo influencia a compactação do solo pelos animais? 
DEFINIÇÃO DOS OBJETIVOS DA PROPOSTA 
Objetivo Geral 
Compreender que a linguagem cartográfica constitui-se como instrumento para a 
espacialização e organização dos usos da terra, sendo portanto conhecimento 
essencial para a formação integral dos estudantes do curso técnico em 
agropecuária integrado 
Objetivos 
Específicos 
 Representar o relevo da área do campus através da maquete cartográfica; 
 
 Consolidar e aplicar a linguagem cartográfica; 
 
 Reconhecer a fisionomia dos diferentes elementos e formas que configuram 
a topografia por meio das curvas de nível; 
 
 Compreender a relação entre as formas do relevo e o desenvolvimento das 
atividades agropecuárias; 
 
 Avaliar os sistemas de uso e seus impactos na qualidade dos recursos 
naturais; 
 
 Identificar os problemas ambientais do Campus; 
 
 Propor soluções para os principais problemas ambientais identificados no 
campus, a partir da compreensão dos processos físicos, produtivos, 
econômicos e sociais e suas interações. 
QUESTÕES SELECIONADAS 
Econômico-
produtiva 
Como as características do relevo/declividade podem influenciar no custo e 
rendimento das máquinas/operações, lavouras e criatórios? 
Social-Histórica-
Cultural 
Como o espaço do Campus Catu vem sendo utilizado ao longo do tempo e quais 
as principais finalidades e impactos socioculturais desses usos? 
Físico-ambiental 
Qual a importância das características do relevo (elementos e formas) na 
formação e distribuição de solos na paisagem? 
De que forma a orientação das vertentes influencia na disponibilidade energética 
e na produtividade agrícola? 
Tecnológica-
Técnico-
Organizacional 
Quais instrumentos e produtos cartográficos podem auxiliar o técnico em 
agropecuária no desenvolvimento de sua prática profissional? 
Fonte: Elaborado por Marta Verônica Correia de Souza 
 
 
18 
2 ABORDAGEM DIDÁTICA 
 
2.1 Construção do Conhecimento Sintético a partir da Compreensão e Representação do 
Espaço do Campus Catu 
 
2.1.1 Tempo de Problematização 
 
O espaço do Campus Catu como recorte espacial permite uma contextualização mais 
efetiva, já que na mesma sala de aula há alunos oriundos de diferentes municípios, o que 
dificultaria um trabalho em escala regional ou municipal. Além disso, a prática agropecuária, 
de modo geral, terá sempre os limites de uma propriedade e suas características como ponto 
de partida para sua prática, o que possibilitará a relação com os processos de trabalhos para os 
quais estão sendo formados. 
Diariamente, os alunos realizam nesse espaço técnicas e procedimentos aprendidos nas 
diferentes disciplinas do curso, os quais consistem em atividades produtivas com diversas 
finalidades e aplicação de variados métodos. Portanto, as características físicas, o contexto 
histórico, geográfico, social, econômico e tecnológico é de grande influência no 
desenvolvimento dessas práticas. Ademais, a forma como os estudantes identificam tais 
características e interagem com esse espaço também está associada às suas experiências, 
expectativas e projetos pessoais e profissionais desenvolvidos em sua prática social. Assim, 
este consiste em um momento de contato e observação intencional dos alunos com o espaço 
estudado. 
 
 Sugestão 1 – Projeção Google Earth 
 
A partir da projeção de imagens do Campus através do Google Earth, os alunos serão 
motivados a observá-las. O(s) professor(es) deve(m) esperar surgirem os primeiros 
questionamentos, deixando esse tempo livre para indagações sobre a localização de 
construções ou demais espaços do Campus, visando uma ampliação da imagem com a 
localização dos espaços citados pelos alunos. 
Se não houver possibilidade de utilizar o Google Earth, a sugestão é que o trabalho 
seja off-line com imagens de satélite da área do Campus, disponíveis em: 
https://drive.google.com/drive/u/0/folders/1cteYo13Gjn58z9S-DuZT_lkJ5Ab0ZSJs. 
 
https://drive.google.com/drive/u/0/folders/1cteYo13Gjn58z9S-DuZT_lkJ5Ab0ZSJs
 
19 
 Sugestão 2 – Saída de campo 
 
O(s) professor(es) deve(m) organizar um percurso que contemple os setores 
produtivos do Campus. Assim como na sugestão utilizando as imagens de satélite, o(s) 
professor(es) deve(m) reservar este momento para expor os conteúdos que serão abordados e 
os objetivos pretendidos, motivando os alunos a expressarem seus conhecimentos prévios e 
dúvidas, os quais serão ponto de partida para a abordagem dos conteúdos. Posteriormente, os 
alunos devem marcar as coordenadas de cada setor, que serão retomadas nas próximas etapas. 
Como ferramenta para o desenvolvimento dessa atividade, foi elaborado um caderno de 
campo colaborativo, através da ferramenta Padlet, com a demarcação dos pontos onde serão 
realizadas as paradas durante a saída de campo. Os alunos podem fazer registros por meio de 
textos, fotografias, áudios, dentre outras formas de descrever e representar a paisagem. O 
caderno de campo está disponível em: 
https://drive.google.com/drive/u/0/folders/1cteYo13Gjn58z9S-DuZT_lkJ5Ab0ZSJs. 
 
Figura 1 – Ilustração do caderno de campo colaborativo 
 
 
Fonte: Elaborado por Marta Verônica Correia de Souza 
 
Independente da opção escolhida, antes e durante o desenvolvimento deste tempo, os 
objetivos da atividade precisam ser expressos pelo(s) professor(es) para motivar os alunos e 
direcionar seus olhares para situações que serão discutidas posteriormente. Isso porque esse 
exercício de “olhar” para o Campus, provavelmente, suscitará inúmeras discussões, narrativas 
e inquietações ao longo deste tempo. Esse processo permitirá que os docentes identifiquem, 
https://drive.google.com/drive/u/0/folders/1cteYo13Gjn58z9S-DuZT_lkJ5Ab0ZSJs
 
20 
em certa medida, os conhecimentos que os alunos já possuem, ao mesmo tempo em que novas 
curiosidades/questionamentos devem ser suscitadas. 
As questões elaboradas pelos professores durante o planejamento também podem 
servir como estratégia para despertar nos alunos interesse sobre o processo investigado e para 
que elaborem novas perguntas decorrentes de suas práticas sociais, sendo ponto de partida do 
processo de aprendizagem que se inicia. A partir dessa interação, professores e alunos 
organizam o processo construído neste tempo em dois grupos, como representado no quadro 
abaixo, o qual deve ser preenchido durante a atividade de campo ou apresentação das 
imagens. 
Para buscar atender aos propósitos desse tempo, como ponto de partida para a 
problematização do objeto escolhido, pode ser adotada a experiência da saída de campo ou de 
análise das imagens, destacando na ficha de campo, parcialmente preenchida, as experiências 
vivenciadas nesse espaço enquanto estudantes e, em alguns casos, moradores do entorno do 
Campus. 
 
Quadro 2 – Ilustração do instrumento para registro das manifestações dos estudantes em 
relação ao tema 
 
A
ti
v
id
ad
e 
d
e 
ca
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te
 n
o
 G
o
o
g
le
 E
ar
th
 
Roteiro da 
atividade 
O que os alunos já sabem O que os alunos buscaram saber 
Casarão 
 
 
Bovinocultura 
 
 
AG II 
 
 
BarragemSuinocultura 
 
 
Fonte: Elaborado por Marta Verônica Correia de Souza com base em Gasparin (2012) 
 
2.1.2 Tempo de Instrumentalização 
 
A estratégia pedagógica utilizada no planejamento desta prática, cujo objetivo é 
promover o tempo de instrumentalização para a construção dos conhecimentos, conteúdos e 
categorias selecionados pelos docentes como necessários à compreensão das dimensões 
econômico-produtiva, social-histórica-cultural, físico-ambiental e tecnológica, desenvolveu-se 
 
21 
com base na construção da maquete do Campus Catu. Neste momento, deve ser promovido o 
ensino dos principais conceitos a serem trabalhados. O quadro a seguir apresenta a sugestão 
de alguns conteúdos: 
 
Quadro 3 – Ilustração do instrumento para seleção dos conteúdos que podem ser abordados 
na prática pedagógica 
 
 
Conteúdos 
 
Localização e orientação Práticas de conservação do solo 
Visão oblíqua e visão vertical Declividade do terreno 
Curvas de nível Impactos ambientais da produção agrícola. 
Escala horizontal e escala vertical Espaço e Paisagem 
Sistema de coordenadas UTM e geográficas Práticas de conservação do solo 
Escala horizontal e escala vertical Gases de efeito estufa. 
Dimensões espaciais: 
bidimensional/tridimensional 
Aspectos Gerais para Implantação de Instalações 
Rurais 
Representação Cartográfica Impactos ambientais da produção agrícola. 
Critérios para alocação das construções rurais Áreas de proteção ambiental - APA 
Influência do relevo na formação do solo Áreas de proteção permanente - APP 
Técnicas de conservação do solo Localização e pontos de referência 
Formas de relevo Símbolos, signos e significados 
Fonte: Elaborado por Marta Verônica Correia de Souza 
 
O contato dos alunos com a representação gráfica do Campus através das imagens de 
satélites ou visita a campo representa o momento de leitura dessa reprodução imagética. E, 
nesse segundo momento, o que deve ser proposto é a interpretação desse espaço, mas, para 
tanto, os conceitos precisam ser apresentados de forma sistematizada a fim de que os alunos 
compreendam os processos e fenômenos identificados, estabelecendo relações entre eles. 
No desenvolvimento deste tempo, o(s) professor(es) deve(m) utilizar o processo de 
construção da maquete como prática pedagógica na construção dos conhecimentos acerca dos 
conteúdos selecionados, haja vista que a construção da maquete, bem como sua utilização 
enquanto recurso didático, promove o ensino-aprendizagem de vários conceitos fundamentais 
para a compreensão do espaço, e em sua utilização para a realização das atividades 
agropecuárias. 
A elaboração da maquete pode ocorrer durante as aulas de cada professor, com a 
organização prévia da etapa que cada um acompanhará, ou em um momento em que um 
grupo de professores esteja presente, organizando em conjunto o desenvolvimento da 
atividade e utilizando cada etapa da construção para promover a apreensão dos conceitos 
selecionados, bem como novas questões que surgirem durante o processo de construção. Para 
 
22 
cada etapa são, antecipadamente, definidos os conteúdos que serão ensinados e a organização 
dessa mediação pelos docentes envolvidos. 
 
2.1.2.1 A maquete na construção do conhecimento científico 
 
Para um produtivo trabalho com maquete é necessário entendê-la como um 
instrumento de representação cartográfica que permite a visualização do espaço de forma 
tridimensional, e que, como produto cartográfico, precisa ser dotada de elementos que 
possibilitem a sua leitura. Dessa forma, a prática proposta neste Guia compreende a maquete 
como mediadora na relação entre sujeito-objeto, em dois aspectos: o primeiro, de caráter 
objetivo, está voltado a fortalecer nos alunos a apreensão dos principais conceitos 
cartográficos, conceitos esses que serão fundamentais para a noção de espacialização e 
organização dos setores produtivos e não produtivos do Campus representado; o segundo, 
talvez mais subjetivo, diz respeito à utilização da maquete como recurso didático e ao papel 
dessa representação tridimensional como elemento integrador entre teorias e conceitos das 
diferentes áreas do conhecimento. Esse segundo aspecto requer o exercício de reflexão-ação 
em torno da prática pedagógica desenvolvida. 
 
Leitura Complementar 
 
Segundo Castrogiovanni (2000, p. 74), “[...] a maquete é um modelo tridimensional do espaço, que 
funciona como laboratório geográfico, onde as interações sociais do aluno no seu dia-a-dia são 
possíveis de serem percebidas quase na totalidade.” No que diz respeito aos estudantes do Curso 
Técnico em Agropecuária, que se propõe oferecer a formação integral no contexto do Ensino Médio 
Integrado, a apreensão da linguagem cartográfica se apresenta como um dos possíveis elos entre a 
formação humana e a formação profissional desses estudantes. Desse modo, a educação cartográfica, 
além do domínio de técnicas que possibilitam a execução mais eficiente de atividades profissionais, 
também representa o domínio de um código que, associado aos demais conhecimentos, permite ler, 
representar o espaço e apreender na paisagem fatores culturais, ideológicos e psicológicos 
(CASTELLAR, 2011). Portanto, contribui, nesse sentido, para que os estudantes se reconheçam como 
seres histórico-sociais capazes de produzir e modificar a realidade dada. 
A elaboração da maquete consiste em um processo manual, responsável pela construção de 
conhecimento, por meio do qual é possível incorporar e desenvolver os conteúdos cartográficos, 
tornando-os concretos, ou seja, é um processo de educação cartográfica (SIMIELLI et al., 1991). Na 
maquete, “[...] a imagem visual é modulada nas três dimensões do plano (X, Y e Z), sendo o Z a 
terceira dimensão visual” (FRANCISCHETT, 2004, p. 39), e a terceira dimensão pode ser explorada 
 
23 
para representar diferentes conteúdos, podendo ser utilizada por uma ou mais áreas de ensino. 
Esse condão interdisciplinar permite que, enquanto recurso didático, seja utilizada pelo professor para 
transcorrer pelos diversos campos do conhecimento, proporcionando ao aluno a interpretação da 
realidade. Além disso, possibilita o trabalho a partir de conceitos integradores ou por uma visão 
particular de cada área (CONCEIÇÃO, 2015). Ou seja, a espacialização permite que alunos e 
professores analisem os fenômenos sob diferentes perspectivas, integrando saberes. 
 
 
Partindo de tais considerações, a presente proposta busca desenvolver uma prática 
pedagógica que culmine na elaboração da maquete do IF Baiano, Campus Catu, a fim de que 
sua leitura e interpretação por alunos e professores funcionem como elemento integrador entre 
teorias e conceitos dos diferentes eixos e áreas e do currículo do Curso Técnico em 
Agropecuária Integrado ao Ensino Médio. Isso porque esse processo de construção é uma 
oportunidade de transposição dos conceitos necessários à compreensão e atuação na 
sociedade. 
Para fins de planejamento desta proposta, a maquete foi construída com a colaboração 
dos docentes envolvidos, cuja representação foi realizada na escala em escala 1: 6000, 
representando a área do IF Baiano, Campus Catu, e seu entorno. É recomendável, porém, que, 
em um contexto possível, alunos e professores planejem e construam a maquete durante o 
“Tempo de instrumentalização”. Durante a apresentação da abordagem didática elaborada 
nesta proposta serão apresentados os principais procedimentos metodológicos para a 
construção da maquete, embasados na metodologia proposta por Simielli, Girardi e Morone 
(2007), essa é passível de adaptações e diferentes aplicações. 
 
2.1.2.2 Planejamento da maquete 
 
O planejamento de uma maquete envolve um conjunto de ações pautadas nos objetivos 
pretendidos. De acordo com Simielli, Girardi e Morone (2007), a construção da base 
cartográfica da maquete é uma etapa que precisa ser assumida pelo(s) mediador(es), que 
deve(m) construí-laa partir dos objetivos de aprendizagem definidos para a prática 
pedagógica. Normalmente, esta etapa requer a utilização de Softwares de Informação 
Geográfica (SIG’s), o que, em alguns contextos escolares, não está acessível à utilização em 
espaços que possam incluir os alunos. A sugestão, então, é que, quando possível, os alunos 
participem ou pelo menos acompanhem os procedimentos realizados nesta etapa, pois eles 
possibilitam a compreensão de processos como interpolação, generalização, elaboração de 
 
24 
projetos em SIG’s, bem como outras noções referentes ao geoprocessamento. Portanto, uma 
rica possibilidade de explorar vários conceitos. 
Concluída a base cartográfica, os alunos precisam ser envolvidos em outras etapas 
ainda referentes ao planejamento, a fim de apreender as seguintes noções: 
 
 Tamanho da maquete; 
 Materiais que serão utilizados; 
 Área que a maquete irá representar; 
 Elementos que serão representados; 
 Escala cartográfica da maquete. 
 
É necessária a compreensão de algumas noções para que essas decisões ocorram de 
forma adequada. O mapa de curvas de nível e o mapa hipsométrico podem ser utilizados 
como recursos didáticos na construção de alguns conceitos, como o de altitude, declividade, 
representação cartográfica, escala e outros, a fim de subsidiar essas decisões. Ao apresentar 
aos alunos a base cartográfica, o(s) professor(es) pode(m) narrar o processo de elaboração da 
base cartográfica, apresentando o conceito de SIG e explicando o conceito e os procedimentos 
realizados. 
A definição da escala cartográfica da maquete dependerá do tamanho da área a ser 
representada, o que, por sua vez, será definido com base nos objetivos do estudo. Neste 
momento é importante ainda mais atenção para que haja a compreensão dos conceitos de 
escala cartográfica e escala geográfica, pois assim os alunos poderão perceber melhor a 
relação entre representação e realidade, adquirindo conhecimentos necessários para tomar 
essa decisão em diferentes situações. 
 
Sugestão de atividade: 
 
 Construção do perfil topográfico 
 
Escolher um trecho da área e definir um ou mais segmentos de retas (A; B), (C; D). 
Sobre as curvas de nível, em um papel, desenhar um eixo cartesiano, onde x tenha a mesma 
medida do segmento traçado no mapa, e onde y deve estar numerado de acordo com a 
equidistância das curvas de nível representadas. Utilizando uma régua, todos os pontos nos 
eixos da coordenada x, y devem ser marcados, e depois os pontos devem ser interligados, 
 
25 
obtendo, assim, o traçado representando a interseção do plano vertical com a superfície do 
terreno. 
 
 Decalque das curvas de nível para papel vegetal 
 
No contexto deste estudo, é fundamental que a maquete apresente as formas do relevo. 
Para isso deve-se imprimir o mapa ou imagem do Campus com a sobreposição das curvas de 
nível (na escala definida para a maquete). Será necessário que os alunos compreendam o 
conceito de curvas de nível, de que forma elas representam as altitudes no terreno, 
identificando a equidistância entre os valores altimétricos das linhas e a associando à escala 
cartográfica do mapa. A partir dessa compreensão é possível que realizem a leitura das curvas 
de nível na imagem, conseguindo estabelecer relações entre as diferentes altitudes, 
declividades e formas de relevo presentes no Campus. Para tanto, é necessário identificar a 
equidistância entre as curvas de nível no mapa base. 
Após a explicação, esta etapa do trabalho reforçará essa compreensão, pois os alunos 
farão o delineamento das curvas manualmente, exercitando o olhar em relação a esse tipo de 
representação, e sendo orientados a estabelecer relações entre o abstrato e o concreto. O 
decalque das curvas de nível é feito em um papel transparente, normalmente, sendo utilizado 
papel vegetal – mas outras possibilidades podem ser exploradas. Esse papel deve ser fixado à 
imagem com fita crepe ou fita adesiva, para que então se inicie o decalque marcando em cada 
linha a altitude que ela representa. 
 
Figura 2 – Registro do decalque das curvas de nível 
 
 
Fonte: Registrado por Marta Verônica Correia de Souza 
 
 
26 
 Transferência das curvas de nível para o material escolhido 
 
As curvas desenhadas no papel vegetal precisam ser transferidas para o material que 
dará forma à maquete. Esse momento é ideal para que seja apresentado ou reforçado o 
conceito de escala vertical, pois a espessura do material escolhido precisará considerar a 
escala escolhida para representação, o que se dará conforme os objetivos definidos no 
planejamento. Para a construção da maquete que serviu de base para este Guia, o material 
utilizado foi o isopor, mas é possível recortar as placas com outros materiais, como papelão, 
madeira ou E.V.A; o fundamental é que se mantenha a uniformidade na espessura dessas 
placas. 
 
Neste momento, junto com os alunos, serão consideradas as seguintes questões: 
Qual a equidistância das curvas de nível na base cartográfica? 
Será necessário realizar a interpolação das curvas? 
Qual a espessura ideal do material? 
 
Em seguida, é realizado o cálculo da escala vertical da maquete e identificadas as placas que 
precisam ser cortadas. 
Exemplo: Maior altitude do terreno representado corresponde a 180 metros, e a equidistância 
das curvas é de 10 metros. Então, é necessário recortar 18 placas nos moldes do relevo. 
 
Quanto ao material, foi utilizado isopor de 0,5 cm; logo, 1 cm de altura na maquete equivale a 
20 metros de altitude. 
Para cada placa são transferidas as linhas desenhadas no papel vegetal correspondentes à 
determinada altitude. Para isso, o papel vegetal deve ser fixado sobre as placas de isopor, e 
com um objeto pontiagudo (estilete, prego, palito de dente ou agulha) se perfurar toda a 
extensão da linha desenhada, gravando a marcação na placa de isopor. 
 
 Recorte e montagem das placas 
 
Seguindo as marcações deixadas no isopor, todas as placas são cortadas com um 
estilete ou agulha aquecida. Depois, a partir da placa que representa a menor altitude, começa 
a sobreposição das placas, o que gerará a representação tridimensional da área e conferirá a 
forma da maquete com a imagem das curvas de nível. Vale destacar que é preciso observar se 
 
27 
as placas foram recortadas da forma correta para, só então, colar umas às outras e aguardar 
secar. 
 
Figura 4 – Recorte e montagem das placas de isopor 
 
 
Fonte: Registrado por Marta Verônica Correia de Souza 
 
Até chegar a esta etapa, além dos conceitos mencionados, o aluno se deparou com a 
necessidade de utilizar e compreender conceitos básicos de diferentes áreas, possibilitando 
que cada professor, acompanhando este processo de construção, associe esses conhecimentos 
à sua área de estudo. 
 
 Acabamento e pintura 
 
Várias técnicas podem ser utilizadas para esta etapa, que, além da parte estética, tem 
como objetivo suavizar a marcação das curvas de nível, removendo o aspecto de degraus que 
se formou com a sobreposição das placas de isopor. Para isso, uma sugestão é passar massa 
corrida por toda a extensão da maquete e, depois de seca, lixá-la. Assim, as feições dos 
relevos tornam-se mais próximas da sua apresentação na realidade. 
Caso se deseje realizar a pintura da maquete, a escolha da tinta deverá levar em 
consideração o material utilizado. No caso do isopor é indicada a utilização de tinta látex, ou 
apenas a impermeabilização com a utilização de verniz. No que se refere à cor, esta também 
deve se adequar ao uso destinado ao recurso, entretanto as cores neutras permitem a 
sobreposição de informações e possibilitam a utilização para estudo de diferentes temas. 
 
 
28 
Figura 5 – Maquete com acabamento em massa corrida 
 
 
Fonte: Registrado por Marta Verônica Correia de Souza 
 
 Sistema de coordenadas e orientação 
 
Em primeiro lugar, os alunos devem compreenderos conceitos de localização e 
orientação, buscando posicionar corretamente a maquete e, assim, registrar a sua orientação, 
marcando os pontos cardeais em suas extremidades. O professor deve expor nesse momento 
os diferentes tipos de coordenadas e suas finalidades. E, por fim, identificar, com os 
estudantes, qual a coordenada ideal para esse tipo de representação. As coordenadas podem 
ser marcadas na lateral da maquete utilizando piloto permanente. 
 
 Representação dos usos e aspectos físicos da paisagem 
 
Utilizando a ficha de campo elaborada pelos alunos no tempo de problematização, eles 
devem indicar na maquete a localização dos setores produtivos, optando por marcadores com 
símbolos ou cores diferentes para cada setor. Neste exercício, os alunos devem ser instruídos 
em relação a elementos como altitude, declividade e orientação das vertentes, feições dos 
relevos, formas e densidade da hidrografia, relação com os corpos de água. Devem associá-los 
à localização desses setores produtivos, evidenciando a influência dessas características no 
processo de uso e ocupação do espaço no desenvolvimento das atividades, bem como na 
 
29 
produtividade, das questões ambientais; inclusive no que se diz respeito ao cumprimento da 
legislação ambiental. 
 
 Elaboração da legenda 
 
A legenda é um elemento muito importante para a leitura de uma representação 
cartográfica, por isso é preciso bastante atenção a esta etapa, tanto no que concerne à 
compreensão da sua função como à elaboração de uma legenda que proporcione a correta 
leitura da maquete. A legenda deve permitir ao leitor identificar as informações relacionadas 
às altitudes do terreno, assim como àquelas referentes aos setores produtivos e demais 
elementos representados. 
 
 
30 
Quadro 4 – Planejamento parcial do tempo de instrumentalização 
 
TEMPO DE INSTRUMENTALIZAÇÃO 
 Planejamento 
da maquete 
Decalque das 
curvas de 
nível para 
papel vegetal 
Transferência 
das curvas de 
nível para o 
material 
escolhido 
Recorte e 
montagem 
das placas 
Acabamento 
e pintura 
Inserir sistema 
de coordenadas 
e orientação 
Representação 
dos usos e 
aspectos 
físicos da 
paisagem 
Elaboração da 
legenda 
Exposição/ 
Leitura dos 
significantes e 
significados 
Número de 
aulas 
 
Professor(es) 
mediador(es) 
 
Componentes 
Curriculares 
Matemática; 
Geografia 
Geografia; 
Topografia, 
Construções e 
Instalações 
Rurais; 
Zootecnia 
Matemática; 
Geografia; 
Artes 
Artes; 
Matemática; 
Geografia 
Artes; 
Geografia 
Geografia; 
Matemática; 
Topografia 
Geografia; 
Mecanização 
Agrícola; 
Agricultura I 
Geografia; 
Língua 
Portuguesa 
Topografia, 
Construções e 
Instalações Rurais; 
Geografia; 
Agricultura I; 
Zootecnia 
Espaço 
Conteúdos 
que serão 
ministrados 
pelo(s) 
professor(es) 
Escala 
cartográfica e 
escala 
geográfica; 
Sistemas de 
informação 
geográfica; 
Proporção 
(Regra de 
Três) 
Planimetria e 
Altimetria; 
Curva de 
nível; Cotas 
altimétricas 
Dimensão 
espacial e 
formas de 
representação 
Escala e 
exagero 
vertical – 
sobrelevação 
Elementos de 
representação 
cartográfica e 
suas 
finalidades 
Coordenadas 
Geográficas, 
coordenadas 
UTM 
Georreferencia-
mento; 
Influência do 
relevo na 
formação do 
solo; 
Declividade; 
APA; 
APP 
Elementos dos 
mapas; 
Símbolos, 
signos e 
significados 
Orientação das 
vertentes e sua 
relação com a 
disponibilidade de 
energia; 
Classificação do 
relevo; 
Influência do relevo 
na formação do solo 
Metodologia 
Apresentação 
da base 
cartográfica e 
descrição da 
elaboração – 
fonte das 
imagens e dos 
dados e 
utilização dos 
SIG’s; 
Explicação 
dos conceitos 
Abordagem do 
conteúdo por 
meio da 
exposição do 
mapa 
hipsmométrico 
impresso ou 
projetado 
Explicação 
sobre a relação 
entre 
declividade e o 
manejo dos 
cultivos e 
criações 
Realização de 
atividades 
teóricas e 
práticas que 
desenvolvam a 
noção de 
espaço; 
Exposição de 
metodologias 
matemáticas 
para realizar o 
cálculo da 
Explicação do 
conteúdo a 
partir da 
maquete 
construída e 
exposição de 
mapas 
temáticos, 
destacando as 
técnicas 
utilizadas para 
representação 
Discussão sobre 
os conceitos de 
orientação por 
meio da 
elaboração de 
mapas mentais, 
utilizando o 
percurso da 
atividade de 
campo como 
referência 
Encontro com 
professores e 
técnicos do 
campus para 
conversa sobre o 
processo de 
ocupação do 
Campus e os 
principais 
desafios 
enfrentados para 
conciliar os usos 
Exposição oral a 
respeito da 
importância e da 
função da 
legenda nos 
produtos 
cartográficos; 
Critérios para a 
escolha dos 
símbolos 
cartográficos, 
destacando a 
Encontro 
interdisciplinar para 
que se utilize a 
maquete como 
referência para um 
debate integrador 
que busque retomar 
as questões iniciais e 
as questões 
apresentadas pelos 
alunos, indagando-se 
sobre o que ainda 
 
31 
Fonte: Elaborado por Marta Verônica Correia de Souza 
de escala 
cartográfica e 
escala 
geográfica e 
sua relação 
escala dos diferentes 
temas 
diante da 
configuração 
espacial 
“imposta” 
relação entre 
símbolos e 
significados 
não foi respondido 
Materiais 
necessários 
Elaboração de 
mapas 
mentais; 
Leitura e 
interpretação 
da base 
cartográfica 
Sobrepor 
papel vegetal à 
base 
cartográfica, 
fixando-a com 
fita crepe e 
decalcar todas 
as curvas de 
nível da área 
que será 
representada 
Analisar 
informações do 
caderno de 
campo; Escolher 
área para 
traçar perfil 
topográfico e 
calcular 
declividade das 
vertentes 
representadas no 
perfil 
Realizar 
cálculos e 
medidas 
necessários 
para definição 
do exagero 
vertical 
Planejar a 
metodologia 
para 
representação 
dos usos; 
Lixar e pintar 
maquete 
Inserir sistemas 
de coordenadas na 
maquete e 
calcular principais 
distâncias entre os 
setores produtivos 
Georreferenciar 
as construções e 
setores 
produtivos; 
Calcular 
declividade das 
áreas onde estão 
localizadas as 
construções; 
Georreferenciar 
nascentes; 
Descrever no 
caderno de 
campo a 
paisagem 
predominante 
no entorno das 
nascentes 
Criar símbolos 
e/ou cores para 
representar os 
pontos 
georreferencia-
dos; Criar 
legenda de 
acordo a técnica 
de representação 
Desenhar polígonos 
de delimitação das 
áreas segundo as 
características do 
relevo; Escolher uma 
vertente para 
representação de 
toposequência dos 
solos; 
Elaboração de 
produtos 
cartográficos com 
softwares 
Ações a 
serem 
desenvolvida
s pelos alunos 
Base 
cartográfica 
impressa em 
tamanho 
compatível 
com as 
possíveis 
escalas de 
representação 
Papel vegetal, 
fita crepe, 
caneta 
Papel ofício ou 
milimetrado, 
régua e lápis 
Isopor, 
estilete, base 
resistente para 
trabalhar com 
estilete 
Lixa e tinta 
acrílica 
Caneta 
permanente e 
régua 
Lápis e canetas 
coloridas, 
alfinetes 
Lápis e canetas 
coloridas, 
alfinetes 
Maquete e livro 
didático 
Resultados 
esperados 
 
Resultados 
alcançados 
 
 
32 
2.1.3 Tempo de Experimentação 
 
Nesta etapa, a ficha com as primeiras informações registradas devem ser retomadas. 
Os professores podem apresentaraos alunos situações práticas para que eles analisem a partir 
do conhecimento construído. Os alunos podem ser organizados em grupos com quatro ou 
cinco integrantes, e cada grupo deve ficar responsável por apresentar soluções/intervenções 
para cada uma das situações dadas. O professor deve disponibilizar um roteiro de estudos a 
ser seguido pelos alunos, bem como sugestões de fontes de pesquisa
3
. Os estudantes devem 
ser orientados a registrar por escrito as suas dificuldades e dúvidas para futura apresentação e 
orientação dos docentes. 
 
Quadro 5 – Ilustração do instrumento de acompanhamento do tempo de Experimentação 
Fonte: Elaborado por Marta Verônica Correia de Souza 
 
 
 
3
 Nesta etapa, o processo de construção do conhecimento já é mais independente, deslocando-se a centralidade 
da figura do professor, o que se constitui como característica do tempo de instrumentalização. 
TEMPO DE EXPERIMENTAÇÃO 
(Proposta/conteúdos apreendidos serão acionados na resolução do problema prático) 
S
it
u
a
çã
o
 p
rá
ti
ca
 a
 s
er
 
in
v
es
ti
g
a
d
a
 p
el
o
s 
a
lu
n
o
s 
Considerando o relevo, qual seria a melhor área do campus para a implantação das instalações 
da unidade educativa de campo zootecnia III? 
Considerando a atual espacialização dos usos e ocupações do solo no campus, como mitigar os 
impactos negativos provenientes destes? 
Levando em consideração que o relevo é um importante elemento para a organização do espaço 
do campus Catu e o desenvolvimento científico e tecnológico da atualidade, bem como as leis 
ambientais, quais as mudanças seriam feitas com relação a localização das edificações 
existentes no campus? 
De que forma a espacialização do campus (antiga escola agrotécnica) contribuiu na construção 
e desenvolvimento do município de Catu? 
A
ti
v
id
a
d
es
 a
 s
er
em
 
d
es
en
v
o
lv
id
a
s 
Estudo do meio: Para que os alunos desenvolvam o tempo de experimentação, propõe-se que 
realizem o caminho proposto pela metodologia de Estudo do meio, a qual consiste em uma 
metodologia de ensino que se caracteriza pela imersão orientada em um lugar específico, tendo a 
atividade interdisciplinar como um ponto forte dessa estratégia. Até chegar ao momento de 
experimentação os alunos já reuniram bastantes informações sobre o Campus, então a 
metodologia do Estudo do Meio pode contribuir para responder às situações práticas que 
deverão ser investigadas pelos estudantes. Os alunos serão orientados a realizarem pesquisas 
bibliográficas em fontes diversas, criar instrumentos para coleta de dados, utilizar a maquete e o 
caderno de campo como referências para o desenvolvimento de suas propostas, evidenciando 
aspectos relacionados à espacialização, localização e interação dos fenômenos naturais e 
artificiais e assim apresentar propostas que visem solucionar ou diminuir os problemas por eles 
identificados. 
P
ro
d
u
to
 Sugestões: Simulações, relatório, projetos de intervenção, produtos cartográficos, ilustrações, 
orientações gerais para o desenvolvimento de atividades agropecuárias, relatos de experiência, 
livreto ilustrado. 
 
33 
2.1.4 Tempo de Orientação 
 
O desenvolvimento deste tempo foi planejado no formato de roda de conversa, por 
meio da qual os alunos podem apresentar os resultados alcançados no tempo de 
experimentação. Cada grupo deve apresentar os seus resultados, utilizando a maquete como 
recurso de espacialização do fenômeno estudado. Além disso, outros produtos cartográficos 
podem ser acionados ou produzidos para esse efeito. À medida que as apresentações ocorrem, 
o professor precisará organizar meios para orientar o grupo e, assim, efetivar o processo de 
elaboração de conhecimentos na busca por respostas às questões levantadas. Para isso, as 
dificuldades apresentadas devem ser registradas, anotando-se os pontos fortes, os achados e o 
produto. Ademais, os conceitos que precisam ser revisados também devem ser listados. 
Assim, a fim de nortear esse processo, um quadro para acompanhamento dessa roda de 
conversa foi elaborado. O quadro abaixo servirá como suporte para o tempo de sistematização 
durante a aplicação da proposta: 
 
Quadro 6 – Ilustração do instrumento de acompanhamento do tempo de orientação 
 
TEMPO DE ORIENTAÇÃO 
RODA DE CONVERSA PARA 
APRESENTAÇÃO 
DOS GRUPOS 
Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5 
Dificuldades/dúvidas 
 
Pontos fortes 
 
Conceitos a serem revisados 
 
Produto 
 
Fonte: Elaborado por Marta Verônica Correia de Souza 
 
2.1.5 Tempo de Sistematização 
 
Nos espaços de suas aulas, cada professor, a partir do que foi realizado e diagnosticado 
na etapa anterior, deve organizar meios de retomar os conteúdos que ainda não foram 
apreendidos pelos alunos, ou por parte deles, a fim de revisá-los, desta vez, adotando como 
referência todas as atividades realizadas pelos alunos até este momento. 
 
 
34 
Quadro 7– Ilustração do instrumento de acompanhamento do tempo de sistematização 
 
TEMPO DE SISTEMATIZAÇÃO 
(Disciplinar) 
Conceitos 
Componente curricular 
Professor responsável 
Metodologia 
Fonte: Elaborado por Marta Verônica Correia de Souza 
 
3 AVALIAÇÃO 
 
3.1 Tempo de Consolidação 
 
A avaliação consiste no planejamento de um seminário para que os alunos realizem a 
exposição dos produtos e a apresentação dos resultados obtidos através do estudo do meio. 
Esses resultados podem ser organizados em formato de relatório, projeto de intervenção, 
diagnóstico, entre outros. Neste momento, o(s) professor(es) deve(m) realizar a avaliação dos 
resultados dos grupos, observando se houve avanços na qualidade das respostas apresentadas 
no tempo de orientação. Mas também deve buscar perceber o desenvolvimento de cada 
estudante, promovendo movimentos que permitam tornar os resultados alcançados pontos de 
partida para novas práticas pedagógicas, ou para a retomada de algum dos tempos realizados 
ao longo da prática. 
 
Quadro 8 – Ilustração do instrumento de acompanhamento do tempo de consolidação 
 
TEMPO DE CONSOLIDAÇÃO 
SEMINÁRIO 
INTEGRADOR Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5 
Avaliação do grupo pelos docentes 
 
 
Autoavaliação e Avaliação do grupo 
 
 
Autoavaliação e Avaliação individual 
Avaliação do grupo pelos docentes 
Fonte: Elaborado por Marta Verônica Correia de Souza 
 
 
 
35 
3.2 Avaliação e Sistematização da Prática Integradora 
 
O quadro elaborado para o planejamento desta prática permite que os docentes 
registrem todo o processo de desenvolvimento das atividades. Após a conclusão da 
abordagem didática e da avaliação dos alunos, esses registros precisam ser organizados e 
avaliados pelos envolvidos para fins de reflexão e aprimoramento da experiência pedagógica 
empreendida, considerando seus efeitos no ensino-aprendizagem dos participantes (estudantes 
e professores). Essa avaliação também pode contribuir para a sistematização e divulgação da 
prática, em forma de projetos de ensino, seminários, projeto integrador ou planos de aula que 
possam ser utilizados em outros momentos, ou tomados como ponto de partida para o 
planejamento de outras práticas. O anseio final é que por meio desta prática, professores e 
estudantes se sintam motivados a submeter suas publicações a revistas e eventos científicos 
como meio de difundir a experiência. 
 
Quadro 9 – Ilustração do instrumento de acompanhamento do tempo de avaliação e sistematização 
 
SEMINÁRIO 
INTEGRADOR 
Professor 1 Professor 2 Professor 3 Professor 4 
Componente curricular 
Pontos fortes 
Pontos fracos 
Experiências exitosas 
Ajustes necessários 
Encaminhamentos que podem 
ser realizados 
 
Fonte: Elaborado por Marta Verônica Correia de Souza36 
REFERÊNCIAS 
 
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DA ANPED, 36, p. 1-18, 29 de setembro a 2 de outubro de 2013, Goiânia. Anais [...]. 
Goiânia: Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação, 2013. p. 1-19. 
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Ensino Médio Politécnico/RS. In: CONGRESSO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO 
POPULAR, SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO POPULAR, SEMINÁRIO 
INTERNACIONAL SINDICAL, NÚCLEO DO CPERS SINDICATO, SEMINÁRIO 
INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL DO INSTITUTO FEDERAL 
FARROUPILHA “CONSTRUINDO CAMINHOS POSSÍVEIS PARA UMA EDUCAÇÃO 
DE QUALIDADE, 15; 24; 2; 2; 2, 27 a 30 de maio de 2015, Santa Maria. Anais [...]. Santa 
Maria: IFFAR, 2015. p.1-6, 
 
BRASIL. Decreto nº 5.154, de 23 de julho de 2004. Regulamenta o § 2º do artigo 36 e os arts. 
39 a 41 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da 
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SEMINÁRIO SOBRE ENSINO MÉDIO, 41, 2007, Natal. Anais [...]. Natal: Secretaria de 
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histórico-crítica. In: BARBOSA, Maria Valéria; MILLER, Stela; MELLO, Suely Amaral 
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regressão. In: ARAÚJO, Adilson Cesar; SILVA, Cláudio Nei Nascimento da (Org.). Ensino 
Médio Integrado no Brasil: fundamentos, práticas e desafios. Brasília: Editora do IFB, 2017. 
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SIMIELLI, Maria Elena Ramos et al. Do plano ao tridimensional: a maquete como recurso 
didático. Boletim Paulista de Geografia, São Paulo, n. 70, p. 3-21, 1991. 
 
 SIMIELLI, Maria Elena Ramos; GIRARDI, Gisele; MORONE, Rosemeire. Maquete de 
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p. 131-148, dez. 2007. 
 
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38 
APÊNDICE – VISÃO GERAL DA PROPOSTA PEDAGÓGICA E SEUS TEMPOS 
 
Tema: O conhecimento cartográfico na compreensão da espacialização e organização do uso e ocupação do solo e suas influências no desenvolvimento da prática 
profissional do Técnico em Agropecuária no IF Baiano, Campus Catu 
Planejamento Abordagem didática Avaliação 
Dimensões 
Questões 
iniciais 
 
(Planejamento 
dos 
professores) 
Problematização 
 
(Contextualização 
da prática social) 
Instrumentalização 
 
(Conteúdos 
relacionados/ 
Categorias e 
conceitos) 
Ações 
estratégias 
pedagógicas 
Experimentação 
 
(Proposta/Conteúdos 
aprendidos serão 
acionados na 
resolução do 
problema prático) 
Orientação 
 
(Dificuldades/dúvidas/ 
achados) 
Sistematização 
 
(Revisão 
disciplinar) 
Consolidação Avaliação e 
sistematização 
da prática 
 
(Análise e ajustes 
dos 
procedimentos 
utilizados) 
E
co
n
ô
m
ic
o
-p
ro
d
u
ti
v
a 
 
 
S
o
ci
al
-
h
is
tó
ri
ca
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cu
lt
u
ra
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F
ís
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ta
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T
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g
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a
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T
éc
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O
rg
an
iz
ac
io
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al
 
Fonte: Elaborado por Marta Verônica Correia de Souza

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